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RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO



                                  CORROSÃO DE ARMADURAS
Os metais, de um modo geral, encontram-se na natureza formando compostos, principalmente óxidos, além de
outros elementos. Para usá-los em sua forma elementar é preciso extrair o metal mediante um processo de
redução, que exige muita energia. O processo inverso pelo qual o metal volta ao seu estado natural vai
acompanhado de uma diminuição natural de sua energia, isto é, tem lugar através de uma reação espontânea.
Este processo, que corresponde a uma oxidação, é conhecido por corrosão e pode representar uma destruição
paulatina do metal. A corrosão metálica em um meio aquoso é um fenômeno de caráter eletroquímico, isto é,
supõe-se uma reação de oxidação, movimentação de elétrons através do metal e a circulação de íons através do
eletrólito.


A corrosão das armaduras é uma das principais causas de deterioração de estruturas de concreto armado. As
estruturas de concreto armado podem apresentar-se contaminadas por íons cloreto. Esses íons podem ter sido
introduzidos no concreto, ou estar na composição de aditivos ou pela contaminação da água ou da areia. Podem
ainda penetrar desde o exterior em ambientes marinhos ou industriais.

Quando a quantidade de íons cloreto atinge níveis críticos, pode ocorrer a despassivação da armadura e início
do processo de corrosão, que afeta significativamente a durabilidade, ocasionando conseqüências negativas
para a estabilidade, funcionalidade e estética das estruturas, diminuindo a sua vida útil.
RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO

                       PROCESSO DE CORROSÃO DA ARMADURA NO CONCRETO
Condições para início da corrosão:
          1- Presença de água
          2- Presença de Oxigênio
          3- Formação de pilha eletroquímica
Diferença de potencial → Pilha eletroquímica (migração de íons positivos e negativos)
Formação de uma região anódica e uma catódica ligadas por um eletrólito (água)

           Reação anódica        Fe → Fe++ + 2e- (íons de ferro + elétrons)
                                 Fe++ + 2(OH)- → Fe(OH)2 (hidróxido ferroso)
                                 4Fe(OH)2 + 2H2O + O2 → 4Fe(OH)3 (hidróxido férrico)


           Reação catódica        2e- + O2 + 2H2O → 4(OH-)        (íons hidroxila)


Descrição do mecanismo das reações:
Os íons ferro com carga elétrica positiva no ânodo passam para a solução, enquanto os elétrons livres e com
cargas negativas passam pelo aço em direção ao cátodo, onde são absorvidos pelos constituintes do eletrólito
(íons cloro) e também se combinam com a água e o oxigênio livre formando os íons hidroxila (OH-). Esses íons
se deslocam pelo eletrólito e se combinam com os íons ferrosos, transformando-os em hidróxido férrico.
RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO
             POSSÍVEIS CAUSAS DA CORROSÃO DA ARMADURA NO CONCRETO
Insuficiência de recobrimento da armadura
Nos primeiros dias da confecção o concreto tem alcalinidade (pH≈12,5) pela presença de hidróxidos e
principalmente de cálcio. Neste nível de alcalinidade o ferro está em situação passiva e não há perigo de
oxidação. Com o passar do tempo a carbonatação contínua faz com que a alcalinidade diminua em presença de
umidade ou seja, o hidróxido de cálcio presente no concreto reage com o gás carbônico (CO2) da atmosfera
conforme as equações abaixo. Com a diminuição do pH com valores abaixo de “9” o concreto passa a não mais
proteger a armadura.

                     CO2 + H2O → H2CO3 (dióxido de carbono + água = acido carbônico)
     H2CO3 + Ca (OH)2 → CaCO3 (acido carbônico + hidróxido de cálcio = carbonato de cálcio + água)
     CaCO3 + H2CO3 → Ca(HCO3 ) 2 (carbonato de cálcio + acido carbônico = bicarbonato de cálcio)

Reduzindo para “9” o pH da massa do concreto, tornando possível a corrosão da armadura.

