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Psicrometria
O que é?

Psicrometria: estudo das misturas de ar e vapor d´água, isto é,
o estudo do ar úmido (no limite, estudo de misturas binárias
nas quais um dos componentes é um vapor condensável).

Do grego psychro, isto é, esfriar, resfriar.
Aplicações da psicrometria

-controle de clima, em especial em condicionamento de ar para
conforto térmico;

- condensação em superfícies frias (o orvalho sobre a grama
em uma manhã fria, a água sobre a superfície externa de um
copo de cerveja), etc;

-O resfriamento evaporativo;

-Os rastros brancos deixados pelas turbinas dos aviões 
Definições Fundamentais e Conceitos Básicos

Ar seco e úmido: o ar seco é a mistura dos vários gases que
compõem o ar atmosférico, como nitrogênio, oxigênio, gás
carbônico e outros, que formam mistura homogênea para uma
grande faixa de temperaturas. O ar é úmido quando, além da
mistura de gases, tem vapor d'água, que pode saturar à
temperaturas ambiente, e então condensar.


Lei de Dalton: a pressão total de uma mistura de gases é a soma
das pressões parciais de cada um dos componentes.

Pressão parcial: pressão que cada componente exerceria se, à
  mesma temperatura, ocupasse sozinho todo o volume da
  mistura.
Fração molar e fração mássica:

 uma mistura gasosa de c (i = 1,…,c) componentes está contida em
 um volume V, sua temperatura é T e a pressão, P. Se seu peso
 molecular é m, sua massa é M e seu número de moles é n, tem-
 se:
                 M = M1 + M2 + ...+ Mc = ΣMi

                        n = n1 + n2 + ... + nc = Σni

        fração massica >>   xi = Mi/M      fração molar >>   xi = ni/n
 O peso molecular é a média ponderada de todos os componentes:

                            m = Σnimi / Σni = Σxini
   As propriedades da mistura são descritas pela combinação
   (média ponderada) das propriedades dos componentes!!!
Lei de Dalton




                 P = P1 + P2 + ...+ Pc = ΣPi

Isto é, a pressão parcial é a contribuição de cada componente
na formação da pressão (total) da mistura!!!
Lei de Dalton




    O T acima é a temperatura de bulbo seco da mistura, a temperatura do gás indicada por um termômetro comum,
    sem condensação na superfície do bulbo, e também não exposto à radiação.


     A pressão parcial é exata em misturas de gases ideais!!!
Note então que a Lei de Dalton (ou melhor, Regra de Dalton) não é propriamente uma
 Lei Termodinâmica, pois não se aplica universalmente a todas as misturas gasosas
   >> só é válida para gases ideais, e quando a mistura também for um gás ideal!!
Composição do ar seco (ar) ao nível do mar:




  A pressão atmosférica como a soma da pressão parcial dos vários componentes
     do ar (admitido como gás perfeito homogêneo) e do vapor de água:

      Patm = PN2 + PO2 + PAr + Pv = Par + Pv
Ar não-saturado (ou mistura não-saturada): mistura de ar
seco e vapor de água superaquecido.

Ar saturado (ou mistura saturada): mistura de ar seco e
  vapor de água saturado (estado de equilíbrio entre o ar
  úmido e as fases líquida e vapor da água).

Umidade (ou saturação) Absoluta:

                         mv
                      w
                         mar
    Pv V Rv T   Rar Pv                             Pv
w                               w  0,622 
   Par V Rar T Rv Par                          Patm  Pv
Umidade (ou saturação) Relativa, f:




