O documento discute a avaliação de desempenho ambiental. Explica que é um processo de gestão interna da empresa para fornecer informações sobre o desempenho ambiental em relação a parâmetros estabelecidos. Detalha que envolve a seleção de indicadores, coleta e análise de dados para avaliar o desempenho e identificar oportunidades de melhoria.
2. Avaliação de Desempenho
Ambiental
É um processo de gestão interna à
empresa, constituindo-se em ferramenta
destinada em prover a gestão da
empresa com informações reais e
mensuráveis em relação a uma base e/ou
critérios estabelecidos, que mostrarão
se, ao longo do tempo, o desempenho
ambiental da empresa está indo ao
encontro desses parâmetros.
3. Avaliação de Desempenho
Ambiental
É o processo para facilitar a tomada de
decisões gerenciais com relação ao
desempenho ambiental da organização
através da seleção de indicadores, coleta
e análise de dados, avaliação da
informação em comparação com os
critérios de desempenho ambiental,
relatando, comunicando e
periodicamente revisando e melhorando
este processo.
4. Áreas de avaliação/
indicadores
Sistemas de gestão: implantação de
políticas e de programas,
conformidades, desempenho financeiro,
relações com a comunidade.
Meio ambiente: ar; água; solo; fauna;
flora; seres humanos; comunidade;
estética; etc.
5. Áreas de avaliação/
indicadores
Sistema operacional: quantidade de
materiais utilizados no processo;
quantidade de energia utilizada nos
processos; serviços de suporte às
operações da empresa; infra-estrutura e
equipamentos utilizados pela empresa;
fornecedores e clientes; produtos;
serviços executados pela empresa;
resíduos da produção; emissões.
6. Modelo do processo de ADA
(PDCA)
Plan
Selecionar indicadores para Avaliação de
Desempenho Ambiental
Do
Usar dados e informações que incluem:
Coletar dados
Analisar e converter dados.
Avaliar as informações.
Relatar e comunicar as informações
Check e Act
Revisar e melhorar (análise crítica) a
Avaliação de Desempenho Ambiental
7. Usos
Determinar ações necessárias
para atingir seus critérios de
D.A.
Identificar aspectos ambientais
significativos.
Identificar oportunidades para
um melhor gerenciamento de
seus aspectos ambientais.
8. Usos
Identificar tendências em seu
desempenho ambiental.
Aumentar a eficiência e a eficácia
da organização.
Identificar oportunidades
estratégicas.
9. Classificação
(NBR ISO 14031/1999)
Indicadores de Desempenho Ambiental (IDA): fornece
informações sobre o desempenho ambiental de uma
organização.
Indicador de Desempenho Gerencial (IDG): fornece
informações sobre os esforços de gestão que influenciam
no desempenho ambiental da organização.
Indicador de Desempenho Operacional (IDO): fornece
informações sobre o desempenho ambiental das
operações de uma organização.
Indicador de Condição Ambiental (ICA): fornece
informações sobre condições locais, regionais, nacionais ou
globais do meio ambiente.
10. Exemplo de Indicadores
Uma organização de serviço localizada em uma área onde a qualidade
do ar é conhecida como insatisfatória utiliza informações sobre a
qualidade do ar para a seleção apropriada dos indicadores de ADA,
consistente em relação ao seu objetivo para reduzir suas emissões de
veículo automotor.
ICA
Concentração de contaminantes do ar associado as emissões de veículos
automotores
IDO
Redução de emissão de veículos automotores
Quantidade total de combustível consumido
Eficiência da combustão do motor do veículo
Frequencia da manutenção do veículo
Número de veículos equipados com tecnologias para o controle ambiental
IDG
Número de horas gastas no treinamento oara beneficiar o uso de transportes
públicos
Total de dinheiro investido na promoção do transporte público.
11. Exemplo de Indicadores
Em uma região onde a informação ambiental indica
uma redução no fornecimento de água, uma
organização pode selecionar indicadores para Avaliação
de Desempenho Ambiental relacionados a medidas de
conservação da água que não poderiam ser
selecionadas sem estas informações.
ICAs
Nível de água subterrânea
Taxa de reabastecimento
IDO
Quantidade de água usada por dia
Quantidade de água usada por unidade de produção
IDG
Total de dinheiro investido em pesquisas de métodos para redução
do consumo de água.
