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Escolas literárias
Escola literária ou movimento literário é o conjunto de todos os acontecimentos
históricos envolvendo a literatura desde a invenção da escrita até os dias atuais—
são conjuntos de produções literárias reunidas por características em comum
A temática, a estética — como figuras de linguagens recorrentes,
por exemplo —, o papel social, o contexto social, a natureza
psíquica ou filosófica, o conjunto de autores e o público são
alguns dos fatores que constituem uma escola literária.
Contudo, é importante ressaltar que na literatura, assim como em outras formas de
manifestação artísticas, nada é estático.
Dessa forma, é perfeitamente possível que um texto com características barrocas (escola
literária do século XVII) seja escrito hoje, assim como também é possível que um texto
modernista carregue traços do realismo.
Lembre-se que os movimentos literários são uma maneira de sistematizar didaticamente os
estudos literários, e não um conjunto de regras que todos os autores devem seguir
É praticamente impossível dissociar a Literatura da História: essas duas
áreas do conhecimento humano caminham lado a lado, e é inquestionável a
influência dos fatos históricos no fazer literário de cada época.
Portanto, para facilitar o estudo, houve uma sistematização que dividiu a
literatura em movimentos literários que são categorizados de acordo com
cada época. Cada um deles tem características e especificidades de períodos
históricos distintos.
Trovadorismo (1189 – 1418)
O Trovadorismo surgiu em meados do século 11 na
região da Occitânia – onde hoje estão França, Itália
e Espanha. Os poemas da época eram feitos para
ser cantados, e os artistas eram divididos entre
Trovadores, que eram compositores de origem
nobre, e Jograis, que eram servos, muitos deles,
profissionais da música.
As cantigas trovadoras carregam características da Idade Média
e muitas foram escritas em galego-portugués. Elas se dividem
em Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo) e Satíricas
(Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer).
Nas cantigas de amor, o tema mais desenvolvido é o amor não
correspondido no qual o trovador destaca as qualidades da
mulher amada (suserana) e se coloca em posição “inferior”, de
vassalo.
Nas cantigas de amigo o eu-lírico é uma mulher, embora os escritores da época
fossem homens. Nessas obras, há a lamentação da dama perante a falta de seu amado,
que é chamado de “amigo”.
Nas cantigas de escárnio, por sua vez, há uso de duplo sentido e sátiras indiretas
sem citar nomes. Já nas cantigas de maldizer, há sátiras diretas com uso de palavrões e
muitas vezes com o nome da pessoa criticada.
Os principais autores do Trovadorismo são Ricardo Coração de Leão, Afonso
Sanches, Dom Dinis I de Portugal, João Zorro, Paio Soares de Taveirós, Paio Gomes
Charinho, entre outros. As cantigas estão em compilações de diversos autores, chamadas
de cancioneiros. Os principais cancioneiros são o da Ajuda, o da Vaticana e o da Biblioteca
Nacional.
Humanismo (1418-1527)
O Humanismo como movimento literário
ocorre no período entre a Idade Média e o
início da Idade Moderna. Em Portugal, foram
produzidos três tipos literários no
Humanismo: prosa, poesia e teatro. O
movimento é marcado pela ideia de
racionalidade, antropocentrismo (o homem
no centro de tudo), o cientificismo, a beleza
e a perfeição e a valorização do corpo
humano.
Ilustração da edição original do Auto da Barca do Inferno,
peça de Gil Vicente (Foto: Wikipedia Commons)
Havia a chamada crônica histórica, representada sobretudo por Fernão Lopes. A
obra do autor contém ironia e crítica à sociedade portuguesa. No Humanismo também era
comum a poesia palaciana, que reproduzia a visão de mundo dos nobres. Nessa poesia, o
amor é sensual e a mulher deixa de ser tão idealizada quanto era no Trovadorismo.
Outra grande manifestação do período foi o teatro popular, cujo principal
representante é Gil Vicente, autor de Auto da Barca do Inferno (1516). A obra dele está ligada
a valores cristãos, visão maniqueísta (bem versus mal) e apresenta caráter moralizante.
Outros títulos notáveis são Auto da Visitação (1502) e Farsa de Inês Pereira (1523).
Quinhentismo (1500 – 1601) O Quinhentismo foi a
primeira manifestação literária do Brasil e tem
esse nome pelo fato da literatura nacional ter
começado no ano de 1500, época da colonização
portuguesa. Por isso, as obras não eram ligadas ao
povo brasileiro, mas aos colonizadores europeus.
Faz parte do Quinhentismo a literatura de
informação produzida pelos viajantes portugueses
no período do Descobrimento do Brasil e das
Grandes Navegações. Os textos eram simples e
adjetivados – a maioria deles crônicas de viagens,
bastante descritivas. Mas também havia literatura
de catequese feita pelos jesuítas, na qual se
abordava não só a conquista material, mas
também a espiritual.
