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MANEJO E CONSERVAÇÃO DO
SOLO E DA ÁGUA
Aula 6 – Sistemas de preparo do solo
Profª. Drª. Janielly Silva Costa Moscôso
Introdução
 O preparo do solo era considerado uma operação bem rústica,
muito trabalhosa e demorada.
 Sistemas mais aperfeiçoados teriam suas origens quando o
arado de aiveca de metal foi inventado em 1760, na Escócia.
Introdução
 Desde então os implementos vem evoluindo, se tornando cada
vez maiores acompanhados por tratores cada vez mais pesados
e possantes, possibilitando o preparo de grandes extensões
com menor esforço físico.
Objetivos do preparo do solo
 Eliminação de plantas não desejáveis, diminuindo a
concorrência com a cultura implantada.
 Obtenção de condições favoráveis para a colocação de
sementes ou partes de plantas no solo, permitindo a sua boa
germinação e emergência, além de bom desenvolvimento.
 Manutenção da fertilidade e da produtividade ao longo do
tempo, preservando a matéria orgânica do solo.
Objetivos do preparo do solo
 Eliminação de camadas compactadas para aumento da
infiltração de água no solo e aeração.
 Incorporação e mistura no solo de calcário, fertilizantes e
produtos agroquímicos.
 Enterrio de restos vegetais.
 Nivelamento do terreno para conseguir uma boa performance
das máquinas e equipamentos, desde o plantio até a colheita.
 Preparo da superfície do terreno (diques, canais, nivelamento,
sulcos) para usar a irrigação nas lavouras.
Ponto de umidade ideal para o preparo do solo
O ponto ideal é determinado quando é possível um trator operar
com o mínimo esforço, dando-nos os melhores resultados nos
serviços realizados. (Ponto de Sazão).
 Preparo do solo com umidade excessiva
O solo sofre danos físicos na sua estrutura (compactação) e
adere com maior força nos implementos (principalmente em solos
argilosos) até o ponto de inviabilizar a operação desejada.
Ponto de umidade ideal para o preparo do solo
 Preparo do solo com falta de umidade
Não ocorrem danos físicos na estrutura, mas um maior numero de
passagens será necessário para alcançar o destorroamento que
permita efetuar a operação de semeadura, aumentando os gastos
com combustível. O preparo com implementos muitos enérgicos
(enxada rotativa) pode destruir a estrutura do solo,
superficialmente, pulverizando-o e facilitando o processo erosivo.
Principais operações de preparo do solo
 Aração (lavração)
 Gradagem (gradeação)
 Subsolagem
 Escarificação
Principais operações de preparo do solo
 Aração (lavração)
Função de cortar e inverter a camada do solo, conforme a
profundidade de trabalho adotada. É realizada através do
implemento agrícola denominado arado, que é classificado como
de:
• Tração mecânica (discos ou aiveca, com levante hidráulico ou
de arrasto)
• Tração animal (aiveca e pica-pau)
Principais operações de preparo do solo
 Aração (lavração)
Função de cortar e inverter a camada do solo, conforme a
profundidade de trabalho adotada. É realizada através do
implemento agrícola denominado arado, que é classificado como
de:
• Tração mecânica (discos ou aiveca, com levante hidráulico ou
de arrasto)
• Tração animal (aiveca e pica-pau)
Principais operações de preparo do solo
 Aração (lavração)
Principais operações de preparo do solo
 Aração (lavração)
Principais operações de preparo do solo
 Aração (lavração)
 Preparo primário
Enterrar e eliminar as ervas daninhas e melhorar as condições do
solo para a germinação e emergência das plantas.
Principais operações de preparo do solo
 Gradagem (gradeação)
A gradagem, geralmente, é realizada após a aração, com objetivo
de desmanchar os torrões e nivelar o terreno. Existem dois tipos
principais de grades: de dentes e de discos. As grades de discos
são as mais utilizadas, e são classificadas como:
• Grade leve (niveladora)
• Grade pesada (aradora)
Principais operações de preparo do solo
 Gradagem (gradeação)
 Preparo secundário
Uniformizar a superfície do solo facilitando o plantio e a
incorporação dos corretivos e fertilizantes.
