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INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
3
Esta obra não tem a pretensão de esgotar o assunto, muito pelo
contrário, reconhecemos que a Bibliologia é muito mais ampla do que o
exposto abaixo; todavia o nosso alvo são aqueles que ainda não tiveram
a oportunidade de se aprofundarem no assunto, mas querem ter uma
base sólida; e para os que já foram mais adiante uma oportunidade para
relembrar ou atualizar-se.
B I B L I O L O G I A
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO . . . . . . 04
I. A BÍBLIA . . . . . . 05
II. A BÍBLIA COMO LIVRO . . . . 08
III. A PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA . . 17
IV. A BÍBLIA EM SEQÜÊNCIA HISTÓRICA . . 33
V. CRONOLOGIA BÍBLICA . . . . 40
VI. A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS . . 48
VII. HERMENÊUTICA BÍBLICA . . . . 57
VIII. BIBLIOGRAFIA . . . . . . 60
Edição 2007
INTRODUÇÃO
Este Estudo traz uma visão panorâmica sobre a Bíblia, bem
como histórica dos fatos mais famosos. Com ele você vai entender
cronologia dos fatos, como ela chegou até nós, como podemos
entendé-la e por fim sua inspiração divina.
O estudante da bíblia terá a sua disposição neste livro de
estudo o maior conteúdo sobre as escrituras já sintetizado de forma
objetiva e dinâmica para facilitar seu entendimento com clareza dos
temas aqui abordados.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
4
A Bíblia é um livro por excelência, porém o seu estudo é
simples e ao mesmo tempo fantástico; cada palavra ou texto tem
um significado, um valor matemático, porque nos alfabetos
originais, aramaico, hebraico e grego, cada letra tem seu valor
numérico, de sorte que as palavras podem ser somadas
matematicamente.
A Bíblia também é riquíssima em linguagem simbólica, tanto
no Antigo Testamento quanto no Novo, vejamos os mais
importantes:
 Água: Palavra de Deus – regeneração:
Ef 5.26 “...para a santificar , purificando-a ...”
 Águia: Renovo do crente: Is 40.31.
 Âncora: Esperança, Segurança: Hb 6.19.
 Batismo: Morte do pecador para o mundo:
Rm 6.3,4 “... ou não sabeis ... fomos batizados na
sua morte? ...”
 Besta: Sistema de governo do AntiCristo: Ap 13.1,11 – a Besta
que sobe do mar é o AntiCristo e a besta que sobe da terra é o
falso profeta. Compare Ap 13 com Dn 7.
- Leopardo: é a Grécia, fala de rapidez (Dt 7.6).
- O Urso: é a Pérsia, força no seus pés (Pv 28.15).
- O Leão: é a Babilônia – soberba, na sua boca (Ap 13.5).
I - A BÍBLIA
1 - O QUE É A BÍBLIA?
- É a revelação de Deus no seu relacionamento com a
humanidade - Seu autor é o próprio Deus.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
5
A palavra BÍBLIA em português deriva da palavra grega
“biblion”, “rolo” ou “livro” - os livros antigos tinham a
forma de rolos. Jr 36.2
O vocábulo “Bíblia” não se acha nas Sagradas Escrituras,
consta apenas na capa. A origem do vocábulo vem do grego; é
derivado do nome que os gregos davam à folha (casca) de
papiro, no século XI a. C., preparada para a escrita - “biblos”;
um rolo de papiro de tamanho pequeno era “biblion” e vários
destes formavam uma “Bíblia” - que significa “coleção de
livros”.
Os primeiros a usarem a palavra “Bíblia” para designar as
Escrituras foram os discípulos de Cristo, no século II d.C.
- Seu intérprete é o Espírito Santo, o Tema central é JESUS
CRISTO.
- Crer nestes pontos é de vital importância para o estudo da
Bíblia, pois nossa atitude em relação a ela demonstra nossa
crença no Deus da Bíblia.
2 - PORQUE DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA?
Existem muitas razões, mas vamos citar apenas as principais:
 Ela luz para caminho. Sl 119.105, 130
“A exposição das tuas palavras dá luz e dá
entendimento aos símplices.”.
 É alimento espiritual. Jr 15.16; 1Pe 2.1,2.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
6
 Instrumento do Espírito Santo na sua operação, Ef 6.17; Jd
v. 20.
 Edifica o Cristão. At 20.32
“Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus
e à palavra da sua graça; a ele que é
poderoso para vos edificar e dar herança
entre todos os santificados.” At 20.32
3 - COMO DEVEMOS ESTUDÁ-LA?
- Lendo-a diariamente. Dt 17.19. O cristão que não lê a
Bíblia, só recebe alimento quando alguém o põe em sua boca.
Quando ele ouve a Palavra ministrada por alguém.
- Lendo-a, conhecendo o seu autor - Deus; desta maneira o
Senhor pelo seu Espírito a revelará: Lc 24.45; 1Co 2.10,12,13.
Ninguém pode melhor explicar um livro do que o seu próprio
autor. A Bíblia interpreta-se a si mesma.
- Lendo-a, orando. Dn 9.20-23; Sl 119.18. Na presença do
Senhor, em oração, as coisas ocultas são reveladas.
“Abra os teus olhos, para que veja as
maravilhas da tua lei.” Sl 119.18
4 - OS NOMES QUE A BÍBLIA DÁ A SI MESMA
 O Livro: Êx 17.14; Dt 28.58; Sl 40.7
 As Escrituras: Êx 32.16; Os 8.12;
 A Palavra do Senhor: Dt 9.10; Ed 9.4; Sl 12.7
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
7
 Os Oráculos de Deus: Mc 7.13; Hb 4.12:
“Por que a Palavra de Deus é viva e eficaz, e
mais penetrante que espada alguma de dois
gumes, e penetra até a divisão da alma e do
espírito, e das juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do
coração.” Hb 4.12
Nomes Figurativos:
 Lâmpada - Sl 119.105
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz,
para o meu caminho”;
 Espelho - Tg 1.23;
“Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não
cumpridor, é semelhante ao homemque contempla ao
espelho o seu rosto natural;”
 Água - Ef 5.26
“para a santificar, purificando-a com a lavagem
da água, pela palavra,”;
 Fogo - Jr 23.29
“Não é a minha palavra como fogo, dizo SENHOR, e
como um martelo que esmiúça a penha?”;
 Martelo - Jr 23.29;
 Espada - Ef 6.17
“Tomai tambémo capacete da salvação e a espada do
Espírito, que é a palavra de Deus,”; e etc.
II - A BÍBLIA COMO LIVRO
1 - OS LIVROS ANTIGOS
A Bíblia é um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de
rolos (Jr 36.2). Eram feitos de papiro ou pergaminho:
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
8
- O papiro é uma planta aquática que cresce junto a rios, lagos e
banhados, no Oriente, cuja a entrecasca servia para escrever.(Ela
existe no Sudão, Galiléia Superior e no vale de Sarom).
- O pergaminho é pele de animais, cortida e polida, utilizada na
escrita. É material gráfico melhor que o papiro, é de uso mais
recente que o papiro (2 Tm 4.13).
A Bíblia foi escrita originalmente em forma de rolo, sendo cada
um dos livros um rolo.
2 - SUA ESTRUTURA
A Bíblia divide-se em duas partes principais: Antigo e Novo
Testamento.
- Tem ao todo 66 livros; sendo 39 no AT e 27 NT. Estes 66
livros foram escritos num período de 16 séculos e tiveram cerca de
40 escritores (de variadas profissões e atividades, viveram e
escreveram em países, regiões e continentes distantes uns dos
outros, em épocas e condições diversas, entretanto existe uma
harmonia perfeita.
A palavra Testamento vem do grego diatheke, e significa:
a) Aliança ou concerto;
b) Testamento, isto é, um documento contendo a última vontade de
alguém quanto à distribuição dos seus bens, após a morte. Esta é
a palavra usada no NT em Lc 22.20. No AT, a palavra usada é
berith que significa apenas concerto. O duplo sentido aponta
para morte do Testador (Cristo) que ratificou ou selou a Nova
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
9
Aliança, garantido-nos toda a herança em Jesus (Rm 8.17; Hb
9.15-17).
O título NT, foi primeiramente empregado por Tertuliano, e
Origenes.
O Antigo Testamento que veio pela Lei e foi selado com
sangue de animais (Ex 24.3-8; Hb 9.19 e 20), e temos o Novo
Testamento que veio pela Graça (Jesus) e foi selado por Jesus, no
Calvário, com o seu próprio sangue (Lc 22.10; Hb 9.11-15).
A DIVISÃO DA BÍBLIA
ANTIGO TESTAMENTO
Livro: Autor: Tema: Referência a Cristo Vs Chave
LEI OU PENTATEUCO: 5 Livros
Gênesis Moisés O Começo Semente da Mulher Gn 3.15
Êxodo Moisés Israel Redimido O Cordeiro Pascoal Ex 12.5-13
Levítico Moisés Santidade ao Senhor Sacrifício Expiatório Lv 4.14-21
Números Moisés Peregrinação A Rocha Ferida Nm 20.7-13
Deuteron. Moisés/Josué Repetição da Lei O Profeta Dt 18.15
HISTORIA: 12 Livros
Josué Josué A Conquista da Terra Grande Capitão Js 5.14
Juízes Samuel Derrota e Livramento O Libertador Jz 3.9
Rute Samuel O Parente Remidor Remidor Divino Rt 3.12
1 Samuel Desc/Samuel Teocracia a Monarquia O Rei Esperado 1 Sm 8.15
2 Samuel Desc/Samuel O Reinado de Davi O Rei Esperado 2 Sm 8.15
1 Reis Desconhecido O Reino é Dividido O Rei Prometido 1 Rs 4.34
2 Reis Desconhecido Israel e Judá Cativos O Rei Prometido 2 Rs
1 Crônicas Desconhecido Genealogia e História O Rei Prometido 1 Cr 3.10
2 Crônicas Desconhecido A Grandeza de Judá O Rei Prometido 2 Cr
Esdras Esdras Volta do Remanescente Ensinador Divino Ed 7.10
Neemias Neemias Restauração de Jerusal. O Edificador Ne 2.18-20
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
10
Ester Desconhecido A Providência de Deus Nosso Advogado Et 4.14
POESIA: 5 Livros
Jó Desc/Moisés Prob. do Sofrimento Redentor que Vive Jó 19.25
Salmos Salmistas Louvor Socorro e Alegria Sl 46.1
Provérbios Salomão Sabedoria A Sabedoria de Deus Pv 8.22-36
Eclesiastes Salomão Raciocínio Humano O Pregador Perfeito Ec 12.10
Cântares Salomão O Bem Amado O Nosso Amado Ct 2.8
PROFECIA: 17 Livros, divididos em 2 partes: Profetas Maiores -
5 livros e Menores - 12 livros
Maiores: 5 livros
Isaías Isaías O Messias de Israel O Messias Prometido Is 42
Jeremias Jeremias Advertência e Juízo O Renovo Justo Jr 23.5
Lamentações Jeremias Lam. sob. Jerusalém Consolador de Israel Lm 1.2
Ezequiel Ezequiel Julgamento e Glória O Filho do Homem Ez 2.3
Daniel Daniel Plano Deus/H. Mundo O Quarto Homem Dn 3.25
Menores: 12 livros
Oséias Oséias Amor Redentor O Esposo Os 2.16
Joel Joel Dia do Senhor O Juiz das Nações Jl 3.12
Amós Amós Julgamento do Pecado O Deus do Fogo Am 5.6
Obadias Obadias Condenação de Edon O Nosso Salvador Ob 21
Jonas Jonas Misericórdia Deus Ressurreição e Vida Jn 2.910
Miquéias Miquéias Juízo e Reino Ajuntador de Israel Mq 2.13
Naum Naum Tempo de Angústias Fortaleza na Angústia Na 1.7
Habacuque Habacuque Da Dúvida a Fé O Puro de Olhos Hc 1.13
Sofonias Sofonias O Dia do Senhor O Senhor Zeloso So 3.17
Ageu Ageu Reconstrução Templo Desejado das Nações Ag 2.6,7
Zacarias Zacarias Advento do Messias O Renovo Zc 6.12
Malaquias Malaquias Formalismo O Sol da Justiça Ml 4.2a
RESUMO DO ANTIGO TESTAMENTO HEBRAICO: 24 Livros (Torah)
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
11
Entre os Judeus o AT, consta de três divisões: Leia Lc 24.44
a) LEI: Genesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronomio;
b) PROFETAS:
 Primeiros Profetas: Josué, Juízes, Samuel e Reis;
 Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Os 12
Profetas Menores;
c) ESCRITOS:
 Livros Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó;
 Os Cincos Rolos: Cântares, Rute, Lamentações, Eclesiastes
e Ester;
 Livros Históricos: Daniel, Esdras - Neemias e Cronicas.
NOVO TESTAMENTO
Livro: Autor: Tema: Referência a Cristo Vs Chave
BIOGRAFIA: Os 4 Evangelhos
Mateus Mateus O Rei O Messias Mt 2.6
Marcos Marcos O Servo O Servo do Senhor Mc 10.45
Lucas Lucas O Filho do Homem O Filho do Homem Lc 12.8
João João O Filho de Deus O Filho de Deus Jo 1.14
HISTORIA: 1 livro
Atos Lucas Missões no 1º Século O Cristo Ressurgido At 2.24
EPÍSTOLAS OU CARTAS: 21 - também chamadas de Doutrina
As dirigidas as Igrejas:
Romanos Paulo A Justiça de Deus A Justiça de Deus Rm 8.30
1 Coríntios Paulo Conduta Cristã O Cristo Crucificado 1 Co 1.23
2 Coríntios Paulo Autoridade do Apóstolo A Imagem de Deus 2 Co 4.5
Gálatas Paulo Salvação pela Graça O Cristo que Liberta Gl 5.1
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
12
Efésios Paulo O Corpo de Cristo A Cabeça da Igreja Ef 4.15
Filipenses Paulo Experiência Cristã O Viver Fl 1.21
Colossenses Paulo A Preeminência de Cristo O Homem Perfeito Cl 1.28
1 Tessalon. Paulo A Volta de Cristo O Senhor que Virá 1 Ts 4.14
2 Tessalon. Paulo O Dia do Senhor O Senhor que Virá 2 Ts 2.1
Epístolas Individuais:
1 Timóteo Paulo Ordem Eclesiástica A Nossa Esperança 1 Tm 1.1
2 Timóteo Paulo Conservando a Verdade O Nosso General 2 Tm 2.1
Tito Paulo A Ordem na Igreja O Nosso Salvador Tt 3.6
Filemon Paulo O Amor Exemplificado O Doador do Bem Fm 6
Dirigida ao Hebreus Cristãos:
Hebreus Desc/Paulo/.. O Sacerdócio de Cristo O Sacerdote Eterno Hb 7.3
Epístolas Universais:
Tiago Tiago Prática da Vida Cristã O Legislador Tg 4.12
1 Pedro Pedro Sofrimento e Glória O Fundamento da Fé 1 Pe 2.6
2 Pedro Pedro Últimos Dias O Nosso Senhor 2 Pe 1.2
1 João João Comunhão O Cristo 1 Jo 5.1
2 João João Mandamento de Cristo O Filho do Pai 2 Jo 3
3 João João Andando na Verdade A Verdade 3 Jo 4
Judas Judas Salvação Julgador v. 23
PROFECIA: 1 Livro
Apocalipse João Consumação O Alfa e o Ômega Ap 22.13
CINCO PALAVRAS REFERENTES A CRISTO EM TODA A
BÍBLIA:
1) PREPARAÇÃO: Todo o Antigo Testamento;
2) MANIFESTAÇÃO: Os 4 Evangelhos;
3) PROPAGAÇÃO: O Livro de Atos;
4) EXPLANAÇÃO: As Epístolas; e
5) CONSUMAÇÃO: O Livro de Apocalipse.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
13
ALGUNS FATOS SOBRE A BÍBLIA
 A divisão em capítulos foi feita no ano 1250 pelo Cardeal
Hugo de Saint Cher.
 A divisão em versículos foi feita de duas vezes:
- O Antigo Testamento em 1445, pelo Rabi Nathan; e
- O Novo Testamento em 1551, por Robert Stvens.
3 - O CÂNON NA BÍBLIA
Cânon ou Escrituras Canônicas é a coleção dos livros
divinamente inspirados que constituem a Bíblia. Cânon é palavra
grega, e significa literalmente “Vara de Medir”. Cânon, no sentido
religioso, significa aquilo que serve de regra ou norma. Gn 6.16. A
Bíblia como Cânon Sagrado, é a nossa norma ou regra de fé e
prática.
a) O Cânon do AT teve a sua formação gradual, e abrangeu um
período de aproximadamente 1046 anos. Iniciando cerca de 1491
a.C. com Moisés escrevendo o Pentateuco e terminando cerca de
445 a.C. com Esdras.
- É a Esdras que se atribui a tríplice divisão do Cânon do AT,
pois foi ele quem presidiu a chamada Grande Sinagoga, (que deu
origem ao Sinédrio), selecionando e preservando os rolos sagrados,
determinando dessa maneira o Cânon das Escrituras do AT após o
ano de 445 a.C.
- A tríplice divisão do Cânon é esta: LEI, PROFETAS,
ESCRITOS. (Lc 24.44)
- Veja o resumo do AT na página 8.
