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loaovivo,ArrietaeFerrondan-
çam ao som do quarto movi-
mentodaSinfonian.º6,conheci-
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queTchaikovskiestreou,emou-
tubro de 1893, menos de um
mês antes de morrer. “Patética
vemdapalavrapathos.Usamos
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comoalgoengraçado,meiover-
gonhoso. Patético é algo que
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ser esse”, diz Arrieta. Na trilha,
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periência, no entanto, não os
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rinos do Balé da Cidade de São
Paulo (BCSP), com direção de
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do no programa de março do
teatro (vendido a R$10) decla-
rapretendernelaconstruir.Se-
gundo ele, trata-se de uma
“inéditainstalaçãocoreográfi-
ca de dança”, que usa o “direi-
to de exercer uma licença poé-
ticadançante”e“transcendeo
mero exercício de estéticas”.
Resguardado o direito a im-
plantaroperfilquedeseja,cabe
considerar o que dele resultou
nesta primeira iniciativa. Em
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peitodo“inédita”,umavezque
a estrutura escolhida para esta
composição(partirdacolabora-
ção criativa dos bailarinos)
ecoa, por exemplo, e quase 20
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1998,dirigidaporJoséPossiNe-
to no período em que coman-
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Comdireito,inclusive,aumaes-
pécie de “reedição” da cena do
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Todavia,essa não éa questão
central.Oquechamaaatenção
são as fragilidades que jorram
paraforadaclassificaçãoesco-
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coreográfica’ poderia salva-
guardá-la de uma apreciação
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produçãodoBCSP.Mastalpos-
sibilidade se inviabiliza por-
que a dramaturgia de Risco se
organiza sobre o entendimen-
to de coreografia que alinhava
asuahistória.Talvezdesejasse
seruma‘instalaçãocoreográfi-
ca’,masnãoguardafamiliarida-
de com esse tipo de produção,
e sim com os hábitos produzi-
dos pelo repertório no qual os
bailarinos têm sido formados.
Assim,oespaçosemantémco-
mo um lugar já dado, a ser
“preenchido” por ações que o
“decoram”,masnãooconfigu-
ram. E as dinâmicas dessas
ações recolhem, aqui e ali, das
concepções coreográficas que
os bailarinos já dançaram. Tu-
do isso poderia ser forte e po-
tente, caso o corpo-tema pro-
metidoentrasseemcenaprati-
cando a antropofagia que, no
entanto, não compareceu.
Como o elenco não demons-
tra familiaridade com propos-
tas de movimento que não re-
produzam demandas técnicas
comasquaistecemseucotidia-
noartístico, cobre-se defragili-
dades que, geralmente, não são
associadas a seu desempenho.
Nesse sentido, o programa
escolhidopodeestaranuncian-
do algo a ser levado em conta,
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Risco e o tipo de produção que
vinhapavimentando o percur-
so do Balé da Cidade (Adastra,
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com música de Ezio Bosso).
Apresenta o elenco mostran-
do o que sabe fazer bem e, ao
mesmo tempo, comunica um
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vou”, mas sem abandonar o
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da temporada, anunciada para
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Vale sublinhar a importân-
cia da música ao vivo, condi-
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REILLY,VINCENTCASSEL,TOBYJONES.
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cional, falada em inglês, mas o visual é
suntuosoevalelembrarqueaabertura
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nunciando esses contos. Garrone ga-
nhou o Oscar italiano, o Prêmio David
di Donatello, de melhor diretor.
TEL. CULT, 22 H. REPR., COLORIDO, 134 MIN,
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O contrário da morte é o
nascimento. A vida é infinita
e eterna. Quando passamos a
compreender isso, não temos
mais a sensação de fim”
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Sesc Pompeia. Teatro. Rua Clé-
lia, 93, tel. 3871-7700. De 5ª a
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sos: R$ 6 a R$ 20. Até 9/4.
