Paiva Netto saúda o Dia Internacional da Caridade, instituído pela ONU. Reportagem especial aborda a urgente necessidade da prevenção do suicídio com o indispensável amparo material, moral e espiritual. Ana Paula Padrão fala de seus novos projetos em defesa da igualdade de gênero.
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Caridade na ONU celebrada pela primeira vez
1. Paiva Netto saúda o Dia Internacional da Caridade, instituído pela ONU.
Sempre pela Vida Reportagem especial aborda a urgente necessidade da
prevenção do suicídio com o indispensável amparo material, moral e espiritual.
tempo de mulher
Ana Paula
Padrão
A jornalista e empresária veste a
camisa em prol do Natal Permanente
da LBV e fala de seus novos projetos
em defesa da igualdade de
gênero que contemple
o melhor das diferenças
e os valores da mulher
na família e no
trabalho
Durma-se com um barulho desses... Cerca de 40% da população
mundial apresenta algum distúrbio ou síndrome do sono. Saiba o que fazer!
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3. MENTO SOCIAL DO BRASIL
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LUCR
5ª
EDIÇÃ
O
FEIRA E CONGRESSO INTERNACIONAL
DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, DO
INVESTIMENTO SOCIAL
PRIVADO E DA PARTICIPAÇÃO EM
POLÍTICAS PÚBLICAS
PARCEIROS DE MÍDIA
REALIZAÇÃO
4. Sumário
8
30
Paiva Netto escreve:
Caridade na ONU
8
Cinema — Produção premiada que reúne atores com
síndrome de Down tem exibição especial nas Nações
Unidas
Caridade na ONU
Paiva Netto
11
LBV na ONU
14
Cartas, e-mails, livros e registros
5 Opinião — Esporte
2
14
regina casé e estevão ciavatta
escrevem o livro Buriti
15
Otavio frias filho
lança Cinco peças e
uma farsa
por José Carlos Araújo
A luta por vaga na Libertadores
26 Samba & história por Hilton Abi-Rihan
É bamba, é do samba
29
Opinião — Educação por Arnaldo Niskier
Modelo “di menor”
30
Cinema
Síndrome de Down – filme ensina inclusão
34 Acontece no amazonas
15
Míriam leitão
Estreia na literatura
infantil
17
Edney Silvestre
Exílio e identidade
17
Gerson Camarotti
Os bastidores da
escolha do papa
36 Mulher
Ana Paula Padrão – Equilíbrio e decisão
42
Acontece em Santa catarina
45 Acontece no rio de janeiro
46
ONU
Solidariedade Ecumênica para o desenvolvimento sustentável
54
Saúde
40% da população sofre algum distúrbio do sono
60
Educação
Uma visão além do intelecto
18
Ruy Castro
retrata desafios
da vida
4
BOA VONTADE
18
Adriana Calcanhotto
lança antologia
poética
19
Fernando henrique
cardoso
Imortal da ABL
70
Ação jovem LBV
Viver é melhor! Um brado de Amor à Vida!
5. 54
Saúde — 40% da população mundial
apresenta algum distúrbio ou síndrome do sono
60
Educação — Congresso Internacional da LBV
discute o papel da Arte na Educação —
Edição 2013
78
Comportamento
• Sempre pela Vida (p. 78)
• Arrependimento e renovação (p. 85)
87
opinião — mídia em foco por Carlos Arthur Pitombeira
O debate que está faltando
90 Acontece em pernambuco
92
20
terceiro setor
zeca camargo
escreve autobiografia
50, Eu?
Crescimento e gestão
94
Rede sociedade solidária
29
Arnaldo Niskier
Modelo “di menor”
30
marcelo galvão
Síndrome de Down,
cinema e inclusão
Financiamento e sustentabilidade
97 Acontece em minas gerais
100 Literatura
Rio de livros
106 Soldadinhos de deus
108 Opinião — Congresso em pauta por Paulo Kramer
No futuro, mais sociedade e menos Estado
111 Melhor Idade
54
Dra. Luciana Palombini
Déficit do sono
• ”Toda vez que danço me sinto feliz“ (p. 111)
• Use o tempo a seu favor (p. 112) por Walter Periotto
60
mario cortella
Sentimento e
cidadania na
Educação
78
paula fontenele
Informação para
preservar a Vida
114 Aprendendo português por Adriane Schirmer
Entre mim e ti
Canais da LBV na internet
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94
108
dr. AIRTON GRAZZIOLI e Dra. paula jancso fabiani
Paulo Kramer
Financiamento e sustentabilidade
No futuro, mais sociedade
e menos Estado
BOA VONTADE
5
6. Ao leitor
A mulher profissional, a mãe e a que zela pela
família são muitas vezes uma só. Facilitar a vida
dessa batalhadora tornou-se um foco das novas
atividades da jornalista e empresária Ana Paula
Padrão. Capa desta edição, ela conduz uma
produtora de conteúdo e um portal segmentado,
firmado na ideia de estabelecer uma plataforma
especializada que favoreça uma igualdade de gênero que contemple o melhor das diferenças e os
valores da mulher na família e no trabalho.
Caridade, sinônimo de Amor, é o destaque
da mensagem do diretor-presidente da LBV,
José de Paiva Netto. “(...) É o sentimento que
mantém o Ser vivo nas horas de tormenta de
sua existência”, defende há décadas o escritor,
jornalista e radialista ao saudar o Dia Internacional da Caridade, comemorado pela primeira vez,
em evento oficial das Nações Unidas, em 5 de
setembro. Em seu artigo, afirma que a Caridade
e a Solidariedade podem contribuir para a promoção do diálogo inter-religioso e entre pessoas
de diferentes etnias e culturas, assim como para
a redução dos desafios planetários, a exemplo
das desigualdades sociais.
A defesa da vida e a prevenção do suicídio
constituem o tema de reportagem especial. Nela,
são apresentadas estatísticas e a análise de especialistas sobre as causas do comportamento
potencialmente suicida, que atualmente preo
cupa por conta do aumento do número de casos,
até entre os jovens. Por isso, a matéria aborda o
problema em suas dimensões material, moral e
espiritual. “Sucumbem em erro os que buscam
o suicídio, pois a parca lhes ofuscará os olhos,
que procuraram a escuridão, com mais luz, isto
é, mais Vida, a lhes cobrar severas contas de
antigos compromissos assumidos. Antes e depois
da Vida, há Vida e as incorruptíveis Leis que universalmente a regem”, adverte o dirigente da LBV,
a respeito da continuidade da Alma após a morte.
O leitor encontra muito mais nesta edição: perfil
da sambista Ana Costa; o cinema de inclusão de
Marcelo Galvão, roteirista e diretor do filme Colegas;
e o novo livro do jornalista Zeca Camargo, entre
outros assuntos.
Boa leitura!
6
BOA VONTADE
Reflexão de BOA VONTADE
O suicídio é um ato que indiscutivelmente golpeia a Alma de quem
o pratica. Ao chegar ao Outro Lado,
ela vai encontrar-se mais viva do que
nunca, a padecer opressivas dores
por ter fugido da sua responsabilidade terrena. E sempre alguém fica
ferido e/ou abandonado com a deserção da pessoa amada ou amiga, em
quem confiava. E é de muito bom
senso não olvidarmos que
no Tribunal Celeste vigora o Amor,
mas não existe a impunidade.
Paiva Netto
Extraída da entrevista concedida à jornalista
portuguesa Ana Serra, em 19/9/2008, acerca
do best-seller dele Reflexões da Alma, lançado
em terras lusitanas pela Editora Pergaminho,
naquele ano.
Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica
ANO 57 • No 235 • jun/jul/ago/SET 2013
Tiragem: 50 mil exemplares
Edição fechada em 10/10/2013
BOA VONTADE é uma publicação da LBV, editada pela Editora Elevação. Registrada
sob o no 18166 no livro “B” do 9o Cartório de Registro de Títulos e Documentos de
São Paulo.
Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto — MTE/DRTE/RJ
19.916 JP
Coordenação geral: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira
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Jornalistas Colaboradores Especiais: Arnaldo Niskier, Carlos Arthur Pitom-
beira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Paulo Kramer.
Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Cida Linares, Diego Ciusz, Jefferson
Rodrigues, Leila Marco, Leilla Tonin, Mariane de Oliveira, Mário Augusto Brandão,
Neuza Alves, Silvia Fernanda Bovino, Vivian R. Ferreira, Walter Periotto, Wanderly
Albieri Baptista e William Luz.
Projeto Gráfico: Helen Winkler
Capa e Diagramação: Felipe Tonin e Helen Winkler
Impressão: Mundial Gráfica
Crédito da foto de capa: Ana Paula Padrão: João Periotto.
Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050
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A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus
artigos assinados. A publicação obedece ao elevado propósito de estimular o
debate dos temas relevantes brasileiros e mundiais e de refletir as tendências
do pensamento contemporâneo.
9. João Preda
José de Paiva Netto,
jornalista, radialista e escritor.
É diretor-presidente da LBV.
O
representante da LBV na
ONU, Danilo Parmegiani,
informa-me que as Nações
Unidas celebraram neste ano, pela
primeira vez, o Dia Internacional da
Caridade. A recém-aprovada resolução situou a data em 5 de setembro.
A ONU afirma que a Caridade
pode contribuir na promoção do
diálogo entre pessoas de diferentes
civilizações, culturas e religiões,
assim como a solidariedade e a
compreensão mútua. E reconhece os
esforços das organizações caritativas
e de particulares nesse propósito.
A Caridade sustenta a vida
humana
É um tema muito presente em
meus artigos — e se encontra em
publicações dirigidas à ONU, em
diversos idiomas, a exemplo de Paz
para o Milênio (2000), Sociedade
Solidária (2000), Globalização
do Amor Fraterno (2007), BOA
VONTADE Mulher (2009), BOA
VONTADE Econômico + Social +
Ambiental (2012) e BOAVONTADE
Desenvolvimento Sustentável
(2013) —, pois considero ser
imprescindível à nossa sobre
vivência. Aproveito o ensejo para
lhes adiantar pequeno trecho de O
Capital de Deus, livro que estou
preparando, com muito zelo, no qual
apresento algumas das palestras que
proferi a partir da década de 1960:
Meditemos sobre esta passagem
do Apóstolo João, na sua Primeira
Epístola, 4:20: “Se alguém disser:
Amo a Deus, e odiar a seu irmão,
é mentiroso; pois aquele que não
PAIVA
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www.boavonta
de.com
escreve:
“Ciê
e o pap
el da Solincia, Tecnolog
ia, Inov
dariedad
ação
e Ecum
ênica”. , Cultura
ANÁLISES
PAIVA NETTOPaiva Netto escreve e desafios da Rio+20”
escreve “LBV, Rio-92
“LBV, Rio-92 e os desafios da Rio+20”
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ANÁLISES E PERSPECTIVAS
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organização mico e Social
endações
(Ecosoc),
da socied
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das
ade civil
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brasileira Nações Unidas,
em Geneb da Reunião de
com status
Alto
ra, Suíça
consultivo
, em 2013. Nível do
geral no
Ecosoc, desde A LBV é uma
1999.
LEGIÃO DA BOA VONTADE: Organização brasileira com status consultivo geral nas Nações Unidas, desde 1999, apresenta recomendações
para autoridades na Rio+20 e na Reunião de Alto Nível do Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc), em Nova York, EUA, em 2012.
Fotos: Arquivo BV
1
2
(1) A ONU institui o Dia
Internacional da Caridade
(5/9), com o objetivo
de mobilizar pessoas e
organizações civis para ajudar
o próximo. (2) Representantes
da LBV participam da
reunião das Nações Unidas
que estabeleceu a data
comemorativa. A partir da
esquerda, Alziro de Paiva,
Gizelle de Almeida e Danilo
Parmegiani.
BOA VONTADE
9
10. Eduarda Pereira
Caridade na ONU
Reprodução BV
Arquivo BV
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou
seu apoio ao trabalho da LBV assinando a capa da
Globalization of Fraternal Love (a revista Globalização
do Amor Fraterno foi inicialmente editada em português,
inglês, francês e esperanto), durante reunião anual do
Conselho: o High-Level Segment 2007, no escritório da ONU
em Genebra/Suíça.
a globalização não vai impedir a diversidade. Porquanto, se mundializa,
dá também expressão ao regionalismo. De várias formas, todo mundo
influencia todo mundo. No entanto,
barreiras, em diversas partes do
planeta, ainda tornam cada vez mais
distantes ricos de pobres. Isso pode
resultar em consequências profundas, em amplitude internacional, a
exemplo do que representou o fim
do Império Romano. Entretanto,
desta vez, tais transformações
poderão provocar providências
inusitadas até em corações
de pedra, antes contrários ao
pragmático espírito de Caridade,
pois serão levados a pensar que existem algumas coisas vitais, até mesmo para eles, como... a compaixão.
