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Linguagens, códigos e suas tecnologias
PROFESSOR:
CLÁUDIO MÁRCIO
Linguagens, códigos e suas
tecnologias
Presépio
Dasdores (assim se chamavam as moças daquele tempo) sentia-se dividida entre a Missa do
Galo e o presépio. Se fosse à igreja, o presépio não ficaria armado antes de meia-noite e, se se
dedicasse ao segundo, não veria o namorado.
É difícil ver namorado na rua, pois moça não deve sair de casa, salvo para rezar ou visitar
parentes. Festas são raras. O cinema ainda não foi inventado, ou, se o foi, não chegou a esta nossa
cidade, que é antes uma fazenda crescida. Cabras passeiam nas ruas, um cincerro tilinta: é a tropa.
E viúvas espiam de janelas, que se diriam jaulas.
Dasdores e suas numerosas obrigações: cuidar dos irmãos, velar pelos doces de calda, pelas
conservas, manejar agulha e bilro, escrever as cartas de todos. Os pais exigem-lhe o máximo, não
porque a casa seja pobre, mas porque o primeiro mandamento da educação feminina é: trabalharás
dia e noite. Se não trabalhar sempre, se não ocupar todos os minutos, quem sabe de que será capaz
a mulher? Quem pode vigiar sonhos de moça? Eles são confusos e perigosos. Portanto, é impedir
que se formem. A total ocupação varre o espírito. Dasdores nunca tem tempo para nada. [...] Mas é
um engano supor que se deixou aprisionar por obrigações enfadonhas. Em seu coração ela voa para
o sobrado da outra rua, em que, fumando ou alisando o cabelo com brilhantina, está Abelardo.
ANDRADE, C. D. In: Contos de aprendiz. Rio de Janeiro: Record, 2009. p. 45. [Fragmento]
01. Com base na exposição realizada pelo narrador do conto, a personagem
Dasdores se comporta como uma jovem cujos valores a tornam
A) empenhada em mudar drasticamente sua realidade opressora.
B) resignada pelo destino que já se mostra infeliz e cansativo.
C) amargurada por sentir-se explorada pelos pais e pelo namorado.
D) inadequada ao universo doméstico, onde assume papel humilhante.
E) sonhadora ao evitar seu abatimento e aprisionamento pelo cotidiano atarefado.
Manifesto pela maternidade real
É mentira que sua vida só ganhou significado depois da maternidade. É
mentira que você nunca foi tão feliz. É mentira que a gente se apaixona pelo filho
já no primeiro ultrassom.
É mentira que dá tudo orgânico e sem sal. É mentira que você nunca sente
raiva do seu filho. É mentira que você nunca tem saudade da vida antes dele. É
mentira que cozinha tudo no vapor e jamais mete um micro-ondas quando está
cansada ou com pressa.
É mentira que você vai ter saco para os amigos que não são tão amigos.
É mentira que qualquer outro humano divide a bucha igualmente com você.
É verdade que a gente ama muito e mais que tudo, é verdade que eu faria
tudo de novo, mas o resto é mentira.
BERNARDI, T. Disponível em: <https://www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 01 dez. 2020. [Fragmento]
02. Na crônica-manifesto de Tati Bernardi, a utilização do registro coloquial
serve como procedimento de linguagem para construir a voz de uma
enunciadora
A) purista, já que dispensa o uso do português visto como culto.
B) irônica, uma vez que debocha da vida das mães contemporâneas.
C) relapsa, porque a rotina de mãe inviabiliza a atenção à formalidade.
D) despojada, pois procura sustentar um discurso autêntico, espontâneo.
E) distraída, devido às múltiplas exigências simultâneas da vida materna.
Romance em doze linhas
quanto falta pra gente se ver hoje
quanto falta pra gente se ver logo
quanto falta pra gente se ver todo dia
quanto falta pra gente se ver pra sempre
quanto falta pra gente se ver dia sim dia não
quanto falta pra gente se ver às vezes
quanto falta pra gente se ver cada vez menos
quanto falta pra gente não querer se ver
quanto falta pra gente não querer se ver nunca mais
quanto falta pra gente se ver e fingir que não se viu
quanto falta pra gente se ver e não se reconhecer
quanto falta pra gente se ver e nem lembrar que um dia se conheceu.