Principais operações de preparo do solo
 Subsolagem
 A subsolagem é uma operação de preparo do solo realizada
através do implemento agrícola denominado de subsolador.
A profundidade de trabalho do subsolador é superior a 30 cm. Ela é
praticada quando se deseja uma mobilização de solo para fins de
drenagem, rompimento de camada impermeável ou compactada,
sem misturá-la ao solo.
Principais operações de preparo do solo
 Escarificação
A escarificação é uma operação de preparo do solo realizada
através do implemento agrícola denominado de escarificador. A
escarificação é realizada com objetivo de romper crostas
superficiais ou camadas de solo compactadas.
A profundidade de trabalho do escarificador é de até 30 cm. Quando
realizada entre 5 a 15 cm é denominada leve, quando realizada entre
15 a 30 cm é denominada pesada.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
Conforme o grau de movimentação do solo, os sistemas de
preparo do solo são classificados em:
 Convencional
 Mínimo ou Reduzido
 Plantio Direto ou Semeadura Direta
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Convencional
É constituído, geralmente, de uma aração e duas ou mais
gradagens niveladoras, com os resíduos culturais sendo
incorporados ao solo.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Vantagens do sistema Convencional:
 Aumenta a mineralização dos componentes orgânicos pelos
microorganismos o que contribui para tornar os elementos
minerais disponíveis para as plantas.
 Aumento da aeração do solo
 Destruição de ervas daninhas e sementeiras
 Nivelamento da superfície do solo facilitando as operações de
semeadura, cultivo e colheita.
 Incorporação de fertilizantes, corretivos e matéria orgânica
(maior decomposição de adubos orgânicos e restos vegetais).
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Desvantagens do sistema Convencional:
 O revolvimento intensivo diminui a fertilidade do solo devido às perdas
por lixiviação principalmente em solos de baixo poder de retenção
(solos arenosos).
 Pode haver mistura das partículas dos horizontes pela aração efetuada
profundamente o que poderá causar uma infertilização temporária do
solo. Excepcionalmente poderá ser permanente.
 Favorece a erosão em solos declivosos.
 Necessidade de efetuar tratos culturais, principalmente capinas o que
aumenta o custo de produção da cultura.
 O tempo de preparo do solo é maior que para outros sistemas.
 Há necessidade de um uso maior de implementos, aumentando os
gastos com combustível e custo de produção.
 A mobilização continua do solo devido às praticas de preparo muitas
vezes é responsável pelo aparecimento de uma camada compactada
(10 a 25 cm de profundidade) que dificulta a infiltração de água e o
crescimento de raízes, deixando o solo altamente suscetível à erosão.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Cultivo mínimo
Neste tipo de preparo é realizada apenas uma operação de
preparo, com um mínimo revolvimento do solo e semi-
incorporação dos resíduos culturais.
Esta mínima mobilização do solo, que pode ser realizada com grade
leve, grade pesada ou escarificador, irá romper crostas superficiais e
controlar parcialmente as plantas daninhas.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Cultivo mínimo
Existem vários métodos de cultivo mínimo com diferentes
naturezas e graus de intensidade:
• Escarificação em solo coberto por restos culturais, picados ou
não;
• Plantio de leguminosas de cobertura, a lanço, seguido mais
tarde, de sulcamento e plantio da cultura principal (milho por
exemplo);
• Sulcamento em solos cobertos com restos culturais em pé, sem
lavrar e sem picar, sujeitos a posterior cultivo de limpeza entre
as linhas, para eliminação das plantas daninhas.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Vantagens e Desvantagens do cultivo mínimo
 Tanto vantagens como desvantagens são praticamente as
mesmas do sistema convencional.
 Porém no cultivo mínimo ocorre maiores problemas de perdas
de solo por erosão que no sistema convencional. Pois, as rodas
dos tratores compactam o sub solo e a grade deixa a superfície
muito pulverizada, acarretando graves danos de erosão, pois
sua ação é mais superficial que a do arado.
