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António Martins
Optometrista
(Licenciado pela Universidade do Minho)
Versão 2.0
Para dúvidas reparos ou sugestões contactar através do email: tozehome@hotmail.com
Índice
Princípios básicos de óptica (refração e lentes)
Anatomia e funcionamento do olho
Erros refractivos e soluções
Potência de lentes oftálmicas (descrição e transposta)
Análise de prescrições
Armações
Lentes oftálmicas (materiais e tratamentos)
Princípios sobre montagem de lentes (medidas)
Medição de lentes (frontofocómetro, verificação de montagem, remarcação de progressivo)
Argumentos de venda
Lentes Solares
Consulta de tabelas
Lente de Contacto
Nota
Estes conteúdos estão “em construção” pelo que
poderão conter gralhas que serão corrigidas em
versões futuras.
Bom estudo
REFRAÇÃO
Fenómeno óptico em que os
raios luminosos sofrem uma
mudança de direção ao
atravessar um interface de
dois meios diferentes (ex.:
ar/água ou ar/lente)
Ar
Água
Índice de refracção
O ângulo de desvio do raio luminoso será tanto
maior quanto maior for o valor do índice de
refração (n) do material, isto é, o raio luminoso
sofre um desvio maior se o material que
atravessa possui um índice de refração mais
elevado.
Ar
Diamante
Ar
Água
n(água)<n(diamante)
LENTES
• As lentes usam o fenómeno de refração para
fazer convergir ou divergir os raios luminosos
Raios luminosos Lentes
Lente Positiva Lente Negativa
LENTES - forma
Lentes positivas
(convergentes)
Lentes negativas
(divergentes)
LENTES - forma
Lentes positivas
(convergentes)
Lentes negativas
(divergentes)
Espessa no centro
Fina no bordo
Fina no centro
Grossa no bordo
Potência de Lentes
Foco (F): ponto para onde os
raios luminosos convergem
(ou de onde divergem no caso
das lentes negativas)
F
f
Distância focal (f):
distância entre o
foco e a lente
Centro óptico: No centro óptico os
raios luminosos não são desviados.
Potência de Lentes
A potência da lente será obtida por:
P=1/f
(em dioptrias,D)
Ex.:
Foco a 1m a potência da lente será P=1/1=1.00D.
Foco a 2 metros então P=1/2=0,50D
Foco a 20 cm então P=1/0,2=5.00D
(Um míope de -5.00D só vê nítido até aos 20cm!!)
Potência de Lentes
Há duas formas de fazer variar a potência de
uma lente:
• Alterar a curvatura da lente (mais curva é
mais potente)
• Alterar o índice de refração da lente (índice
de refração mais elevado lente mais potente)
LENTES
Para reduzir a espessura e
eliminar aberrações ópticas
nas lentes oftálmicas
podem utilizar-se lentes
asféricas.
A curvatura da lente vai
suavizando à medida que
se afasta do centro
Nota: As lentes personalizadas são
asféricas
Argumentos de venda
Imagem com menos distorções em lentes
personalizadas e asféricas
Notas:
• Todas as lentes personalizadas são asféricas.
• A representação está exagerada para melhor entendimento pois mesmo em lentes asféricas
existe alguma distorção da imagem.
Lente asférica
(positiva ou negativa)
Lente esférica
(positiva)
Lente esférica
(negativa)
ANATOMIA DO OLHO
Córnea
Íris
Cristalino
Retina
Coróide
Esclera
Nervo Óptico
Fóvea
Olho "normal" ou Emétrope
No olho emétrope o foco situa-se na retina, mais
concretamente na fóvea
Acomodação
Quando olhamos ao perto o cristalino aumenta a
potência do olho permitido–nos focar
(acomodação)
ERROS REFRATIVOS
Os problemas de visão
mais comuns são
devido a erros
refrativos, isto é ao
excesso ou falta de
potência do sistema de
lentes do olho.
São eles:
• Miopia
• Hipermetropia
• Astigmatismo
• Presbiopia
Miopia
Num olho míope (demasiado potente) o foco
localiza-se antes da retina. O míope vê mal ao
longe
Miopia
Para compensar o excesso de potência utiliza-
se uma lente negativa.
Hipermetropia
Num olho hipermétrope (pouco potente) o foco
situa-se atrás da retina. O hipermétrope poderá
ver mal ao perto e também ao longe (dependendo
da idade e capacidade de acomodar)
Hipermetropia
Para compensar a insuficiência de potência
utiliza-se uma lente positiva.
Astigmatismo
O olho astigmata têm potências diferentes
consoante a direcção que se mede. O astigmata
tem visão desfocada em todas as situações.
(laranja/limão)
Neste exemplo astigmatismo misto (míope e hipermetrope)
Astigmatismo
Para compensar esta condição utilizam-se lente
tóricas (ou cilíndricas)
Presbiopia
A partir dos 40 anos os olhos perdem a capacidade de
utilizar o cristalino para focar ao perto. Esta condição
denomina-se presbiopia.
Para compensar a presbiopia existem várias soluções
dependendo do caso:
• Óculos para perto
• Ocupacional
• 2 Pares de Óculos (longe e perto)
• Lentes Bifocais
• Lentes progressivas
Presbiopia
Óculos para perto
O óculo para perto é feito com lentes monofocais
com a potência semelhante em toda a sua
extensão. Não permite ver ao longe por isso
devem ser baixos.
Imagem retirada de “Cadernos de Ótica
Oftálmica – Lentes Progressivos”, Essilor
Presbiopia
Óculo Ocupacional
Os óculos ocupacionais utilizam lentes
ocupacionais (ou regressivas ou degressivas, não
existe uma nomenclatura definida). Funcionam
muito bem para perto e permitem uma visão até
aos 2 a 4m. A visão ao longe é má. Bons para
trabalho de escritório.
Presbiopia
Lente bifocal
A lente tem a potência
de longe em toda a sua
extensão exceto no
segmento de visão
próxima onde está a
potência de visão
próxima
Segmento de visão
próxima
Imagem superior direita retirada de “Cadernos de Ótica Oftálmica – Lentes Progressivos”, Essilor
Presbiopia
Lente progressiva
A lente progressiva tem a potência
de longe na parte superior e vai
aumentando progressivamente até
à potência de visão próxima.
Zona de visão
distante
Zona de Visão
intermédia
Zonas de
aberrações
Zona de visão
próxima
Imagem superior direita retirada de “Cadernos de Ótica Oftálmica – Lentes Progressivos”, Essilor
Presbiopia
Lente progressiva (esquerda)
27©
Zona de visão
distante
Círculo de
remarcação
Linha de
horizontalização
Modelo da lente
Cruz de montagem
Prisma
Adição
Zona de visão
próxima
Lente progressiva esquerda.
A azul as marcas indeléveis marcadas a laser (não saem).
A vermelho marcas tampográficas que saem com álcool.
L
Presbiopia – Soluções (resumo)
Vantagens Desvantagens
Monofocal
(perto)
• Boa solução para uso esporádico
• Económico
• Visão estável ao longo de toda a
lente
• Má visão intermédia e ao longe (a
partir dos 40cm).
Ocupacional
• Boa solução para “trabalho de
escritório” (leitura e computador
ou secretária)
• Má visão ao longe (a partir dos 3m)
sendo necessário retirá-los
2 pares
• Visão estável ao perto e ao longe
ao longo de toda a lente
• Em princípio mais económico que
progressivo
• Necessário trocar de óculos para
alternar a visão entre longe e perto.
• Má visão intermédia (40cm a 5m)
Bifocal • Boa visão para longe e perto
• Má visão intermédia (40cm a 5m)
• Segmento visível inestético
Progressivo
• Boa visão ao perto, intermédia e ao
longe sem necessidade de trocar de
óculos
• Requer adaptação
• Campo de visão intermédia e
próxima limitado
• Alguma rigidez postural
Potência de lentes oftálmicas
Em óptica ocular a potência de uma lente
representa–se da seguinte forma:
Esf × Cil × Eixo
Onde:
• Esf: é a potencia esférica da lente em dioptrias
• Cil: é a potência do cilindro em dioptrias
• Eixo: eixo do cilindro em graus (0° a 180°)
Potência de lentes oftálmicas
O valor da esfera e do cilindro é sempre
precedido pelo sinal + ou – (positivo ou negativo)
Exemplos:
+1.50 × -2.00 × 90°
-3.25 × +1.75 × 120°
Potência de lentes oftálmicas
O sinal do cilindro tem especial relevo por várias
razões de ordem prática:
• Alguns fabricantes exigem o pedido de lentes
em cilindro positivo.
• A consulta de preços nas tabelas de lentes
oftálmicas é quase sempre em cilindro positivo.
