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• Classificação
– Reino: Animalia
– Filo: Nematoda
– Classe: Secernentea
– Ordem: Rhabditida
– Família: Strongyloididae
– Espécie: Strongyloides stercoralis
Nematódeos - infecção ativa
• Características gerais
– Pequeno nematódeo que alterna ciclo de
vida livre e parasitário
– Infecção inaparente em imunocompetentes
– Causa parasitismo intestinal grave em
imunocomprometidos
Nematódeos - infecção ativa
Ovo larvado e larva não infectante (rabditóide) – Strogyloides stercoralis
Ovo larvado – Strogyloides stercoralis
Larva rabditóide de Strongyloides stercoralis
Detalhe da cauda da larva infectante (filarióide; L3) de Strongyloides sp.
Cauda ponta dupla
Fêmea de Strongyloides sp.– fase parasitária
• Biologia
– Morfologia
• Adulto
– O parasito adulto tem corpo cilíndrico e bastante
delgado (40 mm);
– Tamanho do verme adulto é de ~ 0,2 cm;
• Ovo
– Semelhante ao dos ancilostomídeos
– Hospedeiro: homem, cão e gato
Nematódeos - infecção ativa
Ovipostura
Larva Rabditoide
iL3
Larva Filarioide
Maturação
pulmonar
Fêmeas
partenogenéticas
Autoinfecção ou
CICLO DIRETO
Externa
Interna
Infecção externa
CICLO INDIRETO
PRECOCE
TARDIA
Viney; Lok, 2007
• Biologia
– Ciclo (Monoxênico)
• DIRETO
– Fêmeas realizam a ovipostura e, ainda no intestino ocorre a
eclosão, com liberação de larvas rabditoides (não infectantes;
L2);
– Larvas rabditoides podem se desenvolver de duas maneiras:
» São eliminadas com as fezes (CICLO INDIRETO);
» Transformarem-se em larvas filarioides (infectantes; L3)
no intestino grosso do hospedeiro;
– As larvas filarioides que penetram a mucosa intestinal
realizam ciclo pulmonar, retornando ao intestino delgado e se
tornando adultas na mucosa de jejuno ou íleo;
– Larvas rabditoides podem se transformar em filarioides no
intestino grosso também podem causar autoinfecção externa;
– A ovipostura ocorre por partenogênese.
Nematódeos - infecção ativa
• Biologia
– Ciclo (Monoxênico)
• INDIRETO
– Fêmeas realizam a ovipostura e, ainda no intestino ocorre
a eclosão, com liberação de larvas rabditoides (não
infectantes; L2);
– As larvas rabditoides eliminadas pelas fezes, transformam-
se em machos e fêmeas de vida livre (solo);
– Após o acasalamento, fêmeas de vida livre , originam
larvas rabditoides que, após alguns dias, passam a
filarioides (infectantes; L3) ;
– As larvas filarioides realizam penetração cutânea e ciclo
pulmonar;
– O desenvolvimento completa-se na mucosa do intestino
delgado, com a formação de fêmeas partenogenéticas.
Nematódeos - infecção ativa
• Biologia
– PPP: 17-21 dias (Thamsborg et al., 2016; Page et al., 2018)
– Nutrição: adultos euritróficos*
– Infectividade
• Durante a vida livre exigem solo úmidos, ricos em matéria
orgânica, com temperaturas entre 25-30ºC;
• As formas migrantes podem entrar em dormência ou
hipobiose o que pode contribuir para anos de infecção
inaparente;
• Os Ácidos Dafacrônicos (DA) aumentam o número de
larvas do ciclo sexuado (heterogônico) e inibem às do ciclo
infectante (homogônico) (Dulovic; Streit, 2019):
– DA reduzem a formação de L3i (filarioides); estimulam o ciclo indireto
ou heterogônico.
• Cortisol e derivados sintéticos estimulam o ciclo direto ou
homogônico.