A formação da “ferrugem” (formação do sal) se processa pela seguinte reação:

                           Fe + CO2 + H2O → FeCO3 + H2 (carbonato de ferro)

                       FeCO3 + CO2 + H2O → Fe ( HCO3 ) 2 (bicarbonato de ferroso)

que pela ação do oxigênio ionizado, se oxida.

                 2Fe ( HCO3 ) 2 + O2 → Fe 2 O3 . 2H2O + 4CO2 (óxido de ferro hidratado)
RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO

Corrosão por íons cloretos
Os cloretos podem estar presentes nos aditivos aceleradores de pega do tipo em CaCl2 , também na água de
amassamento e, eventualmente, nos agregados. Em regiões próximas ao mar ou em atmosferas industriais, só
cloretos penetram no concreto durante a fase de uso. Os íons cloretos como agentes agressivos podem atuar
como catalisadores, acelerando o processo de corrosão, e a reação dos íons cloreto com a armadura pode se dar
conforme a equação:
                      Fe+++ + 3(Cl-) → FeCl3 (cloreto de ferro)

                      FeCl3 + 3OH → 3Cl- + Fe(OH)3 (hidróxido férrico)

Efeitos da corrosão e sintomatologia típica no concreto

Os produtos da corrosão são uma gama variada de óxido e hidróxido de ferro que passam a ocupar volumes de 3
a 10 vezes superiores ao volume original do aço da armadura, podendo causar tensões internas maiores que
15MPa. À medida que a corrosão vai se processando, esses produtos expansivos vão se acumulando cada vez
mais ao redor das armaduras, criando verdadeiras “crostas” no seu entorno.
RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO

                      EXTRAÇÃO DE ÍONS CLORETO DO CONCRETO
 UM MÉTODO DE EXTRAÇÃO ELETROQUÍMICA DE ÍONS CLORETO NA REABILITAÇÃO DE
 ESTRUTURAS DE CONCRETO COM PROBLEMAS DE CORROSÃO DE ARMADURAS. ESSA
      METODOLOGIA PODE SER UTILIZADA PARA EVITAR AS DESVANTAGENS DA
            RECUPERAÇÃO TRADICIONAL DO REPARO LOCALIZADO.
                               MONTEIRO, E. B & HELENE, P. R. L. (2003)


A reabilitação de estruturas pode ser realizada através de métodos tradicionais ou eletroquímicos. Para
reabilitações tradicionais entende-se método destrutivo que consistem na eliminação do concreto contaminado,
substituindo-o por novos materiais especialmente formulados para reabilitação. Já os métodos eletroquímicos
englobam a proteção catódica, a re-alcalinização e a extração de íons cloreto, na maioria das vezes sem
necessidade de demolições e reconstituições de parte do elemento estrutural.
Os métodos eletroquímicos representam uma ferramenta importante para o estudo da durabilidade do concreto,
para a produção de estruturas mais duráveis e também, para o desenvolvimento de ensaios de desempenho e de
métodos de proteção e reabilitação de estruturas atacadas pela corrosão, visando aumentar sua vida útil. A re-
alcalinização e a extração de íons cloreto são métodos eletroquímicos mais recentes que ainda estão sendo
desenvolvidos na atualidade. A aplicação desses métodos se baseia em eliminar a causa que está produzindo a
corrosão das armaduras, em outras palavras, reduzir os íons cloreto e proporcionar o aumento do pH da solução
intersticial dos poros do concreto em torno do aço.
RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO

                                            INTRODUÇÃO

 OS PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA ATUAÇÃO DE UMA REABILITAÇÃO, REALIZADA NUMA ESTRUTURA COM PROBLEMAS
                               DE CORROSÃO DE ARMADURAS PODEM SER:

• INTERRUPÇÃO OU MINIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE CORROSÃO ANÓDICO
• INTERRUPÇÃO OU MINIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE CORROSÃO CATÓDICO
• INTERRUPÇÃO OU MINIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ELETROLÍTICO


O método de extração eletroquímica de íons cloreto consiste na aplicação de um campo elétrico entre as
armaduras presentes no interior do concreto e um eletrodo externo constituído por uma malha metálica ou
equivalente, imersa em um reservatório de eletrólito.