BEBER, B. Disponível em: <http://rascunho.com.br/>. Acesso em: 22 nov. 2020.
03. No poema contemporâneo de Bruna Beber, a relação entre a repetição “quanto
falta pra gente”, o título e o número de versos, no processo de construção do texto,
indicam que o(a)
A) tom descritivo caracteriza uma forma peculiar das relações amorosas.
B) caráter questionador dos versos assinala uma concepção humorística sobre o amor.
C) referência ao tempo e à quantidade de versos expressa a efemeridade do
relacionamento.
D) enumeração de manifestações amorosas resulta em maior durabilidade do
relacionamento.
E) escolha temática revela uma visão pessimista sobre duração dos relacionamentos
afetivos.
Lá de cima, a moça os ficou vendo ir, novamente agarrados, sempre fitando o mar,
com os mesmos olhos de ansiedade e de assombro.
Iam para o desconhecido, para um barracão de emigrantes, para uma escravidão
de colonos...
Iam para o destino, que os chamara de tão longe, das terras secas e fulvas de
Quixadá, e os trouxera entre a fome e mortes, e angústias infinitas, para os conduzir
agora, por cima da água do mar, às terras longínquas onde sempre há farinha e
sempre há inverno...
O bote já era um pequeno ponto, uma verruga negra aderida ao navio.
Conceição lentamente deu as costas, e enxugou os olhos molhados no lenço com
que acenara para o mar.
Um negro dos guindastes, que fumava, ao sol, com gotas de suor aljofrando-lhe a
testa preta e brilhante, olhou-a admirado, abanando a cabeça:
— Tem gente pra tudo, neste mundo! Uma moça branca, tão bem pronta, chorar
mode retirante!..
(O quinze. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1984. P. 81 -4)
04. Em O Quinze, Rachel de Queiroz aborda o tema da seca e suas
consequências, sem deixar de lado os aspectos sociais e humanos. Na
passagem da obra apresentada, o personagem negro dos guindastes percebe o
comporta de Conceição, que transparece seu caráter
A) egoísta e individualista.
B) saudosista e sentimental.
C) empático e altruísta.
D) reflexivo e contraditório.
E) fingido e mentiroso.
Circular
Neste mesmo instante, em algum lugar,
alguém está pensando a mesma coisa
que você estava prestes a dizer.
Pois é. Esta não é a primeira vez.
Originalidade não tem vez
neste mundo, nem tempo, nem lugar.
O que você fizer não muda coisa
alguma. Perda de tempo dizer
o que quer que você tenha a dizer.
Mesmo parecendo que desta vez
algo de importante vai ter lugar,
não caia nessa: é sempre a mesma coisa.
Sim. Tanto faz dizer coisa com coisa
ou simplesmente se contradizer.
Melhor calar-se para sempre, em vez
de ficar o tempo todo a alugar
todo mundo, sem sair do lugar,
dizendo sempre, sempre, a mesma coisa
que nunca foi necessário dizer.
Como faz este poema. Talvez.
BRITTO, P. H. Formas do nada. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
05. No poema, Paulo Henriques Britto, um dos principais poetas da literatura
contemporânea, constrói um eu lírico que
A) critica, em versos humorísticos, as pessoas que desprezam os textos literários.
B) satiriza, por meio da ironia, os leitores que buscam originalidade na literatura.
C) defende, de modo sarcástico, o plágio como uma espécie de manifestação
intelectual.
D) ironiza o pessimismo da população que não acredita no caráter inovador da arte.
E) retrata, de maneira pessimista, a impossibilidade de criações originais na
sociedade pós-moderna.
Tanta tinta
Ah! Menina tonta,
toda suja de tinta
mal o Sol desponta!
(Sentou-se na ponte,
muito desatenta...
