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O SETOR ESPACIAL COMO ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO DA
BAHIA NA ERA CONTEMPORÂNEA
Fernando Alcoforado*
Este artigo apresenta o conteúdo de nossa palestra realizada na Rodada de Discussão
“Como inserir a Bahia na economia espacial”, ocorrida no dia 11 de setembro de 2023,
no contexto do Projeto Pensar a Bahia promovido pela SEI (Superintendência de Estudos
Econômicos e Sociais da Bahia) para impulsionar o desenvolvimento da Bahia. Para
assistir o vídeo de nossa palestra realizada juntamente com a Professora Leka Hattori,
acessar o website <https://www.youtube.com/watch?v=bLzoG0G7stQ>. Nossa palestra
apresenta o setor espacial como alternativa de desenvolvimento da Bahia na era
contemporânea sendo composta de três partes: 1) A necessária transformação da
economia baiana; 2) O potencial de elevação do PIB baiano com a produção de bens e
serviços inseridos no contexto do setor espacial; e, 3) Como inserir a Bahia no setor
espacial.
1) A necessária transformação da economia baiana.
Em 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia totalizou R$ 401 bilhões [14]. Em
2020, o PIB da Bahia apresentou retração de 3,4% quando comparado a 2019. O PIB da
Bahia, que era o sexto maior do país, perdeu participação no ranking nacional, sendo
superado por Santa Catarina e Distrito Federal caindo para a 8a
posição. As principais
atividades econômicas da Bahia são ligadas à agropecuária, indústria, mineração, turismo
e serviços que respondem por 36% de todo Produto Interno Bruto (PIB) da região
Nordeste [15]. Depois da retração econômica agravada pela pandemia, a Bahia vem
recuperando suas perdas do período recente com o crescimento registrado nos setores
agropecuário, de mineração, de turismo e de energia renovável. O setor industrial é o que
requer maior atenção do governo da Bahia pela queda nele registrada que ainda persiste.
A agropecuária da Bahia vai bem porque é o maior produtor de grãos do Nordeste, com
quase 50% de toda a produção da região e respondeu em 2020 [16], por 24,4% do total
do PIB da Bahia [17]. Isto significa dizer que, praticamente, um quarto de todo Produto
Interno Bruto da Bahia vem dos negócios do campo [16]. A produção mineral da Bahia
vai bem porque em janeiro de 2023 alcançou o valor de R$ 1,1 bilhão, 68% maior que o
mesmo período do ano passado. A Bahia é o Estado brasileiro com maior potencial
mineral inexplorado e, portanto, objeto de interesse de grandes empresas mineradoras
internacionais [18]. O turismo na Bahia vai bem porque as atividades turísticas na Bahia
cresceram 13,6%, em maio de 2023, na comparação com o mesmo mês de 2022, enquanto
o crescimento nacional foi de 8,6% [19]. No primeiro semestre de 2023, o fluxo de
passageiros nos aeroportos da Bahia foi o maior do Nordeste, com 4,9 milhões de
viajantes. O aeroporto de Salvador se consolidou como o principal portão de entrada de
estrangeiros na região, com 135,7 mil passageiros do exterior (embarque e desembarque),
com um incremento de 83%, no comparativo com o mesmo período de 2022.
A Bahia se mantém líder nacional na geração de Energias Renováveis no Brasil [20]. Em
2019, a geração de energia por fonte eólica cresceu mais de 50% em relação a 2018 e a
fonte fotovoltaica cresceu mais de 70%. A liderança da Bahia na geração de energia
renovável foi mantida em 2021 e o aumento na capacidade instalada demonstra que este
segmento é um importante indutor da economia baiana. Atualmente, o Estado da Bahia
tem 205 parques eólicos em operação, com capacidade instalada de 5,26 Gigawatts e 34
parques de energia solar fotovoltaica com mais de 1 Gigawatt de capacidade. As Energias
2
Renováveis (eólica e solar) já aparecem como destaque principalmente no semiárido e na
região da Chapada Diamantina com capacidade de geração de energia, bem como a de
gerar emprego e renda no interior.
A indústria da Bahia vai mal porque, ao apresentar fortes recuos no segmentos de
produtos químicos e de papel e celulose, a produção da indústria baiana encerrou o mês
de junho de 2023 com uma queda de 3,6% em relação a igual mês do ano passado. Com
este resultado, o setor industrial da Bahia fechou o primeiro semestre do ano com uma
queda de 3,7%. Foi o 5º pior resultado do país, abaixo do nacional (-0,3%) [21]. O setor
industrial vem perdendo participação na formação do PIB em quase todos os estados
brasileiros com a Bahia liderando a queda e sua indústria “encolheu" de 27,1% do total
do PIB, em 2010, para 21,5% em 2018 e 21,8% em 2019. A Bahia sofreu um processo de
desindustrialização com a perda de competitividade da indústria petroquímica e a saída
da Ford que deixou um rastro de desemprego e devastação na economia de Camaçari [22].
Para sanar o processo de desindustrialização da Bahia, é preciso que o governo da Bahia
desenvolva um programa de reindustrialização da Bahia atraindo novos investidores para
reativar a indústria petroquímica e de papel e celulose, mas também, desenvolver novas
atividades industriais como o da fabricação de carros elétricos que está em curso, bem
como promover a implantação de indústrias voltadas para atender o setor aeroespacial
com o desenvolvimento da economia espacial na Bahia diante de suas perspectivas
bastante positivas como serão descritas nos parágrafos subsequentes.
Mas, além de promover a reindustrialização da Bahia com as ações acima indicadas para
reativar a economia baiana e incrementar o PIB, o governo do Estado deveria adotar,
também, as estratégias seguintes: 1) propor ao governo federal a execução de 1012 obras
federais paralisadas no Estado; 2) propor ao governo federal a realização de investimentos
na integração da bacia do Rio São Francisco com as bacias dos rios do semiárido baiano
e a implantação de açudes nesta região para solucionar sua escassez hídrica e promover a
superação de seu subdesenvolvimento ; 3) executar novas obras públicas de infraestrutura
econômica (energia, transporte e comunicações) e infraestrutura social (educação, saúde,
habitação e saneamento básico) utilizando recursos do PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento) do governo federal; 4) atrair investidores para expandir a produção mineral
e o parque produtor de energias renováveis solar e eólica na Bahia; 5) incentivar o
incremento do potencial turístico da Bahia; 6) promover a substituição de importações da
Bahia atraindo investidores; 7) desenvolver um robusto programa de implantação de
indústrias de pequeno e médio portes no interior do Estado; e, 8) promover o
desenvolvimento da economia espacial na Bahia para colaborar no processo de
reindustrialização e incrementar o desenvolvimento da Bahia.
O desenvolvimento da economia espacial na Bahia poderia contribuir para atrair
investimentos privados nessa área diante das perspectivas positivas no mundo para o setor
espacial cujos investimentos podem atingir mais de US$ 1 trilhão de dólares já em 2040.
O setor espacial é reconhecido por ser um dos setores mais transversais e de maior valor
agregado existente. Diversos países têm realizado investimentos nessa área como forma
de promover seu desenvolvimento socioeconômico. Também é importante mencionar o
aumento da participação privada resultando em uma mudança brusca da dinâmica desse
setor que anteriormente só contemplava investimentos governamentais. O governo passa
a definir os requisitos de alto nível enquanto, a indústria estatal e a privada passam a ter
a responsabilidade de definir o método para atingir o objetivo proposto. As mudanças são
tão intensas que as empresas privadas, que antes não atuavam no setor espacial porque
3
não conseguiam prever oportunidades de lucros, passaram a realizar investimentos por
conta própria visando a criação de novos produtos e mercados para os próximos anos [3].
A própria definição de “Setor Espacial”, por si só, é complexa. Além dos segmentos de
manufatura de satélites e componentes, veículos lançadores como foguetes espaciais e
espaçonaves, segmento de solo e aplicações, há também questões associadas à inovação,
transferência de tecnologia e educação, que tornam esse setor o mais transversal e mais
complexo dos setores econômicos. As atividades espaciais compreendem uma dinâmica
complexa de agregação e de geração de valor. Incluem inovação tecnológica, demandam
infraestrutura específica e entregam produtos de alto valor agregado à sociedade. Esse
processo movimenta outras cadeias econômicas e gera valor em diversos mercados
distintos do setor espacial. Muitas iniciativas na área espacial assumem papéis indutores
de outras atividades econômicas. Por isso, cada uma dessas vertentes demanda soluções
de fomento específicas. Compreender essa concatenação é a base para construção de
políticas públicas eficazes que permitam o investimento no setor espacial. É importante
ressaltar o valor estratégico desse campo de atividade econômica [4].
