A cidade de papel: cartografia e fotografia na formação do espaço litorâneo de Fortaleza-Ceará
1.
2. Orientador: Dr. Fábio Perdigão Vasconcelos
Banca Examinadora:
- Dr. Daniel Rodriguez de Carvalho Pinheiro
- Dr. Eustógio Wanderley Correia Dantas
- Dr. José Borzacchiello da Silva
Apoio: Capes
3. Sumário
1. Introdução
1.1. Delimitação do objeto da pesquisa
1.2. Procedimentos operacionais e metodológicos
1.3. Estrutura da dissertação
2. Portuário
2.1. A Geografia-Histórica
2.2. Cartografia
2.3. Imagem Urbana
2.4. Antecedentes históricos
2.5. Da Igreja ao Renascimento
2.6..As práticas marítimas de lazer
2.7. Primeiras ocupações da zona costeira do Brasil
4. 3. De Manuel Francês a Adolfo Herbster
3.1. José Martiniano de Alencar
3.2. Manuel Francês
3.3. Antônio José da Silva Paulet
3.4. Simões Ferreira de Farias
3.5. Adolfo Herbster
3.6. Henry Ellery
4. De Amedeé Mouchez a Saboya Ribeiro
4.1. Captain Amédée Ernest Barthélemy Mouchez
4.2. Domingos Sérgio de Sabóia e Silva
4.3. Gustavo Dodt Barroso
4.4. Nestor Egídio de Figueiredo
4.5. José Otacílio Saboya Ribeiro
Considerações Finais
Bibliografia consultada
Anexos
De 1726 à 1875
De 1899 à 1947
5. 1. Introdução
- O papel da imagem na formação dos espaços litorâneos na atualidade;
Sabe-se que Fortaleza tem a atração paisagística de suas
praias como enfoque central na política de atração de recursos na
cidade, sendo um dos maiores redutos à visitação turística do país. Tal
atividade particulariza a localização litorânea, uma vez que esta é
objeto de apropriação cultural que o identifica como um espaço de
lazer por excelência.
E no passado...?
6. Ponto de Partida
Quais as relações existentes entre a formação
espacial do litoral de Fortaleza e a disseminação
da utilização das imagens urbanas tidas sobre a
Cidade?
7. Origens...
... da fotografia
- Início do século XVIII;
- Sinônimo do real, incontestável, fidedigno;
-Materializava os ideais de progresso, novidade, modernidade e de aproximação para com as
sociedades européia e norte-americana.
Clássica imagem do início do século XX: uma família posando
para a câmera fotográfica. Como forma de destacar o status
social, a fotografia de família aparece como símbolo de
ostentação dos bens destes para a sociedade. Nesta imagem,
com o pintor José Irineu de Souza e esposa, do início da
década de 1910, percebe-se a postura patriarcal, bem como a
ornamentação do jarro de estilo clássico.
Fonte: Arquivo Nirez
Cartão-postal colorizado a mão da Rua
Formosa (atual Avenida Barão do Rio
Branco) em 1908
A cidade e... a família como obra de arte
Capítulos 1 - 2
8. Origens...
... da cartografia
- De modo geral podemos defini-lo como um veículo de informação sobre os
elementos de uma determinada área, assim como de localização, orientação
e avaliação das distâncias;
- Era tido como sinônimo de progresso.
Mapa de Çatal Höyük feito cerca de 6000 a.C.,
é o registro cartográfico mais antigo da
humanidade. Como ainda não havia sido
inventado o papel, os primeiros mapas eram
desenhados nas paredes rochosas dos
templos. Esse mapa primitivo guarda alguma
semelhança com as plantas das cidades
modernas, mas sua finalidade era totalmente
distinta. O sítio em que foi encontrado era um
santuário ou local sagrado, e ele foi criado
como parte de um ato ritual, como um
“produto de momento”, sem a intenção de ser
preservado após o cumprimento do rito.
Fonte: Libaut, 1975.
9. Distorções entre as representações do litoral brasileiro nas plantas do início do século XVI, De baixo para cima, reprodução da
costa entre Ceará e São Paulo nos mapas de Maiolo (1504), Kustmann II (1506), Caverio (1505), Lopo Homem-Reinéis (1519) e o
perfil atual. Fonte: Espínola, 2001, p. 229.
- Ao utilizar a Cartografia como fonte documental é fundamental destacar que se trata de um
tipo de representação cuja produção não está alheia às percepções, valores e concepções
de mundo daqueles que a produziram, bem como das sociedades em que viveram. Longe de
serem uma reprodução fidedigna do real, são projetos, nem sempre realizados.