E agora se espanta:
Quem é que a ponte pinta
Com tanta tinta?...)
A ponte aponta
e se desaponta.
A tontinha tenta
limpar a tinta,
ponto por ponto
e pinta por pinta...
Ah! A menina tonta!
Não viu a tinta da ponte!
MEIRELLES, C. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/>. Acesso em: 11 dez 2020.
06. Na construção de seu poema, a autora empregou alguns
recursos fônicos que contribuem para a produção de sentidos.
Nos versos, as aliterações e assonâncias têm propósito
A) rítmico, para que o efeito moralizante do poema seja assimilado
pelo público infantil.
B) lúdico, pois é empreendida uma brincadeira poética com os
sons das palavras.
C) musical, pois a sonoridade se assemelha à de um trem que
passasse pela referida ponte.
D) experimental, pois as palavras são associadas livremente em
um automatismo surrealista.
E) estético, o qual objetiva aproximar o poema do estilo
empregado na lírica clássica.
O tenente Antônio de Sousa era um desses moços que se gabam de não crer em nada, que
zombam das coisas mais sérias e riem dos santos e dos milagres. [...]
– Quereis saber uma coisa? Filho meu não frequentaria esses colégios e academias onde só
se aprende o desrespeito à religião. Em Belém, parece que todas as crenças velhas vão pela
água abaixo. A tal civilização tem acabado com tudo que tínhamos de bom. A mocidade
imprudente e leviana afasta-se dos princípios que os pais lhe incutiram no berço, lisonjeando-
se duma falsa ciência que nada explica, e a que, mais acertadamente, se chamaria
charlatanismo. Os maus livros, os livros novos, cheios de mentiras, são devorados
avidamente. As coisas sagradas, os mistérios são cobertos de motejos, e, em uma palavra, a
mocidade hoje, como o tenente Sousa, proclama alto que não crê no diabo (salvo seja, que lá
me escapou a palavra!), nem nos agouros, nem nas feiticeiras, nem nos milagres. É de se
levantarem as mãos para os céus, pedindo a Deus que não nos confunda com tais ímpios!
SOUSA, I. A feiticeira. In: NEMO, A. O grande livro dos melhores contos. v. 2. Tacet Books, 2020. [Fragmento adaptado]
07. No fragmento do conto naturalista de Inglês de Souza, publicado em 1893, há
uma questão social, presente na época e verificável atualmente, que é explicitada
pela fala da personagem, a qual se baseia na
A) valorização do conhecimento científico.
B) crítica à qualidade educacional do país.
C) desinformação característica da juventude.
D) antipatia pelas mudanças das novas gerações.
E) manipulação dos jovens por práticas enganosas.
A rua (Adelino Magalhães)
Estrondosa vida tua, Sebastianópolis!
Carroças e carros e caminhões de tantas formas, de tantos matizes, de padarias, de
armazéns, de casas de modas, de cervejarias... a correrem para o ganho do tempo,
do dinheiro, numa concorrência que parece comer a si própria, no desvario* de cada
vitória que prepara uma vitória alheia.
E, nesse casario, que longa fila de atividades e interesses díspares* e harmônicos ao
mesmo tempo! Profissionais do mesmo ramo que se têm de dar a mão, enquanto se
pateiam*: profissionais de ramos vários que não se pateiam, nem se podem dar a
mão, na defesa do mesmo gênero de vida... ó eterna harmonia universal que não
permites nem perfeitos amigos, nem perfeitos inimigos!
Fonte: MAGALHÃES, Adelino. Sebastianópolis: antologia de contos. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1994. p.122 /
272p. (fragmento)
*Desvario = desatino, loucura.
*Díspares = que não combinam.
*Pateiam = se agridem.
08. As mudanças decorrentes do desenvolvimento das cidades modernas tiveram
implicações na linguagem literária. As transformações da vida urbana aparecem
representadas
A) na recorrência da enumeração, sugerindo o fluxo frenético da cidade.
B) no emprego de frases exclamativas, expressando a euforia da cidade.
