Trabalho elaborado para a disciplina de História, do curso de Edificações integrado ao Ensino Médio, Turma 212-A/2016. IFAL – Campus Palmeira dos Índios.
Professor: Roberto Calábria Guimarães da Silva.
Alunos: Emerson Jonas Ferreira Fonseca
Igor Rafael Barbosa de Farias Pinto
Kaleb Barros da Costa
Stephanie Edellyn Torres Alves
1. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALAGOAS
CAMPUS PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Curso Técnico Integrado de Edificações, 2° Ano – Turma 212-A.
Emerson Jonas Ferreira Fonseca
Igor Rafael Barbosa de Farias Pinto
Kaleb Barros da Costa
Stephanie Edellyn Torres Alves
O PRÍNCIPE
Niccolo Machiavelli
Palmeira dos Índios – AL
2016
2. Curso Técnico Integrado de Edificações, 2° Ano – Turma 212- A
Emerson Jonas Ferreira Fonseca
Igor Rafael Barbosa de Farias Pinto
Kaleb Barros da Costa
Stephanie Edellyn Torres Alves
O PRÍNCIPE
Niccolo Machiavelli
Trabalho elaborado para a disciplina de
História, como requisito para avaliação parcial
do 3° Bimestres do corrente ano letivo, dos
alunos do 2° Ano do curso de Edificações
integrado ao Ensino Médio, Turma 212-A. IFAL
– Campus Palmeira dos Índios. Professor:
Roberto Calábria Guimarães da Silva.
Palmeira dos Índios – AL
2016
3. “Nunca se deve deixar que aconteça uma desordem
para evitar uma guerra, pois ela é inevitável.”
MAQUIAVEL, Nicolau.
4. SUMÁRIO
ITENS CONTEÚDO PÁGINA
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................5
2 CONTEXTO DA ÉPOCA....................................................................................................6
3 PRINCIPAIS IDÉIAS ...........................................................................................................7
3.1 O ESTADO FORTE.................................................................................................................7
3.2 VIRTÚ E FORTUNA ..............................................................................................................7
3.3 AS CRUELDADES E BONDADES...................................................................................8
3.4 APOIOS........................................................................................................................................8
3.5 AMOR E TEMOR ...................................................................................................................9
3.6 VERACIDADE E HONRA - DESVANTAGENS ........................................................10
3.7 O LEÃO E A RAPOSA - QUALIDADES.......................................................................10
3.8 OS HOMENS DE CONFINÇA DO PRÍNCIPE.............................................................11
4 CONCLUSÃO .........................................................................................................................12
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................13
5. 5
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como intuito apresentar as ideias expostas no livro O Príncipe de
Maquiavel, mostrando o que é absorvido ao lê-lo com um crítico olhar político e qual sua
contribuição para os estados modernos.
Tudo que foi lido nos enuncia como o pensamento de Maquiavel ainda se concentra no
pensamento político contemporâneo. Por isso, faz-se necessário o conhecimento das ideias
vistas, levando em conta a realidade em que ele viveu ao mesmo tempo em que tentamos
trazer para o cenário político atual.
Utilizamos como base para esse trabalho, além do livro O Príncipe, outras fontes,
como pesquisas de historiadores e outras dissertações sobre o mesmo ou outros livros de
Nicolau que por consequência fez com que fosse chamada nossa atenção na busca por
diversas interpretações de vários estudiosos sobre o pensamento de Maquiavel.
6. 6
2 CONTEXTO DA ÉPOCA
Maquiavel viveu 58 anos (1469 - 1527), no período do Renascimento, época em que as
ideias políticas, sociais e filosóficas sofreram grandes mudanças, justamente nesse período ele
trouxe algo novo que bate de frente com o pensamento antigo dos gregos, romanos e
medievais. Na Grécia antiga, era defendido a ideia de que o governante deveria ser um
homem cheio de virtudes, que não fosse desonesto nem mentiroso, estas virtudes vinham de
uma instinto natural que o governante deveria refletir e praticar. Este pensamento na Idade
Média era dominado pela Igreja Católica, que era predominante, onde o governante
administrava de acordo com os princípios divinos.
Eles tinham o pensamento do “Dever Ser”, o governante deve ser virtuoso, deve ser
elegante, deve ser inteligente, deve se basear nos princípios cristãos para administrar a
sociedade... então Maquiavel, com um pensamento realista, mostra que a teoria do Dever Ser
era interessante, mas na prática não acontecia dessa forma.