• As prescrições podem vir representadas em
cilindro positivo ou negativo
Cálculo da transposta
Para mudar o sinal do cilindro (calcular a
trasposta) procede-se da seguinte forma:
• A esfera da transposta é igual à soma da esfera
e do cilindro da potência original
• O cilindro muda de sinal
• Soma-se ou subtrai-se 90º ao eixo (consoante
este é inferior ou superior a 90º,
respetivamente)
Cálculo da transposta
Ex: Considere-se a potência:
+2.00 × -1.50 × 70º
Se quisermos calcular a transposta teremos para
valor da esfera +2 + (-1.50) = 2-1.50 = 0.5
O cilindro muda de sinal +1.50
Soma-se 90 a 70 (160) e obtemos
+0.50 × +1.50 × 160º
(Obs.: Se calcularmos a transposta deste resultado obtemos o valor original)
Cálculo da transposta
Ficam aqui alguns exemplos:
Original Transposta
Esf Cil Eixo Esf Cil Eixo
-1.25 -1.00 20º -2.25 +1.00 110º
-1.50 +2.00 120º +0.50 -2.00 30º
+1.75 -0.50 45º +1.25 +0.50 135º
Transposta – Exemplo prático
A imagem ao lado representa a gama de
stock de uma lente da empresa Shamir
Considere-se a potência:
-0.50 -1.00 90 e para uma lente de diâmetro
65.
Aparentemente a potência está dentro da
gama de stock (cruzamento das linhas
laranja)
Mas note-se, na zona superior do gráfico,
que o cilindro indica ser positivo. Fazendo a
transposta vem:
-1.50 +1.00 180
Neste caso verifica-se que a lente não existe
com diâmetro 65, sendo necessário pedir o
70. (cruzamento da linha verde com laranja
vertical). Esta diferença pode reflectir-se no
preço da lente!
Potência de lentes oftálmicas - ADD
Em casos em que a presbiopia está presente a
potência pode vir referida de duas formas
distintas:
Potência de longe e Potência de perto
ou
Potência de longe e Adição (ADD)
A ADD é o valor que se adiciona à graduação de
longe para obter a de perto  PL+ADD=PP
Potência de lentes oftálmicas - ADD
No exemplo ao lado estão
representadas as duas formas
de lidar com a adição, (a
potência é a mesma nos dois
casos).
• A adição só influencia a
potência Esférica (Esf.)
• Salvo raras exceções a
adição é a mesma em
ambos os olhos
Add 2.00 Add 2.00
Análise de Prescrições
Prescrição:
• ato ou efeito de
prescrever
• ordem formal; preceito;
indicação
• formulário
• receita médica
Análise de Prescrições
A prescrição optométrica pode conter:
• Nome do paciente (em princípio completo)
• Número de benificiário e entidade (ADSE,
ADMG, etc.)
• DNP ou DIP de VL e/ou VP
• Potência das lentes para uma ou mais distâncias
• Potência, marca e parâmetros das LC
• Campo de observações
Análise de Prescrições
Na análise da prescrição para óculos impõem-se
algumas questões, nomeadamente:
• Qual é o problema do cliente?
• Que uso será dado aos óculos?
• Que armação ou armações escolher?
• Que tipo de lentes?
Análise de Prescrições
Exemplo de prescrição de óculos para longe (ou
uso constante longe/perto)
Análise de Prescrições
Exemplo de prescrição de óculos para longe e
perto (dois pares, bifocal ou progressivo)
Análise de Prescrições
Exemplo de prescrição de óculos para longe e
perto (dois pares, bifocal ou progressivo)
Add 2.00 Add 2.00
Análise de Prescrições
Nesta situação, o cliente provavelmente é
ambliope do OD e a potência da lente será pedida
com aproximadamente o mesmo valor da
esquerda para compensar a espessura/peso.
Análise de Prescrições
Exemplo de prescrição de lentes de contacto.
Atenção ao raio de curvatura e diâmetro da lente
Marca e modelo da lente de contacto
Avaliação do Cliente
Para podermos aconselhar o cliente de forma
eficaz devemos traçar o seu perfil psicológico:
• Nervoso ou calmo;
• Adaptável ou rígido
• Interesse e motivação;
• Abertura a novas situações ou soluções.
Avaliação do Cliente
Avaliação fisiológica
• Traços Faciais (simétrica ou não)
• Tom de pele (para seleção da armação)
• Tom e corte de cabelo
• Robustez física
• Posturas
• Estrabismo, nistagmus ou problemas de
vergência manifestos
Avaliação do Cliente
Outros aspetos a considerar:
• Tipo de solução anterior
• Estado de uso da solução anterior
• Exigências particulares:
• Profissão
• Precisão visual exigida
• Finalidade da solução
• Hobbies
Armações
A função da armação é:
Sustentar as lentes oftálmicas
na posição correta e de forma
confortável para o utilizador
Armações
frente
haste
ponte
plaquetas
charneira
ocular
bloco de fecho
Terminal ou
ponteira
Armações – Tipos
Massa
Metal
Griff
Nylor
Armações – Medidas
Medidas da armação
A – Largura da ocular (marcado no aro)
B – Altura da ocular
Calibre – distância entre o centro das oculares=A+Ponte
Ponte – Distância entre as lentes (marcado no aro)
Haste – Comprimento da haste (marcado no aro)
B
Ponte
A Calibre
Armações
As medidas marcadas na armação, regra geral
apresentam este aspeto:
48□20 135
Neste caso a largura da ocular é 48mm
A ponte 20mm
O comprimento da haste 135mm
O calibre do aro 68mm (48+20)
Armações – Plaquetas
Plaqueta de encaixe
Plaqueta de parafuso, (mais
comum)
Plaqueta anatómica ou
germinada
Ponte anatómica (tipo sela)
Armações – Hastes
• Haste curva
• Haste Recta
• Haste Encaracolada
(ou em caracol)
Armações – Ajustes
• Curvatura da frente e
paralelismo das lentes
• Ângulo pantoscópico
(entre 8 e 12º)
• A inclinação das hastes
deve ser semelhante
• Terminal ajustado para
evitar que armação
escorregue
12º
Armações – Ajustes
• Abertura das hastes:
paralela e simétrica (a
menos que a fisionomia
do utilizador justifique
outra opção)
• Fecho das hastes:
paralelas.
Armações
Na seleção da armação deve considerar-se:
• Utilização/tipo de lente
• Grau da ametropia
• Existência de astigmatismos elevados
• Presença de anisometropia
• Facilidade de ajuste
• Fisionomia do cliente
Armações
Orientações para a seleção da armação – casos
particulares:
• Miopias elevadas → armação de massa para
esconder a espessura da lente
• Crianças → armação de massa (menos dada a
acidentes que possam magoar)
• Progressivos → Preferencialmente armações
de fácil ajuste de hastes e plaquetas e com
altura suficiente para a lente
Lentes – Materiais
No fabrico de lentes oftálmicas são utilizados dois
grupos de materiais, são eles:
• Minerais (vidro)
• Orgânicos (plástico)
Nota: Os materiais minerais estão a cair em desuso na óptica
ocular devido ás suas desvantagens (partem facilmente e são
pesados)
Lentes – Materiais
Lente Mineral Lente Orgânica
Vantagens
•Não risca facilmente
•Mais económica
•Mais fina (alto índice)
•Mais leve
•Mais resistente
Desvantagens
•Mais pesada
•Mais frágil
•Mais dispendiosa
•Risca facilmente
Lentes – Materiais
Propriedades importantes dos materiais utilizados
no fabrico de lentes:
• Índice de refração
• Homogeneidade e isotropia
• Transparência
• Dispersão cromática (aberrações)
• Densidade
• Dureza
• Resistência aos impactos e tensão
• Resistência à temperatura e solventes
Lentes – Materiais
Propriedades dos materiais utilizados no fabrico
de lentes a reter:
• Índice de refração
Valor entre 1.49 e 1.9, quanto mais alto o índice mais fina a lente
• Número de Abbe
Valor entre 29 e 60 (para lentes oftálmicas) que indica se a lente
tem muitas aberrações cromáticas ou não, isto é, se tem boa
qualidade óptica ou não. Mais alto é melhor)
Lentes – Materiais
n
(índice de refração)
Nº Abbe
CR-39 1,5 58
Vidro Crown 1,51 59,6
Trivex 1,53 44
Policarbonato 1,59 29
Alto índice A 1,59 41
Alto índice B 1,71 32
Vidro Flint 1,72 29,2
Tabela com alguns valores de referência do índice
de refração e nº de Abbe
Lentes – Materiais
F
f
F
f
O índice de refração
mais elevado
permite fabricar
lentes mais finas
A
B
Lentes – Materiais
Lentes – Materiais
Que material (índice de refração) escolher?
A seguinte tabela pode servir como orientação
para a seleção do índice de refração a optar.
Nota: O cilindro deve ser convertido para positivo.
Ex: Para a potência -3.50 × -1.50 × 90º, calcula-se a transposta. Neste caso a
esfera é -5.00 o índice a selecionar seria 1,67
Potência 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00
Índice de
refração
1.5 1.5 1.6 1.6 1.67 1.67 1.72 1.72
Lentes – Materiais
Aros tipo griff e nylor, que índice escolher?
