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coletivo pedirem desculpas públicas por
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Vieram aos poucos, sorrateiros.     As árvores, assim como o lixo,
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Se me perguntarem do que          O Município e seus representantes
me alimento, direi que também     eleitos, são responsáveis pelo que
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de vida.                          Matam, assassinam em nome do progresso
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As árvores foram replantas em     Não! Não! Não! O seu lugar é aqui. É
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não perceber e sentir a diferença      Então? Trarão os trilhos prosperidade
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trem trará cultura !!!!!!!!!!
Também alegam que o trem
levará à capital muita gente
que vai em seus carros a
trabalho. Será que irão?
  Oque pode esse trem trazer
talvez seja um substancial
aumento da criminalidade e
insegurança dentro de seus
vagões.
Onde menos espera-se,     São em estufas, jardins e
brota a beleza.           inclusive às margens dum
                          tal “Arroio Preto”.
Esta praça era linda. E útil pois     Sentava-se ali, pensava-se
servia de ligação do centro da        ali, vivia-se ali. É ridículo.
cidade com o shopping e a
rodoviária velha.
Mesmo que o trem tenha
uma certa razão de existir,
mesmo assim vejo como um
atentado à cidade.
  Como cidadão hamburguense,
lamento que ele tenha vindo
até o centro e devastado a
pouca beleza natural que ainda
temos.
  Ficasse próximo a Rodoviária
Nova na Fenac. Com linhas de
ônibus conectadas com o trem.
  Mas a volúpia pelo grandioso,
pelos 15 minutos de fama
deverão ter um preço.
Assim como o progresso a
qualquer custo também tem um
preço e nesse caso prefiro
guardar minhas fichas.
Estes sapatos por certo pertenceram a
alguém.
  Existem muitas possibilidades para este par de
sapatos. Poderá parar no lixão municipal, ser
guardado por outro transeunte necessitado.
Poderá apodrecer ali mesmo se ninguém apanhá-
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vezes acontece com coisas ou desejos
descartáveis.
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descalçou este par de sapatos? Teria se
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no progresso a qualquer preço? Que descartam a
vida em toda sua amplitude numa latrina ou
promulgando seu conceito pessoal de progresso
assinando um papel barato? Desrespeitosamente
achando que todos veem o meio ambiente como
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homem. À disposição do homem.
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Francisco e também a natureza ao longo do
ARROIO LUIZ RAU.
UM TRIBUTO
   Para mim tornou-se necessário
fazer esta homenagem a um dos
locais mais aprazíveis nos
arredores do centro de Novo
Hamburgo.
   Já houveram outros desmandos
semelhantes quanto a mutilação do
nosso legado paisagístico. Lembro
da Praça do Imigrante que até os
anos 70 era um local com muito
vais verde, muito mais bancos, um
coreto, romantismo e menos
concreto inútil. Novo Hamburgo
perdeu uma oportunidade de
procurar e certamente encontrar
soluções mais corretas no sentido
de valorizar a qualidade de vida.
   Qualquer que sejam os
argumentos para minimizar e
justificar as obras do trem, creio
serem eles questionáveis no
sentido do planejamento urbano,
paisagístico, do trânsito e no apelo
pela qualidade de vida.

m.h.
A história é antiga. Foi em 1918 que nosso arroio recebeu o
  nome de Luiz Raul, em homenagem a um curtidor vindo da
                          Alemanha.
 O Luiz Rau é também conhecido como “Arroio Preto”. Corta
 Novo Hamburgo numa extensão de aproximadamente 14 km.
    Nasce na encosta de Dois Irmãos, passa pelo bairro
 Roselândia indo para Estância Velha. Retorna então a Novo
Hamburgo passando pelos bairros Rincão, Operário, Vila Rosa,
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Um tributo à natureza de Novo Hamburgo

  • 1.
  • 2. Onde estará o verde, que agora guardo em imagens, frágeis registros de outrora abundância?
  • 3. Porque te maltratam tanto? Porque impiedosamente te confundem com uma cloaca? Onde por certo depositam o que possuem de moral e bons costumes.
  • 4. Encontro a razão desta Me perdoem os mais desprovidos, mas calamidade em cada esquina onde por debaixo de cada tapete deposita-se faltam lixeiras e cidadania. o lixo que tanto praguejam e por vezes ajudam a esconder.
  • 5. Mas o nefasto, com aval do Cristo ao lado, são os homens responsáveis pelo nosso bem coletivo pedirem desculpas públicas por decisões secretas.
  • 6. Vieram aos poucos, sorrateiros. As árvores, assim como o lixo, jogadas para dentro do arroio.
  • 7. Se me perguntarem do que O Município e seus representantes me alimento, direi que também eleitos, são responsáveis pelo que é da beleza e qualidade natural constroem mas também pelo que destroem. de vida. Matam, assassinam em nome do progresso duvidoso.
  • 8. As árvores foram replantas em Não! Não! Não! O seu lugar é aqui. É outro lugar, dizem... Mas e eu uma herança maldita esta mutilação que fui morar ali perto paisagística de Novo Hamburgo. justamente pelas árvores.