 A nossa divisão em 39 livros vem da Septuaginta através da
Vulgata Latina; e
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
14
 No Cânon Hebraico os livros não estão em ordem
cronológica.
 A data do reconhecimento e fixação do Cânon do Antigo
Testamento Oficialmente se deu em 90 d.C. em Jania perto
da moderna Jope em Israel, quando os rabinos num Concílio
sob a presidência do rabi Johanan Ben Zakai reconheceram o
Cânon do AT tal qual já era aceito através dos séculos.
b) O Cânon do NT, teve a sua formação em um período mais
curto, aproximadamente 100 anos. Iniciando-se cerca do ano 52
d.C. e terminando antes do ano 100 d.C.
- As Epístolas de Paulo, foram escritas entre os anos 52 d.C. a
67 d.C., sendo os primeiros escritos do NT.
- Os Evangelhos, a princípio foram propagados oralmente, e só
depois foram escritos. Os Sinópticos, foram escritos entre os anos
60 a 65 d.C., João em 85 d.C.
- Atos dos Apóstolos foi escrito por volta do ano 63 d.C.
- As Epístolas de Hebreus a Judas, foram escritas entre 68 a 90
d.C.
- Apocalipse, foi escrito em 96 d.C. durante o reinado do
Imperador Domiciano.
 A data do reconhecimento e fixação do Cânon do NT,
ocorreu no III Concílio de Cartago, em 397 d.C., sendo
reconhecidos todos os livros tal qual temos na Bíblia.
4 - OS LIVROS APÓCRIFOS
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
15
A palavra “apócrifo” significa literalmente “estranho”, “de
fora” ou “oculto”. No sentido religioso significa “não genuíno”,
“espúrio” ou ainda “não inspirado” e portanto, “não canônico”.
Os apócrifos foram escritos no período, interbíblico, ou seja
entre Malaquias e Mateus. Entre o AT e NT.
Sobre os apócrifos precisamos saber o seguinte:
 Nunca foram reconhecidos pelos judeus como parte do
cânon hebraico;
 Jamais foram citado por Jesus em seus ensinos, e duvida-
se que os apóstolos tenham feito alusão a eles;
 Nunca foram reconhecidos pela Igreja Primitiva; e
 Não são inspirados por Deus.
 Na SEPTUAGINTA, tradução da Bíblia feita do hebraico para
o grego, os apócrifos aparecem pela primeira vez.
 Na VULGATA latina eles estão também incluídos, pois
Jerônimo a traduziu do Grego pela Septuaginta. Mas ele
recomendou que tais livros não podiam servir como base
doutrinária.
- A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 18/04/1546
para combater o movimento da Reforma Protestante. Houve
muitos debates e até luta corporal por ocasião dessa aprovação
entre as ordens católicas e entre os bispos.
- Os reformadores protestantes publicaram a Bíblia com
os apócrifos, entre o AT e NT, não como livros inspirados,
mas como livros bons para a leitura e de valor histórico e
literário.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
16
 São 14 os Escritos Apócrifos, 10 livros e 4 acréscimos
a livros.
 Antes do Concílio de Trento a Ig. Católica aceitava
todos, mas depois passou a aceitar apenas 11. 7 livros e
4 acréscimos.
 A Ig. Ortodoxa Grega mantém os 14 até hoje.
 Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico,
 1º e 2º Macabeus (livros);
 A Ester, Cântico dos 3 Macabeus, História de Suzana, Bel e
o Dragão
 Outros: 3 Esdras, 4 Esdras e Oração de Manasses.
(acréscimos)
O PONTO DE VISTA EVANGÉLICO
Os evangélicos, ou protestantes, geralmente aceitam os
apócrificos como possuindo material de valor literário e histórico,
mas rejeitam a sua canonicidade. Por esta razão esses escritos têm
sido eliminados das modernas edições evangélicas da Bíblia.
III - A PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA
A Bíblia foi inspirada, escrita, traduzida e preservada,
tudo pela providência de Deus, para que ela chegasse as
nossas mãos, para nossa felicidade eterna.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
17
1 - LÍNGUAS ORIGINAIS
a) O HEBRAICO, AT, o idioma oficial de Israel, faz
parte das línguas semíticas, que formavam ramo
lingüístico dividido em grupos, entre estes o grupo
Cananeu do qual fazia parte o Hebraico.
 É chamado também no AT de “Língua da Canaã,
“Língua Judaica”
(Is 19,18 “Naquele tempo, haverá cinco
cidades na terra do Egito que falarão a
língua de Canaã e farão juramento ao
SENHOR dos Exércitos; e uma se
chamará Cidade da Destruição.”; 2 Rs
18,26,28; Is 36.13 “Rabsaqué, pois, se pôs
em pé, e clamou em alta voz em judaico, e
disse: Ouvi as palavras do grande rei, do
rei da Assíria.”).
 A escrita hebraica nos tempos antigos só empregava
consoantes. Após o século VI, foram acrescentados
sinais vocálicos para perpetuar a pronúncia
tradicional. Esses sinais são chamados “massoretas”
que quer dizer tradição. Qualquer texto bíblico
posterior ao século VI é chamado “massorético”
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
18
porque contém sinais vocálicos. Além do texto
massorético, há outro texto das Escrituras. O
Pentateuco Samaritano, que empregava os antigos
caracteres hebraicos.
 A língua hebraica tem 22 letras, sendo a primeira o
Álef e a última o Tav.
b) O ARAMAICO
(“7 E, nos dias de Artaxerxes, escreveu
Bislão, Mitredate, Tabeel e os outros da
sua companhia a Artaxerxes, rei da
Pérsia; e a carta estava escrita em
caracteres aramaicos e na língua
siríaca.8 Escreveram, pois, Reum, o
chanceler, e Sinsai, o escrivão, uma carta
contra Jerusalém, ao rei Artaxerxes, nesta
maneira.” Ed 4.8 a 6.18; Dn 2.4 a 7.28; Jr
10.11) é um idioma semítico falada desde
2.000 a.C. em Arã ou Síria: (Arã é hebreu,
Síria é grego).
 A influência do aramaico foi profunda sobre o
hebraico, durante o cativeiro do povo israelita na
Assíria e Babilônia. Quando Israel regressou do
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
19
exílio, falava o aramaico. É por isso que as escrituras
no tempo de Esdras precisavam ser interpretadas ao
serem lidas em hebraico.
(Ne 8.5,8 “5 E Esdras abriu o livro
perante os olhos de todo o povo; porque
estava acima de todo o povo; e, abrindo-o
ele, todo o povo se pôs em pé. 8 E leram o
livro, na Lei de Deus, e declarando e
explicando o sentido, faziam que, lendo,
se entendesse.”)
 No tempo de Cristo, o aramaico tornara-se língua
popular dos judeus e nações vizinhas. Por volta do
ano 1000 a.C. o aramaico era língua internacional do
comércio nas rotas comerciais do Oriente.
 O aramaico é também chamado “SIRIACO” e
também “CALDAICO”
(2 Rs 18.26; Ed 4.7 “E, nos dias de
Artaxerxes, escreveu Bislão, Mitredate,
Tabeel e os outros da sua companhia a
Artaxerxes, rei da Pérsia; e a carta estava
escrita em caracteres aramaicos e na
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
20
língua siríaca.”; Dn 1.4) tinha o mesmo
alfabeto do hebraico.
 O aramaico foi a língua do Senhor Jesus, seus
discípulos e da igreja primitiva em Jerusalém. Mas
Jesus falava também o hebraico.
(Lc 4.16-20 “16 E, chegando a Nazaré,
onde fora criado, entrou num dia de
sábado, segundo o seu costume, na
sinagoga e levantou-se para ler. 17 E foi-
lhe dado o livro do profeta Isaías; e,
quando abriu o livro, achou o lugar em
que estava escrito:”)
 O hebraico foi absorvido pelo aramaico, mas
continuou sendo a língua oficial do culto divino, no
templo, nas sinagogas, dos rolos sagrados e dos
rabinos eruditos. Havia escolas de rabinos em
Jerusalém, Tiberíades e outros centros.
 As conquistas árabes em largas áreas da Ásia,
Europa, África reduziu e destruiu a influência do
aramaico. O aramaico ainda sobrevive em uma
pequena vila da Síria chamada Malloula com a
população de 4.000 habitantes.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
21
 Devido os hebreus terem adotado o aramaico como
língua, este passou a chamar-se hebraico. Portanto,
quando o NT menciona o hebraico, trata-se do
aramaico.
c) O GREGO, nesta língua foi escrito todo o NT,
apesar que alguns pensam que Mateus foi escrito em
aramaico. O Grego faz parte do grupo de línguas arianas.
Das línguas bíblicas é a que mais se conhece devido ser a
mais próxima a nossa.
 O grego no NT, não é o grego clássico dos filósofos.
É o idioma popular chamado KOINÉ - Este dialeto
formou-se a partir da conquista de Alexandre em
336 a.C.
 A Grécia tornou-se um império mundial, e toda a
terra conhecida recebeu influência da língua grega.
Deus preparou um veículo lingüístico para
disseminar as novas do Evangelho até os confins do
mundo, no tempo oportuno.
 Até no Egito o grego se impôs, pois neste país a
Bíblia foi traduzida do hebraico para o grego - a
chamada Septuaginta. Nos dias de Jesus, os judeus
entendiam quase tão bem o grego como o aramaico.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
22
 Nos primórdios do cristianismo, o Evangelho
pregado ou escrito em grego podia ser entendido
pelo mundo todo.
 A língua grega tem 24 letras: a primeira é o alfa e a
última é o ômega.
2 - OS MANUSCRITOS DA BÍBLIA
Manuscritos são rolos ou livros da antiga literatura
escritos à mão. O texto bíblico foi preservado e
transmitido mediante os seus manuscritos. Abreviatura
MS (singular), MSS ou Mss (plural). Há cerca de 4.000
MSS da Bíblia preparados entre os séculos II e XV.
a) Material gráfico dos MSS: Papiro e Pergaminho e
Linho.
b) Formato dos MSS: Rolo: podia ser de papiro ou
pergaminho, preso a dois cabos de madeira e Códice: é
um MS em forma de livro, feito de pergaminho. As folhas
tem em média 65 cm por 55 cm. Começou a ser usado no
século II.
c) A caligrafia dos MSS: Unciais e Cursivos.
 Uncial - é o MS de letra maiúscula e sem
separação entre as palavras.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
23
 Cursivo - é o de letra minúscula, tendo espaço
entre palavras.
d) Palimpsesto: é o MS reescrito, a escrita primitiva
era raspada e reescrita.
e) MSS originais da Bíblia: saído das mãos dos
escritores não há nenhum conhecido. (é provável que se
houvesse talvez os homens quisessem adorar).
A falta de MSS originais provém do seguinte:
1 - O costume dos judeus do enterrar todos os MSS
estragados pelo uso para evitar mutilação ou
interpolação espúria;
2 - Os Reis idólatras de Israel podem ter destruído
muitos (Jr 36.20-26);
3 - Antioco Epifanio, rei da Síria (175 a.C.) dominou
sobre a Palestina e decidiu exterminar a religião
judaica, e destruiu todas as cópias que encontrou da
Bíblia; e
4 - O Imperador Romano Diocleciano 9284-305 d.C.)
mandou vasculhar a império para destruir todos os
escritos sagrados. Ele chegou a pensar que tivesse
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
24
conseguido. Pois cunhou uma moeda comemorando
essa “vitória”.
f) Manuscritos existentes Mais Antigos e Mais
Importantes:
1) MSS em hebraico:
 Códice dos primeiros e últimos profetas - 895
d.C. para Moses Ben Asher (Cairo);
 Códice do pentateuco - 900 d.C. para um filho
de Moses, Arão (Museu Britânico);
 Códice petrogradiano - 916 d.C. para últimos
Profetas (está em Leningrado);
 Códice alepo - 930 d.C. p/ Shelomon Ben Bayaa
(veio da Síria para Israel);
 O Rolo 19 a 1008 d.C. p/ Samuel Ben Jacob
(todo AT, em Leningrado - Rússia);
2) MSS do AT e do NT em Grego:
 Códice Vaticano - 325 d.C., toda a Bíblia MS
Uncial - O AT é cópia da Septuaginta, na
Biblioteca do Vaticano (chamado também “B”);
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
25
 Códice Sinaítico ou “Alefe” - 340 d.C.,
descoberto 1844 no Mosteiro de Sta. Cantarina
no Monte Sinai. É Uncial, no Museu Britânico;
 Códice Alexandrino ou “A” - 425 d.C., é MS
Uncial, foi escrito em Alexandria, no Museu
Britânico;
 Códice Efraemi ou “C”- 345 d.C., é MM
palimpsesto. Está no Museu de Paris;
 Códice Bezae ou “D”- data do Século VI,
contém os Evangelhos, na Inglaterra; e
 Códice Claromontanus ou “D2” - Século VI,
Epístolas Paulinas, Museu Louvre Paris.
3 - A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
Era preciso a tradução da Bíblia para dar cumprimento
a evangelização do mundo. Pois depois da confusão das
línguas em Babel estas se multiplicaram e hoje existem
milhares de idiomas em todo o mundo.
a) Versões Semíticas:
1 - O Pentateuco Samaritano, é o texto hebraico do
Pentateuco escrito em caracteres hebraicos antigos
ou em samaritano. Existem muitas cópias.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
26
2 - Os Targuns, são paráfrases ou interpretações, em
aramaico do AT. Os principais são: O da Lei feito
por Ôrquelos, amigo de Gamaliel no século II d.C.;
ou dos Profetas e Livros Históricos, por Jonatha Ben
Uziel.
b) Versões Gregas;
1 - A Septuaginta ou versão LXX Tradução feita por
72 eruditos judeus por ordem de Pitolomeu
Pluladelpho rei do Egito 9285/246 a.C.) na ilha de
Faros, na cidade de Alexandria no Egito. O nome 70
é por causa dos 72 tradutores e logicamente
Septuaginta.
Foi a Setpuaginta um dos meios que Deus usou na
preparação dos povos e nações para o advento do
Evangelho que seria proclamado por Jesus e seus
discípulos;
Foi ela a primeira tradução completa do original
hebraico;
Não há nenhum exemplar original da versão dos
Setenta; somente cópias, a mais antiga data de 325
d.C. (o MS Vaticano ou B).
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
27
2 - A Versão de Áquila, feita em 138 d.C., contém só o
AT, existe em fragmentos.
3 - A Versão de Teodocião, feita 160 d.C. (uma revisão
dos LXX) só o AT.
4 - A Versão de Símaco, feita em 218 d.C., só AT,
existe em fragmentos.
5 - A Héxapla, de Orígenes, em 228 d.C., é um
compêndio de 6 colunas. (dela só se conhece
citações):
1º O texto hebraico;
2º O texto grego traduzido do hebraico (por
Orígenes);
3º A Versão de Áquila;
4º A Versão de Símaco;
5º A Septuaginta; e
6º A Versão de Teodocião.
c) Versões Síriacas:
1 - A Peshito, foi feita diretamente do hebraico pela
igreja sírica de Edessa. Começou a ser feita quando
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
28
ainda viviam os apóstolos no séc. II. Deu origem a
outras versões: a árabe, a armênia, a pérsia. (Velho e
Novo Testamento)
2 - A Versão Filoxênia, feita em 508 d.C. por Filoxeno,
(N. Testamento).
d) Versões Latinas:
O latim era língua falada pelos romanos, e foi
implantado no mundo à medida que os romanos
realizavam suas conquistas. Nos Tempos de Jesus ela já
tinha sua influência. Pois na cruz de Jesus ela foi usada.
1 - A antiga versão latina: foi na África do Norte, em
Cartago, 170 d.C.;
2 - A Ítala, ou Vetus Ïtala, uma versão da antiga versão
latina - séc. II;
3 - A Revisão de Jerônimo, é uma revisão da antiga
versão latina, 382 d.C.; e
4 - A Vulgata Latina, é uma versão da Bíblia por
Jerônimo em 387-405 d.C. Jerônimo baseou-se na
Héplaxa de Orígenes. Em assuntos bíblicos,
Jerônimo foi o homem mais sábio do seu tempo.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
29
A Vulgata foi a base de inúmeras outras traduções
para outras línguas. Foi a Bíblia de quase toda a Europa
por mais de 1000 anos. Foi decretada como a Bíblia
oficial da Igreja Romana em 8 de abril de 1592 no
Concílio de Trento.
e) Outras Versões Orientais:
1 - As versões Egípcias ou Cópias (3 principais, feitas
até 500 d.C.);
2 - A Etíope, feita em 330 d.C. abrangendo ambos os
testamentos;
3 - A Gótica, feita em 350 d.C. ambos os testamentos;
4 - A Armênia, feita no séc. V;
5 - A Georgina, feita no séc. V; e
6 - A Eslavônica, feita no séc. IX p/ dois irmãos
missionários: Cirilo e Metódio.
f) Versões Européias:
No século XII começaram as traduções nas línguas
européias tais como: francês (1487), italiano (1432),
alemão (1534), sueco (1541), holandês (1560), espanhol
(1602), finlandês (1642), dinamarquês (1550), e outras.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
30
g) Versões Inglesas:
1 - A Versão Autorizada do Rei Tiago, (1611) feita por
52 teólogos ingleses. É a versão favorita dos povos
de língua inglesa.