                       Diagrama T x s para o ar
A umidade relativa é a razão entre a quantidade de vapor de água existente
  em um certa massa de ar e aquela que ele teria se estivesse saturado à
  mesma temperatura. Logo, também é a razão entre Pv e Ps(t) .
Propriedades (funções de estado) de misturas de gases ideais:
As funções de estado de misturas de gases ideais são calculadas com a Lei de
Gibbs. Se a mistura atende a Regra de Dalton, pode-se calcular, por exemplo, a
entalpia:
                       H = ΣHi = Σ mi hi
 Ou, a entalpia específica,
                       h = ΣHi / m = H / m = Σ zi hi

  ou ainda, o calor específico a pressão constante, isto é, o
  gradiente da entalpia em relação à temperatura,
               dh   d                              d hi 
          C (    )   wi hi                   w                wi C P
                     dT                             dT 
            P                                        i
               dT       P                   P                   P



   é a média ponderada pela saturação (umidade) absoluta de
   cada um dos componentes da mistura!!
Entalpia Específica do Ar (gás) Úmido:

  •    H  H ar  H v  m ar h ar  m v h v
                 mv
  •    h  har      hv  har  w hv
                 mar

   •   har  c p ,ar T
   •   hv  hlv  c p , v T

   •   h  c p,ar T  w hlv  c p, v T 
Volume Específico do Ar (gás) Úmido:

             V     R ar T     R ar T
         v              
            m ar    Par     Patm  Pv

                                Rar T
           v  (1  1,6078 w) 
                                Patm
 Temperatura de Bulbo Seco (T ou TBS):

 Temperatura do gás (ou do ar) indicada por um termômetro
 comum, sem condensação na superfície do bulbo, não exposto
 à radiação.
Saturação Adiabática:




Saturador Adiabático


                                                                               
Definição de entalpia:
                                  c p ,a T  T0   w hLV ,0  c p ,v T  T0 
                              H
                         h
                              ma
Balanço de massa para o ar seco:
                                            ma1  ma 2
                                                 
Balanço de massa para a água:
                                      ma1w1  m3  ma 2 w2
                                                 
Balanço de energia:
                                     ma1h1  m3h3  ma 2h2
                                                  
Saturação Adiabática:




                                           Saturador Adiabático

Premissas:     - a mistura é um gás perfeito;
               - processo adiabático, Q = 0 e não há trabalho útil, W = 0;
               - a entalpia da água adicionada é muito pequena, então, h1 = h2;
               - o calor sensível do vapor é desprezível frente ao latente.
                 (notar que 3 indica a interface água-ar)
Assim, se h1 = h2:

               h1  h2  c p,a T1  T0   w1hLV ,0  c p,a T2  T0   w2 hLV ,0

          c p ,a T1  T0                   hLV , 0  c p ,a T2  T0  
                                     Mv                                           Mv
                                                                                           hLV ,0
                                    p                                            p
                                           1                                           1
                                f1 p (T1 )
                                    *
                                                                            f 2 p (T2 )
                                                                                 *
Saturação Adiabática:

Há uma única temperatura da água no equipamento que
produzirá ar saturado na saída com esta mesma temperatura.

Temperatura de bulbo úmido termodinâmica, ou temperatura
de saturação adiabática):

Temperatura da água no equipamento ( no saturador
adiabático). Assim, a temperatura de saturação adiabática é
uma propriedade termodinâmica!!!


Temperatura de Orvalho (To):
Temperatura à qual o vapor d água se condensa quando
resfriado a pressão e umidade absoluta constantes.
Temperatura de Bulbo Úmido:




                       V  5,0 m/s
A Carta Psicrométrica:




                         Umidade Absoluta
A Carta Psicrométrica de Campinas (Patm média = 945 hPa):
A Carta Psicrométrica para a Pressão Atmosférica Padrão (Patm = 760 mmHg):
Transformações Psicrométricas
           Mistura Adiabática de Duas Correntes de Ar Úmido:




Massa:     mar ,1 w1  mar , 2 w2  mar ,1  mar , 2  w3
                                           
Energia:    mar ,1 h1  mar , 2 h2  mar ,1  mar , 2  h3
                                            
Transformações Psicrométricas
   Aquecimento e Resfriamento Sensível, ou
   Aquecimento e Resfriamento Seco (sem evaporação / condensação) :