Naquela época, a Itália era cheia de Cidades-Estado, várias regiões independentes que
estavam sempre a declarar guerra entre elas, que tinham como força militar a presença de
Mercenários, o que deixava esses estados vulneráveis, pois esses combatentes eram
demasiados ambiciosos, em outras palavras: eles lutavam por quem pagasse mais. Maquiavel
nos deixa sua opinião sobre esses mercenários num trecho do livro O Príncipe:
Direi, pois, que as forças com que um príncipe mantém o seu estado são próprias ou
mercenárias, auxiliares ou mistas. As mercenárias e auxiliares são inúteis e
perigosas. Se alguém tiver o seu Estado apoiado em tal classe de forças, não estará
nunca seguro; não são unidas aos príncipes, são ambiciosas, indisciplinadas, infiéis,
insolentes para com os amigos, mas covardes perante os inimigos, não temem a
Deus, nem dão fé os homens, e o príncipe só adia a própria ruína na medida em que
adia o ataque. (MAQUIAVEL 1532, p. 37-38).
Foi nesse contexto que Maquiavel escreveu O Príncipe, que chama a atenção dos
estudiosos até hoje, que foi escrito para mostrar aos príncipes (governantes) como agir para
ter uma boa governança e conseguir se conservar no poder.
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3 PRINCIPAIS IDÉIAS
3.1 O ESTADO FORTE
Maquiavel vivendo em um país desestruturado tem o desejo de viver em um Estado
unificado, curiosamente foi ele o primeiro a dar a palavra Estado, o entendimento conhecido
atualmente. Ele consegue adentrar a realidade e distinguir a política e a moral, sua ideia era a
de que o governante deve sempre buscar a ordem social e politica pelas suas ações e que para
isso deveria fazer uso da força física, sendo assim, o príncipe se utilizará de ações que não
estão de acordo com pensamento da época de ser bom sempre. Porém, essas atitudes
moralmente mal aceitas, serão utilizadas de acordo com a necessidade, ou seja, ele não
defende que governante seja maldoso, mas que faça uso de ações estratégicas para a
sustentação do poder.
O uso da força para manter a ordem, incide por meio do Estado, com o poder político
centralizado para garantir a soberania. Para que isso ocorra, Maquiavel se torna defensor de
tropas nacionais, que teriam a única função de defender o Estado, o que é oposta aos
mercenários já que estes defendem quem pagar mais.
Para Nicolau era necessário, pela situação vivida pela Itália no momento, que houvesse
um príncipe que reduzisse a quantidade de cidades-estados, pois são frágeis devido às
inúmeras disputas entre elas. No livro O Príncipe Maquiavel defendia o Estado unificado e
que um príncipe (governante), deveria utilizar os modos necessários para conseguir este
objetivo uma vez que “[...] na Itália, os tempos presentes poderiam prometer honras a um
príncipe novo e se havia matéria que desse, a um que fosse prudente e valoroso, oportunidade
de introduzir uma nova ordem que lhe trouxesse fama e prosperidade para o povo, dever-se-á
se feito” (MAQUIAVEL, 1532, p.74 ).
3.2 VIRTU E FORTUNA
São destacadas no livro as principais características para um governante de um Estado
unificado e forte. Destaca-se entre elas a Virtu e a Fortuna. Virtu para Maquiavel se tratava
nada mais do que as virtudes do governante, ele destaca alguns homens notáveis: Moisés,
Ciro, Rômulo e Teseu, que se tornaram príncipes por virtude própria e não pela sorte.
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Não são definidas quais características dos governantes são boas ou ruins, mas que um
príncipe virtuoso é aquele que sabe agir estrategicamente de acordo com a necessidade, de
forma boa ou má, pois ele não está falando dos valores divinos em que os antigos acreditavam
ser o ideal, mas sim das virtudes próprias de um líder.
Já a Fortuna, não é a riqueza, mas sim a sorte/oportunidades que surgem durante o
governo. A transição de governo por hereditariedade é, segundo Maquiavel, a maneira mais
fácil de tornar-se um bom governante, pois quando o rei morre o filho adquire o poder de
maneira sucinta e calma.
Quando o individuo utiliza boa estratégia, seus próprios recursos e se apronta com suas
próprias armas para ir a batalha conquistar territórios e se tornar governante, utilizando esses
meios para conseguir seu objetivo seria devido a sua Virtù, o ideal é conseguir unir a Virtu e
Fortuna. Sendo que para Maquiavel a Virtu é o principal que deve ser utilizada quando as
Fortunas aparecerem.