                                                           Extração eletroquímica de íons cloreto
                                                 Com a aplicação da corrente, íons de carga negativa,
                                                 como os íons cloreto, são atraídos para o ânodo colocado
                                                 externamente à superfície do concreto. Ocorre também a
                                                 migração de cátions (Na+) para as armaduras e produção
                                                 de íons hidroxila (OH -) na superfície das armaduras, como
                                                 conseqüência das reações catódicas. A taxa de extração
                                                 de íons cloreto é diretamente proporcional à corrente
                                                 aplicada no concreto.
RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO
                                         PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS
A extração eletroquímica de cloretos foi realizada em corpos-de-prova prismáticos. A Figura 1 mostra o detalhe
do corpo de prova com cobrimento de 4 cm. A variação do traço apresentado na Tabela 1, deve-se à variação da
relação água/cimento visando obter concretos de mesma trabalhabilidade. As armaduras utilizadas nos corpos-
de-prova têm 6,3 mm de diâmetro e são de aço do tipo CA-50. As superfícies das armaduras foram limpas
segundo a norma ASTM G1 (1990). A área de ataque foi padronizada em 9,9 cm2, sendo o restante coberto com
fita isolante e depois pintado com tinta anti-corrosiva. Esses corpos-de-prova foram desmoldados em 24 horas e
curados em câmara úmida à temperatura de (23±2)° e umidade r elativa igual ou maior que 95% por 28 dias. A
                                                       C
seguir, iniciou-se o procedimento de indução de cloretos de duas formas distintas:
1- Realizado nas Séries Alfa: através de câmara de névoa salina durante 91 dias, sendo as condições de ensaio
especificadas na norma ASTM B 117 (1979).
2 - Realizado nas Séries Beta: através de semiciclos de secagem e imersão parcial em solução com 5 % de NaCl com
duração de 8 a 16 ciclos.




                                                            Tabela 1 - Traços
            Figura 1 – Amostras utilizadas                      do concreto
RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO
                                 MÉTODO DE EXTRAÇÃO DOS ÍONS CLORETO

Foram utilizadas malhas de aço inoxidável como ânodo
externo. Desenvolveu-se uma fonte de corrente de forma a
manter a corrente de extração constante e igual a 1 A/m2 de
superfície de concreto ao longo do ensaio, sem a
necessidade de ajustá-la à medida em que os cloretos
fossem sendo removidos e o meio se tornasse mais
resistivo. Utilizou-se água potável como eletrólito, trocada
diariamente de forma a minimizar as alterações na solução
ao longo da extração (Figura 2). O tratamento teve duração
de 6 a 8 semanas, com ciclos de 2 semanas de tratamento
seguido de um período de descanso de 1 semana.
                                                               Figura 2 – Fotografia da cuba eletrolítica para o ensaio
                                                               de extração eletroquímica de cloretos.




Figura 2 - Aparato de Ensaio de Extração
Eletroquímica de Íons Cloreto                                  Linhas padrão num campo não homogêneo entre a
                                                                      barra e superfície (malha metálica).
RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO

                                 TÉCNICA DE EXTRAÇÃO DE ÍONS CLORETO

Para avaliar a técnica de extração de cloretos foram retiradas amostras, na forma de fatias extraídas dos corpos-
de-prova, para análise do teor de íons cloreto inicial e final, conforme mostrado na Figura 3.