(...) Caridade não é pífio sentimentalismo, a que alguns
gostariam de reduzi-la. Acertou, portanto,
quando escreveu o
grande Joaquim Nabuco (1849-1910): “À
Joaquim Nabuco
luta pela vida, que é a
Lei da Natureza, a Religião opõe
a Caridade, que é a luta pela vida
alheia”.
Não seria essa a função de um
verdadeiro político? O que seria
mais importante para o fortalecimento das comunidades do que
esse elevado espírito social?
É possível igualmente espe
rarmos do alto significado da
Cari ade, na atitude diária, o
d
decisivo caminho da verdadeira
independência de nossa pátria.
Caridade é assunto sério.
Danilo Parmegiani (D), da LBV, compartilha a experiência da Instituição em
favor de famílias de baixa renda em entrevista à Rádio ONU, conduzida pelo
repórter Eleutério Guevane.
ama a seu irmão, a quem vê, não
pode amar a Deus, a quem não vê”.
Caridade, criação de Deus, é
o sentimento que mantém o Ser
vivo nas horas de tormenta de sua
existência. Se Você me disser que
não precisa de Amor, está equivocado, ou equivocada, enfermo,
ou enferma... Em resumo, trata-se
simplesmente disto: Amor, sinônimo de Caridade, de que tanto carece
a sociedade míope, obumbrada pela
cultura insidiosa, mantida por aqueles que provocaram, para os povos,
10
BOA VONTADE
as desgraças todas que ensanguentam a História e que nos põem em
perigo constante. Até quando?!
A Caridade sustenta a vida humana. O jornalista Francisco de
Assis Periotto, ao ouvir essas minhas palavras, completou-as assim:
“no pão e na decência”.
Elevado espírito social
O avanço tecnológico tem derrubado muitas fronteiras e feito
algumas desabar sobre outras. Entre
elas, econômicas e sociais. Contudo,
paivanetto@lbv.org.br
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LBV na ONU
Sede da ONU, em Nova York/EUA.
Na agenda internacional
sembleia-Geral das Nações Unidas 1979 e ícone no amparo aos mais
como forma de favorecer a promo- pobres e vulneráveis.
ção do diálogo, da solidariedade e
“No momento em que pretendo entendimento mútuo.
demos acelerar nossos
Com a iniciativa, a entidade
esforços para alcançar
espera fomentar atividades
os Objetivos de Deseneducativas e de conscientivolvimento do Milênio
zação no mundo em prol de
e definir uma agenda
ações filantrópi as. O dia 5
c
audaz para o período
Madre Teresa de Calcutá pós-2015, o papel da Cade setembro faz referência
à data de falecimento de
ridade pode e deve cresMadre Teresa de Calcutá (1910- cer”, afirmou o secretário-geral
1997), Prêmio Nobel da Paz em da ONU, Ban Ki-moon, em sua
Reprodução BV
O
Dia Internacional da Caridade foi celebrado pela primeira vez em evento oficial
da Organização das Nações Unidas,
em 5 de setembro. A solenidade
teve lugar na sede da ONU, em
Nova York/EUA. A Legião da Boa
Vontade participou da programação
com dois painéis, em que discutiu
o papel da Caridade na redução da
pobreza e o da sociedade civil no
desenvolvimento sustentável.
A data foi escolhida pela As-
Jéssica Botelho
BOA VONTADE
11
12. Fotos: Nicholas de Paiva
LBV na ONU
1
2
3
(1) A intervenção feita pelo representante da LBV, Danilo Parmegiani, foi transmitida ao vivo pela TV ONU. (2 e 3) Um dia
depois da criação da data especial que celebra a Caridade, o representante da 67a Assembleia-Geral da ONU, Vuk Jeremić,
faz seu pronunciamento durante a segunda edição do Fórum de Alto Nível sobre a Cultura de Paz, na sede das Nações
Unidas, em Nova York.
mensagem aos participantes da
conferência.
Na oportunidade, o representante
da LBV na ONU, Danilo Parmegiani, fez uma intervenção para destacar
Baixe o leitor QR Code em seu
smartphone ou tablet, fotografe
o código e saiba mais sobre o
trabalho da LBV para a agenda de
desenvolvimento sustentável pós-2015. Acompanhe a entrevista
que o representante da LBV dos
EUA, Danilo Parmegiani, concedeu
a Eleutério Guevane, da Rádio
ONU, e o conteúdo da intervenção
da LBV durante o evento.
12
BOA VONTADE
o abrangente conceito de Caridade
Completa (veja box na p. 13) e seu
papel transformador. “Gostaria de
parabenizar as Nações Unidas pela
criação desta data tão importante.
Como ressalta o dirigente da LBV,
José de Paiva Netto, Caridade é
muito mais do que apenas oferecer
um prato de comida. (...) Acreditamos
que Caridade é sinônimo de Amor,
bem como uma ferramenta estratégica para a sustentação da Vida.
Dessa forma, se as pessoas realmente
entenderem isso, poderemos realizar
muitas coisas. E a experiência da Legião da Boa Vontade comprova isso,
já que é mantida por colaboradores
e voluntários. São cerca de 30 mil
voluntários oferecendo 10 milhões
de atendimentos ao ano.”
O representante da LBV ressaltou
também a importância da Caridade
no cumprimento da agenda de de-
senvolvimento sustentável da ONU.
“Uma vez que estamos neste momento debatendo sobre as metas de
desenvolvimento pós-2015, com as
quais todos os países devem se comprometer, a sociedade civil entende
que, se esclarecermos e conscientizarmos o mundo quanto ao valor da
Caridade na agenda internacional,
poderemos de fato contribuir para
o cumprimento desses objetivos”,
completou.
O encontro foi organizado pela
Missão Permanente da Hungria
nas Nações Unidas, propositora da
resolução, e contou com a parceria
de órgãos oficiais da ONU: Departamento de Informação Pública
(DPI), Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD),
Escritório das Nações Unidas para
Parcerias (UNOP) e Fundação das
Nações Unidas (UNF).
13. Divulgação
Fotos: Nicholas de Paiva
1
3
2
4
A jovem Sâmara Malaman, da LBV, entrega a revista BOA VONTADE
Desenvolvimento Sustentável, em inglês, a (1) Hugh Evans, cofundador e CEO do
Global Poverty Project (movimento contra a pobreza extrema no mundo),
(2) Guy Djorken, diretor-executivo da Unesco Center for Peace, (3) Kadri Özen,
diretor de relações públicas da Coca-Cola para a Eurásia e África, e (4) Kathy
Calvin, presidente e CEO da Fundação das Nações Unidas.
Caridade Completa
Há mais de seis décadas, a Legião da Boa Vontade defende sua vanguardeira tese da Caridade Completa, lançada pelo fundador da Instituição,
Alziro Zarur (1914-1979). A prática desse conceito significa ir além do
amparo material, pois valoriza o indivíduo como um todo, oferecendo-lhe
o apoio necessário para reerguer-se e mudar sua própria realidade.
Por acreditar que nenhuma nação se desenvolve se a população
estiver desamparada, a LBV fundamenta todas as suas atividades,
programas e projetos sociais e educacionais no princípio da Caridade
Completa. Esse trabalho, reconhecido internacionalmente, foi, aliás,
lembrado por Madre Teresa de Calcutá. A saudosa missionária, por ocasião da inauguração do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumê ica
n
(ParlaMundi da LBV), na capital federal, em 1994, felicitou o dirigente
da Legião da Boa Vontade pela iniciativa:
“Prezado sr. José de Paiva Netto, confio-lhe minhas preces por
todos. Que as bênçãos de Deus estejam com vocês da Legião da
Boa Vontade, e que muitas pessoas conheçam o Amor de Jesus por
intermédio do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica da
LBV e mantenham viva a Boa Nova de Seu Amor no mundo, amando
uns aos outros como Ele nos amou. Que Deus os abençoe”.
“A Caridade
desempenha um
papel importante no
apoio aos valores e no
trabalho das Nações
Unidas. Doações de
tempo ou de dinheiro;
envolvimento voluntário
numa das suas próprias
comunidades ou no
outro lado do mundo;
atos de Caridade e
bondade sem esperar
uma recompensa; estas
e outras expressões de
solidariedade global
nos ajudam na nossa
procura partilhada de
viver em harmonia
e de construir um
futuro pacífico para
todos. Saúdo esta
primeira celebração do
Dia Internacional da
Caridade.”
Ban Ki-moon
Secretário-geral da ONU
BOA VONTADE
13
14. Priscilla Antunes
Priscilla Antunes
Cartas, e-mails, livros e registros
Regina Casé e Estevão
Ciavatta autografam
na Bienal do Livro Rio
A apresentadora Regina Casé e o diretor Estevão
Ciavatta, marido dela, receberam o público na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em 7
de setembro, para o lançamento de Buriti, livro que
compõe coleção inspirada no programa de TV Um
Pé de Quê?, exibido pelo Canal Futura há 12 anos.
Apresentado por Regina e dirigido por Estevão, o
programa tinha sempre como ponto de partida a árvore, para falar então de música, culinária, geografia,
botânica, paisagismo e outras áreas do conhecimento. Pela coleção homônima, foram publicados títulos
como Pau-Brasil e Umbu. A recente obra aborda
aspectos morfológicos, o hábitat e a relação do buriti
com a história humana e econômica do Brasil.
Na bienal, os autores autografaram exemplar
do título ao dirigente da LBV, com estas palavras:
“Paiva Netto, Saúde e Sorte! Regina Casé”; e
“Paiva Netto, um pouco da nossa história para você.
Abraços, Estevão”.
Chave para a igualdade de
gênero
Ao receber a revista BOA
V O N TA D E M u l h e r ,
edição especial, mais
uma vez tive o prazer
de constatar a relevância
14
BOA VONTADE
Senador
Cristovam Buarque
escreve Reaja!
Em concorrida sessão de autógrafos na capital fluminense, em agosto, o senador Cristovam Buarque lançou
Reaja!. Ali estiveram presentes, além de familiares e amigos do autor, personalidades da política e da educação.
Inspirado no famoso manifesto “Indignem-se”
(“Indignez-vous”), do pensador, escritor e diplomata
franco-alemão Stéphane Hessel (1917-2013), o livro
convoca o leitor a assumir uma atitude de crítica e
ação, reagindo aos desafios da sociedade atual. Ao
dirigente da LBV, o parlamentar e educador autografou
um exemplar de sua obra: “Ao Paiva Netto, com muita
admiração. Cristovam”.
Vale dizer que, em 26 de setembro, o senador foi homenageado com o prêmio Congresso em Foco como um
dos parlamentares que mais bem representam a população em 2013, na avaliação de jornalistas e da sociedade.
É a quinta vez que ele recebe a distinção. Parabéns!
dos textos que compõem esse
importante veículo de comunicação, bem como a preocupação da
LBV com a educação em nossa
sociedade. As práticas socioeducativas adotadas
pela LBV reafirmam
minha certeza de que atitudes
solidárias em prol da educação e
da cultura possibilitam a mudança
social, abrindo espaço para um
mundo melhor. A publicação é,
sem dúvida, importante fonte de
pesquisa sobre o assunto. Esse
15. Lenise Pinheiro/Folhapress
Priscilla Antunes
Míriam Leitão
estreia na
literatura infantil
Amigos e admiradores da jornalista e
escritora Míriam Leitão prestigiaram em
Brasília/DF, 15 de setembro, o lançamento
de A perigosa vida dos passarinhos pequenos. A obra marca a estreia da autora na
literatura infantil e fala de sua paixão por
pássaros, de ecologia e sustentabilidade.
Dona de uma fazenda que é um verdadeiro santuário para muitas espécies de aves,
Míriam Leitão se inspirou em fatos ocorridos
no local para escrever o livro. Representantes
da Legião da Boa Vontade cumprimentaram
a autora, que, na ocasião, autografou um
exemplar ao dirigente da Instituição: “José
de Paiva Netto, aqui tento passar alguns
valores para as crianças. Abraços, Míriam
Leitão”.
tipo de iniciativa é a chave para
a igualdade de gênero, bem como
a forma mais legítima e eficaz
de se combater a violência, seja
ela de qualquer natureza. (Elaine
Matozinhos, vereadora, Belo Horizonte/MG)
Jornalista e escritor
Otavio Frias Filho lança
Cinco peças e uma farsa
O jornalista e escritor Otavio Frias Filho promoveu em 10 de
outubro, na capital paulista, sessão de autógrafos para o lançamento de seu livro Cinco peças e uma farsa. O
concorrido evento reuniu personalidades, colegas
de profissão e amigos do autor.
