O documento descreve os tipos e funcionamento de lentes multifocais. Explica que as lentes multifocais permitem a transição suave da visão de longe para perto através de uma área progressiva, evitando o salto de imagem das lentes bifocais. Detalha os diferentes tipos de desenhos de lentes multifocais e o processo de fabricação tradicional versus digital.
2. O que é um multifocal
Também conhecida como lente progressiva, a lente
multifocal se traduz pelo próprio nome.
Multifocal
Vários Focos
Esta lente serve para correção de presbiopia, mas na
prática, como elas funcionam?
3. Como funciona um multifocal
Na prática os multifocais fazem a transição do campo de
visão de longe para perto através do corredor
progressivo, sem o salto de imagem ocasionado pelos
bifocais.
Estrutura da lente Como o usuário
enxerga
4. Quando se teve a ideia de
criar uma lente progressiva?
A ideia nasceu de uma constatação muito simples, fruto da
dupla formação em óptica e em mecânica de Bernard
Maitenaz. Em mecânica, estudou formas complexas. Mais
tarde, verificou que, em óptica, se utilizavam naquela época
apenas formas simples (esferas). Utilizou, então, formas mais
complexas para melhorar o desempenho das lentes
corretoras. O projeto de uma lente progressiva era seu hobby,
pessoal, dedicando noites e finais de semana a ele.
5. Em 1955, já era capaz de apresentar um conjunto
coerente de cálculo e de fabricação à Société des
Lunetiers. Assim foi registrada a primeira patente,
para o projeto de fabricação da lente.
Em 1951, Maitenaz registra a patente do resultado de
suas primeiras pesquisas sobre a geração das
superfícies progressivas.
6. Tipos de multifocais
Os multifocais evoluíram bastante nos últimos anos, além da
evolução do material, os multifocais evoluíram muito em
relação ao desenho, quando surgiu era um desenho único,
hoje trabalhamos com 3 desenhos básicos mais a linha
digital, que nos dá uma possibilidade quase ilimitada de
desenhos, personalizando cada vez mais para os usuários,
melhorando a performance dos multifocais.
7. Hard Design
Chamado no brasil de desenho duro, este desenho tem
como característica um amplo campo de longe, um
corredor progressivo curto, e um bom campo de perto,
como podemos ver no desenho abaixo.
Amplo campo de longe
Corredor progressivo curto
Bom campo de perto
8. Soft Design
Como a tradução do próprio nome diz, este é um
desenho suave, que começa a equilibrar mais os campos,
tendo um bom campo para longe, uma melhor
progressão e também um bom campo para perto.
Bom campo de longe
Melhor corredor progressivo
Bom campo de perto
9. Multidesign
Com o surgimento do multidesign, começa a variação de
desenho por grupo de adição e até mesmo por adição,
com campos de longe e perto bem definidos e corredor
progressivo mais suaves.
Campo de longe bem definido
Corredor progressivo suave
Campo de perto bem definido
10. Tipos de multifocais
Com o surgimento da linha digital, os multifocais foram
divididos em duas categorias, as lentes tradicionais e as
digitais, os três tipos de desenhos que vimos
anteriormente são classificados como tradicionais
Essa classificação vem do modo de surfaçagem que é
utilizada.
Vamos conhecer a surfaçagem tradicional?
12. Surfaçagem Digital
Com a evolução do ramo óptico e as empresas
aumentado cada vez mais o investimento em novas
tecnologias, o surgimento das lentes digitais está ditando
uma nova realidade no ramo óptico.
Os multifocais digitais são produzidos através de um sistema
de surfaçagem muito mais preciso, mais o verdadeiro segredo
está no programa de cálculo utilizado, que permite um
desenho muito mais detalhado e preciso, e no processo de
lixa/polimento chamado de free form.
13. Tipos de Lentes digitais
Também nos multifocais digitais temos algumas
diferenças básicas, apesar da infinidade de
possibilidades de desenho.
1 – Bloco tradicional, porém com a surfçagem através do
processo digital (DSP).
2 – Bloco tradicional, com sufaçagem digital, porém o
desenho interno da lente leva em consideração o desenho
externo da lente.
3 – Bloco V.S. em que o desenho do multifocal e feito na
face interna, través da surfaçagem digital.
14. Surfaçagem Digital
Software de cálculo
Muito mais preciso
Gerador muito mais
preciso
Hoje temos inúmeros softwares
para realizar a surfaçagem digital,
onde cada empresa mantem em secredo
suas particularidades.
Um dos grandes diferenciais da surfaçagem digital é a eliminação das formas/moldes
como a lente foi trabalhada de uma maneira muito mais eficiente, faz com que, a lente
ao sair do gerador sofre apenas o processo de polimento, através de uma superfície que
se adapta a curva da lente.
15. Montagem
Até agora falamos muito sobre surfaçagem,
mas como se monta o multifocal?
A primeira coisa que devemos saber e que, a altura de
montagem deve ser a altura pupilar !
16. Montagem
Obviamente como toda lente deve se respeitar a DNP, ou DP.
Assim temos o alinhamento horizontal e vertical do centro óptico
17. Montagem
Mas onde está o centro óptico no multifocal?
Todo multifocal, independente de tradicional ou digital,
seguem um mesmo padrão de estrutura
Lado temporal marcação
do valora da adição
Lado nasal marcação
identificando o multifocal
O centro óptico nos multifocais
Ficam 2 ou 4 mm acima do centro
entre as duas marcações, este ponto
É chamado de cruz de montagem.
18. Montagem
O que é cruz de montagem?
A grande maioria dos multifocais vem com uma marcação(que chamamos de
carimbo), que no C.O. vem uma cruz marcada, esta cruz é “imaginária” e cada
ponto da cruz corresponde a uma altura de cruz de montagem.
6 mm
2 mm
4 mm
Para saber a altura da cruz de montagem, siga as especificações do fabricante
19. Montagem
Mas como achar este centro?
Faça as marcações na lente
Utilize o gabarito para fazer a marcação de 2 ou
4mm dependendo do multifocal.
20. Montagem
Após a montagem as marcações devem ficar alinhadas, por
isso deve se tomar muito cuidado na hora da blocagem.
Notas do Editor
Muitos dizem que Maitenaz, teve a idéia de fazer as lentes multifocais após experimentar as lentes bifocais de seu pai, que também era ótico e membro da Société des Lunetiers,
Société des Lunetiers: Associação de ópticos da França, sua origem remontam de 1849, esta associação futuramente seria renomeada como ESSEL, que em 10 de janeiro de 1972 se fundiria com a SILOR, formando ESSILOR, maior fabricantes de lentes do mundo atualmente.