SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 31
Baixar para ler offline
ORGANIZAÇÕES
REGENERATIVASconheça o conceito e quais
parâmetros guiam as organizações
mais disruptivas da gestão atual
ESTE EBOOK É ADEQUADO
PARA MIM?
Um dos objetivos da UNUS MIND é
sensibilizar e ensinar líderes e
empreendedores a transformar a
gestão organizacional em um
promotor da evolução humana.
Produzimos artigos, ebooks, posts
e outros materiais para auxiliar
nessa jornada. Ao lado você
confere o grau de conhecimento
necessário para um melhor
aproveitamento deste material.
NÍVEL BÁSICO:
São focados em abordagens mais superciais que utilizam linguagem simples e introdutória
para falar sobre conceitos importantes no processo de evolução organizacional.
Se este é seu primeiro contato com o tema, esse material é o ideal para aprender algo novo que
não necessita de nada prévio!
NÍVEL INTERMEDIÁRIO:
Aqui estão condensadas disciplinas que aprofundam conceitos básicos.
Incluem a explicação sobre a utilização de técnicas especícas; Exigem
do leitor um conhecimento prévio sobre os temas tratados, pois, os
conceitos são abordados sem um suporte teórico introdutório.
NÍVEL AVANÇADO:
Voltado a quem já possui bom conhecimento sobre as disciplinas
utilizadas e possui experiência na pratica de suas ferramentas e
técnicas. Envolve estudos de caso e análises detalhadas de
contextos problema. Especíco para quem busca aprofundamento
na área.
Introdução
O conceito básico da gestão
Repensando a gestão
O foco evolutivo
Competição
Métrica
Prioridade
Crescimento
Estratégia
Beneciados
Propósito
Inovação
Mas o que é ser regenerativo?
O poder da observação
A prática da observação
Conclusão
Sobre a UNUS MIND
Referências
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
Ao longo dos anos fomos perdendo a capacidade de nos
relacionar tanto com a natureza, quanto uns com os outros.
Os impactos e as consequências desse distanciamento são visíveis
não só na crise climática que enfrentamos, como também na cada
vez mais acentuada incapacidade de enxergar o próximo com
empatia e construir pontes através do amor.
Essa realidade é igualmente observada nas organizações, que a
pesar de serem formadas por pessoas, as consideram como um
mero recurso a ser utilizado. Descartam a ideia ou simplesmente
são incapazes de se reconhecer como um veículo de auxílio ao
desenvolvimento humano. Assim, pessoas são substituídas ao
invés de suportadas em seu processo evolutivo, e como simples
peças num tabuleiro doente, descartadas em prol da manutenção
de um sistema que prima pelo mecanicismo.
É preciso relembrar a conexão histórica, profunda e
intrínseca que possuímos com a natureza, como também
mergulhar numa profunda jornada de autoconhecimento para
reverter essa situação. Só assim construiremos uma realidade
mais justa e igualitária.
Nesse sentido, há organizações que apresentam uma forma
inusitada de gestão e que dão prova de que não só é possível
associar prosperidade nanceira a um propósito que traga
benefícios à sociedade como transformar o ambiente de
trabalho em um ambiente promotor da evolução humana.
Estas organizações estão redesenhando seus modelos de
negócio e construindo uma realidade balizadas por
parâmetros que nos levam a reetir e questionar muitas
premissas pessoais e práticas gerenciais.
Este ebook apresenta alguns desses parâmetros, que
confrontados com suas denições clássicas, possibilitam
uma nova abordagem para a forma na qual se
compreende e se pratica a gestão organizacional, e
porque não, de nossa própria forma de ver e entender o
mundo e a nós mesmos.
Desejamos uma boa leitura e reexão.
INTRODUÇÃO
O CONCEITO BÁSICO DE GESTÃO
O conceito básico de gestão envolve gerenciamento e administração. É usualmente baseado em quatro
pilares: planejamento, organização, liderança e controle. Para compreender melhor a aplicação desses
pilares é preciso entender o que cada um signica.
O primeiro pilar é o planejamento. O objetivo central de qualquer planejamento é denir estratégias e
objetivos levando em consideração aspectos econômicos, sociais, tecnológicos e políticos aos quais toda e
qualquer organização lida em sua rotina. O planejamento é tido como uma metodologia onde a empresa
estabelece a direção a seguir. Tem no plano estratégico expressa a forma de interagir com o ambiente. Uma
bom gestão, portanto, deve se manter atenta as mudanças internas - dentro da própria organização - e
externas - clientes, sociedade, governos, parceiros.
Como segundo pilar base, temos a organização. Oranizar pressupõe a ordenação das coisas, que
invariavelmente e conceitualmente, precisariam estar em disposições equivocadas para serem
ordenadas. Na gestão, é a forma com que se dispõem os recursos em um sistema para o alcance de
resultados. Assim, em junção ao planejamento segue-se a organização, forma pelo qual a liderança decide
dispor de recursos em prol do alcance de seu planejamento.
Liderança e controle por sua vez, andam estritamente juntos, pois, apesar de todas as teorias e estudos
existentes, de Maslow - que deniu a hierarquia das necessidades humanas - à Teoria X e Y - que versa sobre
o interesse do homem pelo trabalho -,geralmente se entende que é papel do líder denir como, quando e onde
exercer controle para que a empresa e seus recursos (físicos e humanos) se alinhem ao planejamento
inicialmente traçado.
O conceito usual desses pilares e seu diário exercício pressupõem alguns entendimentos comuns a
grande maioria dos líderes, desde sua formação acadêmica, perpassando de forma quase generalizada
pela sociedade - que enxerga as organizações como vis e egoístas -, perpetuando cada vez mais uma visão
deturpada do que seja a gestão.
Algumas ideias comumente aceitas são as que entendem uma empresa como um meio de controle do
capital em uma sociedade. Que trava uma constante batalha para fazer valer seus objetivos. Que vê outras
empresas como ‘’inimigas’’ a serem derrotadas. A de que a competição acirrada do mercado ocorre num
ambiente selvagem, antiético (onde somente o mais forte e adaptável sobrevive) e onde o lucro é o
objetivo maior. Também é comum enxergar o ser humano - mesmo com abordagens mais humanas -
como um mero recurso a ser manipulado. Ou ainda desconsiderar a importância da natureza, fazendo-o
quando muito, somente no mínimo patamar necessário para adequação à normas e regulamentos.
Porém, tal qual paradigmas são constantemente revistos, essas visões são entendidas cada vez mais
como retrógradas. Oriunda da concepção de que o planeta e nós mesmos se assemelham a máquinas.
Assim, empresas seriam apenas meio para que egos inados alcancem status e obtenham poder a cima de
considerações mais integralistas e empáticas.
O resultado é uma abordagem que negligenciou os impactos de nossas ações e nos relegaram problemas
que não podem mais ser ignorados.
É PRECISO UM NOVO CONCEITO DE GESTÃO!
REPENSANDOAGESTÃO
Umamudançadevisãoparadigmáticademundoofereceumentendimentodiferenciadosobreospilares
base da gestão. Um entendimento mais alinhado ao contexto atual de nossa realidade e que observa os
problemasqueenfrentamos,possibilitandoaofertadecontribuiçõesparasuamelhoriacontextualembases
maisholísticas.Assim,osmesmospilaresbaseapenasmudamdeótica.
Não perdendo sua importância, o planejamento passa a ser mais um exercício criativo de foco que uma
receita de bolo ou um protocolo formal e rígido a ser seguido. Torna-se algo exível e produto de um processo
transparentedeassociaçãoaopropósitodaempresaedapercepçãodotempopresente,nãofuturo.Semmaiso
foconolongoprazo,masemadaptar-seaotempopresente,possibilitarespostasmaisprecisaseuidas.
Ao entender o pilar da organização como uma forma de respeito as características dos recursos, sem
forçar sobre eles um entendimento que não lhes são próprios, é possível sua utilização mais assertiva. No
aspectohumanoháaindaapossibilidadedeauxiliá-losemsuajornadaevolutiva.
Consequente a esse entendimento descarta-se o uso do controle com viés impositivo e imperativo. Se
nada está em posição de ser em totalidade controlado, não há razão para tal esforço e gasto de energia. A
tentativa de exercê-lo denota-se como infrutífera e desnecessária. Pessoas passam ser respeitadas em sua
integralidade,eosdeaspectopuramentefísicoscomoauxiliaresaessajornada.
Com a falta de necessidade de grandes esforços voltados ao controle, o papel da liderança precisa ser
profundamente revisto. Isso se faz crítico, pois, grande parte do papel de um líder é denir e exercer meios de
controleemtodaacadeiaeemtodososníveis.
Comodeveagirumlíderentão?Quaisseriamsuasprioridades?Qualseriaofocoeoobjetivodeseusesforços?
Sob um novo entendimento, a liderança então passa a ser aquela que prima pelo
desenvolvimento das habilidades que promovam a maturação organizacional alinhadas ao
seu propósito evolutivo, que desenvolve competências que possibilitem o compreensão e
entendimento do momento presente para seu planejamento, e que direciona seus esforços a
construção de um ambiente promotor a evolução humana.
Citadopormuitos,ShunTzu-autordocélebre‘’AArtedaGuerra’’-temseusensinamentosutilizadosporgrandes
gurus da administração. Em um trecho é possível ler: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não
precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória
ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as
batalhas.”
É inegável a profundidade de seus ensinamentos, mas é preciso contextualizá-los adequadamente antes de
associá-losipsis literisaoambienteorganizacional.Paraissoéprecisoarevisãodealgumaspremissas...
A revisão das premissas de uma gestão passa pela mudança de entendimento quanto ao foco dado aos seus parâmetros.
Deve-se migrar o foco de uma gestão desenvolvida com base no medo - medo do concorrente, medo de perder
espaço de mercado, medo de não alcançar o volume de vendas esperado, medo do capital humano não alcançar objetivos -
para uma gestão baseada na promoção da evolução de suas potencialidades internas. Com isso, os mesmos
parâmetros podem e devem ser utilizados, apenas sob uma nova perspectiva.
O foco evolutivo passa a ser um conjunto de premissas inter-relacionadas e complementares entre si que enriquecem as
capacidades e possibilita a sobrevivência da empresa.
O FOCO EVOLUTIVO
PARÂMETRO
PROPÓSITO dominação de mercado
CRESCIMENTO exponencial
ESTRATÉGIA competição
PRIORIDADE aquisição de usuário
BENEFICIADOS
MÉTRICA quantidade
COMPETIÇÃO outras empresas
indivíduo/acionista
FOCO PRIMÁRIO
BEM COMUM
REGENERATIVO
COOPERAÇÃO
SUCESSO DO USUÁRIO
QUALIDADE
SI PRÓPRIO
SOCIEDADE
FOCO EVOLUTIVO
INOVAÇÃO
-idealizeddesign-
PARÂMETRO:COMPETIÇÃO
Por denição, competir signica que o objetivo é ser melhor que o outro. No aspecto interno, esse
entendimento favorece o entendimento de que recursos devem ser disputados pelas equipes como se
elas trabalhassem umas contra as outras e não pelo mesmo propósito, cargos são almejados e
utilizadosparamanterstatuseexercercontrolehierárquico-oqueusualmentelevaadesconsideraçãoda
empatiaemrelaçãoacondiçãoalheia-,eumaculturademedoseinstalanotãoconhecidojargão‘’manda
quempode,obedecequemtemjuízo’’.
Essa visão não só considera o ser humano como um recurso a ser utilizado, que invariavelmente busca
conforto no não-esforço, como desrespeita a individualidade - como se todos os abaixo de determinado
nível fossem negligentes. Instala-se uma cultura onde e maisa burocracia impera e requer controles
controles para se provar válida. Opiniões e sugestões são suprimidas e denições de planos e estratégias
ocorremsomentenosentidotop-down.
Noaspectoexterno, ,porissoaassociaçãoasideiasdeShunTzusoamas outras empresas são inimigas
tão adequadas. Alimentadas por teorias evolutivas datadas, a organização é basicamente reativa. Assim,
empresa e lideranças reagem a mudança do ambiente orientados pelo medo e traçam seu
planejamento estratégico e objetivos direcionando esforços a vencer uma competição acirrada em que o
alvoéodomínioeocontrolepelaforça.
Essa forma de compreender o ambiente deve car completamente de fora de uma cultura baseada no
amor. O foco do trabalho deve desenvolver as potencialidades internas ao máximo, sem a
preocupação com comparações ou julgamentos externos, não do medo reativo à ação alheia - seja
internoouexterno.
Uma vez alinhados ao propósito organizacional, a busca é pelo equilíbrio nanceiro, social e
ambiental, sem deixar que o ego tome a frente em decisões e guie o planejamento ante o medo
dos concorrentes.
Encara-se outras empresas não como inimigos a serem derrotados, mas como parceiras, que
atendem a seu nicho e detêm os clientes que a qualidade de seu serviço/produto lhes permite
manter.
Ao olhar para dentro, volta-se a energia ao desenvolvimento e melhoria do que se é enquanto
organização - resultado direto do trabalho humano - e o resultado alcançado passa a ser
consequência do processo de evolução interno.
A guerra, portanto, é contra os próprios medos e limitações enquanto pessoa, grupo e organização.
Essa é a razão pelo qual Shun Tzu usa o termo ‘’se você não conhece a si mesmo’’.
Ao citar ‘’se você não conhece o inimigo’’, há apelo a uma visão empática para que se enxergue no
concorrente um igual. E a armação ‘’não precisa temer o resultado de cem batalhas‘’, é em verdade
um chamado ao aprendizado, pois na vitória ou na derrota, quem aprende sempre vence.
A arte da guerra deve ser compreendida como um reexo do contexto histórico e cultural de sua
época. Não um apelo a gana competitiva que incita um comportamento agressivo e violento ante seu
‘’oponente’’.
Com esse entendimento, podemos reconsiderar o segundo parâmetro.
PARÂMETRO: MÉTRICA
A métrica comumente utilizada pelas organizações é majoritariamente numérica. O planejamento e seus respectivos
objetivos são traduzidos em números que devem ser alcançados por todos os níveis hierárquicos. Ocorre uma pressão para
que os números - entenda-se metas - sejam averiguados, perseguidos e utilizados para suportar o processo decisório.
Números são bons. É inegável o fato do quanto números propiciam informações que a capacidade humana levaria muito
tempo para analisar, ou até mesmo, jamais o zessem. Porém, o que se vê é a busca e o acúmulo de dados e mais dados,
provenientes de mensuras e controles, que muitas vezes pouco são associados ao propósito da organização, além do fato de
