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Estética em Nietzsche
A disciplina filosófica estética é recente em comparação às demais. Seu
surgimento se dá com Alexander Baumgarten (1714 – 1762), e desejava instaurar uma
nova faculdade humano, a saber a do julgamento de gosto. Feito a fundação, ou a tentativa
para alguns críticos, se passa a examinar a história da filosofia e indagar como se dava os
temas estéticos no passado, sobretudo entre os clássicos Platão e Aristóteles.
Feito o esforço inicial de Baumgarten, Kant dedica-se a escrita da Crítica do Juízo,
obra que articula em termos filosóficos essa nova faculdade da razão que é o julgamento
de gosto. Além de apontar também a clássica ideia de que o belo é um artifício humano
e que o sublima produzido pela natureza.
A estética de Nietzsche faz coro a esse movimento da disciplina. Especialmente
nas ideias oriundas de Schopenhauer, a saber, que procura superar a problemática
kantiana de que há um mundo do fenômeno e outro do noumeno ou da coisa em si. O
expediente utilizado, em síntese, é conceber que enquanto seres humanos habitamos tanto
o mundo da coisa em si, nosso corpo, quanto o mundo da representação.
Nietzsche, como outros pensadores, tem algumas fases. Na primeira, nossa
atenção aqui, sua obra referencia é o Nascimento da Tragédia a partir do espírito da
música. Considerando a ideia de que a “vontade” é o que faz tudo vir a ser, que faz tudo
ser representado como num teatro, ele busca na tragédia antiga suas referências para
afirmar que o tradicional recurso literário do lirismo não é um subjetivismo, mas algo
profundamente objetivo. Ora, sua tese para inverter a ideia de lírico, não sendo algo
subjetivista e apartada dos demais, é que o poeta lírico ao consultar seu íntimo verdadeiro,
autêntico, encontra o fluxo geral da vontade que é comum a todos nós. Decorre ainda
dessa ideia que o mundo social como o conhecemos é uma criação em função dessa
vontade, retomando a ideia de Schopenhauer de que o mundo é vontade e representação.
O teatro trágico, portanto, é a expressão artística por excelência do Nietzsche
amigo de Wagner, pois nessa manifestação artística temos os temas universais da
condição humana sendo dramatizados e dado essa conexão entre o drama no palco e a
condição humana não, desse modo, distinção entre público e peça teatral.
Essa união entre arte e vida é a marca da tragédia no Nietzsche da primeira fase.
Podemos afirmar que a ideia de que é à vontade o único existente e por isso mesmo tudo
o mais está subordinado à essa realidade. Sobretudo a própria ideia de pensar, é pesar a
partir dessa realidade inconteste, a saber, de uma vontade que impõe suas regras e
interesses.
A estética nietzschiana dessa fase é marcada por essa atenção às forças não
racionais, dirá a psicanálise: os desejos, mas que são os verdadeiros constituidores do
pensamento. A lógica nessa acepção nietzschiana não passa de uma serviçal da vontade.
Daí seu pensamento estético se propor ser aquele saber que precisa ir para além da ideia
que é apenas o logos o único existente. Sua estética subordina a razão e seu modo lógico
à vontade como aquele que jogo e determina as cenas da vida. Uma filosofia e mesmo
uma educação trágica é ensinar a perceber os ditames dessa vontade. É saber equacionar
a justa medida da razão, retirando ela do pedestal do “eu penso, logo existo” para uma
existência que vai para além da razão.
Portanto, a estética nietzschiana também é uma educação amoroso, afetiva.
Antecipa ideias de Paulo Freire, tais como, o mais importante não é ensinar informação,
mas criar uma relação amoroso em torno da produção do saber.

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  • 1. Estética em Nietzsche A disciplina filosófica estética é recente em comparação às demais. Seu surgimento se dá com Alexander Baumgarten (1714 – 1762), e desejava instaurar uma nova faculdade humano, a saber a do julgamento de gosto. Feito a fundação, ou a tentativa para alguns críticos, se passa a examinar a história da filosofia e indagar como se dava os temas estéticos no passado, sobretudo entre os clássicos Platão e Aristóteles. Feito o esforço inicial de Baumgarten, Kant dedica-se a escrita da Crítica do Juízo, obra que articula em termos filosóficos essa nova faculdade da razão que é o julgamento de gosto. Além de apontar também a clássica ideia de que o belo é um artifício humano e que o sublima produzido pela natureza. A estética de Nietzsche faz coro a esse movimento da disciplina. Especialmente nas ideias oriundas de Schopenhauer, a saber, que procura superar a problemática kantiana de que há um mundo do fenômeno e outro do noumeno ou da coisa em si. O expediente utilizado, em síntese, é conceber que enquanto seres humanos habitamos tanto o mundo da coisa em si, nosso corpo, quanto o mundo da representação. Nietzsche, como outros pensadores, tem algumas fases. Na primeira, nossa atenção aqui, sua obra referencia é o Nascimento da Tragédia a partir do espírito da música. Considerando a ideia de que a “vontade” é o que faz tudo vir a ser, que faz tudo ser representado como num teatro, ele busca na tragédia antiga suas referências para afirmar que o tradicional recurso literário do lirismo não é um subjetivismo, mas algo profundamente objetivo. Ora, sua tese para inverter a ideia de lírico, não sendo algo subjetivista e apartada dos demais, é que o poeta lírico ao consultar seu íntimo verdadeiro, autêntico, encontra o fluxo geral da vontade que é comum a todos nós. Decorre ainda dessa ideia que o mundo social como o conhecemos é uma criação em função dessa vontade, retomando a ideia de Schopenhauer de que o mundo é vontade e representação. O teatro trágico, portanto, é a expressão artística por excelência do Nietzsche amigo de Wagner, pois nessa manifestação artística temos os temas universais da condição humana sendo dramatizados e dado essa conexão entre o drama no palco e a condição humana não, desse modo, distinção entre público e peça teatral. Essa união entre arte e vida é a marca da tragédia no Nietzsche da primeira fase. Podemos afirmar que a ideia de que é à vontade o único existente e por isso mesmo tudo o mais está subordinado à essa realidade. Sobretudo a própria ideia de pensar, é pesar a
  • 2. partir dessa realidade inconteste, a saber, de uma vontade que impõe suas regras e interesses. A estética nietzschiana dessa fase é marcada por essa atenção às forças não racionais, dirá a psicanálise: os desejos, mas que são os verdadeiros constituidores do pensamento. A lógica nessa acepção nietzschiana não passa de uma serviçal da vontade. Daí seu pensamento estético se propor ser aquele saber que precisa ir para além da ideia que é apenas o logos o único existente. Sua estética subordina a razão e seu modo lógico à vontade como aquele que jogo e determina as cenas da vida. Uma filosofia e mesmo uma educação trágica é ensinar a perceber os ditames dessa vontade. É saber equacionar a justa medida da razão, retirando ela do pedestal do “eu penso, logo existo” para uma existência que vai para além da razão. Portanto, a estética nietzschiana também é uma educação amoroso, afetiva. Antecipa ideias de Paulo Freire, tais como, o mais importante não é ensinar informação, mas criar uma relação amoroso em torno da produção do saber.