                                                 A retirada das amostras seguiu a seguinte metodologia. Foi
                                                 retirada uma fatia de 0,25 cm, que foi descartada porque
                                                 continha um elevado conteúdo de íons cloreto na superfície do
                                                 concreto. Depois disso, uma fatia de 0,5 cm de concreto foi
                                                 removida para determinação teor inicial de íons cloreto.
                                                 Sabendo que existe uma perda de concreto de 0,25 cm durante
                                                 o corte das fatias, a face onde a amostra inicial foi extraída
                                                 tinha 1 cm cobrimento maior do que a outra face. O objetivo foi
                                                 de manter o mesmo cobrimento do concreto ao longo da
                                                 extração de cloretos em ambas as faces, depois de remover a
                                                 amostra inicial para determinação do teor de cloretos.
     Figura 3 – Extração de amostras para
        determinação do teor de cloreto

O procedimento de retirar fatias dos corpos-de-prova surgiu em função da densidade de corrente não ser
uniforme ao longo da superfície do concreto. Foram determinados os teores de íons cloreto no interior do
concreto pelo método ASTM C 1152 (1992), o qual determina o teor de íons cloreto totais solúveis em ácido.
RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO

        ASPECTOS DO CONCRETO E DA ARMADURA APÓS EXTRAÇÃO – SÉRIE ALFA


                                                Aspectos da superfície do concreto e da armadura das
                                                Série Alfa nas quais a penetração de íons cloreto
                                                ocorreu através da câmara de névoa salina.




Fotografia do estado do corpo-de-prova após o
 tratamento com o método de extração de íons
            cloreto das Séries Alfas.




                                                     Fotografia do estado da armadura das Séries Alfa
                                                     após a extração eletroquímica de cloretos, tirada
                                                              através da lupa estereoscópica.

                                                      Nota-se que não foram encontrados sinais de
                                                               corrosão nessa armadura.
RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO
            ASPECTOS DO CONCRETO E DA ARMADURA APÓS EXTRAÇÃO – SÉRIE BETA

Aspectos da superfície do concreto e da armadura das Série Beta nas quais a penetração de íons cloreto
ocorreu através dos ciclos de imersão e secagem.

                                                 Fotografia do estado do corpo-de-prova após o tratamento
                                                 com o método de extração eletroquímica de íons cloreto das
                                                 Série Beta.

                                                 Nota-se manchas provenientes de produtos de corrosão

                                                 Na fotografia do estado da armadura nota-se a cor vermelho,
                                                 preto e alaranjado, podendo significar presença de magnetita.




                                                 Fotografia do detalhe “A” com lupa referente à figura acima.
                                                 Nota-se um depósito de uma substância esbranquiçada,
                                                 juntamente com regiões de coloração laranja e preta.

                                                 Essa substância esbranquiçada é possivelmente constituída
                                                 de hidróxido de sódio. Alguns pesquisadores sugeriram que a
                                                 presença de hidróxido de sódio na interface entre as
                                                 armaduras é o fator de inibição da corrosão.
RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO
                                           EFEITOS COLATERAIS

AUMENTO DA POROSIDADE DO CONCRETO
Alguns pesquisadores observaram que após o método de extração dos íons cloreto a porosidade aumentou o
que foi constatado através dos ensaios de porosimetria de mercúrio, principalmente na quantidade de poros
pequenos em torno de 1 µm.

REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO
Quando executada a extração eletroquímica dos cloretos, o aumento de OH - na solução aquosa dos poros em
volta da armadura e, conseqüentemente, o aumento do pH, pode iniciar ou acelerar a reação álcali-agregado no
caso do agregado ter partículas de silício reativo. Porém não resulta em expansão quando o concreto está
saturado, como é o caso do concreto durante a extração de íons cloretos.

REDUÇÃO DA ADERÊNCIA ENTRE AÇO E CONCRETO
A diminuição de aderência entre o aço e o concreto é causada por mudanças na composição da matriz de
cimento endurecida que ocorre devido ao significativo acúmulo de íons hidroxila em volta do cátodo. O método de
extração eletroquímica de íons cloreto provocou uma significativa redução na resistência de arrancamento e a
diminuição da aderência mostrou ser dependente da densidade de corrente aplicada e da quantidade inicial de
íons cloreto.

