O documento discute a pronúncia do nome de Deus no hebraico antigo. Aponta que:
1) Textos arqueológicos mostram que a forma correta era "Yahu" e não "Yeho" como sugere o texto massorético;
2) Dicionários e textos antigos confirmam que nomes como "Jeú" e "Jeoacaz" eram escritos como "Yahu" e "Yahu-hazi" originalmente.
1. “ NADA HÁ OCULTO QUE NÃO VENHA A
SER REVELADO”.
Mc 4:22
“ ELE REVELA O PROFUNDO E O
ESCONDIDO”
Dn 2:22
“EM VÃO TEM
TRABALHADO A FALSA
PENA DOS ESCRIBAS”
Jr 8:8
3. - 1 -
No Texto Massorético da Bíblia Hebraica o tetragrama יהוה ( YHWH ) apa-
rece vocalizado de 4 maneiras diferentes:
“[...] os massoretas , ao escreverem as vogais na Torah , usavam as vogais
de outra palavra para a pronúncia do tetragrama. [...] os massoretas colocaram
as vogais de Adonai sob as consoantes Yud-Heh-Vav-Heh. [...] Em português , o
nome ‘Jeová’ é a representação das consoantes ( Y-H-V-H ) acrescidas das vogais
de ‘Adonai’ — uma forma híbrida sem base histórica” ( Bíblia Judaica Completa
, traduzida por David H. Stern , pgs.43-44; Editora Vida , 2010 ).
No gráfico a seguir você poderá perceber claramente como os massoretas fi-
zeram este enxerto no tetragrama יהוה ( YHWH ):
“Quando , porém , foram acrescentadas às consoantes hebraicas ( no oitavo
e nono século d.C. ) as letras vogais , as de Adonai foram dadas a Yhwh em
vez das suas próprias. Por esta razão, se o primeiro ‘a’ fosse levemente disfar-
4. - 2 -
çado seria possível ler-se Yehowah; e foi isto o que realmente aconteceu” ( Dicioná-
rio Bíblico Universal - 3ª Edição - por Rev. Arcediago A. R. Buckland , pgs 210-211;
Editora Vida ). Vide gráfico:
Como se vê , o próprio Texto Massorético da Bíblia Hebraica comprova as
adulterações dos escribas , os quais puseram vocalizações tendenciosas para ocul-
tar a real pronúncia do nome do Criador. Lembrem-se: Os sinais massoréticos
simplesmente não existiam quando os originais foram escritos; e aqui nós vimos cla-
ramente como estes sinais foram colocados ao bel prazer do copista.
Considere o que disse o teólogo judeu nazareno Tsadok Ben Derech:
“Ao se criar o falso vocábulo YEHOVÁ, que consta até hoje dos textos em he-
braico vocalizados , os massoretas conseguiram ludibriar as pessoas , ocultando o
verdadeiro nome , em razão do falso mito de que o nome de YHWH não pode
ser falado. Esta é a razão pela qual o nome de ‘Josué’ está grafado errone-
amente como YEHOSHUA , já que o YE de YEHOSHUA provém do YE de
YEHOVÁ. Em verdade , o nome de Josué é YAHUSHUA” ( Judaísmo Nazare-
no: A Religião de Yeshua e de seus Talmidim , pg. 391, por Tsadok Ben Derech ).
No caso da vocalização YeHoWiH ( ִהוֹ ְהי ) , o tetragrama יהוה ( YHWH ) re-
cebeu os sinais massoréticos da palavra “ELOHIM” , acompanhe como se deu esse
enxerto:
Quanto as outras duas vocalizações ( “YEHWAH” e “YEHWIH” ) não ca-
rece explicarmos aqui , pois , “YEHWAH” nada mais é do que apenas uma for-
ma contraída da corruptela “YEHOWAH” e “YEHWIH” , de semelhante modo , é
apenas uma forma contraída da corruptela “YEHOWIH”. Portanto , dispensa aqui
maiores detalhes.
5. - 3 -
H W H Y
Yud ( י = Y ) , Heh ( ה = H ) , Vav ( ו = W ) , Heh ( ה = H ) — Estas são as 4
consoantes que formam o nome do Eterno por completo. 3 destas 4 letras aparecem
tanto no início quanto no final de cerca de 79 nomes de personagens bíblicos. Ao anali-
sarmos o Texto Massorético da Bíblia Hebraica constatamos o seguinte:
1) Quando o trigrama יהו ( YHW ) é usado no final de 60 nomes de persona-
gens bíblicos , o mesmo aparece vocalizado como “YAHU” ( ָהּוי ):
EXEMPLO:
2) Porém , quando o trigrama יהו ( YHW ) é usado no início de 19 nomes de per-
sonagens bíblicos, o mesmo aparece vocalizado como “YEHO” ( ְהֹוי ):
EXEMPLO: ַעְֻׁהֹושי
YEHOSHUA
LÊ-SE DA DIREITA PARA A ESQUERDA:
ָהּויְעְשי
YESHAYAHU
6. - 4 -
YAHU X YEHO
Diante dessas duas vocalizações no Texto Massorético, muitos estudiosos tem
ficado indecisos e confusos quanto a real pronúncia do Tetragrama YHWH. Ora , todos
nós sabemos que o Eterno não é de confusão ( 1Co 14:33 ), portanto , se está havendo
alguma confusão em relação ao seu nome, com certeza deve haver a mão do homem por
trás de tudo isso; e é o que nós vamos investigar.