Da Eq. da Energia (só calor sensível):
                       Q / m  qs  c p T2  T1 
                               
Mas o ar úmido é uma mistura de ar seco e vapor de água:
                  qs  c p, ar T2  T1   c p, v w T2  T1 
                  
Transformações Psicrométricas
Resfriamento e Desumidificação:




          q12  h1  h2   hH 2O w1  w2 
          
Transformações Psicrométricas
Resfriamento e Desumidificação com desvio:


                   Fator de desvio (“by-pass” coefficient):




                            mar , b T2  Td
                            
                                 
                             
                            mar      T1  Td
Transformações Psicrométricas
Resfriamento e Desumidificação:
O fator de desvio (“by-pass coefficient”) depende das características da
serpentina, e das condições operacionais:
     Diminuição da superfície externa de troca de calor
             aumento do fator de desvio;
     Alteração da velocidade do ar
               alteração do fator de desvio.




                                                           >> Pizzeti, 1970
Transformações Psicrométricas
Resfriamento e Desumidificação:

    Importância da Temperatura de Orvalho (Td) e do Fator
    de Desvio () no projeto de sistemas de condicionamento
    de ar ?

                                  
  Indicação da temperatura da superfície da serpentina e
   da velocidade do ar requeridas para as trocas sensível e
                latente calculadas em projeto.
Transformações Psicrométricas
Resfriamento e umidificação:




                                        T1  T2
              Eficiência de Saturação 
                                        T1  T2
Transformações Psicrométricas
Aquecimento e Umidificação:
Transformações Psicrométricas

Aquecimento e Desumidificação:
Componentes
              
              Ve    e         i         
                                        Vi


                          m

                   Condicionador                       Recinto      Perdas e
                      de Ar                                         Exaustão

                     
                     Vm
                                   s'        Qs   Ql
                     
                     m



Componentes de instalações de ar condicionado:
   – Equipamento condicionador (o “ciclo” de refrigeração);
   – Dutos de insuflamento ou tubulações de água gelada;
   – “Fan coils”
   – Dutos de retorno;
   – Dutos de exaustão do ar e renovação de ar;
   – Válvulas (VAV) e “dampers;
   – Ventiladores, torre de resfriamento;
   – Filtros, humidificadores, lavadores de ar;
   – Medidores de vazão, pressão e temperatura, CLPs, rede de dados, barramento
     (“bus”), “switch”, computador, Internet (e protocolo de comunicação e software);
   – Sistema de supervisão, controle e gerência: banco de dados e software.
Equipamento autônomo (“self-contained”)
Equipamento autônomo (“self-contained”)




     “Self” de ambiente



                                  “Self” de teto
Unidade de Resfriamento de Água (“chiller”)
Climatizadora (evaporador + ventilador + (des)umidificador +
 “dampers” + filtros + grelhas/difusor + eq. auxiliares: motor
 elétrico, motor de passo, variador de frequência, unidade de
 controle remoto, unidade de controle e lógica, instrumentos)
Unidade “Split”




         Evaporador




                      Condensador (externo)
Torre Resfriamento
A torre de resfriamento é um equipamento de rejeição de calor: rejeita calor para a atmosfera
(p/ o ar), resfriando um fluxo de água quente. A água resfriada na torre de resfriamento é usada
para resfriar o refrigerante em um condensador, para resfriar a água de refrigeração de uma
usina, para resfriar a água que circula em um equipamento qualquer, onde sofre aquecimento,
etc, e várias outras aplicações.