Os países que investem no setor espacial entendem que este setor pode ser um
impulsionador de seu desenvolvimento socioeconômico. Eles entendem que, pela
transversalidade do processo de inovação, o setor espacial consegue envolver
praticamente todos os setores da economia. Por isso faz sentido investir no setor espacial,
porque indiretamente está investindo também em todos os outros setores econômicos do
país [4]. O desenvolvimento no Brasil de uma indústria e tecnologia espacial contribuiria
ao lado de países mais avançados para enfrentar o desafio de colonizar outros mundos,
mas contribuiria, também, para o desenvolvimento econômico e social do País. O Brasil
está bastante atrasado no desenvolvimento da indústria aeroespacial. No Brasil, o Estado
de São Paulo concentra a maior parte da estrutura voltada para o desenvolvimento da
indústria e tecnologia espacial. O desenvolvimento do setor espacial na Bahia contribuiria
para a elevação do seu PIB com a produção de bens e serviços da indústria e tecnologia
espacial se o governo da Bahia decidir atuar no setor. A inserção da Bahia na economia
espacial iria muito além do próprio setor espacial, uma vez que também compreende os
impactos cada vez mais abrangentes e em constante mudança dos produtos, serviços e
conhecimentos derivados do espaço na economia e na sociedade.
O investimento no setor espacial tem crescido nos últimos anos. Em 2008 apenas 49
países investiam no setor espacial. Em 2018 esse número aumentou para 72 países. Em
2020 são 79 países investindo neste segmento que tem como os cinco principais
investidores os Estados Unidos, a China, a Rússia, o Japão e a França. Há expectativa que
até 2040 os investimentos na economia espacial atinjam o valor de U$1 trilhão e o
mercado, apenas de veículos lançadores, chegue em algo próximo de U$20 bilhões até
2030. A perspectiva de crescimento para todos os segmentos da economia espacial é
muito positiva. Em 2018, foram gastos cerca de U$70 bilhões pelas agências
governamentais espaciais de todo o mundo. Deste total, os Estados Unidos lideram com
investimentos de cerca de U$ 40 bilhões. Em segundo lugar figura a China com
investimentos de U$5 bilhões, depois o Japão e a França, ambos com investimentos de
U$3 bilhões cada. O Brasil, por sua vez, investiu em 2019 cerca de U$120 milhões no
setor espacial [3].
O desenvolvimento do setor espacial é uma oportunidade que está sendo colocada na
ordem-do-dia porque os fatos recentes apontam que a humanidade deverá colonizar
outros mundos a partir deste século. Avanços científicos e tecnológicos significativos
precisam ser desenvolvidos para propiciarem as condições para a humanidade colonizar
4
corpos celestes do sistema solar e fora dele. As invenções que venham a ocorrer no futuro
no setor espacial serão fundamentais para possibilitar a fuga de seres humanos para outros
planetas ou luas do sistema solar ou exoplanetas fora dele, no caso em que a existência
da humanidade como espécie for ameaçada com sua permanência no planeta Terra, com
a ocorrência da colisão sobre o planeta Terra de corpos vindos do espaço sideral (cometas,
asteroides, planetas do sistema solar e planetas órfãos), o esfriamento do núcleo do
planeta Terra com o comprometimento do campo magnético terrestre que nos protege de
ameaças vindas do espaço, a Terra ser atingida pela emissão de raios gama com a
explosão de estrelas supernovas, do contínuo afastamento da Lua em relação à Terra e o
comprometimento de seu meio ambiente, da morte do Sol, da colisão das galáxias
Andrômeda e Via Láctea e com o fim do Universo. A sobrevivência da humanidade como
espécie depende do desenvolvimento científico e tecnológico do setor espacial [1].
A colonização de Marte representa o primeiro passo para a humanidade colonizar outros
mundos. Para os seres humanos realizarem missões espaciais de longa distância, é preciso
encontrar formas mais avançadas de propulsão de foguetes visando alcançar distâncias a
centenas ou milhares de anos-luz haja vista que, segundo os cientistas, os foguetes
químicos atuais são limitados pela velocidade máxima dos gases de escapamento. Outras
alternativas propostas por cientistas consistiriam na utilização de propulsão térmica
nuclear, de um motor solar/iônico como uma nova forma de propulsão de foguetes, bem
como a criação de um reator de fusão em que um foguete extrai hidrogênio do espaço
interestelar e o liquefaz. É preciso, também, desenvolver espaçonaves capazes de
protegerem os seres humanos em viagens espaciais e projetar sondas espaciais para
realizarem pesquisas sobre locais habitáveis possíveis no sistema solar como Marte, Titan
(lua de Saturno) e Callisto (lua de Júpiter) ou fora dele como o exoplaneta Próxima b
situado no sistema Alpha Centauri e em um exoplaneta em uma galáxia mais próxima
como a Galáxia Anã do Cão Maior situada a 25.000 anos-luz da Terra, para desenvolver
colônias espaciais para uso pelos seres humanos fora da Terra [2].
Por que investir no setor espacial é importante? Respostas para tais perguntas podem ser
dadas por meio de quatro grandes benefícios: 1) Benefícios de inovação oriundos do
desenvolvimento de tecnologia espacial [6]; 2) Benefícios ambientais diretos oriundos de
aplicações espaciais [6]; 3) Benefícios econômicos oriundos da exploração de serviços e
aplicações espaciais [5][6]; e, 4) Benefícios relacionados com a criação de condições para
salvar a humanidade da extinção resultante de ameaças internas e externas ao planeta
Terra. Por “benefícios de inovação” entende-se a geração de inventos que têm impacto
direto para o cidadão, facilitando sua vida ou reduzindo o tempo gasto com tarefas
desnecessárias [6]. Por “benefícios ambientais diretos” compreende-se a geração de
informação atualizada e precisa sobre o meio ambiente, o que inclui a previsão de estados
futuros de tempo e clima [6]. Por “benefícios econômicos” entende-se a geração de
empregos e riqueza pela criação de novos processos de produção [5][6]. Por “benefícios
para salvar a humanidade da extinção” inclui a adoção de soluções baseadas na ciência e
na tecnologia visando a fuga de seres humanos para outros locais habitáveis que possam
ser colonizados fora da Terra
Como exemplos de benefícios de inovação da exploração espacial utilizados pela
sociedade temos: 1) protetores almofadados para calçados de corrida; 2) equipamentos de
segurança para bombeiros; 3) ranhuras no asfalto para evitar acidentes na decolagem e
aterrissagem de aviões e usados, também, em estradas e rodovias; 4) fontes limpas de
energia com o desenvolvimento de painéis solares eficientes; 5) óculos de sol protetores
mais eficientes de radiação ultravioleta desenvolvidos a partir de coberturas protetoras de
capacetes de astronautas; 6) comida para bebês com o uso de componentes sintéticos
5
desenvolvidos com base em pesquisa feita com certas algas na exploração do espaço; 7)
Asa Delta usada no programa Gemini da NASA; 8) Nitinol, liga metálica usada em
aparelhos dentários cujo desenvolvimento ocorreu a partir de pesquisa por dispositivos
durante o lançamento de satélites depois do último estágio de foguetes; 9) unidades de
terapia intensiva desenvolvidas a partir de programas espaciais tripulados para o registro
e monitoramento do estado fisiológico de astronautas; 10) roupas esportivas que
absorvem calor com materiais oriundos de vestimentas isolantes de astronautas; 11)
pacotes de gel que absorvem calor; e, 12) Hidroponia avançada utilizada em missões
espaciais de longa duração [6].
É provável que os resultados da exploração espacial beneficiem ainda mais a produção
agrícola e a alimentação humana por desenvolverem métodos de crescimento em
ambientes com recursos reduzidos. Disso surgiram aplicações para regiões áridas e
desertos, soluções para fornecimento de água sob influência de pesquisas espaciais no
aproveitamento de rejeitos, a remoção de impurezas e purificação da água, kits de
medidores de pressão arterial, alicate hidráulico de salvamento usado pela primeira vez
em missões espaciais e hoje utilizado por equipes de bombeiros para eliminar obstáculos
durante salvamentos, Joystick usado pela primeira vez nas missões Apollo da NASA e
hoje utilizadas em videogames, equipamentos cirúrgicos, controles de aeronaves
militares, helicópteros, drones e outros, tomografia computadorizada usada na detecção
de defeitos em componentes de dispositivos espaciais e utilizada hoje como importantes
ferramentas de diagnóstico médico e equipamentos de musculação e condicionamento
físico para manter o condicionamento físico de astronautas em ambientes espaciais (baixa
gravidade) que é a origem de muitos dos modernos equipamentos de musculação nas
academias [6].