• Policarbonato (1,59)
• Trivex (1,53)
• 1,6 ou superior
Lentes - Dureza
Nas lentes orgânicas é sempre aconselhável o
tratamento de endurecimento pois estes
materiais sem tratamento nenhum são muito
suscetíveis aos riscos. O tratamento de
endurecimento em lentes orgânicas consiste num
“banho de verniz”.
Nota: Por vezes o tratamento de endurecimento
é apelidado de anti-risco. Esta expressão deve
ser evitada para não induzir o cliente em erro e
evitar mal entendidos.
Lentes – Transparência
I=100%
R=10%
T=89%
A=1%
I – Luz Incidente
R – Luz Refletida
A – Luz Absorvida
T – Luz Transmitida
Exemplo de uma lente sem tratamento anti-reflexo. Com anti-reflexo a
transmissão (T) passa a ser aproximadamente 99%!
Lentes – Tratamento anti-reflexo
Para evitar a “perda” da luz refletida utilizam-
se os tratamentos anti-reflexo, que podem
ter várias camadas, aumentado assim a
transparência da lente.
Os anti-reflexo podem ter outras propriedades que
são uma mais-valia para a lente, nomeadamente:
• Tratamento hidrofóbico
• Tratamento lipófobo
• Tratamento anti-estático
• Tratamento para “luz azul” (UV visível)
Lentes – Tratamento anti-reflexo
Vantagens:
• Aumenta a passagem de luz através da lente (chega
mais luz aos olhos)
• Melhora a estética
• Melhora o contraste
• Reduz os halos em redor de luzes, incomodativos em
especial à noite
Desvantagem:
• A lente atrai mais pó (nos tratamentos básicos)
Lentes – Tratamento anti-reflexo
Com anti-reflexo Sem anti-reflexo
Lentes – Tratamento anti-reflexo
Tratamento hidrofóbico (ANTI-EMBACIAMENTO)
Vantagens:
• Diminui o embaciamento.
• A água escorre pela lente mantendo-a mais
limpa.
Nota: O tratamento lipófobo normalmente vem associado ao hidrófobo
Lentes – Tratamento anti-reflexo
Tratamento lipófobo (ANTI-DEDADAS)
Vantagens:
• Diminui a adesão de gorduras à lente
(dedadas)
• Evita a limpeza frequente diminuindo possíveis
riscos
Nota: O tratamento lipófobo normalmente vem associado ao hidrófobo
Lentes – Tratamento anti-reflexo
Tratamento anti-estático (REPELE O PÓ):
Vantagens:
• Diminui a adesão de partículas nas lentes (pó)
• Reduz a necessidade de limpeza e
consequentemente os riscos.
Lentes – Tratamento anti-reflexo
Tratamento para “luz azul” (FILTRO UV VISÍVEL)
Vantagens:
• Filtra ou absorve luz UV visível (monitores,
telemóveis, lâmpadas fluorescentes)
• Reduz cansaço ocular
• Eventualmente poderá reduzir risco de
cataratas ou degenerescência macular
relacionada com a idade
Lentes – Tratamento anti-reflexo
HMC
Anti-reflexo
comum
Anti-reflexo
hidrofilo, lipófobo
e anti-estático
(ANTI-SUJIDADE)
Anti-reflexo
Hidrofóbico,
lipófobo, anti-
estático e com
filtro “luz azul”
Anti-reflexo
hidrofóbico
e lipófobo
(EMBACIAMENTO
e DEDADAS)
Lentes – Tratamento anti-reflexo
Como detetar se a lente tem anti-reflexo?
Coloca-se a lente de forma a refletir a luz de uma fonte
luminosa (branca de preferência).
• Se não tem tratamento anti-reflexo o reflexo na lente
será da cor da luz.
• Se tem anti-reflexo o reflexo residual será esverdeado
ou arroxeado.
Lentes – Base
A “base” de uma lente refere-se à Curvatura
anterior do semi-acabado (patela) utilizada
para o seu fabrico.
• Base “normal” – entre 4D e 5D
• Base especial quando é superior ou
igual a 6D.
COMO MEDIR? Com o esferómetro
Sempre que a lente ou a frente da armação apresenta uma curvatura superior ao
comum deve medir-se a sua base com o esferómetro (nos óculos de sol a base é
quase sempre igual ou superior a 6D pelo que para colocar lentes graduadas deve
ser medida)
Montagem de lentes monofocais
Considerações gerais:
Em lentes monofocais, salvo raras exceções, o
centro óptico da lente deve ficar alinhado com o
cento da pupila, (representados pela cruz no
esquema abaixo).
Nota: O centro óptico da lente, regra geral, não coincide com o centro da
armação, pelo que é necessário realizar um descentramento ao montar a lente
Montagem de lentes progressivas
Considerações gerais:
As lentes progressivas são montadas de modo a
que a cruz de montagem coincida com o centro
da pupila
Nota: As lentes progressivas vêm marcadas de fábrica com a cruz de montagem
e outras marcações que serão referidas mais à frente.
Montagem de lentes bifocais
Considerações gerais:
As lentes bifocais são montadas de forma a que o
segmento de visão próxima fique alinhado pela parte
inferior da íris ou pálpebra (aproximadamente 4 a 5 mm
do centro da pupila)
Nota: As lentes bifocais estão a cair em desuso, embora hajam casos particulares em
que esta lente deve ser usada em vez da progressiva (pessoas idosas, com dificuldade
em movimentar o pescoço, ou muito nervosas)
Medidas
Para a execução dos óculos são necessárias as
seguintes medidas:
• DNP ou DIP (longe e/ou perto)
• Altura de montagem (hm)
• Diâmetro da lente
• (Calibre da armação)
Medição da DNP ou DIP
DIP (distância inter-pupilar) – distância entre o centro
das pupilas.
Medida de preferência com inter-pupilómetro (ou naso-
pupilómetro), embora, com experiência, se possa usar
uma régua e obter medidas fiáveis.
DIP
Medição da DNP ou DIP
Distância naso-pupilar (DNP) – distância entre o
centro do nariz e o centro da pupila.
Medida de preferência com inter-pupilómetro
Nota: existem dispositivos que fazem estas medidas automaticamente
recorrendo a um sistema fotográfico
DNPD DNPE
Medição da Altura de Montagem
Como medir?
Medição da Altura de Montagem
Para lentes monofocais e progressivas
• O cliente deve estar em pé numa posição natural
• Os olhos do técnico devem estar à mesma altura ou
ligeiramente abaixo dos do cliente
• Mede-se a distância do bordo inferior interior da ocular ao
centro da pupila (ou marca-se na mica)
hm
Medição da Altura de Montagem
Para lentes bifocais
• O cliente deve estar em pé numa posição natural
• Os olhos do técnico devem estar à mesma altura que os do
cliente
• Mede-se a distância do bordo inferior da ocular ao bordo
inferior da pálpebra ou da íris (em alternativa subtrair 4 ou 5
mm à altura pelo centro da pupila)
hm
Medidas – Resumo
DNP ou DIP Altura de Montagem
Monofocais
(para longe)
*DIP (VL) ou DNP (VL) Centro da pupila
Monofocais
(para perto)
*DIP (VP) ou DNP (VP) Pelo centro dos óculos
Ocupacionais DNP Depende do fabricante
Bifocais DIP (VP) Pelo bordo inferior da pálpebra
Progressivos DNP (VL) Pelo centro da pupila
*Se a potência for muito elevada ou existirem assimetrias faciais flagrantes
deve utilizar-se a DNP (em caso de dúvida usar sempre DNP)
Cálculo do diâmetro da lente
Para calcular o diâmetro mínimo da lente, se a mica
estivar marcada, basta medir a distância do ponto até ao
bordo mais afastado da armação e multiplicar por 2
34mm
O diâmetro mínimo será:
34 x 2 = 68mm.
Como se fabricam lentes de diâmetros
de 5 em 5mm o diâmetro será 70mm
Cálculo do diâmetro da lente
Lentes negativas: a questão anterior não se
coloca
Cálculo do diâmetro da lente
Atenção aos diâmetros em lentes positivas
Alteram a espessura do bordo da lente
Em lentes positivas superiores a 2.00D, para óculos tipo griff ou
nylor deve pedir-se pré-calibragem (otimização da espessura de
bordo para que fique semelhante em toda a sua extensão)
Check List (óculos)
 Tipo de solução (monofocal, progressivo, bifocal…)
 Aro selecionado e ajustado
 Medidas (DNP, alturas, e cálculo do diâmetro)
 Seleção da lente (material e tratamentos)
Frontofocómetro
O frontofocómetro é um
aparelho utilizado para
medir a potência de
lentes oftálmicas e
determinar o seu
centro óptico (este
último apenas nas
lentes monofocais).
Pode ser digital ou
analógico.
Frontofocómetro – Determinar
centro óptico da lentes
Para determinar o centro óptico,
colocar a lente no aparelho e
movimentá-la até alinhar a cruz no
centro da interface.
