O documento discute um projeto chamado Happytown que tem como objetivo tornar as pessoas mais felizes no trabalho através de ações focadas em psicologia positiva e coaching. A coordenadora do projeto explica que colaboradores felizes são mais produtivos e faltam menos, trazendo benefícios diretos para as empresas. No entanto, ela acredita que a maioria das pessoas que trabalham em empresas portuguesas ainda não são felizes, e é possível aumentar esse nível de felicidade ao equilibrar a vida profissional e pessoal.
2. 29Pessoaljunho2016
“No workshop dinamizado pela Cristina, que internamente designámos Work and Family Balance, vivi momentos
muito interessantes, diria mesmo desafiantes. A Cristina tem o dom de nos pôr a pensar na nossa vida, de nos
confrontar com as nossas escolhas e obriga-nos a refletir: ‘Afinal eu sou o dono da minha vida, por isso, o principal
responsável da gestão da mesma sou EU!’ Neste workshop, considero que aprendi que, nos pratos da balança do
tempo, cada um põe o que quer, mas, sobretudo, que deve gerir a importância e o tempo na mesma proporção,
estando “verdadeiramente presente nesses momentos”, para que os conflitos não apareçam... Cristina, o meu/
nosso muito obrigado!”
Luís Antunes – Human Resources director da PHC Software
to positivo que um equilíbrio nesta esfe-
ra pode trazer ao contexto profissional.
As medidas não se esgotam no dar o dia
de aniversário ou de até no facto de ter
a simpatia de deixar o colaborador sair
para ir a uma reunião de pais. É impor-
tante que as empresas criem estruturas
que respeitem as necessidades dos co-
laboradores, quer tenham filhos ou não,
e isso passa por lhes dar ferramentas
que lhes permitam dominar técnicas de
“autotudo” (autorregulação, autonomia,
autoajuste, autoajuda, automotivação)
e dar-lhes liberdade para ajustar a sua
experiência.
P: Nota que há, de facto, uma mudan-
ça de atitude nas pessoas, após as suas
intervenções?
CNF: Noto que as pessoas pensam
mais nos seus “porquês”, que tomam
mais decisões e que ficam com mais
confiança. Recebo mensagens diárias...
Este trabalho permite-me criar relações
contínuas, assentes na partilha, na rela-
ção e na gratidão. Recebo e-mails com
“já consegui”, “hoje pela primeira vez fiz
o que sempre tive vontade de fazer”,
“decidi finalmente avançar com aque-
le projeto que tinha na gaveta”. Sinto
que as pessoas deixam de carregar no
snooze da vida, adiam menos, são mais
determinadas, desafiam-se e aceitam-se.
P: Na sua opinião, as pessoas que tra-
balham nas empresas portuguesas são
felizes?
CNF: A maioria não, mas é possível
aumentar o nível de felicidade nas
empresas e isso passa por aumentar
a felicidade na empresa, família e nos
restantes parâmetros da vida.
A boa notícia é que as pessoas que-
rem cada vez mais ser felizes em tudo
o que fazem, mas ainda lutam contra
a noção de que não é suposto sermos
felizes no trabalho... O trabalho conti-
nua a ser uma coisa dura, séria, aliás,
em alguns dos quadrantes da nossa
vida, acreditamos que a felicidade é
algo que está destinado aos que têm
sorte, porque tiveram bons patrões,
bons cônjuges ou filhos extraordiná-
rios.
Torna-se crucial destruir o conceito de
sorte. Empresas e colaboradores de-
vem dedicar-se a criar uma relação de
equilíbrio, proximidade, confiança e
liberdade. Só assim o amor não acaba.
Só assim teremos empresas e pessoas
felizes.
sábado de manhã enquanto se fazem as
compras de supermercado. Já não há o
“das nove às cinco”, grande parte das
empresas desconhecem ainda o impac-
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