Os benefícios ambientais diretos oriundos de aplicações espaciais dizem respeito ao
sensoriamento remoto por satélites artificiais que é utilizado em áreas importantes e
prioritárias ligadas ao levantamento de recursos naturais e ao monitoramento do meio
ambiente com a realização de previsões numéricas de tempo e clima, além de gerar
estudos e dados para subsidiar políticas públicas voltadas à mitigação dos impactos das
mudanças ambientais globais, ao estudo e o monitoramento da expansão da agricultura e
das cidades, dos desastres naturais e desmatamentos que são as principais aplicações
derivadas da tecnologia espacial em benefício do meio ambiente. Governo, cientistas e
empresas usam cada vez mais o sensoriamento remoto, tecnologia em que o Brasil é um
dos pioneiros no mundo, por meio da atuação do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais). A série histórica de dados orbitais sobre desmatamento na Amazônia norteia
vários estudos científicos e políticas públicas, produzindo informação para toda a
sociedade interessada em sustentabilidade. O INPE também monitora queimadas e a
qualidade do ar, entre outros índices importantes na área de clima e meio ambiente. Os
modelos numéricos desenvolvidos no INPE são essenciais nos estudos de fenômenos
extremos e projeções de mudanças climáticas. Todo o conhecimento científico sobre o
sistema terrestre se traduz em informações para formulação de políticas públicas e o apoio
à diplomacia brasileira nas negociações internacionais sobre as mudanças climáticas
globais [7][8].
2) O potencial de elevação do PIB baiano com a produção de bens e serviços
inseridos no contexto do setor espacial
Diversos autores têm envidado esforços para medir o retorno dos investimentos na área.
No entanto, ainda são escassos os resultados, e muitos sofrem com problemas
metodológicos e de definições teóricas. Considerando os estudos mais robustos, uma
6
estimativa para a taxa de retorno agregada para os países participantes da Agência
Espacial Europeia (ESA) se situa entre 3,0 a 4,0 vezes (direto) e 6,0 a 12,0 vezes (indireto)
em relação ao investimento realizado. Essas taxas podem ser consideradas como uma taxa
anual. É de se esperar que os retornos, diretos e indiretos, dos investimentos realizados
no setor espacial possam gerar muitos benefícios para os outros setores econômicos.
Foram aplicadas estas taxas para os projetos financiados pela AEB (Agência Espacial
Brasileira) durante o ano de 2020 referentes ao impacto direto, da ordem de 3 a 4 vezes e
ao impacto indireto, da ordem de 6 a 12 vezes nas mesmas bases das adotadas pela
Agência Espacial Europeia (ESA) [9].
No Brasil, para o caso do impacto direto, em um cenário mais conservador (considerando
o efeito de 3 vezes para cada R$ investido) os investimentos totais realizados em 2020,
na ordem de R$ 57.544.822,00, geraram um retorno de R$ 172.634.466,00. Para o caso
do impacto indireto, o retorno para o cenário conservador (considerando o multiplicador
de 6 vezes por cada R$ investido) somou R$ 345.268.932,00. Esses impactos medem os
efeitos gerados pelo investimento no setor espacial em outros setores econômicos, que
não o espacial. Dessa forma, sendo conservador, o total investido pela AEB em 2020,
gerou um efeito total de R$ 517.903.398,00. Isto significa dizer que o PIB da Bahia
poderá ter grande potencial de elevação se houver investimentos no desenvolvimento do
setor espacial [9].
3) Como inserir a Bahia no setor espacial
Estamos vivendo hoje a era do “New Space”, o “Novo Espaço” da exploração orbital e além.
Na década de 1990, o setor espacial começou a evoluir com grande velocidade. Surgiram
novas tecnologias de lançamento de foguetes, equipamentos orbitais cada vez mais leves,
com maior capacidade de serviço e vida útil mais longa. Em meados da década de 1990,
surgiram as primeiras redes de micro ou nanosatélites em órbita baixa que fornecem serviços
globais de telecomunicações. Existem hoje vários consórcios transnacionais lançando ou se
preparando para lançar suas próprias constelações de satélites em órbita não geoestacionária,
isto é. quando estes são colocados em uma órbita circular em torno da Terra tal que a sua
velocidade de rotação não é a mesma da Terra.
Desde o começo deste século, o mercado de satélites vem se tornando cada vez mais atrativo
para a iniciativa privada, com empresas e conglomerados de vários países investindo
fortemente na produção de satélites, foguetes lançadores e uma imensa variedade de sistemas
essenciais para o funcionamento desses equipamentos orbitais. Muitos países que não
dispõem de bases espaciais ou recursos financeiros para lançar satélites estão ganhando com
o desenvolvimento de softwares, células de energia, blindagem contra a radiação e baixas
temperaturas do vácuo espacial, chips e circuitos para sistemas de telecomunicações e muito
mais.
Atuar no mercado do setor espacial, “New Space”, é uma grande oportunidade para a Bahia
reativar sua debilitada economia na era contemporânea. A Bahia deveria implantar um
cluster espacial no Parque Tecnológico da Bahia similar ao Cluster Aeroespacial
Brasileiro, que é um Arranjo Produtivo Local, sediado no Parque Tecnológico de São
José dos Campos (PqTec) no Estado de São Paulo que abriga mais de 100 companhias de
diferentes regiões do país, promovendo a sinergia entre as empresas do setor aeroespacial
brasileiro, bem como sua competividade nacional e internacional [10][11].
O Parque Tecnológico de São José dos Campos (PqTec) é um local com 188 mil m²
voltado à produção científica e tecnológica aplicada. Conta com empresas de base
7
tecnológica, Faculdade de Tecnologia (Fatec) e o Laboratório de Estruturas Leves do
Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT). O Parque oferece a empresas espaço físico e
infraestrutura básica para abrigar suas instalações e pessoal. Oferece também serviços
para capacitação da gestão e oportunidades de networking com outras empresas,
instituições de pesquisa e agentes financiadores. Possui contratos e convênios para
parcerias e subsídios com Finep, APEX, ABDI, Sebrae, SDECTI/SP, BNDES. Além
disso, possui acordos de cooperação firmados com os clusters aeroespaciais do Canadá,
da Suécia, da Inglaterra, da Holanda, além de dois parques tecnológicos e instituições
governamentais chinesas. O Parque Tecnológico da Bahia deveria se inspirar na
experiência do Parque Tecnológico de São José dos Campos no Estado de São Paulo [10].
No desenvolvimento do setor espacial na Bahia, é preciso adotar as medidas descritas a
seguir:
 O governo do Estado deveria montar uma estrutura de coordenação das ações visando
o desenvolvimento do setor espacial da Bahia com a participação da Secretaria do
Planejamento, Secretaria de Ciência e Tecnologia, Secretaria de Minas e Energia,
Federação das Indústrias da Bahia, UFBA e UNEB.
 A estrutura de coordenação deveria planejar todas as ações visando o
desenvolvimento do setor espacial na Bahia.
 O governo do Estado deveria se articular com a Agência Espacial Brasileira visando
a implantação na Bahia do setor espacial.
 O governo do Estado deveria se articular com a Federação das Indústrias da Bahia
(FIEB) e o SENAI-Cimatec visando o desenvolvimento da indústria espacial na
Bahia.
 O governo do Estado deveria celebrar acordo de cooperação com o Parque
Tecnológico de São José dos Campos no Estado de São Paulo visando a implantação
na Bahia do setor espacial.
 O governo do Estado deveria utilizar o SENAI-Cimatec e o Parque Tecnológico da
Bahia como locais onde desenvolver projetos de pesquisas visando o
desenvolvimento do setor espacial da Bahia.
 O governo do Estado deveria celebrar acordo de cooperação com o Instituto
Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), o Laboratório de Estruturas Leves (LEL), o Departamento de Ciência e
Tecnologia Aeroespacial (CTA), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o
Instituto de Estudos Avançados (IEAv), o Instituto de Fomento e Coordenação
Industrial (IFI) e o Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (Ipev).