3.3 AS CRUELDADES E BONDADES
É explicado no livro sobre as crueldades, que podem ser bem e mal praticadas. Uma
“boa” crueldade é aquela executada de uma única vez, por que desta maneira a população
esquece rapidamente das maldades cometidas. Do outro lado estão, as crueldades mal
praticadas, são as desumanidades que o governante necessita fazer, mas por ignorância ele o
faz aos pedaços. As bondades, no oposto, subentende-se que são bem exercidas quando são
feitas aos poucos e a mal praticadas se forem feitas em um curto espaço de tempo.
São ações onde Maquiavel demonstra preocupação e avisa ao príncipe para que ele
saiba discernir o momento certo de praticar as ações citadas.
3.4 APOIOS
Mas, analisando outro caso, quando um cidadão [comum],não por suas crueldades
ou outra qualquer intolerável violência, e sim pelo favor dos concidadãos, se torna
príncipe de sua pátria – o que se pode chamar de principado civil (e para chegar a
isso não é necessário ter grandes méritos nem muita sorte, mas antes uma astúcia
feliz) –, digo que se chega a esse principado ou pelo favor do povo ou pelo favor dos
poderosos. (MAQUIAVEL, 1532, p.31)
No trecho destacado do livro O Príncipe, Maquiavel foca na participação politica de duas
classes da sua época, que não deixou de ser uma realidade presenciada em outras épocas e
culturas. Em um capitulo de seu livro, ele mostra que seria possível chegar ao poder por con-
9. 9
sequências do apoio, ou popular ou dos nobres, e como o novo governante deveria se
posicionar em suas alianças.
O surgimento de um governante, e a forma que ele foi elevado ao poder, ocorre
simplesmente pela necessidade das classes de se defender e satisfazer. Quando os poderosos
então com a imagem política fraca, fazem com que o prestigio de um entre eles seja elevado,
então se faz dele um príncipe, já do lado plebeu, é utilizado o mesmo método pelo mesmo
motivo dos nobres, porém dessa vez eles favorecem a si mesmos brotando deles um que
administrará o povo e terá em seu objetivo defender a população.
Maquiavel expõe que o homem que chega ao governo com o “empurrão” dos grandes
terá muita dificuldade para manter o seu poder, diferente do que ocorre com o que chega ao
domínio com a ajuda do povo, pois para Maquiavel não é possível agradar os nobres com
decência, uma vez que eles desejam oprimir o povo, que é mais honesto do que eles, por esse
motivo o príncipe civil consegue agradar mais a população, já que ao contrário do que pensam
os nobres o povo não quer ser oprimido.
O livro é simpático quando nos diz que, sobre as inimizades, o Príncipe poderá se
proteger dos ilustres porque estes estão em menor quantidade, mas quando se trata do povo
que está em maioria isso impossibilita que o governante se defenda, portanto o governante
deve ser sempre amigo do povo, isso é evidente já que os nobres não precisam de convivência
com os outros nobres, podendo fazer e desfazer, tirar e dar prestígio, como melhor lhe
parecer. O Príncipe erguido da população necessita viver sempre com o seu povo.
Não quereria ele subestimar aos poderosos e nem desejava, direta e grandiosamente,
exaltar em totalidade o povo. Apesar d’ele citar varias vezes que é de extrema necessidade
obter a ternura do povo. A finalidade na verdade como já foi dito, era mostrar como ser um
governante forte, que consiga administrar a cidade e os elementos formadores dela, o povo.
Uma ideia Renascentista de olhar a realidade com certo ceticismo, acolher aquilo que
realmente acontece, e para quem governa é feito o pedido: Seja racional, pratique o bem
comum e a justiça!
3.5 AMOR E TEMOR
Maquiavel utiliza um meio que é a Virtu do parecer ser, para Ser amado ou Ser
Temido. Não são todos que conseguem ser amado, observando isso, se o governante não
conseguir ser amado faça-se temido, pois sendo ele temido, o povo não se rebelará.
Observado isso, o governante deve tentar ser amado pela maior porcentagem possível da
população, é neste momento que se encaixa a ideiada característica do Parecer Ser, se não for
amado suficientemente, pareça ser temível.
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O príncipe deverá saber até onde pode atuar, procedendo com o devido cuidado,
mantendo a sensatez e a humanidade, entretanto, é preferível ser temido a ser amado, pois o
homem tem a natureza de ser mentiroso e astuto, quando os tratam de maneira cortês, se
disponibilizam a quem os ajudou. Mas quando necessitam ou falta-lhes algo, eles se revoltam
se não recebem deste os seus provimentos.
O temor tem capacidade de manter um vinculo interminável, seu problema é vir
acompanhado de ódio e furor.