EVOLUÇÃO DO HIDROGÊNIO E ENFRAQUECIMENTO DO AÇO
Durante a extração eletroquímica de cloretos há produção de hidrogênio na superfície da barra de aço no interior
do concreto. A formação desse gás pode trazer efeitos adversos devido à pressão exercida pelo gás no concreto
e perigo de enfraquecimento do aço. Somente com densidades de corrente e cargas totais acima das aplicadas
normalmente na extração eletroquímica de cloretos tal pressão se torna preocupante.

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  • 1. RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO CORROSÃO DE ARMADURAS Os metais, de um modo geral, encontram-se na natureza formando compostos, principalmente óxidos, além de outros elementos. Para usá-los em sua forma elementar é preciso extrair o metal mediante um processo de redução, que exige muita energia. O processo inverso pelo qual o metal volta ao seu estado natural vai acompanhado de uma diminuição natural de sua energia, isto é, tem lugar através de uma reação espontânea. Este processo, que corresponde a uma oxidação, é conhecido por corrosão e pode representar uma destruição paulatina do metal. A corrosão metálica em um meio aquoso é um fenômeno de caráter eletroquímico, isto é, supõe-se uma reação de oxidação, movimentação de elétrons através do metal e a circulação de íons através do eletrólito. A corrosão das armaduras é uma das principais causas de deterioração de estruturas de concreto armado. As estruturas de concreto armado podem apresentar-se contaminadas por íons cloreto. Esses íons podem ter sido introduzidos no concreto, ou estar na composição de aditivos ou pela contaminação da água ou da areia. Podem ainda penetrar desde o exterior em ambientes marinhos ou industriais. Quando a quantidade de íons cloreto atinge níveis críticos, pode ocorrer a despassivação da armadura e início do processo de corrosão, que afeta significativamente a durabilidade, ocasionando conseqüências negativas para a estabilidade, funcionalidade e estética das estruturas, diminuindo a sua vida útil.
  • 2. RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO PROCESSO DE CORROSÃO DA ARMADURA NO CONCRETO Condições para início da corrosão: 1- Presença de água 2- Presença de Oxigênio 3- Formação de pilha eletroquímica Diferença de potencial → Pilha eletroquímica (migração de íons positivos e negativos) Formação de uma região anódica e uma catódica ligadas por um eletrólito (água) Reação anódica Fe → Fe++ + 2e- (íons de ferro + elétrons) Fe++ + 2(OH)- → Fe(OH)2 (hidróxido ferroso) 4Fe(OH)2 + 2H2O + O2 → 4Fe(OH)3 (hidróxido férrico) Reação catódica 2e- + O2 + 2H2O → 4(OH-) (íons hidroxila) Descrição do mecanismo das reações: Os íons ferro com carga elétrica positiva no ânodo passam para a solução, enquanto os elétrons livres e com cargas negativas passam pelo aço em direção ao cátodo, onde são absorvidos pelos constituintes do eletrólito (íons cloro) e também se combinam com a água e o oxigênio livre formando os íons hidroxila (OH-). Esses íons se deslocam pelo eletrólito e se combinam com os íons ferrosos, transformando-os em hidróxido férrico.
  • 3. RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO POSSÍVEIS CAUSAS DA CORROSÃO DA ARMADURA NO CONCRETO Insuficiência de recobrimento da armadura Nos primeiros dias da confecção o concreto tem alcalinidade (pH≈12,5) pela presença de hidróxidos e principalmente de cálcio. Neste nível de alcalinidade o ferro está em situação passiva e não há perigo de oxidação. Com o passar do tempo a carbonatação contínua faz com que a alcalinidade diminua em presença de umidade ou seja, o hidróxido de cálcio presente no concreto reage com o gás carbônico (CO2) da atmosfera conforme as equações abaixo. Com a diminuição do pH com valores abaixo de “9” o concreto passa a não mais proteger