 O governo do Estado deveria se articular com a UFBA e UNEB visando a oferta de
cursos de engenharia espacial na Bahia para formar recursos humanos qualificados na
área espacial.
 O governo do Estado deveria captar recursos junto à FINEP para o desenvolvimento
de projetos de pesquisa e ao BNDES para investimentos no setor espacial da Bahia.
 O governo do Estado deveria fazer com que o setor de produção mineral da Bahia
busque produzir minérios estratégicos que sejam utilizados na fabricação de foguetes,
sondas e satélites espaciais.
Pode-se afirmar que o desenvolvimento do setor espacial na Bahia contribuirá, não apenas
para sustar o processo de desindustrialização com a implantação da indústria espacial,
mas também, para desenvolver ainda mais o setor de produção mineral que se articularia
fortemente com o setor espacial. A Bahia é o principal produtor de minérios do Nordeste
e vem avançando as pesquisas visando o desenvolvimento dos minerais portadores de
8
futuro, entre eles lítio, grafite para grafeno e nióbio. Todos são importantes e estratégicos
no desenvolvimento tecnológico de produtos como baterias para veículos elétricos,
celulares, fibra ótica e indústria espacial. A Bahia produz vanádio que é utilizado na
indústria, principalmente em metalurgia, onde é adicionado a ligas para obtenção de aços
especiais. Quando combinado com crômio, níquel, manganês, boro, tungstênio e outros
elementos, é usado na produção de aços de carbono com alta resistência [12].
Recentemente, houve a divulgação da descoberta de uma mega reserva de alumínio entre
Nazaré e Itacaré, ou seja, do sul do Recôncavo ao norte da região cacaueira, passando por
todo o baixo sul da Bahia. Desde o final da década de 1920, quando os primeiros aviões
comerciais surgiram, o alumínio foi um metal que sempre esteve presente e, com o passar
dos anos, se tornou um dos materiais mais importantes em toda a indústria aeroespacial.
Entre os possíveis materiais estão o titânio e a liga metálica feita por alumínio-lítio, que
em diversas pesquisas mostrou ser mais forte e mais leve que o alumínio sozinho. Mesmo
com novas adaptações e o uso de novas ligas metálicas, o alumínio continuará sendo o
metal mais utilizado na indústria aeroespacial [13].
Após diversos estudos e investimentos, a indústria metalúrgica apresentou uma nova
solução para o setor aeroespacial: o cobre-alumínio. Essa liga, também chamada de
bronze-alumínio, pode apresentar até 13% de alumínio e, com a junção de outros tipos de
elementos, chega a apresentar maior resistência mecânica e à corrosão, características que
são fundamentais e almejadas pelo setor. Ligas de titânio são aplicadas na indústria
aeroespacial devido à leveza e resistência do material. Ligas leves e resistentes de titânio
são utilizadas na fabricação de peças para motores, foguetes e aeronaves. A Bahia é
produtora de cobre, titânio e poderá ser, também, de alumínio com o aproveitamento da
mega reserva de alumínio descoberta recentemente. Além da condutividade térmica,
resistência às diferentes temperaturas e o custo-benefício também são características que
ampliam o uso do cobre. A sua versatilidade permite que ele seja utilizado em pontos
críticos da aeronave, como o trem de pouso e outras articulações do sistema mecânico
[13].
REFERÊNCIAS
1. ALCOFORADO, Fernando. A humanidade ameaçada e as estratégias para sua
sobrevivência. São Paulo: Editora Dialética, 2021.
2. ALCOFORADO, Fernando. Rumo à colonização de outros mundos. Disponível no
website <https://www.slideshare.net/Faga1939/rumo-colonizao-humana-de-outros-
mundospdf>.
3. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÕES. AEB mostra valores
e oportunidades do mercado espacial. Disponível no website
<https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2020/10/mncti-aeb-mostra-
valores-e-oportunidades-do-mercado-espacial>.
4. MELO, Michele Cristina Silva. A cadeia de valor do setor Espacial. Disponível no
website <https://mundogeo.com/2022/03/21/artigo-a-cadeia-de-valor-do-setor-
espacial/>.
5. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÕES. Benefícios da
exploração espacial. Disponível no website <https://www.gov.br/aeb/pt-br/programa-
espacial-brasileiro/aplicacoes-espaciais/beneficios-da-exploracao-espacial>.
9
6. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÕES. Aplicações
Espaciais. Disponível no website <https://www.gov.br/aeb/pt-br/programa-espacial-
brasileiro/aplicacoes-espaciais>.
7. PANORAMA ESPACIAL. INPE: 40 anos de recepção de imagens de satélite.
Disponível no website <http://panoramaespacial.blogspot.com/2013/05/inpe-40-anos-
de-recepcao-de-imagens-de.html>.
8. GEOLNOVA. A importância e contribuição do INPE para o sensoriamento
remoto no Brasil. Disponível no website <https://geoinova.com.br/a-importancia-e-
contribuicao-do-inpe-para-o-sensoriamento-remoto-no-brasil/>.
9. MELO, Michele Cristina Silva e FREITAS Lúcia Helena Michels. Uma tentativa de
mensurar o retorno do investimento público no setor espacial brasileiro. Disponível
no website <https://publicacoes.tesouro.gov.br/index.php/cadernos/article/view/138>.
10. DIAS, Lucas Roberto da Silva e CAMARA, Marcia Regina Gabardo. Cluster
Tecnológico Aeroespacial: a Nova Disposição das MPEs na Cadeia Produtiva da
Embraer. Disponível no website <https://anegepe.org.br/wp-
content/uploads/2021/09/96_trabalho.pdf>.
11. INVESTSP. Aeroespacial e Defesa. Disponível no website
<https://www.investe.sp.gov.br/setores-de-negocios/aeroespacial-e-defesa/>.
12. MOVIMENTO ECONÔMICO. Produção mineral e pesquisa alavancam
investimentos na Bahia. Disponível no website
<https://movimentoeconomico.com.br/economia/negocios/2022/09/12/producao-
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13. COPPERMETAL. Indústria Aeroespacial e o papel das ligas metálicas. Disponível
no website <https://www.coppermetal.com.br/blog/industria-aeroespacial/>.
14. SEI. PIB baiano tem alta de 1,5% no quarto trimestre e fecha 2022 com
crescimento de 2,6%. Disponível no website
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15. FREITAS, Eduardo. Economia da Bahia. Disponível no website
<https://brasilescola.uol.com.br/brasil/economia-bahia.htm>.
16. SEAGRI. Importância da Bahia cresce em estudo que traz o Brasil como um dos
gigantes mundiais do agro. Disponível no website
<http://www.seagri.ba.gov.br/noticias/2021/06/04/import%C3%A2ncia-da-bahia-
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17. RURAL PECUÁRIA. PIB baiano 2020 tem 24,4% de Agro. Disponível no website
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18. O PORTAL OFICIAL DO ESTADO DA BAHIA. SDE celebra números da
produção mineral da Bahia, que em janeiro alcançou R$ 1,1 bilhão. Disponível no
website <https://www.bahia.ba.gov.br/2023/03/noticias/mineracao/sde-celebra-
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10
19. O PORTAL OFICIAL DO ESTADO DA BAHIA. Turismo da Bahia segue
crescendo acima da média nacional. Disponível no website
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20. O PORTAL OFICIAL DO ESTADO DA BAHIA. Bahia mantém liderança
nacional na geração total de energia eólica e solar. Disponível no website
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21. BA DE VALOR. Produção da indústria baiana tem queda de 3,7% no primeiro
semestre. Disponível no website <https://badevalor.com.br/producao-da-industria-
baiana-tem-queda-de-37-no-primeiro-semestre>.
22. ALCOFORADO. Fernando. Como reativar a economia da Bahia e promover seu
desenvolvimento. Disponível no website <https://www.linkedin.com/pulse/como-
reativar-economia-da-bahia-e-promover-seu-alcoforado>.
* Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema
CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro pela Escola Politécnica da UFBA
e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona,
professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento
estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi
Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution
company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de
Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e
a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel,
São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado.
Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e
Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX
e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of
the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller
Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária
(Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o
progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo,
São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV,
Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI
(Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o
Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba,
2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-
autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade
ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da
ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da
humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022), de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton,
Florida, United States, 2022), How to protect human beings from threats to their existence and avoid the
extinction of humanity (Generis Publishing, Europe, Republic of Moldova, Chișinău, 2023) e A revolução
da educação necessária ao Brasil na era contemporânea (Editora CRV, Curitiba, 2023).