Na obra, o diretor de redação do jornal Folha
de S.Paulo pratica com virtuosismo uma ampla
variedade de registros, da tragédia à farsa, passando por variantes do drama, mas com temas
recorrentes: as cruas práticas do poder e da
guerra dos sexos em um mundo que não vê mais
nenhuma utopia no horizonte.
Representantes da Legião da Boa Vontade (LBV) prestigiaram o lançamento. Na oportunidade, o escritor autografou um
exemplar ao diretor-presidente da Instituição, com a seguinte
dedicatória: “Para Dr. Paiva Netto, com o abraço cordial do
Otavio Frias Filho”.
Leitura obrigatória
Saúdo o escritor Paiva Netto pelos
belos artigos que tem publicado no
Jornal de Brasília. Acredito que o benefício é grande para a capital da República em poder ler semanalmente
escritos que dignificam os mais altos
valores humanos e espirituais, argamassa que contribui na construção de
um Brasil mais justo, ético e honrado.
(...) Seus artigos tornaram-se leitura
obrigatória em Brasília. (Renato
Matsunaga, diretor superintendente
do Jornal de Brasília)
BOA VONTADE
15
16. Divulgação
Nathália Valério
Cartas, e-mails, livros e registros
Dr. José Pastore
A jornalista Regina Zappa e o músico Gilberto Gil
Jornalista Regina Zappa
lança biografia do cantor e
compositor Gilberto Gil
O cantor e compositor baiano Gilberto Gil lançou em julho, no
Rio de Janeiro/RJ, sua biografia Gilberto bem perto. Para tornar
o livro uma realidade, o artista foi entrevistado pela jornalista
Regina Zappa (coautora), pois ele próprio afirma que não tem boa
memória nem é detalhista e espirituoso. A noite de autógrafos foi
bastante concorrida e reuniu, além de fãs, muitas personalidades,
familiares e amigos do autor.
O livro, segundo o músico, traz tanto os momentos doces quanto
as situações dramáticas, de angústia e expectativa negativa, como
na época do governo militar, em que Gil ficou três meses na prisão,
em 1969. A biografia não economiza detalhes da vida do artista,
desde o início da carreira até as atividades atuais, passando pela
experiência de ter sido ministro da Cultura.
Durante o lançamento, que também teve a presença de
representantes da LBV, os autores autografaram exemplar da
obra ao diretor-presidente da Instituição: “Paiva Netto, Boa
Vontade sempre! Gilberto Gil”; e “Para Paiva Netto, com a
esperança de que tenha o mesmo gosto que eu tive fazendo.
Regina Zappa”.
16
BOA VONTADE
Sociólogo
biografa o
empresário
Antônio
Ermírio de
Moraes
A vida e o trabalho de um dos
maiores empresários brasileiros foram tema de palestra do professor,
pesquisador e sociólogo José Pastore
durante o 6o seminário do Fórum
Permanente de Gestão do Conhecimento, Comunicação e Memória,
realizado em junho, no auditório do
Museu de Arte de São Paulo (Masp),
pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).
O dr. Pastore é autor do livro Antônio Ermírio de Moraes — Memórias
de um diário confidencial, lançado
em junho, mês em que o biografado
comemorou 85 anos. Após o seminário, o palestrante promoveu uma
sessão de autógrafos, na qual também registrou em exemplar da obra
dedicatória ao diretor-presidente da
Instituição: “Ao prezado Paiva Netto,
com abraço. José Pastore”.
17. José Gonçalo
Nathália Valério
Exílio e
identidade no
novo livro de
Edney Silvestre
O lançamento de Vidas provisórias, do jornalista
da TV Globo e escritor Edney Silvestre, reuniu
personalidades, amigos e admiradores do autor no
Rio de Janeiro/RJ. No livro, os dois personagens
centrais, os exilados Paulo e Bárbara, têm histórias contadas paralelamente, ambos separados no
tempo e na geografia, levados ao estrangeiro em
variados contextos históricos. Combinando o ritmo
forte e pausado do romance com a agilidade característica do texto jornalístico, o escritor apresenta
ao leitor, além da experiência do exílio, o estranhamento pela perda de identidade, o isolamento e a
sensação de ruptura daquelas duas vidas.
Representantes da Legião da Boa Vontade
prestigiaram o evento e saudaram o jornalista, que
encaminhou exemplar da obra ao diretor-presidente
da LBV, com a seguinte dedicatória: “Para Paiva
Netto, mais uma vez com o melhor obrigado do
Edney Silvestre”.
Gerson Camarotti
e os bastidores
da escolha do
atual papa
O jornalista e comentarista político da GloboNews Gerson Camarotti lançou em Brasília, em 3
de setembro, a segunda edição do livro Segredos
do Conclave, contendo entrevista exclusiva com
o papa Francisco.
Prefaciado pelo escritor Ariano Suassuna, a
obra apresenta os bastidores da eleição que levou
o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio ao mais
alto posto da Igreja Católica, em 13 de março deste
ano, após dois dias de conclave. O jornalista cobriu
a eleição papal de Bento 16 e de Francisco. O atual
pontífice, aliás, foi entrevistado com exclusividade
por Camarotti, a primeira vez desde o conclave.
Representantes da Legião da Boa Vontade prestigiaram o evento e saudaram o autor, em nome do
diretor-presidente da Instituição. O jornalista autografou um exemplar do livro, com os seguintes dizeres:
“Ao José de Paiva Netto, presidente da LBV, um
pouco da história dos últimos conclaves. Um abraço,
Gerson Camarotti”.
BOA VONTADE
17
18. Nathália Valério
Priscilla Antunes
Cartas, e-mails, livros e registros
Adriana
Calcanhotto
lança antologia
poética
A cantora e compositora Adriana
Calcanhotto conversou com o público
no espaço Café Literário, durante a 16a
edição da Bienal Internacional do Livro
do Rio de Janeiro. Na ocasião, ela fez a
leitura de poemas de autores brasileiros,
clássicos e contemporâneos, para marcar o lançamento de sua obra Antologia
ilustrada da poesia brasileira — Para
crianças de qualquer idade.
Organizado em ordem cronológica, o
livro reúne coletânea de poemas de autores do século 19 ao 21, compondo uma
amostra de diferentes épocas e estilos da
poesia nacional, a exemplo de Canção
do Exílio, de Gonçalves Dias, escrita em
1843; e Receita para um Dálmata, de
Gregório Duvivier (2008).
Na ocasião, a compositora dedicou
um exemplar ao diretor-presidente da
LBV: “Para Paiva Netto esta antologia com um beijo carinhoso, Adriana
Calcanhotto”.
18
BOA VONTADE
Ruy Castro
retrata desafios da vida
Em Morrer de Prazer — Crônicas da vida por um fio, o jornalista
e escritor Ruy Castro apresenta um retrato intimista de sua trajetória
pessoal e profissional. Lançado recentemente na capital fluminense,
o livro reúne textos que evocam a paixão do autor pelo cinema e suas
musas e a juventude dos anos 1960, entre outros assuntos. Nele,
Ruy também selecionou crônicas a respeito dos desafios que teve de
enfrentar para seguir vivendo, desde a difícil aprendizagem de como
amarrar os sapatos até a luta para vencer o alcoolismo e o câncer.
A obra é dividida em partes, a exemplo de tecnologia, cidade, e
oferece ao leitor detalhes do Rio de Janeiro, a partir do círculo de amizades do autor com Leila Diniz, Vinicius de Moraes e outros.
Representantes da LBV prestigiaram o lançamento da obra, ocasião
em que o escritor encaminhou exemplar ao dirigente da Instituição,
com a mensagem: “Para o jornalista Paiva Netto, com o abraço de
Ruy Castro”.
Violência patrimonial
Em seu recente artigo “Violência patrimonial”, o jornalista José de
Paiva Netto destaca trechos de entrevista da advogada Cíntia de Almeida,
fundadora e diretora-executiva do Centro de Integração da Mulher, em
Sorocaba/SP A respeito da repercussão do texto, publicado em centenas
.
de jornais, revistas e sites, no Brasil e no exterior, a dra. Cíntia expressou:
“Senti-me honradíssima com a notícia! Ela já redundou, esclareceu
pessoas e me colocou em contato com outras mulheres que hoje vivenciam a problemática. Estou muito feliz! Agradeço ao jornalista Paiva
Netto pelo privilégio. Continuamos a nossa árdua missão de promover
vidas e transformar pessoas... Grande abraço! Na paz de Jesus”.
19. Guilherme Gonçalves/ABL
Rosevalte dos Santos
Celso Lafer
biografa
o filósofo
Norberto
Bobbio
O escritor e ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer lançou,
em agosto, na capital paulista, o livro
Norberto Bobbio: trajetória e obra. O
trabalho reúne 16 textos publicados
por Lafer, entre 1980 e 2011, sobre
o filósofo italiano e historiador do pensamento político que nos anos 1940
combateu a ditadura do fascismo. A
obra, organizada em cinco partes,
traça o perfil intelectual de Norberto
Bobbio (1909-2004) e analisa as
contribuições dele para as relações
internacionais, direitos humanos,
teoria política e inovação da reflexão
jurídica.
Em sessão de autógrafos, o escritor recebeu familiares, amigos e
admiradores. Na oportunidade, dedicou um exemplar do título ao diretor-presidente da LBV, com a seguinte
mensagem: “Para Paiva Netto, com o
mais cordial abraço do Celso Lafer”.
Ex-presidente e a namorada, Patrícia Scarlat, na cerimônia de posse na ABL.
Fernando
Henrique Cardoso
é novo imortal da ABL
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso tomou
posse da cadeira número 36 da Academia Brasileira de Letras, em 10
de setembro. A sessão solene ocorreu no Salão Nobre do Petit Trianon,
da ABL, na capital fluminense. A concorrida cerimônia foi dirigida pela
presidente da Casa de Machado de Assis, Ana Maria Machado, e coube
ao acadêmico Celso Lafer a recepção ao novo imortal.
Fernando Henrique Cardoso é a sexta personalidade a tomar
posse na cadeira 36, cujo fundador foi o poeta, professor e jornalista
Afonso Celso, que escolheu como patrono o também poeta Teófilo
Dias. FHC foi eleito na sucessão do acadêmico e jornalista João
de Scantimburgo, em 27 de junho. A cadeira já foi ocupada pelo
médico Clementino Fraga, pelo bioquímico Paulo Carneiro e pelo
diplomata José Guilherme Merquior.
Sociólogo, professor, autor e coautor de 23 livros e mais de 100
artigos acadêmicos, também foi ministro das Relações Exteriores e da
Fazenda, antes de governar o Brasil por dois mandatos consecutivos,
de 1o de janeiro de 1995 a 1o de janeiro de 2003.
Em seu discurso de posse, destacou a honra de integrar uma centenária instituição que mantém o compromisso com a diversidade e
a renovação e, por isso, elege variados estilos de pensamentos. “São
pessoas com formações diferentes da minha, principalmente mais
voltadas para a literatura. Eu posso me diversificar, agregar mais. O
importante na vida é ser curioso, aqui eu posso aguçar minha curiosidade. (...) É preciso renovar sempre. (...) Por que não trazer outras
profissões, gente de tecnologia, mais modernas? Mas vamos ver, ainda
estou chegando”, afirmou.
Fonte: site da ABL
BOA VONTADE
19
20. Priscilla Antunes
Cartas, e-mails, livros e registros
50 anos...
e muitas histórias
Em entrevista à BOA VONTADE TV,
o jornalista Zeca Camargo compartilha com o leitor impressões
pessoais e momentos marcantes de sua vida.
C
hegar aos 50 anos de idade pode
intimidar algumas pessoas, mas
não Zeca Camargo, jornalista
e apresentador do Vídeo Show
(assume a atração em novembro),
da TV Globo. É o que ele mostra
em seu primeiro livro digital, 50,
Eu?, lançado em setembro, na Bienal Internacional do Livro do Rio
de Janeiro. O assunto da obra é o
próprio autor. Nesse e-book, Zeca
fala, principalmente, sobre a sua
relação com o corpo, a memória
20
BOA VONTADE
e a necessidade natural de cuidar
de si mesmo. Também não faltam
histórias pessoais, dos bastidores da
profissão e da ligação com a família.
“Eu escolhi esse formato [digital]
também como um desafio. Eu gosto
da novidade. Quando proponho
uma pauta, é de alguma coisa que
não foi feita antes... Gosto do desafio, de testar novas águas”, afirmou.