C) nas sequências de negativas, demonstrando a fragmentação da cidade.
D) na repetição de vocábulos, indicando a circularidade da rotina na cidade.
E) na presença da ironia, revelando a falta de crítica dos cidadãos da cidade.
Disse o revisor, Sim, o nome deste sinal é deleatur. Usamo-lo quando precisamos
suprimir e apagar, a própria palavra que está a dizer, e tanto vale para letras soltas
como para palavras completas, Lembra-me uma cobra que se tivesse arrependido
no momento de morder a cauda, Bem observado, senhor doutor, realmente, por
muito agarrados que estejamos à vida, até uma serpente hesitaria diante da
eternidade, Faça-me aí o desenho, mas devagar, É facílimo basta apanhar-lhe o
jeito, quem olhar distraidamente cuidará que a mão vai traçar o terrível círculo, mas
não, repare que não rematei o movimento aqui onde o tinha começado, passei-lhe
ao lado, por dentro, e agora vou continuar para baixo até cortar a parte inferior da
curva, afinal o que parece mesmo é a letra Q maiúscula, nada mais, Que pena, um
desenho que prometia tanto...
SARAMAGO, J. História do Cerco de Lisboa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. [Fragmento]
09. Nesse fragmento, predomina a função metalinguística da linguagem, porque
há
A) apresentação de sons próprios da língua.
B) abordagem da construção da própria obra.
C) definição de termos e expressões linguísticas.
D) exemplificação de regras gramaticais do idioma.
E) descrição da forma e do uso de um sinal gráfico.
Disponível em: <https://www.fedex.com>. Acesso em: 9 set. 2020.
10. Nessa publicidade, de uma empresa de remessa expressa de
correspondência, há uma tentativa de convencer o público pela linguagem não
verbal. O objetivo do texto é
A) garantir a qualidade dos produtos transportados.
B) explorar o renome mundial da empresa anunciada.
C) destacar a rapidez do serviço de entrega oferecido.
D) convencer o consumidor pelos baixos preços cobrados.
E) indicar a ausência de impostos em entregas internacionais.

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Linguagens, códigos e suas tecnologias na literatura e na educação

  • 1. Linguagens, códigos e suas tecnologias PROFESSOR: CLÁUDIO MÁRCIO
  • 2. Linguagens, códigos e suas tecnologias
  • 3. Presépio Dasdores (assim se chamavam as moças daquele tempo) sentia-se dividida entre a Missa do Galo e o presépio. Se fosse à igreja, o presépio não ficaria armado antes de meia-noite e, se se dedicasse ao segundo, não veria o namorado. É difícil ver namorado na rua, pois moça não deve sair de casa, salvo para rezar ou visitar parentes. Festas são raras. O cinema ainda não foi inventado, ou, se o foi, não chegou a esta nossa cidade, que é antes uma fazenda crescida. Cabras passeiam nas ruas, um cincerro tilinta: é a tropa. E viúvas espiam de janelas, que se diriam jaulas. Dasdores e suas numerosas obrigações: cuidar dos irmãos, velar pelos doces de calda, pelas conservas, manejar agulha e bilro, escrever as cartas de todos. Os pais exigem-lhe o máximo, não porque a casa seja pobre, mas porque o primeiro mandamento da educação feminina é: trabalharás dia e noite. Se não trabalhar sempre, se não ocupar todos os minutos, quem sabe de que será capaz a mulher? Quem pode vigiar sonhos de moça? Eles são confusos e perigosos. Portanto, é impedir que se formem. A total ocupação varre o espírito. Dasdores nunca tem tempo para nada. [...] Mas é um engano supor que se deixou aprisionar por obrigações enfadonhas. Em seu coração ela voa para o sobrado da outra rua, em que, fumando ou alisando o cabelo com brilhantina, está Abelardo. ANDRADE, C. D. In: Contos de aprendiz. Rio de Janeiro: Record, 2009. p. 45. [Fragmento]
  • 4. 01. Com base na exposição realizada pelo narrador do conto, a personagem Dasdores se comporta como uma jovem cujos valores a tornam A) empenhada em mudar drasticamente sua realidade opressora. B) resignada pelo destino que já se mostra infeliz e cansativo. C) amargurada por sentir-se explorada pelos pais e pelo namorado. D) inadequada ao universo doméstico, onde assume papel humilhante. E) sonhadora ao evitar seu abatimento e aprisionamento pelo cotidiano atarefado.