2 - A Versão Revisada, (1881-1885) feita por um grupo
de sábios ingleses e americanos.
3 - A Versão Revisada Americana. É uma réplica
americana da anterior.
4 - A Versão Padrão Revisada, (1496 - NT e 1952 AT).
h) A Versão Alemã:
Lutero preparou e traduziu dos originais.
i) Versão em Espanhol:
Há muitas versões em espanhol, porém a mais
famosa e a mais usada principalmente pelos evangélicos é
a Reina-Valera.
1 - Versão de Casiodoro de Reina - feita em 1569;
2 - Versão de Cipriano de Valera - feita em 1602;
3 - Revisão Reina-Valera em 1909;
4 - Revisão Reina-Valera em 1969. (Está é atualmente
a mais usada).
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
31
j) Versões em Português:
1 - A Versão de Almeida, João Ferreira de,
traduziu o NT em 1670, que foi publicado em 1681 em
Amsterdam, Holanda. Traduziu o AT até Ezequiel 48.21,
quando faleceu em 1691. Missionários seus amigos
completaram a tradução. Almeida fez a sua tradução do
grego e do hebraico, utilizou também as versões
holandesas (1637) e espanhola (de Valera, 1602).
 A bíblia completa de Almeida foi publicada em 1819
pela SBBE.
 O texto de Almeida foi revisado em 1894, e 1925. Em
1951 a Imprensa Bíblica Brasileira publicou a
“Edição Revisada e Corrigida” - ARC.
2 - Versão de Matos Soares, publicada em 1946,
ele era padre brasileiro, traduziu da Vulgata. Nota-se
preconceitos e tendências nesta versão.
 É a Bíblia usada pelos Católicos brasileiros.
3 - Versão na Linguagem de Hoje, publicada em
1988 (toda a Bíblia) pela Sociedade Bíblica do Brasil.
(versão muito polêmica)
4 - Tradução brasileira (1910- 1917) por uma
comissão de eruditos evangélicos brasileiros nomeada
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
32
pela SBA e SBBE. - Essa tradução é muito fiel ao
original. É tradução literal.
5 - Versão de Rhoden, só NT, era padre brasileiro
(SC)
6 - Versão de Figueiredo, padre, traduziu da
Vulgata (1781-1790), publicada em 1821 pela SBBE.
SIGLAS DAS SOCIEDADES BÍBLICAS:
SBB - SOC. B. BRASILEIRA
SBA - SOC. B. AMERICANA
IBB - IMPRENSA B. BRASILEIRA
SBT - SOC. B. TRINITÁRIA
SBBE - SOC. B. BRITÂNICA E ESTRANGEIRA
SBU - SOC. B. UNIDA
IV - A BÍBLIA EM SEQÜÊNCIA HISTÓRICA
O conhecimento da história bíblica, na sua devida seqüência,
é de muita importância para a compreensão da Bíblia. É preciso
que o estudante da Bíblia saiba que a revelação divina, no seu tão
rico lado histórico, não aparece na própria Bíblia em ordem
cronológica, daí ser preciso conhecer a seqüência dos fatos
bíblicos, de perspectiva.
O fim principal em vista aqui não é suprir o aluno de dados
cronológicos. A cronologia apresentada a seguir é apenas a
indispensável. É oportuno informar que toda cronologia antiga é
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
33
terreno movediço. As evidências arqueológicas conduzem a uma
redução (mudança) de datas, friso o importante neste estudo não é a
precisão das datas e sim seqüência cronológica dos acontecimentos
bíblicos.
Neste estudo é importante ter em mente as sete dispensações,
pois através delas temos uma visão global da Bíblia e sua
mensagem. O aluno pode consultar a Apostila: As Grandes
Dispensações; tendo assim um aprendizado mais profundo e
esclarecedor.
1 - ÉPOCA PRÉ-ABRAÂMICA
Esta época, de Gn 1 a 11 (da criação de Adão a chamada de
Abraão (Pai de uma grande nação) - 4000-2000 a.C.), abrange dois
períodos históricos:
a) O Período Antediluviano:
Gênesis cap. 1 a 5, de Adão ao Dilúvio: 4004-2348 a.C., cerca de
1.656 anos. Contém o relato da origem de todas as coisas, criação
do homem, queda do homem, o primeiro assassinato, degradação
moral do homem, a chamada de Noé e construção da arca.
b) Do Dilúvio a Abraão:
Gênesis cap. 6 a 11, de 2348-1921 a.C., cerca de 427 anos.
Contém o relato do dilúvio, a origem das nações, o pecado de Cão
e a Chamada de Abraão.
2 - ÉPOCA DE ISRAEL
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
34
A história bíblica está dividida em 9 períodos onde Israel é o
centro.
a) Período Patriarcal:
De gênesis cap. 12 a 50, de 1921-1635 a.C., vai de Abraão
(Abrão – pai grande) a morte de José no Egito. Contém o relato da
chamada de Abraão, peregrinação, entrada na terra prometida, ida
para o Egito, governo e morte de José.
b) Israel no Egito:
Descrito em Êxodo cap. 1 a 12, 1635-1491 a.C., vai da morte
de José ao Êxodo. Contém o tempo da escravidão no Egito,
chamada de Moisés, o Êxodo.
c) Israel no deserto:
Descrito nos cap. 13 de Êx. a 34 de Dt., 1491-1451 a.C.,
cerca de 40 anos. Contém o relato das peregrinações no deserto,
dos últimos acampamentos de Israel em Sitim, nas planícies de
Moabe, morte de Moisés e início da liderança de Josué.
d) A conquista de Canaã:
Descrito no livro de Josué, 1451-1444 a.C., cerca de 7 anos,
este é o primeiro período de Israel em sua própria terra. Contém o
relato da travessia do Jordão, tomada de Jericó, morte de Josué e
etc. É importante notar que Josué morre sem que a posse da terra
esteja totalmente concluída, porém faz antes de sua morte a
recomendação para que o povo continue a conquista da terra.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
35
e) Os Juízes:
Do livro de Juízes ao 1 Sm 9., 1425-1095 a.C., cerca de 300
anos. Contém a biografia divina do povo (Jz 2.10), os altos e baixos
do povo espiritualmente e materialmente. Nesse período se
destacam vários juizes, entre eles: Sansão, pela beleza de sua
história; Débora , por ser mulher; e Samuel por ter sido o maior
deles e último dos juízes.
f) A Monarquia:
Compreende os reinados de Saul, Davi e Salomão. É o período
áureo e esplendoroso de Israel. A capital do reino no tempo de Saul
era Gibeá: 1 Sm 10.26; no Tempo de Davi e Salomão foi
Jerusalém. (a primeira capital de Davi foi Hebrom: 2 Sm 5.4,5).
No reinado de Salomão foi construído o Templo de Deus; sua
planta foi feita por Davi, que foi impedido por Deus de iniciar sua
construção.
g) O Reino dividido:
Este período vai da divisão do reino aos cativeiros dos
reinos do Norte e do Sul.
A divisão do Norte chamou-se Israel (nas profecias chamada
de Efraim e Samaria):
 capital Samaria
 10 tribos
 1º rei foi Jeroboão
 culto oficial: ao bezerro de ouro importada do Egito
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
36
 também afundou-se no baalismo).
A divisão Sul chamou-se Judá (Benjamim e Levi):
 capital Jerusalém
 2 tribos
 1º rei foi Roboão
 culto oficial: a Jeová
 procuraram a baalins.
h) Período do cativeiro e da restauração:
De 2 Reis 25 a Neemias 13; 2 Crônicas 36 a Neemias
13. O cativeiro durou 70 anos: 606-536 a.C. Os profetas e
lideres que se destacam nesse tempo são Jeremias, Daniel,
Ezequiel, Malaquias, Zacarias, Esdras, Neemias, Zorobabel,
Ester e outros.
O cativeiro curou Israel da Idolatria até o dia de hoje.
Desde então, os judeus poderão ser acusados de outros
pecados, mas não o de idolatria. O Cativeiro trouxe a benção
de Deus para outras nações, como: tradução da torah, as
Escrituras começaram a ser estudadas e etc.
i) Período interbíblico:
Vai de 430 a.C., ou seja: ao início da era cristã. Fica
situado entre Malaquias e Mateus. Cerca de 400 anos. Nesse
período foram escritos os livros apócrifos do Antigo
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
37
Testamento, entre 270 a 50 a.C. Malaquias deve ter
ministrado de 432 a 430 a.C., quando teria sido encerrado o
Antigo Testamento. Este período está profeticamente
descrito em Dn 11.
Tem início sob o domínio persa (100 anos), passa pelo
grego, um período de pouco mais 100 anos que esteve
independente (irmãos Macabeus) e termina durante o
Romano.
Nesse período surgiram as seguintes seitas religiosas
(com influência política):
1 - Os Fariseus (heb. separados): primavam pela pureza
religiosa, com objetivo de conservar viva a fé em Jeová.
Depois tornaram-se secos, ritualistas e hipócritas; foi como
Jesus os classificou.
2 - Os Saduceus (heb. justos): eram aristocratas da época,
adeptos do que chamamos hoje racionalismo. At 5.17; 23.9.
Eram helenistas, isto é, partidários dos gregos e dos seus
sistemas, especialmente, dos seus ensinos filosóficos.
3 - Os Essênios (piedoso): eram uma ordem monástica,
verdadeira irmandade. Praticavam o ascetismo. Pareciam uma
seita oriental misturada de judaísmo.
3 - ÉPOCA DO CRISTIANISMO
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
38
É a história da Igreja propriamente dita. Constitui
matéria à parte; por isso não é estudada aqui. A época do
Cristianismo começa com o nascimento de Jesus no ano 5 a.C.
C, e se estende paralelamente ao texto bíblico, até os últimos
dias de João, o apóstolo (cerca de 100 d.C.) e, fora dele (do
texto bíblico), até os tempos atuais.
A época do Cristianismo nos dias do NOVO
TESTAMENTO tem três períodos:
a) da vida de Cristo: vistos nos Evangelhos - 5 a.C. a 29 d.C.;
b) da Igreja em Jerusalém: visto em Atos até o cap. 12-29 a 47 d.C.;
c) da Igreja missionária: visto em Atos, a partir do cap. 13 e
Epístolas - vai de 47 a 96 d.C. Os Evangelhos e as Epístolas foram
escritos nesse período.
Após os dias do Novo Testamento, a época do
Cristianismo pode ser estudado dentro dos quatros períodos da
história secular:
a) Período Romano:
Vai até a queda de Roma, em 476 d.C. Nesse ano, Odoacro,
rei dos godos, invadiu Roma. Das ruínas do Império Romano
surgiu o império papal, que governou o mundo por mais de 1.000
anos: 476-1500 d.C.
b) Período Medieval:
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
39
Vai da queda de Roma, ao fim do Império Romano do
Oriente: 476-1453. Nesse ano, os turcos (otomanos) tomaram
Constantinopla, então capital do Império Romano do Oriente. A
divisão do império em dois, dera-se em 395 d.C. Em Roma ficara a
sede de um, e em Constantinopla a do outro. A tomada de
Constantinopla é um marco na história, pois logo após inicia-se
com toda força o período medieval.
c) Período Moderno:
Do fim do Império Romano do Oriente, à Revolução
Francesa: 1453-1789.
d) Período Contemporâneo:
A partir de 1789 aos nossos dias.
V - CRONOLOGIA BÍBLICA
1 - INTRODUÇÃO À CRONOLOGIA BÍBLICA
A cronologia bíblica é quase toda incerta; aliás, toda a
cronologia antiga é incerta. As datas eram contadas tomando-
se por base eventos importantes, e isso dentro de cada povo.
Quanto à Bíblia, seus escritores não tinham preocupação
com datas; apenas registravam os fatos. As datas, quando
mencionadas, têm base, como acima ficou dito: em eventos
particulares.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
40
As datas que aparecem nas margens de certas edições da
Bíblia não pertencem ao texto original. Foram calculadas
principalmente pelo arcebispo Ussher (1580-1656), em 1650.
É conhecida por “Cronologia Aceita”. Esssas datas foram
inseridas na Bíblia pela primeira vez em 1701.
2 - DIFICULDADES NO ESTUDO DACRONOLOGIABÍBLICA
a) Dificuldades nas fontes de dados:
Tratando-se do texto bíblico, temos dados para a
cronologia de três diferentes fontes, mas todos discrepantes: o
Texto Mossoréitico, escrito em hebraico atual; a Septuaginta,
escrita em grego; e o Pentateuco Samaritano, escrito em
caracteres samaritanos.
b) Dificuldades nas eras:
- Era Assíria (Cânon Epônimo) vem de 893 a.C.;
- Era Babilônica (era de Nabopolassar), 747;
- a Grega, de 776 (data das primeiras olimpíadas, a cada
4 anos);
- a Romana, 753 a.C. , data da fundação de Roma;
- a Selêucida, de 312 a.C., data da ocupação da Babilônia
por Seleuco Nicátor; e
- a Maometana, de 622 d.C., data em que Maomé fugiu
de Meca.
c) Dificuldades no texto bíblico:
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
41
Essas dificuldades existem, pois frações de anos foram
tomadas por anos inteiros, partes tomadas pelo todo, e
arredondamento de números. Compare: Ex 12.37 com Nm
1.46 e 11.21;
Gn 15.13 “Então, disse a Abrão: Saibas,
decerto, que peregrina será a tua semente em
terra que não é sua; e servi-los-á e afligi-la-
ão quatrocentos anos.” com Gl 3.17 “Mas
digo isto: que tendo sido o testamento
anteriormente confirmado por Deus, a lei,
que veio quatrocentos e trinta anos depois,
não o invalida, de forma a abolir a
promessa.”.
3 - CASOS A CONSIDERAR NO ESTUDO DA
CRONOLOGIA BÍBLICA
a) - Relação entre Séculos e Anos:
Aqui, acontece os maiores problemas de compreensão
no cálculo dos anos e séculos. Um exemplo: no século I de
uma era estão os anos 1 a 100, no século II, 101 a 200, e não
100 a 200, como muitos pensam.
b) - A Era antes de Cristo:
A contagem do tempo antes de Cristo é regressiva, isto é,
parte de Cristo para a criação (4004 a.C.).
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
42
b) - O Erro do nosso Calendário - o Calendário Atual:
O uso do calendário é tão antigo quanto a própria
humanidade. Há muitos calendários (Chinês, Judeu, e ect.). Neste
compêndio vamos abordar apenas o cristão.
Em 526 d. C., o imperador romano do Oriente,
Justiniano I, decidiu organizar um calendário original,
encarregando da tarefa o abade Dionysius Exiguus, o qual, em
seus cálculos, cometeu um erro, fixando o ano 1 d.C. com um
atraso de 5 anos. Daí dizer-se que Cristo nasceu 5 anos antes
da Era Cristã, que é um grande absurdo.
c) - O Tempo e suas Divisões:
1 - O Dia Natural:
a) O Dia:
O período em que há luz, Dia, entre os judeus e os romanos
era dividido em 12 horas (Jo 11.9), no Novo Testamento. A hora 1ª
era às 6 da manhã; a hora 6ª às 12 de hoje. Leia Mt 20.6; Jo 4.6; At
10.3,9. A terceira, a sexta e a nona hora eram dedicadas a oração e
adoração (At 3.1; 10.3,9). Antes da hora 3ª, os judeus não comiam
nem bebiam (At 2.15).
No Antigo Testamento o dia era dividido em 3 períodos:
manhã, das 6 às 10; o calor do dia, das 10 às 14, e o frescor do dia,
das 14 às 18.
O dia civil era contado de um pôr-do-sol a outro (Lv 23.32).
Para os romanos o dia civil ia de uma meia-noite a outra. João, em
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
43
seu Evangelho, emprega o calendário romano; os demais
evangelistas usam o judaico.
b) A Noite:
Já a Noite, no Antigo Testamento era dividida em 3 vigílias,
de 4 horas cada. A primeira, das 6 às 10; a da meia-noite, das 10
às 2 da manhã; a da manhã, das 2 às 6 da manhã (Ex 14.24; Jz
7.19; Lm 2.19).
No Novo Testamento, a noite tinha 4 vigílias de 3 horas,
conforme o sistema romano. A primeira chamava-se tarde e ia das
6 às 9; a segunda, meia-noite, das 9 às 12; a terceira, cantar do
galo, das 12 às 3 da madrugada; a quarta, manhã, das 3 às 6 da
manhã (Mc 6.48; 13.35; Lc 12.38).
Nosso sistema sexagesimal (horas divididas em 60
minutos, e estes em 60 segundos) vem dos sumérios. Não era
seguido entre os israelitas.
2 - a Semana:
Em hebraico o termo semana significa simplesmente sete,
sem indicar dias ou anos. Nossa palavra semana vem do latim
septimana que literalmente significa setenário, isto é, que contém
sete. Os dias para os judeus não tinham nomes e sim números,
exceto o sexto (parasceve) e o sábado (em heb. shabat, cessação,
descanso – cessação de qualquer atividade – da atividade criadora,
isto é, em relação Criação).
3 - os Meses:
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
44
Eram lunares, devido à observação das fases da lua. Tinham
29 a 30 dias, alternadamente. Antes do cativeiro babilônico, os
meses eram designados por números, exceto o primeiro que se
chamava Abibe (espiga de trigo). Após o exílio, passou a chamar-
se Nisã, palavra assíria para princípio, abertura (Ex 12.2; 13.4).