O resfriamento da água se dá, fundamentalmente, pela transferência de calor latente, a
evaporação da água.
                                       Esquema operacional
Torre Resfriamento




No Laboratório de Térmica e Fluidos temos uma pequena torre de resfriamento instrumentada.
Veja a apostila do ensaio em http://www.fem.unicamp.br/~em712/em847.html
EXERCÍCIOS
Condensação de água na compressão do ar:
Calcule a quantidade de água condensada que resulta do processo de compressão de ar em
um conjunto de compressores. O ar é aspirado a 25 ºC, 100 kPa and 50% UR, é então
comprimido até 10 Mpa e resfriado para a temperatura ambiente, novamente, e
armazenado.

Solução:
A umidade absoluta do ar ambiente aspirado pelos compressores é calculada de

            0,622          0,622                0,622            g
                                                       0,010  10[g H 2 O / kgar ]
           p atm          p atm            100kPa                g
                 1             1                     1
            pV            fp s          0,5  3,17kPa
Quando o ar é comprimido pelos compressores, e depois resfriado nos “after-coolers”, para a
temperatura ambiente, novamente, atinge a condição de saturação. Assim, a máxima
quantidade de água no ar será:

                           0,622              g
                                   0,000197  0,197[g H 2 O / kgar ]
                      10000kPa                g
                                 1
                      1 3,17kPa
 Consequentemente, a água foi condensada em uma quantidade que é igual a D=9.8 g de
 água por kg de ar seco.
Consequentemente, a água foi condensada em uma quantidade que é igual a D=9.8 g de água
por kg de ar seco.

Note que o resultado das equações acima menciona uma quantidade de condensado relativa à
massa de ar na entrada, isto é, kg de ar, ao invés de kg de ar seco, como seria correto. É uma
preciosidade conceitual, mas, na realidade, a diferença é tão pequena (+/- 1%) que é muito
comum se dizer “por kg de ar” ao invés de “por kg de ar seco”.



Observação:

A secagem de ar comprimido é usualmente feita em equipamentos chamados de “after-coolers” (um
trocador de calor água-ar, por exemplo, de tubos aletados, ou ainda trocadores bi-tubulares). A água
condensada é retirada do trocador (“after-cooler”) por drenos de condensado ou purgadores (hoje é
comum o “purgador eletrônico”).

Note que, no exercício acima, o ar será armazenado saturado. Em muitas aplicações, deve-se evitar o
uso de ar saturado (em ferramentas pneumáticas, por exemplo, ou no motor a ar da broca do
dentista dentista). Assim, nestes casos, o “after-cooler” deve ser projetado para que o ar não seja
fornecido saturado, mas sim sim super-aquecido, para que não condense na “ponta” do processo.
Obrigado!



  Semana que vem tem mais:
                             noções de conforto térmico,
   cálculo de carga térmica, e
               sistemas de condicionamento de ar.