  • 5. Manifesto pela maternidade real É mentira que sua vida só ganhou significado depois da maternidade. É mentira que você nunca foi tão feliz. É mentira que a gente se apaixona pelo filho já no primeiro ultrassom. É mentira que dá tudo orgânico e sem sal. É mentira que você nunca sente raiva do seu filho. É mentira que você nunca tem saudade da vida antes dele. É mentira que cozinha tudo no vapor e jamais mete um micro-ondas quando está cansada ou com pressa. É mentira que você vai ter saco para os amigos que não são tão amigos. É mentira que qualquer outro humano divide a bucha igualmente com você. É verdade que a gente ama muito e mais que tudo, é verdade que eu faria tudo de novo, mas o resto é mentira. BERNARDI, T. Disponível em: <https://www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 01 dez. 2020. [Fragmento]
  • 6. 02. Na crônica-manifesto de Tati Bernardi, a utilização do registro coloquial serve como procedimento de linguagem para construir a voz de uma enunciadora A) purista, já que dispensa o uso do português visto como culto. B) irônica, uma vez que debocha da vida das mães contemporâneas. C) relapsa, porque a rotina de mãe inviabiliza a atenção à formalidade. D) despojada, pois procura sustentar um discurso autêntico, espontâneo. E) distraída, devido às múltiplas exigências simultâneas da vida materna.
  • 7. Romance em doze linhas quanto falta pra gente se ver hoje quanto falta pra gente se ver logo quanto falta pra gente se ver todo dia quanto falta pra gente se ver pra sempre quanto falta pra gente se ver dia sim dia não quanto falta pra gente se ver às vezes quanto falta pra gente se ver cada vez menos quanto falta pra gente não querer se ver quanto falta pra gente não querer se ver nunca mais quanto falta pra gente se ver e fingir que não se viu quanto falta pra gente se ver e não se reconhecer quanto falta pra gente se ver e nem lembrar que um dia se conheceu. BEBER, B. Disponível em: <http://rascunho.com.br/>. Acesso em: 22 nov. 2020.
  • 8. 03. No poema contemporâneo de Bruna Beber, a relação entre a repetição “quanto falta pra gente”, o título e o número de versos, no processo de construção do texto, indicam que o(a) A) tom descritivo caracteriza uma forma peculiar das relações amorosas. B) caráter questionador dos versos assinala uma concepção humorística sobre o amor. C) referência ao tempo e à quantidade de versos expressa a efemeridade do relacionamento. D) enumeração de manifestações amorosas resulta em maior durabilidade do relacionamento. E) escolha temática revela uma visão pessimista sobre duração dos relacionamentos afetivos.
  • 9. Lá de cima, a moça os ficou vendo ir, novamente agarrados, sempre fitando o mar, com os mesmos olhos de ansiedade e de assombro. Iam para o desconhecido, para um barracão de emigrantes, para uma escravidão de colonos... Iam para o destino, que os chamara de tão longe, das terras secas e fulvas de Quixadá, e os trouxera entre a fome e mortes, e angústias infinitas, para os conduzir agora, por cima da água do mar, às terras longínquas onde sempre há farinha e sempre há inverno... O bote já era um pequeno ponto, uma verruga negra aderida ao navio. Conceição lentamente deu as costas, e enxugou os olhos molhados no lenço com que acenara para o mar. Um negro dos guindastes, que fumava, ao sol, com gotas de suor aljofrando-lhe a testa preta e brilhante, olhou-a admirado, abanando a cabeça: — Tem gente pra tudo, neste mundo! Uma moça branca, tão bem pronta, chorar mode retirante!.. (O quinze. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1984. P. 81 -4)
  • 10. 04. Em O Quinze, Rachel de Queiroz aborda o tema da seca e suas consequências, sem deixar de lado os aspectos sociais e humanos. Na passagem da obra apresentada, o personagem negro dos guindastes percebe o comporta de Conceição, que transparece seu caráter A) egoísta e individualista. B) saudosista e sentimental. C) empático e altruísta. D) reflexivo e contraditório. E) fingido e mentiroso.