Após o cativeiro, todos os meses passaram a ter nomes:
1º abibe ou nisã abril 2º zife ou liar maio
3º sivã junho 4º tamuz julho
5º abe agosto 6º elul setembro
7º etanim ou tisri outubro 8º bul ou marquesvã novembro
9º quisleu dezembro 10º tebete janeiro
11º sebate fevereiro 12º adar março
4 - os Anos:
Tinham 12 meses de 29 e 30 dias, alternadamente,
perfazendo 354 dias. Os judeus tinham dois diferentes anos: o
sagrado e o civil.
 sagrado iniciava-se no mês de abibe, que corresponde ao fim de
março ou princípio de abril, na lua cheia, após o equinócio da
primavera; e
 ano civil iniciava-se no sétimo mês do sagrado (tisri ou etanim),
final de setembro ou princípio de outubro.
Havia também o ano sabático a cada 7 anos, para descanso
do solo; e o ano do Jubileu, a cada 49 anos, para libertação
humana em geral.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
45
4 - CRONOLOGIA DOS PERÍODOS HISTÓRICOS DA BÍBLIAE
HISTÓRIAUNIVERSAL CONTEMPORÂNEA
a) Períodos aqui, têm aplicação diferente do Cap. IV.
1 - Antediluviano: 1656 anos: Gn 2 a 6
 Tempo: de Adão (40004 a.C.) ao Dilúvio (2348 a.C.):
Babilônia em destaque mundial.
2 - do Dilúvio à Dispersão das Raças: 100 anos: Gn 7 a 11
 Tempo 2348 a 2248 a.C.
 Nasc. de Abraão: 1996 a.C. (de Adão a Abraão: 2008
anos)
3 - dos Patriarcas: 430 anos: Gn 12 a Ex 12
 Chamada de Abraão: 1921 a.C.
 Provações de Jó: 1845 a.C.
 Nasc. de José: 1800 a.C.
 Egito: 1º Império Mundial: 1600-1200 (18ª e 19ª
dinastias)
 Êxodo de Israel: 1491 a.C.
4 - Jornada no Deserto e Conquista de Canaã: 46 anos: Ex
13 a Js 24
 Tempo: 1491-1445 a.C.
 Passagem do Jordão: 1451 a.C.
 Apogeu do Império Hitita: 1400 a.C.
 Projeção Gregos e colonização da Ásia Menor
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
46
5 - Período da Teocracia: 345 anos: Jz 1 a Sm 10 (leia Jz 11.26)
 Tempo: 1445-1100 a.C.
 Egito Centro Cultural geral
 Projeção da Grécia. Destruição de Tróia: 1184 a.C.
 Navegantes fenícios chegam a Gibraltar: 1100 a.C.
6 - Período do Reino Unido ou Monarquia: Saul, Davi e
Salomão: 120 anos, 1Sm 11 a 2Cr 9
7 - Período do Reino dividido: 347 anos: 1Rs 12 a 2Cr 36
 Roboão: 933 a Zedequias: 586
 Reino do Norte durou 200 anos
 Reino do Sul 300 anos
 Roma é fundada: 753 a.C.
 Os fenícios dão a volta à África: 600 a.C.
 Faraó Neco II tenta construir um canal ligando o Mar
Vermelho ao Mediterrâneo com cerca de 120.000
homens. (canal de Suez)
 Pérsia esmaga o Egito: 525 a.C.
 Projeção dos estados Gregos: Atenas e Esparta.
8 - do Cativeiro e Restauração: 174 a.C.: 2Cr 36 a Ne 13
 Cativeiro: 70 anos
 Restauração: 104 anos - Decreto de Ciro: 536 a.C.
 Reconstrução do Templo: 536-516 a.C.: 20 anos
 Ester, rainha da Pérsia: 478 a.C.
 457 a.C.: Esdras chega em Judá como Sacerdote;
 445 a.C a 444 a.C.: Neemias é nomeado governador,
reedifica os muros e a cidade de Jerusalém;
 Neemias volta a Pérsia em 434 a.C.; e
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
47
 Retorna a Jerusalém em 432 a.C. (Ne 13.6)
9 - Período Interbíblico: cerca de 400 anos (de Neemias ao
início da Era Cristã).
10 - Período do Novo Testamento: 5 a.C.: Tibério com
Augusto governa o Império Romano
 Tibério, imperador: 14 dC.
 Fundação da Igreja: 29 dC. devido ao erro no
Calendário
 Incêndio de Roma, por Nero: 64 d.C.
 Acaba a Construção do Templo: 64 d.C.
 Morte de Pedro: 67 d.C.
 Destruição de Jerusalém e do Templo pelos romanos:
70 d.C.
 Destruição de Pompéia e Herculano 79 d.C. por uma
erupção do Vesúvio.
VI - A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS
Em resumo, notam-se na Bíblia duas coisas: o Livro e a
Mensagem. A causa motivante de ensinar a Bíblia aos outros deve
ser o fato de levá-los a conhecer a Deus.
Que as escrituras são de origem divina, é assunto resolvido.
Deus, na sua Palavra, é testemunha de si mesmo. Se alguém
perguntar: Por que você crê que a Bíblia é a Palavra de Deus?
Saberás responder adequadamente? Eis, algumas provas da origem
divina da Bíblia evidenciam ser esse livro a Palavra de Deus:
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
48
1 - A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do
mundo é a sua inspiração divina: 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21. É devido a
essa inspiração que ela é chamada a Palavra de Deus. E os que
seguem ao Senhor Jesus não têm dúvidas quanto a ser ela inspirada.
O que vem a ser inspiração divina? - Para melhor
compreensão, vejamos primeiro o que é inspiração. No sentido
fisiológico, é a inspiração do ar para dentro dos pulmões. É pela
inspiração que temos fôlego para falar.
Quando estamos falando, o ar é expelido dos pulmões, é o
que chamamos de expiração. Pois bem, Deus, para falar a sua
Palavra através dos escritores da Bíblia, inspirou neles o seu
Espírito! Portanto, inspiração divina é a influência sobrenatural do
Espirito Santo como um sopro sobre os escritores da Bíblia,
capacitando-os a receber e a transmitir a mensagem sem erro.
a) Teorias Falsas:
Quanto à inspiração da Bíblia, há várias teorias falsas, que o
estudante não deve ignorar. Umas são muito antigas, outras
modernas, e ainda outras estão surgindo por aí afora. Veja algumas:
1 - Teoria da inspiração natural - humana: ensina que ela foi
escrita por homens dotados de gênio e de força intelectual
especial, como foram também, Sócrates, Shakespeare,
Camões, Rui Barbosa e muitos outros. Leia: 2Sm 23.2 com
At 1.16; Jr 1.9.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
49
2 - Teoria da inspiração divina comum: ensina que a
inspiração dos escritores da Bíblia é a mesma que hoje nos
vem quando oramos, pregamos, e etc. Isto é errado, pois a
inspiração comum que o Espírito nos concede:
a - admite gradação, isto é, o Espírito pode conceder
maior ou menor conhecimento e percepção espiritual
ao crente; e
b - a inspiração comum pode ser permanente 1 Jo 2.27,
enquanto que a dos escritores da Bíblia era
temporária.
3 - Teoria da inspiração parcial: ensina que partes são
inspiradas, outras não. Afirma que a Bíblia não é a Palavra de
Deus, mas que apenas contém a Palavra de Deus.
2Tm 3.16 “Toda Escritura divinamente inspirada
é proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça,...”
4 - Teoria do ditado verbal: ensina a inspiração da Bíblia só
quanto às palavras, não deixando lugar para a atividade e o
estilo do escritor. Mas essa atividade e esse estilo são
patentes em cada livro. Lucas, por exemplo, fez cuidadosa
investigação de fatos conhecidos:
Lc 1.4 “para que conheças a certeza das coisas
de que já estás informado”.
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
50
5 - Teoria da inspiração das idéias: ensina que Deus inspirou
as idéias da Bíblia, mas não as suas palavras... Afirma que as
palavras ficaram a cargo dos escritores. Ora, o que é palavra
na definição mais sumária? não é a expressão do
pensamento? Tente o leitor agora mesmo formar uma idéia
sem palavras... Impossível!
b) Teoria Correta da Inspiração da Bíblia: é chamada teoria
da inspiração plena ou verbal. Ensina que todas as partes da Bíblia
são igualmente inspiradas; que os escritores não funcionaram quais
máquinas inconscientes; que houve cooperação vital e contínua
entre eles e o Espírito de Deus que os capacitava.
1 - Diferença entre revelação e inspiração - no tocante à
Bíblia: revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a
conhecer ao escritor coisas desconhecidas, que o homem, por
si só, não podia saber. A inspiração nem sempre implica em
revelação. Exemplos de revelação: os primeiros capítulos de
gênesis, José interpretando os sonhos, Daniel declarando o
sonho do rei Nabucodonozor, os escritos do apóstolo Paulo e
etc.
2 - Diferença entre as declarações da Bíblia e os registros de
declarações de outrem que ela faz: a Bíblia não mente, mas
registra mentiras que outros proferiram. Não é a mentira do
registro que foi inspirada, e sim o registro da mentira. Leia Sl
14.1
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
51
“Disseram os néscios no seu coração: Não há
Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis
em suas obras, não há ninguém que faça o bem.”.
 É preciso verificar quem está falando,
 para quem está falando,
 para que tempo está falando e
 em que sentido está falando.
2 - A PERFEITA HARMONIA E UNIDADE DA BÍBLIA
A existência da Bíblia até os nossos dias só pode ser
explicada como um milagre. Há nela 66 livros, escritos por cerca
de 40 escritores, cobrindo um período de 16 séculos. Pontos a
considerar:
a) Os escritores: foram homens de todas as atividades da vida.
b) As condições: também não houve uniformidade de ambiente
na composição dos livros da Bíblia.
c) Circunstâncias: as circunstâncias em que os 66 livros foram
escritos também são as mais diversas.
d) A razão dessa harmonia e unidade: se a Bíblia fosse um
livro puramente humano, sua composição seria inexplicável, uma
grande anarquia.
3 - A APROVAÇÃO DA BÍBLIA POR JESUS
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
52
Inúmeras pessoas sabem quem é Jesus; crêem que Ele fez e
faz milagre; crêem em sua ressurreição e ascensão, mas... não
crêem na Bíblia! Tais pessoas precisam saber a atitude e a posição
de Jesus quanto à Bíblia. Ele:
 Leu-a: Lc 4.16-20
“16 E, chegando a Nazaré, onde fora criado,
entrou num dia de sábado, segundo o seu
costume, na sinagoga e levantou-se para ler. 17
E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e,
quando abriu o livro, achou o lugar em que
estava escrito: 18 O Espírito do Senhor é sobre
mim, pois que me ungiu para evangelizar os
pobres, enviou-me a curar os quebrantados do
coração, 19 a apregoar liberdade aos cativos, a
dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os
oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
20 E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao
ministro, assentou-se; e os olhos de todos na
sinagoga estavam fitos nele.”;
 Ensinou-a: Lc 24.27
“E, começando por Moisés e por todos os
profetas, explicava-lhes o que dele se achava em
todas as Escrituras.”;
 Chamou-a de Palavra de Deus: Mc 7.13
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
53
“invalidando, assim, a palavra de Deus pela
vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas
coisas fazeis semelhantes a estas.”; e
 Cumpriu-a: Lc 24.44
“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse
estando ainda convosco: convinha que se
cumprisse tudo o que de mim estava escrito na
Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.”;
Quanto ao Novo Testamento, em Jo 14.26, o Senhor Jesus,
antecipadamente , pôs o selo de sua aprovação divina, ao declarar:
“O Espírito Santo... vos ensinará todas as coisas,
e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho
dito”.
4 - O TESTEMUNHO DO ESPÍRITO SANTO DENTRO DO
CRENTE QUANTO À BÍBLIA
Na alma de cada pessoa que aceita a Jesus como Salvador, o
Espírito Santo põe a certeza quanto à autoridade e veracidade da
Bíblia. É automático. Não é preciso ninguém ensinar isso; quem de
fato aceita a Jesus, aceita também a Bíblia como Palavra de Deus,
sem argumentar.
Em Jo 7.17, Jesus mostra como podemos ter dentro de nós o
testemunho do Espírito Santo sobre a autoria divina da Bíblia. Leia
Rm 8.16
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
54
“O mesmo Espírito testifica com o nosso
espírito que somos filhos de Deus.”.
5 - O CUMPRIMENTO FIEL DAS PROFECIAS DA BÍBLIA
O Antigo Testamento é um livro de profecias: Mt
11.13 “Porque todos os profetas e a lei profetizaram até
João.”. O Novo Testamento em grande parte também o é.
Referimo-nos aqui, evidentemente, às profecias no sentido
preditivo. Há no Antigo Testamento duas classes dessas
profecias: as literais e as expressas por tipos e símbolos,
como há inúmeras no Tabernáculo: Hb 10.1
“Havendo Deus, antigamente, falado, muitas
vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias,
pelo Filho,”.
Muitas profecias da Bíblia já se cumpriram no passado, em
sentido parcial ou total; outras cumprem-se em nossos dias, e
muitas se cumprirão daqui para a frente. Um exemplo dessas
profecias: é o caso da nação Israelita, foi predito sua dispersão,
retorno, restauração e progresso material e espiritual. Leia Lv
26.14,32,33; Dt 4.25-27; 28.15,64; Jr 30.3; Ez 11.17; 36
Is 66.8 “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu
coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer
uma terra em um só dia? Nasceria uma
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
55
nação de uma só vez? Mas Sião esteve de
parto e já deu à luz seus filhos.”;
Jr 23.3 “E eu mesmo recolherei o resto das minhas
ovelhas, de todas as terras para onde as tiver
afugentado, e as farei voltar aos seus
apriscos; e frutificarão e se multiplicarão.”;
Jr 32.37 “Eis que eu os congregarei de todas as terras,
para onde os houver lançado na minha ira, e
no meu furor, e na minha grande indignação;
e os tornarei a trazer a este lugar e farei que
habitem nele seguramente. ”.
6 - A INFLUÊNCIA BENÉFICA DA BÍBLIA NAS PESSOAS E NAÇÕES
O mundo hoje é melhor devido à influência da Bíblia.
Pessoas e nações inteiras são abençoadas quando tomam a
Bíblia como regra de fé e prática.
Alguém pode tentar contestar a Bíblia, seu conteúdo,
sua história; porém inegável a transformação causada na vida
das pessoas.
7 - A BÍBLIA É FAMILIAR A CADA POVO OU INDIVÍDUO EM
QUALQUER LUGAR
Através do mundo inteiro, qualquer crente ao ler a
Bíblia, recebe sua mensagem como se esta fora escrita
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
56
diretamente para si. Todas as raças consideram a Bíblia como
possessão sua. Ninguém tem a Bíblia como livro dos outros,
isto prova que ela procede de Deus.
8 - A IMPARCIALIDADE DA BÍBLIA
Se a Bíblia fosse um livro originado do homem, ela não
poria a descoberto os muitos pecados deles; ele dá toda a
glória a Deus e mostra a fraqueza humana: Jó 27; Sl 50.21,22
“21 Estas coisas tens feito, e eu me calei;
pensavas que era como tu; mas eu te argüirei,
e, em sua ordem, tudo porei diante dos teus
olhos. 22 Ouvi, pois, isto, vós que vos
esqueceis de Deus; para que vos não faça em
pedaços, sem haver quem vos livre.”.
VII - HERMENÊUTICA BÍBLICA
O termo "hermenêutica" deriva do grego hermeneuein,
"interpretar". A Hermenêutica Bíblica cuida da reta compreensão e
interpretação das Escrituras. Consiste num conjunto de regras que
permitem determinar o sentido literal da Palavra de Deus.
1 - A IMPORTÂNCIA DESTE ESTUDO
a. O próprio Pedro admitiu que há textos difíceis de entender:
"os quais os indoutos e inconstantes torcem para sua própria
perdição" (2 Pedro 3:15 e 16).
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
57
b. A arma principal do soldado cristão é a Escritura, e se
desconhece o seu valor ou ignora o seu legítimo uso, que
soldado será? (2 Timóteo 2:15).
c. As circunstâncias variadas que concorreram na produção do
maravilhoso livro exigem do expositor que o seu estudo seja
meticuloso, cuidadoso e sempre científico, conforme os
princípios hermenêuticos.
1. A REGRA FUNDAMENTAL
A Escritura é explicada pela Escritura. A Bíblia interpreta
a própria Bíblia..
2. PRIMEIRA REGRA
Enquanto for possível, é necessário tomar as palavras no
seu sentido usual e ordinário..
3. SEGUNDA REGRA
É absolutamente necessário tomar as palavras no sentido
que indica o conjunto da frase..
Esta regra tem importância especial quando se trata de
determinar se as palavras devem ser tomadas em sentido
literal ou figurado. Para não incorrer em erros, convém,
também, deixar-se guiar pelo pensamento do escritor, e
tomar as palavras no sentido que o conjunto do versículo
indica.
4. TERCEIRA REGRA
É necessário tomar as palavras no sentido que indica o
contexto, isto é, os versos que precedem e seguem o texto
que se estuda.
5. QUARTA REGRA
É preciso tomar em consideração o desígnio ou objetivo do
livro ou passagem em que ocorrem as palavras ou
expressões obscuras..