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Psicrometria

  • 2. O que é? Psicrometria: estudo das misturas de ar e vapor d´água, isto é, o estudo do ar úmido (no limite, estudo de misturas binárias nas quais um dos componentes é um vapor condensável). Do grego psychro, isto é, esfriar, resfriar.
  • 3. Aplicações da psicrometria -controle de clima, em especial em condicionamento de ar para conforto térmico; - condensação em superfícies frias (o orvalho sobre a grama em uma manhã fria, a água sobre a superfície externa de um copo de cerveja), etc; -O resfriamento evaporativo; -Os rastros brancos deixados pelas turbinas dos aviões 
  • 4. Definições Fundamentais e Conceitos Básicos Ar seco e úmido: o ar seco é a mistura dos vários gases que compõem o ar atmosférico, como nitrogênio, oxigênio, gás carbônico e outros, que formam mistura homogênea para uma grande faixa de temperaturas. O ar é úmido quando, além da mistura de gases, tem vapor d'água, que pode saturar à temperaturas ambiente, e então condensar. Lei de Dalton: a pressão total de uma mistura de gases é a soma das pressões parciais de cada um dos componentes. Pressão parcial: pressão que cada componente exerceria se, à mesma temperatura, ocupasse sozinho todo o volume da mistura.
  • 5. Fração molar e fração mássica: uma mistura gasosa de c (i = 1,…,c) componentes está contida em um volume V, sua temperatura é T e a pressão, P. Se seu peso molecular é m, sua massa é M e seu número de moles é n, tem- se: M = M1 + M2 + ...+ Mc = ΣMi n = n1 + n2 + ... + nc = Σni fração massica >> xi = Mi/M fração molar >> xi = ni/n O peso molecular é a média ponderada de todos os componentes: m = Σnimi / Σni = Σxini As propriedades da mistura são descritas pela combinação (média ponderada) das propriedades dos componentes!!!
  • 6. Lei de Dalton P = P1 + P2 + ...+ Pc = ΣPi Isto é, a pressão parcial é a contribuição de cada componente na formação da pressão (total) da mistura!!!
  • 7. Lei de Dalton O T acima é a temperatura de bulbo seco da mistura, a temperatura do gás indicada por um termômetro comum, sem condensação na superfície do bulbo, e também não exposto à radiação. A pressão parcial é exata em misturas de gases ideais!!! Note então que a Lei de Dalton (ou melhor, Regra de Dalton) não é propriamente uma Lei Termodinâmica, pois não se aplica universalmente a todas as misturas gasosas >> só é válida para gases ideais, e quando a mistura também for um gás ideal!!
  • 8. Composição do ar seco (ar) ao nível do mar: A pressão atmosférica como a soma da pressão parcial dos vários componentes do ar (admitido como gás perfeito homogêneo) e do vapor de água: Patm = PN2 + PO2 + PAr + Pv = Par + Pv
  • 9. Ar não-saturado (ou mistura não-saturada): mistura de ar seco e vapor de água superaquecido. Ar saturado (ou mistura saturada): mistura de ar seco e vapor de água saturado (estado de equilíbrio entre o ar úmido e as fases líquida e vapor da água). Umidade (ou saturação) Absoluta: mv w mar Pv V Rv T Rar Pv Pv w   w  0,622  Par V Rar T Rv Par Patm  Pv
  • 10. Umidade (ou saturação) Relativa, f: Diagrama T x s para o ar A umidade relativa é a razão entre a quantidade de vapor de água existente em um certa massa de ar e aquela que ele teria se estivesse saturado à mesma temperatura. Logo, também é a razão entre Pv e Ps(t) .
  • 11. Propriedades (funções de estado) de misturas de gases ideais: As funções de estado de misturas de gases ideais são calculadas com a Lei de Gibbs. Se a mistura atende a Regra de Dalton, pode-se calcular, por exemplo, a entalpia: H = ΣHi = Σ mi hi Ou, a entalpia específica, h = ΣHi / m = H / m = Σ zi hi ou ainda, o calor específico a pressão constante, isto é, o gradiente da entalpia em relação à temperatura, dh   d   d hi  C ( )   wi hi   w     wi C P  dT   dT  P i dT P P P é a média ponderada pela saturação (umidade) absoluta de cada um dos componentes da mistura!!