De acordo com as Sagradas Escrituras: “um será o seu nome” ( Zc 14:9 )! Sen-
do assim, alguma coisa deve estar errada com o Texto Massorético , não acham?
No livro do profeta Yirmeyahu ( vulgo Jeremias ), capítulo 6 , versículo 16 , en-
contramos a seguinte orientação:
“Assim diz YHWH: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas vere-
das antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vos-
sas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele”.
No texto em que acabamos de ler ( Jr 6:16 ) , somos orientados a pergun-
tar-mos “pelas veredas antigas” , acerca de “qual é o bom caminho” , a fim de
que andemos por ele. Quando este que vos fala tomou a decisão de consultar a forma
arcaica ( antiga ) dos nomes dos personagens bíblicos , deparei-me diante de algo muito
revelador , que veio a esclarecer esta questão acerca do “YAHU” ou “YEHO”? Acom-
panhe:
“[...] descobertas arqueológicas localizaram em Nippur antigos textos de
Murashu , escritos em aramaico cuneiforme , datados de 464 a 404 A.C. Em tais
manuscritos as palavras estão vocalizadas, e há inúmeros nomes teofóricos redi-
gidos como YAHU , e em nenhum caso se encontra o nome YEHO ( Patterns
in Jewish Personal Names in the Babylonian Diasporia, M.D. Coogan; Journal for the
Study of Judaism, Vol. IV, No. 2, p. 183f ) – Informação extraída do livro Judaísmo
Nazareno: A Religião de Yeshua e de seus Talmidim , pg. 391 , por Tsadok Ben Derech.
“[...] os textos Murashu são muito mais antigos do que o texto massoréti-
co ( o Texto Massorético foi escrito por volta do 7º século EC, de modo que os
textos Murashu são mais de 1.200 anos mais antigos ) e , portanto , mais válidos ,
tanto histórica como linguisticamente” ( http://horamesianicacr.blogspot.com/2013/09
/revelando-la-mala- excusa-del-nombre_3538.html ).
Considere o que disse o rabino James Scott Trimm a respeito destes documen-
tos:
“Os textos de Murashu são textos aramaicos escritos em escrita cuneifor-
me em tabuletas de argila encontradas em Nippur. Estes textos datam de 464 a 404 aC. e
contêm muitos nomes judeus transcritos em cuneiforme com as vogais. Muitos desses
nomes contêm parte do nome divino no nome. Em todos esses nomes, a primeira par-
te do nome aparece como YAHU e nunca como YEHO. ( Padrões em Nomes Pesso-
ais Judaicos na Diáspora Babilônica , de MD Coogan , Jornal para o Estudo do Juda-
ísmo, Vol. IV, No. 2, p. 183f )” – Fonte: Nazarenos e o Nome de YHWH - Por James
Scott Trimm. Acesse: nazarenejudaism.com/? page_id=381.
7. - 5 -
“Os Textos Murashu apresentam todos os nomes começados por יהו como
YAHU e nunca YEHO. Mesmo os nomes começados por YO , como Yosef ( José
) ou Yoel ( Joel ) iniciam-se por YAHU — Yahusef e Yahuel” ( Fonte: [PDF]o no-
Me Santo Do toDo ¡oDeRoSo - kol shofar ).
Este é o livro The “Higher Criticism” de autoria do grande arqueólogo A. H.