6. QUINTA REGRA
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
58
É indispensável consultar as passagens paralelas
explicando as coisas espirituais pelas espirituais (I Cor
2:13). (I Cor 2:13).
7. SEXTA REGRA
Um texto não pode significar aquilo que nunca poderia ter
significado para seu autor ou seus leitores.
8. SÉTIMA REGRA
Sempre quando compartilhamos de circunstâncias
comparáveis (isto é, situações de vida específicas
semelhantes) com o âmbito do período quando foi escrita, a
Palavra de Deus para nós é a mesma que Sua Palavra para
eles.
2 - A EXEGESE BÍBLICA
EXEGESE
É o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura para
descobrir o significado original que foi pretendido. É a
tentativa de escutar a Palavra conforme os destinatários
originais devem tê-la ouvido; descobrir qual era a intenção
original das palavras da Bíblia.
a. contexto histórico: a época e a cultura do autor e dos
seus leitores: fatores geográficos, topográficos e políticos, a
ocasião da produção do livro. A questão mais importante do
contexto histórico tem a ver com a ocasião e o propósito de
cada livro.
b. contexto literário: as palavras somente fazem sentido
dentro das frases, e estas em relação às frases anteriores e
posteriores. Devemos procurar descobrir a linha de
pensamento do autor. O que o autor está dizendo e por que
o diz exatamente aqui?
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
59
3 - REGRAS PRINCIPAIS PARA INTERPRETAÇÃO
a) – A Bíblia interpretando a si mesma: A Escritura explicada
pela Escritura. Ex.: Compare Atos 8.26-35 com Isaías
53.7,8.
b) – O Espírito Santo é o interprete por excelência. Leia 1Co
2.10-13
“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito;
porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda
as profundezas de Deus. ... Assim também
ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito
de Deus.” Leia ainda Jo 14.26; 16.13
c) – Não interpretar Um Texto Isoladamente: É preciso um
referencial; é preciso interpretar Escritura com Escritura.
d) – Não basear a Doutrina em Um Verso Isolado: Uma Doutrina
é fundamentada nos seus textos e contextos paralelos,
interpretada à luz geral da Bíblia.
e) – Quando algum texto trouxer dúvida, é imprescindível
submetê-lo ao consenso geral da Bíblia.

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Panorama do NT - Apocalipse
 

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  • 1. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 3 Esta obra não tem a pretensão de esgotar o assunto, muito pelo contrário, reconhecemos que a Bibliologia é muito mais ampla do que o exposto abaixo; todavia o nosso alvo são aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de se aprofundarem no assunto, mas querem ter uma base sólida; e para os que já foram mais adiante uma oportunidade para relembrar ou atualizar-se. B I B L I O L O G I A SUMÁRIO INTRODUÇÃO . . . . . . 04 I. A BÍBLIA . . . . . . 05 II. A BÍBLIA COMO LIVRO . . . . 08 III. A PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA . . 17 IV. A BÍBLIA EM SEQÜÊNCIA HISTÓRICA . . 33 V. CRONOLOGIA BÍBLICA . . . . 40 VI. A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS . . 48 VII. HERMENÊUTICA BÍBLICA . . . . 57 VIII. BIBLIOGRAFIA . . . . . . 60 Edição 2007 INTRODUÇÃO Este Estudo traz uma visão panorâmica sobre a Bíblia, bem como histórica dos fatos mais famosos. Com ele você vai entender cronologia dos fatos, como ela chegou até nós, como podemos entendé-la e por fim sua inspiração divina. O estudante da bíblia terá a sua disposição neste livro de estudo o maior conteúdo sobre as escrituras já sintetizado de forma objetiva e dinâmica para facilitar seu entendimento com clareza dos temas aqui abordados.
  • 2. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 4 A Bíblia é um livro por excelência, porém o seu estudo é simples e ao mesmo tempo fantástico; cada palavra ou texto tem um significado, um valor matemático, porque nos alfabetos originais, aramaico, hebraico e grego, cada letra tem seu valor numérico, de sorte que as palavras podem ser somadas matematicamente. A Bíblia também é riquíssima em linguagem simbólica, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, vejamos os mais importantes:  Água: Palavra de Deus – regeneração: Ef 5.26 “...para a santificar , purificando-a ...”  Águia: Renovo do crente: Is 40.31.  Âncora: Esperança, Segurança: Hb 6.19.  Batismo: Morte do pecador para o mundo: Rm 6.3,4 “... ou não sabeis ... fomos batizados na sua morte? ...”  Besta: Sistema de governo do AntiCristo: Ap 13.1,11 – a Besta que sobe do mar é o AntiCristo e a besta que sobe da terra é o falso profeta. Compare Ap 13 com Dn 7. - Leopardo: é a Grécia, fala de rapidez (Dt 7.6). - O Urso: é a Pérsia, força no seus pés (Pv 28.15). - O Leão: é a Babilônia – soberba, na sua boca (Ap 13.5). I - A BÍBLIA 1 - O QUE É A BÍBLIA? - É a revelação de Deus no seu relacionamento com a humanidade - Seu autor é o próprio Deus.
  • 3. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 5 A palavra BÍBLIA em português deriva da palavra grega “biblion”, “rolo” ou “livro” - os livros antigos tinham a forma de rolos. Jr 36.2 O vocábulo “Bíblia” não se acha nas Sagradas Escrituras, consta apenas na capa. A origem do vocábulo vem do grego; é derivado do nome que os gregos davam à folha (casca) de papiro, no século XI a. C., preparada para a escrita - “biblos”; um rolo de papiro de tamanho pequeno era “biblion” e vários destes formavam uma “Bíblia” - que significa “coleção de livros”. Os primeiros a usarem a palavra “Bíblia” para designar as Escrituras foram os discípulos de Cristo, no século II d.C. - Seu intérprete é o Espírito Santo, o Tema central é JESUS CRISTO. - Crer nestes pontos é de vital importância para o estudo da Bíblia, pois nossa atitude em relação a ela demonstra nossa crença no Deus da Bíblia. 2 - PORQUE DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA? Existem muitas razões, mas vamos citar apenas as principais:  Ela luz para caminho. Sl 119.105, 130 “A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices.”.  É alimento espiritual. Jr 15.16; 1Pe 2.1,2.
  • 4. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 6  Instrumento do Espírito Santo na sua operação, Ef 6.17; Jd v. 20.  Edifica o Cristão. At 20.32 “Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça; a ele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados.” At 20.32 3 - COMO DEVEMOS ESTUDÁ-LA? - Lendo-a diariamente. Dt 17.19. O cristão que não lê a Bíblia, só recebe alimento quando alguém o põe em sua boca. Quando ele ouve a Palavra ministrada por alguém. - Lendo-a, conhecendo o seu autor - Deus; desta maneira o Senhor pelo seu Espírito a revelará: Lc 24.45; 1Co 2.10,12,13. Ninguém pode melhor explicar um livro do que o seu próprio autor. A Bíblia interpreta-se a si mesma. - Lendo-a, orando. Dn 9.20-23; Sl 119.18. Na presença do Senhor, em oração, as coisas ocultas são reveladas. “Abra os teus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei.” Sl 119.18 4 - OS NOMES QUE A BÍBLIA DÁ A SI MESMA  O Livro: Êx 17.14; Dt 28.58; Sl 40.7  As Escrituras: Êx 32.16; Os 8.12;  A Palavra do Senhor: Dt 9.10; Ed 9.4; Sl 12.7
  • 5. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 7  Os Oráculos de Deus: Mc 7.13; Hb 4.12: “Por que a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Hb 4.12 Nomes Figurativos:  Lâmpada - Sl 119.105 “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho”;  Espelho - Tg 1.23; “Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homemque contempla ao espelho o seu rosto natural;”  Água - Ef 5.26 “para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,”;  Fogo - Jr 23.29 “Não é a minha palavra como fogo, dizo SENHOR, e como um martelo que esmiúça a penha?”;  Martelo - Jr 23.29;  Espada - Ef 6.17 “Tomai tambémo capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus,”; e etc. II - A BÍBLIA COMO LIVRO 1 - OS LIVROS ANTIGOS A Bíblia é um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de rolos (Jr 36.2). Eram feitos de papiro ou pergaminho:
  • 6. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 8 - O papiro é uma planta aquática que cresce junto a rios, lagos e banhados, no Oriente, cuja a entrecasca servia para escrever.(Ela existe no Sudão, Galiléia Superior e no vale de Sarom). - O pergaminho é pele de animais, cortida e polida, utilizada na escrita. É material gráfico melhor que o papiro, é de uso mais recente que o papiro (2 Tm 4.13). A Bíblia foi escrita originalmente em forma de rolo, sendo cada um dos livros um rolo. 2 - SUA ESTRUTURA A Bíblia divide-se em duas partes principais: Antigo e Novo Testamento. - Tem ao todo 66 livros; sendo 39 no AT e 27 NT. Estes 66 livros foram escritos num período de 16 séculos e tiveram cerca de 40 escritores (de variadas profissões e atividades, viveram e escreveram em países, regiões e continentes distantes uns dos outros, em épocas e condições diversas, entretanto existe uma harmonia perfeita. A palavra Testamento vem do grego diatheke, e significa: a) Aliança ou concerto; b) Testamento, isto é, um documento contendo a última vontade de alguém quanto à distribuição dos seus bens, após a morte. Esta é a palavra usada no NT em Lc 22.20. No AT, a palavra usada é berith que significa apenas concerto. O duplo sentido aponta para morte do Testador (Cristo) que ratificou ou selou a Nova
  • 7. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 9 Aliança, garantido-nos toda a herança em Jesus (Rm 8.17; Hb 9.15-17). O título NT, foi primeiramente empregado por Tertuliano, e Origenes. O Antigo Testamento que veio pela Lei e foi selado com sangue de animais (Ex 24.3-8; Hb 9.19 e 20), e temos o Novo Testamento que veio pela Graça (Jesus) e foi selado por Jesus, no Calvário, com o seu próprio sangue (Lc 22.10; Hb 9.11-15). A DIVISÃO DA BÍBLIA ANTIGO TESTAMENTO Livro: Autor: Tema: Referência a Cristo Vs Chave LEI OU PENTATEUCO: 5 Livros Gênesis Moisés O Começo Semente da Mulher Gn 3.15 Êxodo Moisés Israel Redimido O Cordeiro Pascoal Ex 12.5-13 Levítico Moisés Santidade ao Senhor Sacrifício Expiatório Lv 4.14-21 Números Moisés Peregrinação A Rocha Ferida Nm 20.7-13 Deuteron. Moisés/Josué Repetição da Lei O Profeta Dt 18.15 HISTORIA: 12 Livros Josué Josué A Conquista da Terra Grande Capitão Js 5.14 Juízes Samuel Derrota e Livramento O Libertador Jz 3.9 Rute Samuel O Parente Remidor Remidor Divino Rt 3.12 1 Samuel Desc/Samuel Teocracia a Monarquia O Rei Esperado 1 Sm 8.15 2 Samuel Desc/Samuel O Reinado de Davi O Rei Esperado 2 Sm 8.15 1 Reis Desconhecido O Reino é Dividido O Rei Prometido 1 Rs 4.34 2 Reis Desconhecido Israel e Judá Cativos O Rei Prometido 2 Rs 1 Crônicas Desconhecido Genealogia e História O Rei Prometido 1 Cr 3.10 2 Crônicas Desconhecido A Grandeza de Judá O Rei Prometido 2 Cr Esdras Esdras Volta do Remanescente Ensinador Divino Ed 7.10 Neemias Neemias Restauração de Jerusal. O Edificador Ne 2.18-20
  • 8. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 10 Ester Desconhecido A Providência de Deus Nosso Advogado Et 4.14 POESIA: 5 Livros Jó Desc/Moisés Prob. do Sofrimento Redentor que Vive Jó 19.25 Salmos Salmistas Louvor Socorro e Alegria Sl 46.1 Provérbios Salomão Sabedoria A Sabedoria de Deus Pv 8.22-36 Eclesiastes Salomão Raciocínio Humano O Pregador Perfeito Ec 12.10 Cântares Salomão O Bem Amado O Nosso Amado Ct 2.8 PROFECIA: 17 Livros, divididos em 2 partes: Profetas Maiores - 5 livros e Menores - 12 livros Maiores: 5 livros Isaías Isaías O Messias de Israel O Messias Prometido Is 42 Jeremias Jeremias Advertência e Juízo O Renovo Justo Jr 23.5 Lamentações Jeremias Lam. sob. Jerusalém Consolador de Israel Lm 1.2 Ezequiel Ezequiel Julgamento e Glória O Filho do Homem Ez 2.3 Daniel Daniel Plano Deus/H. Mundo O Quarto Homem Dn 3.25 Menores: 12 livros Oséias Oséias Amor Redentor O Esposo Os 2.16 Joel Joel Dia do Senhor O Juiz das Nações Jl 3.12 Amós Amós Julgamento do Pecado O Deus do Fogo Am 5.6 Obadias Obadias Condenação de Edon O Nosso Salvador Ob 21 Jonas Jonas Misericórdia Deus Ressurreição e Vida Jn 2.910 Miquéias Miquéias Juízo e Reino Ajuntador de Israel Mq 2.13 Naum Naum Tempo de Angústias Fortaleza na Angústia Na 1.7 Habacuque Habacuque Da Dúvida a Fé O Puro de Olhos Hc 1.13 Sofonias Sofonias O Dia do Senhor O Senhor Zeloso So 3.17 Ageu Ageu Reconstrução Templo Desejado das Nações Ag 2.6,7 Zacarias Zacarias Advento do Messias O Renovo Zc 6.12 Malaquias Malaquias Formalismo O Sol da Justiça Ml 4.2a RESUMO DO ANTIGO TESTAMENTO HEBRAICO: 24 Livros (Torah)
  • 9. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 11 Entre os Judeus o AT, consta de três divisões: Leia Lc 24.44 a) LEI: Genesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronomio; b) PROFETAS:  Primeiros Profetas: Josué, Juízes, Samuel e Reis;  Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Os 12 Profetas Menores; c) ESCRITOS:  Livros Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó;  Os Cincos Rolos: Cântares, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester;  Livros Históricos: Daniel, Esdras - Neemias e Cronicas. NOVO TESTAMENTO Livro: Autor: Tema: Referência a Cristo Vs Chave BIOGRAFIA: Os 4 Evangelhos Mateus Mateus O Rei O Messias Mt 2.6 Marcos Marcos O Servo O Servo do Senhor Mc 10.45 Lucas Lucas O Filho do Homem O Filho do Homem Lc 12.8 João João O Filho de Deus O Filho de Deus Jo 1.14 HISTORIA: 1 livro Atos Lucas Missões no 1º Século O Cristo Ressurgido At 2.24 EPÍSTOLAS OU CARTAS: 21 - também chamadas de Doutrina As dirigidas as Igrejas: Romanos Paulo A Justiça de Deus A Justiça de Deus Rm 8.30 1 Coríntios Paulo Conduta Cristã O Cristo Crucificado 1 Co 1.23 2 Coríntios Paulo Autoridade do Apóstolo A Imagem de Deus 2 Co 4.5 Gálatas Paulo Salvação pela Graça O Cristo que Liberta Gl 5.1
  • 10. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 12 Efésios Paulo O Corpo de Cristo A Cabeça da Igreja Ef 4.15 Filipenses Paulo Experiência Cristã O Viver Fl 1.21 Colossenses Paulo A Preeminência de Cristo O Homem Perfeito Cl 1.28 1 Tessalon. Paulo A Volta de Cristo O Senhor que Virá 1 Ts 4.14 2 Tessalon. Paulo O Dia do Senhor O Senhor que Virá 2 Ts 2.1 Epístolas Individuais: 1 Timóteo Paulo Ordem Eclesiástica A Nossa Esperança 1 Tm 1.1 2 Timóteo Paulo Conservando a Verdade O Nosso General 2 Tm 2.1 Tito Paulo A Ordem na Igreja O Nosso Salvador Tt 3.6 Filemon Paulo O Amor Exemplificado O Doador do Bem Fm 6 Dirigida ao Hebreus Cristãos: Hebreus Desc/Paulo/.. O Sacerdócio de Cristo O Sacerdote Eterno Hb 7.3 Epístolas Universais: Tiago Tiago Prática da Vida Cristã O Legislador Tg 4.12 1 Pedro Pedro Sofrimento e Glória O Fundamento da Fé 1 Pe 2.6 2 Pedro Pedro Últimos Dias O Nosso Senhor 2 Pe 1.2 1 João João Comunhão O Cristo 1 Jo 5.1 2 João João Mandamento de Cristo O Filho do Pai 2 Jo 3 3 João João Andando na Verdade A Verdade 3 Jo 4 Judas Judas Salvação Julgador v. 23 PROFECIA: 1 Livro Apocalipse João Consumação O Alfa e o Ômega Ap 22.13 CINCO PALAVRAS REFERENTES A CRISTO EM TODA A BÍBLIA: 1) PREPARAÇÃO: Todo o Antigo Testamento; 2) MANIFESTAÇÃO: Os 4 Evangelhos; 3) PROPAGAÇÃO: O Livro de Atos; 4) EXPLANAÇÃO: As Epístolas; e 5) CONSUMAÇÃO: O Livro de Apocalipse.
