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Baricentro
Sadao Massago
Junho de 2011
Baricentro e divisão de área
Momento de massa é o produto da distância com a massa (representa o peso relativo a distância).
Baricentro é o centro de (momento da) massa e quando um objeto é pendurado pelo baricentro,
ele cará no horizontal. Na gura 1, d1 ∗ m1 = d2 ∗ m2 mantém o sistema horizontal.
d d
m m1
1 2
2
Figura 1: Momentos iguais
Toda gura plana limitada e mensurável tem o baricentro e pode ser obtido pela propriedade
de que a reta divide a região em dois momentos de massas iguais se, e somente se, passa no
baricentro.
Quando a gura é simétrica em relação ao ponto (gura obtida pela rotação de 180◦
coincide
com a gura original) como no caso do polígono regular de 2n lados, círculos e paralelogramos,
qualquer reta que passa no baricentro (que é o centro da simetria) divide em duas áreas iguais,
mas isto não acontece na gura em geral. Se a reta divide em duas regiões simétricas (gura é
simétrica em relação a esta reta), então a reta divide em duas áreas iguais, além de passar no
baricentro. No entanto, se a simetria em relação ao ponto não é garantida, nem toda reta que
passa no baricentro divide em duas áreas iguais (muito das retas que não divide simetricamente).
São os casos dos polígonos regulares de 2n + 1 lados na qual a mediatriz dos lados dividem em
duas áreas iguais (pois divide simetricamente), mas outras retas passando pelo baricentro (que é
centro do polígono) não divide em áreas iguais. Em geral, nem sempre existe o centro da área,
apesar de sempre existir o centro (do momento) de massa.
Logo, encontrar baricentro ou a reta que divide em momentos iguais não é equivalente (mesmo)
a dividir em áreas iguais.
No caso do triângulo, o encontro das medianas é o baricentro, mas é fácil mostrar que a reta
paralela a um dos lados passando pelo baricentro não divide em áreas iguais. Na gura 2, Se QR
for paralelo a BC passando pelo baricentro P, temos que AP = 2
3
AM por P ser baricentro e a
razão da semelhança entre os triângulos AQR e ABC é
2
3
. Logo, a base e a altura do triângulo
AQR é
2
3
de ABC e consequentemente, área é
4
9
de ABC e não
1
2
.
Note que o triângulo nem sempre é simétrico em relação a mediana, mas recortar em tiras
paralelas ao lado permite trabalhar com simetria para provar que a mediana divide em momentos
iguais (não somente em áreas iguais), provando que encontro das medianas é o baricentro. A
ideia é recortar em tiras paralelas a BC e aproximar cada tira pelas tiras retangulares como na
Figura 3. O momento (de massa) da tira na parte PQ é mesmo de PR pela simetria (QP = PR).
Somando os momentos das tiras, podemos concluir que o momento total a esquerda e a direita são
iguais. O argumento requer a análise cuidadosa de erros (diferença entre a tira retangular usado
na estimativa do momento e da parte trapezoidal obtido pela corte do triângulo) como no caso da
1
soma de Rieman para integrais. Uma forma é prensar tiras trapezoidais obtidos pelo recorte do
triângulo, usando o retângulo por dentro e por fora com comprimento simétrico em ambos lados,
mas não será feito aqui.
Para dividir em momentos de massa (peso relativo a distância) iguais, poderá usar as técnica
de ligar baricentro das suas partes, mas o mesmo não pode ser aplicado para dividir em áreas
iguais (pois nem sempre existe o centro de área).
Exemplo: Descreva o procedimento para encontrar uma reta que passa no baricentro de um
quadrilátero convexo dado.
Solução: Dividindo o quadrilátero ABCD usando o diagonal AC, será decomposto em dois
triângulos ABC e ACD. Sejam C1e C2, baricentros dos triângulos ABC e ACD respectivamente,
obtido como cruzamento de medianas. A reta que passam por P1 e P2 dividem cada triângulos
em momentos iguais (por passar no baricentro). Logo, divide o quadrilátero em momentos iguais.
Figura 4. Se precisar do baricentro, basta repetir o processo para diagonal CD e obter segunda
reta que divide em momentos iguais. encontro das duas é o baricentro.