Utilizar o manípulo de
marcação para marcar o
centro óptico da lente
Frontofocómetro – Determinar
centro óptico da lentes
A lente ficará com este aspeto
Centro
óptico
Pontos de
orientação do eixo
Frontofocómetro – Determinar
centro óptico da lentes
Ou, se forem óculos já montados
Centro
óptico
Pontos de
orientação do eixo
Frontofocómetro – Determinar a
Potência de uma lente monofocal
A potência da lente virá assim:
Esfera (Sphere)
Cilindro
Eixo (Axis)
Nota: há muitas interfaces diferentes mas normalmente não diferem muito da representada aqui.
Frontofocómetro – Determinar a
Potência de uma lente progressiva
As lentes progressivas
(potência de longe e perto
ou Add) podem medir-se
automaticamente em
frontofocómetros digitais
modernos. (cuidado com
estas medidas)
---Prática---
Frontofocómetro – Determinar a
Potência de uma lente progressiva
A potência em lentes
progressivas mede-se nas
zonas de visão distante e
próxima. Se a lente não
vier com marcações deve
marcar-se utilizando um
marcador e uma tabela de
progressivos
(correspondente à lente)
---Prática---
27 ©
L
Como remarcar um progressivo
1º Encontrar e marcar com um marcador os
pontos de remarcação
Como remarcar um progressivo
2º Alinhar os pontos de remarcação com os
correspondentes na tabela e marcar a cruz de
montagem. (OD e OE)
Como remarcar um progressivo
3º Marcar zonas de visão distante e visão próxima
Verificação da montagem
Quando os óculos estão montados deve fazer-se
um controlo de qualidade verificando todas as
medidas e estado dos óculos, nomeadamente:
• Medidas de potência e eixo
• DNP
• Altura de montagem
• Estado das lentes e óculos (ausência de riscos
ou danos)
Verificação de montagem - Potência
• Tolerância na potência = 0 – A potência das
lentes deve ser igual à prescrita (esfera e
cilindro).
• Tolerância no eixo – O eixo do cilindro tem
uma tolerância dependente da potência do
mesmo, segundo a tabela:
Cilindro <= 0,50 >0,50 e <= 0,75 >0,75 e <= 1,50 >1,50
Tolerância 7º 5º 3º 2º
Verificação de montagem – DNP e
altura de montagem
Para verificar as DNP:
• Em monofocais: marcar o
centro óptico das lentes (no
frontofocometro)
• Em progressivos: marcar
cruz de montagem (com um
marcados e uma tabela de
remarcação de
progressivos)
Verificação de montagem - DNP
Utilizar uma régua ou uma tabela de remarcação
de lentes progressivas para verificar as DNP e
alturas de montagem
Centrar bem a ponte
Medir DNPD (neste caso 33) Medir DNPE
Medir a altura de montagem
(22mm neste caso)
Medir a altura
de montagem
Alinhar os pontos ou cruz
de montagem no 0 (altura)
Verificação de montagem - DNP
Utilizar uma régua para conferir
altura de montagem.
• Em monofocais medir altura
até ao centro óptico
• Em progressivos medir altura
até cruz de montagem
• Em bifocais medir até à parte
superior do segmento
Verificação de montagem – DNP e
Altura de montagem
• Existe uma tabela de tolerâncias de medidas
para verificação das DNP’s e alturas de
montagem, contudo não é simples de
consultar, pois depende não só do “erro” mas
também da sua direção e da potência da lente.
• Para simplificar esta operação, se encontrar
valores iguais ou superiores a 2mm de
diferença nas alturas ou DNP devem
consultar-me.
Argumentos de venda
Anti-reflexo de “topo”:
• Visão mais nítida
• Lente mais transparente e bonita
• Desembacia rapidamente
• Risca menos
• Suja menos
• Protege e “dá descanso aos olhos”
Argumentos de venda
Lentes personalizadas:
• Fabricadas individualmente para as medidas do
cliente e armação em particular (monofocais e
progressivas).
• Tecnologia de fabrico mais avançada (freeform).
• Adaptação mais fácil e rápida.
• Campo de visão mais largo (em progressivas).
• Imagem com menos distorções
• Lente mais fina e leve (optimizada)
Argumentos de venda
Progressivos convencionais vs personalizados
(campo de visão útil mais largo nos últimos)
Nota: A representação acima, retirado de uma publicidade da Nikon, é algo exagerada mas
representa bem as diferenças entre os dois tipos de lentes
Adaptação a novos óculos
Tempo aproximado de adaptação a novos óculos:
• Monofocais: 1 semana
• Progressivos: 3 a 4 semanas
O tempo de adaptação poderá variar dependendo de vários
factores (potência das lente, astigmatismos elevados, facilidade de
adaptação a novas situações por parte do cliente, etc)
Queixas – Inadaptação
Inadaptação
Potência e
medidas corretas
Não
Aconselhar
nova consulta
Aconselhar utilizar
mais tempo
Utilizou tempo
suficiente?
Óculos bem
ajustados?
Ajustar
Substituir lentes
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Lentes Solares
Os UV podem causar danos nos olhos, tal como
na pele.
UV-A
UV-C : Danos na pele e olhos
Atmosfera
(ozono)
UV-B : Danos na pele e olhos
Danos provocados pelos UV:
Pterígio (esclera)
Catarata (cristalino)
Degeneração Macular Relacionada com a Idade (retina)
Lentes Solares
A lente solar irá absorver ou refletir os raios UV deixando
passar a luz visível (em maior ou menor quantidade)
UV
Visível
Lentes Solares
• Porque se devem comprar óculos de sol em casas especializadas?
Para assegurar que as lentes possuem proteção UV adequada
(UV-400).
• O que pode acontecer se as lentes não tiverem proteção UV
adequada?
Com lentes solares escuras, sem proteção UV, a pupila aumenta
o seu diâmetro, permitindo uma maior entrada de radiação UV no olho!
Óculos de Sol
Maus
Pior do que
nenhuns
óculos
Lentes Solares - Fotocromáticas
Lentes fotocromáticas – escurecem por
ação da radiação UV (ativação).
Vantagens:
deixa de ser necessária a utilização de
óculos de sol
Desvantagens:
Demoram algum tempo a clarear
Por vezes não escurecem o suficiente
(dentro de automóveis com vidros anti-UV)
Lentes Solares - Polarizadas
A luz viaja em ondas que oscilam em todas as direções.
O filtro polarizador elimina parte dessa luz deixando
passar apenas luz que oscile numa direção definida.
Lentes Solares - Polarizadas
As lentes solares polarizadas são ótimas em algumas
situações, nomeadamente:
• Condução
• Atividades na neve, perto de água ou no deserto.
Alertas ao cliente: há monitores e mostradores digitais
que deixam de ser visíveis com este tipo de lente. (pode
inclinar a cabeça para evitar este fenómeno)
Consulta de tabelas (Lentes)
Tipo de
Lente
Monofocal
Bifocal
Progressivo
Ocupacional
Material
(índice)
1,5
Trivex (1,53)
Policarbonato (1,59)
1,6
Etc
Tratamentos
Sem tratamento
Endurecimento
Anti-reflexo
(simples)
Anti-reflexo (de
topo)
Suplemento
Coloração
Base especial
Pre-calibragem
Outros
Filtro/Suplementos
Existe em
Stock?
Diâmetro
Potência (Esf e Cil)
Tratamento
Curvatura
Só após todas estas decisões é possível
fornecer o preço da lente
Personalizada
ou generalista?
Lentes de Contacto
Podem ser de substituição:
• Diária
• Quinzenal
• Mensal
• Anual (convencionais):
• Rígidas
• Hidrófilas
Esta classificação foi simplificada para melhor entendimento. Na realidade, em
contactologia, existem outras possibilidades e denominações
Descartáveis
Lentes de Contacto
Quanto à utilização:
• Contínua (Semanal, quinzenal ou mensal):
utilização da lente sem tirar para dormir
• Diária: utilizada durante o dia e retirada à noite
• Esporádica
Esta classificação foi simplificada para melhor entendimento. Na realidade, em contactologia,
existem outras possibilidades e denominações
Soluções de Manutenção
Funções das soluções de manutenção de LC
• prevenir a formação de depósitos orgânicos e inorgânicos nas superfícies
das LC e estojos porta-lentes
• Remover os materiais orgânicos procedentes da lágrima e do ambiente que
o pestanejo não consegue eliminar
• Reduzir as colónias de microrganismos até margens de segurança
(desinfecção) ou eliminá-las completamente (esterilização)
• Manter as lentes hidratadas e húmidas durante os períodos em que não são
utilizadas.
• Manter as lentes desinfectadas para poderem ser utilizadas nas experiências
do consultório de contactologia
• Retirar do material das LC os restos de outros produtos de limpeza e
desinfecção utilizados conjuntamente e que não devam entrar em contacto
com o olho.
Soluções de Manutenção
Com peróxido:
• Limpeza e desinfeção profunda
• Obriga à utilização de recipiente ou comprimido
indicado pelo fabricante para neutralização
• Tem tempo mínimo para neutralização do peróxido
Solução única:
• Menos eficaz que o peróxido (?)