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Bahia e o setor espacial

  • 1. 1 O SETOR ESPACIAL COMO ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO DA BAHIA NA ERA CONTEMPORÂNEA Fernando Alcoforado* Este artigo apresenta o conteúdo de nossa palestra realizada na Rodada de Discussão “Como inserir a Bahia na economia espacial”, ocorrida no dia 11 de setembro de 2023, no contexto do Projeto Pensar a Bahia promovido pela SEI (Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia) para impulsionar o desenvolvimento da Bahia. Para assistir o vídeo de nossa palestra realizada juntamente com a Professora Leka Hattori, acessar o website <https://www.youtube.com/watch?v=bLzoG0G7stQ>. Nossa palestra apresenta o setor espacial como alternativa de desenvolvimento da Bahia na era contemporânea sendo composta de três partes: 1) A necessária transformação da economia baiana; 2) O potencial de elevação do PIB baiano com a produção de bens e serviços inseridos no contexto do setor espacial; e, 3) Como inserir a Bahia no setor espacial. 1) A necessária transformação da economia baiana. Em 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia totalizou R$ 401 bilhões [14]. Em 2020, o PIB da Bahia apresentou retração de 3,4% quando comparado a 2019. O PIB da Bahia, que era o sexto maior do país, perdeu participação no ranking nacional, sendo superado por Santa Catarina e Distrito Federal caindo para a 8a posição. As principais atividades econômicas da Bahia são ligadas à agropecuária, indústria, mineração, turismo e serviços que respondem por 36% de todo Produto Interno Bruto (PIB) da região Nordeste [15]. Depois da retração econômica agravada pela pandemia, a Bahia vem recuperando suas perdas do período recente com o crescimento registrado nos setores agropecuário, de mineração, de turismo e de energia renovável. O setor industrial é o que requer maior atenção do governo da Bahia pela queda nele registrada que ainda persiste. A agropecuária da Bahia vai bem porque é o maior produtor de grãos do Nordeste, com quase 50% de toda a produção da região e respondeu em 2020 [16], por 24,4% do total do PIB da Bahia [17]. Isto significa dizer que, praticamente, um quarto de todo Produto Interno Bruto da Bahia vem dos negócios do campo [16]. A produção mineral da Bahia vai bem porque em janeiro de 2023 alcançou o valor de R$ 1,1 bilhão, 68% maior que o mesmo período do ano passado. A Bahia é o Estado brasileiro com maior potencial mineral inexplorado e, portanto, objeto de interesse de grandes empresas mineradoras internacionais [18]. O turismo na Bahia vai bem porque as atividades turísticas na Bahia cresceram 13,6%, em maio de 2023, na comparação com o mesmo mês de 2022, enquanto o crescimento nacional foi de 8,6% [19]. No primeiro semestre de 2023, o fluxo de passageiros nos aeroportos da Bahia foi o maior do Nordeste, com 4,9 milhões de viajantes. O aeroporto de Salvador se consolidou como o principal portão de entrada de estrangeiros na região, com 135,7 mil passageiros do exterior (embarque e desembarque), com um incremento de 83%, no comparativo com o mesmo período de 2022. A Bahia se mantém líder nacional na geração de Energias Renováveis no Brasil [20]. Em 2019, a geração de energia por fonte eólica cresceu mais de 50% em relação a 2018 e a fonte fotovoltaica cresceu mais de 70%. A liderança da Bahia na geração de energia renovável foi mantida em 2021 e o aumento na capacidade instalada demonstra que este segmento é um importante indutor da economia baiana. Atualmente, o Estado da Bahia tem 205 parques eólicos em operação, com capacidade instalada de 5,26 Gigawatts e 34 parques de energia solar fotovoltaica com mais de 1 Gigawatt de capacidade. As Energias
  • 2. 2 Renováveis (eólica e solar) já aparecem como destaque principalmente no semiárido e na região da Chapada Diamantina com capacidade de geração de energia, bem como a de gerar emprego e renda no interior. A indústria da Bahia vai mal porque, ao apresentar fortes recuos no segmentos de produtos químicos e de papel e celulose, a produção da indústria baiana encerrou o mês de junho de 2023 com uma queda de 3,6% em relação a igual mês do ano passado. Com este resultado, o setor industrial da Bahia fechou o primeiro semestre do ano com uma queda de 3,7%. Foi o 5º pior resultado do país, abaixo do nacional (-0,3%) [21]. O setor industrial vem perdendo participação na formação do PIB em quase todos os estados brasileiros com a Bahia liderando a queda e sua indústria “encolheu" de 27,1% do total do PIB, em 2010, para 21,5% em 2018 e 21,8% em 2019. A Bahia sofreu um processo de desindustrialização com a perda de competitividade da indústria petroquímica e a saída da Ford que deixou um rastro de desemprego e devastação na economia de Camaçari [22]. Para sanar o processo de desindustrialização da Bahia, é preciso que o governo da Bahia desenvolva um programa de reindustrialização da Bahia atraindo novos investidores para reativar a indústria petroquímica e de papel e celulose, mas também, desenvolver novas atividades industriais como o da fabricação de carros elétricos que está em curso, bem como promover a implantação de indústrias voltadas para atender o setor aeroespacial com o desenvolvimento da economia espacial na Bahia diante de suas perspectivas bastante positivas como serão descritas nos parágrafos subsequentes. Mas, além de promover a reindustrialização da Bahia com as ações acima indicadas para reativar a economia baiana e incrementar o PIB, o governo do Estado deveria adotar, também, as estratégias seguintes: 1) propor ao governo federal a execução de 1012 obras federais paralisadas no Estado; 2) propor ao governo federal a realização de investimentos na integração da bacia do Rio São Francisco com as bacias dos rios do semiárido baiano e a implantação de açudes nesta região para solucionar sua escassez hídrica e promover a superação de seu subdesenvolvimento ; 3) executar novas obras públicas de infraestrutura econômica (energia, transporte e comunicações) e infraestrutura social (educação, saúde, habitação e saneamento básico) utilizando recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal; 4) atrair investidores para expandir a produção mineral e o parque produtor de energias renováveis solar e eólica na Bahia; 5) incentivar o incremento do potencial turístico da Bahia; 6) promover a substituição de importações da Bahia atraindo investidores; 7) desenvolver um robusto programa de implantação de indústrias de pequeno e médio portes no interior do Estado; e, 8) promover o desenvolvimento da economia espacial na Bahia para colaborar no processo de reindustrialização e incrementar o desenvolvimento da Bahia. O desenvolvimento da economia espacial na Bahia poderia contribuir para atrair investimentos privados nessa área diante das perspectivas positivas no mundo para o setor espacial cujos investimentos podem atingir mais de US$ 1 trilhão de dólares já em 2040. O setor espacial é reconhecido por ser um dos setores mais transversais e de maior valor agregado existente. Diversos países têm realizado investimentos nessa área como forma de promover seu desenvolvimento socioeconômico. Também é importante mencionar o aumento da participação privada resultando em uma mudança brusca da dinâmica desse setor que anteriormente só contemplava investimentos governamentais. O governo passa a definir os requisitos de alto nível enquanto, a indústria estatal e a privada passam a ter a responsabilidade de definir o método para atingir o objetivo proposto. As mudanças são tão intensas que as empresas privadas, que antes não atuavam no setor espacial porque