Para dividir um polígono em áreas iguais, precisará converter no triângulo, dividir em áreas
iguais (dividindo a base ou a altura) e converter de volta para polígono. O exemplo a seguir ilustra
o caso de dividir quadrilátero em três partes com mesma área, mas pode ser feito para qualquer
polígono com qualquer número de divisão, incluindo em duas partes com áreas iguais.
Exemplo: Dividir o quadrilátero qualquer em três áreas iguais.
Solução: Convertendo o quadrilátero ABCD em triângulo ABD (veja Figura 5), podemos
dividir em três áreas iguais, dividindo a sua base BD pelos pontos B e B (Figura 6). Assim,
temos a região ABB , AB B e AB D com a mesma área.
A primeira região (triângulo ABB ) já encaixa no quadrilátero ABCD. A segunda região
(triângulo AB B ) precisará empurrar B para quadrilátero, usando a mesma técnica de converter
polígono no triângulo (Figura 7). A região AB CB tem mesma área de AB B e está encaixado
no polígono. A ultima região (triângulo AB D) é equivalente a AB D e logo temos o quadrilátero
dividido em três áreas iguais (Figura 8).
A
B C
P
M
Q
R
Figura 2: Reta passando pelo baricentro
2
A
B C
P
M
Q R
Figura 3: Mediana divide em momentos iguais
A
B
C
D
P1
P2
Figura 4: Reta que passa no baricentro
A
B
C
D
D'
r//AC
Figura 5: Convertendo no triângulo
A
B
C
D
D'
r//AC
B'
B''
Figura 6: Dividiondo o triângulo
A
B
C
D
D'
r//AC
B'
B''
r'//AC
B'''
Figura 7: Convertendo de volta
A
B
C
D
B'
B'''
Figura 8: Quadrilátero dividido
3
Exercícios
1. Divida um quadrilátero em áreas iguais. Repita o processo para momentos iguais.
2. Trace uma reta que divide a área da gura 9 (formado pelo pentágono regular e círculos)
em áreas iguais. Trace a reta que divide em momentos iguais.
r
r
r r
Figura 9: Conjunto
4

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  • 1. Baricentro Sadao Massago Junho de 2011 Baricentro e divisão de área Momento de massa é o produto da distância com a massa (representa o peso relativo a distância). Baricentro é o centro de (momento da) massa e quando um objeto é pendurado pelo baricentro, ele cará no horizontal. Na gura 1, d1 ∗ m1 = d2 ∗ m2 mantém o sistema horizontal. d d m m1 1 2 2 Figura 1: Momentos iguais Toda gura plana limitada e mensurável tem o baricentro e pode ser obtido pela propriedade de que a reta divide a região em dois momentos de massas iguais se, e somente se, passa no baricentro. Quando a gura é simétrica em relação ao ponto (gura obtida pela rotação de 180◦ coincide com a gura original) como no caso do polígono regular de 2n lados, círculos e paralelogramos, qualquer reta que passa no baricentro (que é o centro da simetria) divide em duas áreas iguais, mas isto não acontece na gura em geral. Se a reta divide em duas regiões simétricas (gura é simétrica em relação a esta reta), então a reta divide em duas áreas iguais, além de passar no baricentro. No entanto, se a simetria em relação ao ponto não é garantida, nem toda reta que passa no baricentro divide em duas áreas iguais (muito das retas que não divide simetricamente). São os casos dos polígonos regulares de 2n + 1 lados na qual a mediatriz dos lados dividem em duas áreas iguais (pois divide simetricamente), mas outras retas passando pelo baricentro (que é centro do polígono) não divide em áreas iguais. Em geral, nem sempre existe o centro da área, apesar de sempre existir o centro (do momento) de massa. Logo, encontrar baricentro ou a reta que divide em momentos iguais não é equivalente (mesmo) a dividir em áreas iguais. No caso do triângulo, o encontro das medianas é o baricentro, mas é fácil mostrar que a reta paralela a um dos lados passando pelo baricentro não divide em áreas iguais. Na gura 2, Se QR for paralelo a BC passando pelo baricentro P, temos que AP = 2 3 AM por P ser baricentro