que , ou adequadamenteconsomem muito da energia de trabalho na geração de dados que jamais serão utilizados
analisados pelos responsáveis.
A necessidade da geração de dados nos dias atuais suplantam e ignoram quase por completo que é sobre os ombros
humanos que recai a responsabilidade de um processo decisório. Dados não possuem, por mais trabalhados e
organizados, a habilidade de predizer o futuro - mesmo que indiquem através da estatística uma tendência. Assim, proveniente
do medo de se perder o controle e de não seguimento do planejado, relegam-se aos números uma importância quase mítica.
Na verdade, estamos dando aos números uma importância que marginaliza a criatividade e a intuição humana.
Modicar o foco para o qualitativo não signica ignorar a importância dos dados, mas ser consciente de que as interações
e relações humanas não obedecem padrão, nem podem ser traduzidas em números. Que a habilidade de fazer juízos de
valor não é realizada por máquinas, e que a criatividade é produto da experiência, da história, da cultura e dos valores
internos que não podem ser resumidos em dados.
Conseguinte, conscientes de que a obtenção de lucro é fundamental para a sobrevivência, busca-se elevar a qualidade do
que é ofertado - serviço/produto - ao ponto em que a justicação pelo preço passa a ser consequência, não o fator
crítico. Mantêm-se a premissa de que para um ótimo padrão de serviço/produto haverá o cliente justo e adequado para sua
aquisição. Faz-se das habilidades humanas mais importante que análise fria de dados.
O foco na qualidade não deve levar ao controle desnecessário, mas conduzir ao padrão de excelência condizente com a
melhor oferta de valor que se pode garantir com os recursos disponíveis.
Compreender o aspecto qualitativo conduz a reexão, ao questionamento e ao indagamento quanto a aspectos subjetivos que
número algum traduz. É sair do aspecto analítico, reducionista e puramente objetivo e abraçar a interconectividade que
apenas a complexidade traz.
Ao inverter a lógica do quantitativo para o qualitativo é possível rever o terceiro parâmetro.
PARÂMETRO:PRIORIDADE
Imagineasituaçãoemqueacompetiçãodeixadeserencaradacomoumconceitonefastoecaracterística
de um ambiente selvagem, e em associação, a mudança de parâmetro do quantitativo para o qualitativo, e
tem-se o suporte necessário para mudar a prioridade quanto a tratativa dispensada aos
usuários/clientes.
O usuário deixa de ser encarado como algo a ser adquirido - onde a realização da venda recorre
normalmente a artifícios não tão honestos -, ou um simples número a ser analisado, ou uma parcela de
mercado a ser atingida, e passa a ser compreendido como um ser humano, um que recorre a
aquisiçãodoserviço/produtoparasuprirumanecessidadereal.
Entender suas características e individualidades auxilia no entendimento de que a busca pelo
serviço/produto constitui uma busca por um valor que potencialize, facilite e enriqueça sua
jornada evolutiva. Que sirva ao propósito de facilitar e colaborar com sua experiência diária, quer seja
em âmbito pessoal ou prossional. Objetiva-se, assim, a contribuição para seu sucesso e
crescimentopessoal.
Nãosetratadeempurrarouforçarumavenda,partindodopressupostodequedeve-seexplorar lacunas
de necessidades ainda não identicados e explorá-lo com a oferta/promessa de algo que o ‘’satisfaça’’,
mesmoquenãosejanecessário.
Para isso, se utiliza de aspectos psicológicos de manipulação e convencimento que ignora tanto o
realvalordoserviço/produtoquantoarealnecessidadedeaquisição-umavezqueofocoéolucroe
acoberturadoscustosoperacionais.
Ao considerar o sucesso do usuário como parâmetro, há uma radical mudança na forma com que o
tratamento lhe é dispensado. bem como suas características são consideradas no processo de
desenvolvimento de um novo serviço/produto.
Esse entendimento já é bastante conhecido pelas áreas de engenharia de produto, marketing e
vendas, porém, o exercício da empatia necessário a essa mudança ainda é bastante restrito
quando considerado nos médios e pequenos negócios.
Se inicialmente a observância é na esfera individual, a consideração de um aspecto mais coletivo
permite a organização compreender que atua numa espectro mais variado, ampliando ainda
mais o escopo desse parâmetro (ver Parâmetro: Beneciados)..
Um outro aspecto relevante que não pode ser negligenciado é a consideração de que, em muitos
casos, há uma parcela interna de usuários que se caracteriza também por ser a força de
trabalho da organização.
Assim, tem-se a oportunidade de extrair informações de uma parcela que não só gera renda, como
participa do processo dessa geração. Olhar para os clientes internos pode ensinar muito a qualquer
empresa, não importa o tamanho. Com esse entendimento, abre-se uma possibilidade única de
aprendizado que .permite a organização melhorar e enriquecer a proposta de valor ofertado
Assim, com maior segurança relativa a esse parâmetro, a organização pode rever o conceito e a
estratégia de crescimento.
PARÂMETRO: CRESCIMENTO
Um dos fatores críticos para qualquer organização é conseguir manter um ritmo de crescimento que suporte seus
investimentos. Por exemplo, espera-se de uma start-up que seu produto e sua gestão sejam competentes para alavancar o aporte
de capital realizado para sua estruturação. E de uma grande companhia, que esse crescimento permita o desenvolvimento de novos
produtos e serviços e a atualização de sua planta, bem como investimento em qualicação de sua mão de obra.
Porém, considerar como padrão um crescimento exponencial para iniciantes, ou constante para organizações maduras, é um ato
ilusório. Além de esconder a , não permite onecessidade de alcance de status e posicionamento como reexo de ganância
entendimento de que .o crescimento não é conduzido e nem alinhado a um propósito bem denido
Em nome desse posicionamento mercadológico muitas empresas buscam replicar procedimentos, estratégias e métodos
externos que não se ajustam a sua cultura. Tentam replicar histórias alheias e utilizam técnicas, como o benchmark, sem
respeitar ou até mesmo compreender suas próprias potencialidades.
Fatidicamente falham. Vêem seus esforços ruírem e buscam culpados, ao invés de conduzir um processo interno de aprendizado.
Em organizações regenerativas, o crescimento não é considerado exponencial, nem
pretendido como constante, muito menos reexo de ganância. O foco não é suportar investimentos calcados em decisões
ególatras que primam por um crescimento que muitas vezes não é suportado pela maturidade organizacional.
Não é também um crescimento planejado ou controlado - pois entende-se que a mudança é uma constante que não aceita nem se
submete a controle -, nem é objetivado como fator promotor de capital em prol da geração de lucros, mas, é um considerado
um crescimento regenerativo, orgânico e responsivo.
Por regenerativo entende-se aquele crescimento que suporta o não endividamento externo e que permite o investimento
constante na qualidade e no capital humano. Assim, não há cobrança por um crescimento exorbitante à curto prazo, muito
menos balizado por alcance de metas irreais e injustas de vendas.
O crescimento é entendido como um produto do propósito e suportado pela assertividade com que a organização se alinha
a ele. Englobando obrigatoriamente em suas premissas os aspectos nanceiros, sociais e ambientais necessário à sua
manutenção.
Ciente de que seu alcance não deve ser promovido pelo ego a organização se torna apta a redenir o foco de sua estratégia de
atuação e de seus métodos de trabalho.
PARÂMETRO: ESTRATÉGIA
O sentido natural da natureza não é de ordem competitiva, mas cooperativa.
Extraída da teoria evolutiva de Darwin, que apresenta lacunas que não respondem em totalidade a questão a que se
propõe - fato esse reconhecido pelo seu próprio autor -, e que rende por si só uma boa e interessante discussão, a
ideia da competição ocorre apenas quando os recursos são escassos e como forma de equilíbrio natural.
Igualmente . Porequivocada é a ideia de que a evolução ocorre pela adaptação e sobrevivência do mais forte
que então ainda associá-las a cultura organizacional como se essa lógica representasse a natureza humana?
Por um simples motivo: as teorias formuladas num determinado momento histórico costumam reetir a visão de
mundo e serem limitadas pelos conhecimentos disponíveis de sua época. Problemas começam a surgir quando
paradigmas ultrapassam a barreira do tempo em forma de leis que não permitem sua revisão e
consideração diante de novos aspectos. Assim, se muitas noções sobre a própria evolução estão sendo revistas,
faz-se pertinente que os aspectos por elas inuenciados também o sejam.
No mundo organizacional, como aqui já exposto, a competição, ao invés
de promover um ambiente salutar a evolução humana, emperra e
engessa o processo criativo e trava a própria evolução da empresa.
Grandes organizações, como a Valve - uma das maiores
desenvolvedores de jogos do mundo - entendeu esse processo de
revisão e adotou uma postura assertiva na execução de seus
projetos. Lá, os projetos são desenvolvidos por anidade entre pares.
Não há competição..
Os por ele e se vêemprojetos são desenvolvidos quando as pessoas se sentem apaixonadas e interessadas
conectadas com sua proposta e dispostas a se doar para seu sucesso, não por determinação hierárquica.
Projetos que não formam equipes são simplesmente descartados.
A cooperação no ambiente de trabalho passa a ser resultado das expressões individuais que se unem por
escolha e amor, e que unidas se tornam maior que a individualidade. Não há competição por recursos, mas a
compreensão das necessidades que precisam ser atendidas e o esforço conjunto para o alcance dos objetivos.
Quando projetos são desenvolvidos por conexão empática entre os pares, disputas de ego são minimizadas em
detrimento da união de potencialidades que decidem se juntar para sanar problemas e melhorar
contextos. E a dinâmica de ajuste de forças individuais transformam o processo de cooperação em uma
oportunidade de evolução, tanto organizacional quanto pessoal.
Há formação de uma rede interconectada de ajuda e apoio que se forma em prol de um objetivo, tendo o
propósito como direcionador e o amor como força motriz. Revela-se assim um profundo viés moral que
potencializa relações humanas e geram resultados surpreendentes.
Viés moral esse que pode ser percebido em empresas que
carregam um profundo aspecto moral e sustentável de cooperação,
e trabalham com autogerenciamento, autorresponsabilidade,
transparência e quase sem hierarquia.
Essas empreas caracterizam um novo e emergente tipo de mercado,
atualmente conhecido como . E seus exemplos‘’Mercados morais’’
são capazes de oferecer aos dois últimos parâmetros uma
perspectiva completamente inovadora nas relações de mercado e
na interação entre a organização e a sociedade.
PARÂMETRO: BENEFICIADOS
Quando o ego pauta a gestão organizacional o resultado pode ser observado na
forma com que a gestão pauta seu planejamento, dene metas e exerce controle sobre
seus processos. Todos os esforços de trabalho são direcionados ao aumento do
montante de lucro e devem suportar sua manutenção em patamares que atendam as
necessidades de poucos. - proprietário/acionista.
Por consequência, a quantidade de energia exigida ao sistema percorre as camadas hierárquicas traduzida em objetivos e
metas que pouco, ou nada, tem a ver com a evolução da organização e de sua força de trabalho. Não consideram por
muitas vezes as relações que a organização mantém e negligenciam o impacto de suas atividades nos aspectos, ambiental,
tecnológico, psicológico e cultural dos envolvidos.
A sociedade é enxergada pelo princípio básico e mais rudimentar da economia - como fornecedor
de mão de obra e aquisidor de seu serviço/produto -, com pouca, ou nenhuma relação ganha-ganha
mantida - tipo de relação onde ambas as partes saem beneciadas..
Além disso, é preciso considerar o papel do lucro nas relações de mercado. As organizações e a
competência de sua gestão é mensurada basicamente por essa variável. Mesmo com o uso de
outras métricas nanceiras, o mercado de capitais valoriza o acúmulo de capital.
Essa valorização histórica do lucro precisa ser entendida em conjunto com a história da economia, do
mercado de capitais, e da própria humanidade.
Uma vez alcançada - -, apoucas organizações conseguem de fato alcançar esse patamar
mudança de foco quanto ao beneciário maior permite uma reformulação profunda de suas práticas,
em resposta a um processo de evolução cultural que demanda tempo e exige uma postura
radicalmente diferente de sua liderança.
A mudança de foco nesse aspecto necessita e exige a revisão de valores internos
que ultrapassam a barreira organizacional, se mostrando, portanto, um dos mais
complicados e difíceis de se observar na prática.
É um reexo direto e intrínseco da revisão de valores morais internos, que se
sustenta no exercício da empatia para se consolidar. E que necessita da revisão
conceitual de um parâmetro aqui exposto, o sucesso do usuário, para se consolidar..
A mudança de foco encontra nesse parâmetro o alvo necessário de seus novos esforços.
O maior beneciado, ao deixar de ser o indivíduo, na pessoa do acionista/proprietário,
migra para a sociedade/comunidade a qual a empresa agora serve. Ao inverter a lógica
da obtenção do lucro como resposta as necessidades individuais pela resposta ao
benefício que a organização promove à sociedade, muda-se completamente a
dinâmica de valor. A existência se justica não pela ganância, mas por um papel de
servidor para a sociedade. Estratégias são elaboradas tendo em vista a
responsabilidade e o benefício social, a compaixão e o amor pelo ser humano e pela
natureza, e guia-se por valores profundamente éticos.
Sem mais a ganância do ego sob holofotes o último parâmetro entra em pauta com o
devido valor na cultura organizacional.
Estudiosos como Paul Zak, Frederic Laloux, Clare Graves, Ackoff, Fritjof Capra,
Edgar Morin e Ken Wilber - a citar apenas alguns - apontam não apenas as
variáveis que auxiliam nessa profunda mudança paradigmática como reetem
sobre as condicionantes e diculdades atreladas a esse processo.