  • 12. Entalpia Específica do Ar (gás) Úmido: • H  H ar  H v  m ar h ar  m v h v mv • h  har  hv  har  w hv mar • har  c p ,ar T • hv  hlv  c p , v T • h  c p,ar T  w hlv  c p, v T 
  • 13. Volume Específico do Ar (gás) Úmido: V R ar T R ar T v   m ar Par Patm  Pv Rar T v  (1  1,6078 w)  Patm Temperatura de Bulbo Seco (T ou TBS): Temperatura do gás (ou do ar) indicada por um termômetro comum, sem condensação na superfície do bulbo, não exposto à radiação.
  • 14. Saturação Adiabática: Saturador Adiabático   Definição de entalpia:  c p ,a T  T0   w hLV ,0  c p ,v T  T0  H h ma Balanço de massa para o ar seco: ma1  ma 2   Balanço de massa para a água: ma1w1  m3  ma 2 w2    Balanço de energia: ma1h1  m3h3  ma 2h2   
  • 15. Saturação Adiabática: Saturador Adiabático Premissas: - a mistura é um gás perfeito; - processo adiabático, Q = 0 e não há trabalho útil, W = 0; - a entalpia da água adicionada é muito pequena, então, h1 = h2; - o calor sensível do vapor é desprezível frente ao latente. (notar que 3 indica a interface água-ar) Assim, se h1 = h2: h1  h2  c p,a T1  T0   w1hLV ,0  c p,a T2  T0   w2 hLV ,0 c p ,a T1  T0   hLV , 0  c p ,a T2  T0   Mv Mv hLV ,0 p p 1 1 f1 p (T1 ) * f 2 p (T2 ) *
  • 16. Saturação Adiabática: Há uma única temperatura da água no equipamento que produzirá ar saturado na saída com esta mesma temperatura. Temperatura de bulbo úmido termodinâmica, ou temperatura de saturação adiabática): Temperatura da água no equipamento ( no saturador adiabático). Assim, a temperatura de saturação adiabática é uma propriedade termodinâmica!!! Temperatura de Orvalho (To): Temperatura à qual o vapor d água se condensa quando resfriado a pressão e umidade absoluta constantes.
  • 17. Temperatura de Bulbo Úmido: V  5,0 m/s
  • 18. A Carta Psicrométrica: Umidade Absoluta
  • 19. A Carta Psicrométrica de Campinas (Patm média = 945 hPa):
  • 20. A Carta Psicrométrica para a Pressão Atmosférica Padrão (Patm = 760 mmHg):
  • 21. Transformações Psicrométricas Mistura Adiabática de Duas Correntes de Ar Úmido: Massa: mar ,1 w1  mar , 2 w2  mar ,1  mar , 2  w3     Energia: mar ,1 h1  mar , 2 h2  mar ,1  mar , 2  h3    
  • 22. Transformações Psicrométricas Aquecimento e Resfriamento Sensível, ou Aquecimento e Resfriamento Seco (sem evaporação / condensação) : Da Eq. da Energia (só calor sensível): Q / m  qs  c p T2  T1   Mas o ar úmido é uma mistura de ar seco e vapor de água: qs  c p, ar T2  T1   c p, v w T2  T1  
  • 23. Transformações Psicrométricas Resfriamento e Desumidificação: q12  h1  h2   hH 2O w1  w2  
  • 24. Transformações Psicrométricas Resfriamento e Desumidificação com desvio: Fator de desvio (“by-pass” coefficient): mar , b T2  Td     mar T1  Td
  • 25. Transformações Psicrométricas Resfriamento e Desumidificação: O fator de desvio (“by-pass coefficient”) depende das características da serpentina, e das condições operacionais: Diminuição da superfície externa de troca de calor  aumento do fator de desvio; Alteração da velocidade do ar  alteração do fator de desvio. >> Pizzeti, 1970
  • 26. Transformações Psicrométricas Resfriamento e Desumidificação: Importância da Temperatura de Orvalho (Td) e do Fator de Desvio () no projeto de sistemas de condicionamento de ar ?  Indicação da temperatura da superfície da serpentina e da velocidade do ar requeridas para as trocas sensível e latente calculadas em projeto.
  • 27. Transformações Psicrométricas Resfriamento e umidificação: T1  T2 Eficiência de Saturação  T1  T2