- Além de ser “[...] um exercício metodológico que aproxima Geografia e História” (SOUSA,
2002, p. 174) sua importância adquire relevância ao possibilitar o direcionamento da
pesquisa para um outro patamar, a ocupação do espaço pode ser analisada a partir da
interpretação da representação dos lugares cartografados.
10. 1. Qualquer olhar geográfico já se exercita em uma concepção que
sofre determinações históricas, qualquer leitura da paisagem é densa
de um temporalidade própria;
2. A Geografia-Histórica está intimamente ligada com as
transformações geográficas através do tempo e os fatores que os
produziram;
3. Capel nos diz que quando a Geografia está, no presente, disposta a
analisar o passado, na realidade “a história se reescreve outra vez, de
acordo com novas perguntas que se vão formulando em relação às
transformações que a sociedade experimenta” (CAPEL 2006, p. 1)
4. ...portanto, é o passado gerado pelas imagens da cidade de
Fortaleza que nos interessa, porque ajudam a entender as raízes do
nosso presente;
Geografia Histórica
11. Abrangendo a zona de influência direta das relações do ambiente litorâneo com a
cidade no século XIX e nos anos iniciais do século XX, optou-se pela zona norte do
litoral de Fortaleza.
Fonte: Imagem do Satélite IKONOS, 2002.
Localização da área de pesquisa
12. 3. De Manuel Francês a Adolfo Herbster
Surgimento de Fortaleza
Ocupação dos Fortes
Forte Schoonenborch
-Matias Beck
-Invasões Holandesas (1649)
-Novo povoado
“Arx in Ceará”. Ribeira do rio Ceará
e forte de São Sebastião.
Fonte: Reis, 1994, 31.
Forte de São
Sebastião
13. Com a passagem holandesa pelo Brasil temos a construção
de um vasto corpo de cartografia e iconografia sobre esse
período. Acima temos o “Brasilysch Paskaert” de Vingboons,
Zee-Fakkel de Johannes van Keulen (1650). Abaixo,
ampliação onde é possível observar o detalhamento da
representação cearense.
Fonte: Farias, 2008.
Junto com os fortes surge as primeiras
representações do litoral do que viria ser Fortaleza.
Acima, “Planta do Forte de Schoonemborch” e o perfil
da zona costeira no século XVII.
Fonte: Castro, 1981, p. 08.
14. Desenho de Varela Marcos do seu livro
“Castilla descubrió el Brasil en 1500”,
mostrando o percurso que o primeiro
viajante a desembarcar no Ceará,
Vicente Pinzón fez pelo litoral.
Fonte: Espínola, 2007.
Assim como a Planta do Forte de Schonemborch, é criada ao longo
do século XVII uma série de desenhos cartográficos a fim de delinear a zona
costeira a ser fortificada. Sem haver uma preocupação rígida com a escala ou
uma representação mais detalhada, esses desenhos surgem com o objetivo
de levar à Europa a descrição do território conquistado, bem como o
estabelecimento de rotas marítimas, visando o interligamento dos novos
povoados à metrópole.
15. Fortaleza emerge no início do século XVIII como parte de uma política
ampla, que tendo como objetivo inicial o controle e a defesa do território da
colônia, passa a despertar o interesse enquanto para sua integração social,
política e econômica com vistas ao seu desenvolvimento, desde que
subordinado, evidentemente, aos interesses da metrópole.
16. Primeira Planta da Vila de Fortaleza, de Manuel Francês (1726). Note que o perfil
litorâneo retratado aqui é um tanto retilíneo, com exceção de uma pequena
enseada, provavelmente a do Mucuripe, onde eram atracadas as embarcações
Fonte: Museu da Imagem e do Som
Atracação dos barcos
Vegetação natural
Poder Católico
Poder Lusitano
Idealização de
progresso
Resquícios da
ocupação indígena
Pescadores
17. O desenho de Manuel Francês possuía uma conotação muito
mais simbólica do que geográfica. Mantendo certa tradição medieval,
a imagem assume também o papel de veículo do imaginário e do
maravilhoso, onde a representação do mundo interior se misturava
às projeções de teor simbólico, curioso, especulativo e, porque não
dizer, criativo.
Desinteresse pela ocupação litorânea:
1. A raiz européia, que não mantinha um maior interesse na
ocupação da zona costeira;
2. Tradição interiorana dos primeiros migrantes;
3. Ocupação índigena próxima ao litoral;
4. Fortes ventos
18. Fortaleza permanece sem expressão na economia local até a
segunda metade do século XIX, quando surge como ponto favorável à
exportação do algodão cearense para a Europa, permitida pela construção do
sistema ferroviário, ligando os pólos produtores à capital, além da efetivação
de uma outra estrutura portuária, nas imediações da Prainha.