Processo esse que exige uma profunda revisão de conceitos tão arraigados
na nossa personalidade, que apenas associados a um igualmente profundo
processo de revisão de valores pessoais é capaz de suportar. Uma jornada
que não somos habituados a enfrentar
PARÂMETRO: PROPÓSITO
Entender o propósito organizacional como sendo o de dominação do mercado é uma consequência quase lógica quando o
paradigma que norteia a empresa é baseado em premissas que o corroboram. Deve-se entender que a questão do
propósito organizacional é uma reexo direto da visão de mundo de sua liderança. Portanto, a visão de mundo que
considera outras empresas como inimigas, desejam volume à qualidade, vêem o usuário como um objeto a ser adquirido, um
crescimento vertiginoso com foco no lucro máximo e a curto prazo, e tem como beneciário máximo o acionista/proprietário,
dicilmente verá no bem comum o propósito de seus esforços.
A visão de mundo que foca no coletivo só encontra suporte na empatia e numa profunda conexão com seu entorno.
Por isso grande parte das organizações têm diculdade em denir seu propósito, e geralmente o denem como uma evolução
do que era considerado como a visão e missão da Gestão da Qualidade. Representando, portanto, não um propósito, mas uma
roupagem diferente de uma externalização da ganância do ego.
São organizações que estão redenindo a forma com que se compreende a
gestão empresarial e ensinando que lucro pode e deve ser associado ao amor e
ao exercício da empatia.
Longe de serem perfeitas, são empresas cuja sua capacidade e habilidade de
gerir ultrapassam as barreiras usuais da gestão convencional,
aprendendo e denindo sua própria forma de fazer o bem e gerar lucro
com a responsabilidade por essa escolha.
Em estudo realizado, Laloux aponta que menos de 1% das organizações mundiais encontram-se no patamar evolutivo
onde as práticas reetem uma visão de mundo baseada em valores integralistas e holísticos, cujo foco de trabalho é
servir a sociedade. Mas elas existem, e estão se tornando referência de uma nova versão de organização. Mesmo que pareça
irreal, são muitas vezes multinacionais que movimentam milhões em capital e empregam milhares de pessoas.
São organizações em que, sem mais a necessidade de competição externa ou de lucro a qualquer custo, e com o entendimento
de que o ambiente de trabalho deve ser promotor de evolução e das potencialidades humanas, denem como beneciário de
sua existência a sociedade e determinam como seu propósito a prosperidade do bem comum.
Por bem comum entende-se o respeito as condições mínimas necessárias ao desenvolvimento humano nas esferas
econômica, social e ambiental, incluindo o respeito a cultura, a espiritualidade e a sua história.
São organizações pioneiras em práticas, técnicas e procedimentos que estão na linha de frente, na vanguarda quanto a gestão
e se tornando cada vez mais referência em suas áreas de atuação.
PARÂMETRO: INOVAÇÃO
O desenvolvimento de uma organização é um processo longo que envolve uma innidade de variáveis que se relacionam e
mutuamente se inuenciam em formas muitas vezes quase impossíveis de prever. Ao se pensar no design de uma
organização, há os que buscam referências no passado - tentando replicar modelos que funcionaram certo -, há ainda os que vêem
no futuro uma gama ampla de possibilidades a serem exploradas, e há aqueles que rejeitam as referências e buscam desenvolver a
organização baseado somente em seus conceitos e onde querem chegar.
O conceito de design idealizado para o desenvolvimento de uma organização rejeita todos os conceitos citados e busca na
complexidade sua concepção. Com uma forte base sistêmica - corrente de pensamento que busca compreender a realidade
através das conexões e relações que caracterizam o todo (possui uma ligação ideológica profunda com o estudo da complexidade) -,
e se resume em apenas duas etapas macro - idealização e realização - que se subdividem em seis sub-etapas.
Suas etapas e sub-etapas consistem grosso modo na compreensão dessa bagunça complexa que caracteriza a realidade e
seus emaranhados de relações que mantêm como forma de planejar um modelo de organização que se ajuste de forma orgânica
ao contexto em que se insere.
E por ser uma forma mais orgânica de se pensar uma organização, ,oferece uma forma mais uida de planejamento e execução
fugindo da rigidez com que planos são traçados. Mas, não se deve confundir a falta de rigidez com falta de foco e caos, pelo
contrário. Seus processos simples consideram a complexidade como base no processo de design, possuindo forte enfoque
na criatividade e no exercício prático do mais provável/adequado, tendo em vista facilitar o processo de implementação.
Quando pensado sob a ótica dos princípios evolutivos aqui expostos auxiliam que organizações surjam baseadas nestes parâmetros
e fomentem desde sua concepção uma cultura baseada no amor e empatia.
MAS AFINAL DE CONTAS O QUE É SER REGENERATIVO?
Para compreender o que seja uma organização regenerativa é preciso conhecer sua estrita relação com estudos que
versam sobre a evolução da consciência humana. Estes estudos teorizam que o comportamento do ser humano deve
ser visto como um reexo direto de sua capacidade de compreender e modicar sua própria realidade.
Para treinar essa capacidade é preciso ir além das disciplinas estritamente técnicas como a física, a
matemática e a engenharia, e incluir estudos humanos, como a sociologia, a losoa e a espiritualidade.
Somente considerando numa mesma visão os diversos pontos de vista que cada uma dessas disciplinas
traz seria possível compreender o homem e a vida de forma integral.
A decisão pela consideração de aspectos tão incomuns para a forma usual de gestão não é a estratégia, mas
consequência de como sua liderança entende e pratica a complexidade desses conceitos. Desta forma, os valores e as
práticas dessas organizações são o resultado da visão de mundo de sua liderança.
O sentido contrário não funciona. Se um líder decidir por estratégia adotar valores dos quais não crê e pratica em sua
vida, fatidicamente as ações serão fracassadas. A mudança ocorre de dentro para fora, não ao contrário.
Estas organizações, com sua forma inusitada de gerir, dão prova de que o paradigma mecanicista que impera está cada
vez mais datado e nos causando muito mais problema que possibilitando soluções. São empresas que desenvolvem
suas práticas alinhadas a um profundo processo de autoconhecimento dos indivíduos que a formam. Assim, a
expressão ‘’regenerativa’’ denota muito mais um processo natural de dar nova vida a forma de gestão que um
movimento estratégico impositivo.
O PODER DA OBSERVAÇÃO
Não há exercício mais poderoso que o da auto-observação. Esse exercício é profundamente revelador quando realizado com abertura
e coragem. É preciso abertura para aceitar que há verdades que estão fora de nossa compreensão, e coragem para aceitar as falhas
que são causadas por nossa ignorância. Como fator complicador, há ainda o medo, uma emoção que nos faz negar que somos os
responsáveis diretos pelas consequências de nossas escolhas e que nos leva a negar as falhas cometidas, reprimir sentimentos e
construir falsas ‘’verdades’’.
Porém, uma vez imerso nessa jornada, há um caminho de aprendizado que se mostra incrivelmente revelador e que possibilita
inúmeros caminhos à melhoria. Assim, para se sensibilizar quanto as práticas que caracterizam se uma organização é ou está se
tornando regenerativa é preciso para e observar.
A resposta quanto ao alinhamento aos parâmetros evolutivos pode não ser clara de imediato, mas há uma dica válida que nos foi
ensinada há séculos lósofos que nos faz reetir diante de uma constatação: ‘’o que um sábio faria nessa situação?’’, ou ainda, nas
palavras do grande Marcel Proust, um dos mais inuentes autores do século 20, ‘’a real viagem do descobrimento consiste não em
procurar novas terras mas em ter novos olhos’’.
O simples e difícil exercício da auto-observação é o melhor e mais ecaz caminho
para treinar a percepção quanto aos parâmetros evolutivos e perceber nosso
alinhamento à suas premissas.
Ao realizar o exercício da observação treinamos nosso olhar e renamos nossa capacidade
de compreender a realidade. Ao realizar o exercício da auto-observação treinamentos nosso
olhar e renamos nossa capacidade de nos reconhecer como atores e responsáveis pelo que
nos ocorre.
A PRÁTICA DA OBSERVAÇÃO
Para auxiliar na prática da observação preencha a tabela a seguir com o máximo de detalhes possível. Quanto mais detalhes forem
observados, mais renada sua percepção vai se tornar a medida que for preenchida e revisada.
PARÂMETRO QUAL A SITUAÇÃO? COMO EU AVALIO? COMO EU ME SINTO?
Nomeie o
parâmetro
Como ocorreu, quando
ocorreu, quem estava
envolvido
Qual o grau de
alinhamento ao parâmetro
evolutivo
Descreva reações,
emoções e sentimentos
percebidos
competição
numa reunião de trabalho
fui cobrado(a) por
aumentar as vendas para
superar nosso concorrente
direto
há pouco alinhamento a
forma evolutiva do
parâmetro, a organização
ainda vê outras empresas
como concorrentes
senti o peso de mais
responsabilidade e com
medo de não cumprir com
o determinado e perder o
meu trabalho
Na coluna ‘’ONDE SOU FALHO(A)?’’ identique um motivo real, não se preocupe com julgamentos
nem escreva uma desculpa para sua possível falha. Quanto mais sincera for a resposta mais você
evoluirá a habilidade de percepção de seu desempenho pessoal e prossional.
Sempre que julgar necessário, releia tudo que foi escrito e faça uma reexão simples:
‘’tudo que foi relatado reete a verdadeiramente a realidade?’’.
ONDE SOU FALHO(A)?
Identique sua
responsabilidade no
contexto
falho ao não expor a
pressão e o medo que
sinto e isso prejudica
meu desempenho
As organizações regenerativas nos mostram que o respeito a nossa humanidade benecia não só toda a organização
como permite a construção e o desenvolvimento de um ambiente de trabalho alinhado ao conceito de bem comum.
São empresas que entendem seu processo evolutivo como algo orgânico, uido, dinâmico e intimamente atrelado a
premissas do desenvolvimento sustentável. São conscientes de seu papel e o fazem como servidoras à sociedade por
propósito.
Ainda cheia de problemas, enfrentando diculdades e percalços como qualquer outra organização, diferenciam-se pelos
valores morais e empáticos que estabelecem e se esforçam para manter. São multinacionais com milhares de pessoas
contratadas e milhões de euros e dólares envolvidos que escolheram, por crença pessoal de sua liderança, ser e agir
diferente. Empoderam as pessoas, respeitam sua individualidade, rejeitam uma ideia de hierarquia formal e coercitiva,
constroem relacionamentos através da cooperação, possuem altos índices de qualidade em seu produto e serviço,
possuem níveis de demissão baixíssimos e utilizam técnicas simples que praticamente zeram a burocracia em seus
processos rotineiros.
Temos muito a aprender com essas organizações.
Nossa responsabilidade para com o futuro começa agora.
CONCLUSÃO
O nome UNUS MIND trás na essência dois radicais que traduzem nossa
mensagem. A palavra UNUS vêm do latim e representa o conceito de “unidade”,
enquanto a palavra MIND é o radical anglo saxão para “mente”. Com essa junção
reforçamos a ideia de que somos uma única mente, uma coletividade guiada por
valores que remetem a conexão, respeito e empatia.
Nosso foco é ensinar como um entendimento holístico inuencia na resolução de
problemas e melhoria de processos organizacionais, capacita empreendedores e
líderes na prática de uma gestão que promove, acima de tudo, o
desenvolvimento humano.
Através de jogos voltados para organizações e líderes que desejem implementar
uma cultura baseada no amor, contribuímos para a melhoria de situações
complexas ao investir nossa energia na evolução da consciência humana.
Fazemos do bem comum nossa proposta de valor, com o intuito de causar a
disruptiva e necessária quebra de paradigma rumo à construção de organizações
+Assertivas e +Conscientes.
Somos movidos pelo amor.
E acreditamos que somente através dele podemos desenvolver organizações e
lideranças mais responsivas e conscientes.
ACKOFF, R. A lifetime of systems thinking. The Systems Thinker, v. 10, n. 5, p. 1–4, 1999.
ACKOFF, R. L. The Second Industrial Revolution: Timeline & Inventions. Study.com, p. 23, 1970.
CAPRA, F. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. [s.l: s.n.].
CHECKLAND, P. Systems Thinking, Systems Practice. 1a ed. Chichester, England: John Wiley & Sons, 1981.
CHECKLAND, P. Soft Systems Methodology : A Thirty Year Retrospective a. Systems Research and Behavioral Science, v. 58, n. 17, p. 11–58, 2000a.
CHECKLAND, P.; POULTER, J. Learning For Action: A Short Denitive Account of Soft System Methodology and Its Use For Practioners, Teachers and Students.
Chichester, England: John Wiley & Sons, 2006.
EM, F.; TRANSPESSOAL, P. A prática da vida integral, segundo ken wilber. 2009.
FLOYD, J.; ZUBEVICH, K. Linking foresight and sustainability: An integral approach. Futures, v. 42, n. 1, p. 59–68, 2010.
IIVARI, J.; HIRSCHHEIM, R.; KLEIN, H. K. A Paradigmatic Analysis Contrasting Information Systems Development Approaches and Methodologies. Information
Systems Research, v. 9, n. 2, p. 164–193, 1998.
KREHER, H. Self-Organization and Soft System Methodology: And Inquiry in to Their Mutual Relationship and Relevance. [s.l.] University of Lancaster, 1995.
MORIN, E.; LE MOIGNE, J.-L. A Inteligência da Complexidade. 1a ed. São Paulo: Peirópolis, 1921.
POUPART, J. et al. Pesquisa Qualitativa. Petrópolis: Vozes, 2008.
SENGE, P. M. A Quinta Disciplina: A Arte e a Prática da Organização que Aprende. 33a ed. Rio de Janeiro: [s.n.].
THIOLLENT, M. Problemas de Metodologia. Organização do Trabalho, p. 54–83, 1983.
THOMSON, O. A Assustadora História da Maldade. 2a ed. São Paulo: Editora Prestígio, 2002.
VASCONCELOS, M. Pensamento Sistêmico: O novo paradigma da ciência. 7a ed. São Paulo: Papirus, 2008.
WILBER, K. A Theory of Everything : An Integral Vision for Business, Politics, Science and Spirituality. 1o ed. Boston, USA: Shambala Publications Inc, 2001.
ZUBER-SKERRYTT, O.; PERRY, C. Action Research Within Organizations and University Thesis Writing. The Learning Organization, v. 4, p. 171–179, 2002.
REFERÊNCIAS
www.unusmind.com