• Não tem tempo mínimo (a lente pode ser colocada no
olho imediatamente após a imersão na solução)
Cuidados a ter no manuseio de LC
• Lavar sempre as mãos antes de manusear LC
• Manter as unhas curtas (pelo menos nas
primeiras utilizações)
• Não utilizar água da torneira ou soro fisiológico
para lavar, desinfetar ou acondicionar LC
• Manter o estojo limpo
Literatura aconselhada
Guia de adaptação Varilux (a partir da pag. 17)

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  • 1. António Martins Optometrista (Licenciado pela Universidade do Minho) Versão 2.0 Para dúvidas reparos ou sugestões contactar através do email: tozehome@hotmail.com
  • 2. Índice Princípios básicos de óptica (refração e lentes) Anatomia e funcionamento do olho Erros refractivos e soluções Potência de lentes oftálmicas (descrição e transposta) Análise de prescrições Armações Lentes oftálmicas (materiais e tratamentos) Princípios sobre montagem de lentes (medidas) Medição de lentes (frontofocómetro, verificação de montagem, remarcação de progressivo) Argumentos de venda Lentes Solares Consulta de tabelas Lente de Contacto
  • 3. Nota Estes conteúdos estão “em construção” pelo que poderão conter gralhas que serão corrigidas em versões futuras. Bom estudo
  • 4. REFRAÇÃO Fenómeno óptico em que os raios luminosos sofrem uma mudança de direção ao atravessar um interface de dois meios diferentes (ex.: ar/água ou ar/lente) Ar Água
  • 5. Índice de refracção O ângulo de desvio do raio luminoso será tanto maior quanto maior for o valor do índice de refração (n) do material, isto é, o raio luminoso sofre um desvio maior se o material que atravessa possui um índice de refração mais elevado. Ar Diamante Ar Água n(água)<n(diamante)
  • 6. LENTES • As lentes usam o fenómeno de refração para fazer convergir ou divergir os raios luminosos Raios luminosos Lentes Lente Positiva Lente Negativa
  • 7. LENTES - forma Lentes positivas (convergentes) Lentes negativas (divergentes)
  • 8. LENTES - forma Lentes positivas (convergentes) Lentes negativas (divergentes) Espessa no centro Fina no bordo Fina no centro Grossa no bordo
  • 9. Potência de Lentes Foco (F): ponto para onde os raios luminosos convergem (ou de onde divergem no caso das lentes negativas) F f Distância focal (f): distância entre o foco e a lente Centro óptico: No centro óptico os raios luminosos não são desviados.
  • 10. Potência de Lentes A potência da lente será obtida por: P=1/f (em dioptrias,D) Ex.: Foco a 1m a potência da lente será P=1/1=1.00D. Foco a 2 metros então P=1/2=0,50D Foco a 20 cm então P=1/0,2=5.00D (Um míope de -5.00D só vê nítido até aos 20cm!!)
  • 11. Potência de Lentes Há duas formas de fazer variar a potência de uma lente: • Alterar a curvatura da lente (mais curva é mais potente) • Alterar o índice de refração da lente (índice de refração mais elevado lente mais potente)
  • 12. LENTES Para reduzir a espessura e eliminar aberrações ópticas nas lentes oftálmicas podem utilizar-se lentes asféricas. A curvatura da lente vai suavizando à medida que se afasta do centro Nota: As lentes personalizadas são asféricas
  • 13. Argumentos de venda Imagem com menos distorções em lentes personalizadas e asféricas Notas: • Todas as lentes personalizadas são asféricas. • A representação está exagerada para melhor entendimento pois mesmo em lentes asféricas existe alguma distorção da imagem. Lente asférica (positiva ou negativa) Lente esférica (positiva) Lente esférica (negativa)
  • 15. Olho "normal" ou Emétrope No olho emétrope o foco situa-se na retina, mais concretamente na fóvea
  • 16. Acomodação Quando olhamos ao perto o cristalino aumenta a potência do olho permitido–nos focar (acomodação)
  • 17. ERROS REFRATIVOS Os problemas de visão mais comuns são devido a erros refrativos, isto é ao excesso ou falta de potência do sistema de lentes do olho. São eles: • Miopia • Hipermetropia • Astigmatismo • Presbiopia
  • 18. Miopia Num olho míope (demasiado potente) o foco localiza-se antes da retina. O míope vê mal ao longe
  • 19. Miopia Para compensar o excesso de potência utiliza- se uma lente negativa.
  • 20. Hipermetropia Num olho hipermétrope (pouco potente) o foco situa-se atrás da retina. O hipermétrope poderá ver mal ao perto e também ao longe (dependendo da idade e capacidade de acomodar)
  • 21. Hipermetropia Para compensar a insuficiência de potência utiliza-se uma lente positiva.
  • 22. Astigmatismo O olho astigmata têm potências diferentes consoante a direcção que se mede. O astigmata tem visão desfocada em todas as situações. (laranja/limão) Neste exemplo astigmatismo misto (míope e hipermetrope)
  • 23. Astigmatismo Para compensar esta condição utilizam-se lente tóricas (ou cilíndricas)
  • 24. Presbiopia A partir dos 40 anos os olhos perdem a capacidade de utilizar o cristalino para focar ao perto. Esta condição denomina-se presbiopia. Para compensar a presbiopia existem várias soluções dependendo do caso: • Óculos para perto • Ocupacional • 2 Pares de Óculos (longe e perto) • Lentes Bifocais • Lentes progressivas
  • 25. Presbiopia Óculos para perto O óculo para perto é feito com lentes monofocais com a potência semelhante em toda a sua extensão. Não permite ver ao longe por isso devem ser baixos. Imagem retirada de “Cadernos de Ótica Oftálmica – Lentes Progressivos”, Essilor
  • 26. Presbiopia Óculo Ocupacional Os óculos ocupacionais utilizam lentes ocupacionais (ou regressivas ou degressivas, não existe uma nomenclatura definida). Funcionam muito bem para perto e permitem uma visão até aos 2 a 4m. A visão ao longe é má. Bons para trabalho de escritório.
  • 27. Presbiopia Lente bifocal A lente tem a potência de longe em toda a sua extensão exceto no segmento de visão próxima onde está a potência de visão próxima Segmento de visão próxima Imagem superior direita retirada de “Cadernos de Ótica Oftálmica – Lentes Progressivos”, Essilor
  • 28. Presbiopia Lente progressiva A lente progressiva tem a potência de longe na parte superior e vai aumentando progressivamente até à potência de visão próxima. Zona de visão distante Zona de Visão intermédia Zonas de aberrações Zona de visão próxima Imagem superior direita retirada de “Cadernos de Ótica Oftálmica – Lentes Progressivos”, Essilor
  • 29. Presbiopia Lente progressiva (esquerda) 27© Zona de visão distante Círculo de remarcação Linha de horizontalização Modelo da lente Cruz de montagem Prisma Adição Zona de visão próxima Lente progressiva esquerda. A azul as marcas indeléveis marcadas a laser (não saem). A vermelho marcas tampográficas que saem com álcool. L
  • 30. Presbiopia – Soluções (resumo) Vantagens Desvantagens Monofocal (perto) • Boa solução para uso esporádico • Económico • Visão estável ao longo de toda a lente • Má visão intermédia e ao longe (a partir dos 40cm). Ocupacional • Boa solução para “trabalho de escritório” (leitura e computador ou secretária) • Má visão ao longe (a partir dos 3m) sendo necessário retirá-los 2 pares • Visão estável ao perto e ao longe ao longo de toda a lente • Em princípio mais económico que progressivo • Necessário trocar de óculos para alternar a visão entre longe e perto. • Má visão intermédia (40cm a 5m) Bifocal • Boa visão para longe e perto • Má visão intermédia (40cm a 5m) • Segmento visível inestético Progressivo • Boa visão ao perto, intermédia e ao longe sem necessidade de trocar de óculos • Requer adaptação • Campo de visão intermédia e próxima limitado • Alguma rigidez postural
  • 31. Potência de lentes oftálmicas Em óptica ocular a potência de uma lente representa–se da seguinte forma: Esf × Cil × Eixo Onde: • Esf: é a potencia esférica da lente em dioptrias • Cil: é a potência do cilindro em dioptrias • Eixo: eixo do cilindro em graus (0° a 180°)
  • 32. Potência de lentes oftálmicas O valor da esfera e do cilindro é sempre precedido pelo sinal + ou – (positivo ou negativo) Exemplos: +1.50 × -2.00 × 90° -3.25 × +1.75 × 120°
  • 33. Potência de lentes oftálmicas O sinal do cilindro tem especial relevo por várias razões de ordem prática: • Alguns fabricantes exigem o pedido de lentes em cilindro positivo. • A consulta de preços nas tabelas de lentes oftálmicas é quase sempre em cilindro positivo. • As prescrições podem vir representadas em cilindro positivo ou negativo
  • 34. Cálculo da transposta Para mudar o sinal do cilindro (calcular a trasposta) procede-se da seguinte forma: • A esfera da transposta é igual à soma da esfera e do cilindro da potência original • O cilindro muda de sinal • Soma-se ou subtrai-se 90º ao eixo (consoante este é inferior ou superior a 90º, respetivamente)
  • 35. Cálculo da transposta Ex: Considere-se a potência: +2.00 × -1.50 × 70º Se quisermos calcular a transposta teremos para valor da esfera +2 + (-1.50) = 2-1.50 = 0.5 O cilindro muda de sinal +1.50 Soma-se 90 a 70 (160) e obtemos +0.50 × +1.50 × 160º (Obs.: Se calcularmos a transposta deste resultado obtemos o valor original)
  • 36. Cálculo da transposta Ficam aqui alguns exemplos: Original Transposta Esf Cil Eixo Esf Cil Eixo -1.25 -1.00 20º -2.25 +1.00 110º -1.50 +2.00 120º +0.50 -2.00 30º +1.75 -0.50 45º +1.25 +0.50 135º
  • 37. Transposta – Exemplo prático A imagem ao lado representa a gama de stock de uma lente da empresa Shamir Considere-se a potência: -0.50 -1.00 90 e para uma lente de diâmetro 65. Aparentemente a potência está dentro da gama de stock (cruzamento das linhas laranja) Mas note-se, na zona superior do gráfico, que o cilindro indica ser positivo. Fazendo a transposta vem: -1.50 +1.00 180 Neste caso verifica-se que a lente não existe com diâmetro 65, sendo necessário pedir o 70. (cruzamento da linha verde com laranja vertical). Esta diferença pode reflectir-se no preço da lente!