e a razão da semelhança entre os triângulos AQR e ABC é 2 3 . Logo, a base e a altura do triângulo AQR é 2 3 de ABC e consequentemente, área é 4 9 de ABC e não 1 2 . Note que o triângulo nem sempre é simétrico em relação a mediana, mas recortar em tiras paralelas ao lado permite trabalhar com simetria para provar que a mediana divide em momentos iguais (não somente em áreas iguais), provando que encontro das medianas é o baricentro. A ideia é recortar em tiras paralelas a BC e aproximar cada tira pelas tiras retangulares como na Figura 3. O momento (de massa) da tira na parte PQ é mesmo de PR pela simetria (QP = PR). Somando os momentos das tiras, podemos concluir que o momento total a esquerda e a direita são iguais. O argumento requer a análise cuidadosa de erros (diferença entre a tira retangular usado na estimativa do momento e da parte trapezoidal obtido pela corte do triângulo) como no caso da 1
  • 2. soma de Rieman para integrais. Uma forma é prensar tiras trapezoidais obtidos pelo recorte do triângulo, usando o retângulo por dentro e por fora com comprimento simétrico em ambos lados, mas não será feito aqui. Para dividir em momentos de massa (peso relativo a distância) iguais, poderá usar as técnica de ligar baricentro das suas partes, mas o mesmo não pode ser aplicado para dividir em áreas iguais (pois nem sempre existe o centro de área). Exemplo: Descreva o procedimento para encontrar uma reta que passa no baricentro de um quadrilátero convexo dado. Solução: Dividindo o quadrilátero ABCD usando o diagonal AC, será decomposto em dois triângulos ABC e ACD. Sejam C1e C2, baricentros dos triângulos ABC e ACD respectivamente, obtido como cruzamento de medianas. A reta que passam por P1 e P2 dividem cada triângulos em momentos iguais (por passar no baricentro). Logo, divide o quadrilátero em momentos iguais. Figura 4. Se precisar do baricentro, basta repetir o processo para diagonal CD e obter segunda reta que divide em momentos iguais. encontro das duas é o baricentro. Para dividir um polígono em áreas iguais, precisará converter no triângulo, dividir em áreas iguais (dividindo a base ou a altura) e converter de volta para polígono. O exemplo a seguir ilustra o caso de dividir quadrilátero em três partes com mesma área, mas pode ser feito para qualquer polígono com qualquer número de divisão, incluindo em duas partes com áreas iguais. Exemplo: Dividir o quadrilátero qualquer em três áreas iguais. Solução: Convertendo o quadrilátero ABCD em triângulo ABD (veja Figura 5), podemos dividir em três áreas iguais, dividindo a sua base BD pelos pontos B e B (Figura 6). Assim, temos a região ABB , AB B e AB D com a mesma área. A primeira região (triângulo ABB ) já encaixa no quadrilátero ABCD. A segunda região (triângulo AB B ) precisará empurrar B para quadrilátero, usando a mesma técnica de converter polígono no triângulo (Figura 7). A região AB CB tem mesma área de AB B e está encaixado no polígono. A ultima região (triângulo AB D) é equivalente a AB D e logo temos o quadrilátero dividido em três áreas iguais (Figura 8). A B C P M Q R Figura 2: Reta passando pelo baricentro 2
  • 3. A B C P M Q R Figura 3: Mediana divide em momentos iguais A B C D P1 P2 Figura 4: Reta que passa no baricentro A B C D D' r//AC Figura 5: Convertendo no triângulo A B C D D' r//AC B' B'' Figura 6: Dividiondo o triângulo A B C D D' r//AC B' B'' r'//AC B''' Figura 7: Convertendo de volta A B C D B' B''' Figura 8: Quadrilátero dividido 3
  • 4. Exercícios 1. Divida um quadrilátero em áreas iguais. Repita o processo para momentos iguais. 2. Trace uma reta que divide a área da gura 9 (formado pelo pentágono regular e círculos) em áreas iguais. Trace a reta que divide em momentos iguais. r r r r Figura 9: Conjunto 4