a armadura. CO2 + H2O → H2CO3 (dióxido de carbono + água = acido carbônico) H2CO3 + Ca (OH)2 → CaCO3 (acido carbônico + hidróxido de cálcio = carbonato de cálcio + água) CaCO3 + H2CO3 → Ca(HCO3 ) 2 (carbonato de cálcio + acido carbônico = bicarbonato de cálcio) Reduzindo para “9” o pH da massa do concreto, tornando possível a corrosão da armadura. A formação da “ferrugem” (formação do sal) se processa pela seguinte reação: Fe + CO2 + H2O → FeCO3 + H2 (carbonato de ferro) FeCO3 + CO2 + H2O → Fe ( HCO3 ) 2 (bicarbonato de ferroso) que pela ação do oxigênio ionizado, se oxida. 2Fe ( HCO3 ) 2 + O2 → Fe 2 O3 . 2H2O + 4CO2 (óxido de ferro hidratado)
  • 4. RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO Corrosão por íons cloretos Os cloretos podem estar presentes nos aditivos aceleradores de pega do tipo em CaCl2 , também na água de amassamento e, eventualmente, nos agregados. Em regiões próximas ao mar ou em atmosferas industriais, só cloretos penetram no concreto durante a fase de uso. Os íons cloretos como agentes agressivos podem atuar como catalisadores, acelerando o processo de corrosão, e a reação dos íons cloreto com a armadura pode se dar conforme a equação: Fe+++ + 3(Cl-) → FeCl3 (cloreto de ferro) FeCl3 + 3OH → 3Cl- + Fe(OH)3 (hidróxido férrico) Efeitos da corrosão e sintomatologia típica no concreto Os produtos da corrosão são uma gama variada de óxido e hidróxido de ferro que passam a ocupar volumes de 3 a 10 vezes superiores ao volume original do aço da armadura, podendo causar tensões internas maiores que 15MPa. À medida que a corrosão vai se processando, esses produtos expansivos vão se acumulando cada vez mais ao redor das armaduras, criando verdadeiras “crostas” no seu entorno.
  • 5. RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO EXTRAÇÃO DE ÍONS CLORETO DO CONCRETO UM MÉTODO DE EXTRAÇÃO ELETROQUÍMICA DE ÍONS CLORETO NA REABILITAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO COM PROBLEMAS DE CORROSÃO DE ARMADURAS. ESSA METODOLOGIA PODE SER UTILIZADA PARA EVITAR AS DESVANTAGENS DA RECUPERAÇÃO TRADICIONAL DO REPARO LOCALIZADO. MONTEIRO, E. B & HELENE, P. R. L. (2003) A reabilitação de estruturas pode ser realizada através de métodos tradicionais ou eletroquímicos. Para reabilitações tradicionais entende-se método destrutivo que consistem na eliminação do concreto contaminado, substituindo-o por novos materiais especialmente formulados para reabilitação. Já os métodos eletroquímicos englobam a proteção catódica, a re-alcalinização e a extração de íons cloreto, na maioria das vezes sem necessidade de demolições e reconstituições de parte do elemento estrutural. Os métodos eletroquímicos representam uma ferramenta importante para o estudo da durabilidade do concreto, para a produção de estruturas mais duráveis e também, para o desenvolvimento de ensaios de desempenho e de métodos de proteção e reabilitação de estruturas atacadas pela corrosão, visando aumentar sua vida útil. A re- alcalinização e a extração de íons cloreto são métodos eletroquímicos mais recentes que ainda estão sendo desenvolvidos na atualidade. A aplicação desses métodos se baseia em eliminar a causa que está produzindo a corrosão das armaduras, em outras palavras, reduzir os íons cloreto e proporcionar o aumento do pH da solução intersticial dos poros do concreto em torno do aço.
