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Letramento visual:
Uma gramática visual nos Cartazes
de Guerra
Introdução
 A Gramática Visual foi elaborada por Kress e van Leewen em 1996 e tem
como objetivo suplantar algumas dificuldades de análise de estruturas
visuais na qual foca exclusivamente o léxico das imagens.
 Os autores Kress & van Leeuwen afirmam que a comunicação visual possui
estruturas capazes de estabelecer interações entre participantes
representados, produtores e expectadores de uma imagem. Sendo assim, a
Gramática do Design Visual mostra como os produtores contemporâneos
utilizam as estruturas composicionais na produção de significados e como
esses são recebidos pelos leitores.
 A GDV de Kress e van Leeuwen apresenta uma organização em três
metafunções com foco na linguagem visual. A saber conforme apresenta
Almeida (2008):
 metafunção representacional que trata da relação entre participantes
representados;
 metafunção interacional que estabelece relação de aproximação ou
afastamento do produtor do texto com o leitor;
 metafunção composicional que explora a relação dos elementos da
imagem.
Principal contribuição
Meta função Representacional
A função representacional é obtida por meio dos
participantes representados que podem ser pessoas,
objetos ou lugares. Ela se divide em duas estruturas
representacionais: Narrativa e Conceitual.
Narrativa (há presença de vetores indicando ação e
entre os elementos representados):
*Vetor é o que realizada o processo de interação entre dois
participantes.
*Meta é a quem a ação é feita
Estrutura não-transacional: um ator e não apresenta meta
Estrutura transacional: mais de um participante e apresenta
meta
REPRESENTAÇÕES CONCEITUAIS.
Nas estruturas conceituais não há presença de vetores, as
representações dos participantes representados são feitas por
meio de três tipos de processos:
 Processo classificacional: apresenta participantes definido
por características comuns.
 Processo analítico: os participantes se relacionam por
meio de estrutura que une partes ao todo.
 Processo simbólico: os participantes são presentados de
acordo que significam ou são.
Processo classificacional: apresenta participantes
definido por características comuns.
Processo analítico: os participantes se relacionam por
meio de estrutura que une partes ao todo.
Processo simbólico: os participantes são
presentados de acordo que significam ou
são.
A distância social
 Exposição do participante representado perto ou longe do leitor.
 Plano fechado: inclui a cabeça e o ombro do participante representado.
Representa os participantes de forma íntima.
 Plano médio: inclui o participante representado até o joelho. + - íntimo.
 Plano aberto: representação ainda mais ampla, incluindo todo o corpo. Os
participantes são representados de forma mais distante, menos íntimo.
Plano fechado Plano médio Plano aberto
A perspectiva
 E o ângulo ou ponto de vista em que os participantes
representados são mostrados. Três são as angulações básicas:
 O ângulo frontal: sugere o envolvimento do observador com o
participante representado. Esse ponto de vista o torna parte de
seu mundo. Quando a imagem está no nível do olhar, a relação
de poder é representada como igualitária.
 O ângulo oblíquo: mostra o participante de perfil,
estabelecendo uma sensação de alheamento, “deixando
implícito que aquilo que vemos não pertence ao nosso mundo
Ângulo frontal: envolvimento
Ângulo oblíquo
A perspectiva
 O ângulo vertical: assim como no cinema, a câmara alta capta o objeto de
cima para baixo. O produtor da imagem e o participante interativo exercem
poder sobre esse objeto. Na câmara baixa, ocorre uma inversão de poder.
O objeto ou o participante representado passa a deter o poder. Quando a
câmera fica no nível do olhar do produtor e do leitor, se estabelece o
princípio da igualdade.
1 2 3 4 5
1. Câmara no nível do olhar do observador: igualdade.
2. Câmara alta: poder do observador.
3. Câmara alta: poder do observador (produtos descritos ao
alcance desse).
4. Câmara baixa: poder do participante representado.
5. Câmara baixa: poder do participante representado.
A modalidade
 Tem relação com o valor de verdade, das afirmações a respeito do mundo,
que são exibidos. Imagens podem representar o mundo como se fosse real,
de modo natural (realis) o como imaginário (irrealis). Criam um simulacro!
Modo realis ou irrealis?
Modo realis ou irrealis?