Sayce:
Na página 87 deste livro consta a seguinte informação: “Nos textos cuneiformes
, Yeho , Yô , e Yah são escritos Yahu , como por exemplo nos nomes de Jehu (
Yahu-a ), Jehoahaz ( Yahu-khazi ) e Hezekiah ( Khazaqiyahu )”. Vide texto original:
8. - 6 -
( Página 87 em inglês do livro The “Higher Criticism” de A. H. Sayce )
9. - 7 -
Este é o Dicionário Arcaico: Biográfico, Histórico E Mitológico: dos Monumen-
tos E Papiros Egípcios, Assírios e Etruscos, em inglês:
Na página 621 desta obra consta a informação de que os nomes arcaicos de
“Jeu” e “Jeoacaz” nunca foram “YEHU” e “YEHOAHAZ” ( como sugere o ten-
dencioso Texto Massorético ) , mas sim “YAHU-A” e “YAHU-HAZI”. Veja a seguir ,
10. - 8 -
na íntegra , uma imagem escaneada da página 621 desta obra , onde consta esta impor-
tante informação, confira:
12. - 10 -
Este é o “Dicionário Assírio: Destinado a Promover o Estudo das Inscrições
Cuneiformes da Assíria e Babilônia” , parte II , em inglês:
Nas páginas 431 e 476 desta obra, constam também a informação de que o nome
arcaico de “JEÚ” não é “Yehu” ( como sugere o tendencioso Texto Massorético ) , mas
, “Yahua”. Confira a seguir:
15. - 13 -
O Dicionário Assírio confirma a informação repassada pelo Dicionário Arcaico ,
ou seja , de que o nome arcaico do personagem bíblico “Jeoacaz” nunca foi “YEHO-
AHAZ” ( como sugere o tendencioso Texto Massorético ) , mas , sim “YAHUHAZI” (
ver página 477 a seguir ). Veja também que o termo arcaico para a expressão “judeu”
não é “YEHUDY” ( como sugere o tendencioso Texto Massorético ) , mas , sim
“YAHUDAI” ; confira:
16. - 14 -
Segundo informações da Concordância Strong ( 03051; 03052 ), a raiz primi-
tiva da forma aramaica moderna “Y^
ehab” é “Yahab” , vejam:
18. - 16 -
Explicação Sobre as Variantes: “Yahu” e “Yau”
Em razão da diversidade de sotaques existentes entre os antigos hebreus , as
vezes o nome “Yahu” aparece também grafado sob a forma arcaica “Yau”. Isso é
possível porque a letra Heh ( ה = H ) pode não ser pronunciada , tal como ocorre nos
dias atuais , em que muitos judeus não emitem seu som , assim , temos as duas variantes
de pronúncia: “Iarru” ( Yahu ) ou “Iau” ( Yau ).
A seguir , eis uma explicação dada pelo teólogo judeu nazareno Tzadok Ben
Derech:
1) YA – produz o seguinte som em língua portuguesa: IÁ;
2) HW – o hê ( H ) possui o som de R , enquanto o waw ( W ), no radical paleo-
hebraico da palavra, dá o som de U. Assim, temos o som de HU, que no português é RU
( tal como o “ru” da palavra “rua” ou “ruivo” );
[...] Existe outra pronúncia possível em razão da diversidade de sotaques e-
xistentes entre os antigos hebreus. [...] Não obstante , a letra hê ( H ) pode não ser
pronunciada , tal como ocorre nos dias atuais , em que muitos judeus não emitem seu
som. Então , o RU se transforma em U. Daí , a fonética ficaria assim: IÁ-U...
Alguém pode ficar surpreso com a diversidade de sons , porém , isto é muito
comum. Pense que muitas palavras do inglês britânico recebem pronúncia diferente no
inglês norte-americano. No Brasil, o sotaque do nordestino é diferente do paulista , e
este , por sua vez, é diferente do sotaque carioca. Ou seja , a diversidade fonética é um
fenômeno comum das línguas.
Fonte: Judaísmo Nazareno: A Religião de Yeshua e de seus Talmidim , pgs. 387-388
“Existem algumas pessoas que dizem que não se deve adaptar o nome [...] para
outras línguas. No entanto, esta adaptação é necessária , pois cada língua tem o seu
sistema fonético, e existem alguns fonemas ( sons ) que existem em uma língua , mas
não existem em outra língua. [...] Como Deus é o Criador de todas as nações, e todas as
nações devem adorá-lo, então o seu nome deve ser adaptado para todas as línguas. Foi o
próprio Deus quem fez a confusão das línguas, como vemos em Gênesis 11:1-9, de
modo que Ele sabe perfeitamente que cada povo tem a sua língua e o seu sistema
fonético diferentes dos de outros povos, o que torna necessário adaptar os nomes
próprios de uma língua para outra , para que as pessoas possam pronunciá-los” (
http://www.caraita.teo.br/qual_o_nome_de_deus.htm; colchete nosso ).
“Assim como hoje pronunciamos o nome ‘Antonio’ de diferentes maneiras em
diferentes países, por exemplo, ‘Antony’ nos Estados Unidos , o mesmo ocorreu com o
Nome de Deus. Dependendo do local geográfico, este era pronunciado de modo di-
ferente. Por exemplo, os judeus que falavam grego pronunciavam IAO, outros no
passado o pronunciavam de acordo com a facilidade fonética pertinente a seu próprio
idioma” ( O Nome de Deus ‘Jeová’ em textos gregos e semíticos primitivos ).