O jornalista acostumou-se a colecionar boas experiências a partir
de seus projetos profissionais. Já
conheceu pelo menos 95 países e
tem a meta de chegar aos 100 antes
dos 51 anos. E não foram poucas
as situações inusitadas vividas em
suas andanças por este Brasil afora.
Além disso, entrevistou celebridades do mundo artístico, como
a cantora Madonna e o ex-beatle
Paul McCartney.
Formado em Administração de
Empresas e Propaganda, ele nunca
exerceu as profissões. Em 1987,
iniciou a carreira no jornalismo, e
21. BOA VONTADE — O que o atrai
na atmosfera literária?
Zeca Camargo — Eu adoro
livro, sempre gostei. (...) Sou um
leitor inveterado em qualquer
formato, seja no livro de papel,
seja no virtual. O que me atrai na
bienal é justamente essa energia.
Todo mundo que está aqui gosta de
ler, gosta dos autores. (...) É gente
que quer conhecer além do livro, e
isso eu acho bacana; significa que
a pessoa leu, se encantou e quer
saber quem está por trás da obra.
É fascinante. Por isso, faço questão
de prestigiar.
BV — Seus livros anteriores
focalizam a trajetória profissional, enquanto este 50, Eu?
relata o lado pessoal. Qual narrativa é mais desafiante?
Zeca Camargo — Tanto uma
narrativa profissional quanto a pessoal são muito difíceis. Primeiro,
porque nos meus livros anteriores,
derivados de reportagens que fiz
no Fantástico, há uma responsabilidade em transmitir as
informações. Isso é um desafio.
Já quando está fazendo a sua história, negocia o tempo todo com
você mesmo: o que eu conto?
O que não conto? O que vale a
pena? Nessa opção, resolvi ser
supertransparente... Então, acho
que essa [narrativa] tem sido
um pouquinho mais difícil do
que simplesmente contar uma
reportagem.
BV — Qual o papel da memória nesse processo, ela foi o
único acervo consultado?
Zeca Camargo — Sem ela
eu não teria nem escrito este
livro... Nem anda muito boa, é
verdade, mas era justamente por
isso que estava escrevendo. As
histórias vividas, os amigos e a
própria família são uma grande
referência. Eu não poderia escrever sobre mim mesmo sem olhar
em volta o que acontece. Eu fui
um grande ponto de partida.
BV — Quando decidiu que era
hora de escrever sobre sua
vida pessoal?
Zeca Camargo — Comecei
a escrever de uma maneira muito
espontânea, não pensava em
livro. Foi durante uma viagem
que fiz quando completei 50
anos. Fiz um “retiro”... e então
pensei: “Estou aqui à toa, vou
escrever”. Quando voltei dessa
viagem, tinha um esboço interessante de um livro. Aí, comecei a pensar que aquilo poderia
interessar a outras pessoas, e não
só a mim.
Priscilla Antunes
o trabalho como escritor é resultado de reportagens e de narrativas
de viagem. É autor de outros seis
livros, a exemplo de Isso aqui é
seu! A volta ao mundo por patrimônios da humanidade (2009).
Na Bienal do Livro Rio, Zeca
Camargo conversou com a equipe
da BOA VONTADE TV sobre
literatura e o desafio de escrever
uma obra autobiográfica. Ao receber os cumprimentos da Legião da
Boa Vontade, destacou: “Obrigado! Retribuo o abraço para a LBV.
A gente está sempre junto!”.
A seguir, os principais trechos
da entrevista.
Nova obra de
Ana Maria
Machado
No livro Quando eu crescer...,
a premiada autora Ana Maria
Machado, presidente da Academia
Brasileira de Letras (ABL), utiliza
jogos e rimas para apresentar ao
público infantil o tema da escolha
da profissão. A obra foi lançada
em 1o de setembro, no Riocentro,
durante a 16a Bienal Internacional
do Livro do Rio de Janeiro.
Com ilustrações de Maria
José Arce, o livro soma-se aos
mais de 100 títulos de sucesso
da escritora, alguns deles publicados em 17 países. Na sessão
de autógrafos, depois de saudada
por representantes da LBV, a
autora dedicou um exemplar ao
dirigente da Instituição, com a
mensagem: “Para a LBV e suas
crianças, lembranças da Ana
Maria Machado”.
BOA VONTADE
21
22. Charles Viana
Breno Serafini apresenta estudo
sobre Millôr Fernandes
Divulgação
Cartas, e-mails, livros e registros
Luiz Barcelos
Luiz Barcelos
Doutor em Letras e escritor, Breno Serafini é autor de Millôres
dias virão, livro lançado em junho, na capital gaúcha. Fruto da tese
de doutorado defendida pelo autor, na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, sobre o desenhista, humorista, dramaturgo, escritor,
tradutor e jornalista Millôr Fernandes (1923-2013), o livro traz diversas
citações e crônicas do renomado multiartista e intelectual carioca, especialmente as publicadas nas revistas IstoÉ e IstoÉ/Senhor, de 1983 a 1993, período
marcado pelo processo de redemocratização do país. Durante o lançamento, o
escritor autografou exemplar da obra ao diretor-presidente da LBV: “Ao sr. Paiva
Netto, um abraço afetuoso de Breno Serafini”.
Livro conta a
trajetória
de Luiz Calainho
O empresário e produtor musical Luiz Calainho conta em livro os bastidores da indústria do
entretenimento e sua trajetória pelo universo da
publicidade, além de sua busca espiritual. Em
Reinventando a si mesmo — Uma provocação
autobiográfica, o autor compartilha a experiência
que fez dele um dos mais bem-sucedidos empresários da cultura e do entretenimento brasileiro.
Amigos, familiares e personalidades compareceram à sessão de autógrafos da obra na capital
paulista. Na ocasião, o escritor retribuiu os cumprimentos do dirigente da LBV, com a seguinte
dedicatória: “Paiva Netto, certamente nosso país
precisa de pessoas inspiradoras como vocês são!
Grande abraço, Calainho”.
22
BOA VONTADE
Laurentino Gomes
encerra trilogia com 1889
O jornalista Laurentino Gomes fecha sua trilogia sobre
a história brasileira no século 19 com o lançamento do
volume 1889. Com o subtítulo Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado
contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da
República no Brasil, o livro apresenta os eventos que favoreceram a instalação da República e os fatos que marcaram
o período, como a Guerra do Paraguai e o movimento pelo
fim da escravidão. Os dois primeiros títulos foram sucessos
editoriais: 1808, que narra a agitada transferência da Corte
Portuguesa para o Brasil, fugindo da guerra na Europa; e
1822, sobre o processo de independência política do país.
A sessão de autógrafos ocorreu na capital paulista e reuniu
familiares e amigos do escritor, além do público interessado
na abordagem histórica. Na ocasião, Laurentino Gomes
autografou: “Para Paiva Netto, com um abraço do autor”.
23. B r a s í l i a / D F
Fotos: José Gonçalo
Terceiro Setor em pauta
A partir da esquerda: o procurador dr. José Eduardo Sabo Paes; o jornalista
Enaildo Viana, da LBV; e o promotor de Justiça dr. Airton Grazzioli.
D
ois títulos publicados recentemente explicam a natureza
e o funcionamento das entidades do Terceiro Setor. Em junho,
a cidade de Brasília/DF foi o local
de lançamento da oitava edição de
Fundações, Associações e Entidades
de Interesse Social, de autoria do dr.
José Eduardo Sabo Paes, procurador de Justiça do Ministério Público
do Distrito Federal e Territórios;
e da terceira edição de Fundações
Privadas — Doutrina e Prática, escrito pelos promotores de Justiça dr.
Airton Grazzioli e dr. Edson José
Rafael, ambos do Ministério Público
de São Paulo (MP-SP).
As questões tributárias e orçamentárias das entidades constituem
o foco da obra de Sabo Paes, tornando-se assim importante instrumento
de consulta. Fundações, Associações e Entidades de Interesse Social
é fruto da experiência e da pesquisa
do autor. O livro, segundo ele, mostra “como atuam essas instituições,
essas ONGs, essas fundações e
movimentos sociais, não só a parte
jurídica, mas a social, a contábil e
tributária”.
O nascimento, a eventual extinção, os direitos e deveres típicos
das entidades fundacionais são
apresentados em Fundações Privadas — Doutrina e Prática. Para
os autores, o livro traz o sentimento
de satisfação por mais uma etapa
de um dever cumprido. “Temos
a possibilidade de contribuir, levando para sociedade, governo e
organizações da sociedade civil a
nossa visão efetivamente positiva
do quanto é de bem o que fazem
essas organizações em benefício da
sociedade, especialmente daquela
parcela da sociedade que está em
situação de vulnerabilidade social”, afirmou o dr. Grazzioli.
Presente no evento, o advogado
e ex-presidente da OAB-DF dr.
Francisco Caputo afirmou: “A
LBV talvez seja a entidade do Ter-
O advogado e ex-presidente da OAB-DF
dr. Francisco Caputo
ceiro Setor mais visível de nossa
sociedade, com um trabalho social
incrível, um alcance extraordinário
e com uma gestão modelar. (...) O
trabalho que a LBV propicia à nossa sociedade é invejável e digno de
muitos aplausos”.
Durante a sessão de autógrafos,
os autores dedicaram um exemplar
de ambas as obras ao dirigente
da Instituição, com as seguintes
mensagens: “Ao Dr. José de Paiva
Netto, digno Presidente da LBV,
exemplo de dedicação às causas
sociais, ofereço os novos estudos no
âmbito do Terceiro Setor. Com apreço do José Eduardo Sabo Paes”;
e “Ofereço o presente estudo a
José de Paiva Netto, Digníssimo
Presidente da LBV, com profundo
apreço e admiração pelo trabalho
social desenvolvido em benefício da
sociedade civil e especialmente da
parcela de pessoas que necessitam
de oportunidades. Com o meu fraternal abraço, Airton Grazzioli”.
BOA VONTADE
23
24. Dulcineia Meireles Horbach
Priscilla Antunes
Cartas, e-mails, livros e registros
A apresentadora Olga Bongiovanni (C) acompanha
a confecção de mantas de inverno feita por
mulheres atendidas pela LBV.
Apresentadora
Olga Bongiovanni
visita a LBV em
Cascavel
O Centro Comunitário de Assistência Social da
Legião da Boa Vontade em Cascavel/PR recebeu
em junho a visita da jornalista e radialista Olga
Bongiovanni, apresentadora da TV Tarobá (afiliada
da Rede Bandeirantes) e da Rádio Colmeia AM. Na
ocasião, a comunicadora foi recebida por jovens e
adultos que participam do programa LBV — Espaço
de Convivência.
Além de conhecer a unidade de atendimento
e um pouco mais sobre o trabalho socioeducacional realizado pela Instituição no município, Olga
registrou durante a visita a montagem de mantas
de inverno, atividade feita por mulheres atendidas
pela Obra. A iniciativa faz parte de mobilização
promovida pela própria apresentadora, para que sua
audiência produzisse crochê em prol da entidade
beneficente Lar dos Bebês. No fim da campanha,
o material confeccionado pelas telespectadoras foi
enviado à LBV para finalizar a produção das mantas.
24
BOA VONTADE
A bailarina Ana Botafogo e o ator e escritor Cacau
Hygino, durante sessão de autógrafos.
Ana Botafogo
inspira obra
infantil
A estreia do ator e escritor Cacau Hygino
na literatura infantil veio com o lançamento de
Aninha quer dançar. A obra tem ilustrações
de Thais Linhares e é uma homenagem a
Ana Botafogo, primeira bailarina do Theatro
Municipal do Rio de Janeiro. Em 30 de agosto,
durante a Bienal do Livro Rio, foi realizada
uma sessão de autógrafos.
O livro conta a história de uma menina
que sempre quis dançar e, entre piruetas e
passos de balé clássico, transforma a paixão
pela dança na maior riqueza de sua vida.
Com seriedade e disciplina, Aninha consegue
superar todo tipo de obstáculo e torna-se uma
bailarina de sucesso.
O escritor e a diva do balé que inspirou
a obra receberam com alegria a equipe da
LBV e dedicaram um exemplar do trabalho
literário ao dirigente da Instituição, anotando: “Querido Paiva Netto, espero que curta
Aninha! Abraços, Cacau”; e “Ao Paiva Netto
com carinho, Ana Botafogo”.