16. Contexto atual mundial
Crescimento em áreas de proteção ambiental
Crescimento acelerado construções
desordenadas
Aquecimento global desequilíbrio ambiental:
saúde (doenças); agricultura (problemas de
irrigação), vegetação (interrupção de
ecossistema), inundação de áreas costeiras e
mortalidade de espécies (fauna e flora)
17. Impactos negativos da construção
civil
Construção
Consumo de materiais com alto nível de
energia embutida
Consumo de materiais com alta emissão de
CO2
Produção de entulho
Grandes movimentação de terra
Transporte da construção
CASADO, M. – GBC Brasil
18. Impactos negativos da construção
civil
Operação
Grande consumo de energia
Grande consumo de água
Grande produção de esgotos e lixo
Impermeabilização do terreno
Transporte das pessoas
Poluição Interna dos edifícios – Síndrome do
Edifício Doente
CASADO, M. – GBC Brasil
19. Calcule a poluição ...
1 tonelada de cimento produzido gera 600kg de CO2
1 tonelada de aço produzido gera 2500kg de CO2
1 tonelada de areia ou brita produzida consome 10 kWh
de energia
1 tonelada de gesso produzido consome 1.000 kWh de
energia
1tonelada de cimento produzido consome 2.200 kWh de
energia
1 tonelada de aço produzido consome 10.000 kWh de
energia
1 tonelada de alumínio produzido consome 56.000 kWh
de energia
gerada pelas construções
20. Como reduzir o impacto ...
Menor consumo de energia
Medição individual
Lâmpadas PL
Automação (elevadores,
iluminação etc.)
21. Como reduzir o impacto ...
Aquecimento solar de água
Sensores de presença
Menor consumo de água
Medição individual
Metais de baixo consumo
Vaso sanitário dupla descarga
Reaproveitamento do esgoto tratado
Reaproveitamento de águas de chuvas
Automação na irrigação
22. Menor produção de esgoto e lixo
Economia de água
Reaproveitamento do esgoto
Reciclagem do lixo
Menor impermeabilização do terreno
Áreas de infiltração natural
Caixas de retardo
Grande áreas de jardins
Menor movimentação de terra
Otimização da implantação
Respeitar a “vocação” do terreno
23. Melhor qualidade do ambiente para os usuários
Renovação do ar
Proibição do fumo em todo o edifício
Proteção dos dutos de ar durante a construção
Projeto que maximize a iluminação natural e vista
externa para a maior parte dos ocupantes
Não utilização de produtos com compostos orgânicos
voláteis
Materiais de menor impacto em sua produção e
transporte
Uso de material reciclado
Uso de madeira certificada ou reflorestamento
Fornecedores regionais (num raio de 800km)
24. Construção sustentável
O conceito de Construção Sustentável
surge na primeira Conferência
Internacional de Construção
Sustentável em Tampa, Estados
Unidos, por Charles Kibert em 1994.
Definida como a “criação e gestão
responsável de um ambiente
construído saudável, baseado na
eficiência de recursos e princípios
ecológicos”.
25. Outros conceitos ...
“Permite a integração entre o
homem e a natureza, com um
mínimo de alteração e impacto
sobre o meio ambiente, usa
recursos naturais de maneira
integrada e, quase sempre,
instintiva e intuitivamente” (IDHEA)
26. Outros conceitos ...
“Proporciona ambiente saudável e
adequado para as pessoas desenvolverem
as suas atividades, minimiza os impactos
ambientais e preserva recursos naturais,
gera resultados financeiros sustentáveis
para os negócios e promove o
desenvolvimento da sociedade sem
comprometer as gerações futuras
(CASADO, M. – GBC Brasil)
27. Diretrizes para
construções sustentáveis
a) Planejamento Sustentável da obra:
econômica, ter longa vida útil e conter apenas
materiais com potencial para, ao término de
sua vida útil (ao chegar o instante de sua
demolição), ser reciclados ou reutilizados
b) Aproveitamento passivo dos recursos
naturais: conforto e bem-estar dos ocupantes,
integrando a habitação com o entorno, além
de economizar recursos finitos, como energia
e água.
28. c) Eficiência energética: uso de energias renováveis e
sistemas para redução no consumo de energia e
climatização do ambiente.
d) Gestão e economia da água: tratá-la localmente e
reciclá-la, além de aproveitar recursos como a água da
chuva.
e) Gestão dos resíduos: eficiência na gestão pelos
usuários da edificação, resolver localmente ou
minimizar tal geração.
f) Qualidade do ar e do ambiente interior: criar um
ambiente interno e externo com elevada qualidade no
tocante a paisagem local e qualidade atmosférica e
elétrica do ar
29. g) Conforto termo-acústico: prover excelentes condições termo-acústicas,
de forma a melhorar a qualidade de vida física e psíquica dos indivíduos;
h) Uso racional de materiais: usar materiais que não comprometam o meio
ambiente, saúde dos ocupantes e que contribuam para promover um
estilo de vida sustentável e a consciência ambiental dos indivíduos;
i) Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis: estimular um
novo modelo econômico-social, que gere empresas de produtos serviços
sustentáveis e dissemine consciência ambiental entre colaboradores,
fornecedores, comunidade e clientes
IDHEA - Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica: os Nove
Passos para a Obra Sustentável
30. Green building
São edificações nas quais foram aplicadas medidas
construtivas que buscam o aumento de sua eficiência no uso
de recursos, com foco na redução dos impactos
socioambientais. Isto é feito por meio de um processo que
abrange CICLO DE VIDA completo das edificações.