  • 11. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 13 ALGUNS FATOS SOBRE A BÍBLIA  A divisão em capítulos foi feita no ano 1250 pelo Cardeal Hugo de Saint Cher.  A divisão em versículos foi feita de duas vezes: - O Antigo Testamento em 1445, pelo Rabi Nathan; e - O Novo Testamento em 1551, por Robert Stvens. 3 - O CÂNON NA BÍBLIA Cânon ou Escrituras Canônicas é a coleção dos livros divinamente inspirados que constituem a Bíblia. Cânon é palavra grega, e significa literalmente “Vara de Medir”. Cânon, no sentido religioso, significa aquilo que serve de regra ou norma. Gn 6.16. A Bíblia como Cânon Sagrado, é a nossa norma ou regra de fé e prática. a) O Cânon do AT teve a sua formação gradual, e abrangeu um período de aproximadamente 1046 anos. Iniciando cerca de 1491 a.C. com Moisés escrevendo o Pentateuco e terminando cerca de 445 a.C. com Esdras. - É a Esdras que se atribui a tríplice divisão do Cânon do AT, pois foi ele quem presidiu a chamada Grande Sinagoga, (que deu origem ao Sinédrio), selecionando e preservando os rolos sagrados, determinando dessa maneira o Cânon das Escrituras do AT após o ano de 445 a.C. - A tríplice divisão do Cânon é esta: LEI, PROFETAS, ESCRITOS. (Lc 24.44) - Veja o resumo do AT na página 8.  A nossa divisão em 39 livros vem da Septuaginta através da Vulgata Latina; e
  • 12. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 14  No Cânon Hebraico os livros não estão em ordem cronológica.  A data do reconhecimento e fixação do Cânon do Antigo Testamento Oficialmente se deu em 90 d.C. em Jania perto da moderna Jope em Israel, quando os rabinos num Concílio sob a presidência do rabi Johanan Ben Zakai reconheceram o Cânon do AT tal qual já era aceito através dos séculos. b) O Cânon do NT, teve a sua formação em um período mais curto, aproximadamente 100 anos. Iniciando-se cerca do ano 52 d.C. e terminando antes do ano 100 d.C. - As Epístolas de Paulo, foram escritas entre os anos 52 d.C. a 67 d.C., sendo os primeiros escritos do NT. - Os Evangelhos, a princípio foram propagados oralmente, e só depois foram escritos. Os Sinópticos, foram escritos entre os anos 60 a 65 d.C., João em 85 d.C. - Atos dos Apóstolos foi escrito por volta do ano 63 d.C. - As Epístolas de Hebreus a Judas, foram escritas entre 68 a 90 d.C. - Apocalipse, foi escrito em 96 d.C. durante o reinado do Imperador Domiciano.  A data do reconhecimento e fixação do Cânon do NT, ocorreu no III Concílio de Cartago, em 397 d.C., sendo reconhecidos todos os livros tal qual temos na Bíblia. 4 - OS LIVROS APÓCRIFOS
  • 13. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 15 A palavra “apócrifo” significa literalmente “estranho”, “de fora” ou “oculto”. No sentido religioso significa “não genuíno”, “espúrio” ou ainda “não inspirado” e portanto, “não canônico”. Os apócrifos foram escritos no período, interbíblico, ou seja entre Malaquias e Mateus. Entre o AT e NT. Sobre os apócrifos precisamos saber o seguinte:  Nunca foram reconhecidos pelos judeus como parte do cânon hebraico;  Jamais foram citado por Jesus em seus ensinos, e duvida- se que os apóstolos tenham feito alusão a eles;  Nunca foram reconhecidos pela Igreja Primitiva; e  Não são inspirados por Deus.  Na SEPTUAGINTA, tradução da Bíblia feita do hebraico para o grego, os apócrifos aparecem pela primeira vez.  Na VULGATA latina eles estão também incluídos, pois Jerônimo a traduziu do Grego pela Septuaginta. Mas ele recomendou que tais livros não podiam servir como base doutrinária. - A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 18/04/1546 para combater o movimento da Reforma Protestante. Houve muitos debates e até luta corporal por ocasião dessa aprovação entre as ordens católicas e entre os bispos. - Os reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, entre o AT e NT, não como livros inspirados, mas como livros bons para a leitura e de valor histórico e literário.
  • 14. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 16  São 14 os Escritos Apócrifos, 10 livros e 4 acréscimos a livros.  Antes do Concílio de Trento a Ig. Católica aceitava todos, mas depois passou a aceitar apenas 11. 7 livros e 4 acréscimos.  A Ig. Ortodoxa Grega mantém os 14 até hoje.  Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico,  1º e 2º Macabeus (livros);  A Ester, Cântico dos 3 Macabeus, História de Suzana, Bel e o Dragão  Outros: 3 Esdras, 4 Esdras e Oração de Manasses. (acréscimos) O PONTO DE VISTA EVANGÉLICO Os evangélicos, ou protestantes, geralmente aceitam os apócrificos como possuindo material de valor literário e histórico, mas rejeitam a sua canonicidade. Por esta razão esses escritos têm sido eliminados das modernas edições evangélicas da Bíblia. III - A PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA A Bíblia foi inspirada, escrita, traduzida e preservada, tudo pela providência de Deus, para que ela chegasse as nossas mãos, para nossa felicidade eterna.
  • 15. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 17 1 - LÍNGUAS ORIGINAIS a) O HEBRAICO, AT, o idioma oficial de Israel, faz parte das línguas semíticas, que formavam ramo lingüístico dividido em grupos, entre estes o grupo Cananeu do qual fazia parte o Hebraico.  É chamado também no AT de “Língua da Canaã, “Língua Judaica” (Is 19,18 “Naquele tempo, haverá cinco cidades na terra do Egito que falarão a língua de Canaã e farão juramento ao SENHOR dos Exércitos; e uma se chamará Cidade da Destruição.”; 2 Rs 18,26,28; Is 36.13 “Rabsaqué, pois, se pôs em pé, e clamou em alta voz em judaico, e disse: Ouvi as palavras do grande rei, do rei da Assíria.”).  A escrita hebraica nos tempos antigos só empregava consoantes. Após o século VI, foram acrescentados sinais vocálicos para perpetuar a pronúncia tradicional. Esses sinais são chamados “massoretas” que quer dizer tradição. Qualquer texto bíblico posterior ao século VI é chamado “massorético”
  • 16. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 18 porque contém sinais vocálicos. Além do texto massorético, há outro texto das Escrituras. O Pentateuco Samaritano, que empregava os antigos caracteres hebraicos.  A língua hebraica tem 22 letras, sendo a primeira o Álef e a última o Tav. b) O ARAMAICO (“7 E, nos dias de Artaxerxes, escreveu Bislão, Mitredate, Tabeel e os outros da sua companhia a Artaxerxes, rei da Pérsia; e a carta estava escrita em caracteres aramaicos e na língua siríaca.8 Escreveram, pois, Reum, o chanceler, e Sinsai, o escrivão, uma carta contra Jerusalém, ao rei Artaxerxes, nesta maneira.” Ed 4.8 a 6.18; Dn 2.4 a 7.28; Jr 10.11) é um idioma semítico falada desde 2.000 a.C. em Arã ou Síria: (Arã é hebreu, Síria é grego).  A influência do aramaico foi profunda sobre o hebraico, durante o cativeiro do povo israelita na Assíria e Babilônia. Quando Israel regressou do
  • 17. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 19 exílio, falava o aramaico. É por isso que as escrituras no tempo de Esdras precisavam ser interpretadas ao serem lidas em hebraico. (Ne 8.5,8 “5 E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. 8 E leram o livro, na Lei de Deus, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse.”)  No tempo de Cristo, o aramaico tornara-se língua popular dos judeus e nações vizinhas. Por volta do ano 1000 a.C. o aramaico era língua internacional do comércio nas rotas comerciais do Oriente.  O aramaico é também chamado “SIRIACO” e também “CALDAICO” (2 Rs 18.26; Ed 4.7 “E, nos dias de Artaxerxes, escreveu Bislão, Mitredate, Tabeel e os outros da sua companhia a Artaxerxes, rei da Pérsia; e a carta estava escrita em caracteres aramaicos e na
  • 18. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 20 língua siríaca.”; Dn 1.4) tinha o mesmo alfabeto do hebraico.  O aramaico foi a língua do Senhor Jesus, seus discípulos e da igreja primitiva em Jerusalém. Mas Jesus falava também o hebraico. (Lc 4.16-20 “16 E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler. 17 E foi- lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:”)  O hebraico foi absorvido pelo aramaico, mas continuou sendo a língua oficial do culto divino, no templo, nas sinagogas, dos rolos sagrados e dos rabinos eruditos. Havia escolas de rabinos em Jerusalém, Tiberíades e outros centros.  As conquistas árabes em largas áreas da Ásia, Europa, África reduziu e destruiu a influência do aramaico. O aramaico ainda sobrevive em uma pequena vila da Síria chamada Malloula com a população de 4.000 habitantes.
  • 19. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 21  Devido os hebreus terem adotado o aramaico como língua, este passou a chamar-se hebraico. Portanto, quando o NT menciona o hebraico, trata-se do aramaico. c) O GREGO, nesta língua foi escrito todo o NT, apesar que alguns pensam que Mateus foi escrito em aramaico. O Grego faz parte do grupo de línguas arianas. Das línguas bíblicas é a que mais se conhece devido ser a mais próxima a nossa.  O grego no NT, não é o grego clássico dos filósofos. É o idioma popular chamado KOINÉ - Este dialeto formou-se a partir da conquista de Alexandre em 336 a.C.  A Grécia tornou-se um império mundial, e toda a terra conhecida recebeu influência da língua grega. Deus preparou um veículo lingüístico para disseminar as novas do Evangelho até os confins do mundo, no tempo oportuno.  Até no Egito o grego se impôs, pois neste país a Bíblia foi traduzida do hebraico para o grego - a chamada Septuaginta. Nos dias de Jesus, os judeus entendiam quase tão bem o grego como o aramaico.
  • 20. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 22  Nos primórdios do cristianismo, o Evangelho pregado ou escrito em grego podia ser entendido pelo mundo todo.  A língua grega tem 24 letras: a primeira é o alfa e a última é o ômega. 2 - OS MANUSCRITOS DA BÍBLIA Manuscritos são rolos ou livros da antiga literatura escritos à mão. O texto bíblico foi preservado e transmitido mediante os seus manuscritos. Abreviatura MS (singular), MSS ou Mss (plural). Há cerca de 4.000 MSS da Bíblia preparados entre os séculos II e XV. a) Material gráfico dos MSS: Papiro e Pergaminho e Linho. b) Formato dos MSS: Rolo: podia ser de papiro ou pergaminho, preso a dois cabos de madeira e Códice: é um MS em forma de livro, feito de pergaminho. As folhas tem em média 65 cm por 55 cm. Começou a ser usado no século II. c) A caligrafia dos MSS: Unciais e Cursivos.  Uncial - é o MS de letra maiúscula e sem separação entre as palavras.
  • 21. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 23  Cursivo - é o de letra minúscula, tendo espaço entre palavras. d) Palimpsesto: é o MS reescrito, a escrita primitiva era raspada e reescrita. e) MSS originais da Bíblia: saído das mãos dos escritores não há nenhum conhecido. (é provável que se houvesse talvez os homens quisessem adorar). A falta de MSS originais provém do seguinte: 1 - O costume dos judeus do enterrar todos os MSS estragados pelo uso para evitar mutilação ou interpolação espúria; 2 - Os Reis idólatras de Israel podem ter destruído muitos (Jr 36.20-26); 3 - Antioco Epifanio, rei da Síria (175 a.C.) dominou sobre a Palestina e decidiu exterminar a religião judaica, e destruiu todas as cópias que encontrou da Bíblia; e 4 - O Imperador Romano Diocleciano 9284-305 d.C.) mandou vasculhar a império para destruir todos os escritos sagrados. Ele chegou a pensar que tivesse
  • 22. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 24 conseguido. Pois cunhou uma moeda comemorando essa “vitória”. f) Manuscritos existentes Mais Antigos e Mais Importantes: 1) MSS em hebraico:  Códice dos primeiros e últimos profetas - 895 d.C. para Moses Ben Asher (Cairo);  Códice do pentateuco - 900 d.C. para um filho de Moses, Arão (Museu Britânico);  Códice petrogradiano - 916 d.C. para últimos Profetas (está em Leningrado);  Códice alepo - 930 d.C. p/ Shelomon Ben Bayaa (veio da Síria para Israel);  O Rolo 19 a 1008 d.C. p/ Samuel Ben Jacob (todo AT, em Leningrado - Rússia); 2) MSS do AT e do NT em Grego:  Códice Vaticano - 325 d.C., toda a Bíblia MS Uncial - O AT é cópia da Septuaginta, na Biblioteca do Vaticano (chamado também “B”);
  • 23. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 25  Códice Sinaítico ou “Alefe” - 340 d.C., descoberto 1844 no Mosteiro de Sta. Cantarina no Monte Sinai. É Uncial, no Museu Britânico;  Códice Alexandrino ou “A” - 425 d.C., é MS Uncial, foi escrito em Alexandria, no Museu Britânico;  Códice Efraemi ou “C”- 345 d.C., é MM palimpsesto. Está no Museu de Paris;  Códice Bezae ou “D”- data do Século VI, contém os Evangelhos, na Inglaterra; e  Códice Claromontanus ou “D2” - Século VI, Epístolas Paulinas, Museu Louvre Paris. 3 - A TRADUÇÃO DA BÍBLIA Era preciso a tradução da Bíblia para dar cumprimento a evangelização do mundo. Pois depois da confusão das línguas em Babel estas se multiplicaram e hoje existem milhares de idiomas em todo o mundo. a) Versões Semíticas: 1 - O Pentateuco Samaritano, é o texto hebraico do Pentateuco escrito em caracteres hebraicos antigos ou em samaritano. Existem muitas cópias.
  • 24. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 26 2 - Os Targuns, são paráfrases ou interpretações, em aramaico do AT. Os principais são: O da Lei feito por Ôrquelos, amigo de Gamaliel no século II d.C.; ou dos Profetas e Livros Históricos, por Jonatha Ben Uziel. b) Versões Gregas; 1 - A Septuaginta ou versão LXX Tradução feita por 72 eruditos judeus por ordem de Pitolomeu Pluladelpho rei do Egito 9285/246 a.C.) na ilha de Faros, na cidade de Alexandria no Egito. O nome 70 é por causa dos 72 tradutores e logicamente Septuaginta. Foi a Setpuaginta um dos meios que Deus usou na preparação dos povos e nações para o advento do Evangelho que seria proclamado por Jesus e seus discípulos; Foi ela a primeira tradução completa do original hebraico; Não há nenhum exemplar original da versão dos Setenta; somente cópias, a mais antiga data de 325 d.C. (o MS Vaticano ou B).
  • 25. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 27 2 - A Versão de Áquila, feita em 138 d.C., contém só o AT, existe em fragmentos. 3 - A Versão de Teodocião, feita 160 d.C. (uma revisão dos LXX) só o AT. 4 - A Versão de Símaco, feita em 218 d.C., só AT, existe em fragmentos. 5 - A Héxapla, de Orígenes, em 228 d.C., é um compêndio de 6 colunas. (dela só se conhece citações): 1º O texto hebraico; 2º O texto grego traduzido do hebraico (por Orígenes); 3º A Versão de Áquila; 4º A Versão de Símaco; 5º A Septuaginta; e 6º A Versão de Teodocião. c) Versões Síriacas: 1 - A Peshito, foi feita diretamente do hebraico pela igreja sírica de Edessa. Começou a ser feita quando
  • 26. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 28 ainda viviam os apóstolos no séc. II. Deu origem a outras versões: a árabe, a armênia, a pérsia. (Velho e Novo Testamento) 2 - A Versão Filoxênia, feita em 508 d.C. por Filoxeno, (N. Testamento). d) Versões Latinas: O latim era língua falada pelos romanos, e foi implantado no mundo à medida que os romanos realizavam suas conquistas. Nos Tempos de Jesus ela já tinha sua influência. Pois na cruz de Jesus ela foi usada. 1 - A antiga versão latina: foi na África do Norte, em Cartago, 170 d.C.; 2 - A Ítala, ou Vetus Ïtala, uma versão da antiga versão latina - séc. II; 3 - A Revisão de Jerônimo, é uma revisão da antiga versão latina, 382 d.C.; e 4 - A Vulgata Latina, é uma versão da Bíblia por Jerônimo em 387-405 d.C. Jerônimo baseou-se na Héplaxa de Orígenes. Em assuntos bíblicos, Jerônimo foi o homem mais sábio do seu tempo.
  • 27. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 29 A Vulgata foi a base de inúmeras outras traduções para outras línguas. Foi a Bíblia de quase toda a Europa por mais de 1000 anos. Foi decretada como a Bíblia oficial da Igreja Romana em 8 de abril de 1592 no Concílio de Trento. e) Outras Versões Orientais: 1 - As versões Egípcias ou Cópias (3 principais, feitas até 500 d.C.); 2 - A Etíope, feita em 330 d.C. abrangendo ambos os testamentos; 3 - A Gótica, feita em 350 d.C. ambos os testamentos; 4 - A Armênia, feita no séc. V; 5 - A Georgina, feita no séc. V; e 6 - A Eslavônica, feita no séc. IX p/ dois irmãos missionários: Cirilo e Metódio. f) Versões Européias: No século XII começaram as traduções nas línguas européias tais como: francês (1487), italiano (1432), alemão (1534), sueco (1541), holandês (1560), espanhol (1602), finlandês (1642), dinamarquês (1550), e outras.