José de Anchieta foi um grande representante do
quinhentismo no Brasil (Foto: Wikipedia Commons)
Destacam-se autores como Pero Vaz de Caminha, que registrou
suas primeiras impressões das terras brasileiras. A Carta a el-Rei Dom
Manoel sobre a "descoberta" do Brasil, escrita por ele, foi o primeiro
documento redigido sobre a história do país.
Outros autores do Quinhentismo são o padre jesuíta José de
Anchieta (Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil , de
1595); o cronista português Pero de Magalhães Gândavo ( O Tratado da
Terra do Brasil, de 1576) e o Padre Manuel da Nóbrega ( Tratado contra
a Antropofagia, de 1559).
Classicismo (1527 – 1580)
A estética literária do Classicismo surgiu a partir
do movimento cultural do Renascimento. Foi
inspirada no fim do contexto medieval religioso e
na retomada de valores clássicos racionais da
antiguidade. O capitalismo começava e a Idade
Média acabara, marcando o nascimento da Idade
Moderna na Europa.
As Grandes Navegações tinham feito com que o
homem do início do século 16 se sentisse
orgulhoso e daí surgiram as ideias
de racionalismo e antropocentrismo, noção
humanista de que o homem estaria à frente de
tudo, inclusive de Deus.
• Luiz Vaz de Camões (Foto: Wikipedia Commons)
As características principais do Classicismo são a valorização da
cultura greco-romana clássica e a mitologia pagã, a influência do pensamento
humanista, perfeição estética e a procura por um ideal de beleza proveniente
da Antiguidade Clássica.
Luiz Vaz de Camões é o grande nome do Classicismo e seu poema
mais conhecido é Os Lusíadas, escrito em dez cantos, com 1102 estrofes
(compostas em oitava-rima e versos decassílabos) e cinco partes.
O herói do poema épico de Camões é o próprio povo português e ele
conta a história da viagem de Vasco da Gama em seu caminho para as Índias.
Podemos também destacar os escritores Dante Alighieri, Petrarca e Boccacio.
Barroco (1601 – 1768)
O Barroco marca uma crise
dos valores renascentistas e mostra
um mundo no qual há um combate
entre fé e razão. A Igreja havia sido
questionada pelas reformas
protestantes e o barroco vai em defesa
da religião católica, em um movimento
ligado à contrarreforma.
O período é marcado por
contradições, sobretudo a do homem
que quer a salvação, mas ao mesmo
tempo usufrui dos prazeres mundanos.
Destaca-se na literatura os
sermões do Padre Antônio Vieira, um
português que ingressou na
Companhia de Jesus, cuja obra
principal é o Sermão da Sexagésima. Padre Antônio Vieira, autor de Sermão da Sexagésima
(Foto: Wikipedia Commons)
Outro autor essencial no período do barroco foi Gregório de
Mattos, conhecido por seus poemas satíricos, líricos e eróticos. Em
suas obras Buscando a Cristo e A Cristo N. S. Crucificado, ele procura
mostrar a insignificância do homem perante ao divino e fala do pecado
e da busca pelo perdão.
De Mattos também gostava de criticar a sociedade baiana e, por
causa do seu tom crítico e ácido, ganhou o apelido de “Boca do Inferno”.
Um de seus poemas do período criticava um político baiano e é
chamado de A cada canto um grande conselheiro.
Arcadismo (1768 – 1836)
O movimento surge na eclosão da
Revolução Industrial e faz contraponto ao
desenvolvimento das máquinas, da indústria e
das grandes cidades ao ressaltar a natureza e a
atmosfera bucólica. O arcadismo é bastante
idealizado e se opõe à desarmonia do Barroco.
Também conhecido como Neoclassicismo,
o Arcadismo resgata princípios da Antiguidade
Clássica e busca sempre a conciliação entre o
homem e os elementos da natureza. Os ideais
iluministas da Revolução Francesa, como o
racionalismo, também são louvados.
Tomás António Gonzaga (Foto: Wikipedia Commons)
Os poemas são geralmente em forma de soneto (dois quartetos e dois
tercetos, normalmente com dez sílabas poéticas) e há temática bucólica e
idealizada sobre o amor (geralmente entre pastores), beleza estética e viver o
momento presente (carpe diem).
Em Portugal, destaca-se António Dinis da Cruz e Silva, autor do
poema O Hissope e Odes Pindáricas. No Brasil, o movimento chega por volta
de 1768, marcado pela publicação de Obras, do poeta Cláudio Manuel da
Costa.Também temos como representante do Arcadismo o brasileiro Tomás
Antônio Gonzaga, autor de Marília de Dirceu, Tratado de Direito Natural e Cartas
Chilena
Romantismo (1836 – 1881)
O Romantismo nasceu na Europa no final século 18. Já
no Brasil, começou a se desenvolver no século 19. Foi a
primeira escola a romper com os valores clássicos,
provenientes dos séculos 15 e 16.