Maquiavel tenta idealizar um príncipe condizente com aquela época, mas isso é
ocasional e particular a cada governante, por isso ele exemplifica isso, dizendo que essa
imagem condiz com César Bórgia, filho do papa Alexandre, que é considerado cruel. Apesar
da crueldade, ele consegue restaurar a Romanha, fazendo dela pacifica. Isso mostra que não
deve ser preocupação do príncipe a fama de atroz e sim se seus súditos são unidos e fiéis.
3.6 VERACIDADES E HONRA - DESVANTAGENS
“Não quero deixar de falar pelo menos de um dos exemplos novos. Alexandre VI
não pensou e nem fez outra coisa senão enganar os homens, Tendo sempre
encontrado ocasião para assim proceder.” (MAQUIAVEL, 1532, p.52).
Esta citação de uma parte do livro retrata a atitude de um governante que enganava os
seus servos e que isso nunca deu errado.
Com isso ele tenta deixar claro que o príncipe deve possuir as qualidades que o tornam
amável, senão deve aparentar ser como foi falado anteriormente, o jeito disso dar certo, é
iludir com as palavras, deixando sempre exposto que isso só se realiza em ocasiões
necessárias. Maquiavel, em seu livro, ele diz que o príncipe deve tomar cuidado com o que
sai da boca.
Portanto anula-se a ideia de que Maquiavel utiliza desses princípios porque ele é uma
pessoa ruim, pelo contrário, chegou a essa conclusão após rever fatos antigos, devido a sua
característica de se firmar na prática, e na verdade. Vários príncipes chegaram ao poder e
fizeram coisas grandiosas sem utilizar verdade na palavra.
3.7 O LEÃO E A RAPOSA - QUALIDADES
Umas das Virtu que príncipe ideal possui, é saber discernir o mento ideal para agir
como homem ou agir como “animal”. No livro, é usada as figuras do leão e da raposa para
explicar o agir animal. Esses animais possuem várias características que os diferem e que são
relacionadas com a natureza do príncipe.
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O leão é um ser impulsivo que se usa sua força para ser temido. A raposa tem a
esperteza, e a astúcia que facilita o escape de ciladas. O governante deve alternar entre esses
animais em algumas situações, onde for encurralado fuja usando a esperteza e às vezes a força
e se tranquilize.
3.8 OS HOMENS DE CONFIANÇA DO PRÍNCIPE
Em uma missão a prudência do príncipe é colocada à prova, tudo dependerá se os
secretários escolhidos são capacitados e possuem o devido respeito à sua posição de
subordinado, caso essas escolhas sejam bem efetuadas será demonstrado que de fato o
príncipe é uma pessoa dotada de sabedoria que por conta própria decide quem deve lhe
acompanhar.
Maquiavel revela que podemos saber se o governante possui sabedoria e boa
percepção pelas escolhas. Por isso é possível prever se o príncipe obterá sucesso nos seus
assuntos interiores, isso irá depender somente das escolhas feitas.
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4 CONCLUSÃO
Entende-se pela sua obra que intitula este trabalho o entendimento e características de
Maquiavel, um homem muito realista. Sua opinião é muito clara, um bom governante deve
conhecera realidade a sua volta e compreender o pensamento dos governados.
O Príncipe não é um livro que defende um regime específico, o autor expõe de forma
clara como pode ser resolvida a situação da Itália que ele vivia. Os pensamentos que foram
sugeridos por ele traz algo diferente do que existia na época, onde predominava a Ética Cristã,
que envolvia e interferia diretamente a sociedade e o sistema político.
Nicolau não viveu para ver Itália unificada, mas contribuiu para o entendimento da
política, com ideias para um estado forte por intermédio de um governante que consiga o
apoio das classes ao mesmo tempo em que tenha poder e autoridade sobre elas.
Ademais, Maquiavel propõe um olhar parabólico para que seja possível ver o que
acontece na sociedade, mesmo que isso signifique bater de frente com o pensamento
impregnado na sociedade, tão por isso Maquiavel é, na época, muito criticado. Seu
pensamento político é muito importante para a construção da ideia de estado moderno, onde é
valorizado o papel do governante e a participação da sociedade, que é um dos elementos
essenciais para um Estado Forte.
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REFERÊNCIAS
CULTURA BRASIL. Maquiavel Vida e Obras. Disponível em:
<http://www.culturabrasil.pro.br/zip/maquiavel.pdf>. Acesso em:
28.11.2016.
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução: Lívio Xavier. Rio de Janeiro - RJ - Brasil. Editora
Nova Fronteira Participaões S.A., 2014.