2. Introdução
Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de
setembro de 1908) foi um escritor brasileiro, considerado por muitos críticos, estudiosos,
escritores e leitores um dos maiores senão o maior nome da literatura do Brasil Escreveu em
praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo,
contista, folhetinista, jornalista e crítico literário.
Testemunhou a Abolição da Escravatura e a mudança política no país quando
a República substituiu o Império, além das mais diversas reviravoltas pelo mundo em finais do
século XIX e início do XX, tendo sido grande comentador e relator dos eventos político-sociais
de sua época.
3. Nascimento e primeiros anos
Machado de Assis nasceu em uma chácara no morro do Livramento no Rio de Janeiro, no dia 21
de junho de 1839. Filho de Francisco José de Assis, um mulato, pintor de paredes e de Maria
Leopoldina Machado de Assis, lavadeira, de origem portuguesa, da Ilha dos Açores. Ainda
pequeno ficou órfão de mãe e o pai casa-se pela segunda vez. Para ajudar nas despesas da casa
trabalhou vendendo doces. Frequentou por pouco tempo uma escola pública.
4. Principais obras
Sua extensa obra constitui-se de nove romances, duzentos contos, dez peças teatrais,
cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de seiscentas crônicas. Machado de Assis
é considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias
Póstumas de Brás Cubas (1881). Este romance é posto ao lado de todas suas produções
posteriores, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires,
ortodoxamente conhecidas como pertencentes a sua segunda fase, em que se notam
traços de pessimismo e ironia, embora não haja rompimento de resíduos românticos.
Dessa fase, os críticos destacam que suas melhores obras são as da Trilogia Realista. Sua
primeira fase literária é constituída de obras como Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena
e Iaiá Garcia, onde notam-se características herdadas do Romantismo, ou
"convencionalismo", como prefere a crítica moderna.
5. Dom Casmurro
O maior romance de Machado de Assis, “Dom Casmurro”, foi lançado em 1899. A história foi
escrita em formato de lembranças de Bento Santiago, o Bentinho, narrando sua vida marcada
pela relação com sua amada Capitu e o ciúme de seu amigo Escobar. O tom de sua narração é
carregado de amargura e sofrimento, quando ele põe em cheque o caráter de Capitu.
O Alienista
Seria uma novela ou um conto mais longo? Críticos dividem-se nessa análise entre uma e outro.
O livro de 1882 é um marco no Realismo Brasileiro, com uma história cheia de ironia em torno
dos pensamentos e hábitos da sociedade.
6. Últimos anos e morte
Em outubro de 1904 morreu sua esposa, que além de revisora de suas obras era também sua
enfermeira, pois Machado de Assis tinha a saúde abalada pela epilepsia. Após a morte da
esposa o romancista raramente saía de casa. Em sua homenagem dedicou o poema "A
Carolina".
Joaquim Maria Machado de Assis morreu no Rio de Janeiro, no dia 29 de setembro de 1908. Foi
enterrado no cemitério de São João Batista, na mesma cidade onde nasceu e viveu toda sua
vida. Representando a Academia Brasileira de Letras, o jurista Rui Barbosa fez um discurso em
homenagem ao escritor.
7. Obras de Machado de Assis
Desencanto, teatro, 1861
Queda que as mulheres têm pelos Tolos, teatro, 1861
Quase Ministro, teatro, 1864
Crisálidas, poesia, 1864
Os Deuses de Casaca, teatro, 1866
Contos Fluminenses, conto, 1870
Falenas, poesia, 1870
Ressurreição, romance, 1872
História da Meia Noite, conto, 1873
A Mão e a Luva, romance, 1874
Americanas, poesia, 1875
Helena, romance, 1876
Iaiá Garcia, romance, 1878
Memórias Póstumas de Brás Cubas, romance, 1881
Tu, Só Tu, Puro Amor, teatro, 1881
Papéis Avulsos, conto, 1882
O Alienista, conto, 1882
Histórias Sem Data, conto, 1884
Páginas Recolhidas, conto, 1889
Quincas Borba, romance, 1891
Várias Histórias, conto, 1896
Dom Casmurro, romance, 1899
Poesias Completas, 1901
Esaú e Jacó, romance, 1904
Relíquias da Casa Velha, conto, 1906
Memorial de Aires, romance, 1908
8. Frases de Machado de Assis
Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.
Creia em si, mas não duvide sempre dos outros.
A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.
Botas... as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés,
dão azo ao prazer de as descalçar.