Valor de informação e saliência
 Valor de informação: localização do participante e do espectador.
 Saliência: Atração da atenção do espectador em diferentes níveis.
Valor Informativo
 Posicionamento dos elementos dentro da composição visual.
 Dado: elementos posicionados no lado esquerdo. Informações familiares.
 Novo: elementos posicionados no lado direito.
 Ideal: elemento na parte superior.
 Real: parte inferior. Informação concreta.
 Centro: núcleo da informação.
 Margens: dependência com o elemento central.
Dimensões do espaço visual
A saliência
 Refere-se à ênfase maior ou menos que certos elementos recebem em
relação a outros na imagem, ou importância hierárquica. Faz com que eles
chamem mais a atenção do observador. Os elementos mais salientes têm
maior importância informativa.
 Elementos mais salientes que definem o caminho da leitura.
Referências
 ALMEIDA, Danielle Barbosa Lins de (Org.). Perspectivas em Análise Visual.
João Pessoa: Editora da UFPB, pp. 11-31.
VAMOS À PRÁTICA!
Figura 1: Agricultor
• Estrutura narrativa não transacional.
• Metafunção interativa de oferta.
• Distância social em plano aberto
• Relação de perspectiva posicionado de perfil (oblíquo)
• Modalidade em cenário representa uma paisagem naturalista
• Metafunção composicional de valor da informação como
elemento Dado.
• Metafunção composicional de saliência em plano de fundo
com cores azul e branca e primeiro plano pelo uso da cor
verde
Observa-se que, a figura 1: Agricultor, reforça
estereótipos referente às pessoas negras em questão de
classe, profissão e outros, pois na imagem em questão, o
participante representado é colocado como oferta
remetendo distanciamento com o leitor. No âmbito
composicional é colocado como elemento dado, ou seja,
informação sem relevância para o leitor já que trata de algo
do senso comum e sabido. Outro ponto a observar é
fisionomia e semblante da personagem que lembra uma
vida cansada e difícil ao desempenhar uma tarefa laboral
braçal. Em visão geral, o PR é silenciado de várias
maneiras, pois toda a representação que lhe foi dada remete
a categorias menos privilegiadas ou sem destaque.

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Letramento visual em cartazes de guerra

  • 1. Letramento visual: Uma gramática visual nos Cartazes de Guerra
  • 2. Introdução  A Gramática Visual foi elaborada por Kress e van Leewen em 1996 e tem como objetivo suplantar algumas dificuldades de análise de estruturas visuais na qual foca exclusivamente o léxico das imagens.  Os autores Kress & van Leeuwen afirmam que a comunicação visual possui estruturas capazes de estabelecer interações entre participantes representados, produtores e expectadores de uma imagem. Sendo assim, a Gramática do Design Visual mostra como os produtores contemporâneos utilizam as estruturas composicionais na produção de significados e como esses são recebidos pelos leitores.
  • 3.  A GDV de Kress e van Leeuwen apresenta uma organização em três metafunções com foco na linguagem visual. A saber conforme apresenta Almeida (2008):  metafunção representacional que trata da relação entre participantes representados;  metafunção interacional que estabelece relação de aproximação ou afastamento do produtor do texto com o leitor;  metafunção composicional que explora a relação dos elementos da imagem.
  • 6. A função representacional é obtida por meio dos participantes representados que podem ser pessoas, objetos ou lugares. Ela se divide em duas estruturas representacionais: Narrativa e Conceitual. Narrativa (há presença de vetores indicando ação e entre os elementos representados): *Vetor é o que realizada o processo de interação entre dois participantes. *Meta é a quem a ação é feita
  • 7. Estrutura não-transacional: um ator e não apresenta meta Estrutura transacional: mais de um participante e apresenta meta
  • 8.
  • 9. REPRESENTAÇÕES CONCEITUAIS. Nas estruturas conceituais não há presença de vetores, as representações dos participantes representados são feitas por meio de três tipos de processos:  Processo classificacional: apresenta participantes definido por características comuns.  Processo analítico: os participantes se relacionam por meio de estrutura que une partes ao todo.  Processo simbólico: os participantes são presentados de acordo que significam ou são.
  • 10. Processo classificacional: apresenta participantes definido por características comuns.