 Mas, quando empregados outros métodos, este sistema se
apresenta como intermediário entre o preparo convencional e
plantio direto no que diz respeito à erosão do solo.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Plantio Direto ou Semeadura Direta
É um sistema de semeadura no qual a semente é colocada
diretamente no solo não revolvido, sobre a palha, usando-se
máquinas especiais. É o sistema de cultivo mais apropriado para
as condições tropicais.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Plantio Direto ou Semeadura Direta
São três operações fundamentais neste sistema:
- Colher e esparramar os restos de cultura (picador de palha nas
colheitadeiras);
- Pulverizar herbicidas;
- Plantar com equipamento especial.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Plantio Direto ou Semeadura Direta
Requisitos para este sistema:
- Preparo do agricultor e mão-de-obra:
• Conhecimento e domínio por parte do agricultor de todas as
fases do sistema.
• Gerenciamento e mão-de-obra devem ser treinadas.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Plantio Direto ou Semeadura Direta
- Preparo da área:
• Drenagem em solos úmidos
• Descompactação do solo antes do inicio do sistema
• Superfície do terreno deve estar nivelada (eliminar sulcos de
erosão)
• Correção da acidez antes de iniciar o plantio direto
• Níveis de fertilidade na faixa média ou alta.
• Correção de fósforo antes de iniciar o sistema.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Plantio Direto ou Semeadura Direta
- Manejo dos restos culturais:
• Os restos culturais na superfície devem cobrir pelo menos 50%
do solo. Caso falte, deverá ser obtida mediante adubação
verde (6 ton.MS/ha/ano. no mínimo)
• Uso de picador e distribuidor de palha nas colhedeiras.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Plantio Direto ou Semeadura Direta
- Manejo das ervas daninhas e herbicidas.
• Eliminação de ervas daninhas perenes, pois além de serem de
difícil controle, afetam o crescimento e rendimento nas lavouras.
• Não haver alta infestação de ervas daninhas muito agressivas
(aumentam o custo com herbicidas).
• As ervas deverão ser identificadas e receber controle especifico.
• Definir adequadamente o sistema de manejo das ervas
daninhas para controlar o custo de produção.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Plantio Direto ou Semeadura Direta
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Vantagens do Plantio Direto ou Semeadura Direta
 Evita o impacto direto da gota da chuva
 Regula a temperatura do solo
 Conserva a umidade do solo
 Produção de ácido poliurónico (auxilia na estruturação do solo)
 Melhoramento da estrutura do solo
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 Aumenta o teor de N no solo
 Diminui a infestação de ervas daninhas
 Aumenta a disponibilidade de P no solo
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plantas.
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Desvantagens do Plantio Direto ou Semeadura Direta
 Aumento da relação C/N, pelo excesso de matéria orgânica
(principalmente após gramíneas)
 Aumento da umidade pode prejudicar as culturas em locais de
clima úmido ou em solos de pouca permeabilidade.
 Facilita a formação de geadas em locais muito frio
 O aumento de N pode causar acamamento da cultura
 Alto custo de herbicidas
 Uso de maquinas especificas para o sistema
 Diminuição da produção caso a infestação de ervas daninhas
aumente e com ela a concorrência da cultura
 Necessidade de pessoal técnico especializado em
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Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Ganhos na fertilidade do solo após implantação do Plantio
Direto ou Semeadura Direta
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Ganhos na fertilidade do solo após implantação do Plantio
Direto ou Semeadura Direta
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 Ganhos na fertilidade do solo após implantação do Plantio
Direto ou Semeadura Direta
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 Ganhos na fertilidade do solo após implantação do Plantio
Direto ou Semeadura Direta
Classificação dos sistemas de preparo do solo
 Qual sistema de preparo do solo escolher?
É altamente recomendável utilizarmos os sistemas mais
conservacionistas para o preparo do solo e a implantação
das culturas agrícolas. Entretanto, faz-se necessária uma
avaliação in loco, para determinarmos qual sistema de
preparo é o mais adequado para ser utilizado, considerando a
cultura a ser implantada, o histórico de adubações da área, o
relevo, o clima, a adoção de práticas de conservação de solo,
entre outras variáveis.