A escola romântica, burguesa por excelência, abandona
o aspecto formal na poesia (verso branco e sem rima).
Entre as características principais do romantismo, em
especial na prosa, estão sentimentalismo intenso,
pessimismo, amor platônico, idealismo da mulher
amada, fuga da realidade, egocentrismo e
nacionalismo.
Entre os autores principais do Romantismo estão o
alemão Johann Wolfgang von Goethe, que publicou o
romance inaugural do movimento (Os sofrimentos do
jovem Werther, 1774). Outro autor importante é o
português Almeida Garrett (Viagens na Minha Terra,
1845) e o brasileiro José de Alencar, autor de O
Guarani (1857) e Iracema (1865).
Johann Wolfgang von Goethe (Foto: Wikipedia Commons)
Realismo (1857 – 1922)
O Realismo surge na França, no século
19, como resposta ao sentimentalismo
exacerbado do Romantismo, e mergulha em
uma crítica contra a sociedade burguesa. Na
época, a Segunda Revolução Industrial estava
no auge e o capitalismo estava em acelerada
expansão.
O mundo romântico é substituído pelo
desencanto e pela crença no material e no
racional. No Realismo o mais forte e a prosa,
as contradições sociais são retratadas e há
valorização de uma narrativa lenta, que
acompanha o tempo psicológico, linguagem
culta e direta e descrições objetivas.
Machado de Assis (Foto: Wikipedia Commons)
Tal como aparece na obra de Machado de Assis, Memórias
Póstumas de Brás Cubas, o protagonista é problemático, a mulher não é
idealizada e o amor é subordinado a interesses sociais e à manipulação
(um exemplo é a personagem Marcela, que o protagonista diz que amou-
lhe “durante quinze meses e onze contos de réis”).
Outro autor relevante no movimento é Eça de Queiróz, que fazia
críticas sociais ao clero e aos pobres e escreveu O Primo Basílio, A Cidade e
as Serras e O Crime do Padre Amaro, representando o Realismo em
Portugal.
Naturalismo (1881 – 1922)
O Naturalismo se desenvolveu sujeito
à influência das teorias científicas que
dominavam o cenário europeu a partir da
segunda metade do século 19, como
Evolucionismo, de Charles Darwin, o
Positivismo, de Auguste Comte.
No Naturalismo se destaca o romance,
no qual o narrador trabalha como um cientista,
observando fenômenos sociais e os
descrevendo. O comportamento humano
aparece dependente do ambiente social e não
há mais a subjetividade valorizada pelo
romantismo. O narrador observador discute nas
obras temas como miséria, sexualidade,
violência e política.
O Naturalismo teve como marco inicial
a publicação, em 1881, de Germinal, de Émile
Zola, na Europa. No Brasil, o maior
representante do movimento foi Aluísio
Azevedo, que escreveu as obras, O Mulato, Casa
de Pensão e O Cortiço. O escritor francês Émile Zola (Foto: Wikipedia Commons)
Parnasianismo (1882 – 1922)
Ao contrário do que acontece
com o Realismo, que teve
poucos poetas em seu
movimento, mas foi rico em
romancistas, no
Parnasianismo ganha
destaque a poesia. Esse
movimento é também mais
uma reação ao
sentimentalismo idealizante
do romantismo.
Assim, há valorização do
cuidado formal e a expressão
moderada dos sentimentos
com um vocabulário
elaborado, culto e, muitas
vezes, pouco compreensível.
Há ainda racionalismo e
temática voltada para
assuntos universais.
Ao contrário do que ocorre
com o Realismo, os poetas
parnasianistas não
tratavam temas sociais,
mas o culto da arte pela
arte, ou seja, a poesia
deveria valer por si mesma,
por sua beleza, sem
compromisso social.
O poeta Raimundo Correia (Foto: Wikipedia Commons)
O Parnasianismo é fundado na França, no final do século 19, com a
publicação de uma antologia poética pelo nome de Le Parnasse
Contemporain (O Parnaso Contemporâneo). No Brasil, o Parnasianismo
começou na mesma época, prolongando-se até a Semana de Arte Moderna,
em 1922.
Entre os principais autores brasileiros do movimento estão Alberto de
Oliveira (1857-1937), autor de Canções românticas, Meridionais, e Sonetos e
poemas; e Raimundo Correia, que escreveu Primeiros
Sonhos (1879), Sinfonias (1883) e Versos e Versões (1887).
Simbolismo (1880 – 1922)
O Simbolismo surgiu na França, por volta
de 1880, e encontrou suporte teórico no Manifesto
do Simbolismo (1886), de Jean Moréas. Durante a
Segunda Revolução Industrial, nota-se que o
capitalismo traz retornos desiguais, e essa estética
surge como reação ao materialismo e ao
cientificismo, resgatando de certa forma os valores
do Romantismo esquecidos pelo Realismo.