19. - 17 -
Y Α H U H
Ι Α
O NOME DO ETERNO TRANSLITERADO
DO ALFABETO HEBRAICO PARA O ALFABETO
OCIDENTAL:
O NOME DO ETERNO TRANSLITERADO
DO ALFABETO OCIDENTAL PARA O GREGO:
20. - 18 -
A forma hebraica ָהּוהי ( YAHUH ) ou ָהּוי ( YAHU ), ao serem fiel-
mente transliteradas para o alfabeto grego tomam a forma ΙΑω ( Iau / Iao ):
Fragmento datado do 1º Século a.C.;
encontrado nas cavernas de Qumran ,
às margens do Mar Morto. Classificado
sob o nome 4QpapLXXLevb
.
Este papiro de 2 mil anos contém uma
tradução para o grego de uma parte do
livro de Levítico. Nele aparece uma for-
ma do nome de YAHUH com as letras
gregas ΙΑω ( Iau / Iao ).
21. - 19 -
É bastante intrigante ver uma tentativa de usar manuscritos tardios , como
o Códice de Leningrado e o Codex de Aleppo ( ambos MSS do século 10 d.C. ) como
prova para “YeHoVaH” , sendo que entre os manuscritos do Mar Morto existe um
antigo texto grego da Septuaginta , datado do primeiro século antes de Cristo ( isso é
mais de 900 anos antes de os códices de Leningrado e Alepo serem escritos ) , o
qual contém o nome do Eterno ( YAHUH ) em sua forma grega
“A partir das cavernas de Qumran nós temos agora pelo menos cinco fra-
gmentos da Bíblia Grega. Em 1957 , P. W. Skehan discutiu e publicou parcial-
mente três fragmentos gregos da caverna 4: (1) 4QLXXNum (= Num 3:30-4:14 ); (2)
4QLXXLev
a
(=Lev 26:2-16); e (3) 4QLXXLev
b
( = fragments of chaps. 2-5 ). Skehan
data 4QLXXNum e 4QLXXLev
b
para o primeiro século a.C. e 4QLXXLev
a
para o
primeiro século d.C. Somente em 4QLXXLev
b
o nome divino aparece , e isto duas
vezes na forma de , não [ = kyrios ou Senhor ]. Skehan
diz que ‘esta nova evidência sugere fortemente que o uso em questão remonta
alguns livros , pelo menos para o início da versão da Septuaginta , e antecede a
tais dispositivos como o papiro Fuad ou os escritos especiais nos manuscritos
hebraicos mais recentes de Qumran e em testemunhas gregas posteriores’ ” ( The
Tetragram and the New Testament , por George Howard – artigo postado no
Journal of Biblical Literature, Vol. 96, No. 1 ( Mar., 1977 ), pp. 63-83; publicado por
The Society of Biblical Literature. Colchete nosso ).
Diversas obras de referência fazem menção deste importante achado ar-
queológico, confira:
.
FONTE: The Oxford Encyclopedia of the Books of the Bible , pg. 308 , Volume 1 ,
editado por Michael D. Coogan; Oxford University Press.
ΙΑω ( Iau / Iao ):
ΙΑω [ = ΙΑΩ ] κύριος
No
4
QpapLXXLev
b
Lev 3:12 , 4:27 , IAW
provavelmente reflete a versão original , pré-
cristã , do Tetragrama que precede Kyrios da
LXX.
pg. 308:
22. - 20 -
Assim , existem alguns testemunhos que sugerem uma pronúncia do tetra-
grama como “Yahweh”, mas a maioria das fontes fala bastante a favor de uma for-
ma como “Yahû” ou “Yahô”. Os Israelitas e Judeus que haviam sido estabeleci-
dos desde o final do século sétimo ou início do século sexto na ilha de Elefantina
, no Alto Egito , chamavam seu deus YHW, vocalizado em nomes próprios co-
mo “Yahô”. Um texto descoberto em Qumrân ( 4QpapLXXLevb
) que contém um
fragmento do livro de Levítico em Grego ( 4: 26-28 ) traduz o tetragrama como Iao:
“Se alguém transgride até mesmo um dos mandamentos de Iao e não o segue . . .
”( 4:27 ). Em Grego , Iao contém duas sílabas e é pronunciado ia-o , que cor-
responderia ao Hebraico ou Aramaico Ya-hô.
Isso mostra que no momento em que a tradução do Pentateuco para o
grego foi realizada , essa pronúncia era atual e bem conhecida. Pode-se igual-
mente citar Diodoro da Sicília ( primeiro século ) , que em sua Bibliotheke (
I.94.2 ) escreve: “Eles dizem que . . . entre os judeus , Moisés disse que recebeu
as leis do deus chamado Iao”. Da mesma maneira , a pronúncia Yao é freqüente-
mente encontrada em papiros mágicos , documentos que refletem um sincretismo
entre as religiões grega , egípcia e judaica , e igualmente nos textos de formulários
gnósticos da cristandade.