  • 11. Circular Neste mesmo instante, em algum lugar, alguém está pensando a mesma coisa que você estava prestes a dizer. Pois é. Esta não é a primeira vez. Originalidade não tem vez neste mundo, nem tempo, nem lugar. O que você fizer não muda coisa alguma. Perda de tempo dizer o que quer que você tenha a dizer. Mesmo parecendo que desta vez algo de importante vai ter lugar, não caia nessa: é sempre a mesma coisa. Sim. Tanto faz dizer coisa com coisa ou simplesmente se contradizer. Melhor calar-se para sempre, em vez de ficar o tempo todo a alugar todo mundo, sem sair do lugar, dizendo sempre, sempre, a mesma coisa que nunca foi necessário dizer. Como faz este poema. Talvez. BRITTO, P. H. Formas do nada. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
  • 12. 05. No poema, Paulo Henriques Britto, um dos principais poetas da literatura contemporânea, constrói um eu lírico que A) critica, em versos humorísticos, as pessoas que desprezam os textos literários. B) satiriza, por meio da ironia, os leitores que buscam originalidade na literatura. C) defende, de modo sarcástico, o plágio como uma espécie de manifestação intelectual. D) ironiza o pessimismo da população que não acredita no caráter inovador da arte. E) retrata, de maneira pessimista, a impossibilidade de criações originais na sociedade pós-moderna.
  • 13. Tanta tinta Ah! Menina tonta, toda suja de tinta mal o Sol desponta! (Sentou-se na ponte, muito desatenta... E agora se espanta: Quem é que a ponte pinta Com tanta tinta?...) A ponte aponta e se desaponta. A tontinha tenta limpar a tinta, ponto por ponto e pinta por pinta... Ah! A menina tonta! Não viu a tinta da ponte! MEIRELLES, C. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/>. Acesso em: 11 dez 2020. 06. Na construção de seu poema, a autora empregou alguns recursos fônicos que contribuem para a produção de sentidos. Nos versos, as aliterações e assonâncias têm propósito A) rítmico, para que o efeito moralizante do poema seja assimilado pelo público infantil. B) lúdico, pois é empreendida uma brincadeira poética com os sons das palavras. C) musical, pois a sonoridade se assemelha à de um trem que passasse pela referida ponte. D) experimental, pois as palavras são associadas livremente em um automatismo surrealista. E) estético, o qual objetiva aproximar o poema do estilo empregado na lírica clássica.
  • 14. O tenente Antônio de Sousa era um desses moços que se gabam de não crer em nada, que zombam das coisas mais sérias e riem dos santos e dos milagres. [...] – Quereis saber uma coisa? Filho meu não frequentaria esses colégios e academias onde só se aprende o desrespeito à religião. Em Belém, parece que todas as crenças velhas vão pela água abaixo. A tal civilização tem acabado com tudo que tínhamos de bom. A mocidade imprudente e leviana afasta-se dos princípios que os pais lhe incutiram no berço, lisonjeando- se duma falsa ciência que nada explica, e a que, mais acertadamente, se chamaria charlatanismo. Os maus livros, os livros novos, cheios de mentiras, são devorados avidamente. As coisas sagradas, os mistérios são cobertos de motejos, e, em uma palavra, a mocidade hoje, como o tenente Sousa, proclama alto que não crê no diabo (salvo seja, que lá me escapou a palavra!), nem nos agouros, nem nas feiticeiras, nem nos milagres. É de se levantarem as mãos para os céus, pedindo a Deus que não nos confunda com tais ímpios! SOUSA, I. A feiticeira. In: NEMO, A. O grande livro dos melhores contos. v. 2. Tacet Books, 2020. [Fragmento adaptado]
  • 15. 07. No fragmento do conto naturalista de Inglês de Souza, publicado em 1893, há uma questão social, presente na época e verificável atualmente, que é explicitada pela fala da personagem, a qual se baseia na A) valorização do conhecimento científico. B) crítica à qualidade educacional do país. C) desinformação característica da juventude. D) antipatia pelas mudanças das novas gerações. E) manipulação dos jovens por práticas enganosas.