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Apostila de administração pública pg8
Apostila de administração pública pg8Apostila de administração pública pg8
Apostila de administração pública pg8kisb1337
 
Aula 3 teoria do desenvolvimento organizacional
Aula 3   teoria do desenvolvimento organizacionalAula 3   teoria do desenvolvimento organizacional
Aula 3 teoria do desenvolvimento organizacionalNiloar Bissani
 
Slide sharemudança e aprendizagem
Slide sharemudança e aprendizagemSlide sharemudança e aprendizagem
Slide sharemudança e aprendizagemPOSEADUP
 
Comportamento e organização empresarial
Comportamento e organização empresarialComportamento e organização empresarial
Comportamento e organização empresarialJesse Costa
 
Gestão de pessoas una
Gestão de pessoas   unaGestão de pessoas   una
Gestão de pessoas unaEdilson Alves
 
Aula introdução a administração ea d processos gerenciais
Aula introdução a administração ea d processos gerenciaisAula introdução a administração ea d processos gerenciais
Aula introdução a administração ea d processos gerenciaisNiloar Bissani
 
Gestor de emoções humanizando as relações no ambiente de trabalho
Gestor de emoções   humanizando as relações no ambiente de trabalhoGestor de emoções   humanizando as relações no ambiente de trabalho
Gestor de emoções humanizando as relações no ambiente de trabalhoJorge Lima
 
Conceitos Centrais de Gestão Organizacional
Conceitos Centrais de Gestão OrganizacionalConceitos Centrais de Gestão Organizacional
Conceitos Centrais de Gestão OrganizacionalGustavo Pereira
 
Organizações que aprendem
Organizações que aprendemOrganizações que aprendem
Organizações que aprendemCelia Carvalho
 
Administração geral, gestão, ambiente externo e escolas
Administração geral,   gestão, ambiente externo e escolasAdministração geral,   gestão, ambiente externo e escolas
Administração geral, gestão, ambiente externo e escolasHenrique Ferreira
 
Curso Gestão de Pessoas nas Organizações
Curso Gestão de Pessoas nas OrganizaçõesCurso Gestão de Pessoas nas Organizações
Curso Gestão de Pessoas nas OrganizaçõesRapport Assessoria
 
Comportamento organ v11-final
Comportamento organ v11-finalComportamento organ v11-final
Comportamento organ v11-finalSandra Oliveira
 
Além da quinta disciplina peter senge
Além da quinta disciplina peter sengeAlém da quinta disciplina peter senge
Além da quinta disciplina peter sengePriscila Alves
 
Adm 01 -o que é administração -
Adm   01 -o que é administração -Adm   01 -o que é administração -
Adm 01 -o que é administração -EvelyneBorges
 
290322 acetatos%20 4374a04aa3f48
290322 acetatos%20 4374a04aa3f48290322 acetatos%20 4374a04aa3f48
290322 acetatos%20 4374a04aa3f48Catarina Guedes
 

Mais procurados (20)

Apostila de administração pública pg8
Apostila de administração pública pg8Apostila de administração pública pg8
Apostila de administração pública pg8
 
Aula 3 teoria do desenvolvimento organizacional
Aula 3   teoria do desenvolvimento organizacionalAula 3   teoria do desenvolvimento organizacional
Aula 3 teoria do desenvolvimento organizacional
 
Slide sharemudança e aprendizagem
Slide sharemudança e aprendizagemSlide sharemudança e aprendizagem
Slide sharemudança e aprendizagem
 
Comportamento e organização empresarial
Comportamento e organização empresarialComportamento e organização empresarial
Comportamento e organização empresarial
 
Gestão de pessoas una
Gestão de pessoas   unaGestão de pessoas   una
Gestão de pessoas una
 
Aula introdução a administração ea d processos gerenciais
Aula introdução a administração ea d processos gerenciaisAula introdução a administração ea d processos gerenciais
Aula introdução a administração ea d processos gerenciais
 
Gestor de emoções humanizando as relações no ambiente de trabalho
Gestor de emoções   humanizando as relações no ambiente de trabalhoGestor de emoções   humanizando as relações no ambiente de trabalho
Gestor de emoções humanizando as relações no ambiente de trabalho
 
Conceitos Centrais de Gestão Organizacional
Conceitos Centrais de Gestão OrganizacionalConceitos Centrais de Gestão Organizacional
Conceitos Centrais de Gestão Organizacional
 
Organizações que aprendem
Organizações que aprendemOrganizações que aprendem
Organizações que aprendem
 
Administração geral, gestão, ambiente externo e escolas
Administração geral,   gestão, ambiente externo e escolasAdministração geral,   gestão, ambiente externo e escolas
Administração geral, gestão, ambiente externo e escolas
 
3 a administração
3   a administração3   a administração
3 a administração
 
Curso Gestão de Pessoas nas Organizações
Curso Gestão de Pessoas nas OrganizaçõesCurso Gestão de Pessoas nas Organizações
Curso Gestão de Pessoas nas Organizações
 
Administração na sociedade atual
Administração na sociedade atualAdministração na sociedade atual
Administração na sociedade atual
 
Teorias da Gestão
Teorias da GestãoTeorias da Gestão
Teorias da Gestão
 
Comportamento organ v11-final
Comportamento organ v11-finalComportamento organ v11-final
Comportamento organ v11-final
 
Introdução a administração 2012_01
Introdução a administração 2012_01Introdução a administração 2012_01
Introdução a administração 2012_01
 
Além da quinta disciplina peter senge
Além da quinta disciplina peter sengeAlém da quinta disciplina peter senge
Além da quinta disciplina peter senge
 
Organização Contemporânea 5
Organização Contemporânea 5Organização Contemporânea 5
Organização Contemporânea 5
 
Adm 01 -o que é administração -
Adm   01 -o que é administração -Adm   01 -o que é administração -
Adm 01 -o que é administração -
 
290322 acetatos%20 4374a04aa3f48
290322 acetatos%20 4374a04aa3f48290322 acetatos%20 4374a04aa3f48
290322 acetatos%20 4374a04aa3f48
 