Entre as características principais do
Simbolismo estão o subjetivismo, interesse pela
loucura e mente humana, linguagem vaga, formas
fixas para o poema (em especial o soneto),
antimaterialismo, misticismo, metáforas e
sinestesias – confusão de sentidos como "beijo
amargo" e "cheiro azul".
O escritor brasileiro conhecido por Alphonsus de
Guimaraens (Foto: Wikipedia Commons)
Dois livros marcam o Simbolismo no Brasil: Missal (poemas em prosa)
e Broquéis, ambos publicados em 1893, e de autoria de João da Cruz e Souza.
Além dele, também foi importante o autor Alphonsus de Guimaraens
( Setenário das dores de Nossa Senhora, Câmara ardente, Dona Mística).
Na França, são representantes do Simbolismo em especial os autores
Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud e Paul Verlaine. E em Portugal, Eugênio de
Castro, Antônio Nobre e Camilo Pessanha.
Pré-Modernismo (1902-1922)
Embora não seja considerado uma
“escola literária”, já que não há uma linha
única seguida por um grupo de autores, a
literatura pré-modernista discute os
problemas sociais e a realidade cultural do
Brasil. O movimento se desenvolveu na
transição da República da Espada para a
República das Oligarquias ou República do
café com leite.
Busto dedicado a Lima Barreto no Rio de Janeiro (Foto:
Wikipedia Commons)
O Rio de Janeiro do século 20, em meio a profundas transformações da
reforma urbana do prefeito Pereira Passos, é o pano de fundo do pré-modernismo. Os
autores adotam uma postura crítica diante as desigualdades e problemas da
população. Há linguagem formal, mas fica para trás a preocupação estética e
rebuscada, focando-se em temas sociais e políticos.
Entre os autores mais marcantes do pré-modernismo são Euclides da Cunha
(Os Sertões,1902), Graça Aranha (Canaã, 1902), Lima Barreto (O triste fim de Policarpo
Quaresma, 1915) e Monteiro Lobato, autor de As Cidades Mortas, que denuncia a
decadência econômica e o dia a dia das cidades cafeeiras.
Modernismo
No Brasil, o Modernismo surgiu a partir da Semana
de Arte Moderna de 1922, que ocorreu devido ao
Centenário de Independência. Em Portugal, o
movimento estreou em 1915, com a publicação da
Revista Orpheu.
O modernismo se divide em três gerações:
Primeira Geração (1922 a 1930): Diretamente
afetada pela Semana de Arte Moderna de 1922,
caracteriza-se pelo rompimento com estruturas do
passado. É valorizado em especial um
distanciamento ao Parnasianismo, que é ironizado
por meio do poema Os Sapos, de Manuel Bandeira.
Outros representantes dessa geração são Mário de
Andrade, autor de Macunaíma, e Oswald de
Andrade. Em Portugal, temos Fernando Pessoa, que
escreveu a obra Mensagem e criou três
heterônimos, cada um com estilos de escrita
particulares. São eles: Alberto Caeiro (Pastor
Amoroso, Poemas Inconjuntos), Ricardo Reis (Prefiro
Rosas, Breve o Dia) e Álvaro de Campos (Ode
Marítima, Tabacaria).
Manuel Bandeira (Foto: Wikipedia Commons)
Segunda Geração (1930 a 1945): As ideias de
1922 se amadurecem e o Modernismo começa
a se consolidar. Há na poesia uma grande
abrangência temática, ganhando destaque
autores como Carlos Drummond de Andrade,
autor de Alguma Poesia, de 1930, e Vinícius de
Moraes, que publicou seu primeiro livro de
poemas Caminho para a Distância e, em 1936, o
poema Ariana, a mulher.
Na prosa, há grandes romances
regionalistas, focados em temas sociais, e
com linguagem coloquial e regional. Um
exemplo é Vidas Secas (1938), de Graciliano
Ramos, e os romances de Jorge Amado, o
mais famoso deles, Capitães de
Areia (1937), que retrata a vida de meninos
abandonados em Salvador.
O
escritor
Carlos
Drummond
de
Andrade
(Foto:
Wikipedia
Commons)
Terceira Geração (1945 a 1960): Essa fase é
considerada bem fragmentada. Trata-se de um
período no qual o movimento perde um pouco a
unidade, com várias tendências literárias
surgindo ao mesmo tempo.
Entre os autores mais importantes temos Clarice
Lispector, que escrevia principalmente histórias
não lineares com protagonistas femininas. A
autora tem uma linguagem profunda por meio
da qual escreve em um cenário de cotidiano
momentos de revelação e epifanias pela qual
passam suas personagens.