25. Opinião — Esporte
José Carlos Araújo
Arquivo pessoal
A luta por vaga
na Libertadores
M
José Carlos
Araújo, locutor
esportivo e
apresentador
do Grupo
Bandeirantes de
Comunicação
(Rádio Bradesco
Esportes FM
91,1 — RJ)
ais uma temporada vai chegando ao fim. A Copa do
Brasil se afunila e o Campeo
nato Brasileiro 2013 (Série A) entra
na fase decisiva para quem luta pelo
título, por uma vaga na Copa Libertadores da América, ou para fugir
do rebaixamento. Quanto ao título
do Brasileirão, o Cruzeiro caminha
a passos largos para conquistá-lo, e
merecidamente.
No chamado G-4, Botafogo, Grêmio e Atlético-PR seguem firmes em
busca da sonhada vaga na Libertadores. Já na parte de baixo, no temido
Z-4, Vasco, São Paulo, Criciúma,
Náutico, Portuguesa, Ponte Preta e,
para muitos, Flamengo e Coritiba
prometem equilíbrio e muita emoção
até o fim para escapar da degola.
Nesse perde-ganha, é difícil arriscar
qualquer palpite.
A Copa do Brasil, por se tratar de
um tipo de competição que o torcedor
brasileiro gosta bastante, ou seja, com
jogos eliminatórios (mata-mata), em
que nem sempre prevalecem o favoritismo e o elenco mais qualificado,
mostra que tudo é muito indefinido.
Qualquer resultado pode acontecer.
Neste espaço, muitas vezes citei
e louvei a qualidade, a categoria e o
vigor dos craques veteranos. A experiência e a arte de conhecidos maestros do futebol continuam a dar as
cartas nos gramados, como Juninho
Pernambucano, Ronaldinho
Gaúcho, Zé Roberto, Seedorf e
Alex. Até questionamos o nível técnico dos atletas da nova geração, se
seria inferior ao daqueles jogadores
consagrados e ainda na ativa.
No decorrer do campeonato,
caiu visivelmente o rendimento desses craques, seja por lesão ou pelo
desgaste físico com a sequência de
jogos. Em iniciativa inédita e até há
poucos anos impensável no futebol
nacional, treinadores, preparadores
físicos e atletas passaram a questionar
o massacrante calendário, que seria o
principal responsável pelas contusões
e pela queda do nível do espetáculo,
posto que falta tempo para treinamento e recuperação física dos jogadores.
Nesse contexto, surge o movimento Bom Senso F.C., que propõe uma
racionalização do calendário esportivo. Uma das consequências disso
seriam jogos com a qualidade técnica
esperada pelo torcedor. Inclusive, foi
sugerida uma greve dos profissionais, que paralisaria o Campeonato
Brasileiro. Mesmo que o manifesto
não vá adiante, já representa um bom
começo.
Até em âmbito mundial discute-se um calendário mais humano,
sem jogos no domingo, quarta-feira
e domingo. No Barcelona, o craque
Messi foi uma vítima dessa loucura.
Aqui no Brasil, Ronaldinho Gaúcho,
também por contusão muscular,
corre o risco de desfalcar o Atlético
Mineiro no tão sonhado Mundial
de Clubes da Fifa, em dezembro.
O artilheiro Fred não suportou a
sequência de jogos pelo Fluminense. O fenômeno Neymar, antes da
transferência para o Barça, dava
sinais de esgotamento físico. Isso
compromete o trabalho do atleta e a
beleza do espetáculo. Patrocinadores e federações, que organizam os
torneios, devem estar atentos a essa
questão, zelando pelo bem-estar desses artistas da bola e pela satisfação
do público, que deseja apreciar um
verdadeiro jogo de futebol.
Que o ano termine trazendo a
esperança de campeonatos mais bem
organizados e espetáculos à altura do
nosso futebol, sem esquecer que 2014
ainda será um ano apertado por conta
da Copa do Mundo no Brasil.
BOA VONTADE
25
26. Samba & História
Ana Costa
É bamba,
é do samba
Talento e simpatia
marcam a trajetória da cantora Ana Costa
Clayton Ferreira
Hilton Abi-Rihan |
Hilton
Abi-Rihan,
radialista,
jornalista e
apresentador
do programa
Samba &
História.*
I
Especial para a BOA VONTADE
|
Fotos: Divulgação
ncluir sambas tradicionais no
repertório é algo natural para a
talentosa cantora, compositora
e violonista carioca Ana Costa.
Interessada em conhecer cada vez
mais a história da música brasileira,
a artista alcançou prestígio entre os
novos nomes do chamado samba de
raiz. Dona de voz doce e marcante,
Ana foi conquistando seu espaço
na música desde 1990, sempre de
forma gradativa e consistente.
Atualmente, a cantora trabalha
com o material de seu terceiro
álbum: Hoje é o Melhor Lugar,
lançado em 2012. O CD traz 15
sambas e a regravação de clássicos
como Por um dia de graça, de Luiz
* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domingos, às 14 e às 20 horas. Já o telespectador pode conferi-las pela Rede Educação e Futuro de Televisão, aos sábados e às sextas-feiras,
às 22 horas; e pela Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), aos sábados, às 22 horas, aos domingos, às 14 horas, e às quartas-feiras, às
21 horas.
26
BOA VONTADE
27. Carlos da Vila; O que é o que é, de
Gonzaguinha; Filosofia de vida,
de Martinho da Vila, Marcelinho
Moreira e Fred Camacho; e As
coisas que mamãe me ensinou, de
Leci Brandão e Zé Maurício.
Nessa caminhada de sucesso,
Ana Costa viveu momento especial
ao interpretar Viva Essa Energia,
canção-tema dos Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio de Janeiro/RJ.
A música abrilhantou a cerimônia
de abertura do evento, além de ter
sido acompanhada pelo público e
pelos atletas ao longo de todas as
competições do Pan. “Foi a minha
maior emoção até hoje... atravessar
aquele campo do Maracanã e ver
aquela plateia lotada, todo mundo
vestido de branco”, disse.
O convite para a artista participar
desse importante acontecimento
esportivo partiu do produtor musical
Alê Siqueira. “Ele queria fazer uma
festa onde estivessem artistas conhecidos e não tão conhecidos, para que
as pessoas pudessem conhecê-los.
Acho que é a partir daí que a cultura se renova”, afirmou a cantora,
que já compôs sambas em parceira
com Zélia Duncan, Mu Chebabi,
Agrião e Mart’nália.
Em entrevista ao programa Samba
& História, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), a sambista relembrou
os desafios enfrentados para iniciar a
carreira. “Eu trabalhava oito horas
por dia, aquela dificuldade toda, e
a música era minha diversão nos
BOA VONTADE
27
28. Samba & História
fins de semana. Mas aí eu comecei a
estudar e me aprofundar nos assuntos
musicais. Percebi que, se eu quisesse
me dedicar mesmo à música como
profissão, teria de abandonar aquilo
o que eu estava fazendo.”
Para buscar seu sonho, decidiu então sair da empresa onde
trabalhava como recepcionista.
Em 1994, estreou no samba com
o grupo Couer Sambá, formado
pelos filhos do padrinho musical
dela, o sambista Martinho da Vila.
“A gente não tinha muito espaço
para tocar. Era uma época muito
difícil para o ritmo, e o Martinho
da Vila, prestando atenção nisso,
achou interessante formar um
grupo de jovens cantando samba.
Era um grupo misto, com homens
e mulheres... para a época era mais
difícil ainda ver mulheres tocando.”
Com um CD e boa recepção nas
apresentações pelo Brasil, o grupo,
porém, não chegou a durar muito. A
dificuldade dos integrantes para conciliar as agendas individuais acabou
por decretar o fim da iniciativa.
Em 1996, Ana Costa e a produtora cultural Bianca Calcagni
28
BOA VONTADE
formaram o grupo de samba Roda
de Saia, posteriormente chamado
O Roda, composto por mulheres.
Nele ficou 11 anos. Nesse período,
também investiu em outros projetos,
a exemplo da participação na banda
da cantora Mart’nália, até lançar seu
primeiro trabalho solo, o CD Meu
Carnaval (2006).
O álbum de estreia da cantora
alcançou êxito também fora do
país: foi o disco de música brasileira
mais vendido no Japão. Além disso,
rendeu a Ana Costa o título de “Artista Revelação” no 5o Prêmio Rival
Petrobras de Música. “Tanta coisa
aconteceu nessa minha vida musical,
que é sempre uma grande aventura.
(...) Quando você vê, já está lá na
frente. As coisas acontecem naturalmente. Vocação é uma coisa natural.
Se você está atento para isso, vai...
Tem alguma coisa dentro da gente
que nos move”, afirmou.
Em 2009, com o lançamento do
segundo disco — Novos Alvos —
veio a realização de antigo sonho
da sambista: produzir uma música
mais abrangente e fiel aos ritmos
brasileiros, sem compromisso
com tendências ou modismos.
Graças ao disco, relançado no ano
seguinte, a cantora cumpriu uma
turnê de shows em países da Europa e da África. No Brasil, teve
a oportunidade de se apresentar
pela primeira vez em capitais
como Salvador/BA e Recife/PE e
no Distrito Federal.
Companheiro para todas as horas
O rádio continua sendo um dos veículos de comunicação mais
dinâmicos. Popular e de fácil alcance, tornou-se um companheiro para
todas as horas na vida da cantora Ana Costa. “A gente pode estar
fazendo outras coisas, por exemplo, preparando um almoço, um
jantar na cozinha, e o rádio está ali; não precisa ficar vidrada numa
tela, assistindo.” A exemplo de muitos outros ouvintes, a relação da
artista com esse importante meio de comunicação de massa começou
na infância: “Quando era menina, ficava ligada, doida para saber as
novidades. O rádio atravessou a minha vida inteira”.
Sobre a programação da Super Rede Boa Vontade de Rádio* (no
Rio de Janeiro/RJ, AM 940 KHz), que a cada hora transmite uma
Prece Ecumênica, Ana destacou: “Eu gosto de ouvir de madrugada,
de noite, antes de dormir, acho saudável”.
* Para saber a frequência da emissora que transmite a programação da Super Rede
Boa Vontade de Rádio na sua região, acesse o Portal Boa Vontade (www.boavontade.
com) e clique em Super RBV.
29. Opinião — Educação
Arnaldo Niskier
Modelo
“di menor”
Divulgação
Arnaldo Niskier |
O
Arnaldo Niskier,
doutor em
Educação, é
membro da
Academia
Brasileira
de Letras e
presidente do
CIEE–RJ.
s fatos são reais e constituem um retrato de corpo
inteiro de como as coisas
se passam na Cidade Maravilhosa. Os nomes estão protegidos
por pseudônimos, por motivos
facilmente compreensíveis.
A neta de um amigo frequenta
a primeira série de um afamado
curso de Medicina, no subúrbio
do Rio. Por questões de logística, precisa trocar de condução
(ônibus) defronte ao campo do
Flamengo, na Gávea. Ela já havia
sido alertada sobre a insegurança
na região, infestada de ladrões,
em geral menores de idade. Chegou a sua vez. Saltou do ônibus e
foi abordada pelo jovem Mário
Jr., de 13 anos, que lhe exigiu o
celular: “Passa logo, senão vou
cortar você!”.
A universitária não viu o caco
de vidro, mas não pestanejou,
seguindo os sábios conselhos dos
pais. Desvencilhou-se do celular
e o garoto saiu andando, depois
de colocar a máquina no bolso.
Esterzinha caiu em prantos.
Logo foi socorrida pela mãe, que
chegara de carro para resgatá-la.
Sabendo do ocorrido, a mãe ligou
para o marido. Contou o fato. Ele
teve a pronta reação de acionar o
GPS. O garoto não havia desligado o aparelho e foi localizado. Estava ali perto, defronte ao Clube
dos Caiçaras, confraternizando
com outros possíveis menores
infratores.
A mãe procurou um guarda.
Encontrou o modelar Geraldo,
guarda municipal há 17 anos, que
se prontificou a ir ao encontro do
menor. Abordou-o e encontrou o
celular roubado. Apreendeu os
dois e levou-os para a delegacia,
em companhia da mãe e de Esterzinha. Era preciso fazer a queixa.
Nessa hora, Mário começou a
chorar. Negava o roubo evidente.
A mãe titubeou, quis desistir da
queixa, mas o guarda foi incisivo:
“Esses meninos deveriam trabalhar na TV Globo. São uns artistas. Quando apanhados, choram,
esperneiam, negam tudo”. O delegado entrou em cena. Procurou
pelos antecedentes do menino de
Especial para a BOA VONTADE
13 anos. Era a quinta entrada dele
na delegacia, por furto e até invasão de um domicílio, na Gávea.
Disse a autoridade: “A senhora
fica com pena dele, mas se há
cinco registros aqui é porque ele
já deve ter participado de mais de
50 assaltos. As pessoas não dão
queixa e isso vai se agravando”.