Esta investigação leva à conclusão de que a antiga pronúncia do nome
do deus de Israel era “Yahô”, o que equivale a dizer que o tetragrama era original-
mente um trigrama. O w em “Yhwh” não era uma consoante , mas uma ma-
ter lectionis indicando o som de “o”. A letra h no final do tetragrama Yhwh
deve ser entendida como indicando um alongamento do o precedente.
Thomas Römer
Professor de Antigo Testamento do Collège
de France ( Paris ) e da Universidade de Lausanne.
Thomas Römer é um dos grandes estudiosos da
Bíblia do princípio século XXI. Ele é autor do livro
“The Invention of God”, o qual tráz a seguinte infor-
mação acerca do fragmento grego 4QpapLXXLevb:
FONTE: The Invention of God , pgs. 30-31 , por Thomas Römer; HARVARD UNIVERSITY PRESS. CAMBRIDGE ,
MASSACHUSETTS. LONDON , ENGLAND. 2015.
23. - 21 -
“Descobertas textuais recentes lançam dúvida sobre a idéia de os
compiladores da LXX terem traduzido o tetragrama YHWH por ky-
rios. Os MSS mais antigos da LXX ( fragmentos ) que agora temos dis-
poníveis têm o tetragrama escrito em caracteres heb. No texto gr. Al-
guns tradutores judaicos do AT , nos primeiros séculos d.C., mantive-
ram este costume. Um MS da LXX de Cunrã , até representa o tetra-
grama por ΙΑŌ. Estas ocorrências deram apoio à teoria que o emprego glo-
bal de kyrios para o tetragramon na LXX era primariamente a obra
dos escribas cristãos ( P. E. Kahle , The Cairo Geniza , 1959
2
, 222; cf. S.
Jellicoe , The Septuagint and Modern Study , 1968 , 185-6 , 271-8 ). Do
outro lado , os judeus já teriam substituído o tetragrama por kyrios na
tradição oral do texto do AT gr.”
FONTE: Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento , Vol. 2 , pg. 2318 de Lothar Coe-
nen & Colin Brown; Editora Vida Nova.
26. - 24 -
RECAPITULANDO:
“Joaquim” , conhecido no texto massorético como “Yehoyakim” , é chamado
de “Yaukin” nos tabletes babilônicos datados de entre 595 e 570 a.C. ( E.F. Weidner ,
Mélanges Syriens oferts à M.René Dussaud , II , 1939, págs. 923 e segs.; DOTT , págs.
84-86 ). Eis aí mais uma prova inconteste de que a 1ª sílaba do nome do Eterno começa
com “Ya” e não “Ye”.
O nome de “YAUKIN” é atestado em diversas obras de referência , tais co-
mo:
“O segundo registro vem dos arquivos desenterrados pelo escavador alemão Koldewey, na
Babilônia. Neles, havia centenas de recibos de óleo entregues a vários cativos da cidade. O nome
Yaukin ( Jeoaquim ), rei de Judá , aparece em três deles. Um desses recibos se refere também aos
seus cinco filhos:
1-1/2 sila ( óleo ) para 3 carpinteiros de Arvade, 1/2 sila cada; 1-1/2 sila para oito carpinteiros de
Biblos, 1 sila cada... 3-1/2 sila para 7 carpinteiros , gregos , 1/2 sila cada; 1/2 sila para Nabu-etir o
carpinteiro; 10 ( sila ) para Ia-ku-u-ki-nu ( Iaukin ) filho do rei de Ia-ku-du ( Judá ), 2-1/2 sila para
os 5 filhos do rei de Ia-ku-du ( Judá ).
Esses recibos datam de cerca 592 a.C. e atestam a presença de Jeoaquim e sua família na
Babilônia alguns anos depois do seu Cativeiro”.
FONTE: A Bíblia e a Arqueologia - Quando a Ciência Descobre a Fé , pg. 178 , por Dr. John A. Thompson;
Editora Vida Cristã.
pg. 178:
27. - 25 -
“Um selo na alça de um
jarro contém a inscrição , ‘per-
tence a Eliaquim, mordomo de
Yaukin’ ( isto é , Joaquim , rei de
Judá , 597 a.C. )”.