Nematódeos - infecção ativa
• Biologia
– Infectividade
• A imunidade contra a migração larval parece ser
importante e leva a uma simples infecção inaparente
(número reduzido de larvas intestinais);
• A infecção transmamária e a indução do ciclo sexuado
são maneiras de fugir da imunidade ativa;
• A imunidade parece ser dependente da resposta
adaptativa (Th2), com grande infiltração de PMN,
liberação de mieloperoxidase e fagocitose induzida pelo
Sistema do Complemento e Anticorpos, aumentando a
produção de DA, reduzindo a autoinfecção;
• A estimulação de uma resposta Treg, com predomínio
da citocina TGFb, reduzem a produção de DA,
favorecendo a autoinfecção.
Nematódeos - infecção ativa
• Biologia
– Infectividade
• Estar atento à infecção inaparente que pode piorar em
qualquer paciente submetido a situação de
imunocomprometimento:
– Em indivíduos infectados com HTLV-1 há uma redução marcante
da atividade IL-5, por aumento da atividade do linfócito Treg, o
que compromete a mobilização de eosinófilos, importantes na
defesa contra helmintos;
– Condições crônicas graves (Estresse, Alcoolismo, Câncer,
Hanseníase lepromatosa, Tuberculose, AIDS, Leishmaniose);
– Procedimentos médicos que reduzem a atividade do sistema
imune sistema imune, como a terapia com corticoides (Silva et al.,
2016).
Nematódeos - infecção ativa
Nematódeos - infecção ativa
Imunidade inata
sobre L3 de
Strongyloides em
camundongos.
Breloer; Abraham,
2017.
Nematódeos - infecção ativa
Imunidade
adaptativa sobre L3
de Strongyloides
em camundongos.
Breloer; Abraham,
2017.
Nematódeos - infecção ativa
Diferença na carga parasitária de S. stercoralis em pacientes
infectados ou não com o vírus HTLV-1 (Montes et al., 2009)
Nematódeos - infecção ativa
Relação entre IL-5 (aumento Acs e Eosinófilos) e linfócitos Treg em
indivíduos infectados por S. stercoralis, com e sem infecção por vírus
HTLV-1 (Montes et al., 2009)
• Patologia (superinfecção)
– Penetração no hospedeiro
• Dermatite e lesões com pápulas eritematosas (só
em penetrações intensas no ambiente)
– Migração pulmonar
• Hemorragia, pneumonite difusa e focos de
consolidação pulmonar;
• Podem ocorrer abcessos, bacteremia e meningite.
– Lesões intestinais
• Ação mecânica, histolítica e tóxica;
• Inflamação exsudativa mucosa (catarral) passando
a atrofiante e até a formação de granulomas ou
necrose;
Nematódeos - infecção ativa
Larva de S. stercoralis
Enterite pela infecção por S. stercoralis
Atrofia das vilosidades intestinais na infecção por S. stercoralis
Degeneração gordurosa do figado devido à migração maciça por S. stercoralis
Maturação pulmonar de larva imatura de S. stercoralis
Larva migrante
S. stercoralis na mucosa intestinal
Infecção experimental de ratos
com Strongyloides venezuelensis.
Histopatológico do duodeno de
roedores 15 dias após a infecção
eperimental: A e B: controles; C e
D: infectados. E e F: infectados e
tratados com dexametasona no dia
14 pós-infecção. Observe a
invasão maciça da mucosa de
ovos férteis e parasitas adultos,
acompanhada por erosão da
camada epitelial intestinal (Tefe-
Silva et al., 2012).
• Manifestações (nos casos severos)
– Eritema e prurido em área endêmica (“micuim”);
– Síndrome de Löeffler, assemelhando-se também
com pneumonia atípica ou asma;
– Alterações gerais (alternância de períodos de
diarreia e constipação intestinal);
– Inapetência, náuseas e vômitos;
– Eosinofilia:
• de 15-40% em casos agudos;
• Ausente na imunossupressão:
– infecção por HTLV-1
– Medicamentosa (iatrogênica).
Nematódeos - infecção ativa
Endoscopia de duodeno sem alterações.
In: http://www.gastrolab.net/pa-172.htm
Weinstein D; Lake-Bakaar G. 2005. Strongyloides stercoralis infection
presenting with severe malabsorption and arthritis in an immune
competent host. Internet J Rheumat. 2(2).