Deste modo, englobam:
Localização
Projeto
Construção
Operação e Manutenção
Remoção de resíduos
Remoção/renovação da edificação ao final de sua vida útil.
31. Ciclo de vida de uma
construção
sustentável
1. Planejamento - Estudos, Projetos;
2. Implantação – Construção/ Obra;
3. Utilização - Habitação/ Viver o espaço;
4. Manutenção - Durabilidade;
5. Demolição.
32. No planejamento, considerar:
1. Localização: aspectos locais (bairro,
clima, vento, solo e tipo de ocupação);
2. Desenho do Projeto (orientação do
edifício, luz e ventilação natural, cor
das superfícies);
3. Mobilidade: zona servida por
transporte público, estacionamento,
ciclovias;
4. Materiais (materiais naturais – terra
madeira, cortiça; sem compostos
voláteis e uso de resíduos)
33. 5. Resíduos: Reciclagem em pontos de
coleta, em edifícios, em ecopontos, por
compostagem ou hortas urbanas;
6. Águas e Afluentes: Torneiras
temporizadoras; aproveitamento de
águas pluviais para rega;
7. Energia (energia solar passiva, energia
renovável, equipamentos eficientes);
8. Certificação Energética e/ou Ambiental
(LEED, Caixa Azul)
34. Benefícios da construção
sustentável
Benefícios sociais: desenvolver a economia local através da
geração de emprego e renda, benefícios a partir dos impostos
pagos, promove a integração de ocupantes (do empreendimento)
com sua vizinhança e uma adequação arquitetônica com seu
entorno.
Benefícios ambientais: devem ser planejados para que suprimam
menores áreas de vegetação, otimizem o uso de materiais, gerem
menos lançamentos de resíduos durante sua fase de construção;
demandem menos energia e água durante sua fase de operação;
sejam duráveis, flexíveis e passíveis de requalificação e possam
ser amplamente reaproveitados e reciclados no fim de seu ciclo de
vida. Muitos dos benefícios ambientais se traduzem em ganhos
econômicos, com a redução de custos de construção, uso e
operação e manutenção das edificações.
FLORIM (2005)
35. Benefícios ...
Benefícios econômicos: aumento da eficiência no uso de
recursos financeiros na construção, a oferta de um retorno
financeiro justo aos empreendedores e acionistas, indução
de aumento da produtividade de trabalhadores por
encontrarem-se em um ambiente saudável e confortável.
FLORIM (2005)
COM ISSO, HÁ ...
Valorização de até 3% no valor do m2 do imóvel.
Redução dos custos operacionais em até 25%
Aumento da produtividade em até 16%
Associação da marca ao conceito de sustentabilidade
36. Certificação de construção
sustentável
Selo LEED (Leadership in Energy and Environmental
Design) – atesta a qualidade ambiental de prédios
residenciais e comerciais. Desenvolvido pelo United States
Green Building Council (USGBC) e funciona através de um
sistema de pontuação que certifica (ou não) edificações
novas e existentes como sustentáveis.
Existem atualmente mais de 1.253 empreendimentos
certificados e mais de 11.250 em processo de aprovação
37. As edificações interessadas em
conquistar o selo LEED devem
entrar com pedido de certificação
na Plataforma LEED On line,
referente ao seu tipo de
empreendimento.
No Brasil, existem oito selos
diferentes:
- LEED NC, para novas construções
ou grandes projetos de renovação;
- LEED ND, para projetos de
desenvolvimento de bairro;
- LEED CS, para projetos na
envoltória e parte central do
edifício;
- LEED Retail NC e CI, para lojas de
varejo;
- LEED Healthcare, para unidades
de saúde;
- LEED EB_OM, para projetos de
manutenção de edifícios já
existentes;
- LEED Schools, para escolas e
- LEED CI, para projetos de interior
ou edifícios comerciais
38. O BREEAM é o primeiro método de avaliação de
desempenho ambiental de edifícios, desenvolvido pelo
Building Research Establishment (BRE), no Reino
Unido, já no início da década de 1990, contendo
exigências que enfocavam: o interior da edificação, o
seu entorno próximo e o meio ambiente
O GBTool é uma ferramenta internacional de avaliação
ambiental de edifícios, resultante de um consórcio que
envolve vários países da Europa, Ásia e América
(Green Building Challenge) na busca do
desenvolvimento de incentivos à execução de edifícios
mais adequados do ponto de vista ambiental. Não
possui um órgão certificador específico, sendo uma
ferramenta de discussão e aprimoramento de projetos
podendo ser adotada por qualquer entidade de
avaliação que defina fatores de ponderação para os
elementos considerados.