FONTE: Dicionário Bíblico Wicliffe , 2ª Edição 2007, pg. 292; CPAD.
pg. 292:
“ELIAQUIM Esse nome aparece
em três selos do século VI a.C. na
forma de um escaravelho como
‘per-tencentes a Eliaquim ,
assistente de Yaukin’ ”.
pg. 628:
“Alças de jarros descobertas em Tel
Beit Mirsim e em Bete-Semes em 1928-
1930, ostentam as palavras ‘Eliaquim ,
mordomo de Yaukim ’, apresentam-se como
uma evidência clara de que esse Eliaquim
era o mordomo da propriedade da coroa
pertencente a Joaquim, e que o rei exilado
era ainda reconhecido como soberano de
direito, pelo povo de Judá”.
FONTE: Arqueologia do Velho Testamento , por MERRIL F. UNGER, ThD., PhD., Professor de Velho Testamento
no Seminário Teológico de Dallas ; 1ª Edição - 1980 - pg. 149. Publicado pela Imprensa Batista Regular.
pg. 149
28. - 26 -
“Tábuas escavadas de um edifício abobadado perto da Porta
de Istar , da antiga Babilônia , fornecem uma confirmação inde-
pendente deste ‘primeiro cativeiro’ de Judá. Os textos , que são
datados entre 595 e 570 a.C., foram escritos em cuneiforme , e
continham avisos de remessa de suprimento de cevada e óleo
emitidos para os príncipes e artesãos cativos , incluindo ‘Yaukin ,
rei da terra de Yahud ’. Esta é uma referência direta a Joaquim , e
algumas das tábuas também se referem aos seus cinco filhos
que o acompanharam até a Babilônia”.
FONTE: Tempos do Antigo Testamento – Um Contexto Social , Político e Cultural – por R. K. Harrison ,
pg. 257 , 1ªEdição 2010 ; CPAD.
pg. 257:
29. - 27 -
Perceba que de acordo com os achados arqueológicos , o nome arcaico de “JU-
DÁ” não é “YEHUDAH” , como sugere o tendencioso Texto Massorético , mas ,
“YAHUD” , “IAUDI” ou “Yauda”:
Tiglate-Pileser III ( aprox. 745-727 a.C. ) foi o
verdadeiro fundador do Império Assírio que a-
nexou como províncias os territórios conquis-
tados. A partir de 743 , ele realizou uma série de
campanhas na Síria , sendo que no início precisou
enfrentar uma coalizão liderada por um homem
chamado Azriau de Yauda ( ANET, pp. 282ss. ).
Essa é uma referência quase certa a Azarias (
Uzias ) de Judá .
FONTE: Dicionário Bíblico Wycliffe , 2ª Edição 2007, pg. 1983; Casa Publi-
cadora das Assembleias de Deus _
CPAD.
pg. 1983:
28 Os demais acontecimentos do
reinado de Jeroboão, os seus atos e
as suas realizações militares, inclu-
sive a maneira pela qual recuperou
para Israel Damasco e Hamate, que
haviam pertencido a Iaudi , estão
escritos nos registros históricos dos
reis de Israel.
2Reis 14:28:
FONTE: Bíblia de Estudo Arqueológica NVI , pg. 551; Editora Vida. Vide 2ª Reis 14:28.
30. - 28 -
Numa nota ao pé da página , referente a 2ª Reis 15: 6 , a Bíblia de Estudo
Arqueológica NVI apresenta o nome de “Judá” sob a forma arcaica “Ya-u-da”:
32. - 30 -
27. Nos tempos do Antigo Testamento , o alfabeto
hebraico continha 22 consoantes e nenhuma vogal.
Por isso , o texto original continha YHWH , que
era provavelmente pronunciado “Yahweh” ( a-
portuguesado “Javé” ) , embora os judeus poste-
riores do Egito o tenham pronunciado Yahu.
FONTE: TEOLOGIA SISTEMÁTICA – Uma Perspectiva Pentecostal – Editado por Stanley M. Horton; Casa
Publicadora das Assembleias de Deus ( CPAD ). Vide nota de nº 27 do capítulo 4.
Um dos documentos é a cópia de uma carta escrita em
407 a.C. ao governador persa de Judá ( ANET , p. 492 ).
Os sacerdotes judeus queixavam-se de que os sa-
cerdotes do deus grego Khnum haviam destruído o
Templo judeu em Elefantina , dedicado a Yahu ( isto é ,
Yahweh ). Essa carta traz o nome de homens da
Palestina que também são mencionados no livro de
Neemias , Sambalate , o governador de Samaria ( Ne
4.1 etc. ) e Joanã , o sumo sacerdote Ne 12.22,23 ).
FONTE: Dicionário Bíblico Wycliffe , pg. 1456; Casa Publicadora das Assembleias de Deus ( CPAD ).
33. - 31 -
Devemos notar também que no templo de Yahu (
Iavé ) eram oferecidos sacrifícios. Referência será
feita abaixo à carta dirigida ao governador de Judá ,
em que é comentado que , ao ser destruído este
templo em Yeb , não foi mais possível fazer ofertas
de manjares , incenso , ou ofertas queimadas. Dois
sacerdotes são mencionados, assim como um servo
de Yahu , indicando que havia evidentemente um
ritual bem organizado no templo de Elefantina.