Mohammed et al. 2019. Respiratory hyperinfection with Strongyloides
stercoralis in a immunocompetent patient; antes (B) e depois (B) da terapêutica
medicamentosa. Notar a presença de nódulos miliares, acusando a pneumonite
difusa em B. Indian Journal of Critical Care Medicine, 23(10): 481-483).
• Diagnóstico
– A estrongiloidose deve ser suspeita:
• em casos de diarreia crônica sugestivos de parasitose c/ EPF
negativo e eosinofilia;
• em pacientes que serão submetidos a tratamento com
imunossupressor;
• Diarreias crônicas:
– imunocomprometidos
– em estados infecciosos crônicos debilitantes
– Processos digestivos inflamatórios crônicos
Nematódeos - infecção ativa
Nematódeos - infecção ativa
Porcentual de larvas imaturas recolhidas em diferentes órgãos de saguís (Callithrix
penicillata), infectados por Strongyloides stercoralis e imunossuprimidos com
dexametasona (antiinflamatório esteroide). Mati et al., 2014.
• Diagnóstico
– Laboratorial
• Pesquisa de larvas nas fezes (Ex. Baermann; Araki-Koga);
• Sorologia: ensaio imunoenzimático (ELISA);
• qPCR Multiplex para nematódeos intestinais humanos*.
• Tratamento
– Medidas terapêuticas*
• Ivermectina
• Tiabendazol
Nematódeos - infecção ativa
• Epidemiologia
– É cosmopolita (regiões quentes e úmidas),
assemelhando-se a da ancilostomíase;
– Os dados de prevalência devem estar
subestimados;
– Nos animais domésticos a infecção talvez seja
transitória e sua importância como reservatórios
para o homem é mal conhecida;
– A manutenção das formas infectantes dá-se
basicamente pela poluição dos dejetos humanos;
– Melhoria geral das condições sanitárias básicas.
Nematódeos - infecção ativa
Nematódeos - infecção ativa
Schär F, et al. 2013. PLOS Negl. Trp. Dis. 7(7): e2288.

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  • 1. • Classificação – Reino: Animalia – Filo: Nematoda – Classe: Secernentea – Ordem: Rhabditida – Família: Strongyloididae – Espécie: Strongyloides stercoralis Nematódeos - infecção ativa
  • 2. • Características gerais – Pequeno nematódeo que alterna ciclo de vida livre e parasitário – Infecção inaparente em imunocompetentes – Causa parasitismo intestinal grave em imunocomprometidos Nematódeos - infecção ativa
  • 3. Ovo larvado e larva não infectante (rabditóide) – Strogyloides stercoralis
  • 4. Ovo larvado – Strogyloides stercoralis
  • 5. Larva rabditóide de Strongyloides stercoralis
  • 6. Detalhe da cauda da larva infectante (filarióide; L3) de Strongyloides sp. Cauda ponta dupla
  • 7. Fêmea de Strongyloides sp.– fase parasitária
  • 8. • Biologia – Morfologia • Adulto – O parasito adulto tem corpo cilíndrico e bastante delgado (40 mm); – Tamanho do verme adulto é de ~ 0,2 cm; • Ovo – Semelhante ao dos ancilostomídeos – Hospedeiro: homem, cão e gato Nematódeos - infecção ativa
  • 9.