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Preparo do Solo

  • 1. MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA Aula 6 – Sistemas de preparo do solo Profª. Drª. Janielly Silva Costa Moscôso
  • 2. Introdução  O preparo do solo era considerado uma operação bem rústica, muito trabalhosa e demorada.  Sistemas mais aperfeiçoados teriam suas origens quando o arado de aiveca de metal foi inventado em 1760, na Escócia.
  • 3. Introdução  Desde então os implementos vem evoluindo, se tornando cada vez maiores acompanhados por tratores cada vez mais pesados e possantes, possibilitando o preparo de grandes extensões com menor esforço físico.
  • 4. Objetivos do preparo do solo  Eliminação de plantas não desejáveis, diminuindo a concorrência com a cultura implantada.  Obtenção de condições favoráveis para a colocação de sementes ou partes de plantas no solo, permitindo a sua boa germinação e emergência, além de bom desenvolvimento.  Manutenção da fertilidade e da produtividade ao longo do tempo, preservando a matéria orgânica do solo.
  • 5. Objetivos do preparo do solo  Eliminação de camadas compactadas para aumento da infiltração de água no solo e aeração.  Incorporação e mistura no solo de calcário, fertilizantes e produtos agroquímicos.  Enterrio de restos vegetais.  Nivelamento do terreno para conseguir uma boa performance das máquinas e equipamentos, desde o plantio até a colheita.  Preparo da superfície do terreno (diques, canais, nivelamento, sulcos) para usar a irrigação nas lavouras.
  • 6. Ponto de umidade ideal para o preparo do solo O ponto ideal é determinado quando é possível um trator operar com o mínimo esforço, dando-nos os melhores resultados nos serviços realizados. (Ponto de Sazão).  Preparo do solo com umidade excessiva O solo sofre danos físicos na sua estrutura (compactação) e adere com maior força nos implementos (principalmente em solos argilosos) até o ponto de inviabilizar a operação desejada.
  • 7. Ponto de umidade ideal para o preparo do solo  Preparo do solo com falta de umidade Não ocorrem danos físicos na estrutura, mas um maior numero de passagens será necessário para alcançar o destorroamento que permita efetuar a operação de semeadura, aumentando os gastos com combustível. O preparo com implementos muitos enérgicos (enxada rotativa) pode destruir a estrutura do solo, superficialmente, pulverizando-o e facilitando o processo erosivo.
  • 8. Principais operações de preparo do solo  Aração (lavração)  Gradagem (gradeação)  Subsolagem  Escarificação
  • 9. Principais operações de preparo do solo  Aração (lavração) Função de cortar e inverter a camada do solo, conforme a profundidade de trabalho adotada. É realizada através do implemento agrícola denominado arado, que é classificado como de: • Tração mecânica (discos ou aiveca, com levante hidráulico ou de arrasto) • Tração animal (aiveca e pica-pau)
  • 10. Principais operações de preparo do solo  Aração (lavração) Função de cortar e inverter a camada do solo, conforme a profundidade de trabalho adotada. É realizada através do implemento agrícola denominado arado, que é classificado como de: • Tração mecânica (discos ou aiveca, com levante hidráulico ou de arrasto) • Tração animal (aiveca e pica-pau)
  • 11. Principais operações de preparo do solo  Aração (lavração)
  • 12. Principais operações de preparo do solo  Aração (lavração)
  • 13. Principais operações de preparo do solo  Aração (lavração)  Preparo primário Enterrar e eliminar as ervas daninhas e melhorar as condições do solo para a germinação e emergência das plantas.
  • 14. Principais operações de preparo do solo  Gradagem (gradeação) A gradagem, geralmente, é realizada após a aração, com objetivo de desmanchar os torrões e nivelar o terreno. Existem dois tipos principais de grades: de dentes e de discos. As grades de discos são as mais utilizadas, e são classificadas como: • Grade leve (niveladora) • Grade pesada (aradora)
  • 15. Principais operações de preparo do solo  Gradagem (gradeação)  Preparo secundário Uniformizar a superfície do solo facilitando o plantio e a incorporação dos corretivos e fertilizantes.