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No palco, a morte se transforma em poesia

  • 1. %HermesFileInfo:C-6:20170330: C6 Caderno 2 QUINTA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2017 O ESTADO DE S. PAULO VEJA TAMBÉM Cassino CASINO.(EUA,1995.)DIR.DEMARTINSCORSE- SE,COMROBERTDENIRO,SHARONSTONE,JOE PESCI,JAMESWOODS. Scorsese já ia ladeira abaixo com es- sa (quase) sequência de Os Bons Com- panheiros, em que De Niro vai dirigir cassino em Las Vegas, mas a mulher e o amigo acabam com ele. TCM,22H.REPRISE,COLORIDO,182MIN. INFANTIL Tartarugas Ninja 2 – Fo- ras das Sombras Donatello, Leonardo, Miche- langelo e Rafael ganham ajuda de amigos humanos para en- frentar alienígena que ameaça destruir Nova York. TEL. PIPOCA, 18H. COLORIDO, 112 MIN. No primeiro filme da franquia dirigido por uma mulher – An- na Foerster –, Kate Beckinsale continua espetacular como Se- lene, a vampira sempre no cen- tro dos embates entre lobiso- mens e o seu povo, que a traiu. Também com Theo James. Vio- lento, estilizado e chique. Frankie e Johnny FRANKIEANDJOHNNY.(EUA,1991.)DIR. DEGARRYMARSHALL,COMALPACINO,MI- CHELLEPFEIFFER,HECTORELIZONDO. A irresistível história de amor do chapeiro com a garçonete de uma lanchonete. E com direito a Clair de Lune na trilha – um verdadeiro regalo para os românticos. PARAMOUNT,1H10.REPR.,COL.,118MIN. MatteoGarronee otomfantásticode seuscontosbarrocos Luis Ferron estreia com Luis Arrieta o espetáculo ‘Os Corvos’ em SP No palco, a morte se transforma em poesia COM POTENTE MÚSICA AO VIVO, ELENCO MOSTRA O QUE SABE FAZER BEM Juliana Ravelli ESPECIAL PARA O ESTADO Em2006,obailarinoecoreógra- foLuisFerroniniciouumcami- nho sem retorno. Ao visitar os pais idosos, percebeu que eles estavamchegandopertodofim da vida. Após pouco mais de uma década, envelhecimento, doença e morte se transfor- mamempoesiacomoespetácu- lo Os Corvos, que estreia hoje (30), às 21h, no Sesc Pompeia, onde segue em curta tempora- da até 9 de abril. Ferrondivideopalcocomou- tro Luis e também veterano da dança, Arrieta. Ferron conta queArrieta foisua primeiraop- ção quando imaginou a obra. “O trabalho tem uma relação muito forte com memórias. Gosto de trabalhar com pes- soasquetenhamverdadenoas- sunto.Nãopoderiapegarumjo- vem para fazer isso. O Arrieta veio de cara, por toda a admira- ção que tenho por ele, desde os anos1980.Semprefoiumarefe- rência para mim como coreó- grafo e artista.” Arrieta e Ferron são mais do que corvos no palco. Ora são idosos, ora cuidadores. Tudo envoltopormuitabelezaedeli- cadeza. “Os corvos têm essa fama de pássaros da passa- gem, da morte, do trânsito en- tre dois mundos. Era mais ou menos assim que eu via meus pais. Mesmo eles estando pre- sentes, parecia que já pressen- tiam um outro espaço, um ou- tro mundo que não apalpavam ainda. Mas era nítido na rea- ção deles, em como lidavam com a vida”, diz Ferron. A mãe docoreógrafomorreuem2012 e o pai, em 2013. Exorcismo. Mas Os Corvos não éumtrabalho sobredor. Ferron tinha sentido isso durante todo o processo em que cuidou dos pais. Conta que estava disposto aolharparaamortedeumama- neira diferente, mais natural. A dançadeFerroneArrieta,acredi- tamosartistas,serviuparaexor- cizarosofrimento. Foram cerca de seis meses de conversas profundas e trabalho noestúdioparaconceberOsCor- vos. Depois dessa experiência, Ferron afirma que já não chora mais por perdas. Consegue olhar para a morte como um acontecimento inevitável. “É a certezadequeissoexiste.Éaúlti- maliçãoquetivedosmeuspais.” Segundo Arrieta, a morte é um desses temas intocáveis que,assimcomoosexo,sãodifí- ceisdeabordarcomalgunsgru- pos. Apesar disso, acredita que ela esteja em todas as obras, di- reta ou indiretamente. “Se falo de amor, estou falando de algo que está vivo e, consequente- mente,vaideixardeviver”,afir- ma.