  • 3. 3 não conseguiam prever oportunidades de lucros, passaram a realizar investimentos por conta própria visando a criação de novos produtos e mercados para os próximos anos [3]. A própria definição de “Setor Espacial”, por si só, é complexa. Além dos segmentos de manufatura de satélites e componentes, veículos lançadores como foguetes espaciais e espaçonaves, segmento de solo e aplicações, há também questões associadas à inovação, transferência de tecnologia e educação, que tornam esse setor o mais transversal e mais complexo dos setores econômicos. As atividades espaciais compreendem uma dinâmica complexa de agregação e de geração de valor. Incluem inovação tecnológica, demandam infraestrutura específica e entregam produtos de alto valor agregado à sociedade. Esse processo movimenta outras cadeias econômicas e gera valor em diversos mercados distintos do setor espacial. Muitas iniciativas na área espacial assumem papéis indutores de outras atividades econômicas. Por isso, cada uma dessas vertentes demanda soluções de fomento específicas. Compreender essa concatenação é a base para construção de políticas públicas eficazes que permitam o investimento no setor espacial. É importante ressaltar o valor estratégico desse campo de atividade econômica [4]. Os países que investem no setor espacial entendem que este setor pode ser um impulsionador de seu desenvolvimento socioeconômico. Eles entendem que, pela transversalidade do processo de inovação, o setor espacial consegue envolver praticamente todos os setores da economia. Por isso faz sentido investir no setor espacial, porque indiretamente está investindo também em todos os outros setores econômicos do país [4]. O desenvolvimento no Brasil de uma indústria e tecnologia espacial contribuiria ao lado de países mais avançados para enfrentar o desafio de colonizar outros mundos, mas contribuiria, também, para o desenvolvimento econômico e social do País. O Brasil está bastante atrasado no desenvolvimento da indústria aeroespacial. No Brasil, o Estado de São Paulo concentra a maior parte da estrutura voltada para o desenvolvimento da indústria e tecnologia espacial. O desenvolvimento do setor espacial na Bahia contribuiria para a elevação do seu PIB com a produção de bens e serviços da indústria e tecnologia espacial se o governo da Bahia decidir atuar no setor. A inserção da Bahia na economia espacial iria muito além do próprio setor espacial, uma vez que também compreende os impactos cada vez mais abrangentes e em constante mudança dos produtos, serviços e conhecimentos derivados do espaço na economia e na sociedade. O investimento no setor espacial tem crescido nos últimos anos. Em 2008 apenas 49 países investiam no setor espacial. Em 2018 esse número aumentou para 72 países. Em 2020 são 79 países investindo neste segmento que tem como os cinco principais investidores os Estados Unidos, a China, a Rússia, o Japão e a França. Há expectativa que até 2040 os investimentos na economia espacial atinjam o valor de U$1 trilhão e o mercado, apenas de veículos lançadores, chegue em algo próximo de U$20 bilhões até 2030. A perspectiva de crescimento para todos os segmentos da economia espacial é muito positiva. Em 2018, foram gastos cerca de U$70 bilhões pelas agências governamentais espaciais de todo o mundo. Deste total, os Estados Unidos lideram com investimentos de cerca de U$ 40 bilhões. Em segundo lugar figura a China com investimentos de U$5 bilhões, depois o Japão e a França, ambos com investimentos de U$3 bilhões cada. O Brasil, por sua vez, investiu em 2019 cerca de U$120 milhões no setor espacial [3]. O desenvolvimento do setor espacial é uma oportunidade que está sendo colocada na ordem-do-dia porque os fatos recentes apontam que a humanidade deverá colonizar outros mundos a partir deste século. Avanços científicos e tecnológicos significativos precisam ser desenvolvidos para propiciarem as condições para a humanidade colonizar
  • 4. 4 corpos celestes do sistema solar e fora dele. As invenções que venham a ocorrer no futuro no setor espacial serão fundamentais para possibilitar a fuga de seres humanos para outros planetas ou luas do sistema solar ou exoplanetas fora dele, no caso em que a existência da humanidade como espécie for ameaçada com sua permanência no planeta Terra, com a ocorrência da colisão sobre o planeta Terra de corpos vindos do espaço sideral (cometas, asteroides, planetas do sistema solar e planetas órfãos), o esfriamento do núcleo do planeta Terra com o comprometimento do campo magnético terrestre que nos protege de ameaças vindas do espaço, a Terra ser atingida pela emissão de raios gama com a explosão de estrelas supernovas, do contínuo afastamento da Lua em relação à Terra e o comprometimento de seu meio ambiente, da morte do Sol, da colisão das galáxias Andrômeda e Via Láctea e com o fim do Universo. A sobrevivência da humanidade como espécie depende do desenvolvimento científico e tecnológico do setor espacial [1]. A colonização de Marte representa o primeiro passo para a humanidade colonizar outros mundos. Para os seres humanos realizarem missões espaciais de longa distância, é preciso encontrar formas mais avançadas de propulsão de foguetes visando alcançar distâncias a centenas ou milhares de anos-luz haja vista que, segundo os cientistas, os foguetes químicos atuais são limitados pela velocidade máxima dos gases de escapamento. Outras alternativas propostas por cientistas consistiriam na utilização de propulsão térmica nuclear, de um motor solar/iônico como uma nova forma de propulsão de foguetes, bem como a criação de um reator de fusão em que um foguete extrai hidrogênio do espaço interestelar e o liquefaz. É preciso, também, desenvolver espaçonaves capazes de protegerem os seres humanos em viagens espaciais e projetar sondas espaciais para realizarem pesquisas sobre locais habitáveis possíveis no sistema solar como Marte, Titan (lua de Saturno) e Callisto (lua de Júpiter) ou fora dele como o exoplaneta Próxima b situado no sistema Alpha Centauri e em um exoplaneta em uma galáxia mais próxima como a Galáxia Anã do Cão Maior situada a 25.000 anos-luz da Terra, para desenvolver colônias espaciais para uso pelos seres humanos fora da Terra [2]. Por que investir no setor espacial é importante? Respostas para tais perguntas podem ser dadas por meio de quatro grandes benefícios: 1) Benefícios de inovação oriundos do desenvolvimento de tecnologia espacial [6]; 2) Benefícios ambientais diretos oriundos de aplicações espaciais [6]; 3) Benefícios econômicos oriundos da exploração de serviços e aplicações espaciais [5][6]; e, 4) Benefícios relacionados com a criação de condições para salvar a humanidade da extinção resultante de ameaças internas e externas ao planeta Terra. Por “benefícios de inovação” entende-se a geração de inventos que têm impacto direto para o cidadão, facilitando sua vida ou reduzindo o tempo gasto com tarefas desnecessárias [6]. Por “benefícios ambientais diretos” compreende-se a geração de informação atualizada e precisa sobre o meio ambiente, o que inclui a previsão de estados futuros de tempo e clima [6]. Por “benefícios econômicos” entende-se a geração de empregos e riqueza pela criação de novos processos de produção [5][6]. Por “benefícios para salvar a humanidade da extinção” inclui a adoção de soluções baseadas na ciência e na tecnologia visando a fuga de seres humanos para outros locais habitáveis que possam ser colonizados fora da Terra Como exemplos de benefícios de inovação da exploração espacial utilizados pela sociedade temos: 1) protetores almofadados para calçados de corrida; 2) equipamentos de segurança para bombeiros; 3) ranhuras no asfalto para evitar acidentes na decolagem e aterrissagem de aviões e usados, também, em estradas e rodovias; 4) fontes limpas de energia com o desenvolvimento de painéis solares eficientes; 5) óculos de sol protetores mais eficientes de radiação ultravioleta desenvolvidos a partir de coberturas protetoras de capacetes de astronautas; 6) comida para bebês com o uso de componentes sintéticos
  • 5. 5 desenvolvidos com base em pesquisa feita com certas algas na exploração do espaço; 7) Asa Delta usada no programa Gemini da NASA; 8) Nitinol, liga metálica usada em aparelhos dentários cujo desenvolvimento ocorreu a partir de pesquisa por dispositivos durante o lançamento de satélites depois do último estágio de foguetes; 9) unidades de terapia intensiva desenvolvidas a partir de programas espaciais tripulados para o registro e monitoramento do estado fisiológico de astronautas; 10) roupas esportivas que absorvem calor com materiais oriundos de vestimentas isolantes de astronautas; 11) pacotes de gel que absorvem calor; e, 12) Hidroponia avançada utilizada em missões espaciais de longa duração [6]. É provável que os resultados da exploração espacial beneficiem ainda mais a produção agrícola e a alimentação humana por desenvolverem métodos de crescimento em ambientes com recursos reduzidos. Disso surgiram aplicações para regiões áridas e desertos, soluções para fornecimento de água sob influência de pesquisas espaciais no aproveitamento de rejeitos, a remoção de impurezas e purificação da água, kits de medidores de pressão arterial, alicate hidráulico de salvamento usado pela primeira vez em missões espaciais e hoje utilizado por equipes de bombeiros para eliminar obstáculos durante salvamentos, Joystick usado pela primeira vez nas missões Apollo da