Também há João Guimarães Rosa, autor
de Grande Sertão: Veredas ( 1956), e João Cabral
de Melo Neto, que escreveu Morte e Vida
Severina ( 1955). Ambos escreveram as obras
com traços regionalistas e que unem poesia e
prosa para fazer uma crítica social.
A escritora Clarice Lispector (Foto: Reprodução/Youtube)
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Escolas literárias em

  • 2. Escola literária ou movimento literário é o conjunto de todos os acontecimentos históricos envolvendo a literatura desde a invenção da escrita até os dias atuais— são conjuntos de produções literárias reunidas por características em comum A temática, a estética — como figuras de linguagens recorrentes, por exemplo —, o papel social, o contexto social, a natureza psíquica ou filosófica, o conjunto de autores e o público são alguns dos fatores que constituem uma escola literária.
  • 3. Contudo, é importante ressaltar que na literatura, assim como em outras formas de manifestação artísticas, nada é estático. Dessa forma, é perfeitamente possível que um texto com características barrocas (escola literária do século XVII) seja escrito hoje, assim como também é possível que um texto modernista carregue traços do realismo. Lembre-se que os movimentos literários são uma maneira de sistematizar didaticamente os estudos literários, e não um conjunto de regras que todos os autores devem seguir
  • 4. É praticamente impossível dissociar a Literatura da História: essas duas áreas do conhecimento humano caminham lado a lado, e é inquestionável a influência dos fatos históricos no fazer literário de cada época. Portanto, para facilitar o estudo, houve uma sistematização que dividiu a literatura em movimentos literários que são categorizados de acordo com cada época. Cada um deles tem características e especificidades de períodos históricos distintos.
  • 5. Trovadorismo (1189 – 1418) O Trovadorismo surgiu em meados do século 11 na região da Occitânia – onde hoje estão França, Itália e Espanha. Os poemas da época eram feitos para ser cantados, e os artistas eram divididos entre Trovadores, que eram compositores de origem nobre, e Jograis, que eram servos, muitos deles, profissionais da música. As cantigas trovadoras carregam características da Idade Média e muitas foram escritas em galego-portugués. Elas se dividem em Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo) e Satíricas (Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer). Nas cantigas de amor, o tema mais desenvolvido é o amor não correspondido no qual o trovador destaca as qualidades da mulher amada (suserana) e se coloca em posição “inferior”, de vassalo.
  • 6. Nas cantigas de amigo o eu-lírico é uma mulher, embora os escritores da época fossem homens. Nessas obras, há a lamentação da dama perante a falta de seu amado, que é chamado de “amigo”. Nas cantigas de escárnio, por sua vez, há uso de duplo sentido e sátiras indiretas sem citar nomes. Já nas cantigas de maldizer, há sátiras diretas com uso de palavrões e muitas vezes com o nome da pessoa criticada. Os principais autores do Trovadorismo são Ricardo Coração de Leão, Afonso Sanches, Dom Dinis I de Portugal, João Zorro, Paio Soares de Taveirós, Paio Gomes Charinho, entre outros. As cantigas estão em compilações de diversos autores, chamadas de cancioneiros. Os principais cancioneiros são o da Ajuda, o da Vaticana e o da Biblioteca Nacional.
  • 7. Humanismo (1418-1527) O Humanismo como movimento literário ocorre no período entre a Idade Média e o início da Idade Moderna. Em Portugal, foram produzidos três tipos literários no Humanismo: prosa, poesia e teatro. O movimento é marcado pela ideia de racionalidade, antropocentrismo (o homem no centro de tudo), o cientificismo, a beleza e a perfeição e a valorização do corpo humano. Ilustração da edição original do Auto da Barca do Inferno, peça de Gil Vicente (Foto: Wikipedia Commons)
  • 8. Havia a chamada crônica histórica, representada sobretudo por Fernão Lopes. A obra do autor contém ironia e crítica à sociedade portuguesa. No Humanismo também era comum a poesia palaciana, que reproduzia a visão de mundo dos nobres. Nessa poesia, o amor é sensual e a mulher deixa de ser tão idealizada quanto era no Trovadorismo. Outra grande manifestação do período foi o teatro popular, cujo principal representante é Gil Vicente, autor de Auto da Barca do Inferno (1516). A obra dele está ligada a valores cristãos, visão maniqueísta (bem versus mal) e apresenta caráter moralizante. Outros títulos notáveis são Auto da Visitação (1502) e Farsa de Inês Pereira (1523).