  • 11. Processo analítico: os participantes se relacionam por meio de estrutura que une partes ao todo.
  • 12. Processo simbólico: os participantes são presentados de acordo que significam ou são.
  • 13. A distância social  Exposição do participante representado perto ou longe do leitor.  Plano fechado: inclui a cabeça e o ombro do participante representado. Representa os participantes de forma íntima.  Plano médio: inclui o participante representado até o joelho. + - íntimo.  Plano aberto: representação ainda mais ampla, incluindo todo o corpo. Os participantes são representados de forma mais distante, menos íntimo.
  • 14. Plano fechado Plano médio Plano aberto
  • 15. A perspectiva  E o ângulo ou ponto de vista em que os participantes representados são mostrados. Três são as angulações básicas:  O ângulo frontal: sugere o envolvimento do observador com o participante representado. Esse ponto de vista o torna parte de seu mundo. Quando a imagem está no nível do olhar, a relação de poder é representada como igualitária.  O ângulo oblíquo: mostra o participante de perfil, estabelecendo uma sensação de alheamento, “deixando implícito que aquilo que vemos não pertence ao nosso mundo
  • 17. A perspectiva  O ângulo vertical: assim como no cinema, a câmara alta capta o objeto de cima para baixo. O produtor da imagem e o participante interativo exercem poder sobre esse objeto. Na câmara baixa, ocorre uma inversão de poder. O objeto ou o participante representado passa a deter o poder. Quando a câmera fica no nível do olhar do produtor e do leitor, se estabelece o princípio da igualdade.
  • 18. 1 2 3 4 5 1. Câmara no nível do olhar do observador: igualdade. 2. Câmara alta: poder do observador. 3. Câmara alta: poder do observador (produtos descritos ao alcance desse). 4. Câmara baixa: poder do participante representado. 5. Câmara baixa: poder do participante representado.
  • 19. A modalidade  Tem relação com o valor de verdade, das afirmações a respeito do mundo, que são exibidos. Imagens podem representar o mundo como se fosse real, de modo natural (realis) o como imaginário (irrealis). Criam um simulacro!
  • 20. Modo realis ou irrealis?
  • 21. Modo realis ou irrealis?
  • 22. Valor de informação e saliência  Valor de informação: localização do participante e do espectador.  Saliência: Atração da atenção do espectador em diferentes níveis.
  • 23. Valor Informativo  Posicionamento dos elementos dentro da composição visual.  Dado: elementos posicionados no lado esquerdo. Informações familiares.  Novo: elementos posicionados no lado direito.  Ideal: elemento na parte superior.  Real: parte inferior. Informação concreta.  Centro: núcleo da informação.  Margens: dependência com o elemento central.
  • 25. A saliência  Refere-se à ênfase maior ou menos que certos elementos recebem em relação a outros na imagem, ou importância hierárquica. Faz com que eles chamem mais a atenção do observador. Os elementos mais salientes têm maior importância informativa.  Elementos mais salientes que definem o caminho da leitura.
  • 26.
  • 27. Referências  ALMEIDA, Danielle Barbosa Lins de (Org.). Perspectivas em Análise Visual. João Pessoa: Editora da UFPB, pp. 11-31.
  • 30. • Estrutura narrativa não transacional. • Metafunção interativa de oferta. • Distância social em plano aberto • Relação de perspectiva posicionado de perfil (oblíquo) • Modalidade em cenário representa uma paisagem naturalista • Metafunção composicional de valor da informação como elemento Dado. • Metafunção composicional de saliência em plano de fundo com cores azul e branca e primeiro plano pelo uso da cor verde
  • 31. Observa-se que, a figura 1: Agricultor, reforça estereótipos referente às pessoas negras em questão de classe, profissão e outros, pois na imagem em questão, o participante representado é colocado como oferta remetendo distanciamento com o leitor. No âmbito composicional é colocado como elemento dado, ou seja, informação sem relevância para o leitor já que trata de algo do senso comum e sabido. Outro ponto a observar é fisionomia e semblante da personagem que lembra uma vida cansada e difícil ao desempenhar uma tarefa laboral braçal. Em visão geral, o PR é silenciado de várias maneiras, pois toda a representação que lhe foi dada remete a categorias menos privilegiadas ou sem destaque.