O documento discute medidas de controle de calor no ambiente de trabalho e seus efeitos na saúde dos trabalhadores. Ele descreve formas de controlar fontes de calor, como ventilação e barreiras, e métodos para medir fatores térmicos como temperatura, umidade e calor radiante. Finalmente, aborda índices usados para avaliar sobrecarga térmica e seus limites de acordo com a legislação brasileira.
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Calor
Noções de Controle Coletivo e
Individual
As medidas de controle podem ser relativas a:
•Ambiente (Fonte / trajetória)
•Trabalhador:
–Medidas de natureza – Médica
–Administrativa
–Segurança individual (uso de EPI)
Medidas de Controle Relativas ao
Ambiente:
Controle de fonte:
•Pode ser usada para controle do calor emitido por
radiação ou convecção.
Ex.: Para calor radiante são utilizadas barreiras,
impedindo a propagação da radiação na direção dos
trabalhadores ou isolamento para redução da
temperatura superficial.
Para as fontes de calor convectivas são adotados os
métodos de extração localizada ou de ventilação
geral.
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Controle de trajetória - Método de
controle mais utilizado:
Insuflação de ar fresco no local onde permanece o
trabalhador:
O sistema mais adequado consiste em dimensionar a
entrada de ar pela parte inferior, o mais próximo
possível do solo, de modo que iniciada primeiramente
sobre o trabalhador para posteriormente misturar-se
com a corrente ascendente de ar quente e escapar
por aberturas localizadas na parte superior do local de
trabalho.
Fator alterado: temperatura e velocidade do ar.
Controle de trajetória - Método de
controle mais utilizado:
• Exaustão de vapores de água emanados de um
processo.
Para que a água evapore de uma superfície qualquer,
é necessário que sua pressão de vapor seja maior do
que a presão de vapor 'da água adsorvida no ar.
Fator alterado: umidade relativa do ar.
Utilização de Barreiras Entre a Fonte e
o Homem.
Refletores - Alumínio / Aço fundido
Absorventes de Infravermelho- Ferro / Aço
Fator alterado: Calor radiante
• Aumento da distância da fonte
Fator alterado: Calor radiante, temperatura do ar.
• Automatização do processo.
Fator alterado: Metabolismo do trabalhador
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Conseqüências da Hipertemia
•É uma Temperatura do corpo elevada, relacionada à
incapacidade do corpo de promover a perda de calor
ou reduzir a produção de calor. Isso significa uma
quebra da homeostade do corpo humano.
•Este aumento pode ser causado tanto por elementos
externos, como exposição ao Sol, exposição por longo
tempo a fornos ou locais de grande temperatura,
como também, podem ser causados reação do
organismo, frente a alguma doença ou proteção.
Conseqüências da Hipertemia
A temperatura humana normal está próxima aos 36,5
°C. A partir de 37,5ºC até 40ºC não há riscos graves.
Mas, se a temperatura passar dos 41ºC (o que é
muito raro acontecer no ser humano) - sendo ativada
como mecanismo de defesa contra processos
infecciosos, inflamatórios e de intoxicação - pode
provocar convulsões. Se exceder 43ºC, pode levar o
indivíduo ao hospital e, em casos extremos, à morte,
devido à destruição parcial da estrutura das proteínas.
Conseqüências da Hipertemia
Transtornos sistemáticos
–Câimbra por calor
–Esgotamento (Exaustão do calor)
–Desalinização (perda de íons de sódio)
–Deficiência circulatória
–Desidratação
–Choque Térmico
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Conseqüências da Hipertemia
Transtornos na pele
–Erupções
–Queimaduras (por radiação ultravioleta)
–Transtornos psiconeuróticos
Avaliação do Calor
•Na avaliação do calor, deve-se levar em consideração
os parâmetros que influem na sobrecarga térmica a
que estão submetidos os trabalhadores.
•São cinco os fatores que devem ser considerados na
avaliação do calor:
–Temperatura do ar;
–Umidade relativa do ar;
–Velocidade do ar;
–Calor radiante;
–Tipo de atividade exercida pelo trabalhador
Técnicas de Medição
• Os quatro primeiros fatores mencionados são
ambientais e podem ser quantificados por meio de
aparelhagem especial, mas a quantificação do calor
produzido pela atividade física do trabalhador é
bastante complexa e, portanto, na prática, é
estimada por meio de tabelas ou gráficos.
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Temperatura do Ar
Deve ser medida com termômetro de mercúrio
comum, mas de funcionamento confiável, permitindo
leituras até 1/10 de grau Celsius.
A leitura é feita quando o termômetro está
estabilizado.
O contato com fontes radiantes, podem falsear os
resultados, pois o bulbo do termômetro é um
elemento sensível a absorção de radiação.
Para uma leitura correta é necessário
a) Utilizar um termômetro bem calibrado.
b) Esperar o tempo necessário· para que a
coluna se estabilize ou criar uma corrente de ar
ao redor do bulbo.
Umidade Relativa
•Umidade Relativa
Umidade é o conceito relacionado a quantidade de
vapor d'água adsorvida no ar. Em % é a razão entre a
quantidade de umidade de ar do ar e a quantidade
máxima que ele pode conter na mesma temperatura.
•Umidade Relativa do ar
Este parâmetro influencia a troca térmica entre o
organismo e ambiente através da evaporação.
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Avaliação
Utilizam-se dois termômetros de bulbo, sendo que
um deles tem o bulbo recoberto de um tecido de
algodão limpo, que se mantém embebido em água
destilada (termômetro de bulbo úmido) e o outro
idêntico ao de medição da temperatura do ar
(termômetro de bulbo seco). Os valores obtidos são
transferidos para a carta psicrométrica (diagrama que
simplifica o estudo das propriedades do ar) e o
resultado será a umidade relativa do ar.