  • 6. RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO INTRODUÇÃO OS PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA ATUAÇÃO DE UMA REABILITAÇÃO, REALIZADA NUMA ESTRUTURA COM PROBLEMAS DE CORROSÃO DE ARMADURAS PODEM SER: • INTERRUPÇÃO OU MINIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE CORROSÃO ANÓDICO • INTERRUPÇÃO OU MINIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE CORROSÃO CATÓDICO • INTERRUPÇÃO OU MINIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ELETROLÍTICO O método de extração eletroquímica de íons cloreto consiste na aplicação de um campo elétrico entre as armaduras presentes no interior do concreto e um eletrodo externo constituído por uma malha metálica ou equivalente, imersa em um reservatório de eletrólito. Extração eletroquímica de íons cloreto Com a aplicação da corrente, íons de carga negativa, como os íons cloreto, são atraídos para o ânodo colocado externamente à superfície do concreto. Ocorre também a migração de cátions (Na+) para as armaduras e produção de íons hidroxila (OH -) na superfície das armaduras, como conseqüência das reações catódicas. A taxa de extração de íons cloreto é diretamente proporcional à corrente aplicada no concreto.
  • 7. RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS A extração eletroquímica de cloretos foi realizada em corpos-de-prova prismáticos. A Figura 1 mostra o detalhe do corpo de prova com cobrimento de 4 cm. A variação do traço apresentado na Tabela 1, deve-se à variação da relação água/cimento visando obter concretos de mesma trabalhabilidade. As armaduras utilizadas nos corpos- de-prova têm 6,3 mm de diâmetro e são de aço do tipo CA-50. As superfícies das armaduras foram limpas segundo a norma ASTM G1 (1990). A área de ataque foi padronizada em 9,9 cm2, sendo o restante coberto com fita isolante e depois pintado com tinta anti-corrosiva. Esses corpos-de-prova foram desmoldados em 24 horas e curados em câmara úmida à temperatura de (23±2)° e umidade r elativa igual ou maior que 95% por 28 dias. A C seguir, iniciou-se o procedimento de indução de cloretos de duas formas distintas: 1- Realizado nas Séries Alfa: através de câmara de névoa salina durante 91 dias, sendo as condições de ensaio especificadas na norma ASTM B 117 (1979). 2 - Realizado nas Séries Beta: através de semiciclos de secagem e imersão parcial em solução com 5 % de NaCl com duração de 8 a 16 ciclos. Tabela 1 - Traços Figura 1 – Amostras utilizadas do concreto
  • 8. RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO MÉTODO DE EXTRAÇÃO DOS ÍONS CLORETO Foram utilizadas malhas de aço inoxidável como ânodo externo. Desenvolveu-se uma fonte de corrente de forma a manter a corrente de extração constante e igual a 1 A/m2 de superfície de concreto ao longo do ensaio, sem a necessidade de ajustá-la à medida em que os cloretos fossem sendo removidos e o meio se tornasse mais resistivo. Utilizou-se água potável como eletrólito, trocada diariamente de forma a minimizar as alterações na solução ao longo da extração (Figura 2). O tratamento teve duração de 6 a 8 semanas, com ciclos de 2 semanas de tratamento seguido de um período de descanso de 1 semana. Figura 2 – Fotografia da cuba eletrolítica para o ensaio de extração eletroquímica de cloretos. Figura 2 - Aparato de Ensaio de Extração Eletroquímica de Íons Cloreto Linhas padrão num campo não homogêneo entre a barra e superfície (malha metálica).
  • 9. RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO TÉCNICA DE EXTRAÇÃO DE ÍONS CLORETO Para avaliar a técnica de extração de cloretos foram retiradas amostras, na forma de fatias extraídas dos corpos- de-prova, para análise do teor de íons cloreto inicial e final, conforme mostrado na Figura 3. A retirada das amostras seguiu a seguinte metodologia. Foi retirada uma fatia de 0,25 cm, que foi descartada porque continha um elevado conteúdo de íons cloreto na superfície do concreto. Depois disso, uma fatia de 0,5 cm de concreto foi removida para determinação teor inicial de íons cloreto. Sabendo que existe uma perda de concreto de 0,25 cm durante o corte das fatias, a face onde a amostra inicial foi extraída tinha 1 cm cobrimento maior do que a outra face. O objetivo foi de manter o mesmo cobrimento do concreto ao longo da extração de cloretos em ambas as faces, depois de remover a amostra inicial para determinação do teor de cloretos. Figura 3 – Extração de amostras para determinação do teor de cloreto O procedimento de retirar fatias dos corpos-de-prova surgiu em função da densidade de corrente não ser uniforme ao longo da superfície do concreto. Foram determinados os teores de íons cloreto no interior do concreto pelo método ASTM C 1152 (1992), o qual determina o teor de íons cloreto totais solúveis em ácido.