  • 10. Ovipostura Larva Rabditoide iL3 Larva Filarioide Maturação pulmonar Fêmeas partenogenéticas Autoinfecção ou CICLO DIRETO Externa Interna Infecção externa CICLO INDIRETO PRECOCE TARDIA
  • 12. • Biologia – Ciclo (Monoxênico) • DIRETO – Fêmeas realizam a ovipostura e, ainda no intestino ocorre a eclosão, com liberação de larvas rabditoides (não infectantes; L2); – Larvas rabditoides podem se desenvolver de duas maneiras: » São eliminadas com as fezes (CICLO INDIRETO); » Transformarem-se em larvas filarioides (infectantes; L3) no intestino grosso do hospedeiro; – As larvas filarioides que penetram a mucosa intestinal realizam ciclo pulmonar, retornando ao intestino delgado e se tornando adultas na mucosa de jejuno ou íleo; – Larvas rabditoides podem se transformar em filarioides no intestino grosso também podem causar autoinfecção externa; – A ovipostura ocorre por partenogênese. Nematódeos - infecção ativa
  • 13. • Biologia – Ciclo (Monoxênico) • INDIRETO – Fêmeas realizam a ovipostura e, ainda no intestino ocorre a eclosão, com liberação de larvas rabditoides (não infectantes; L2); – As larvas rabditoides eliminadas pelas fezes, transformam- se em machos e fêmeas de vida livre (solo); – Após o acasalamento, fêmeas de vida livre , originam larvas rabditoides que, após alguns dias, passam a filarioides (infectantes; L3) ; – As larvas filarioides realizam penetração cutânea e ciclo pulmonar; – O desenvolvimento completa-se na mucosa do intestino delgado, com a formação de fêmeas partenogenéticas. Nematódeos - infecção ativa
  • 14. • Biologia – PPP: 17-21 dias (Thamsborg et al., 2016; Page et al., 2018) – Nutrição: adultos euritróficos* – Infectividade • Durante a vida livre exigem solo úmidos, ricos em matéria orgânica, com temperaturas entre 25-30ºC; • As formas migrantes podem entrar em dormência ou hipobiose o que pode contribuir para anos de infecção inaparente; • Os Ácidos Dafacrônicos (DA) aumentam o número de larvas do ciclo sexuado (heterogônico) e inibem às do ciclo infectante (homogônico) (Dulovic; Streit, 2019): – DA reduzem a formação de L3i (filarioides); estimulam o ciclo indireto ou heterogônico. • Cortisol e derivados sintéticos estimulam o ciclo direto ou homogônico. Nematódeos - infecção ativa
  • 15. • Biologia – Infectividade • A imunidade contra a migração larval parece ser importante e leva a uma simples infecção inaparente (número reduzido de larvas intestinais); • A infecção transmamária e a indução do ciclo sexuado são maneiras de fugir da imunidade ativa; • A imunidade parece ser dependente da resposta adaptativa (Th2), com grande infiltração de PMN, liberação de mieloperoxidase e fagocitose induzida pelo Sistema do Complemento e Anticorpos, aumentando a produção de DA, reduzindo a autoinfecção; • A estimulação de uma resposta Treg, com predomínio da citocina TGFb, reduzem a produção de DA, favorecendo a autoinfecção. Nematódeos - infecção ativa
  • 16.
  • 17. • Biologia – Infectividade • Estar atento à infecção inaparente que pode piorar em qualquer paciente submetido a situação de imunocomprometimento: – Em indivíduos infectados com HTLV-1 há uma redução marcante da atividade IL-5, por aumento da atividade do linfócito Treg, o que compromete a mobilização de eosinófilos, importantes na defesa contra helmintos; – Condições crônicas graves (Estresse, Alcoolismo, Câncer, Hanseníase lepromatosa, Tuberculose, AIDS, Leishmaniose); – Procedimentos médicos que reduzem a atividade do sistema imune sistema imune, como a terapia com corticoides (Silva et al., 2016). Nematódeos - infecção ativa
  • 18. Nematódeos - infecção ativa Imunidade inata sobre L3 de Strongyloides em camundongos. Breloer; Abraham, 2017.
  • 19. Nematódeos - infecção ativa Imunidade adaptativa sobre L3 de Strongyloides em camundongos. Breloer; Abraham, 2017.