  • 38. Potência de lentes oftálmicas - ADD Em casos em que a presbiopia está presente a potência pode vir referida de duas formas distintas: Potência de longe e Potência de perto ou Potência de longe e Adição (ADD) A ADD é o valor que se adiciona à graduação de longe para obter a de perto  PL+ADD=PP
  • 39. Potência de lentes oftálmicas - ADD No exemplo ao lado estão representadas as duas formas de lidar com a adição, (a potência é a mesma nos dois casos). • A adição só influencia a potência Esférica (Esf.) • Salvo raras exceções a adição é a mesma em ambos os olhos Add 2.00 Add 2.00
  • 40. Análise de Prescrições Prescrição: • ato ou efeito de prescrever • ordem formal; preceito; indicação • formulário • receita médica
  • 41. Análise de Prescrições A prescrição optométrica pode conter: • Nome do paciente (em princípio completo) • Número de benificiário e entidade (ADSE, ADMG, etc.) • DNP ou DIP de VL e/ou VP • Potência das lentes para uma ou mais distâncias • Potência, marca e parâmetros das LC • Campo de observações
  • 42. Análise de Prescrições Na análise da prescrição para óculos impõem-se algumas questões, nomeadamente: • Qual é o problema do cliente? • Que uso será dado aos óculos? • Que armação ou armações escolher? • Que tipo de lentes?
  • 43. Análise de Prescrições Exemplo de prescrição de óculos para longe (ou uso constante longe/perto)
  • 44. Análise de Prescrições Exemplo de prescrição de óculos para longe e perto (dois pares, bifocal ou progressivo)
  • 45. Análise de Prescrições Exemplo de prescrição de óculos para longe e perto (dois pares, bifocal ou progressivo) Add 2.00 Add 2.00
  • 46. Análise de Prescrições Nesta situação, o cliente provavelmente é ambliope do OD e a potência da lente será pedida com aproximadamente o mesmo valor da esquerda para compensar a espessura/peso.
  • 47. Análise de Prescrições Exemplo de prescrição de lentes de contacto. Atenção ao raio de curvatura e diâmetro da lente Marca e modelo da lente de contacto
  • 48. Avaliação do Cliente Para podermos aconselhar o cliente de forma eficaz devemos traçar o seu perfil psicológico: • Nervoso ou calmo; • Adaptável ou rígido • Interesse e motivação; • Abertura a novas situações ou soluções.
  • 49. Avaliação do Cliente Avaliação fisiológica • Traços Faciais (simétrica ou não) • Tom de pele (para seleção da armação) • Tom e corte de cabelo • Robustez física • Posturas • Estrabismo, nistagmus ou problemas de vergência manifestos
  • 50. Avaliação do Cliente Outros aspetos a considerar: • Tipo de solução anterior • Estado de uso da solução anterior • Exigências particulares: • Profissão • Precisão visual exigida • Finalidade da solução • Hobbies
  • 51. Armações A função da armação é: Sustentar as lentes oftálmicas na posição correta e de forma confortável para o utilizador
  • 54. Armações – Medidas Medidas da armação A – Largura da ocular (marcado no aro) B – Altura da ocular Calibre – distância entre o centro das oculares=A+Ponte Ponte – Distância entre as lentes (marcado no aro) Haste – Comprimento da haste (marcado no aro) B Ponte A Calibre
  • 55. Armações As medidas marcadas na armação, regra geral apresentam este aspeto: 48□20 135 Neste caso a largura da ocular é 48mm A ponte 20mm O comprimento da haste 135mm O calibre do aro 68mm (48+20)
  • 56. Armações – Plaquetas Plaqueta de encaixe Plaqueta de parafuso, (mais comum) Plaqueta anatómica ou germinada Ponte anatómica (tipo sela)
  • 57. Armações – Hastes • Haste curva • Haste Recta • Haste Encaracolada (ou em caracol)
  • 58. Armações – Ajustes • Curvatura da frente e paralelismo das lentes • Ângulo pantoscópico (entre 8 e 12º) • A inclinação das hastes deve ser semelhante • Terminal ajustado para evitar que armação escorregue 12º
  • 59. Armações – Ajustes • Abertura das hastes: paralela e simétrica (a menos que a fisionomia do utilizador justifique outra opção) • Fecho das hastes: paralelas.
  • 60. Armações Na seleção da armação deve considerar-se: • Utilização/tipo de lente • Grau da ametropia • Existência de astigmatismos elevados • Presença de anisometropia • Facilidade de ajuste • Fisionomia do cliente
  • 61. Armações Orientações para a seleção da armação – casos particulares: • Miopias elevadas → armação de massa para esconder a espessura da lente • Crianças → armação de massa (menos dada a acidentes que possam magoar) • Progressivos → Preferencialmente armações de fácil ajuste de hastes e plaquetas e com altura suficiente para a lente
  • 62. Lentes – Materiais No fabrico de lentes oftálmicas são utilizados dois grupos de materiais, são eles: • Minerais (vidro) • Orgânicos (plástico) Nota: Os materiais minerais estão a cair em desuso na óptica ocular devido ás suas desvantagens (partem facilmente e são pesados)
  • 63. Lentes – Materiais Lente Mineral Lente Orgânica Vantagens •Não risca facilmente •Mais económica •Mais fina (alto índice) •Mais leve •Mais resistente Desvantagens •Mais pesada •Mais frágil •Mais dispendiosa •Risca facilmente
  • 64. Lentes – Materiais Propriedades importantes dos materiais utilizados no fabrico de lentes: • Índice de refração • Homogeneidade e isotropia • Transparência • Dispersão cromática (aberrações) • Densidade • Dureza • Resistência aos impactos e tensão • Resistência à temperatura e solventes
  • 65. Lentes – Materiais Propriedades dos materiais utilizados no fabrico de lentes a reter: • Índice de refração Valor entre 1.49 e 1.9, quanto mais alto o índice mais fina a lente • Número de Abbe Valor entre 29 e 60 (para lentes oftálmicas) que indica se a lente tem muitas aberrações cromáticas ou não, isto é, se tem boa qualidade óptica ou não. Mais alto é melhor)
  • 66. Lentes – Materiais n (índice de refração) Nº Abbe CR-39 1,5 58 Vidro Crown 1,51 59,6 Trivex 1,53 44 Policarbonato 1,59 29 Alto índice A 1,59 41 Alto índice B 1,71 32 Vidro Flint 1,72 29,2 Tabela com alguns valores de referência do índice de refração e nº de Abbe
  • 67. Lentes – Materiais F f F f O índice de refração mais elevado permite fabricar lentes mais finas A B
  • 69. Lentes – Materiais Que material (índice de refração) escolher? A seguinte tabela pode servir como orientação para a seleção do índice de refração a optar. Nota: O cilindro deve ser convertido para positivo. Ex: Para a potência -3.50 × -1.50 × 90º, calcula-se a transposta. Neste caso a esfera é -5.00 o índice a selecionar seria 1,67 Potência 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 Índice de refração 1.5 1.5 1.6 1.6 1.67 1.67 1.72 1.72
  • 70. Lentes – Materiais Aros tipo griff e nylor, que índice escolher? • Policarbonato (1,59) • Trivex (1,53) • 1,6 ou superior
  • 71. Lentes - Dureza Nas lentes orgânicas é sempre aconselhável o tratamento de endurecimento pois estes materiais sem tratamento nenhum são muito suscetíveis aos riscos. O tratamento de endurecimento em lentes orgânicas consiste num “banho de verniz”. Nota: Por vezes o tratamento de endurecimento é apelidado de anti-risco. Esta expressão deve ser evitada para não induzir o cliente em erro e evitar mal entendidos.