Semelhante a Organizações Regenerativas

Um Ensaio sobre Liderança Corporativa
Um Ensaio sobre Liderança CorporativaUm Ensaio sobre Liderança Corporativa
Um Ensaio sobre Liderança CorporativaJean Zonato
 
Aula 1 texto-comportamento organizacional-quadros e trevisan (3)
Aula 1 texto-comportamento organizacional-quadros e trevisan (3)Aula 1 texto-comportamento organizacional-quadros e trevisan (3)
Aula 1 texto-comportamento organizacional-quadros e trevisan (3)Marcos Souza
 
Aula 3 - EaD - Conceito de Administração.ppt
Aula 3 - EaD - Conceito de Administração.pptAula 3 - EaD - Conceito de Administração.ppt
Aula 3 - EaD - Conceito de Administração.pptAntonioCarlosMarques20
 
Gary hamel vantegem evolutiva
Gary hamel   vantegem evolutivaGary hamel   vantegem evolutiva
Gary hamel vantegem evolutivaCarolina Kallas
 
Letranova 1
Letranova  1Letranova  1
Letranova 1edner
 
Novos paradigmas na gestão de recursos humanos
Novos paradigmas na gestão de recursos humanosNovos paradigmas na gestão de recursos humanos
Novos paradigmas na gestão de recursos humanosclaudiamendes
 
Novos paradigmas na gesto de recursos humanos
Novos paradigmas na gesto de recursos humanosNovos paradigmas na gesto de recursos humanos
Novos paradigmas na gesto de recursos humanosclaudiamendes
 
Apostila gestão de pessoas 2013
Apostila gestão de pessoas 2013Apostila gestão de pessoas 2013
Apostila gestão de pessoas 2013Ricardo Verrengia
 
Pesquisa 1 versao final nelson
Pesquisa 1 versao final  nelsonPesquisa 1 versao final  nelson
Pesquisa 1 versao final nelson_Nellsum
 
Gestão de Pessoas I
Gestão de Pessoas IGestão de Pessoas I
Gestão de Pessoas IAVP90
 

Semelhante a Organizações Regenerativas (20)

Um Ensaio sobre Liderança Corporativa
Um Ensaio sobre Liderança CorporativaUm Ensaio sobre Liderança Corporativa
Um Ensaio sobre Liderança Corporativa
 
Um Ensaio sobre Liderança Corporativa
Um Ensaio sobre Liderança CorporativaUm Ensaio sobre Liderança Corporativa
Um Ensaio sobre Liderança Corporativa
 
gestao de pessoas
gestao de pessoasgestao de pessoas
gestao de pessoas
 
atividade 01.docx
atividade 01.docxatividade 01.docx
atividade 01.docx
 
1.2 e 1.3 Gestão de Pessoas.pptx
1.2  e 1.3 Gestão de Pessoas.pptx1.2  e 1.3 Gestão de Pessoas.pptx
1.2 e 1.3 Gestão de Pessoas.pptx
 
Gestao De Pessoas
Gestao De PessoasGestao De Pessoas
Gestao De Pessoas
 
Aula 1 texto-comportamento organizacional-quadros e trevisan (3)
Aula 1 texto-comportamento organizacional-quadros e trevisan (3)Aula 1 texto-comportamento organizacional-quadros e trevisan (3)
Aula 1 texto-comportamento organizacional-quadros e trevisan (3)
 
Gestão de pessoas
Gestão de pessoasGestão de pessoas
Gestão de pessoas
 
Aula 3 - EaD - Conceito de Administração.ppt
Aula 3 - EaD - Conceito de Administração.pptAula 3 - EaD - Conceito de Administração.ppt
Aula 3 - EaD - Conceito de Administração.ppt
 
O que e administracao
O que e administracaoO que e administracao
O que e administracao
 
Gary hamel vantegem evolutiva
Gary hamel   vantegem evolutivaGary hamel   vantegem evolutiva
Gary hamel vantegem evolutiva
 
O poder da autoestima nas habilidades humanas dentro das organizações
O poder da autoestima nas habilidades humanas dentro das organizaçõesO poder da autoestima nas habilidades humanas dentro das organizações
O poder da autoestima nas habilidades humanas dentro das organizações
 
TGA
TGATGA
TGA
 
Letranova 1
Letranova  1Letranova  1
Letranova 1
 
Novos paradigmas na gestão de recursos humanos
Novos paradigmas na gestão de recursos humanosNovos paradigmas na gestão de recursos humanos
Novos paradigmas na gestão de recursos humanos
 
Novos paradigmas na gesto de recursos humanos
Novos paradigmas na gesto de recursos humanosNovos paradigmas na gesto de recursos humanos
Novos paradigmas na gesto de recursos humanos
 
TCC Artigo Liderança Organizacional
TCC Artigo Liderança OrganizacionalTCC Artigo Liderança Organizacional
TCC Artigo Liderança Organizacional
 
Apostila gestão de pessoas 2013
Apostila gestão de pessoas 2013Apostila gestão de pessoas 2013
Apostila gestão de pessoas 2013
 
Pesquisa 1 versao final nelson
Pesquisa 1 versao final  nelsonPesquisa 1 versao final  nelson
Pesquisa 1 versao final nelson
 
Gestão de Pessoas I
Gestão de Pessoas IGestão de Pessoas I
Gestão de Pessoas I
 

Último

Products Catalogue-01-Electronics thin wall heat shrink tubing wire and cable...
Products Catalogue-01-Electronics thin wall heat shrink tubing wire and cable...Products Catalogue-01-Electronics thin wall heat shrink tubing wire and cable...
Products Catalogue-01-Electronics thin wall heat shrink tubing wire and cable...Welldonelily Skype
 
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagensEP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagensLuizPauloFerreira11
 
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...E-Commerce Brasil
 
Ranking Brasil abril 2024 sites de notícias.pdf
Ranking Brasil abril 2024 sites de notícias.pdfRanking Brasil abril 2024 sites de notícias.pdf
Ranking Brasil abril 2024 sites de notícias.pdfRevista Sociedade Militar
 
representações cartograficas - 1 ano.pptx
representações cartograficas - 1 ano.pptxrepresentações cartograficas - 1 ano.pptx
representações cartograficas - 1 ano.pptxCarladeOliveira25
 
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplaceConferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplaceE-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?E-Commerce Brasil
 

Último (8)

Products Catalogue-01-Electronics thin wall heat shrink tubing wire and cable...
Products Catalogue-01-Electronics thin wall heat shrink tubing wire and cable...Products Catalogue-01-Electronics thin wall heat shrink tubing wire and cable...
Products Catalogue-01-Electronics thin wall heat shrink tubing wire and cable...
 
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagensEP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
 
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
 
Ranking Brasil abril 2024 sites de notícias.pdf
Ranking Brasil abril 2024 sites de notícias.pdfRanking Brasil abril 2024 sites de notícias.pdf
Ranking Brasil abril 2024 sites de notícias.pdf
 
representações cartograficas - 1 ano.pptx
representações cartograficas - 1 ano.pptxrepresentações cartograficas - 1 ano.pptx
representações cartograficas - 1 ano.pptx
 
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplaceConferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
 