  • 30. Componentes  Ve e i  Vi m Condicionador Recinto Perdas e de Ar Exaustão  Vm s' Qs Ql  m Componentes de instalações de ar condicionado: – Equipamento condicionador (o “ciclo” de refrigeração); – Dutos de insuflamento ou tubulações de água gelada; – “Fan coils” – Dutos de retorno; – Dutos de exaustão do ar e renovação de ar; – Válvulas (VAV) e “dampers; – Ventiladores, torre de resfriamento; – Filtros, humidificadores, lavadores de ar; – Medidores de vazão, pressão e temperatura, CLPs, rede de dados, barramento (“bus”), “switch”, computador, Internet (e protocolo de comunicação e software); – Sistema de supervisão, controle e gerência: banco de dados e software.
  • 32. Equipamento autônomo (“self-contained”) “Self” de ambiente “Self” de teto
  • 33. Unidade de Resfriamento de Água (“chiller”)
  • 34. Climatizadora (evaporador + ventilador + (des)umidificador + “dampers” + filtros + grelhas/difusor + eq. auxiliares: motor elétrico, motor de passo, variador de frequência, unidade de controle remoto, unidade de controle e lógica, instrumentos)
  • 35. Unidade “Split” Evaporador Condensador (externo)
  • 36. Torre Resfriamento A torre de resfriamento é um equipamento de rejeição de calor: rejeita calor para a atmosfera (p/ o ar), resfriando um fluxo de água quente. A água resfriada na torre de resfriamento é usada para resfriar o refrigerante em um condensador, para resfriar a água de refrigeração de uma usina, para resfriar a água que circula em um equipamento qualquer, onde sofre aquecimento, etc, e várias outras aplicações. O resfriamento da água se dá, fundamentalmente, pela transferência de calor latente, a evaporação da água. Esquema operacional
  • 37. Torre Resfriamento No Laboratório de Térmica e Fluidos temos uma pequena torre de resfriamento instrumentada. Veja a apostila do ensaio em http://www.fem.unicamp.br/~em712/em847.html
  • 38. EXERCÍCIOS Condensação de água na compressão do ar: Calcule a quantidade de água condensada que resulta do processo de compressão de ar em um conjunto de compressores. O ar é aspirado a 25 ºC, 100 kPa and 50% UR, é então comprimido até 10 Mpa e resfriado para a temperatura ambiente, novamente, e armazenado. Solução: A umidade absoluta do ar ambiente aspirado pelos compressores é calculada de 0,622 0,622 0,622 g     0,010  10[g H 2 O / kgar ] p atm p atm 100kPa g 1 1 1 pV fp s 0,5  3,17kPa Quando o ar é comprimido pelos compressores, e depois resfriado nos “after-coolers”, para a temperatura ambiente, novamente, atinge a condição de saturação. Assim, a máxima quantidade de água no ar será: 0,622 g   0,000197  0,197[g H 2 O / kgar ] 10000kPa g 1 1 3,17kPa Consequentemente, a água foi condensada em uma quantidade que é igual a D=9.8 g de água por kg de ar seco.
  • 39. Consequentemente, a água foi condensada em uma quantidade que é igual a D=9.8 g de água por kg de ar seco. Note que o resultado das equações acima menciona uma quantidade de condensado relativa à massa de ar na entrada, isto é, kg de ar, ao invés de kg de ar seco, como seria correto. É uma preciosidade conceitual, mas, na realidade, a diferença é tão pequena (+/- 1%) que é muito comum se dizer “por kg de ar” ao invés de “por kg de ar seco”. Observação: A secagem de ar comprimido é usualmente feita em equipamentos chamados de “after-coolers” (um trocador de calor água-ar, por exemplo, de tubos aletados, ou ainda trocadores bi-tubulares). A água condensada é retirada do trocador (“after-cooler”) por drenos de condensado ou purgadores (hoje é comum o “purgador eletrônico”). Note que, no exercício acima, o ar será armazenado saturado. Em muitas aplicações, deve-se evitar o uso de ar saturado (em ferramentas pneumáticas, por exemplo, ou no motor a ar da broca do dentista dentista). Assim, nestes casos, o “after-cooler” deve ser projetado para que o ar não seja fornecido saturado, mas sim sim super-aquecido, para que não condense na “ponta” do processo.
  • 40. Obrigado! Semana que vem tem mais: noções de conforto térmico, cálculo de carga térmica, e sistemas de condicionamento de ar.