  • 9. Quinhentismo (1500 – 1601) O Quinhentismo foi a primeira manifestação literária do Brasil e tem esse nome pelo fato da literatura nacional ter começado no ano de 1500, época da colonização portuguesa. Por isso, as obras não eram ligadas ao povo brasileiro, mas aos colonizadores europeus. Faz parte do Quinhentismo a literatura de informação produzida pelos viajantes portugueses no período do Descobrimento do Brasil e das Grandes Navegações. Os textos eram simples e adjetivados – a maioria deles crônicas de viagens, bastante descritivas. Mas também havia literatura de catequese feita pelos jesuítas, na qual se abordava não só a conquista material, mas também a espiritual. José de Anchieta foi um grande representante do quinhentismo no Brasil (Foto: Wikipedia Commons)
  • 10. Destacam-se autores como Pero Vaz de Caminha, que registrou suas primeiras impressões das terras brasileiras. A Carta a el-Rei Dom Manoel sobre a "descoberta" do Brasil, escrita por ele, foi o primeiro documento redigido sobre a história do país. Outros autores do Quinhentismo são o padre jesuíta José de Anchieta (Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil , de 1595); o cronista português Pero de Magalhães Gândavo ( O Tratado da Terra do Brasil, de 1576) e o Padre Manuel da Nóbrega ( Tratado contra a Antropofagia, de 1559).
  • 11. Classicismo (1527 – 1580) A estética literária do Classicismo surgiu a partir do movimento cultural do Renascimento. Foi inspirada no fim do contexto medieval religioso e na retomada de valores clássicos racionais da antiguidade. O capitalismo começava e a Idade Média acabara, marcando o nascimento da Idade Moderna na Europa. As Grandes Navegações tinham feito com que o homem do início do século 16 se sentisse orgulhoso e daí surgiram as ideias de racionalismo e antropocentrismo, noção humanista de que o homem estaria à frente de tudo, inclusive de Deus. • Luiz Vaz de Camões (Foto: Wikipedia Commons)
  • 12. As características principais do Classicismo são a valorização da cultura greco-romana clássica e a mitologia pagã, a influência do pensamento humanista, perfeição estética e a procura por um ideal de beleza proveniente da Antiguidade Clássica. Luiz Vaz de Camões é o grande nome do Classicismo e seu poema mais conhecido é Os Lusíadas, escrito em dez cantos, com 1102 estrofes (compostas em oitava-rima e versos decassílabos) e cinco partes. O herói do poema épico de Camões é o próprio povo português e ele conta a história da viagem de Vasco da Gama em seu caminho para as Índias. Podemos também destacar os escritores Dante Alighieri, Petrarca e Boccacio.
  • 13. Barroco (1601 – 1768) O Barroco marca uma crise dos valores renascentistas e mostra um mundo no qual há um combate entre fé e razão. A Igreja havia sido questionada pelas reformas protestantes e o barroco vai em defesa da religião católica, em um movimento ligado à contrarreforma. O período é marcado por contradições, sobretudo a do homem que quer a salvação, mas ao mesmo tempo usufrui dos prazeres mundanos. Destaca-se na literatura os sermões do Padre Antônio Vieira, um português que ingressou na Companhia de Jesus, cuja obra principal é o Sermão da Sexagésima. Padre Antônio Vieira, autor de Sermão da Sexagésima (Foto: Wikipedia Commons)
  • 14. Outro autor essencial no período do barroco foi Gregório de Mattos, conhecido por seus poemas satíricos, líricos e eróticos. Em suas obras Buscando a Cristo e A Cristo N. S. Crucificado, ele procura mostrar a insignificância do homem perante ao divino e fala do pecado e da busca pelo perdão. De Mattos também gostava de criticar a sociedade baiana e, por causa do seu tom crítico e ácido, ganhou o apelido de “Boca do Inferno”. Um de seus poemas do período criticava um político baiano e é chamado de A cada canto um grande conselheiro.