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
 

Organizações Regenerativas

  • 1. ORGANIZAÇÕES REGENERATIVASconheça o conceito e quais parâmetros guiam as organizações mais disruptivas da gestão atual
  • 2. ESTE EBOOK É ADEQUADO PARA MIM? Um dos objetivos da UNUS MIND é sensibilizar e ensinar líderes e empreendedores a transformar a gestão organizacional em um promotor da evolução humana. Produzimos artigos, ebooks, posts e outros materiais para auxiliar nessa jornada. Ao lado você confere o grau de conhecimento necessário para um melhor aproveitamento deste material. NÍVEL BÁSICO: São focados em abordagens mais superciais que utilizam linguagem simples e introdutória para falar sobre conceitos importantes no processo de evolução organizacional. Se este é seu primeiro contato com o tema, esse material é o ideal para aprender algo novo que não necessita de nada prévio! NÍVEL INTERMEDIÁRIO: Aqui estão condensadas disciplinas que aprofundam conceitos básicos. Incluem a explicação sobre a utilização de técnicas especícas; Exigem do leitor um conhecimento prévio sobre os temas tratados, pois, os conceitos são abordados sem um suporte teórico introdutório. NÍVEL AVANÇADO: Voltado a quem já possui bom conhecimento sobre as disciplinas utilizadas e possui experiência na pratica de suas ferramentas e técnicas. Envolve estudos de caso e análises detalhadas de contextos problema. Especíco para quem busca aprofundamento na área.
  • 3. Introdução O conceito básico da gestão Repensando a gestão O foco evolutivo Competição Métrica Prioridade Crescimento Estratégia Beneciados Propósito Inovação Mas o que é ser regenerativo? O poder da observação A prática da observação Conclusão Sobre a UNUS MIND Referências 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
  • 4. Ao longo dos anos fomos perdendo a capacidade de nos relacionar tanto com a natureza, quanto uns com os outros. Os impactos e as consequências desse distanciamento são visíveis não só na crise climática que enfrentamos, como também na cada vez mais acentuada incapacidade de enxergar o próximo com empatia e construir pontes através do amor. Essa realidade é igualmente observada nas organizações, que a pesar de serem formadas por pessoas, as consideram como um mero recurso a ser utilizado. Descartam a ideia ou simplesmente são incapazes de se reconhecer como um veículo de auxílio ao desenvolvimento humano. Assim, pessoas são substituídas ao invés de suportadas em seu processo evolutivo, e como simples peças num tabuleiro doente, descartadas em prol da manutenção de um sistema que prima pelo mecanicismo. É preciso relembrar a conexão histórica, profunda e intrínseca que possuímos com a natureza, como também mergulhar numa profunda jornada de autoconhecimento para reverter essa situação. Só assim construiremos uma realidade mais justa e igualitária. Nesse sentido, há organizações que apresentam uma forma inusitada de gestão e que dão prova de que não só é possível associar prosperidade nanceira a um propósito que traga benefícios à sociedade como transformar o ambiente de trabalho em um ambiente promotor da evolução humana. Estas organizações estão redesenhando seus modelos de negócio e construindo uma realidade balizadas por parâmetros que nos levam a reetir e questionar muitas premissas pessoais e práticas gerenciais. Este ebook apresenta alguns desses parâmetros, que confrontados com suas denições clássicas, possibilitam uma nova abordagem para a forma na qual se compreende e se pratica a gestão organizacional, e porque não, de nossa própria forma de ver e entender o mundo e a nós mesmos. Desejamos uma boa leitura e reexão. INTRODUÇÃO
  • 5. O CONCEITO BÁSICO DE GESTÃO O conceito básico de gestão envolve gerenciamento e administração. É usualmente baseado em quatro pilares: planejamento, organização, liderança e controle. Para compreender melhor a aplicação desses pilares é preciso entender o que cada um signica. O primeiro pilar é o planejamento. O objetivo central de qualquer planejamento é denir estratégias e objetivos levando em consideração aspectos econômicos, sociais, tecnológicos e políticos aos quais toda e qualquer organização lida em sua rotina. O planejamento é tido como uma metodologia onde a empresa estabelece a direção a seguir. Tem no plano estratégico expressa a forma de interagir com o ambiente. Uma bom gestão, portanto, deve se manter atenta as mudanças internas - dentro da própria organização - e externas - clientes, sociedade, governos, parceiros. Como segundo pilar base, temos a organização. Oranizar pressupõe a ordenação das coisas, que invariavelmente e conceitualmente, precisariam estar em disposições equivocadas para serem ordenadas. Na gestão, é a forma com que se dispõem os recursos em um sistema para o alcance de resultados. Assim, em junção ao planejamento segue-se a organização, forma pelo qual a liderança decide dispor de recursos em prol do alcance de seu planejamento. Liderança e controle por sua vez, andam estritamente juntos, pois, apesar de todas as teorias e estudos existentes, de Maslow - que deniu a hierarquia das necessidades humanas - à Teoria X e Y - que versa sobre o interesse do homem pelo trabalho -,geralmente se entende que é papel do líder denir como, quando e onde exercer controle para que a empresa e seus recursos (físicos e humanos) se alinhem ao planejamento inicialmente traçado.
  • 6. O conceito usual desses pilares e seu diário exercício pressupõem alguns entendimentos comuns a grande maioria dos líderes, desde sua formação acadêmica, perpassando de forma quase generalizada pela sociedade - que enxerga as organizações como vis e egoístas -, perpetuando cada vez mais uma visão deturpada do que seja a gestão. Algumas ideias comumente aceitas são as que entendem uma empresa como um meio de controle do capital em uma sociedade. Que trava uma constante batalha para fazer valer seus objetivos. Que vê outras empresas como ‘’inimigas’’ a serem derrotadas. A de que a competição acirrada do mercado ocorre num ambiente selvagem, antiético (onde somente o mais forte e adaptável sobrevive) e onde o lucro é o objetivo maior. Também é comum enxergar o ser humano - mesmo com abordagens mais humanas - como um mero recurso a ser manipulado. Ou ainda desconsiderar a importância da natureza, fazendo-o quando muito, somente no mínimo patamar necessário para adequação à normas e regulamentos. Porém, tal qual paradigmas são constantemente revistos, essas visões são entendidas cada vez mais como retrógradas. Oriunda da concepção de que o planeta e nós mesmos se assemelham a máquinas. Assim, empresas seriam apenas meio para que egos inados alcancem status e obtenham poder a cima de considerações mais integralistas e empáticas. O resultado é uma abordagem que negligenciou os impactos de nossas ações e nos relegaram problemas que não podem mais ser ignorados. É PRECISO UM NOVO CONCEITO DE GESTÃO!
  • 7. REPENSANDOAGESTÃO Umamudançadevisãoparadigmáticademundoofereceumentendimentodiferenciadosobreospilares base da gestão. Um entendimento mais alinhado ao contexto atual de nossa realidade e que observa os problemasqueenfrentamos,possibilitandoaofertadecontribuiçõesparasuamelhoriacontextualembases maisholísticas.Assim,osmesmospilaresbaseapenasmudamdeótica. Não perdendo sua importância, o planejamento passa a ser mais um exercício criativo de foco que uma receita de bolo ou um protocolo formal e rígido a ser seguido. Torna-se algo exível e produto de um processo transparentedeassociaçãoaopropósitodaempresaedapercepçãodotempopresente,nãofuturo.Semmaiso foconolongoprazo,masemadaptar-seaotempopresente,possibilitarespostasmaisprecisaseuidas. Ao entender o pilar da organização como uma forma de respeito as características dos recursos, sem forçar sobre eles um entendimento que não lhes são próprios, é possível sua utilização mais assertiva. No aspectohumanoháaindaapossibilidadedeauxiliá-losemsuajornadaevolutiva. Consequente a esse entendimento descarta-se o uso do controle com viés impositivo e imperativo. Se nada está em posição de ser em totalidade controlado, não há razão para tal esforço e gasto de energia. A tentativa de exercê-lo denota-se como infrutífera e desnecessária. Pessoas passam ser respeitadas em sua integralidade,eosdeaspectopuramentefísicoscomoauxiliaresaessajornada.
  • 8. Com a falta de necessidade de grandes esforços voltados ao controle, o papel da liderança precisa ser profundamente revisto. Isso se faz crítico, pois, grande parte do papel de um líder é denir e exercer meios de controleemtodaacadeiaeemtodososníveis. Comodeveagirumlíderentão?Quaisseriamsuasprioridades?Qualseriaofocoeoobjetivodeseusesforços? Sob um novo entendimento, a liderança então passa a ser aquela que prima pelo desenvolvimento das habilidades que promovam a maturação organizacional alinhadas ao seu propósito evolutivo, que desenvolve competências que possibilitem o compreensão e entendimento do momento presente para seu planejamento, e que direciona seus esforços a construção de um ambiente promotor a evolução humana. Citadopormuitos,ShunTzu-autordocélebre‘’AArtedaGuerra’’-temseusensinamentosutilizadosporgrandes gurus da administração. Em um trecho é possível ler: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.” É inegável a profundidade de seus ensinamentos, mas é preciso contextualizá-los adequadamente antes de associá-losipsis literisaoambienteorganizacional.Paraissoéprecisoarevisãodealgumaspremissas...
  • 9. A revisão das premissas de uma gestão passa pela mudança de entendimento quanto ao foco dado aos seus parâmetros. Deve-se migrar o foco de uma gestão desenvolvida com base no medo - medo do concorrente, medo de perder espaço de mercado, medo de não alcançar o volume de vendas esperado, medo do capital humano não alcançar objetivos - para uma gestão baseada na promoção da evolução de suas potencialidades internas. Com isso, os mesmos parâmetros podem e devem ser utilizados, apenas sob uma nova perspectiva. O foco evolutivo passa a ser um conjunto de premissas inter-relacionadas e complementares entre si que enriquecem as capacidades e possibilita a sobrevivência da empresa. O FOCO EVOLUTIVO PARÂMETRO PROPÓSITO dominação de mercado CRESCIMENTO exponencial ESTRATÉGIA competição PRIORIDADE aquisição de usuário BENEFICIADOS MÉTRICA quantidade COMPETIÇÃO outras empresas indivíduo/acionista FOCO PRIMÁRIO BEM COMUM REGENERATIVO COOPERAÇÃO SUCESSO DO USUÁRIO QUALIDADE SI PRÓPRIO SOCIEDADE FOCO EVOLUTIVO INOVAÇÃO -idealizeddesign-
  • 10. PARÂMETRO:COMPETIÇÃO Por denição, competir signica que o objetivo é ser melhor que o outro. No aspecto interno, esse entendimento favorece o entendimento de que recursos devem ser disputados pelas equipes como se elas trabalhassem umas contra as outras e não pelo mesmo propósito, cargos são almejados e utilizadosparamanterstatuseexercercontrolehierárquico-oqueusualmentelevaadesconsideraçãoda empatiaemrelaçãoacondiçãoalheia-,eumaculturademedoseinstalanotãoconhecidojargão‘’manda quempode,obedecequemtemjuízo’’. Essa visão não só considera o ser humano como um recurso a ser utilizado, que invariavelmente busca conforto no não-esforço, como desrespeita a individualidade - como se todos os abaixo de determinado nível fossem negligentes. Instala-se uma cultura onde e maisa burocracia impera e requer controles controles para se provar válida. Opiniões e sugestões são suprimidas e denições de planos e estratégias ocorremsomentenosentidotop-down. Noaspectoexterno, ,porissoaassociaçãoasideiasdeShunTzusoamas outras empresas são inimigas tão adequadas. Alimentadas por teorias evolutivas datadas, a organização é basicamente reativa. Assim, empresa e lideranças reagem a mudança do ambiente orientados pelo medo e traçam seu planejamento estratégico e objetivos direcionando esforços a vencer uma competição acirrada em que o alvoéodomínioeocontrolepelaforça. Essa forma de compreender o ambiente deve car completamente de fora de uma cultura baseada no amor. O foco do trabalho deve desenvolver as potencialidades internas ao máximo, sem a preocupação com comparações ou julgamentos externos, não do medo reativo à ação alheia - seja internoouexterno.
  • 11. Uma vez alinhados ao propósito organizacional, a busca é pelo equilíbrio nanceiro, social e ambiental, sem deixar que o ego tome a frente em decisões e guie o planejamento ante o medo dos concorrentes. Encara-se outras empresas não como inimigos a serem derrotados, mas como parceiras, que atendem a seu nicho e detêm os clientes que a qualidade de seu serviço/produto lhes permite manter. Ao olhar para dentro, volta-se a energia ao desenvolvimento e melhoria do que se é enquanto organização - resultado direto do trabalho humano - e o resultado alcançado passa a ser consequência do processo de evolução interno. A guerra, portanto, é contra os próprios medos e limitações enquanto pessoa, grupo e organização. Essa é a razão pelo qual Shun Tzu usa o termo ‘’se você não conhece a si mesmo’’. Ao citar ‘’se você não conhece o inimigo’’, há apelo a uma visão empática para que se enxergue no concorrente um igual. E a armação ‘’não precisa temer o resultado de cem batalhas‘’, é em verdade um chamado ao aprendizado, pois na vitória ou na derrota, quem aprende sempre vence. A arte da guerra deve ser compreendida como um reexo do contexto histórico e cultural de sua época. Não um apelo a gana competitiva que incita um comportamento agressivo e violento ante seu ‘’oponente’’. Com esse entendimento, podemos reconsiderar o segundo parâmetro.
  • 12. PARÂMETRO: MÉTRICA A métrica comumente utilizada pelas organizações é majoritariamente numérica. O planejamento e seus respectivos objetivos são traduzidos em números que devem ser alcançados por todos os níveis hierárquicos. Ocorre uma pressão para que os números - entenda-se metas - sejam averiguados, perseguidos e utilizados para suportar o processo decisório. Números são bons. É inegável o fato do quanto números propiciam informações que a capacidade humana levaria muito tempo para analisar, ou até mesmo, jamais o zessem. Porém, o que se vê é a busca e o acúmulo de dados e mais dados, provenientes de mensuras e controles, que muitas vezes pouco são associados ao propósito da organização, além do fato de que , ou adequadamenteconsomem muito da energia de trabalho na geração de dados que jamais serão utilizados analisados pelos responsáveis. A necessidade da geração de dados nos dias atuais suplantam e ignoram quase por completo que é sobre os ombros humanos que recai a responsabilidade de um processo decisório. Dados não possuem, por mais trabalhados e organizados, a habilidade de predizer o futuro - mesmo que indiquem através da estatística uma tendência. Assim, proveniente do medo de se perder o controle e de não seguimento do planejado, relegam-se aos números uma importância quase mítica. Na verdade, estamos dando aos números uma importância que marginaliza a criatividade e a intuição humana.