NASA e hoje utilizadas em videogames, equipamentos cirúrgicos, controles de aeronaves militares, helicópteros, drones e outros, tomografia computadorizada usada na detecção de defeitos em componentes de dispositivos espaciais e utilizada hoje como importantes ferramentas de diagnóstico médico e equipamentos de musculação e condicionamento físico para manter o condicionamento físico de astronautas em ambientes espaciais (baixa gravidade) que é a origem de muitos dos modernos equipamentos de musculação nas academias [6]. Os benefícios ambientais diretos oriundos de aplicações espaciais dizem respeito ao sensoriamento remoto por satélites artificiais que é utilizado em áreas importantes e prioritárias ligadas ao levantamento de recursos naturais e ao monitoramento do meio ambiente com a realização de previsões numéricas de tempo e clima, além de gerar estudos e dados para subsidiar políticas públicas voltadas à mitigação dos impactos das mudanças ambientais globais, ao estudo e o monitoramento da expansão da agricultura e das cidades, dos desastres naturais e desmatamentos que são as principais aplicações derivadas da tecnologia espacial em benefício do meio ambiente. Governo, cientistas e empresas usam cada vez mais o sensoriamento remoto, tecnologia em que o Brasil é um dos pioneiros no mundo, por meio da atuação do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A série histórica de dados orbitais sobre desmatamento na Amazônia norteia vários estudos científicos e políticas públicas, produzindo informação para toda a sociedade interessada em sustentabilidade. O INPE também monitora queimadas e a qualidade do ar, entre outros índices importantes na área de clima e meio ambiente. Os modelos numéricos desenvolvidos no INPE são essenciais nos estudos de fenômenos extremos e projeções de mudanças climáticas. Todo o conhecimento científico sobre o sistema terrestre se traduz em informações para formulação de políticas públicas e o apoio à diplomacia brasileira nas negociações internacionais sobre as mudanças climáticas globais [7][8]. 2) O potencial de elevação do PIB baiano com a produção de bens e serviços inseridos no contexto do setor espacial Diversos autores têm envidado esforços para medir o retorno dos investimentos na área. No entanto, ainda são escassos os resultados, e muitos sofrem com problemas metodológicos e de definições teóricas. Considerando os estudos mais robustos, uma
  • 6. 6 estimativa para a taxa de retorno agregada para os países participantes da Agência Espacial Europeia (ESA) se situa entre 3,0 a 4,0 vezes (direto) e 6,0 a 12,0 vezes (indireto) em relação ao investimento realizado. Essas taxas podem ser consideradas como uma taxa anual. É de se esperar que os retornos, diretos e indiretos, dos investimentos realizados no setor espacial possam gerar muitos benefícios para os outros setores econômicos. Foram aplicadas estas taxas para os projetos financiados pela AEB (Agência Espacial Brasileira) durante o ano de 2020 referentes ao impacto direto, da ordem de 3 a 4 vezes e ao impacto indireto, da ordem de 6 a 12 vezes nas mesmas bases das adotadas pela Agência Espacial Europeia (ESA) [9]. No Brasil, para o caso do impacto direto, em um cenário mais conservador (considerando o efeito de 3 vezes para cada R$ investido) os investimentos totais realizados em 2020, na ordem de R$ 57.544.822,00, geraram um retorno de R$ 172.634.466,00. Para o caso do impacto indireto, o retorno para o cenário conservador (considerando o multiplicador de 6 vezes por cada R$ investido) somou R$ 345.268.932,00. Esses impactos medem os efeitos gerados pelo investimento no setor espacial em outros setores econômicos, que não o espacial. Dessa forma, sendo conservador, o total investido pela AEB em 2020, gerou um efeito total de R$ 517.903.398,00. Isto significa dizer que o PIB da Bahia poderá ter grande potencial de elevação se houver investimentos no desenvolvimento do setor espacial [9]. 3) Como inserir a Bahia no setor espacial Estamos vivendo hoje a era do “New Space”, o “Novo Espaço” da exploração orbital e além. Na década de 1990, o setor espacial começou a evoluir com grande velocidade. Surgiram novas tecnologias de lançamento de foguetes, equipamentos orbitais cada vez mais leves, com maior capacidade de serviço e vida útil mais longa. Em meados da década de 1990, surgiram as primeiras redes de micro ou nanosatélites em órbita baixa que fornecem serviços globais de telecomunicações. Existem hoje vários consórcios transnacionais lançando ou se preparando para lançar suas próprias constelações de satélites em órbita não geoestacionária, isto é. quando estes são colocados em uma órbita circular em torno da Terra tal que a sua velocidade de rotação não é a mesma da Terra. Desde o começo deste século, o mercado de satélites vem se tornando cada vez mais atrativo para a iniciativa privada, com empresas e conglomerados de vários países investindo fortemente na produção de satélites, foguetes lançadores e uma imensa variedade de sistemas essenciais para o funcionamento desses equipamentos orbitais. Muitos países que não dispõem de bases espaciais ou recursos financeiros para lançar satélites estão ganhando com o desenvolvimento de softwares, células de energia, blindagem contra a radiação e baixas temperaturas do vácuo espacial, chips e circuitos para sistemas de telecomunicações e muito mais. Atuar no mercado do setor espacial, “New Space”, é uma grande oportunidade para a Bahia reativar sua debilitada economia na era contemporânea. A Bahia deveria implantar um cluster espacial no Parque Tecnológico da Bahia similar ao Cluster Aeroespacial Brasileiro, que é um Arranjo Produtivo Local, sediado no Parque Tecnológico de São José dos Campos (PqTec) no Estado de São Paulo que abriga mais de 100 companhias de diferentes regiões do país, promovendo a sinergia entre as empresas do setor aeroespacial brasileiro, bem como sua competividade nacional e internacional [10][11]. O Parque Tecnológico de São José dos Campos (PqTec) é um local com 188 mil m² voltado à produção científica e tecnológica aplicada. Conta com empresas de base
  • 7. 7 tecnológica, Faculdade de Tecnologia (Fatec) e o Laboratório de Estruturas Leves do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT). O Parque oferece a empresas espaço físico e infraestrutura básica para abrigar suas instalações e pessoal. Oferece também serviços para capacitação da gestão e oportunidades de networking com outras empresas, instituições de pesquisa e agentes financiadores. Possui contratos e convênios para parcerias e subsídios com Finep, APEX, ABDI, Sebrae, SDECTI/SP, BNDES. Além disso, possui acordos de cooperação firmados com os clusters aeroespaciais do Canadá, da Suécia, da Inglaterra, da Holanda, além de dois parques tecnológicos e instituições governamentais chinesas. O Parque Tecnológico da Bahia deveria se inspirar na experiência do Parque Tecnológico de São José dos Campos no Estado de São Paulo [10]. No desenvolvimento do setor espacial na Bahia, é preciso adotar as medidas descritas a seguir:  O governo do Estado deveria montar uma estrutura de coordenação das ações visando o desenvolvimento do setor espacial da Bahia com a participação da Secretaria do Planejamento, Secretaria de Ciência e Tecnologia, Secretaria de Minas e Energia, Federação das Indústrias da Bahia, UFBA e UNEB.  A estrutura de coordenação deveria planejar todas as ações visando o desenvolvimento do setor espacial na Bahia.  O governo do Estado deveria se articular com a Agência Espacial Brasileira visando a implantação na Bahia do setor espacial.  O governo do Estado deveria se articular com a Federação das Indústrias da Bahia (FIEB) e o SENAI-Cimatec visando o desenvolvimento da indústria espacial na Bahia.  O governo do Estado deveria celebrar acordo de cooperação com o Parque Tecnológico de São José dos Campos no Estado de São Paulo visando a implantação na Bahia do setor espacial.  O governo do Estado deveria utilizar o SENAI-Cimatec e o Parque Tecnológico da Bahia como locais onde desenvolver projetos de pesquisas visando o desenvolvimento do setor espacial da Bahia.  O governo do Estado deveria celebrar acordo de cooperação com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Laboratório de Estruturas Leves (LEL), o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (CTA), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o Instituto de Estudos Avançados (IEAv), o Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) e o Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (Ipev).  O governo do Estado deveria se articular com a UFBA e UNEB visando a oferta de cursos de engenharia espacial na Bahia para formar recursos humanos qualificados na área espacial.  O governo do Estado deveria captar recursos junto à FINEP para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e ao BNDES para investimentos no setor espacial da Bahia.  O governo do Estado deveria fazer com que o setor de produção mineral da Bahia busque produzir minérios estratégicos que sejam utilizados na fabricação de foguetes, sondas e satélites espaciais. Pode-se afirmar que o desenvolvimento do setor espacial na Bahia contribuirá, não apenas para sustar o processo de desindustrialização com a implantação da indústria espacial, mas também, para desenvolver ainda mais o setor de produção mineral que se articularia fortemente com o setor espacial. A Bahia é o principal produtor de minérios do Nordeste e vem avançando as pesquisas visando o desenvolvimento dos minerais portadores de