  • 16. Principais operações de preparo do solo  Subsolagem  A subsolagem é uma operação de preparo do solo realizada através do implemento agrícola denominado de subsolador. A profundidade de trabalho do subsolador é superior a 30 cm. Ela é praticada quando se deseja uma mobilização de solo para fins de drenagem, rompimento de camada impermeável ou compactada, sem misturá-la ao solo.
  • 17. Principais operações de preparo do solo  Escarificação A escarificação é uma operação de preparo do solo realizada através do implemento agrícola denominado de escarificador. A escarificação é realizada com objetivo de romper crostas superficiais ou camadas de solo compactadas. A profundidade de trabalho do escarificador é de até 30 cm. Quando realizada entre 5 a 15 cm é denominada leve, quando realizada entre 15 a 30 cm é denominada pesada.
  • 18. Classificação dos sistemas de preparo do solo Conforme o grau de movimentação do solo, os sistemas de preparo do solo são classificados em:  Convencional  Mínimo ou Reduzido  Plantio Direto ou Semeadura Direta
  • 19. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Convencional É constituído, geralmente, de uma aração e duas ou mais gradagens niveladoras, com os resíduos culturais sendo incorporados ao solo.
  • 20. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Vantagens do sistema Convencional:  Aumenta a mineralização dos componentes orgânicos pelos microorganismos o que contribui para tornar os elementos minerais disponíveis para as plantas.  Aumento da aeração do solo  Destruição de ervas daninhas e sementeiras  Nivelamento da superfície do solo facilitando as operações de semeadura, cultivo e colheita.  Incorporação de fertilizantes, corretivos e matéria orgânica (maior decomposição de adubos orgânicos e restos vegetais).
  • 21. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Desvantagens do sistema Convencional:  O revolvimento intensivo diminui a fertilidade do solo devido às perdas por lixiviação principalmente em solos de baixo poder de retenção (solos arenosos).  Pode haver mistura das partículas dos horizontes pela aração efetuada profundamente o que poderá causar uma infertilização temporária do solo. Excepcionalmente poderá ser permanente.  Favorece a erosão em solos declivosos.  Necessidade de efetuar tratos culturais, principalmente capinas o que aumenta o custo de produção da cultura.  O tempo de preparo do solo é maior que para outros sistemas.  Há necessidade de um uso maior de implementos, aumentando os gastos com combustível e custo de produção.  A mobilização continua do solo devido às praticas de preparo muitas vezes é responsável pelo aparecimento de uma camada compactada (10 a 25 cm de profundidade) que dificulta a infiltração de água e o crescimento de raízes, deixando o solo altamente suscetível à erosão.
  • 22. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Cultivo mínimo Neste tipo de preparo é realizada apenas uma operação de preparo, com um mínimo revolvimento do solo e semi- incorporação dos resíduos culturais. Esta mínima mobilização do solo, que pode ser realizada com grade leve, grade pesada ou escarificador, irá romper crostas superficiais e controlar parcialmente as plantas daninhas.
  • 23. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Cultivo mínimo Existem vários métodos de cultivo mínimo com diferentes naturezas e graus de intensidade: • Escarificação em solo coberto por restos culturais, picados ou não; • Plantio de leguminosas de cobertura, a lanço, seguido mais tarde, de sulcamento e plantio da cultura principal (milho por exemplo); • Sulcamento em solos cobertos com restos culturais em pé, sem lavrar e sem picar, sujeitos a posterior cultivo de limpeza entre as linhas, para eliminação das plantas daninhas.
  • 24. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Vantagens e Desvantagens do cultivo mínimo  Tanto vantagens como desvantagens são praticamente as mesmas do sistema convencional.  Porém no cultivo mínimo ocorre maiores problemas de perdas de solo por erosão que no sistema convencional. Pois, as rodas dos tratores compactam o sub solo e a grade deixa a superfície muito pulverizada, acarretando graves danos de erosão, pois sua ação é mais superficial que a do arado.  Mas, quando empregados outros métodos, este sistema se apresenta como intermediário entre o preparo convencional e plantio direto no que diz respeito à erosão do solo.
  • 25. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Plantio Direto ou Semeadura Direta É um sistema de semeadura no qual a semente é colocada diretamente no solo não revolvido, sobre a palha, usando-se máquinas especiais. É o sistema de cultivo mais apropriado para as condições tropicais.