  • 13. Modicar o foco para o qualitativo não signica ignorar a importância dos dados, mas ser consciente de que as interações e relações humanas não obedecem padrão, nem podem ser traduzidas em números. Que a habilidade de fazer juízos de valor não é realizada por máquinas, e que a criatividade é produto da experiência, da história, da cultura e dos valores internos que não podem ser resumidos em dados. Conseguinte, conscientes de que a obtenção de lucro é fundamental para a sobrevivência, busca-se elevar a qualidade do que é ofertado - serviço/produto - ao ponto em que a justicação pelo preço passa a ser consequência, não o fator crítico. Mantêm-se a premissa de que para um ótimo padrão de serviço/produto haverá o cliente justo e adequado para sua aquisição. Faz-se das habilidades humanas mais importante que análise fria de dados. O foco na qualidade não deve levar ao controle desnecessário, mas conduzir ao padrão de excelência condizente com a melhor oferta de valor que se pode garantir com os recursos disponíveis. Compreender o aspecto qualitativo conduz a reexão, ao questionamento e ao indagamento quanto a aspectos subjetivos que número algum traduz. É sair do aspecto analítico, reducionista e puramente objetivo e abraçar a interconectividade que apenas a complexidade traz. Ao inverter a lógica do quantitativo para o qualitativo é possível rever o terceiro parâmetro.
  • 14. PARÂMETRO:PRIORIDADE Imagineasituaçãoemqueacompetiçãodeixadeserencaradacomoumconceitonefastoecaracterística de um ambiente selvagem, e em associação, a mudança de parâmetro do quantitativo para o qualitativo, e tem-se o suporte necessário para mudar a prioridade quanto a tratativa dispensada aos usuários/clientes. O usuário deixa de ser encarado como algo a ser adquirido - onde a realização da venda recorre normalmente a artifícios não tão honestos -, ou um simples número a ser analisado, ou uma parcela de mercado a ser atingida, e passa a ser compreendido como um ser humano, um que recorre a aquisiçãodoserviço/produtoparasuprirumanecessidadereal. Entender suas características e individualidades auxilia no entendimento de que a busca pelo serviço/produto constitui uma busca por um valor que potencialize, facilite e enriqueça sua jornada evolutiva. Que sirva ao propósito de facilitar e colaborar com sua experiência diária, quer seja em âmbito pessoal ou prossional. Objetiva-se, assim, a contribuição para seu sucesso e crescimentopessoal. Nãosetratadeempurrarouforçarumavenda,partindodopressupostodequedeve-seexplorar lacunas de necessidades ainda não identicados e explorá-lo com a oferta/promessa de algo que o ‘’satisfaça’’, mesmoquenãosejanecessário. Para isso, se utiliza de aspectos psicológicos de manipulação e convencimento que ignora tanto o realvalordoserviço/produtoquantoarealnecessidadedeaquisição-umavezqueofocoéolucroe acoberturadoscustosoperacionais.
  • 15. Ao considerar o sucesso do usuário como parâmetro, há uma radical mudança na forma com que o tratamento lhe é dispensado. bem como suas características são consideradas no processo de desenvolvimento de um novo serviço/produto. Esse entendimento já é bastante conhecido pelas áreas de engenharia de produto, marketing e vendas, porém, o exercício da empatia necessário a essa mudança ainda é bastante restrito quando considerado nos médios e pequenos negócios. Se inicialmente a observância é na esfera individual, a consideração de um aspecto mais coletivo permite a organização compreender que atua numa espectro mais variado, ampliando ainda mais o escopo desse parâmetro (ver Parâmetro: Beneciados).. Um outro aspecto relevante que não pode ser negligenciado é a consideração de que, em muitos casos, há uma parcela interna de usuários que se caracteriza também por ser a força de trabalho da organização. Assim, tem-se a oportunidade de extrair informações de uma parcela que não só gera renda, como participa do processo dessa geração. Olhar para os clientes internos pode ensinar muito a qualquer empresa, não importa o tamanho. Com esse entendimento, abre-se uma possibilidade única de aprendizado que .permite a organização melhorar e enriquecer a proposta de valor ofertado Assim, com maior segurança relativa a esse parâmetro, a organização pode rever o conceito e a estratégia de crescimento.
  • 16. PARÂMETRO: CRESCIMENTO Um dos fatores críticos para qualquer organização é conseguir manter um ritmo de crescimento que suporte seus investimentos. Por exemplo, espera-se de uma start-up que seu produto e sua gestão sejam competentes para alavancar o aporte de capital realizado para sua estruturação. E de uma grande companhia, que esse crescimento permita o desenvolvimento de novos produtos e serviços e a atualização de sua planta, bem como investimento em qualicação de sua mão de obra. Porém, considerar como padrão um crescimento exponencial para iniciantes, ou constante para organizações maduras, é um ato ilusório. Além de esconder a , não permite onecessidade de alcance de status e posicionamento como reexo de ganância entendimento de que .o crescimento não é conduzido e nem alinhado a um propósito bem denido Em nome desse posicionamento mercadológico muitas empresas buscam replicar procedimentos, estratégias e métodos externos que não se ajustam a sua cultura. Tentam replicar histórias alheias e utilizam técnicas, como o benchmark, sem respeitar ou até mesmo compreender suas próprias potencialidades. Fatidicamente falham. Vêem seus esforços ruírem e buscam culpados, ao invés de conduzir um processo interno de aprendizado.
  • 17. Em organizações regenerativas, o crescimento não é considerado exponencial, nem pretendido como constante, muito menos reexo de ganância. O foco não é suportar investimentos calcados em decisões ególatras que primam por um crescimento que muitas vezes não é suportado pela maturidade organizacional. Não é também um crescimento planejado ou controlado - pois entende-se que a mudança é uma constante que não aceita nem se submete a controle -, nem é objetivado como fator promotor de capital em prol da geração de lucros, mas, é um considerado um crescimento regenerativo, orgânico e responsivo. Por regenerativo entende-se aquele crescimento que suporta o não endividamento externo e que permite o investimento constante na qualidade e no capital humano. Assim, não há cobrança por um crescimento exorbitante à curto prazo, muito menos balizado por alcance de metas irreais e injustas de vendas. O crescimento é entendido como um produto do propósito e suportado pela assertividade com que a organização se alinha a ele. Englobando obrigatoriamente em suas premissas os aspectos nanceiros, sociais e ambientais necessário à sua manutenção. Ciente de que seu alcance não deve ser promovido pelo ego a organização se torna apta a redenir o foco de sua estratégia de atuação e de seus métodos de trabalho.
  • 18. PARÂMETRO: ESTRATÉGIA O sentido natural da natureza não é de ordem competitiva, mas cooperativa. Extraída da teoria evolutiva de Darwin, que apresenta lacunas que não respondem em totalidade a questão a que se propõe - fato esse reconhecido pelo seu próprio autor -, e que rende por si só uma boa e interessante discussão, a ideia da competição ocorre apenas quando os recursos são escassos e como forma de equilíbrio natural. Igualmente . Porequivocada é a ideia de que a evolução ocorre pela adaptação e sobrevivência do mais forte que então ainda associá-las a cultura organizacional como se essa lógica representasse a natureza humana? Por um simples motivo: as teorias formuladas num determinado momento histórico costumam reetir a visão de mundo e serem limitadas pelos conhecimentos disponíveis de sua época. Problemas começam a surgir quando paradigmas ultrapassam a barreira do tempo em forma de leis que não permitem sua revisão e consideração diante de novos aspectos. Assim, se muitas noções sobre a própria evolução estão sendo revistas, faz-se pertinente que os aspectos por elas inuenciados também o sejam. No mundo organizacional, como aqui já exposto, a competição, ao invés de promover um ambiente salutar a evolução humana, emperra e engessa o processo criativo e trava a própria evolução da empresa. Grandes organizações, como a Valve - uma das maiores desenvolvedores de jogos do mundo - entendeu esse processo de revisão e adotou uma postura assertiva na execução de seus projetos. Lá, os projetos são desenvolvidos por anidade entre pares. Não há competição..
  • 19. Os por ele e se vêemprojetos são desenvolvidos quando as pessoas se sentem apaixonadas e interessadas conectadas com sua proposta e dispostas a se doar para seu sucesso, não por determinação hierárquica. Projetos que não formam equipes são simplesmente descartados. A cooperação no ambiente de trabalho passa a ser resultado das expressões individuais que se unem por escolha e amor, e que unidas se tornam maior que a individualidade. Não há competição por recursos, mas a compreensão das necessidades que precisam ser atendidas e o esforço conjunto para o alcance dos objetivos. Quando projetos são desenvolvidos por conexão empática entre os pares, disputas de ego são minimizadas em detrimento da união de potencialidades que decidem se juntar para sanar problemas e melhorar contextos. E a dinâmica de ajuste de forças individuais transformam o processo de cooperação em uma oportunidade de evolução, tanto organizacional quanto pessoal. Há formação de uma rede interconectada de ajuda e apoio que se forma em prol de um objetivo, tendo o propósito como direcionador e o amor como força motriz. Revela-se assim um profundo viés moral que potencializa relações humanas e geram resultados surpreendentes. Viés moral esse que pode ser percebido em empresas que carregam um profundo aspecto moral e sustentável de cooperação, e trabalham com autogerenciamento, autorresponsabilidade, transparência e quase sem hierarquia. Essas empreas caracterizam um novo e emergente tipo de mercado, atualmente conhecido como . E seus exemplos‘’Mercados morais’’ são capazes de oferecer aos dois últimos parâmetros uma perspectiva completamente inovadora nas relações de mercado e na interação entre a organização e a sociedade.
  • 20. PARÂMETRO: BENEFICIADOS Quando o ego pauta a gestão organizacional o resultado pode ser observado na forma com que a gestão pauta seu planejamento, dene metas e exerce controle sobre seus processos. Todos os esforços de trabalho são direcionados ao aumento do montante de lucro e devem suportar sua manutenção em patamares que atendam as necessidades de poucos. - proprietário/acionista. Por consequência, a quantidade de energia exigida ao sistema percorre as camadas hierárquicas traduzida em objetivos e metas que pouco, ou nada, tem a ver com a evolução da organização e de sua força de trabalho. Não consideram por muitas vezes as relações que a organização mantém e negligenciam o impacto de suas atividades nos aspectos, ambiental, tecnológico, psicológico e cultural dos envolvidos. A sociedade é enxergada pelo princípio básico e mais rudimentar da economia - como fornecedor de mão de obra e aquisidor de seu serviço/produto -, com pouca, ou nenhuma relação ganha-ganha mantida - tipo de relação onde ambas as partes saem beneciadas.. Além disso, é preciso considerar o papel do lucro nas relações de mercado. As organizações e a competência de sua gestão é mensurada basicamente por essa variável. Mesmo com o uso de outras métricas nanceiras, o mercado de capitais valoriza o acúmulo de capital. Essa valorização histórica do lucro precisa ser entendida em conjunto com a história da economia, do mercado de capitais, e da própria humanidade.
  • 21. Uma vez alcançada - -, apoucas organizações conseguem de fato alcançar esse patamar mudança de foco quanto ao beneciário maior permite uma reformulação profunda de suas práticas, em resposta a um processo de evolução cultural que demanda tempo e exige uma postura radicalmente diferente de sua liderança. A mudança de foco nesse aspecto necessita e exige a revisão de valores internos que ultrapassam a barreira organizacional, se mostrando, portanto, um dos mais complicados e difíceis de se observar na prática. É um reexo direto e intrínseco da revisão de valores morais internos, que se sustenta no exercício da empatia para se consolidar. E que necessita da revisão conceitual de um parâmetro aqui exposto, o sucesso do usuário, para se consolidar.. A mudança de foco encontra nesse parâmetro o alvo necessário de seus novos esforços. O maior beneciado, ao deixar de ser o indivíduo, na pessoa do acionista/proprietário, migra para a sociedade/comunidade a qual a empresa agora serve. Ao inverter a lógica da obtenção do lucro como resposta as necessidades individuais pela resposta ao benefício que a organização promove à sociedade, muda-se completamente a dinâmica de valor. A existência se justica não pela ganância, mas por um papel de servidor para a sociedade. Estratégias são elaboradas tendo em vista a responsabilidade e o benefício social, a compaixão e o amor pelo ser humano e pela natureza, e guia-se por valores profundamente éticos. Sem mais a ganância do ego sob holofotes o último parâmetro entra em pauta com o devido valor na cultura organizacional.