Necessidade do urbanismo...
O urbanismo, no princípio do século XIX, emerge nos discursos da
cidade como disciplina, diretriz e estratégia, tanto na forma de delineamento
ou desenho de cidades, como no ato de construir.
19. Silva Paulet
Primeiro projeto urbano para Fortaleza
...Engenheiro da Marinha Real
...Interesse pela descrição natural da zona costeira
Planta do Porto, e Villa da
Fortaleza, de Silva Paulet (1813).
Fonte: Chaves et al, 2006, p. 18
Características de carta nautica
Planta da Vila de Fortaleza, de Silva Paulet (1818). Perceba que
Paulet ainda permanece no interesse de detalhar o perfil da zona
costeira, agora de forma mais ampliada.
Fonte: Chaves et al, 2006, p. 15.
Calado
Detalhamentos
físicos
20. Perspecto da Villa de Fortaleza de 1811. Observe a distância da aglomeração urbano da zona
costeira e a grande presença de vegetação nativa, bem como a vila de pescadores
Fonte: Chaves et al , 2006.
Trapiche
Vila de
pescadores
Aglomerado
urbano
Forte
Riacho
Pajeú?
21. O século XIX foi o período da inserção da economia cearense aos
ditames do comércio internacional que então se consolidava. Guerra da Secessão
(1861-1864) – exportação de algodão.
Estruturação do porto na PrainhaConstrução das linhas de vapores
Nesse contexto é solicitada a fabricação da Planta da Cidade de
Fortaleza de 1850, organizada por Antônio Simões Ferreira de Farias.
Expansão ultrapassa o
riacho Pajeú
Primeiras projeções de
arruamentos no litoral
22. A área litorânea no entorno do trapiche mostrava uma ocupação irregular, quase
espontânea.
Ocupação a oeste carente de detalhamento.
...contratação de Farias para organizar uma outra planta unicamente
referida aquela parte da cidade.
Delineamento de
novas ruas
23. Fortaleza no contexto Ceará...
- Seca de 1877-1879
- Retirantes
- Ocupação litorânea
Esgoto
Pesca
Forte
AlfândegaOcupação do litoral
Porto
Adolfo Herbster – 1875 e 1888
Arraial Moura Brasil. Destaque para
a longa murada que protegia a
linha de ferro da ocupação
irregular.
Fonte: Arquivo Nirez
24.
25. 4. De Amedeé Mouchez a Saboya Ribeiro
Tal como a Cartografia dominara o século XIX acerca da
representação do urbano, os anos iniciais do século posterior foram
marcados pela substituição da representação geral da cidade por imagens
particularizadas do espaço urbano. A cidade passou a servir como modelo a
ser fotografado na busca pela representação do novo cotidiano citadino. A
representação do mundo tornou-se fracionada em pequenos fragmentos:
toda paisagem surgia num papel padronizado de dimensões 9x14 ou 14x9.
Mulheres das famílias Caminha, Pompeu e
Moreira da Rocha posando na Praia de
Iracema na década de 1910.
Fonte: Chaves et al, 2006, p. 79.
II Exposição Regional, organizada no Salão
do Photo Walter. Sentados ou de pé,
fotógrafos e pintores posam para o registro
fotográfico.
Fonte: Salon..., 1924.
“Instantâneos”, sessão destinada a
fotografia na Revista BA-TA-CLAN
Fonte: No passeio..., 1926.
26. No sentido lúdico, as imagens fotográficas tornaram-se amplamente
utilizados na imprensa, após o domínio da técnica da reprodução fotomecância,
compondo o conteúdo propriamente dito dos meios de comunicação escritos,
tomando o papel de Habetur pro veritate (ter-se por verdade) dos periódicos,
transportando a Cidade diretamente nas capas dos principais jornais e revistas
da época, como o Ba-ta-clan, A Jangada, Verdes Mares, Ceará Illustrado,
Unitário e O Povo.
A fotografia como veículo de exigências para a remodelação da
paisagem urbana
Belle Époque
Novos hábitos tipicamente europeu
27. Litoral...
Sítios de tratamento para a
tuberculose
Serenatas
Caminhadas na Praia
Veraneio
Banhos de mar
Atividades portuárias
Insalubridade
Bares
Caminhadas na Praia do Peixe na década de 1920. Ao
fundo perceba a construção dos primeiros bangalôs
Fonte: Arquivo Nirez.