  • 28. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 30 g) Versões Inglesas: 1 - A Versão Autorizada do Rei Tiago, (1611) feita por 52 teólogos ingleses. É a versão favorita dos povos de língua inglesa. 2 - A Versão Revisada, (1881-1885) feita por um grupo de sábios ingleses e americanos. 3 - A Versão Revisada Americana. É uma réplica americana da anterior. 4 - A Versão Padrão Revisada, (1496 - NT e 1952 AT). h) A Versão Alemã: Lutero preparou e traduziu dos originais. i) Versão em Espanhol: Há muitas versões em espanhol, porém a mais famosa e a mais usada principalmente pelos evangélicos é a Reina-Valera. 1 - Versão de Casiodoro de Reina - feita em 1569; 2 - Versão de Cipriano de Valera - feita em 1602; 3 - Revisão Reina-Valera em 1909; 4 - Revisão Reina-Valera em 1969. (Está é atualmente a mais usada).
  • 29. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 31 j) Versões em Português: 1 - A Versão de Almeida, João Ferreira de, traduziu o NT em 1670, que foi publicado em 1681 em Amsterdam, Holanda. Traduziu o AT até Ezequiel 48.21, quando faleceu em 1691. Missionários seus amigos completaram a tradução. Almeida fez a sua tradução do grego e do hebraico, utilizou também as versões holandesas (1637) e espanhola (de Valera, 1602).  A bíblia completa de Almeida foi publicada em 1819 pela SBBE.  O texto de Almeida foi revisado em 1894, e 1925. Em 1951 a Imprensa Bíblica Brasileira publicou a “Edição Revisada e Corrigida” - ARC. 2 - Versão de Matos Soares, publicada em 1946, ele era padre brasileiro, traduziu da Vulgata. Nota-se preconceitos e tendências nesta versão.  É a Bíblia usada pelos Católicos brasileiros. 3 - Versão na Linguagem de Hoje, publicada em 1988 (toda a Bíblia) pela Sociedade Bíblica do Brasil. (versão muito polêmica) 4 - Tradução brasileira (1910- 1917) por uma comissão de eruditos evangélicos brasileiros nomeada
  • 30. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 32 pela SBA e SBBE. - Essa tradução é muito fiel ao original. É tradução literal. 5 - Versão de Rhoden, só NT, era padre brasileiro (SC) 6 - Versão de Figueiredo, padre, traduziu da Vulgata (1781-1790), publicada em 1821 pela SBBE. SIGLAS DAS SOCIEDADES BÍBLICAS: SBB - SOC. B. BRASILEIRA SBA - SOC. B. AMERICANA IBB - IMPRENSA B. BRASILEIRA SBT - SOC. B. TRINITÁRIA SBBE - SOC. B. BRITÂNICA E ESTRANGEIRA SBU - SOC. B. UNIDA IV - A BÍBLIA EM SEQÜÊNCIA HISTÓRICA O conhecimento da história bíblica, na sua devida seqüência, é de muita importância para a compreensão da Bíblia. É preciso que o estudante da Bíblia saiba que a revelação divina, no seu tão rico lado histórico, não aparece na própria Bíblia em ordem cronológica, daí ser preciso conhecer a seqüência dos fatos bíblicos, de perspectiva. O fim principal em vista aqui não é suprir o aluno de dados cronológicos. A cronologia apresentada a seguir é apenas a indispensável. É oportuno informar que toda cronologia antiga é
  • 31. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 33 terreno movediço. As evidências arqueológicas conduzem a uma redução (mudança) de datas, friso o importante neste estudo não é a precisão das datas e sim seqüência cronológica dos acontecimentos bíblicos. Neste estudo é importante ter em mente as sete dispensações, pois através delas temos uma visão global da Bíblia e sua mensagem. O aluno pode consultar a Apostila: As Grandes Dispensações; tendo assim um aprendizado mais profundo e esclarecedor. 1 - ÉPOCA PRÉ-ABRAÂMICA Esta época, de Gn 1 a 11 (da criação de Adão a chamada de Abraão (Pai de uma grande nação) - 4000-2000 a.C.), abrange dois períodos históricos: a) O Período Antediluviano: Gênesis cap. 1 a 5, de Adão ao Dilúvio: 4004-2348 a.C., cerca de 1.656 anos. Contém o relato da origem de todas as coisas, criação do homem, queda do homem, o primeiro assassinato, degradação moral do homem, a chamada de Noé e construção da arca. b) Do Dilúvio a Abraão: Gênesis cap. 6 a 11, de 2348-1921 a.C., cerca de 427 anos. Contém o relato do dilúvio, a origem das nações, o pecado de Cão e a Chamada de Abraão. 2 - ÉPOCA DE ISRAEL
  • 32. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 34 A história bíblica está dividida em 9 períodos onde Israel é o centro. a) Período Patriarcal: De gênesis cap. 12 a 50, de 1921-1635 a.C., vai de Abraão (Abrão – pai grande) a morte de José no Egito. Contém o relato da chamada de Abraão, peregrinação, entrada na terra prometida, ida para o Egito, governo e morte de José. b) Israel no Egito: Descrito em Êxodo cap. 1 a 12, 1635-1491 a.C., vai da morte de José ao Êxodo. Contém o tempo da escravidão no Egito, chamada de Moisés, o Êxodo. c) Israel no deserto: Descrito nos cap. 13 de Êx. a 34 de Dt., 1491-1451 a.C., cerca de 40 anos. Contém o relato das peregrinações no deserto, dos últimos acampamentos de Israel em Sitim, nas planícies de Moabe, morte de Moisés e início da liderança de Josué. d) A conquista de Canaã: Descrito no livro de Josué, 1451-1444 a.C., cerca de 7 anos, este é o primeiro período de Israel em sua própria terra. Contém o relato da travessia do Jordão, tomada de Jericó, morte de Josué e etc. É importante notar que Josué morre sem que a posse da terra esteja totalmente concluída, porém faz antes de sua morte a recomendação para que o povo continue a conquista da terra.
  • 33. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 35 e) Os Juízes: Do livro de Juízes ao 1 Sm 9., 1425-1095 a.C., cerca de 300 anos. Contém a biografia divina do povo (Jz 2.10), os altos e baixos do povo espiritualmente e materialmente. Nesse período se destacam vários juizes, entre eles: Sansão, pela beleza de sua história; Débora , por ser mulher; e Samuel por ter sido o maior deles e último dos juízes. f) A Monarquia: Compreende os reinados de Saul, Davi e Salomão. É o período áureo e esplendoroso de Israel. A capital do reino no tempo de Saul era Gibeá: 1 Sm 10.26; no Tempo de Davi e Salomão foi Jerusalém. (a primeira capital de Davi foi Hebrom: 2 Sm 5.4,5). No reinado de Salomão foi construído o Templo de Deus; sua planta foi feita por Davi, que foi impedido por Deus de iniciar sua construção. g) O Reino dividido: Este período vai da divisão do reino aos cativeiros dos reinos do Norte e do Sul. A divisão do Norte chamou-se Israel (nas profecias chamada de Efraim e Samaria):  capital Samaria  10 tribos  1º rei foi Jeroboão  culto oficial: ao bezerro de ouro importada do Egito
  • 34. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 36  também afundou-se no baalismo). A divisão Sul chamou-se Judá (Benjamim e Levi):  capital Jerusalém  2 tribos  1º rei foi Roboão  culto oficial: a Jeová  procuraram a baalins. h) Período do cativeiro e da restauração: De 2 Reis 25 a Neemias 13; 2 Crônicas 36 a Neemias 13. O cativeiro durou 70 anos: 606-536 a.C. Os profetas e lideres que se destacam nesse tempo são Jeremias, Daniel, Ezequiel, Malaquias, Zacarias, Esdras, Neemias, Zorobabel, Ester e outros. O cativeiro curou Israel da Idolatria até o dia de hoje. Desde então, os judeus poderão ser acusados de outros pecados, mas não o de idolatria. O Cativeiro trouxe a benção de Deus para outras nações, como: tradução da torah, as Escrituras começaram a ser estudadas e etc. i) Período interbíblico: Vai de 430 a.C., ou seja: ao início da era cristã. Fica situado entre Malaquias e Mateus. Cerca de 400 anos. Nesse período foram escritos os livros apócrifos do Antigo
  • 35. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 37 Testamento, entre 270 a 50 a.C. Malaquias deve ter ministrado de 432 a 430 a.C., quando teria sido encerrado o Antigo Testamento. Este período está profeticamente descrito em Dn 11. Tem início sob o domínio persa (100 anos), passa pelo grego, um período de pouco mais 100 anos que esteve independente (irmãos Macabeus) e termina durante o Romano. Nesse período surgiram as seguintes seitas religiosas (com influência política): 1 - Os Fariseus (heb. separados): primavam pela pureza religiosa, com objetivo de conservar viva a fé em Jeová. Depois tornaram-se secos, ritualistas e hipócritas; foi como Jesus os classificou. 2 - Os Saduceus (heb. justos): eram aristocratas da época, adeptos do que chamamos hoje racionalismo. At 5.17; 23.9. Eram helenistas, isto é, partidários dos gregos e dos seus sistemas, especialmente, dos seus ensinos filosóficos. 3 - Os Essênios (piedoso): eram uma ordem monástica, verdadeira irmandade. Praticavam o ascetismo. Pareciam uma seita oriental misturada de judaísmo. 3 - ÉPOCA DO CRISTIANISMO
  • 36. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 38 É a história da Igreja propriamente dita. Constitui matéria à parte; por isso não é estudada aqui. A época do Cristianismo começa com o nascimento de Jesus no ano 5 a.C. C, e se estende paralelamente ao texto bíblico, até os últimos dias de João, o apóstolo (cerca de 100 d.C.) e, fora dele (do texto bíblico), até os tempos atuais. A época do Cristianismo nos dias do NOVO TESTAMENTO tem três períodos: a) da vida de Cristo: vistos nos Evangelhos - 5 a.C. a 29 d.C.; b) da Igreja em Jerusalém: visto em Atos até o cap. 12-29 a 47 d.C.; c) da Igreja missionária: visto em Atos, a partir do cap. 13 e Epístolas - vai de 47 a 96 d.C. Os Evangelhos e as Epístolas foram escritos nesse período. Após os dias do Novo Testamento, a época do Cristianismo pode ser estudado dentro dos quatros períodos da história secular: a) Período Romano: Vai até a queda de Roma, em 476 d.C. Nesse ano, Odoacro, rei dos godos, invadiu Roma. Das ruínas do Império Romano surgiu o império papal, que governou o mundo por mais de 1.000 anos: 476-1500 d.C. b) Período Medieval:
  • 37. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 39 Vai da queda de Roma, ao fim do Império Romano do Oriente: 476-1453. Nesse ano, os turcos (otomanos) tomaram Constantinopla, então capital do Império Romano do Oriente. A divisão do império em dois, dera-se em 395 d.C. Em Roma ficara a sede de um, e em Constantinopla a do outro. A tomada de Constantinopla é um marco na história, pois logo após inicia-se com toda força o período medieval. c) Período Moderno: Do fim do Império Romano do Oriente, à Revolução Francesa: 1453-1789. d) Período Contemporâneo: A partir de 1789 aos nossos dias. V - CRONOLOGIA BÍBLICA 1 - INTRODUÇÃO À CRONOLOGIA BÍBLICA A cronologia bíblica é quase toda incerta; aliás, toda a cronologia antiga é incerta. As datas eram contadas tomando- se por base eventos importantes, e isso dentro de cada povo. Quanto à Bíblia, seus escritores não tinham preocupação com datas; apenas registravam os fatos. As datas, quando mencionadas, têm base, como acima ficou dito: em eventos particulares.
  • 38. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 40 As datas que aparecem nas margens de certas edições da Bíblia não pertencem ao texto original. Foram calculadas principalmente pelo arcebispo Ussher (1580-1656), em 1650. É conhecida por “Cronologia Aceita”. Esssas datas foram inseridas na Bíblia pela primeira vez em 1701. 2 - DIFICULDADES NO ESTUDO DACRONOLOGIABÍBLICA a) Dificuldades nas fontes de dados: Tratando-se do texto bíblico, temos dados para a cronologia de três diferentes fontes, mas todos discrepantes: o Texto Mossoréitico, escrito em hebraico atual; a Septuaginta, escrita em grego; e o Pentateuco Samaritano, escrito em caracteres samaritanos. b) Dificuldades nas eras: - Era Assíria (Cânon Epônimo) vem de 893 a.C.; - Era Babilônica (era de Nabopolassar), 747; - a Grega, de 776 (data das primeiras olimpíadas, a cada 4 anos); - a Romana, 753 a.C. , data da fundação de Roma; - a Selêucida, de 312 a.C., data da ocupação da Babilônia por Seleuco Nicátor; e - a Maometana, de 622 d.C., data em que Maomé fugiu de Meca. c) Dificuldades no texto bíblico:
  • 39. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 41 Essas dificuldades existem, pois frações de anos foram tomadas por anos inteiros, partes tomadas pelo todo, e arredondamento de números. Compare: Ex 12.37 com Nm 1.46 e 11.21; Gn 15.13 “Então, disse a Abrão: Saibas, decerto, que peregrina será a tua semente em terra que não é sua; e servi-los-á e afligi-la- ão quatrocentos anos.” com Gl 3.17 “Mas digo isto: que tendo sido o testamento anteriormente confirmado por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não o invalida, de forma a abolir a promessa.”. 3 - CASOS A CONSIDERAR NO ESTUDO DA CRONOLOGIA BÍBLICA a) - Relação entre Séculos e Anos: Aqui, acontece os maiores problemas de compreensão no cálculo dos anos e séculos. Um exemplo: no século I de uma era estão os anos 1 a 100, no século II, 101 a 200, e não 100 a 200, como muitos pensam. b) - A Era antes de Cristo: A contagem do tempo antes de Cristo é regressiva, isto é, parte de Cristo para a criação (4004 a.C.).
  • 40. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 42 b) - O Erro do nosso Calendário - o Calendário Atual: O uso do calendário é tão antigo quanto a própria humanidade. Há muitos calendários (Chinês, Judeu, e ect.). Neste compêndio vamos abordar apenas o cristão. Em 526 d. C., o imperador romano do Oriente, Justiniano I, decidiu organizar um calendário original, encarregando da tarefa o abade Dionysius Exiguus, o qual, em seus cálculos, cometeu um erro, fixando o ano 1 d.C. com um atraso de 5 anos. Daí dizer-se que Cristo nasceu 5 anos antes da Era Cristã, que é um grande absurdo. c) - O Tempo e suas Divisões: 1 - O Dia Natural: a) O Dia: O período em que há luz, Dia, entre os judeus e os romanos era dividido em 12 horas (Jo 11.9), no Novo Testamento. A hora 1ª era às 6 da manhã; a hora 6ª às 12 de hoje. Leia Mt 20.6; Jo 4.6; At 10.3,9. A terceira, a sexta e a nona hora eram dedicadas a oração e adoração (At 3.1; 10.3,9). Antes da hora 3ª, os judeus não comiam nem bebiam (At 2.15). No Antigo Testamento o dia era dividido em 3 períodos: manhã, das 6 às 10; o calor do dia, das 10 às 14, e o frescor do dia, das 14 às 18. O dia civil era contado de um pôr-do-sol a outro (Lv 23.32). Para os romanos o dia civil ia de uma meia-noite a outra. João, em
  • 41. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 43 seu Evangelho, emprega o calendário romano; os demais evangelistas usam o judaico. b) A Noite: Já a Noite, no Antigo Testamento era dividida em 3 vigílias, de 4 horas cada. A primeira, das 6 às 10; a da meia-noite, das 10 às 2 da manhã; a da manhã, das 2 às 6 da manhã (Ex 14.24; Jz 7.19; Lm 2.19). No Novo Testamento, a noite tinha 4 vigílias de 3 horas, conforme o sistema romano. A primeira chamava-se tarde e ia das 6 às 9; a segunda, meia-noite, das 9 às 12; a terceira, cantar do galo, das 12 às 3 da madrugada; a quarta, manhã, das 3 às 6 da manhã (Mc 6.48; 13.35; Lc 12.38). Nosso sistema sexagesimal (horas divididas em 60 minutos, e estes em 60 segundos) vem dos sumérios. Não era seguido entre os israelitas. 2 - a Semana: Em hebraico o termo semana significa simplesmente sete, sem indicar dias ou anos. Nossa palavra semana vem do latim septimana que literalmente significa setenário, isto é, que contém sete. Os dias para os judeus não tinham nomes e sim números, exceto o sexto (parasceve) e o sábado (em heb. shabat, cessação, descanso – cessação de qualquer atividade – da atividade criadora, isto é, em relação Criação). 3 - os Meses:
  • 42. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 44 Eram lunares, devido à observação das fases da lua. Tinham 29 a 30 dias, alternadamente. Antes do cativeiro babilônico, os meses eram designados por números, exceto o primeiro que se chamava Abibe (espiga de trigo). Após o exílio, passou a chamar- se Nisã, palavra assíria para princípio, abertura (Ex 12.2; 13.4). Após o cativeiro, todos os meses passaram a ter nomes: 1º abibe ou nisã abril 2º zife ou liar maio 3º sivã junho 4º tamuz julho 5º abe agosto 6º elul setembro 7º etanim ou tisri outubro 8º bul ou marquesvã novembro 9º quisleu dezembro 10º tebete janeiro 11º sebate fevereiro 12º adar março 4 - os Anos: Tinham 12 meses de 29 e 30 dias, alternadamente, perfazendo 354 dias. Os judeus tinham dois diferentes anos: o sagrado e o civil.  sagrado iniciava-se no mês de abibe, que corresponde ao fim de março ou princípio de abril, na lua cheia, após o equinócio da primavera; e  ano civil iniciava-se no sétimo mês do sagrado (tisri ou etanim), final de setembro ou princípio de outubro. Havia também o ano sabático a cada 7 anos, para descanso do solo; e o ano do Jubileu, a cada 49 anos, para libertação humana em geral.