  • 22. Estudiosos como Paul Zak, Frederic Laloux, Clare Graves, Ackoff, Fritjof Capra, Edgar Morin e Ken Wilber - a citar apenas alguns - apontam não apenas as variáveis que auxiliam nessa profunda mudança paradigmática como reetem sobre as condicionantes e diculdades atreladas a esse processo. Processo esse que exige uma profunda revisão de conceitos tão arraigados na nossa personalidade, que apenas associados a um igualmente profundo processo de revisão de valores pessoais é capaz de suportar. Uma jornada que não somos habituados a enfrentar PARÂMETRO: PROPÓSITO Entender o propósito organizacional como sendo o de dominação do mercado é uma consequência quase lógica quando o paradigma que norteia a empresa é baseado em premissas que o corroboram. Deve-se entender que a questão do propósito organizacional é uma reexo direto da visão de mundo de sua liderança. Portanto, a visão de mundo que considera outras empresas como inimigas, desejam volume à qualidade, vêem o usuário como um objeto a ser adquirido, um crescimento vertiginoso com foco no lucro máximo e a curto prazo, e tem como beneciário máximo o acionista/proprietário, dicilmente verá no bem comum o propósito de seus esforços. A visão de mundo que foca no coletivo só encontra suporte na empatia e numa profunda conexão com seu entorno. Por isso grande parte das organizações têm diculdade em denir seu propósito, e geralmente o denem como uma evolução do que era considerado como a visão e missão da Gestão da Qualidade. Representando, portanto, não um propósito, mas uma roupagem diferente de uma externalização da ganância do ego.
  • 23. São organizações que estão redenindo a forma com que se compreende a gestão empresarial e ensinando que lucro pode e deve ser associado ao amor e ao exercício da empatia. Longe de serem perfeitas, são empresas cuja sua capacidade e habilidade de gerir ultrapassam as barreiras usuais da gestão convencional, aprendendo e denindo sua própria forma de fazer o bem e gerar lucro com a responsabilidade por essa escolha. Em estudo realizado, Laloux aponta que menos de 1% das organizações mundiais encontram-se no patamar evolutivo onde as práticas reetem uma visão de mundo baseada em valores integralistas e holísticos, cujo foco de trabalho é servir a sociedade. Mas elas existem, e estão se tornando referência de uma nova versão de organização. Mesmo que pareça irreal, são muitas vezes multinacionais que movimentam milhões em capital e empregam milhares de pessoas. São organizações em que, sem mais a necessidade de competição externa ou de lucro a qualquer custo, e com o entendimento de que o ambiente de trabalho deve ser promotor de evolução e das potencialidades humanas, denem como beneciário de sua existência a sociedade e determinam como seu propósito a prosperidade do bem comum. Por bem comum entende-se o respeito as condições mínimas necessárias ao desenvolvimento humano nas esferas econômica, social e ambiental, incluindo o respeito a cultura, a espiritualidade e a sua história. São organizações pioneiras em práticas, técnicas e procedimentos que estão na linha de frente, na vanguarda quanto a gestão e se tornando cada vez mais referência em suas áreas de atuação.
  • 24. PARÂMETRO: INOVAÇÃO O desenvolvimento de uma organização é um processo longo que envolve uma innidade de variáveis que se relacionam e mutuamente se inuenciam em formas muitas vezes quase impossíveis de prever. Ao se pensar no design de uma organização, há os que buscam referências no passado - tentando replicar modelos que funcionaram certo -, há ainda os que vêem no futuro uma gama ampla de possibilidades a serem exploradas, e há aqueles que rejeitam as referências e buscam desenvolver a organização baseado somente em seus conceitos e onde querem chegar. O conceito de design idealizado para o desenvolvimento de uma organização rejeita todos os conceitos citados e busca na complexidade sua concepção. Com uma forte base sistêmica - corrente de pensamento que busca compreender a realidade através das conexões e relações que caracterizam o todo (possui uma ligação ideológica profunda com o estudo da complexidade) -, e se resume em apenas duas etapas macro - idealização e realização - que se subdividem em seis sub-etapas. Suas etapas e sub-etapas consistem grosso modo na compreensão dessa bagunça complexa que caracteriza a realidade e seus emaranhados de relações que mantêm como forma de planejar um modelo de organização que se ajuste de forma orgânica ao contexto em que se insere. E por ser uma forma mais orgânica de se pensar uma organização, ,oferece uma forma mais uida de planejamento e execução fugindo da rigidez com que planos são traçados. Mas, não se deve confundir a falta de rigidez com falta de foco e caos, pelo contrário. Seus processos simples consideram a complexidade como base no processo de design, possuindo forte enfoque na criatividade e no exercício prático do mais provável/adequado, tendo em vista facilitar o processo de implementação. Quando pensado sob a ótica dos princípios evolutivos aqui expostos auxiliam que organizações surjam baseadas nestes parâmetros e fomentem desde sua concepção uma cultura baseada no amor e empatia.
  • 25. MAS AFINAL DE CONTAS O QUE É SER REGENERATIVO? Para compreender o que seja uma organização regenerativa é preciso conhecer sua estrita relação com estudos que versam sobre a evolução da consciência humana. Estes estudos teorizam que o comportamento do ser humano deve ser visto como um reexo direto de sua capacidade de compreender e modicar sua própria realidade. Para treinar essa capacidade é preciso ir além das disciplinas estritamente técnicas como a física, a matemática e a engenharia, e incluir estudos humanos, como a sociologia, a losoa e a espiritualidade. Somente considerando numa mesma visão os diversos pontos de vista que cada uma dessas disciplinas traz seria possível compreender o homem e a vida de forma integral. A decisão pela consideração de aspectos tão incomuns para a forma usual de gestão não é a estratégia, mas consequência de como sua liderança entende e pratica a complexidade desses conceitos. Desta forma, os valores e as práticas dessas organizações são o resultado da visão de mundo de sua liderança. O sentido contrário não funciona. Se um líder decidir por estratégia adotar valores dos quais não crê e pratica em sua vida, fatidicamente as ações serão fracassadas. A mudança ocorre de dentro para fora, não ao contrário. Estas organizações, com sua forma inusitada de gerir, dão prova de que o paradigma mecanicista que impera está cada vez mais datado e nos causando muito mais problema que possibilitando soluções. São empresas que desenvolvem suas práticas alinhadas a um profundo processo de autoconhecimento dos indivíduos que a formam. Assim, a expressão ‘’regenerativa’’ denota muito mais um processo natural de dar nova vida a forma de gestão que um movimento estratégico impositivo.
  • 26. O PODER DA OBSERVAÇÃO Não há exercício mais poderoso que o da auto-observação. Esse exercício é profundamente revelador quando realizado com abertura e coragem. É preciso abertura para aceitar que há verdades que estão fora de nossa compreensão, e coragem para aceitar as falhas que são causadas por nossa ignorância. Como fator complicador, há ainda o medo, uma emoção que nos faz negar que somos os responsáveis diretos pelas consequências de nossas escolhas e que nos leva a negar as falhas cometidas, reprimir sentimentos e construir falsas ‘’verdades’’. Porém, uma vez imerso nessa jornada, há um caminho de aprendizado que se mostra incrivelmente revelador e que possibilita inúmeros caminhos à melhoria. Assim, para se sensibilizar quanto as práticas que caracterizam se uma organização é ou está se tornando regenerativa é preciso para e observar. A resposta quanto ao alinhamento aos parâmetros evolutivos pode não ser clara de imediato, mas há uma dica válida que nos foi ensinada há séculos lósofos que nos faz reetir diante de uma constatação: ‘’o que um sábio faria nessa situação?’’, ou ainda, nas palavras do grande Marcel Proust, um dos mais inuentes autores do século 20, ‘’a real viagem do descobrimento consiste não em procurar novas terras mas em ter novos olhos’’. O simples e difícil exercício da auto-observação é o melhor e mais ecaz caminho para treinar a percepção quanto aos parâmetros evolutivos e perceber nosso alinhamento à suas premissas. Ao realizar o exercício da observação treinamos nosso olhar e renamos nossa capacidade de compreender a realidade. Ao realizar o exercício da auto-observação treinamentos nosso olhar e renamos nossa capacidade de nos reconhecer como atores e responsáveis pelo que nos ocorre.
  • 27. A PRÁTICA DA OBSERVAÇÃO Para auxiliar na prática da observação preencha a tabela a seguir com o máximo de detalhes possível. Quanto mais detalhes forem observados, mais renada sua percepção vai se tornar a medida que for preenchida e revisada. PARÂMETRO QUAL A SITUAÇÃO? COMO EU AVALIO? COMO EU ME SINTO? Nomeie o parâmetro Como ocorreu, quando ocorreu, quem estava envolvido Qual o grau de alinhamento ao parâmetro evolutivo Descreva reações, emoções e sentimentos percebidos competição numa reunião de trabalho fui cobrado(a) por aumentar as vendas para superar nosso concorrente direto há pouco alinhamento a forma evolutiva do parâmetro, a organização ainda vê outras empresas como concorrentes senti o peso de mais responsabilidade e com medo de não cumprir com o determinado e perder o meu trabalho Na coluna ‘’ONDE SOU FALHO(A)?’’ identique um motivo real, não se preocupe com julgamentos nem escreva uma desculpa para sua possível falha. Quanto mais sincera for a resposta mais você evoluirá a habilidade de percepção de seu desempenho pessoal e prossional. Sempre que julgar necessário, releia tudo que foi escrito e faça uma reexão simples: ‘’tudo que foi relatado reete a verdadeiramente a realidade?’’. ONDE SOU FALHO(A)? Identique sua responsabilidade no contexto falho ao não expor a pressão e o medo que sinto e isso prejudica meu desempenho
  • 28. As organizações regenerativas nos mostram que o respeito a nossa humanidade benecia não só toda a organização como permite a construção e o desenvolvimento de um ambiente de trabalho alinhado ao conceito de bem comum. São empresas que entendem seu processo evolutivo como algo orgânico, uido, dinâmico e intimamente atrelado a premissas do desenvolvimento sustentável. São conscientes de seu papel e o fazem como servidoras à sociedade por propósito. Ainda cheia de problemas, enfrentando diculdades e percalços como qualquer outra organização, diferenciam-se pelos valores morais e empáticos que estabelecem e se esforçam para manter. São multinacionais com milhares de pessoas contratadas e milhões de euros e dólares envolvidos que escolheram, por crença pessoal de sua liderança, ser e agir diferente. Empoderam as pessoas, respeitam sua individualidade, rejeitam uma ideia de hierarquia formal e coercitiva, constroem relacionamentos através da cooperação, possuem altos índices de qualidade em seu produto e serviço, possuem níveis de demissão baixíssimos e utilizam técnicas simples que praticamente zeram a burocracia em seus processos rotineiros. Temos muito a aprender com essas organizações. Nossa responsabilidade para com o futuro começa agora. CONCLUSÃO
  • 29. O nome UNUS MIND trás na essência dois radicais que traduzem nossa mensagem. A palavra UNUS vêm do latim e representa o conceito de “unidade”, enquanto a palavra MIND é o radical anglo saxão para “mente”. Com essa junção reforçamos a ideia de que somos uma única mente, uma coletividade guiada por valores que remetem a conexão, respeito e empatia. Nosso foco é ensinar como um entendimento holístico inuencia na resolução de problemas e melhoria de processos organizacionais, capacita empreendedores e líderes na prática de uma gestão que promove, acima de tudo, o desenvolvimento humano. Através de jogos voltados para organizações e líderes que desejem implementar uma cultura baseada no amor, contribuímos para a melhoria de situações complexas ao investir nossa energia na evolução da consciência humana. Fazemos do bem comum nossa proposta de valor, com o intuito de causar a disruptiva e necessária quebra de paradigma rumo à construção de organizações +Assertivas e +Conscientes. Somos movidos pelo amor. E acreditamos que somente através dele podemos desenvolver organizações e lideranças mais responsivas e conscientes.
  • 30. ACKOFF, R. A lifetime of systems thinking. The Systems Thinker, v. 10, n. 5, p. 1–4, 1999. ACKOFF, R. L. The Second Industrial Revolution: Timeline & Inventions. Study.com, p. 23, 1970. CAPRA, F. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. [s.l: s.n.]. CHECKLAND, P. Systems Thinking, Systems Practice. 1a ed. Chichester, England: John Wiley & Sons, 1981. CHECKLAND, P. Soft Systems Methodology : A Thirty Year Retrospective a. Systems Research and Behavioral Science, v. 58, n. 17, p. 11–58, 2000a. CHECKLAND, P.; POULTER, J. Learning For Action: A Short Denitive Account of Soft System Methodology and Its Use For Practioners, Teachers and Students. Chichester, England: John Wiley & Sons, 2006. EM, F.; TRANSPESSOAL, P. A prática da vida integral, segundo ken wilber. 2009. FLOYD, J.; ZUBEVICH, K. Linking foresight and sustainability: An integral approach. Futures, v. 42, n. 1, p. 59–68, 2010. IIVARI, J.; HIRSCHHEIM, R.; KLEIN, H. K. A Paradigmatic Analysis Contrasting Information Systems Development Approaches and Methodologies. Information Systems Research, v. 9, n. 2, p. 164–193, 1998. KREHER, H. Self-Organization and Soft System Methodology: And Inquiry in to Their Mutual Relationship and Relevance. [s.l.] University of Lancaster, 1995. MORIN, E.; LE MOIGNE, J.-L. A Inteligência da Complexidade. 1a ed. São Paulo: Peirópolis, 1921. POUPART, J. et al. Pesquisa Qualitativa. Petrópolis: Vozes, 2008. SENGE, P. M. A Quinta Disciplina: A Arte e a Prática da Organização que Aprende. 33a ed. Rio de Janeiro: [s.n.]. THIOLLENT, M. Problemas de Metodologia. Organização do Trabalho, p. 54–83, 1983. THOMSON, O. A Assustadora História da Maldade. 2a ed. São Paulo: Editora Prestígio, 2002. VASCONCELOS, M. Pensamento Sistêmico: O novo paradigma da ciência. 7a ed. São Paulo: Papirus, 2008. WILBER, K. A Theory of Everything : An Integral Vision for Business, Politics, Science and Spirituality. 1o ed. Boston, USA: Shambala Publications Inc, 2001. ZUBER-SKERRYTT, O.; PERRY, C. Action Research Within Organizations and University Thesis Writing. The Learning Organization, v. 4, p. 171–179, 2002. REFERÊNCIAS