Descobre-se, então, que o “di
menor”, como ele se qualifica,
está no 5o ano da Escola Municipal Henrique Dodsworth. Estuda de manhã e assalta à tarde.
Depois, leva o produto dos furtos
ou roubos para vender na comunidade da Rocinha. Um bom celular
vale 100 reais no mercado negro.
Mário Jr. tem mãe, que trabalha
o dia todo. Quem teoricamente
toma conta dele é a tia, que foi
procurada para vir buscá-lo na
delegacia. Iria ouvir um sermão do
delegado, mas esse estava desanimado. Segundo ele, a legislação
que rege a ação dos menores é
bastante frouxa. Se o menino não
é educado em casa nem recebe as
lições devidas na escola, vai crescer na senda do crime. Não estaria
na hora de dar uma ampla revisão
no Estatuto da Criança e do Adolescente? A sociedade sofre com
essas brechas inconcebíveis.
BOA VONTADE
29
31. Vivian R. Ferreira
Rita Pokk, Ariel Goldenberg e Breno Viola, no set do
filme Colegas, em Paulínia/SP. No destaque, o cinesta
Marcelo Galvão.
Aleksandra Zakartchouk
O
Brasil tem cerca de 300 mil
pessoas com Down, segundo a Federação Brasileira
das Associações de Síndrome de
Down. Muitas delas trabalham,
estudam, namoram, têm vida
social plena. É o caso dos atores
Ariel Goldenberg, Rita Pokk e
Breno Viola, protagonistas do filme Colegas, do roteirista e diretor
Marcelo Galvão.
Em julho, o filme (Buddies,
título em inglês) teve exibição
especial durante a 6a Conferência
de Estados Partes da Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, na sede da ONU em
Nova York (EUA). A sessão foi
uma iniciativa do Unicef (Fundo
das Nações Unidas para a Infância) e da Missão do Brasil junto
às Nações Unidas, acompanhada
por delegações oficiais e representantes de ONGs presentes na
conferência. Anualmente, participam desse encontro os países que
ratificaram a Convenção sobre os
Direitos da Pessoa com Deficiên
cia da ONU.
Em entrevista ao programa
Sociedade Solidária, da Boa
Vontade TV (canal 20 da SKY),
o cineasta falou sobre a experiência de dirigir jovens atores
com Down. “Eu escrevi um filme
que não fala sobre síndrome de
Down, deficiência, mas que fala
sobre sonhos. Todo mundo sonha,
todo mundo quer ir atrás de seus
sonhos. Então, é um filme inspirador e uma comédia, um filme
para cima”, afirmou.
Galvão lembra que a ideia para
o filme surgiu por causa de um tio
dele com essa síndrome. “Passei
grande parte da minha infância
convivendo com ele, e eram momentos mágicos para mim. (...)
Ele tinha o coração gigantesco,
era um cara divertido, acreditava
que tudo era possível. Então, esse
astral positivo, esse astral para
cima era o que eu queria dar ao
filme.”
Grandes amigos, os personagens Stallone, Aninha e Márcio
— interpretados por Ariel, Rita
e Breno — vivem juntos em um
instituto para pessoas com Down.
Na história, eles decidem certo dia
sair dali para realizar cada um seu
sonho, inspirados por filmes que
já tinham visto na videoteca do local, em especial Thelma & Louise
(1991). Então, eles roubam o carro
do jardineiro (Lima Duarte) e
fogem. A imprensa e a polícia vão
atrás do trio, determinado a viver
grandes aventuras em busca dos
próprios sonhos.
“Antigamente,
a gente era
tratado como
coitadinho,
como
mongoloide,
mas a gente
não é nada
disso. A gente
só quer ser
reconhecido
pelo nosso
trabalho. Fico
emocionado.”
Ariel Goldenberg
ator
BOA VONTADE
31
32. Cinema
Muito além da telona
Divu
o
lgaçã
Amanda Amaral Lopes,
24 anos.
Primeira baiana com
síndrome de Down a
concluir um curso de nível
superior.
Moradora de Vitória da
Conquista, a jovem contou
com o apoio da família
para vencer o preconceito.
Formada em Biologia, ela já
planeja a pós-graduação na
área de genética. A festa de
formatura foi em maio.
Débora Araújo Seabra de Moura,
32 anos.
32
BOA VONTADE
ação
Aclamado
Divulg
Arquivo pessoal
São muitos os exemplos de superação e de novas
conquistas de pessoas com Down. A seguir, três
casos que chamaram a atenção no noticiário.
Para o diretor, os cinco minutos
iniciais dessa produção já mostram
que é possível fazer bons filmes
tendo atores com essa síndrome ou
outras deficiências. “Você esquece
que eles têm síndrome de Down,
você entra na aventura, vibra,
chora, ri com eles, mas com eles
como atores, como personagens do
filme, não como três garotos com
síndrome de Down.”
Ángela Bachiller,
29 anos.
Primeira pessoa com
Down a tomar posse
como vereadora na
Espanha, na cidade de
Valladolid.
A solenidade de
posse da auxiliar
administrativa
municipal ocorreu em
julho, ao substituir um
vereador afastado por
motivo de corrupção.
Moradora de Natal/RN, a primeira
professora com Down do Brasil
estudou na rede regular de ensino.
Em agosto, lançou o livro Débora
conta histórias.
A obra é dirigida às crianças e traz
fábulas que tratam do tema da
inclusão. Preconceito, rejeição,
confiança e amizade estão nos
contos sobre os animais de uma
fazenda e seus problemas, a exemplo
do sapo deficiente, da galinha surda
e do passarinho de asa quebrada.
Em 2012, Colegas recebeu o
Kikito de melhor filme na 40a edição do Festival de Cinema de Gramado, além dos prêmios de direção
de arte e especial do júri, para os
três jovens atores. Mais importante
que esse reconhecimento, na opinião do cineasta, é a receptividade
do espectador. “O filme dialoga
não só com os sindrômicos, não só
com a família deles, mas também
com outras pessoas que também
têm sonhos”, explicou.
Em junho deste ano, nos
Estados Unidos, a produção recebeu a aclamação do Brazilian
Film Festival of New York com
o título de melhor filme do festival, na escolha do público. O
premiado longa-metragem, que
coleciona conquistas também
em festivais de cinema no Chile,
Rússia, Itália e Portugal, chegou
às locadoras brasileiras neste
semestre, e em outubro começa
a venda do DVD.
O diretor Marcelo Galvão já
cogita um novo trabalho, que
se chamará “Cadeirantes”: “Um
filme três vezes maior que Colegas, um projeto totalmente de
inclusão social”. O realizador
33. O Brasil terminou o Campeonato
Mundial de Atletismo Paraolímpico
com 40 medalhas, sendo 16 de ouro,
10 de prata e 14 de bronze. O país ficou em terceiro lugar na classificação
geral do mundial, no mês de julho,
disputado em Lyon, na França. Um
dos destaques dessa campanha foi o
velocista Lucas Prado, responsável
por duas medalhas de ouro: 100 m
T11 e 200 m T11 (categoria para
deficientes visuais).
Nascido em Poxoréo/MT, em
1985, Lucas é um exemplo de garra
e superação. Na adolescência, teve
de enfrentar uma situação dramática: a perda da visão. Contudo,
foi buscar forças no esporte para
seguir em frente. A seguir, ele conta
um pouco de sua história, digna de
medalhas.
BOA VONTADE — Quando você
perdeu a visão?
Lucas Prado — A partir dos 17
anos fui perdendo minha visão de
forma gradativa devido a um descolamento de retina em uma das
vistas; depois, [na outra vista] fui
acometido por coriorretinite macular
[inflamação no fundo do olho]. Entrei em depressão... tive vontade de
cometer suicídio, porém, o esporte
me proporcionou uma nova chance
de viver.
imaginou como argumento uma
cidade de cadeirantes, onde todos
os habitantes andam de cadeiras
Saulo Cruz
Lucas Prado
superação no esporte
Em 2012,
Lucas Prado
(E) conquista
duas medalhas
de prata
nos Jogos
Paraolímpicos
de Londres.
BV — Qual é a principal dificuldade para uma pessoa com deficiência
visual?
Lucas — No meu caso era aceitar
que estava cego, que não enxergaria
mais. É comum vermos pessoas que
não aceitam suas deficiências; esse
preconceito contra si próprio é o pior
deles. Também existem as barreiras
que as pessoas colocam para o deficiente. Hoje, causo impacto por realizar as mesmas coisas que uma pessoa
sem deficiência faz, como utilizar o
computador, ir ao banheiro sozinho, ir
à rua, pegar o ônibus, viajar etc.
e quem me ensinou a utilizar o
computador. Eu costumo dizer que,
se hoje me oferecessem a cura para
minha deficiência, não aceitaria, pois
acredito que me tornei uma pessoa
melhor, que topa qualquer desafio.
BV — Então, a sociedade precisa
se tornar mais inclusiva...
Lucas — Muitos acreditam que o
deficiente não é capaz de realizar as
mesmas atividades de uma pessoa
dita normal. Talvez não saibam, mas
meu professor de locomoção é cego,
bem como minha professora de braile
BV — Até esse mundial em Lyon,
quais foram seus principais resultados?
Lucas — Em 2008 conquistei
três medalhas de ouro nas Paraolimpíadas de Pequim, na China.
Em 2012, participei dos Jogos
Paraolímpicos de Londres e trouxe
duas medalhas de prata. Essa foi
até minha participação mais difícil,
por competir com um músculo da
coxa rompido. Neste ano, conquistei mais duas medalhas de ouro e
ainda quebrei meu próprio recorde
de 11s03, atingindo 10s99 no
Mundial de Atletismo Paraolímpico
na França.
de roda e só um anda em pé. Essa
pessoa é o “deficiente” naquele
lugar, sofre preconceito e outros
tipos de discriminação. “É uma
inversão da forma de como se vê
a sociedade hoje.”
BOA VONTADE
33
34. Fotos: Maria do Socorro
Acontece no Amazonas
M a n a u s / a m
Encanto pela poesia
Oficina da LBV diverte a criançada com atividade de leitura e escrita
N
o livro Poemas para Brincar,
o escritor e poeta José Paulo
Paes fala sobre o que significa, para ele, fazer versos: “Poesia/
é brincar com palavras/ como se
brinca/ com bola, papagaio, pião./
Só que/ bola, papagaio, pião/ de
tanto brincar se gastam./ As palavras não:/ quanto mais se brinca/
Da Redação
com elas/ mais novas ficam./ Como
a água do rio/ que é água sempre
nova./ Como cada dia/ que é sempre
um novo dia”.
Foi assim, sob a inspiração da
experiência poética, que a equipe
do programa socioeducacional
LBV — Criança: Futuro no Presente!, em Manaus/AM, iniciou em
agosto a oficina “Varal de Poesia —
Haikai*”.
O projeto foi concebido com
o objetivo de “fazer com que as
crianças se envolvam e passem a
gostar da leitura e aprimorem sua
escrita e fala”, diz a pedagoga Paula
Figueiredo dos Santos, responsável
por conduzir a atividade. Participam
* Haikai — O termo japonês indica forma de poesia surgida no século 16 no Japão. No Brasil, criou-se uma versão desta com métrica e
acentuação adaptadas.
34
BOA VONTADE
35. dessa ação meninas e meninos de 6
a 12 anos de idade, em situação de
vulnerabilidade, em período complementar ao da escola.
Nessa iniciativa, os pequenos têm
a oportunidade de conhecer poemas
infantis de Vinicius de Moraes e
Cecília Meireles, grandes poetas da
língua portuguesa. “Depois, com o
objetivo de aguçar a criatividade,
a imaginação e a interação, foi a
vez de falar da poesia haikai, da
cultura japonesa, com uma métrica
construída por 17 sílabas, divididas
em três versos e que fala somente
sobre a Natureza”, explicou a educadora.
Ao todo, 50 crianças iniciaram
a oficina, e os primeiros resultados
do trabalho empolgaram a garotada.
Elen Cristina Mendonça, de 11
anos, do 5o ano do ensino fundamental de uma escola pública, não
cansa de dizer que “gosta muito de
poesia”. O aprendizado já lhe rendeu
elogios: “A minha professora no
colégio disse que minha leitura melhorou bastante”. O colega dela Davi
Nunes da Silva, de 10 anos, não
perde nenhuma atividade. “Eu acho
muito legal, aprendo mais sobre a poesia japonesa e posso evoluir. Tenho
hoje um vocabulário maior. Sei que
haikai é composto pelos vocábulos
hai, significa ‘brincadeira, gracejo’,
e kai, ‘harmonia, realização’.”