  • 20. Nematódeos - infecção ativa Diferença na carga parasitária de S. stercoralis em pacientes infectados ou não com o vírus HTLV-1 (Montes et al., 2009)
  • 21. Nematódeos - infecção ativa Relação entre IL-5 (aumento Acs e Eosinófilos) e linfócitos Treg em indivíduos infectados por S. stercoralis, com e sem infecção por vírus HTLV-1 (Montes et al., 2009)
  • 22. • Patologia (superinfecção) – Penetração no hospedeiro • Dermatite e lesões com pápulas eritematosas (só em penetrações intensas no ambiente) – Migração pulmonar • Hemorragia, pneumonite difusa e focos de consolidação pulmonar; • Podem ocorrer abcessos, bacteremia e meningite. – Lesões intestinais • Ação mecânica, histolítica e tóxica; • Inflamação exsudativa mucosa (catarral) passando a atrofiante e até a formação de granulomas ou necrose; Nematódeos - infecção ativa
  • 23. Larva de S. stercoralis
  • 24. Enterite pela infecção por S. stercoralis
  • 25. Atrofia das vilosidades intestinais na infecção por S. stercoralis
  • 26. Degeneração gordurosa do figado devido à migração maciça por S. stercoralis
  • 27. Maturação pulmonar de larva imatura de S. stercoralis Larva migrante
  • 28. S. stercoralis na mucosa intestinal
  • 29.
  • 30.
  • 31.
  • 32. Infecção experimental de ratos com Strongyloides venezuelensis. Histopatológico do duodeno de roedores 15 dias após a infecção eperimental: A e B: controles; C e D: infectados. E e F: infectados e tratados com dexametasona no dia 14 pós-infecção. Observe a invasão maciça da mucosa de ovos férteis e parasitas adultos, acompanhada por erosão da camada epitelial intestinal (Tefe- Silva et al., 2012).
  • 33. • Manifestações (nos casos severos) – Eritema e prurido em área endêmica (“micuim”); – Síndrome de Löeffler, assemelhando-se também com pneumonia atípica ou asma; – Alterações gerais (alternância de períodos de diarreia e constipação intestinal); – Inapetência, náuseas e vômitos; – Eosinofilia: • de 15-40% em casos agudos; • Ausente na imunossupressão: – infecção por HTLV-1 – Medicamentosa (iatrogênica). Nematódeos - infecção ativa
  • 34. Endoscopia de duodeno sem alterações. In: http://www.gastrolab.net/pa-172.htm
  • 35. Weinstein D; Lake-Bakaar G. 2005. Strongyloides stercoralis infection presenting with severe malabsorption and arthritis in an immune competent host. Internet J Rheumat. 2(2).
  • 36. Mohammed et al. 2019. Respiratory hyperinfection with Strongyloides stercoralis in a immunocompetent patient; antes (B) e depois (B) da terapêutica medicamentosa. Notar a presença de nódulos miliares, acusando a pneumonite difusa em B. Indian Journal of Critical Care Medicine, 23(10): 481-483).
  • 37. • Diagnóstico – A estrongiloidose deve ser suspeita: • em casos de diarreia crônica sugestivos de parasitose c/ EPF negativo e eosinofilia; • em pacientes que serão submetidos a tratamento com imunossupressor; • Diarreias crônicas: – imunocomprometidos – em estados infecciosos crônicos debilitantes – Processos digestivos inflamatórios crônicos Nematódeos - infecção ativa
  • 38. Nematódeos - infecção ativa Porcentual de larvas imaturas recolhidas em diferentes órgãos de saguís (Callithrix penicillata), infectados por Strongyloides stercoralis e imunossuprimidos com dexametasona (antiinflamatório esteroide). Mati et al., 2014.
  • 39. • Diagnóstico – Laboratorial • Pesquisa de larvas nas fezes (Ex. Baermann; Araki-Koga); • Sorologia: ensaio imunoenzimático (ELISA); • qPCR Multiplex para nematódeos intestinais humanos*. • Tratamento – Medidas terapêuticas* • Ivermectina • Tiabendazol Nematódeos - infecção ativa
  • 40. • Epidemiologia – É cosmopolita (regiões quentes e úmidas), assemelhando-se a da ancilostomíase; – Os dados de prevalência devem estar subestimados; – Nos animais domésticos a infecção talvez seja transitória e sua importância como reservatórios para o homem é mal conhecida; – A manutenção das formas infectantes dá-se basicamente pela poluição dos dejetos humanos; – Melhoria geral das condições sanitárias básicas. Nematódeos - infecção ativa
  • 41. Nematódeos - infecção ativa Schär F, et al. 2013. PLOS Negl. Trp. Dis. 7(7): e2288.