  • 8. 8 futuro, entre eles lítio, grafite para grafeno e nióbio. Todos são importantes e estratégicos no desenvolvimento tecnológico de produtos como baterias para veículos elétricos, celulares, fibra ótica e indústria espacial. A Bahia produz vanádio que é utilizado na indústria, principalmente em metalurgia, onde é adicionado a ligas para obtenção de aços especiais. Quando combinado com crômio, níquel, manganês, boro, tungstênio e outros elementos, é usado na produção de aços de carbono com alta resistência [12]. Recentemente, houve a divulgação da descoberta de uma mega reserva de alumínio entre Nazaré e Itacaré, ou seja, do sul do Recôncavo ao norte da região cacaueira, passando por todo o baixo sul da Bahia. Desde o final da década de 1920, quando os primeiros aviões comerciais surgiram, o alumínio foi um metal que sempre esteve presente e, com o passar dos anos, se tornou um dos materiais mais importantes em toda a indústria aeroespacial. Entre os possíveis materiais estão o titânio e a liga metálica feita por alumínio-lítio, que em diversas pesquisas mostrou ser mais forte e mais leve que o alumínio sozinho. Mesmo com novas adaptações e o uso de novas ligas metálicas, o alumínio continuará sendo o metal mais utilizado na indústria aeroespacial [13]. Após diversos estudos e investimentos, a indústria metalúrgica apresentou uma nova solução para o setor aeroespacial: o cobre-alumínio. Essa liga, também chamada de bronze-alumínio, pode apresentar até 13% de alumínio e, com a junção de outros tipos de elementos, chega a apresentar maior resistência mecânica e à corrosão, características que são fundamentais e almejadas pelo setor. Ligas de titânio são aplicadas na indústria aeroespacial devido à leveza e resistência do material. Ligas leves e resistentes de titânio são utilizadas na fabricação de peças para motores, foguetes e aeronaves. A Bahia é produtora de cobre, titânio e poderá ser, também, de alumínio com o aproveitamento da mega reserva de alumínio descoberta recentemente. Além da condutividade térmica, resistência às diferentes temperaturas e o custo-benefício também são características que ampliam o uso do cobre. A sua versatilidade permite que ele seja utilizado em pontos críticos da aeronave, como o trem de pouso e outras articulações do sistema mecânico [13]. REFERÊNCIAS 1. ALCOFORADO, Fernando. A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência. São Paulo: Editora Dialética, 2021. 2. ALCOFORADO, Fernando. Rumo à colonização de outros mundos. Disponível no website <https://www.slideshare.net/Faga1939/rumo-colonizao-humana-de-outros- mundospdf>. 3. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÕES. AEB mostra valores e oportunidades do mercado espacial. Disponível no website <https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2020/10/mncti-aeb-mostra- valores-e-oportunidades-do-mercado-espacial>. 4. MELO, Michele Cristina Silva. A cadeia de valor do setor Espacial. Disponível no website <https://mundogeo.com/2022/03/21/artigo-a-cadeia-de-valor-do-setor- espacial/>. 5. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÕES. Benefícios da exploração espacial. Disponível no website <https://www.gov.br/aeb/pt-br/programa- espacial-brasileiro/aplicacoes-espaciais/beneficios-da-exploracao-espacial>.
  • 9. 9 6. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÕES. Aplicações Espaciais. Disponível no website <https://www.gov.br/aeb/pt-br/programa-espacial- brasileiro/aplicacoes-espaciais>. 7. PANORAMA ESPACIAL. INPE: 40 anos de recepção de imagens de satélite. Disponível no website <http://panoramaespacial.blogspot.com/2013/05/inpe-40-anos- de-recepcao-de-imagens-de.html>. 8. GEOLNOVA. A importância e contribuição do INPE para o sensoriamento remoto no Brasil. Disponível no website <https://geoinova.com.br/a-importancia-e- contribuicao-do-inpe-para-o-sensoriamento-remoto-no-brasil/>. 9. MELO, Michele Cristina Silva e FREITAS Lúcia Helena Michels. Uma tentativa de mensurar o retorno do investimento público no setor espacial brasileiro. Disponível no website <https://publicacoes.tesouro.gov.br/index.php/cadernos/article/view/138>. 10. DIAS, Lucas Roberto da Silva e CAMARA, Marcia Regina Gabardo. Cluster Tecnológico Aeroespacial: a Nova Disposição das MPEs na Cadeia Produtiva da Embraer. Disponível no website <https://anegepe.org.br/wp- content/uploads/2021/09/96_trabalho.pdf>. 11. INVESTSP. Aeroespacial e Defesa. Disponível no website <https://www.investe.sp.gov.br/setores-de-negocios/aeroespacial-e-defesa/>. 12. MOVIMENTO ECONÔMICO. Produção mineral e pesquisa alavancam investimentos na Bahia. Disponível no website <https://movimentoeconomico.com.br/economia/negocios/2022/09/12/producao- mineral-e-pesquisa-alavancam-investimentos-na-bahia/>. 13. COPPERMETAL. Indústria Aeroespacial e o papel das ligas metálicas. Disponível no website <https://www.coppermetal.com.br/blog/industria-aeroespacial/>. 14. SEI. PIB baiano tem alta de 1,5% no quarto trimestre e fecha 2022 com crescimento de 2,6%. Disponível no website <https://sei.ba.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3829:pib- baiano-tem-alta-de-1-5-no-quarto-trimestre-e-fecha-2022-com-crescimento-de-2- 6&catid=10&Itemid=1073&lang=pt#:~:text=Em%202022%2C%20o%20PIB%20da,% 24%20225%2C2%20bilh%C3%B5es>. 15. FREITAS, Eduardo. Economia da Bahia. Disponível no website <https://brasilescola.uol.com.br/brasil/economia-bahia.htm>. 16. SEAGRI. Importância da Bahia cresce em estudo que traz o Brasil como um dos gigantes mundiais do agro. Disponível no website <http://www.seagri.ba.gov.br/noticias/2021/06/04/import%C3%A2ncia-da-bahia- cresce-em-estudo-que-traz-o-brasil-como-um-dos-gigantes>. 17. RURAL PECUÁRIA. PIB baiano 2020 tem 24,4% de Agro. Disponível no website <https://ruralpecuaria.com.br/noticia/pib-baiano-2020-tem-24-4-de-agro.html>. 18. O PORTAL OFICIAL DO ESTADO DA BAHIA. SDE celebra números da produção mineral da Bahia, que em janeiro alcançou R$ 1,1 bilhão. Disponível no website <https://www.bahia.ba.gov.br/2023/03/noticias/mineracao/sde-celebra- numeros-da-producao-mineral-da-bahia-que-em-janeiro-alcancou>.
  • 10. 10 19. O PORTAL OFICIAL DO ESTADO DA BAHIA. Turismo da Bahia segue crescendo acima da média nacional. Disponível no website <https://www.bahia.ba.gov.br/2023/07/noticias/turismo/turismo-da-bahia-segue- crescendo-acima-da-media-nacional/>. 20. O PORTAL OFICIAL DO ESTADO DA BAHIA. Bahia mantém liderança nacional na geração total de energia eólica e solar. Disponível no website <https://www.bahia.ba.gov.br/2023/03/noticias/sustentabilidade/bahia-mantem- lideranca-nacional-na-geracao-total-de-energia-eolica-e-solar>. 21. BA DE VALOR. Produção da indústria baiana tem queda de 3,7% no primeiro semestre. Disponível no website <https://badevalor.com.br/producao-da-industria- baiana-tem-queda-de-37-no-primeiro-semestre>. 22. ALCOFORADO. Fernando. Como reativar a economia da Bahia e promover seu desenvolvimento. Disponível no website <https://www.linkedin.com/pulse/como- reativar-economia-da-bahia-e-promover-seu-alcoforado>. * Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro pela Escola Politécnica da UFBA e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co- autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022), de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022), How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity (Generis Publishing, Europe, Republic of Moldova, Chișinău, 2023) e A revolução da educação necessária ao Brasil na era contemporânea (Editora CRV, Curitiba, 2023).