Uma outra imagem de caminhadas na praia do
Peixe na década de 1920. Ao fundo nota-se o
movimento portuário
Fonte: Arquivo Nirez.
28. ... Enquanto isso a Cidade crescia...
Gráfico 2: População de Fortaleza entre 1901 e 1950
270169
180185
117452
78536
48369
0
30000
60000
90000
120000
150000
180000
210000
240000
270000
300000
1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960
População
Fonte: Adaptado de
Fortaleza (1982)
29. ... e surgia a necessidade de um novo plano para Fortaleza.
Dessa forma o então prefeito Raimundo Girão convida o urbanista
Nestor Egídio de Figueiredo, que se encontrava trabalhando nas cidades de
Recife e João Pessoa, para elaborar um plano de remodelação para Fortaleza.
Fig. 107: “Plano de
Remodelação Extensão da
Cidade de Fortaleza”. Planta
do sistema viário do
anteprojeto do Plano Nestor
de Figueiredo para
Fortaleza (1933)
Fonte: Figueiredo, 1933.
É possível verificar
a proposta do
aumento de vias
de circulação com
direção a zona
costeira, sobretudo
em direção à praia
de Iracema, além
de vias em formato
radial partindo da
zona do porto.
30. ... No entanto apesar da adequação do anteprojeto de Nestor de
Figueiredo aos mais modernos princípios urbanísticos da época – divulgados
pela Carta de Atenas – os grandes proprietários de terras, temendo às
possíveis desapropriações previstas pelo urbanista, não apoiaram a
continuidade dos trabalhos de Figueiredo.
Cidade sem projeto... Necessitando de melhorias...
Um novo porto
...nesse contexto de expansão da cidade mantinha-se a necessidade de um
novo projeto que fosse efetivado.
... 58 anos...
31. Formação de novos bairros...
Arraial Moura Brasil, Mucuripe,
etc
Maior acessibilidade.
Vias radiais e
perimetrais
Art. 56º - Toda a orla litorânea, a exceção dos trechos ocupados pelos
serviços portuários, ficará sujeita à Prefeitura, que impedirá qualquer
utilização que concorra para o afeiamento (sic) ou conspurcação de suas
praias, sem embargo das exigências que forem feitas pelo Governo da
União e do Estado [...] (FORTALEZA, 1950, p. 443)
Saboya Ribeiro
32. Proposta para o Bairro Popular
Moura Brasil, do Plano de
Remodelação e Extensão de
Saboya Ribeiro.
Fonte: Ribeiro, 1947.
Percebemos a preocupação do urbanista em dotar o litoral da cidade de
melhores condições urbanísticas. Nota-se que há o particular interesse de inserir no
projeto urbano o Arraial Moura Brasil. Propondo a construção de habitações populares,
Saboya Ribeiro propunha um aproveitamento racional do setor, “destacando como
principal motivo sua proximidade com o centro comercial e a zona fabril, locais de
absorção de grande mão de obra ali residente” (SALES, 1996, p. 40), estabelecendo a
criação do bairro Moura Brasil, destinado para os trabalhadores que prestavam serviço
na zona comercial da cidade.
33. Novamente um projeto urbano pensado para Fortaleza foi impedido
de ser realizado. Fernandes (2004) associa esse fator novamente à
predominância das decisões particulares dos proprietários de imóveis ao
impedirem a abertura de vias e o alargamento de ruas que gerassem perdas
de lotes. O poder público não conseguia estabelecer autoridade frente aos
interesses imobiliários de uma elite que ali se manifestava.
Intensificação da ocupação litorânea...
1. Com a instalação do porto e da linha férrea
ocorre a formação de favelas ao longo do leito do
ramal ferroviário e nas dunas próximas da zona
portuária, intensificado com a instalação em 1954
do Serviluz, Serviço de Energia Elétrica Municipal.
2. As industrias, com seus equipamentos
pesados, ocuparam intensamente o
Mucuripe, aliando-se à ocupação nos
terrenos de marina por antigos pescadores.
3. Ocupação do Pirambu por
retirantes
34. Fig. 133: Massificação habitacional ao
longo do litoral de Fortaleza em fins na
década de 1960. Em primeiro plano a
praia do Pirambu, ao fundo o centro
da Cidade e a ponta da Prainha.
Fonte: Arquivo Nirez.