FONTE: A Bíblia e a Arqueologia – Quando a Ciência descobre a Fé , por Dr. John A. Thompson , pg. 280 ;
Editora Vida Cristã.
Os papiros de Elefantina no Egito
(c. 400 a.C.) apresentam em aramaico
YHW, que segundo estudiosos , teria a
provável vocalização de yahu ( FREED-
MAN , 1986 ).
FONTE: Kerygma – Revista Científica de Teologia , pg. 73, Volume 7, Número 2, 2º Semestre de 2011;
elaborada pela Faculdade Adventista de Teologia do Centro Universitário Adventista de São Paulo ( Unasp ) e
publicado pela Unaspress.
34. - 32 -
Todavia , os judeus do sul não definharam nu-ma
terra condenada a quarenta anos de desolação; ao
contrário, prosperaram. Assim , na época da
conquista persa em 515 a.C., comandada por
Cambises, filho de Ciro, os militares judeus em
Elefantina estavam em condições de fazer algo
notável: construíram um templo , uma Casa de
YHWH, ou, em aramaico, Yahu, a divindade que
chamavam de Deus do Céu. Fizeram-no apesar da
proibição, explícita e rigorosa ( registrada em Reis e
em Crônicas, e afirmada não uma , mas duas vezes ,
primeiro no reinado de Ezequias e, depois , de novo
, no reinado reformista de Josias, no fim do século
VII a.C. ) de que houvesse templos fora de
Jerusalém.
FONTE: A História dos Judeus – À Procura das Palavras de 1000 a.C. a 1492 ( 1ª Edição ), por Simom
Schama ; Editora Companhia das Letras.
FONTE: Bíblia Tradução Ecumênica – TEB – 2ª Edição de 2015 , pg. 109; Edições Loyola.
Já antes da era cristã , o judaísmo pau-
latinamente adotou o costume de não pronunciar mais o
nome de YHWH, de modo que para nós é difícil saber
com exatidão sua pronúncia primitiva ( Iahvé ou Iahô ).
Em seu lugar, dizia-se Adonai ( o Senhor ), o que levou
a versão grega a utilizar Kyrios ( o Senhor ), termo
retomado pelo NT (cf. At 2,36; Fl 2:11 ). As formas
abreviadas Yah , Yahu , já bem antigas, são utilizadas
no grito de louvor hallu-yah ( Louvai o Senhor ) e na
formação de muitos nomes próprios: Eliyáhu ( = Elias,
“meu Deus , é o Senhor” ).
35. - 33 -
No ano de 2001 a Edições Loyola lançou o livro "Deus Onde Estás? - A busca
de Deus numa sociedade fragmentada". As reflexões teológicas apresentadas nesta
obra são fruto do ICongresso de Teologia realizado entre 22 e 24 de dezembro de 1999
no Centro Universitário São Camilo ( São Paulo Capital ). Vide foto:
Antônio S. Bogaz e Márcio A. Couto foram os organizadores deste congresso,
cujo objetivo principal foi reunir os institutos teológicos, teólogos de credos diferentes e
os demais setores da sociedade interessados nesta reflexão. A seguir, eis uma foto da
página 26 deste livro ( perceba o nome “Yahu” ):
37. - 35 -
Todas as tentativas arqueológicas de buscar as
origens da fé em Javé fora de israel não levaram a
resultados conclusivos. Nos últimos tempos , con-
siderou-se a possibilidade de o nome Yahu encon-
trar-se em textos eblaítas; antes disso , já se con-
jeturara o mesmo com textos babilônicos. Também
textos egípcios falam de uma tribo ou povo dos
“shasu de Yahu” ( Yahu seria , então , a princípio ,
um termo geográfico ); em textos nabateus também
se encontraria um nome de pessoa formado com o
verbo “ser”. De modo geral , conclui-se das alusões
nos textos hebraicos que o culto a Javé tenha tido sua
origem em povos ao sul da Palestina , da região do
Sinai , a saber: midianitas ou quenitas.
FONTE: TEOLOGIAS NO ANTIGO TESTAMENTO – Pluralidade e sincretismo da fé em Deus no Antigo
Testamento, pgs. 170-171 , por Erhard Gerstenberger; Editora Sinodal / Co-edição: Centro de Estudos Bíblicos
_ CEBI. Publicado sob a coordenação do Fundo de Publicações Teológicas / Instituto Ecumênico de Pós-
Graduação em Teologia ( IEPG ) da Escola Superior de Teologia ( EST ) da Igreja Evangélica de Cofissão
Luterana no Brasil ( IECLB ) ).