Mobilização, pesquisa e construção poética são as etapas que compõem o projeto. Segundo a pedagoga
Paula Figueiredo, a cada encontro as
crianças aprendem mais a respeito
Visite, apaixone-se
e ajude a LBV!
1
(1) Vista parcial
da fachada da
unidade da
LBV na capital
do Amazonas.
(2) No varal
de poesia, o
resultado da
criatividade da
garotada.
2
do repertório poético de autores
nacionais e do Japão; em seguida,
são incentivadas a também escrever
um poema. Para Igor José Lima
Bentes, 11 anos, aluno do 4o ano do
ensino fundamental, poetar é um
desafio. “É complicado fazer a rimação que a poesia precisa, pensar
em várias palavras, porque a poesia
tem um diálogo. Ela pode ser sobre
vários temas... ser romântica, engraçada, alegre, que é a que eu mais
gosto. Estou muito empolgado.”
A realização de um sarau em
novembro, no Centro Comunitário
de Assistência Social da Legião da
Boa Vontade na capital amazonense, marcará o encerramento da oficina. O evento, aberto ao público,
celebrará a criatividade infantil,
trazendo declamações das poesias
produzidas ao longo do projeto. Na
ocasião, será entregue um livreto
com o material produzido pelos
meninos e meninas atendidos pela
Instituição.
Em Manaus/AM, o Centro Comunitário de Assistência Social da LBV está localizado
na Av. Presidente Castelo Branco, 997, Cachoeirinha — tel. (92) 3215-7930.
BOA VONTADE
35
36. Mulher
Ana Paula Padrão
Equilíbrio
e decisão
De jornalista a empresária, Ana Paula Padrão
dedica-se à igualdade de gênero que contemple o melhor das
diferenças e os valores da mulher na família e no trabalho.
Angélica Beck e Leila Marco
P
essoa decidida, empenhada em ser feliz e disposta a
compartilhar esse sentimento
com todos ao seu redor. Com esse
mesmo entusiasmo, a jornalista
e empresária Ana Paula Padrão
valoriza a busca do equilíbrio
entre a atividade profissional e a
vida familiar e afetiva. Para isso,
não hesitou em deixar a TV (onde
comandou telejornais nas maiores
emissoras do Brasil) para se dedicar unicamente à sua produtora
de conteúdo Touareg e ao Tempo
de Mulher, um portal que oferece
serviços e promove palestras e
pesquisas com foco no público
feminino.
Com o novo projeto, a ideia é
estabelecer uma plataforma espe-
36
BOA VONTADE
cializada que favoreça a mulher
no ambiente de trabalho. Isso por
meio de “programas e práticas que
tornem essa tripla jornada feminina mais fácil, que deem conforto
para ela na hora de ter um filho, e
não ter que voltar correndo para
o trabalho pelo medo de perder
aquela função”, explicou. Para
Ana Paula, essa é uma forma de
pensar em um futuro melhor para
o Brasil, com boa educação para
as crianças e menos violência e
corrupção, pois investe na família,
elemento fundamental na construção de uma sociedade mais justa
e fraterna.
Em setembro, a jornalista esteve nos estúdios da Super Rede
Boa Vontade de Comunicação
(rádio, TV, internet e publicações)
na capital paulista para participar
de sessão de fotos e gravação de
um vídeo institucional da Campanha Natal Permanente da LBV —
Jesus, o Pão Nosso de cada dia!.
Todos os anos, a iniciativa mobiliza artistas, personalidades da mídia
e o povo brasileiro para uma ajuda
especial a quem mais precisa. A
meta da campanha é arrecadar 900
toneladas de alimentos não perecíveis para entregar a mais de 50 mil
famílias de baixa renda. Durante a
visita, Ana Paula conversou com a
equipe da BOA VONTADE.
BOA VONTADE — Como é para
você participar da campanha
do Natal Permanente da LBV?
38. Vivian R. Ferreira
Mulher
Angélica Beck, da Super Rede Boa Vontade de Comunicação, entrevista
Ana Paula Padrão.
Ana Paula Padrão — É uma
honra estar aqui com vocês. Multiplicar a solidariedade é fazer uma
sociedade melhor. A gente é atropelado todos os dias pela nossa rotina,
pelos nossos interesses... É claro
que precisamos construir e produzir coisas todos os dias para fazer
a sociedade andar, o país crescer,
mas não é só isso. É realizar isso
sem atropelar o outro. Temos que
olhar com Boa Vontade quem está
ao nosso lado, prestar algum tipo de
solidariedade a quem precisa. Não
é necessário só fazer doações de
alimentos, de roupas; se você doar
carinho, todo dia, como sociedade
a gente seria melhor, mais nobre,
menos egoísta, autocentrada. Isso
faz um mundo melhor, mais equilibrado, justo, menos corrompido.
O tecido social só fica mais ligado,
menos destruído, se você efetivamente ama as pessoas.
BV — Seu atual momento profissional é dedicado ao público
feminino. Como essa jornada
teve início?
38
BOA VONTADE
Ana Paula — Eu comecei há
muitos anos a fazer pesquisas sobre a mulher brasileira. Primeiro,
para satisfazer uma curiosidade
minha de jornalista. Eu sabia que
o sexo feminino estava passando
um momento diferente daquele da
mulher dos anos 1980, que saiu de
casa para trabalhar e que, muitas
vezes, esqueceu o seu lado feminino, a maternidade. Foi a época das
produções independentes [ter um
filho sem parceiro]. Era como se
não fosse importante ter família; ou
seja, fazer tudo sozinha e trabalhar
como homem, imitando os padrões
masculinos, inclusive porque não
tínhamos modelo feminino para
copiar. A partir do ano 2000, a
mulher começou uma tentativa de
resgate de valores eminentemente
femininos, de prestar atenção nela
mesma de novo.
BV — Como tem sido a recepção
do público a esse lado empreendedor?
Ana Paula — Sinto que maior
do que imaginava. Eu tenho uma
ligação muito forte com as mulheres. Nunca escondi do público
o que queria fazer e os meus momentos de felicidade e de infelicidade, de mudanças na minha vida,
de recuperar determinadas coisas
que deixei para trás. (...) Então,
como minha relação sempre foi
de transparência com o público,
tive um retorno muito grande. Isso
é bom, porque sem credibilidade
não se chega a lugar nenhum nessa área. A comunicação tem sido
muito boa com essa mulher da
classe média brasileira, a exemplo
da comunicação com as mulheres
que estão em grandes corporações
e podem disseminar nessas empresas um ambiente de trabalho mais
favorável para nós... por meio de
programas e práticas que tornem
essa tripla jornada feminina mais
fácil, que deem conforto para ela
na hora de ter um filho, e não ter
que voltar correndo para o trabalho pelo medo de perder aquela
função.
BV — E o papel da comunicação
social nesse processo?
Ana Paula — A comunicação
é sempre muito importante. Muita
gente diz: “Ah, o jornalismo vai
acabar... A comunicação já não é a
mesma. A notícia está se banalizando”. Eu até entendo, mas discordo.
A notícia é um produto tão nobre,
tão necessário, que nunca vai acabar. Podem mudar as plataformas,
os interlocutores, a maneira de
absorvê-la, mas a sociedade vai
sempre precisar da notícia. Quanto
mais democrática for a notícia, melhor, pois a mais pessoas chegará e
mais benefícios levará.
39. em geral, é o que se entende por
gestão masculina, aquela na qual
um currículo é o que vale uma
vaga e pronto. O que se entende
por gestão feminina são pessoas
e talentos adaptados aonde vão
produzir bem. Isso é aproveitar
melhor a capacidade de homens
e mulheres. Com isso eu estou
dizendo que a gente não deva dividir todo o resto? Não! Temos de
dividir, sim! É tanto responsabilidade do homem quanto da mulher
educar direito uma criança, amar
um filho, sustentar uma família.
(...) Agora, a gente pode
trabalhar essa igualdade de gêneros
aproveitando o
“Usar a minha imagem a favor
de uma bela causa e saber que
com isso estou proporcionando
um fim de ano melhor para
tanta gente que realmente
precisa é uma emoção. Esses
30 anos em que fiquei exposta
na televisão fizeram com que
as pessoas acreditassem em
mim, e essa credibilidade é o
que eu doo para a LBV e para
essas famílias que terão
um Natal mais feliz. Por
isso, meus colegas e eu
estamos participando desta
campanha.”
melhor das diferenças e unindo o
melhor dos resultados.
BV — Como a mulher deve lidar com as jornadas duplas ou
triplas?
Ana Paula — Quando está sobrecarregada, a última coisa que
ela olha é para si mesma. Vamos
ser honestas... a gente está feliz? É
uma pergunta que me faço todos os
dias e tento responder. Toda vez que
rompo com alguma coisa que está
me fazendo mal, é porque olhei para
mim e falei assim: “Não dá! Estou
sobrecarregada, não estou feliz!”.
Então, toda vez que vejo mulheres reclamando muito:
“Não dá tempo para nada!
João Periotto
BV — A igualdade de gênero é
possível?
Ana Paula — Nós somos
diferentes, homens e mulheres.
Enquanto tentamos provar que
éramos iguais, deu tudo errado. O
feminismo foi importante inicialmente porque abriu muitas portas
para todas nós. Todo movimento
radical tem que quebrar alguns
tabus e ser exagerado, senão ele
não provoca a mudança necessária. Agora é tempo de fazer outro
caminho, tempo de entender as
diferenças e utilizá-las da melhor
maneira possível. No ambiente
de trabalho, por exemplo, os
homens são mais focados, mais
hierarquizados. Numa empresa
40. Mulher
Arquivo pessoal
Divulgação
Alma de repórter
Eu tenho tanta coisa para fazer!”, eu
penso que é muita responsabilidade
para ela fazer essa mudança, olhar
para si e dizer: “Onde está o ponto de
infelicidade? Eu dou conta disso tudo
ou só estou querendo ter o respeito
social porque sou uma mulher que
conseguiu fazer tudo?”. Esse negócio
de supermulher ficou fora de moda. E
veja que eu não estou sugerindo que
a mulher pare de trabalhar e volte
para casa, não. Mas que ela procure
com seu companheiro, com seu chefe e sua empresa as condições mais
favoráveis para que trabalhe bem.
Esse é um movimento muito forte
na Europa e nos Estados Unidos. O
Brasil não pode abrir mão da força de
40
BOA VONTADE
Uma das jornalistas mais
conceituadas do país, Ana
Paula Padrão nasceu e
cresceu em Brasília/DF.
Foi correspondente
internacional em Londres
(Reino Unido) e Nova York
(Estados Unidos). Nesse
período, cobriu a Guerra
do Kosovo, na década
de 1990; o fim do regime
talibã no Afeganistão, em
2001; e as consequências
do acidente nuclear na
usina de Tokaimura, no
Japão, em 1999. Ganhou
notabilidade ao observar
a alma feminina em suas
reportagens, mostrando
a mulher de culturas,
costumes e tradições
diferentes. Em quase 30
anos de carreira, foi âncora
de importantes telejornais
do país, na TV Globo, no
SBT e na Rede Record.
trabalho feminina, tampouco deixar
de ter crianças bem-educadas, lares
estáveis; a sociedade é feita de famílias. Ou o homem começa a dividir as
coisas com a mulher, e as empresas
dão mais condições para que a gente
seja profissional, mulher e mãe, ou a
sociedade não vai acontecer, ela vai
ficar um tecido esgarçado e não vai
chegar a lugar nenhum.
BV — O equilíbrio é a chave para
o sucesso na vida profissional e
pessoal?
Ana Paula — Tanto a mulher
como o homem precisam de paz de
espírito, ter tranquilidade, para ser
uma pessoa equilibrada emocional-
mente. O tempo passa muito rápido,
e quando a gente vê, não aproveitou
o melhor. O mundo da produtividade
do trabalho exige um tempo muito
diferente daquele para ver uma
criança crescer, e temos de equilibrar
essas coisas. Pais querem ser pais,
mães querem ser mães, como é que
se faz a amarração dessas coisas?
Para que todas elas aconteçam em
seus ritmos, é necessário um dividir
com o outro. Assim, não teremos de
ficar 28 horas plugadas por dia, porque diariamente só temos 24 horas e
precisamos dormir, descansar, amar
e sermos amadas. A vida solitária é
mais pobre... uma vida mais difícil.
BV — Que mensagem deseja
transmitir aos leitores da BOA
VONTADE?