  • 15. Arcadismo (1768 – 1836) O movimento surge na eclosão da Revolução Industrial e faz contraponto ao desenvolvimento das máquinas, da indústria e das grandes cidades ao ressaltar a natureza e a atmosfera bucólica. O arcadismo é bastante idealizado e se opõe à desarmonia do Barroco. Também conhecido como Neoclassicismo, o Arcadismo resgata princípios da Antiguidade Clássica e busca sempre a conciliação entre o homem e os elementos da natureza. Os ideais iluministas da Revolução Francesa, como o racionalismo, também são louvados. Tomás António Gonzaga (Foto: Wikipedia Commons)
  • 16. Os poemas são geralmente em forma de soneto (dois quartetos e dois tercetos, normalmente com dez sílabas poéticas) e há temática bucólica e idealizada sobre o amor (geralmente entre pastores), beleza estética e viver o momento presente (carpe diem). Em Portugal, destaca-se António Dinis da Cruz e Silva, autor do poema O Hissope e Odes Pindáricas. No Brasil, o movimento chega por volta de 1768, marcado pela publicação de Obras, do poeta Cláudio Manuel da Costa.Também temos como representante do Arcadismo o brasileiro Tomás Antônio Gonzaga, autor de Marília de Dirceu, Tratado de Direito Natural e Cartas Chilena
  • 17. Romantismo (1836 – 1881) O Romantismo nasceu na Europa no final século 18. Já no Brasil, começou a se desenvolver no século 19. Foi a primeira escola a romper com os valores clássicos, provenientes dos séculos 15 e 16. A escola romântica, burguesa por excelência, abandona o aspecto formal na poesia (verso branco e sem rima). Entre as características principais do romantismo, em especial na prosa, estão sentimentalismo intenso, pessimismo, amor platônico, idealismo da mulher amada, fuga da realidade, egocentrismo e nacionalismo. Entre os autores principais do Romantismo estão o alemão Johann Wolfgang von Goethe, que publicou o romance inaugural do movimento (Os sofrimentos do jovem Werther, 1774). Outro autor importante é o português Almeida Garrett (Viagens na Minha Terra, 1845) e o brasileiro José de Alencar, autor de O Guarani (1857) e Iracema (1865). Johann Wolfgang von Goethe (Foto: Wikipedia Commons)
  • 18. Realismo (1857 – 1922) O Realismo surge na França, no século 19, como resposta ao sentimentalismo exacerbado do Romantismo, e mergulha em uma crítica contra a sociedade burguesa. Na época, a Segunda Revolução Industrial estava no auge e o capitalismo estava em acelerada expansão. O mundo romântico é substituído pelo desencanto e pela crença no material e no racional. No Realismo o mais forte e a prosa, as contradições sociais são retratadas e há valorização de uma narrativa lenta, que acompanha o tempo psicológico, linguagem culta e direta e descrições objetivas. Machado de Assis (Foto: Wikipedia Commons)
  • 19. Tal como aparece na obra de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, o protagonista é problemático, a mulher não é idealizada e o amor é subordinado a interesses sociais e à manipulação (um exemplo é a personagem Marcela, que o protagonista diz que amou- lhe “durante quinze meses e onze contos de réis”). Outro autor relevante no movimento é Eça de Queiróz, que fazia críticas sociais ao clero e aos pobres e escreveu O Primo Basílio, A Cidade e as Serras e O Crime do Padre Amaro, representando o Realismo em Portugal.
  • 20. Naturalismo (1881 – 1922) O Naturalismo se desenvolveu sujeito à influência das teorias científicas que dominavam o cenário europeu a partir da segunda metade do século 19, como Evolucionismo, de Charles Darwin, o Positivismo, de Auguste Comte. No Naturalismo se destaca o romance, no qual o narrador trabalha como um cientista, observando fenômenos sociais e os descrevendo. O comportamento humano aparece dependente do ambiente social e não há mais a subjetividade valorizada pelo romantismo. O narrador observador discute nas obras temas como miséria, sexualidade, violência e política. O Naturalismo teve como marco inicial a publicação, em 1881, de Germinal, de Émile Zola, na Europa. No Brasil, o maior representante do movimento foi Aluísio Azevedo, que escreveu as obras, O Mulato, Casa de Pensão e O Cortiço. O escritor francês Émile Zola (Foto: Wikipedia Commons)
  • 21. Parnasianismo (1882 – 1922) Ao contrário do que acontece com o Realismo, que teve poucos poetas em seu movimento, mas foi rico em romancistas, no Parnasianismo ganha destaque a poesia. Esse movimento é também mais uma reação ao sentimentalismo idealizante do romantismo. Assim, há valorização do cuidado formal e a expressão moderada dos sentimentos com um vocabulário elaborado, culto e, muitas vezes, pouco compreensível. Há ainda racionalismo e temática voltada para assuntos universais. Ao contrário do que ocorre com o Realismo, os poetas parnasianistas não tratavam temas sociais, mas o culto da arte pela arte, ou seja, a poesia deveria valer por si mesma, por sua beleza, sem compromisso social. O poeta Raimundo Correia (Foto: Wikipedia Commons)
  • 22. O Parnasianismo é fundado na França, no final do século 19, com a publicação de uma antologia poética pelo nome de Le Parnasse Contemporain (O Parnaso Contemporâneo). No Brasil, o Parnasianismo começou na mesma época, prolongando-se até a Semana de Arte Moderna, em 1922. Entre os principais autores brasileiros do movimento estão Alberto de Oliveira (1857-1937), autor de Canções românticas, Meridionais, e Sonetos e poemas; e Raimundo Correia, que escreveu Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias (1883) e Versos e Versões (1887).