  • 26. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Plantio Direto ou Semeadura Direta São três operações fundamentais neste sistema: - Colher e esparramar os restos de cultura (picador de palha nas colheitadeiras); - Pulverizar herbicidas; - Plantar com equipamento especial.
  • 27. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Plantio Direto ou Semeadura Direta Requisitos para este sistema: - Preparo do agricultor e mão-de-obra: • Conhecimento e domínio por parte do agricultor de todas as fases do sistema. • Gerenciamento e mão-de-obra devem ser treinadas.
  • 28. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Plantio Direto ou Semeadura Direta - Preparo da área: • Drenagem em solos úmidos • Descompactação do solo antes do inicio do sistema • Superfície do terreno deve estar nivelada (eliminar sulcos de erosão) • Correção da acidez antes de iniciar o plantio direto • Níveis de fertilidade na faixa média ou alta. • Correção de fósforo antes de iniciar o sistema.
  • 29. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Plantio Direto ou Semeadura Direta - Manejo dos restos culturais: • Os restos culturais na superfície devem cobrir pelo menos 50% do solo. Caso falte, deverá ser obtida mediante adubação verde (6 ton.MS/ha/ano. no mínimo) • Uso de picador e distribuidor de palha nas colhedeiras.
  • 30. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Plantio Direto ou Semeadura Direta - Manejo das ervas daninhas e herbicidas. • Eliminação de ervas daninhas perenes, pois além de serem de difícil controle, afetam o crescimento e rendimento nas lavouras. • Não haver alta infestação de ervas daninhas muito agressivas (aumentam o custo com herbicidas). • As ervas deverão ser identificadas e receber controle especifico. • Definir adequadamente o sistema de manejo das ervas daninhas para controlar o custo de produção.
  • 31. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Plantio Direto ou Semeadura Direta
  • 32. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Vantagens do Plantio Direto ou Semeadura Direta  Evita o impacto direto da gota da chuva  Regula a temperatura do solo  Conserva a umidade do solo  Produção de ácido poliurónico (auxilia na estruturação do solo)  Melhoramento da estrutura do solo  Reduz a compactação do solo  Fonte de energia para os microorganismos do solo  Aumenta a atividade microbiológica do solo  Diminui a lixiviação aumentando a CTC  Aumenta o teor de N no solo  Diminui a infestação de ervas daninhas  Aumenta a disponibilidade de P no solo  Diminui as taxas de perdas por erosão e aumenta a água disponível às plantas.
  • 33. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Desvantagens do Plantio Direto ou Semeadura Direta  Aumento da relação C/N, pelo excesso de matéria orgânica (principalmente após gramíneas)  Aumento da umidade pode prejudicar as culturas em locais de clima úmido ou em solos de pouca permeabilidade.  Facilita a formação de geadas em locais muito frio  O aumento de N pode causar acamamento da cultura  Alto custo de herbicidas  Uso de maquinas especificas para o sistema  Diminuição da produção caso a infestação de ervas daninhas aumente e com ela a concorrência da cultura  Necessidade de pessoal técnico especializado em conhecimento sobre herbicidas, ervas daninhas, equipamentos, etc.
  • 34. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Ganhos na fertilidade do solo após implantação do Plantio Direto ou Semeadura Direta
  • 35. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Ganhos na fertilidade do solo após implantação do Plantio Direto ou Semeadura Direta
  • 36. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Ganhos na fertilidade do solo após implantação do Plantio Direto ou Semeadura Direta
  • 37. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Ganhos na fertilidade do solo após implantação do Plantio Direto ou Semeadura Direta
  • 38. Classificação dos sistemas de preparo do solo  Qual sistema de preparo do solo escolher? É altamente recomendável utilizarmos os sistemas mais conservacionistas para o preparo do solo e a implantação das culturas agrícolas. Entretanto, faz-se necessária uma avaliação in loco, para determinarmos qual sistema de preparo é o mais adequado para ser utilizado, considerando a cultura a ser implantada, o histórico de adubações da área, o relevo, o clima, a adoção de práticas de conservação de solo, entre outras variáveis.