  • 16. A rua (Adelino Magalhães) Estrondosa vida tua, Sebastianópolis! Carroças e carros e caminhões de tantas formas, de tantos matizes, de padarias, de armazéns, de casas de modas, de cervejarias... a correrem para o ganho do tempo, do dinheiro, numa concorrência que parece comer a si própria, no desvario* de cada vitória que prepara uma vitória alheia. E, nesse casario, que longa fila de atividades e interesses díspares* e harmônicos ao mesmo tempo! Profissionais do mesmo ramo que se têm de dar a mão, enquanto se pateiam*: profissionais de ramos vários que não se pateiam, nem se podem dar a mão, na defesa do mesmo gênero de vida... ó eterna harmonia universal que não permites nem perfeitos amigos, nem perfeitos inimigos! Fonte: MAGALHÃES, Adelino. Sebastianópolis: antologia de contos. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1994. p.122 / 272p. (fragmento) *Desvario = desatino, loucura. *Díspares = que não combinam. *Pateiam = se agridem.
  • 17. 08. As mudanças decorrentes do desenvolvimento das cidades modernas tiveram implicações na linguagem literária. As transformações da vida urbana aparecem representadas A) na recorrência da enumeração, sugerindo o fluxo frenético da cidade. B) no emprego de frases exclamativas, expressando a euforia da cidade. C) nas sequências de negativas, demonstrando a fragmentação da cidade. D) na repetição de vocábulos, indicando a circularidade da rotina na cidade. E) na presença da ironia, revelando a falta de crítica dos cidadãos da cidade.
  • 18. Disse o revisor, Sim, o nome deste sinal é deleatur. Usamo-lo quando precisamos suprimir e apagar, a própria palavra que está a dizer, e tanto vale para letras soltas como para palavras completas, Lembra-me uma cobra que se tivesse arrependido no momento de morder a cauda, Bem observado, senhor doutor, realmente, por muito agarrados que estejamos à vida, até uma serpente hesitaria diante da eternidade, Faça-me aí o desenho, mas devagar, É facílimo basta apanhar-lhe o jeito, quem olhar distraidamente cuidará que a mão vai traçar o terrível círculo, mas não, repare que não rematei o movimento aqui onde o tinha começado, passei-lhe ao lado, por dentro, e agora vou continuar para baixo até cortar a parte inferior da curva, afinal o que parece mesmo é a letra Q maiúscula, nada mais, Que pena, um desenho que prometia tanto... SARAMAGO, J. História do Cerco de Lisboa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. [Fragmento]
  • 19. 09. Nesse fragmento, predomina a função metalinguística da linguagem, porque há A) apresentação de sons próprios da língua. B) abordagem da construção da própria obra. C) definição de termos e expressões linguísticas. D) exemplificação de regras gramaticais do idioma. E) descrição da forma e do uso de um sinal gráfico.
  • 20. Disponível em: <https://www.fedex.com>. Acesso em: 9 set. 2020.
  • 21. 10. Nessa publicidade, de uma empresa de remessa expressa de correspondência, há uma tentativa de convencer o público pela linguagem não verbal. O objetivo do texto é A) garantir a qualidade dos produtos transportados. B) explorar o renome mundial da empresa anunciada. C) destacar a rapidez do serviço de entrega oferecido. D) convencer o consumidor pelos baixos preços cobrados. E) indicar a ausência de impostos em entregas internacionais.