“EckhartTolle(escritorale- mão)pergunta:‘Qualéocontrá- rio da morte?’. E a pessoa sem- prerespondequeéavida.Masé um grande erro. O contrário da morte é o nascimento. A vida é infinitaeeterna.Quandopassa- mos a compreender profunda- mente isso, não temos mais a sensação de fim”, diz Arrieta. OmodocomoArrietaolhapa- raavidaelevaseusdiaséomes- mo como encara a morte. Diz quegosta de sesentir como um bambu oco e cheio de buracos, pelo qual o vento passa, produ- zindomúsica.“Achomaravilho- sa a capacidade de me esvaziar. Quanto mais me esvazio, mais possopermitir.Talvezesseseja o lado da dança que mais me cativou sempre”, diz. “Muitos filósofos falam que, na hora da passagem, esquecemos para aprendermos tudo de novo”, afirma Arrieta. Comumpianoeumviolonce- loaovivo,ArrietaeFerrondan- çam ao som do quarto movi- mentodaSinfonian.º6,conheci- da como Patética, a última obra queTchaikovskiestreou,emou- tubro de 1893, menos de um mês antes de morrer. “Patética vemdapalavrapathos.Usamos mal a palavra. Usamos patético comoalgoengraçado,meiover- gonhoso. Patético é algo que não teria outro destino a não ser esse”, diz Arrieta. Na trilha, háaindaoadágiodoConcertoen Sol,deMauriceRavel,eaSerena- ta, de Schubert. Como artistas – dois dos no- mes mais importantes da dan- ça contemporânea no País –, Ferron e Arrieta talvez tenham uma percepção mais clara de como o corpo envelhece. A ex- periência, no entanto, não os assombra.Naverdade,osinspi- ra. “Se luto contra, me dói. Se aceito,virocriançadenovo.Re- nasço”, afirma Arrieta. “Para mim,émuitodivertido.Émara- vilhoso. É tanto conhecimento que menos é mais e não tem tempo para hoje, é para on- tem”, diz Ferron. ‘Risco’, primeiro passo da nova identidade do Balé da Cidade CRÍTICA ‘De Férias Com o Ex’ MTV/21h Série ‘Conviction’ Fox Life/22h DRAMA ‘Sentimentos que Curam’ Cameron é um pai que sofre de transtorno bipolar e quer re- conquistar sua ex-esposa Zoe e as filhas. Emociona do começo ao fim. TELECINE PLAY, 2014, 86 MIN. AÇÃO ‘À Beira do Abismo’ Um ex-policial resolve se ma- tar pulando de um prédio, en- quanto a polícia tenta fazer com que ele desista da decisão. No meio do processo, porém, uma policial psicóloga percebe que há muito mais por trás da história. NETFLIX,2012,102MIN. DRAMA ‘Cidade de Deus’ Clássicodocinemabrasileiro, CidadedeDeusacompanhaaroti- naeastransformaçõesdaspes- soasemumafavelabrasileira. ITUNES,2002,129MIN. Matheus Mans Helena Katz ESPECIAL PARA O ESTADO Otemaanunciadoparaatempo- rada é Corpo Antropofágico e a obra que a inaugura se chama Risco, em cartaz até sábado, 1.º, no Theatro Municipal de São Paulo, com trilha sonora que reúne Os Planetas (Marte), de GustavHolst,eFestasRomanas, de Otorino Respighi. Criadaedançadapelosbaila- rinos do Balé da Cidade de São Paulo (BCSP), com direção de Sérgio Ferrara, anuncia a “no- va identidade” que seu recém- empossado diretor artístico, Ismael Ivo, em texto publica- do no programa de março do teatro (vendido a R$10) decla- rapretendernelaconstruir.Se- gundo ele, trata-se de uma “inéditainstalaçãocoreográfi- ca de dança”, que usa o “direi- to de exercer uma licença poé- ticadançante”e“transcendeo mero exercício de estéticas”. Resguardado o direito a im- plantaroperfilquedeseja,cabe considerar o que dele resultou nesta primeira iniciativa. Em primeiro lugar, ponderar a res- peitodo“inédita”,umavezque a estrutura escolhida para esta composição(partirdacolabora- ção criativa dos bailarinos) ecoa, por exemplo, e quase 20 anos depois, à de Baile na Roça, Coreografias para Portinari, de 1998,dirigidaporJoséPossiNe- to no período em que coman- dou a companhia (1997-1999). Comdireito,inclusive,aumaes- pécie de “reedição” da cena do banho, com cabelos esvoaçan- do água ao redor. Todavia,essa não éa questão central.Oquechamaaatenção são as