Velocidade do ar
A variação de velocidade do ar implica num
aumento do potencial da troca térmica.
No mecanismo da evaporação, a movimentação
do ar próximo à superfície do corpo implica numa
sucessão de estágios de equilíbrio entre a pele e
o ambiente.
Avaliação
A avaliação é feita principalmente com o auxílio
de aparelhos denominados anemômetros ou
termoanemômetros.
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Calor Radiante
É uma variável que influi de forma significativa no
processo de sobrecarga térmica quando no ambiente
a ser avaliado, há a presença de fontes de radiação
que emitem considerável quantidade de energia no
espectro infravermelho.
Avaliação
A avaliação é realizada com o auxílio de um
equipamento denominado termômetro de globo.
O termômetro de globo consiste de uma esfera ôca de
cobre com aproximadamente 15 cm de diâmetro e 1
mm de espessura pintado em preto fosco e um
termômetro comum de bulbo ou termopar localizado
no centro do globo.
O globo absorve calor que é transmitido ao
termômetro interno por convecção. As leituras devem
ser iniciadas após 30 minutos de estabilização.
Atividade Exercida
A quantidade de calor produzida pelo organismo é
proporcional à atividade executada.
Na literatura encontram-se várias correlações entre
atividades e carga térmica geral, entretanto para
efeito de cálculo considera-se a tabela do anexo 3 da
NR-15.
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Índices utilizados nas avaliações
Os índices tratam de correlacionar de acordo com a
natureza da exposição as variáveis que influem nas
trocas entre o indivíduo e o ambiente e dimensiona a
magnitude do risco.
• Índices mais utilizados em HI:
T.E. - Temperatura efetiva
T.E.c. - Temperatura efetiva corrigida
I.B.U.T.G .- Índice de bulbo úmido termômetro de
globo
I.S.T. - Índice de sobrecarga térmica.
Higiene do trabalho
Todos os índices tratam de estabelecer os limites
entre quais o intercâmbio térmico entre o organismo
e o meio ambiente externo, não suponha perigo ou
risco para as pessoas.
Higiene do trabalho
O índice T.E. e T.E.c. são apropriados somente para a
avaliação de conforto térmico pois não consideram o
tipo de atividade e o I.B.U.T.G e o I.S.T são usados para
avaliações de sobrecarga térmica.
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Higiene do trabalho
A legislação brasileira através da Portaria 3214
estabelece o índice de Bulbo úmido - Termômetro de
Globo para avaliação de exposição ao calor. Este
índice é baseado na ponderação fracionada das
temperaturas de globo, bulbo úmido e bulbo seco.
Higiene do Trabalho
•Os “LT” estabelecidos pelas tabelas do Anexo 3,
variam de acordo com a existência de descanso no
próprio local de trabalho ou em outro local.
Considera-se local de descanso ambiente
termicamente mais ameno com o trabalhador em
repouso ou exercendo atividade leve, onde “M” é a
taxa de metabolismo média ponderada em uma hora.
Higiene do Trabalho
• Além do estabelecido no Anexo 3 recomenda-se
utilizar a metodologia estabelecida na Norma NHT 01
para a avaliação da sobrecarga térmica com a
presença ou não da carga solar.
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Higiene do Trabalho
• Em relação à sobrecarga térmica, a exposição ao
calor com valores de IBUTG superiores aos “LT” será
caracterizada como insalubre de grau médio, cabendo
ao trabalhador o adicional devido de 20% sobre o
salário mínimo legal (regional).
Exercícios:
Exercícios: 04
Um trabalhador fica exposto continuamente junto a
um forno (sem local de descanso) durante duas horas.
Feita a avaliação do calor no local, obtiveram-se os
seguintes dados:
-Tbn = 25,0ºC; Tg = 45ºC;
- Ambiente interno sem caga solar
- Tipo de atividade: remoção com pá.
Exercícios:
Exercícios: 05
Considere:
Local de trabalho
Atividade: Carregamento de forno;
Taxa de metabolismo = 440 Kcal / h;
IBUTG = 31,0 ºC ; Tempo de trabalho = 20 minutos;
Local de descanso
Atividade: Sentado fazendo anotações
IBUTG = 23,0 ºC
Taxa de metabolismo = Quadro 3
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Exercícios:
Exercícios: 05
Considere:
a) Cálculo da taxa de metabolismo média ponderada para
uma hora:
b) Cálculo do IBUTG médio ponderado para uma hora:
Exercícios: 06
No setor de uma tecelagem, um operador de
máquinas desenvolve uma atividade moderada, onde
se encontraram os seguintes valores:
Tg = 35ºC; Tbn = 25ºC;
A atividade é insalubre?
Exercícios: 07
No setor de cozimento de uma indústria alimentícia, o
trabalhador aciona durante 8 minutos uma válvula de
vapor que está situada em frente aos cozinhadores.
Após esse período de acionamento, dirige-se à sala ao
lado, permanecendo aproximadamente 4 minutos,
anotando os dados do quadro sinóptico de controle
dos cozinhadores, retornando em seguida ao local de
operação da válvula de vapor.
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Exercícios: 07
Local da válvula de vapor: atividade considerada
moderada;
Local: Sala de anotações: Atividade considerada leve;
Após o levantamento:
Válvula de vapor: Tbn = 24ºC; Tg = 42ºC; Tempo de
exposição 8 minutos;
Sala: Tbn = 21ºC; Tg = 25ºC ; Tempo de exposição 4
minutos.
Obrigado!
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