Localização Nº de habitantes
Pirambu 40750
Mucuripe 2800
Estrada de Ferro 2250
Arraial Moura Brasil 1500
Meireles 1100
Lagamar 800
Usina 700
Morro do Ouro 600
Volta da Jurema 450
Poço das Dragas 450
Jacarecanga 400
Iracema 100
Total 51900
Tabela - Estimativa da população das principais favelas de Fortaleza em 1961
Fonte: CEARÁ, 1967, p. 53
35. Fotografia e Cartografia tomam um novo rumo a partir da
década de 1950. No contexto mundial da Guerra Fria surgem as imagens
de satélite, propiciando a geração de uma gama de produtos que passam
a possibilitar a visão de parcelas maiores das cidades, e não obstante,
dos seus problemas. Surgem novos esboços do litoral de Fortaleza, e a
complexidade ambiental gerada com as ações humanas.
37. A imagem tida do alto trazia revelações consternadoras. Em
meados de 1956 o mar já avançava mais de 300m na praia de Iracema,
enquanto a ponta do Mucuripe era assoreada. O ambiente litorâneo, com os
bangalôs e o novo porto, ostentações do progresso citadino por tantas vezes
eternizada pelas fotografias, trazia agora imagens paradoxais. A zona
costeira depara-se com intensas modificações ambientais, fruto da ocupação
desordenada em diferentes níveis, escalas e setores, gerando destruição e
remodelando a paisagem praiana dos anos que se seguem.
Imagem aérea do
litoral de Fortaleza. As
setas indicam a
difração das ondas
após a construção do
porto na ponta do
Mucuripe
Fonte: Vasconcelos,
2005, p. 47.
Bangalôs destruídos na Praia de
Iracema.
Fonte: Arquivo Nirez.
38. As imagens tratadas neste trabalho surgem como signos de uma
época, contendo um discurso articulado com os processos políticos,
econômicos e culturais da sociedade que as elaboraram. Além de representar
a cidade, cartografia e fotografia são maneiras de agir no urbano, onde através
dos discursos inseridos na elaboração de tais documentos históricos, o homem
(re)apresenta a ordem social vivida, refletindo também as contradições entre
os agentes de planejamento e produção do espaço da “cidade de papel”.
Portanto, perceber a Cidade é mais do que apenas ver as imagens
que rodeiam o cotidiano, mas tê-las como informações para o seu
planejamento, buscando adquirir novas formas para perceber o espaço. Além
de servirem como marca de uma materialidade passada, as imagens
concretizam a representação do modo de vida social, os valores culturais,
individuais e coletivos.
Considerações finais
39. O B R I G A D O !!!
Mãe Pai Fagner Fábia Marília João Saraiva Suéllen Márcio Tiago Estevam Monalisa
Ana Martins Everado Iris Delano Reni Neiliane Aldinete Fábio Perdigão Arílson Nina
Paulo Valdenor Katiane Maciel Luis Vagner Fátima Soares Marta Celina Clélia Lustosa
Enos Fábio Perdigão Luzia Neide Nirez Maria Elizabeth Marisa Rosilene Aires André
Camila Luis Antônio Cleuton Anna Emília Keanne Julia Maclecio Ana Lúcia Nayara
Fabrício José da Silva Maria Salete José Levi Manoel Fernandes Daniel Érika Daniely
Raimundo Jucier Francisco Uaracy Evaldo Fernandes Fernando Carmen Rivas Eustógio
Wanderley Cristiane Maia Luiz Cruz Christian Dennys Everardo Íris Fernanda Sônia
Celso Mayrom Ângela Tainara Alex Camila Bruno Carlos Henrique Cibele Cláudia
Emanuel Clébio Elineide Danilo Erbênia Denise Ewerton Sombra Gabriela Gutemberg
Fábio Jairo Katiane Katherine Jecsan Girão Livio Coelho Renato Benevides Jéssica
Felipe Evanildo Luciana Sousa Francisco José Nayanne Nilsa Leitão Ana Paula Saul
Taís Rita Sebastiana Zezito Joyce Carneiro Aureliano Cibele Rafael Abreu Marilusa
Agostinho Vânia Trévia Isabel Priscila Edson Daniel Pinheiro Jeovah Meireles Nonato
Juliana Régia Helder Universidade Federal do Ceará Universidade Estadual do Ceará
Centro Federal Tecnológico do Ceará Instituto Histórico Geográfico e Antropológico do
Ceará Biblioteca Pública Meneses Pimentel Núcleo de Documentação Cultural
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Laboratório de
Planejamento Urbano e Regional Laboratório de Estudos Agrários e Territoriais
Mestrado Acadêmico em Geografia Laboratório de Gestão Integrada da Zona Costeira