  • 23. Simbolismo (1880 – 1922) O Simbolismo surgiu na França, por volta de 1880, e encontrou suporte teórico no Manifesto do Simbolismo (1886), de Jean Moréas. Durante a Segunda Revolução Industrial, nota-se que o capitalismo traz retornos desiguais, e essa estética surge como reação ao materialismo e ao cientificismo, resgatando de certa forma os valores do Romantismo esquecidos pelo Realismo. Entre as características principais do Simbolismo estão o subjetivismo, interesse pela loucura e mente humana, linguagem vaga, formas fixas para o poema (em especial o soneto), antimaterialismo, misticismo, metáforas e sinestesias – confusão de sentidos como "beijo amargo" e "cheiro azul". O escritor brasileiro conhecido por Alphonsus de Guimaraens (Foto: Wikipedia Commons)
  • 24. Dois livros marcam o Simbolismo no Brasil: Missal (poemas em prosa) e Broquéis, ambos publicados em 1893, e de autoria de João da Cruz e Souza. Além dele, também foi importante o autor Alphonsus de Guimaraens ( Setenário das dores de Nossa Senhora, Câmara ardente, Dona Mística). Na França, são representantes do Simbolismo em especial os autores Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud e Paul Verlaine. E em Portugal, Eugênio de Castro, Antônio Nobre e Camilo Pessanha.
  • 25. Pré-Modernismo (1902-1922) Embora não seja considerado uma “escola literária”, já que não há uma linha única seguida por um grupo de autores, a literatura pré-modernista discute os problemas sociais e a realidade cultural do Brasil. O movimento se desenvolveu na transição da República da Espada para a República das Oligarquias ou República do café com leite. Busto dedicado a Lima Barreto no Rio de Janeiro (Foto: Wikipedia Commons)
  • 26. O Rio de Janeiro do século 20, em meio a profundas transformações da reforma urbana do prefeito Pereira Passos, é o pano de fundo do pré-modernismo. Os autores adotam uma postura crítica diante as desigualdades e problemas da população. Há linguagem formal, mas fica para trás a preocupação estética e rebuscada, focando-se em temas sociais e políticos. Entre os autores mais marcantes do pré-modernismo são Euclides da Cunha (Os Sertões,1902), Graça Aranha (Canaã, 1902), Lima Barreto (O triste fim de Policarpo Quaresma, 1915) e Monteiro Lobato, autor de As Cidades Mortas, que denuncia a decadência econômica e o dia a dia das cidades cafeeiras.
  • 27. Modernismo No Brasil, o Modernismo surgiu a partir da Semana de Arte Moderna de 1922, que ocorreu devido ao Centenário de Independência. Em Portugal, o movimento estreou em 1915, com a publicação da Revista Orpheu. O modernismo se divide em três gerações: Primeira Geração (1922 a 1930): Diretamente afetada pela Semana de Arte Moderna de 1922, caracteriza-se pelo rompimento com estruturas do passado. É valorizado em especial um distanciamento ao Parnasianismo, que é ironizado por meio do poema Os Sapos, de Manuel Bandeira. Outros representantes dessa geração são Mário de Andrade, autor de Macunaíma, e Oswald de Andrade. Em Portugal, temos Fernando Pessoa, que escreveu a obra Mensagem e criou três heterônimos, cada um com estilos de escrita particulares. São eles: Alberto Caeiro (Pastor Amoroso, Poemas Inconjuntos), Ricardo Reis (Prefiro Rosas, Breve o Dia) e Álvaro de Campos (Ode Marítima, Tabacaria). Manuel Bandeira (Foto: Wikipedia Commons)
  • 28. Segunda Geração (1930 a 1945): As ideias de 1922 se amadurecem e o Modernismo começa a se consolidar. Há na poesia uma grande abrangência temática, ganhando destaque autores como Carlos Drummond de Andrade, autor de Alguma Poesia, de 1930, e Vinícius de Moraes, que publicou seu primeiro livro de poemas Caminho para a Distância e, em 1936, o poema Ariana, a mulher. Na prosa, há grandes romances regionalistas, focados em temas sociais, e com linguagem coloquial e regional. Um exemplo é Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos, e os romances de Jorge Amado, o mais famoso deles, Capitães de Areia (1937), que retrata a vida de meninos abandonados em Salvador. O escritor Carlos Drummond de Andrade (Foto: Wikipedia Commons)
  • 29. Terceira Geração (1945 a 1960): Essa fase é considerada bem fragmentada. Trata-se de um período no qual o movimento perde um pouco a unidade, com várias tendências literárias surgindo ao mesmo tempo. Entre os autores mais importantes temos Clarice Lispector, que escrevia principalmente histórias não lineares com protagonistas femininas. A autora tem uma linguagem profunda por meio da qual escreve em um cenário de cotidiano momentos de revelação e epifanias pela qual passam suas personagens. Também há João Guimarães Rosa, autor de Grande Sertão: Veredas ( 1956), e João Cabral de Melo Neto, que escreveu Morte e Vida Severina ( 1955). Ambos escreveram as obras com traços regionalistas e que unem poesia e prosa para fazer uma crítica social. A escritora Clarice Lispector (Foto: Reprodução/Youtube)