fragilidades que jorram paraforadaclassificaçãoesco- lhida para a obra. ‘Instalação coreográfica’ poderia salva- guardá-la de uma apreciação que a tratasse como mais uma produçãodoBCSP.Mastalpos- sibilidade se inviabiliza por- que a dramaturgia de Risco se organiza sobre o entendimen- to de coreografia que alinhava asuahistória.Talvezdesejasse seruma‘instalaçãocoreográfi- ca’,masnãoguardafamiliarida- de com esse tipo de produção, e sim com os hábitos produzi- dos pelo repertório no qual os bailarinos têm sido formados. Assim,oespaçosemantémco- mo um lugar já dado, a ser “preenchido” por ações que o “decoram”,masnãooconfigu- ram. E as dinâmicas dessas ações recolhem, aqui e ali, das concepções coreográficas que os bailarinos já dançaram. Tu- do isso poderia ser forte e po- tente, caso o corpo-tema pro- metidoentrasseemcenaprati- cando a antropofagia que, no entanto, não compareceu. Como o elenco não demons- tra familiaridade com propos- tas de movimento que não re- produzam demandas técnicas comasquaistecemseucotidia- noartístico, cobre-se defragili- dades que, geralmente, não são associadas a seu desempenho. Nesse sentido, o programa escolhidopodeestaranuncian- do algo a ser levado em conta, na medida em que faz coabitar Risco e o tipo de produção que vinhapavimentando o percur- so do Balé da Cidade (Adastra, de Cayetano Soto, de 2015, com música de Ezio Bosso). Apresenta o elenco mostran- do o que sabe fazer bem e, ao mesmo tempo, comunica um “de onde venho, para onde vou”, mas sem abandonar o quejáfui.Aguardemosasegun- da temporada, anunciada para 16 a 25 de junho. Vale sublinhar a importân- cia da música ao vivo, condi- ção importante para o desen- volvimento artístico de uma companhia do porte dessa. Que a continuidade da parce- ria com a Orquestra Sinfônica Municipal,regidaporLuisGus- tavo Petri, se mantenha. Programa ‘Mulheres’ TV Gazeta/14h “ Dança Em Cartaz Luiz Carlos Merten O Conto dos Contos TALEOFTALES.(ITÁLIA,2015.)DIR.DEMAT- TEOGARRONE,COMSALMAHAYEK,JOHNC. REILLY,VINCENTCASSEL,TOBYJONES. Duas vezes premiado em Cannes por filmes realistas como Gomorra e Rea- lity – A Grande Ilusão, o italiano Garro- nemudaotomepropõeaquiumaadap- tação de contos de Giambattista Basi- le, escritor barroco que viveu no sécu- lo17.Sãofábulasfantasiosasesangren- tas sobre rainha que precisa comer o coração de um monstro para engravi- dar,umreiqueseapaixonapormulher misteriosa (e a revelação da identida- de dela é um choque) e outro rei cujo sangue alimenta uma mosca que não para de crescer. A crítica não gostou muito,atéporqueoaltocustoobrigou o cineasta a uma coprodução interna- cional, falada em inglês, mas o visual é suntuosoevalelembrarqueaabertura de Reality, com aquela carruagem, já tinha algo de irreal, ou fantástico, pre- nunciando esses contos. Garrone ga- nhou o Oscar italiano, o Prêmio David di Donatello, de melhor diretor. TEL. CULT, 22 H. REPR., COLORIDO, 134 MIN, Filmes na TV Streaming Na web. Acompanhe a cobertura cultural do ‘Caderno 2’ na internet ‘O Juízo Final’ History/22h40 Salma Hayek. A rainha do primeiro conto: obsessão de ser mãe DVD O contrário da morte é o nascimento. A vida é infinita e eterna. Quando passamos a compreender isso, não temos mais a sensação de fim” Luis Arrieta, BAILARINO Crianças estadao.com.br/cultura Controle na mão CLARISSA LAMBERT OS CORVOS Sesc Pompeia. Teatro. Rua Clé- lia, 93, tel. 3871-7700. De 5ª a sáb., às 21h; dom., às 19h. Ingres- sos: R$ 6 a R$ 20. Até 9/4. Arrieta e Ferron. Dois dos nomes mais importantes da dança contemporânea no País Dança Estreia ANJOS DA NOITE 5 – GUERRAS DE SANGUE EUA, 2016. Sony. R$ 37,90 RAI CINEMA BALÉDACIDADEDESÃOPAULO Teatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo s/nº, tel. 3053-2100. De 5ª a sáb., às 20h; dom., às 17h. R$ 35 a R$ 100. Até 1º/4.