Na travessia do deserto do Sinai , Deus
se revelou a eles como seu novo Soberano,
oferecendo-lhes uma Aliança e dando-lhes
uma Lei. Eram agora o “povo peculiar” do
Deus Único , cujo nome era representado
por quatro letras hebraicas , YHWH , o
“tetragrama sagrado”. A pronúncia deve ter
soado Iahu , ou Iahwê ( em hebraico , w = u
), mas eles não pronunciavam o nome de
Deus como faziam os outros povos , que
queriam manipular Deus por seu nome. Eles
o chamavam de Adonai , “o SENHOR”.
FONTE: A Palavra se Fez Livro por Johan Konings, pg. 22 , 2ªEdição atualizada; Edições Loyola. Padre Johan
Konings , SJ ( nascido em 1941 , na Bélgica ) , é professor de exegése bíblica no Centro de Estudos Superiores (
CES ) da Companhia de Jesus , em Belo Horizonte. Entre suas atividades destaca-se a coordenação da Bíblia –
Tradução Ecumênica ( TEB , Ed. Loyola ) e da Bíblia Sagrada – Tradução da CNBB ( várias editoras ).
38. - 36 -
CONCLUSÃO:
“Destarte , à luz das Escrituras , percebe-se que o trigrama é pronunciado como
YAHU ( Iáru* , em português ). Não obstante , para ocultar o nome do ETERNO ,
consoante os motivos já expostos , os massoretas passaram a transcrever as
Escrituras hebraicas mediante o seguinte critério:
a) em toda a palavra iniciada pelo trigrama , foi substituído o nome
correto YAHU pelo falso nome YEHO. Daí , o nome de Yahushua ( ‘Josué’ ) foi
transformado em Yehoshua;
b) quando o trigrama aparecia no final da palavra , foi mantida a forma
correta ( YAHU ), tal como em Yeshayahu ( Isaías ), Yirmeyahu ( Jeremias ) etc.
Em síntese , os massoretas preservaram a correta pronúncia do nome YAHU
quando este servia de sufixo , porém , quando tal nome vinha como prefixo , YAHU
foi adulterado e substituído por YEHO. E por que esta alteração?
Porque os massoretas queriam manter o nome do ETERNO impronunciável, e o
prefixo do trigrama, se recebesse os sinais vocálicos corretos , revelaria o correto
modo de dizer. Para atingir tal escopo , criaram um nome falso com o intuito de
tornar secreto o nome verdadeiro” ( cf. Judaísmo Nazareno: A Religião de Yeshua e
de seus Talmidim , pg. 390, por Tsadok Ben Derech ).
39. - 37 -
Para fecharmos nosso estudo com chave de ouro , gostaríamos de levar ao seu
conhecimento o que disse o rabino James Scott Trimm na página xxxvii de sua The
Hebraic-Roots Version Scriptures , em inglês:
LEIA A SEGUIR A TRADUÇÃO DA PARTE
SUBLINHADA DESTE TEXTO:
41. - 39 -
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde séculos atrás , até os dias de hoje , há grandes debates quanto
a pronúncia do tetragrama יהוה ( YHWH ). O objetivo deste estudo ( cuja
metodologia usada é a pesquisa arqueológica e bibliográfica , utilizan-
do-se da Bíblia traduzida dos textos nas línguas originais e de autores
judeus e cristãos ) é apresentar “pesquisas recentes que revolucionaram
este assunto , fatos novos que lançaram luz sobre o fundamento
antigo que já se tinha. Foi desta forma que a pronúncia YAHUH , יהוה
prevaleceu sobre qualquer estudo apresentado até agora , pois seus
fundamentos nas Escrituras foram confirmados por achados arqueoló-
gicos” ( Caraítas – Judaísmo Bíblico Fundamentado, em O NOME DO CRIADOR
יהוה ).
Estas coisas estão escritas aqui não para que você simplesmente
aceite-as , mas , principalmente para despertar em você , leitor , um forte
interesse em buscar a verdade , e não se permitir ser enganado por
quem quer que seja.
“Faça a pesquisa para saber a pronúncia correta por sua própria
conta ( como o judaísmo caraíta orienta , que não devemos seguir um en-
sinador cegamente , mas devemos fazer pesquisas próprias , fundamen-
tadas na verdade bem provada no que está escrito nos antigos profe-
tas ) , tendo-se base em fundamentos bíblicos e arqueológicos que for-
mam a verdade irrefutável e aceitável” ( Caraítas – Judaísmo Bíblico
Fundamentado, em O NOME DO CRIADOR יהוה ).
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Que possa ficar claro para o leitor, que quando
usamos citações de textos de outras obras, não
estamos concordando em seu todo com as afir-
mações ali contidas, mas apenas usando como
material de apoio ao assunto em questão.