  • 10. RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ASPECTOS DO CONCRETO E DA ARMADURA APÓS EXTRAÇÃO – SÉRIE ALFA Aspectos da superfície do concreto e da armadura das Série Alfa nas quais a penetração de íons cloreto ocorreu através da câmara de névoa salina. Fotografia do estado do corpo-de-prova após o tratamento com o método de extração de íons cloreto das Séries Alfas. Fotografia do estado da armadura das Séries Alfa após a extração eletroquímica de cloretos, tirada através da lupa estereoscópica. Nota-se que não foram encontrados sinais de corrosão nessa armadura.
  • 11. RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ASPECTOS DO CONCRETO E DA ARMADURA APÓS EXTRAÇÃO – SÉRIE BETA Aspectos da superfície do concreto e da armadura das Série Beta nas quais a penetração de íons cloreto ocorreu através dos ciclos de imersão e secagem. Fotografia do estado do corpo-de-prova após o tratamento com o método de extração eletroquímica de íons cloreto das Série Beta. Nota-se manchas provenientes de produtos de corrosão Na fotografia do estado da armadura nota-se a cor vermelho, preto e alaranjado, podendo significar presença de magnetita. Fotografia do detalhe “A” com lupa referente à figura acima. Nota-se um depósito de uma substância esbranquiçada, juntamente com regiões de coloração laranja e preta. Essa substância esbranquiçada é possivelmente constituída de hidróxido de sódio. Alguns pesquisadores sugeriram que a presença de hidróxido de sódio na interface entre as armaduras é o fator de inibição da corrosão.
  • 12. RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO EFEITOS COLATERAIS AUMENTO DA POROSIDADE DO CONCRETO Alguns pesquisadores observaram que após o método de extração dos íons cloreto a porosidade aumentou o que foi constatado através dos ensaios de porosimetria de mercúrio, principalmente na quantidade de poros pequenos em torno de 1 µm. REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO Quando executada a extração eletroquímica dos cloretos, o aumento de OH - na solução aquosa dos poros em volta da armadura e, conseqüentemente, o aumento do pH, pode iniciar ou acelerar a reação álcali-agregado no caso do agregado ter partículas de silício reativo. Porém não resulta em expansão quando o concreto está saturado, como é o caso do concreto durante a extração de íons cloretos. REDUÇÃO DA ADERÊNCIA ENTRE AÇO E CONCRETO A diminuição de aderência entre o aço e o concreto é causada por mudanças na composição da matriz de cimento endurecida que ocorre devido ao significativo acúmulo de íons hidroxila em volta do cátodo. O método de extração eletroquímica de íons cloreto provocou uma significativa redução na resistência de arrancamento e a diminuição da aderência mostrou ser dependente da densidade de corrente aplicada e da quantidade inicial de íons cloreto. EVOLUÇÃO DO HIDROGÊNIO E ENFRAQUECIMENTO DO AÇO Durante a extração eletroquímica de cloretos há produção de hidrogênio na superfície da barra de aço no interior do concreto. A formação desse gás pode trazer efeitos adversos devido à pressão exercida pelo gás no concreto e perigo de enfraquecimento do aço. Somente com densidades de corrente e cargas totais acima das aplicadas normalmente na extração eletroquímica de cloretos tal pressão se torna preocupante.