  • 72. Lentes – Transparência I=100% R=10% T=89% A=1% I – Luz Incidente R – Luz Refletida A – Luz Absorvida T – Luz Transmitida Exemplo de uma lente sem tratamento anti-reflexo. Com anti-reflexo a transmissão (T) passa a ser aproximadamente 99%!
  • 73. Lentes – Tratamento anti-reflexo Para evitar a “perda” da luz refletida utilizam- se os tratamentos anti-reflexo, que podem ter várias camadas, aumentado assim a transparência da lente. Os anti-reflexo podem ter outras propriedades que são uma mais-valia para a lente, nomeadamente: • Tratamento hidrofóbico • Tratamento lipófobo • Tratamento anti-estático • Tratamento para “luz azul” (UV visível)
  • 74. Lentes – Tratamento anti-reflexo Vantagens: • Aumenta a passagem de luz através da lente (chega mais luz aos olhos) • Melhora a estética • Melhora o contraste • Reduz os halos em redor de luzes, incomodativos em especial à noite Desvantagem: • A lente atrai mais pó (nos tratamentos básicos)
  • 75. Lentes – Tratamento anti-reflexo Com anti-reflexo Sem anti-reflexo
  • 76. Lentes – Tratamento anti-reflexo Tratamento hidrofóbico (ANTI-EMBACIAMENTO) Vantagens: • Diminui o embaciamento. • A água escorre pela lente mantendo-a mais limpa. Nota: O tratamento lipófobo normalmente vem associado ao hidrófobo
  • 77. Lentes – Tratamento anti-reflexo Tratamento lipófobo (ANTI-DEDADAS) Vantagens: • Diminui a adesão de gorduras à lente (dedadas) • Evita a limpeza frequente diminuindo possíveis riscos Nota: O tratamento lipófobo normalmente vem associado ao hidrófobo
  • 78. Lentes – Tratamento anti-reflexo Tratamento anti-estático (REPELE O PÓ): Vantagens: • Diminui a adesão de partículas nas lentes (pó) • Reduz a necessidade de limpeza e consequentemente os riscos.
  • 79. Lentes – Tratamento anti-reflexo Tratamento para “luz azul” (FILTRO UV VISÍVEL) Vantagens: • Filtra ou absorve luz UV visível (monitores, telemóveis, lâmpadas fluorescentes) • Reduz cansaço ocular • Eventualmente poderá reduzir risco de cataratas ou degenerescência macular relacionada com a idade
  • 80. Lentes – Tratamento anti-reflexo HMC Anti-reflexo comum Anti-reflexo hidrofilo, lipófobo e anti-estático (ANTI-SUJIDADE) Anti-reflexo Hidrofóbico, lipófobo, anti- estático e com filtro “luz azul” Anti-reflexo hidrofóbico e lipófobo (EMBACIAMENTO e DEDADAS)
  • 81. Lentes – Tratamento anti-reflexo Como detetar se a lente tem anti-reflexo? Coloca-se a lente de forma a refletir a luz de uma fonte luminosa (branca de preferência). • Se não tem tratamento anti-reflexo o reflexo na lente será da cor da luz. • Se tem anti-reflexo o reflexo residual será esverdeado ou arroxeado.
  • 82. Lentes – Base A “base” de uma lente refere-se à Curvatura anterior do semi-acabado (patela) utilizada para o seu fabrico. • Base “normal” – entre 4D e 5D • Base especial quando é superior ou igual a 6D. COMO MEDIR? Com o esferómetro Sempre que a lente ou a frente da armação apresenta uma curvatura superior ao comum deve medir-se a sua base com o esferómetro (nos óculos de sol a base é quase sempre igual ou superior a 6D pelo que para colocar lentes graduadas deve ser medida)
  • 83. Montagem de lentes monofocais Considerações gerais: Em lentes monofocais, salvo raras exceções, o centro óptico da lente deve ficar alinhado com o cento da pupila, (representados pela cruz no esquema abaixo). Nota: O centro óptico da lente, regra geral, não coincide com o centro da armação, pelo que é necessário realizar um descentramento ao montar a lente
  • 84. Montagem de lentes progressivas Considerações gerais: As lentes progressivas são montadas de modo a que a cruz de montagem coincida com o centro da pupila Nota: As lentes progressivas vêm marcadas de fábrica com a cruz de montagem e outras marcações que serão referidas mais à frente.
  • 85. Montagem de lentes bifocais Considerações gerais: As lentes bifocais são montadas de forma a que o segmento de visão próxima fique alinhado pela parte inferior da íris ou pálpebra (aproximadamente 4 a 5 mm do centro da pupila) Nota: As lentes bifocais estão a cair em desuso, embora hajam casos particulares em que esta lente deve ser usada em vez da progressiva (pessoas idosas, com dificuldade em movimentar o pescoço, ou muito nervosas)
  • 86. Medidas Para a execução dos óculos são necessárias as seguintes medidas: • DNP ou DIP (longe e/ou perto) • Altura de montagem (hm) • Diâmetro da lente • (Calibre da armação)
  • 87. Medição da DNP ou DIP DIP (distância inter-pupilar) – distância entre o centro das pupilas. Medida de preferência com inter-pupilómetro (ou naso- pupilómetro), embora, com experiência, se possa usar uma régua e obter medidas fiáveis. DIP
  • 88. Medição da DNP ou DIP Distância naso-pupilar (DNP) – distância entre o centro do nariz e o centro da pupila. Medida de preferência com inter-pupilómetro Nota: existem dispositivos que fazem estas medidas automaticamente recorrendo a um sistema fotográfico DNPD DNPE
  • 89. Medição da Altura de Montagem Como medir?
  • 90. Medição da Altura de Montagem Para lentes monofocais e progressivas • O cliente deve estar em pé numa posição natural • Os olhos do técnico devem estar à mesma altura ou ligeiramente abaixo dos do cliente • Mede-se a distância do bordo inferior interior da ocular ao centro da pupila (ou marca-se na mica) hm
  • 91. Medição da Altura de Montagem Para lentes bifocais • O cliente deve estar em pé numa posição natural • Os olhos do técnico devem estar à mesma altura que os do cliente • Mede-se a distância do bordo inferior da ocular ao bordo inferior da pálpebra ou da íris (em alternativa subtrair 4 ou 5 mm à altura pelo centro da pupila) hm
  • 92. Medidas – Resumo DNP ou DIP Altura de Montagem Monofocais (para longe) *DIP (VL) ou DNP (VL) Centro da pupila Monofocais (para perto) *DIP (VP) ou DNP (VP) Pelo centro dos óculos Ocupacionais DNP Depende do fabricante Bifocais DIP (VP) Pelo bordo inferior da pálpebra Progressivos DNP (VL) Pelo centro da pupila *Se a potência for muito elevada ou existirem assimetrias faciais flagrantes deve utilizar-se a DNP (em caso de dúvida usar sempre DNP)
  • 93. Cálculo do diâmetro da lente Para calcular o diâmetro mínimo da lente, se a mica estivar marcada, basta medir a distância do ponto até ao bordo mais afastado da armação e multiplicar por 2 34mm O diâmetro mínimo será: 34 x 2 = 68mm. Como se fabricam lentes de diâmetros de 5 em 5mm o diâmetro será 70mm
  • 94. Cálculo do diâmetro da lente Lentes negativas: a questão anterior não se coloca
  • 95. Cálculo do diâmetro da lente Atenção aos diâmetros em lentes positivas Alteram a espessura do bordo da lente Em lentes positivas superiores a 2.00D, para óculos tipo griff ou nylor deve pedir-se pré-calibragem (otimização da espessura de bordo para que fique semelhante em toda a sua extensão)
  • 96. Check List (óculos)  Tipo de solução (monofocal, progressivo, bifocal…)  Aro selecionado e ajustado  Medidas (DNP, alturas, e cálculo do diâmetro)  Seleção da lente (material e tratamentos)
  • 97. Frontofocómetro O frontofocómetro é um aparelho utilizado para medir a potência de lentes oftálmicas e determinar o seu centro óptico (este último apenas nas lentes monofocais). Pode ser digital ou analógico.
  • 98. Frontofocómetro – Determinar centro óptico da lentes Para determinar o centro óptico, colocar a lente no aparelho e movimentá-la até alinhar a cruz no centro da interface. Utilizar o manípulo de marcação para marcar o centro óptico da lente
  • 99. Frontofocómetro – Determinar centro óptico da lentes A lente ficará com este aspeto Centro óptico Pontos de orientação do eixo
  • 100. Frontofocómetro – Determinar centro óptico da lentes Ou, se forem óculos já montados Centro óptico Pontos de orientação do eixo
  • 101. Frontofocómetro – Determinar a Potência de uma lente monofocal A potência da lente virá assim: Esfera (Sphere) Cilindro Eixo (Axis) Nota: há muitas interfaces diferentes mas normalmente não diferem muito da representada aqui.