  • 9. Terei saudades. Não sei se mais alguém, mas eu terei saudades. Um belo recanto na zona central. Onde passam, vem e vão, pessoas que se misturam com a vida do verde que pede perdão por estar morando alí. Vida nova no Parcão? Não, lá não é seu lugar!
  • 10. Posso perguntar o que ele pensa e ele responder que tanto faz, mas também posso desencadear em sua mente o sentido de frustração, impotência, revolta, ante a impossibilidade de poder fazer algo contra o assassínio da natureza.
  • 11. Um resto de fulgor. Uma visão que não se tem mais.
  • 12. Nas manhãs de sol ou nuvens, chuva ou frio. São inúmeros os que desfrutam a companhia da sensível vegetação. Caminhando, correndo, participando da vida, em companhia da vida!
  • 13. Ou acreditar que a vida vale mais à Ao menos para mim é inconcebível pena? não perceber e sentir a diferença Então? Trarão os trilhos prosperidade entre o ontem e o hoje. ou insegurança? Apostar num progresso duvidoso... Valerá à pena?
  • 14. São tantos os adjetivos ruins e nenhum bom para resumir este ato. As imagens mostram já um passado, um hiato...
  • 15. Valerá à pena? Valeu à pena?
  • 16. Esse trem alegadamente trará progresso. Será? Será que porto-alegrenses, esteienses, canoenses virão até aqui para consumir nossos produtos? Fiquei sabendo por um pseudointelectual daqui mesmo (aqui tem muitos), que o tal trem trará cultura !!!!!!!!!! Também alegam que o trem levará à capital muita gente que vai em seus carros a trabalho. Será que irão? Oque pode esse trem trazer talvez seja um substancial aumento da criminalidade e insegurança dentro de seus vagões.
  • 17. Onde menos espera-se, São em estufas, jardins e brota a beleza. inclusive às margens dum tal “Arroio Preto”.
  • 18. Esta praça era linda. E útil pois Sentava-se ali, pensava-se servia de ligação do centro da ali, vivia-se ali. É ridículo. cidade com o shopping e a rodoviária velha.
  • 19. Mesmo que o trem tenha uma certa razão de existir, mesmo assim vejo como um atentado à cidade. Como cidadão hamburguense, lamento que ele tenha vindo até o centro e devastado a pouca beleza natural que ainda temos. Ficasse próximo a Rodoviária Nova na Fenac. Com linhas de ônibus conectadas com o trem. Mas a volúpia pelo grandioso, pelos 15 minutos de fama deverão ter um preço. Assim como o progresso a qualquer custo também tem um preço e nesse caso prefiro guardar minhas fichas.
  • 20. Estes sapatos por certo pertenceram a alguém. Existem muitas possibilidades para este par de sapatos. Poderá parar no lixão municipal, ser guardado por outro transeunte necessitado. Poderá apodrecer ali mesmo se ninguém apanhá- lo. Pode ser jogado no Arroio Preto como tantas vezes acontece com coisas ou desejos descartáveis. Mas e o homem? Para onde foi o homem que descalçou este par de sapatos? Teria se transformado naquela barata e assumido a nova vida já sem tanta vida ao redor? E para onde irão os homens que apostam tudo no progresso a qualquer preço? Que descartam a vida em toda sua amplitude numa latrina ou promulgando seu conceito pessoal de progresso assinando um papel barato? Desrespeitosamente achando que todos veem o meio ambiente como algo desconectado de um todo. Separado do homem. À disposição do homem. Me sinto responsável por Monte Belo, O São Francisco e também a natureza ao longo do ARROIO LUIZ RAU.
  • 21. UM TRIBUTO Para mim tornou-se necessário fazer esta homenagem a um dos locais mais aprazíveis nos arredores do centro de Novo Hamburgo. Já houveram outros desmandos semelhantes quanto a mutilação do nosso legado paisagístico. Lembro da Praça do Imigrante que até os anos 70 era um local com muito vais verde, muito mais bancos, um coreto, romantismo e menos concreto inútil. Novo Hamburgo perdeu uma oportunidade de procurar e certamente encontrar soluções mais corretas no sentido de valorizar a qualidade de vida. Qualquer que sejam os argumentos para minimizar e justificar as obras do trem, creio serem eles questionáveis no sentido do planejamento urbano, paisagístico, do trânsito e no apelo pela qualidade de vida. m.h.
  • 22. A história é antiga. Foi em 1918 que nosso arroio recebeu o nome de Luiz Raul, em homenagem a um curtidor vindo da Alemanha. O Luiz Rau é também conhecido como “Arroio Preto”. Corta Novo Hamburgo numa extensão de aproximadamente 14 km. Nasce na encosta de Dois Irmãos, passa pelo bairro Roselândia indo para Estância Velha. Retorna então a Novo Hamburgo passando pelos bairros Rincão, Operário, Vila Rosa, Rio Branco, Centro, Ideal, Pátria Nova, Ouro Branco, Liberdade, Industrial e Santo Afonso. Onde então desemboca no Rio dos Sinos.