  • 43. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 45 4 - CRONOLOGIA DOS PERÍODOS HISTÓRICOS DA BÍBLIAE HISTÓRIAUNIVERSAL CONTEMPORÂNEA a) Períodos aqui, têm aplicação diferente do Cap. IV. 1 - Antediluviano: 1656 anos: Gn 2 a 6  Tempo: de Adão (40004 a.C.) ao Dilúvio (2348 a.C.): Babilônia em destaque mundial. 2 - do Dilúvio à Dispersão das Raças: 100 anos: Gn 7 a 11  Tempo 2348 a 2248 a.C.  Nasc. de Abraão: 1996 a.C. (de Adão a Abraão: 2008 anos) 3 - dos Patriarcas: 430 anos: Gn 12 a Ex 12  Chamada de Abraão: 1921 a.C.  Provações de Jó: 1845 a.C.  Nasc. de José: 1800 a.C.  Egito: 1º Império Mundial: 1600-1200 (18ª e 19ª dinastias)  Êxodo de Israel: 1491 a.C. 4 - Jornada no Deserto e Conquista de Canaã: 46 anos: Ex 13 a Js 24  Tempo: 1491-1445 a.C.  Passagem do Jordão: 1451 a.C.  Apogeu do Império Hitita: 1400 a.C.  Projeção Gregos e colonização da Ásia Menor
  • 44. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 46 5 - Período da Teocracia: 345 anos: Jz 1 a Sm 10 (leia Jz 11.26)  Tempo: 1445-1100 a.C.  Egito Centro Cultural geral  Projeção da Grécia. Destruição de Tróia: 1184 a.C.  Navegantes fenícios chegam a Gibraltar: 1100 a.C. 6 - Período do Reino Unido ou Monarquia: Saul, Davi e Salomão: 120 anos, 1Sm 11 a 2Cr 9 7 - Período do Reino dividido: 347 anos: 1Rs 12 a 2Cr 36  Roboão: 933 a Zedequias: 586  Reino do Norte durou 200 anos  Reino do Sul 300 anos  Roma é fundada: 753 a.C.  Os fenícios dão a volta à África: 600 a.C.  Faraó Neco II tenta construir um canal ligando o Mar Vermelho ao Mediterrâneo com cerca de 120.000 homens. (canal de Suez)  Pérsia esmaga o Egito: 525 a.C.  Projeção dos estados Gregos: Atenas e Esparta. 8 - do Cativeiro e Restauração: 174 a.C.: 2Cr 36 a Ne 13  Cativeiro: 70 anos  Restauração: 104 anos - Decreto de Ciro: 536 a.C.  Reconstrução do Templo: 536-516 a.C.: 20 anos  Ester, rainha da Pérsia: 478 a.C.  457 a.C.: Esdras chega em Judá como Sacerdote;  445 a.C a 444 a.C.: Neemias é nomeado governador, reedifica os muros e a cidade de Jerusalém;  Neemias volta a Pérsia em 434 a.C.; e
  • 45. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 47  Retorna a Jerusalém em 432 a.C. (Ne 13.6) 9 - Período Interbíblico: cerca de 400 anos (de Neemias ao início da Era Cristã). 10 - Período do Novo Testamento: 5 a.C.: Tibério com Augusto governa o Império Romano  Tibério, imperador: 14 dC.  Fundação da Igreja: 29 dC. devido ao erro no Calendário  Incêndio de Roma, por Nero: 64 d.C.  Acaba a Construção do Templo: 64 d.C.  Morte de Pedro: 67 d.C.  Destruição de Jerusalém e do Templo pelos romanos: 70 d.C.  Destruição de Pompéia e Herculano 79 d.C. por uma erupção do Vesúvio. VI - A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS Em resumo, notam-se na Bíblia duas coisas: o Livro e a Mensagem. A causa motivante de ensinar a Bíblia aos outros deve ser o fato de levá-los a conhecer a Deus. Que as escrituras são de origem divina, é assunto resolvido. Deus, na sua Palavra, é testemunha de si mesmo. Se alguém perguntar: Por que você crê que a Bíblia é a Palavra de Deus? Saberás responder adequadamente? Eis, algumas provas da origem divina da Bíblia evidenciam ser esse livro a Palavra de Deus:
  • 46. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 48 1 - A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina: 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21. É devido a essa inspiração que ela é chamada a Palavra de Deus. E os que seguem ao Senhor Jesus não têm dúvidas quanto a ser ela inspirada. O que vem a ser inspiração divina? - Para melhor compreensão, vejamos primeiro o que é inspiração. No sentido fisiológico, é a inspiração do ar para dentro dos pulmões. É pela inspiração que temos fôlego para falar. Quando estamos falando, o ar é expelido dos pulmões, é o que chamamos de expiração. Pois bem, Deus, para falar a sua Palavra através dos escritores da Bíblia, inspirou neles o seu Espírito! Portanto, inspiração divina é a influência sobrenatural do Espirito Santo como um sopro sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e a transmitir a mensagem sem erro. a) Teorias Falsas: Quanto à inspiração da Bíblia, há várias teorias falsas, que o estudante não deve ignorar. Umas são muito antigas, outras modernas, e ainda outras estão surgindo por aí afora. Veja algumas: 1 - Teoria da inspiração natural - humana: ensina que ela foi escrita por homens dotados de gênio e de força intelectual especial, como foram também, Sócrates, Shakespeare, Camões, Rui Barbosa e muitos outros. Leia: 2Sm 23.2 com At 1.16; Jr 1.9.
  • 47. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 49 2 - Teoria da inspiração divina comum: ensina que a inspiração dos escritores da Bíblia é a mesma que hoje nos vem quando oramos, pregamos, e etc. Isto é errado, pois a inspiração comum que o Espírito nos concede: a - admite gradação, isto é, o Espírito pode conceder maior ou menor conhecimento e percepção espiritual ao crente; e b - a inspiração comum pode ser permanente 1 Jo 2.27, enquanto que a dos escritores da Bíblia era temporária. 3 - Teoria da inspiração parcial: ensina que partes são inspiradas, outras não. Afirma que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas que apenas contém a Palavra de Deus. 2Tm 3.16 “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça,...” 4 - Teoria do ditado verbal: ensina a inspiração da Bíblia só quanto às palavras, não deixando lugar para a atividade e o estilo do escritor. Mas essa atividade e esse estilo são patentes em cada livro. Lucas, por exemplo, fez cuidadosa investigação de fatos conhecidos: Lc 1.4 “para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado”.
  • 48. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 50 5 - Teoria da inspiração das idéias: ensina que Deus inspirou as idéias da Bíblia, mas não as suas palavras... Afirma que as palavras ficaram a cargo dos escritores. Ora, o que é palavra na definição mais sumária? não é a expressão do pensamento? Tente o leitor agora mesmo formar uma idéia sem palavras... Impossível! b) Teoria Correta da Inspiração da Bíblia: é chamada teoria da inspiração plena ou verbal. Ensina que todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas; que os escritores não funcionaram quais máquinas inconscientes; que houve cooperação vital e contínua entre eles e o Espírito de Deus que os capacitava. 1 - Diferença entre revelação e inspiração - no tocante à Bíblia: revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer ao escritor coisas desconhecidas, que o homem, por si só, não podia saber. A inspiração nem sempre implica em revelação. Exemplos de revelação: os primeiros capítulos de gênesis, José interpretando os sonhos, Daniel declarando o sonho do rei Nabucodonozor, os escritos do apóstolo Paulo e etc. 2 - Diferença entre as declarações da Bíblia e os registros de declarações de outrem que ela faz: a Bíblia não mente, mas registra mentiras que outros proferiram. Não é a mentira do registro que foi inspirada, e sim o registro da mentira. Leia Sl 14.1
  • 49. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 51 “Disseram os néscios no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.”.  É preciso verificar quem está falando,  para quem está falando,  para que tempo está falando e  em que sentido está falando. 2 - A PERFEITA HARMONIA E UNIDADE DA BÍBLIA A existência da Bíblia até os nossos dias só pode ser explicada como um milagre. Há nela 66 livros, escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um período de 16 séculos. Pontos a considerar: a) Os escritores: foram homens de todas as atividades da vida. b) As condições: também não houve uniformidade de ambiente na composição dos livros da Bíblia. c) Circunstâncias: as circunstâncias em que os 66 livros foram escritos também são as mais diversas. d) A razão dessa harmonia e unidade: se a Bíblia fosse um livro puramente humano, sua composição seria inexplicável, uma grande anarquia. 3 - A APROVAÇÃO DA BÍBLIA POR JESUS
  • 50. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 52 Inúmeras pessoas sabem quem é Jesus; crêem que Ele fez e faz milagre; crêem em sua ressurreição e ascensão, mas... não crêem na Bíblia! Tais pessoas precisam saber a atitude e a posição de Jesus quanto à Bíblia. Ele:  Leu-a: Lc 4.16-20 “16 E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler. 17 E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: 18 O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, 19 a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. 20 E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.”;  Ensinou-a: Lc 24.27 “E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.”;  Chamou-a de Palavra de Deus: Mc 7.13
  • 51. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 53 “invalidando, assim, a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.”; e  Cumpriu-a: Lc 24.44 “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.”; Quanto ao Novo Testamento, em Jo 14.26, o Senhor Jesus, antecipadamente , pôs o selo de sua aprovação divina, ao declarar: “O Espírito Santo... vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. 4 - O TESTEMUNHO DO ESPÍRITO SANTO DENTRO DO CRENTE QUANTO À BÍBLIA Na alma de cada pessoa que aceita a Jesus como Salvador, o Espírito Santo põe a certeza quanto à autoridade e veracidade da Bíblia. É automático. Não é preciso ninguém ensinar isso; quem de fato aceita a Jesus, aceita também a Bíblia como Palavra de Deus, sem argumentar. Em Jo 7.17, Jesus mostra como podemos ter dentro de nós o testemunho do Espírito Santo sobre a autoria divina da Bíblia. Leia Rm 8.16
  • 52. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 54 “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.”. 5 - O CUMPRIMENTO FIEL DAS PROFECIAS DA BÍBLIA O Antigo Testamento é um livro de profecias: Mt 11.13 “Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.”. O Novo Testamento em grande parte também o é. Referimo-nos aqui, evidentemente, às profecias no sentido preditivo. Há no Antigo Testamento duas classes dessas profecias: as literais e as expressas por tipos e símbolos, como há inúmeras no Tabernáculo: Hb 10.1 “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho,”. Muitas profecias da Bíblia já se cumpriram no passado, em sentido parcial ou total; outras cumprem-se em nossos dias, e muitas se cumprirão daqui para a frente. Um exemplo dessas profecias: é o caso da nação Israelita, foi predito sua dispersão, retorno, restauração e progresso material e espiritual. Leia Lv 26.14,32,33; Dt 4.25-27; 28.15,64; Jr 30.3; Ez 11.17; 36 Is 66.8 “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra em um só dia? Nasceria uma
  • 53. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 55 nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos.”; Jr 23.3 “E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão e se multiplicarão.”; Jr 32.37 “Eis que eu os congregarei de todas as terras, para onde os houver lançado na minha ira, e no meu furor, e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este lugar e farei que habitem nele seguramente. ”. 6 - A INFLUÊNCIA BENÉFICA DA BÍBLIA NAS PESSOAS E NAÇÕES O mundo hoje é melhor devido à influência da Bíblia. Pessoas e nações inteiras são abençoadas quando tomam a Bíblia como regra de fé e prática. Alguém pode tentar contestar a Bíblia, seu conteúdo, sua história; porém inegável a transformação causada na vida das pessoas. 7 - A BÍBLIA É FAMILIAR A CADA POVO OU INDIVÍDUO EM QUALQUER LUGAR Através do mundo inteiro, qualquer crente ao ler a Bíblia, recebe sua mensagem como se esta fora escrita
  • 54. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 56 diretamente para si. Todas as raças consideram a Bíblia como possessão sua. Ninguém tem a Bíblia como livro dos outros, isto prova que ela procede de Deus. 8 - A IMPARCIALIDADE DA BÍBLIA Se a Bíblia fosse um livro originado do homem, ela não poria a descoberto os muitos pecados deles; ele dá toda a glória a Deus e mostra a fraqueza humana: Jó 27; Sl 50.21,22 “21 Estas coisas tens feito, e eu me calei; pensavas que era como tu; mas eu te argüirei, e, em sua ordem, tudo porei diante dos teus olhos. 22 Ouvi, pois, isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que vos não faça em pedaços, sem haver quem vos livre.”. VII - HERMENÊUTICA BÍBLICA O termo "hermenêutica" deriva do grego hermeneuein, "interpretar". A Hermenêutica Bíblica cuida da reta compreensão e interpretação das Escrituras. Consiste num conjunto de regras que permitem determinar o sentido literal da Palavra de Deus. 1 - A IMPORTÂNCIA DESTE ESTUDO a. O próprio Pedro admitiu que há textos difíceis de entender: "os quais os indoutos e inconstantes torcem para sua própria perdição" (2 Pedro 3:15 e 16).
  • 55. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 57 b. A arma principal do soldado cristão é a Escritura, e se desconhece o seu valor ou ignora o seu legítimo uso, que soldado será? (2 Timóteo 2:15). c. As circunstâncias variadas que concorreram na produção do maravilhoso livro exigem do expositor que o seu estudo seja meticuloso, cuidadoso e sempre científico, conforme os princípios hermenêuticos. 1. A REGRA FUNDAMENTAL A Escritura é explicada pela Escritura. A Bíblia interpreta a própria Bíblia.. 2. PRIMEIRA REGRA Enquanto for possível, é necessário tomar as palavras no seu sentido usual e ordinário.. 3. SEGUNDA REGRA É absolutamente necessário tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase.. Esta regra tem importância especial quando se trata de determinar se as palavras devem ser tomadas em sentido literal ou figurado. Para não incorrer em erros, convém, também, deixar-se guiar pelo pensamento do escritor, e tomar as palavras no sentido que o conjunto do versículo indica. 4. TERCEIRA REGRA É necessário tomar as palavras no sentido que indica o contexto, isto é, os versos que precedem e seguem o texto que se estuda. 5. QUARTA REGRA É preciso tomar em consideração o desígnio ou objetivo do livro ou passagem em que ocorrem as palavras ou expressões obscuras.. 6. QUINTA REGRA
  • 56. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 58 É indispensável consultar as passagens paralelas explicando as coisas espirituais pelas espirituais (I Cor 2:13). (I Cor 2:13). 7. SEXTA REGRA Um texto não pode significar aquilo que nunca poderia ter significado para seu autor ou seus leitores. 8. SÉTIMA REGRA Sempre quando compartilhamos de circunstâncias comparáveis (isto é, situações de vida específicas semelhantes) com o âmbito do período quando foi escrita, a Palavra de Deus para nós é a mesma que Sua Palavra para eles. 2 - A EXEGESE BÍBLICA EXEGESE É o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura para descobrir o significado original que foi pretendido. É a tentativa de escutar a Palavra conforme os destinatários originais devem tê-la ouvido; descobrir qual era a intenção original das palavras da Bíblia. a. contexto histórico: a época e a cultura do autor e dos seus leitores: fatores geográficos, topográficos e políticos, a ocasião da produção do livro. A questão mais importante do contexto histórico tem a ver com a ocasião e o propósito de cada livro. b. contexto literário: as palavras somente fazem sentido dentro das frases, e estas em relação às frases anteriores e posteriores. Devemos procurar descobrir a linha de pensamento do autor. O que o autor está dizendo e por que o diz exatamente aqui?
  • 57. INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA 59 3 - REGRAS PRINCIPAIS PARA INTERPRETAÇÃO a) – A Bíblia interpretando a si mesma: A Escritura explicada pela Escritura. Ex.: Compare Atos 8.26-35 com Isaías 53.7,8. b) – O Espírito Santo é o interprete por excelência. Leia 1Co 2.10-13 “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. ... Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.” Leia ainda Jo 14.26; 16.13 c) – Não interpretar Um Texto Isoladamente: É preciso um referencial; é preciso interpretar Escritura com Escritura. d) – Não basear a Doutrina em Um Verso Isolado: Uma Doutrina é fundamentada nos seus textos e contextos paralelos, interpretada à luz geral da Bíblia. e) – Quando algum texto trouxer dúvida, é imprescindível submetê-lo ao consenso geral da Bíblia.