  • 102. Frontofocómetro – Determinar a Potência de uma lente progressiva As lentes progressivas (potência de longe e perto ou Add) podem medir-se automaticamente em frontofocómetros digitais modernos. (cuidado com estas medidas) ---Prática---
  • 103. Frontofocómetro – Determinar a Potência de uma lente progressiva A potência em lentes progressivas mede-se nas zonas de visão distante e próxima. Se a lente não vier com marcações deve marcar-se utilizando um marcador e uma tabela de progressivos (correspondente à lente) ---Prática--- 27 © L
  • 104. Como remarcar um progressivo 1º Encontrar e marcar com um marcador os pontos de remarcação
  • 105. Como remarcar um progressivo 2º Alinhar os pontos de remarcação com os correspondentes na tabela e marcar a cruz de montagem. (OD e OE)
  • 106. Como remarcar um progressivo 3º Marcar zonas de visão distante e visão próxima
  • 107. Verificação da montagem Quando os óculos estão montados deve fazer-se um controlo de qualidade verificando todas as medidas e estado dos óculos, nomeadamente: • Medidas de potência e eixo • DNP • Altura de montagem • Estado das lentes e óculos (ausência de riscos ou danos)
  • 108. Verificação de montagem - Potência • Tolerância na potência = 0 – A potência das lentes deve ser igual à prescrita (esfera e cilindro). • Tolerância no eixo – O eixo do cilindro tem uma tolerância dependente da potência do mesmo, segundo a tabela: Cilindro <= 0,50 >0,50 e <= 0,75 >0,75 e <= 1,50 >1,50 Tolerância 7º 5º 3º 2º
  • 109. Verificação de montagem – DNP e altura de montagem Para verificar as DNP: • Em monofocais: marcar o centro óptico das lentes (no frontofocometro) • Em progressivos: marcar cruz de montagem (com um marcados e uma tabela de remarcação de progressivos)
  • 110. Verificação de montagem - DNP Utilizar uma régua ou uma tabela de remarcação de lentes progressivas para verificar as DNP e alturas de montagem Centrar bem a ponte Medir DNPD (neste caso 33) Medir DNPE Medir a altura de montagem (22mm neste caso) Medir a altura de montagem Alinhar os pontos ou cruz de montagem no 0 (altura)
  • 111. Verificação de montagem - DNP Utilizar uma régua para conferir altura de montagem. • Em monofocais medir altura até ao centro óptico • Em progressivos medir altura até cruz de montagem • Em bifocais medir até à parte superior do segmento
  • 112. Verificação de montagem – DNP e Altura de montagem • Existe uma tabela de tolerâncias de medidas para verificação das DNP’s e alturas de montagem, contudo não é simples de consultar, pois depende não só do “erro” mas também da sua direção e da potência da lente. • Para simplificar esta operação, se encontrar valores iguais ou superiores a 2mm de diferença nas alturas ou DNP devem consultar-me.
  • 113. Argumentos de venda Anti-reflexo de “topo”: • Visão mais nítida • Lente mais transparente e bonita • Desembacia rapidamente • Risca menos • Suja menos • Protege e “dá descanso aos olhos”
  • 114. Argumentos de venda Lentes personalizadas: • Fabricadas individualmente para as medidas do cliente e armação em particular (monofocais e progressivas). • Tecnologia de fabrico mais avançada (freeform). • Adaptação mais fácil e rápida. • Campo de visão mais largo (em progressivas). • Imagem com menos distorções • Lente mais fina e leve (optimizada)
  • 115. Argumentos de venda Progressivos convencionais vs personalizados (campo de visão útil mais largo nos últimos) Nota: A representação acima, retirado de uma publicidade da Nikon, é algo exagerada mas representa bem as diferenças entre os dois tipos de lentes
  • 116. Adaptação a novos óculos Tempo aproximado de adaptação a novos óculos: • Monofocais: 1 semana • Progressivos: 3 a 4 semanas O tempo de adaptação poderá variar dependendo de vários factores (potência das lente, astigmatismos elevados, facilidade de adaptação a novas situações por parte do cliente, etc)
  • 117. Queixas – Inadaptação Inadaptação Potência e medidas corretas Não Aconselhar nova consulta Aconselhar utilizar mais tempo Utilizou tempo suficiente? Óculos bem ajustados? Ajustar Substituir lentes Não Não Sim Sim Sim
  • 118. Lentes Solares Os UV podem causar danos nos olhos, tal como na pele. UV-A UV-C : Danos na pele e olhos Atmosfera (ozono) UV-B : Danos na pele e olhos Danos provocados pelos UV: Pterígio (esclera) Catarata (cristalino) Degeneração Macular Relacionada com a Idade (retina)
  • 119. Lentes Solares A lente solar irá absorver ou refletir os raios UV deixando passar a luz visível (em maior ou menor quantidade) UV Visível
  • 120. Lentes Solares • Porque se devem comprar óculos de sol em casas especializadas? Para assegurar que as lentes possuem proteção UV adequada (UV-400). • O que pode acontecer se as lentes não tiverem proteção UV adequada? Com lentes solares escuras, sem proteção UV, a pupila aumenta o seu diâmetro, permitindo uma maior entrada de radiação UV no olho! Óculos de Sol Maus Pior do que nenhuns óculos
  • 121. Lentes Solares - Fotocromáticas Lentes fotocromáticas – escurecem por ação da radiação UV (ativação). Vantagens: deixa de ser necessária a utilização de óculos de sol Desvantagens: Demoram algum tempo a clarear Por vezes não escurecem o suficiente (dentro de automóveis com vidros anti-UV)
  • 122. Lentes Solares - Polarizadas A luz viaja em ondas que oscilam em todas as direções. O filtro polarizador elimina parte dessa luz deixando passar apenas luz que oscile numa direção definida.
  • 123. Lentes Solares - Polarizadas As lentes solares polarizadas são ótimas em algumas situações, nomeadamente: • Condução • Atividades na neve, perto de água ou no deserto. Alertas ao cliente: há monitores e mostradores digitais que deixam de ser visíveis com este tipo de lente. (pode inclinar a cabeça para evitar este fenómeno)
  • 124. Consulta de tabelas (Lentes) Tipo de Lente Monofocal Bifocal Progressivo Ocupacional Material (índice) 1,5 Trivex (1,53) Policarbonato (1,59) 1,6 Etc Tratamentos Sem tratamento Endurecimento Anti-reflexo (simples) Anti-reflexo (de topo) Suplemento Coloração Base especial Pre-calibragem Outros Filtro/Suplementos Existe em Stock? Diâmetro Potência (Esf e Cil) Tratamento Curvatura Só após todas estas decisões é possível fornecer o preço da lente Personalizada ou generalista?
  • 125. Lentes de Contacto Podem ser de substituição: • Diária • Quinzenal • Mensal • Anual (convencionais): • Rígidas • Hidrófilas Esta classificação foi simplificada para melhor entendimento. Na realidade, em contactologia, existem outras possibilidades e denominações Descartáveis
  • 126. Lentes de Contacto Quanto à utilização: • Contínua (Semanal, quinzenal ou mensal): utilização da lente sem tirar para dormir • Diária: utilizada durante o dia e retirada à noite • Esporádica Esta classificação foi simplificada para melhor entendimento. Na realidade, em contactologia, existem outras possibilidades e denominações
  • 127. Soluções de Manutenção Funções das soluções de manutenção de LC • prevenir a formação de depósitos orgânicos e inorgânicos nas superfícies das LC e estojos porta-lentes • Remover os materiais orgânicos procedentes da lágrima e do ambiente que o pestanejo não consegue eliminar • Reduzir as colónias de microrganismos até margens de segurança (desinfecção) ou eliminá-las completamente (esterilização) • Manter as lentes hidratadas e húmidas durante os períodos em que não são utilizadas. • Manter as lentes desinfectadas para poderem ser utilizadas nas experiências do consultório de contactologia • Retirar do material das LC os restos de outros produtos de limpeza e desinfecção utilizados conjuntamente e que não devam entrar em contacto com o olho.
  • 128. Soluções de Manutenção Com peróxido: • Limpeza e desinfeção profunda • Obriga à utilização de recipiente ou comprimido indicado pelo fabricante para neutralização • Tem tempo mínimo para neutralização do peróxido Solução única: • Menos eficaz que o peróxido (?) • Não tem tempo mínimo (a lente pode ser colocada no olho imediatamente após a imersão na solução)
  • 129. Cuidados a ter no manuseio de LC • Lavar sempre as mãos antes de manusear LC • Manter as unhas curtas (pelo menos nas primeiras utilizações) • Não utilizar água da torneira ou soro fisiológico para lavar, desinfetar ou acondicionar LC • Manter o estojo limpo
  • 130. Literatura aconselhada Guia de adaptação Varilux (a partir da pag. 17)

Notas do Editor

  1. 4
  2. 6
  3. 7
  4. 8
  5. 9
  6. 10
  7. 11
  8. 14
  9. 15
  10. 16
  11. 17
  12. 18
  13. 19
  14. 20
  15. 21
  16. 22
  17. 23
  18. 24