39. O CASBEE (Japão) possui instrumentos de
avaliação para quatro tipos de
empreendimentos: voltados ao projeto
(ainda em desenvolvimento), construções
novas, edifícios existentes e reformas. Os
critérios de avaliação abordam a qualidade
ambiental e desempenho do edifício e
diminuição de cargas ambientais quanto à
eficiência energética, gestão de recursos e
impactos na vizinhança.
O HQE (França) é uma base de avaliação
que consiste em dois sistemas relacionados
entre si, que aferem o desempenho
ambiental de edifícios. Sua estrutura
subdivide-se em gestão do empreendimento
– SMO (Système de Management de
l'Opération) – e qualidade ambiental – QEB
(Qualité Environnementale du Bâtiment) –,
que avaliam as fases de projeto, execução e
uso, cada qual com uma certificação em
separado
40. O método desenvolvido pelo IPT visa oferecer uma
avaliação ambiental de edifícios adequada às
condições brasileiras e, caso o resultado seja
satisfatório, conceder uma Referencia Ambiental-
IPT. Sua estrutura é semelhante à do LEED e
BREEAM, com itens com caráter de atendimento
obrigatório e outros classificatórios.
A sistemática do IPT enfatiza os aspectos
ambientais tradicionais como características do
terreno, de água, energia, materiais, resíduos e
conforto ambiental. Considera também aspectos
mais abrangentes como de acessibilidade e relação
do edifício com o meio urbano.
41. Como parte do Programa Brasileiro de
Etiquetagem, o PROCEL EDIFICA incentiva a
adoção de medidas mais sustentáveis nos
edifícios do país. O Inmetro e a Eletrobrás
lançaram a Etiqueta de Eficiência Energética
de Edificações, que avaliará e classificará os
prédios públicos, comerciais e de serviços de
acordo com seu consumo de energia.
Considera, basicamente, três aspectos:
envoltório – em que serão avaliados a fachada
e o entorno dos prédios –, sistema de
iluminação e condicionamento de ar. Cada
conceito receberá uma classificação entre A,
que é o melhor nível de eficiência, e E, que é o
pior.
42. A Certificação de Construção Sustentável -
Processo AQUA demonstra, de forma inegável
e inequívoca, a Alta Qualidade Ambiental do
Empreendimento, provada por meio de
auditorias independentes. O AQUA é a
adaptação para o Brasil da HQE (Démarche
HQE), da França. Desenvolvido pelos
professores da Escola Politecnica da USP e pela
Fundação Vanzolini, possui a sua certificação é
realizada 100% no Brasil, por meio de auditorias
presenciais
43. “Selo Casa Azul CAIXA: Boas Práticas para Habitação
Mais Sustentável” foi produzido com apoio de uma
equipe de especialistas da USP, UNICAMP e UFSC. Tem
como objetivo o reconhecimento e incentivo de
projetos que demonstrem suas contribuições para a
redução de impactos ambientais, considerando 53
critérios em relação aos temas qualidade urbana,
projeto e conforto, eficiência energética,
conservação de recursos materiais, gestão da água
e práticas sociais. O Selo Casa Azul CAIXA é o
primeiro sistema de classificação da sustentabilidade
de projetos desenvolvido para a realidade da
construção habitacional brasileira. O objetivo do
manual é dar suporte aos projetistas e
empreendedores com estratégias adaptadas para a
realidade habitacional do país e na incorporação da
“agenda do empreendimento” como forma de escolha
para a adoção de ações que sejam mais relevantes
desde o ponto de vista socioambiental.
45. Outras ...
Construções brasileiras que receberam o selo LEED:
- Eldorado Business Tower (São Paulo – SP)
- Morgan Stanley (São Paulo – SP)
- Delboni Auriemo – Dumont Villares (São Paulo – SP)
- Centro de Distribuição Bomi Matec (Itapevi – SP)
- Edifício Cidade Nova – Bracor (Rio de Janeiro – RJ)
- WTorre Nacoes Unidas 1 e 2 (São Paulo – SP)
- Centro de Cultura Max Feffer (Pardinho – SP)
- Torre Vargas 914 (Rio De Janeiro – RJ)
- Escritório Brasken (São Paulo – SP)
- Pão de Açúcar – Loja Indaiatuba (Indaiatuba SP)
- Fleury Medicina e Saúde – Rochaverá Corporate Towers (São Paulo – SP)
- Laboratório Boehringer Ingelheim (São Paulo – SP)
BLANCO, P.V. (2011)