Ana Paula — Eu espero sinceramente que a sociedade evolua
para mais equilíbrio. Não dá para
passar por essa vida só trabalhando
e também não dá para ficar só vendo
os outros fazendo isso. Todo mundo
quer produzir alguma coisa, quer
ver a sua obra ficar. Mas à custa de
quê? Em que velocidade? É nisso
que precisamos pensar. É muito
importante para a mulher hoje fazer
parte de uma sociedade produtiva,
e isso se dá de várias maneiras. O
homem também precisa ver o quanto
é importante, legal, e quanto gera
de felicidade ter um tempo para os
filhos, para a casa. Esse encontro
vai acontecer de uma maneira mais
fácil se cada um chegar ao meio da
questão e parar de ficar um pouco
nas pontas. Eu espero que isso ocorra
naturalmente e, daqui a uma geração,
possamos finalmente falar de outros
assuntos.
41. Gigante
Trabalho da LBV cresce
e supera 10,2 milhões
de atendimentos e
benefícios em 2012.
Com a sua ajuda, essa
marca será superada
em 2013!
como o povo
8%
16%
5%
5%
58%
8.508.482
9.434.943
10.255.833
2008
8%
8.016.758
Número
de atendimentos e
benefícios prestados
pela Legião da
Boa Vontade de
2008 a 2012
7.487.023
brasileiro
2009
2010
201
1
2012
Há duas décadas, a Legião
da Boa Vontade tem seu
balanço geral auditado pela
Walter Heuer (auditores
externos independentes), por
iniciativa de José de Paiva
Netto, diretor-presidente
da LBV, muito antes de a
legislação que exige essa
medida entrar em vigor.
Atendimento (por faixa etária)
0 a 5 anos
6 a 15 anos
Mais de 70% do trabalho
15 a 17 anos
socioeducacional da
LBV beneficia crianças e
18 a 25 anos
adolescentes
26 a 59 anos
mais de 60 anos
Fonte: Superintendência Socioeducacional da LBV
Ajude! www.euajudoamudar.org
42. Acontece em Santa Catarina
Desafios
S ã o
j o s é / S C
da maternidade
Fabíola Bigas e Mariane de Oliveira
Fotos: Derli Francisco
Programa da LBV
ajuda gestantes
a superar
inseguranças
dessa fase com
afeto, informação
e permanente
apoio.
42
BOA VONTADE
A
maternidade costuma ser
uma experiência rica e marcante na vida de toda mulher.
Mas também quase sempre implica
mudanças no estilo de vida em face
das novas responsabilidades do
papel de mãe. Se não bastasse certa
insegurança comum nessa fase,
a realidade brasileira mostra que
muitas gestantes ainda não contam
com acompanhamento médico de
qualidade e recursos materiais
necessários para cuidar do bebê.
Por isso, na Legião da Boa Vontade, futuras mamães e mulheres
com filho de até 1 ano, de famílias
em situação de risco social, recebem amparo material e orientação
por meio do programa Cidadão-Bebê. As gestantes participam
de oficinas e palestras educativas
sobre o cuidado com a criança e
sobre a importância dos vínculos
familiares, entre outros temas.
Também ganham, na etapa final
do curso, um enxoval para elas e
para o bebê.
Uma das cidades em que esse
trabalho ocorre é São José, na
região metropolitana de Floria-
43. Equipe da Record News
SC registra a entrega dos
enxovais às gestantes
atendidas pelo
programa Cidadão-Bebê, da LBV. A
reportagem completa
foi exibida no Jornal
do Continente,
apresentado pelo
jornalista Jota
Pacheco.
nópolis/SC. Lá, o atendimento
às mamães está sendo ampliado
graças à inauguração de novas
instalações do Centro Comunitário
de Assistência Social da LBV. Com
mais esse espaço, a expectativa
é a de continuar expandindo as
atividades que promovem cidadania e favorecem a autoestima e a
inserção sociocultural das pessoas
e famílias atendidas.
Agradecida pelo apoio recebido
na Instituição, Jussara dos Santos,
do primeiro grupo de mulheres
assistidas pelo programa neste ano,
Sobre São José
Quarta cidade mais populosa de Santa Catarina, São José
localiza-se na região metropolitana de Florianópolis, capital do
Estado. O município conta com 215.278 habitantes, de acordo
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, estimativa de 2012). A base da economia josefense está no comércio, na
indústria e no setor de prestação de serviços, com destaque para
atividades geradoras de renda, como a pesca artesanal. Ao mesmo
tempo em que hoje a cidade experimenta rápido crescimento do
mercado imobiliário e forte verticalização, também enfrenta muitos
problemas decorrentes da desigualdade social.
BOA VONTADE
43
44. Acontece em Santa Catarina
“Aprendi muita coisa na LBV”
Em 30 de agosto, o Centro Comunitário da LBV em São José
promoveu um encontro festivo para
marcar a entrega de enxovais e do
certificado de participação no programa Cidadão-Bebê ao segundo grupo
de gestantes atendidas. Na ocasião,
agradeceram à Instituição a oportunidade de vivenciar um espaço único,
de aprendizado e confraternização.
A atendida Michele Silva*, 28
anos, mãe de Mateus, Juliana e Igor,
lembrou como era sua vida antes de
participar do programa. “Eu era uma
pessoa depressiva, não conseguia
trabalhar, só chorava. Ficava dentro
de casa, porque não queria sair
durante a minha gravidez. (...) Já
estava quase perdendo meu bebê,
tanto que fiquei quase um mês internada antes de tê-lo. Eu não estava
aceitando o meu neném.”
Com o apoio da Instituição,
Michele passou a enxergar a maternidade de modo diferente: “Eu agradeço
muito à LBV. Eu estava com depressão, e a equipe da LBV me ajudou
bastante. Através das palestras, da
ajuda da assistente social, tive vontade de ter o meu filho e vi que não era
nada daquilo que eu pensava. A LBV
me ajudou a ver que eu posso trabalhar, me reunir com outras pessoas...
Agora eu estou bem feliz”.
O aprendizado de Michele foi
logo posto em prática no cuidado
dos filhos, o que incluiu a técnica
da amamentação. “Eu já sou mãe
de segunda viagem, mas não sabia
amamentar direito. O banho, as dores, tudo sobre o bebê eu aprendi;
foi tudo novo.”
Ela e outras atendidas também
ressaltaram a importância daqueles
que contribuem para tornar o trabalho socioeducacional da LBV uma
realidade diária. “Eu agradeço, em
nome de todas as mães, aos colaboradores. Não deixem de ajudar,
por menor que seja a quantidade,
porque é muito importante. Desde
uma fralda até um pão, um quilo de
arroz, de feijão, o que vocês ajudam
para nós é tudo”, destacou.
* Foram usados pseudônimos, a fim de preservar a identidade da atendida e de seus filhos.
Mortalidade infantil
cai 77% em 22 anos
De acordo com levantamento do
Unicef, divulgado em setembro, a
taxa de mortalidade infantil no Brasil
— compreendendo crianças de até 5
anos — caiu 77% entre 1990 e 2012.
Segundo o Relatório de Progresso 2013
sobre o Compromisso com a Sobrevivência
Infantil: Uma Promessa Renovada, o
número de mortes a cada mil crianças
nascidas vivas caiu de 62, em 1990, para
14, em 2012. Com isso, o país passou a
ocupar o 120o lugar de um ranking com
mais de 190 nações. A queda do índice
possibilitou ao Brasil o cumprimento do
Objetivo de Desenvolvimento do Milênio
4 (ODM 4) — reduzir a mortalidade na
infância — quatro anos antes do prazo
estabelecido.
44
BOA VONTADE
declarou: “Na LBV aprendi muitas
coisas, como o cuidado com o bebê,
a importância da amamentação. Nas
oficinas de artesanato, aprendi a
fazer biscuit, toalhinhas”. Segundo
ela, as lições aprendidas no curso
serão passadas ao filho. “Espero que
ele seja um incentivador do Bem,
porque esse é o espírito da LBV,
formar cidadãos de bem. Quero que
meu filho seja estudioso, trabalhador
e cumpridor de seus compromissos.”
Semeando o Bem
A nova unidade socioeducacional da LBV em São José possibilitou a ampliação da capacidade de
atendimento em cerca de 70% na
Grande Florianópolis. Com isso,
aumenta o alcance do programa Espaço de Convivência, que beneficia
jovens e adultos.
Na cerimônia que marcou a
entrega do novo espaço, em 9 de
julho, estiveram presentes colaboradores e parceiros da Instituição,
autoridades locais e a imprensa.
Na ocasião, o secretário de Assistência Social de São José, Lédio
Coelho, representando a prefeita Adeliana Dal Pont, afirmou:
“À Legião da Boa Vontade, nossos
parabéns em nome do município! E
desde já nos colocamos à disposição para grandes parcerias, porque
feliz é aquele que pode fazer o Bem,
e a LBV tem feito isso não só em São
José, mas também no mundo”. E
acrescentou: “Enquanto as crianças cantavam, eu estava pensando
que é possível mudar, é possível
vencer, porque o Bem sempre vence
o mal. E a LBV planta isso no coração das pessoas”.
45. Fotos: Nathália Valério
Acontece no Rio de Janeiro
A partir da esquerda, Patrícia Corrêa (auxiliar de saúde bucal, da LBV)
e a equipe da UFRJ e da Apelbaum Odontologia: Telma Borzino, Dafne
Apelbaum, Sonia Groisman, Roberta Brito, Ana Catarina Loivos, Rafaela
Torres, Marcelle Viana e Lecine Borzino.
R i o
d e
j a n e i r o / r j
Mutirão de Saúde Bucal
e Cidadania Infantil
D
e acordo com vários estudos,
a cárie dentária é a doença
crônica mais comum entre estudantes de 5 a 17 anos. Atenta a essa
questão, a Legião da Boa Vontade
oferece atendimento odontológico a
Dr. Ariel Apelbaum
Dra. Sonia Groisman
crianças e adolescentes de famílias de
baixa renda em suas unidades espa- curso de Odontologia, profissionais
lhadas pelo país durante o ano todo. com especialização em Saúde ColetiNo Centro Educacional da LBV, no va e Familiar e mestrandos em Clínica
Rio de Janeiro/RJ, por exemplo, to- Odontológica, na área de orientação
dos os anos a Instituição promove o em Política de Saúde, todos ligados
Mutirão de Saúde Bucal e Cidadania à UFRJ.
Crianças e adolescentes da escola
Infantil.
e gestantes atendidas pelo programa
Neste ano, a iniciativa ocorreu
entre 7 e 11 de outubro, sob a coorde- Cidadão-Bebê, da LBV, assistiram a
nação do cirurgião-dentista e implan- palestras educativas sobre como deve
todontista dr. Ariel Apelbaum e da ser feita a escovação dos dentes, o que
doutora em Odontologia Preventiva ajuda, inclusive, na prevenção de males como diabetes e doenças
e professora da Universidade
cardiovasculares.
Federal do Rio de Janeiro
“É uma ação pioneira,
(UFRJ) Sonia Groisman. O
de longo prazo, investigando
mutirão contou também com
e tentando traçar um projeto
a presença da fonoaudióloga
para que as crianças realGenise Ferreira, além de
Genise Ferreira
mente não precisem de um
alunos do último período do
trabalho restaurador. Trazemos a prevenção para que tenham um sorriso
bonito e saudável”, afirmou à BOA
VONTADE o dr. Ariel Apelbaum.
O cirurgião-dentista externou a
satisfação de participar do mutirão:
“Sinto-me lisonjeado em colaborar
com a LBV, trabalhar com essas
crianças e ver o sorriso e tudo o
que vocês têm feito para elas. Isso
aumenta o meu carinho não só pela
LBV, mas também por todo o serviço
que faz, no Rio e em todo o Brasil”.
A dra. Sonia Groisman destacou,
na ocasião, a qualidade do serviço
prestado pela Instituição. “O trabalho da LBV é muito bonito; não só
o odontológico, mas toda essa ação
de inserção social.” E completou a
professora: “Essas crianças têm a
facilidade de ter o atendimento no
ambiente escolar; os pais não precisam levá-las em lugar nenhum. Isso
é a construção da cidadania, de ter
o direito à saúde. O que a LBV faz é
de fundamental importância”.
BOA VONTADE
45
47. UN Photo/Jean-Marc Ferré
organização das nações unidas
Solidariedade
ecumênica
para o
desenvolvimento
sustentável
Recomendações da LBV
são apresentadas oficialmente na Reunião
de Alto Nível do Ecosoc/ONU em Genebra
Wellington Carvalho
U
Sala do Conselho de Direitos Humanos e
da Aliança das Civilizações no Palais des
Nations, em Genebra, reestilizada pelo
artista espanhol Miquel Barceló, em
2008. Na ousada obra, Miquel recobriu
a abóbada da sala com o efeito de
estalactites multicoloridas de alumínio,
que mudam de tom dependendo do
lugar de onde são vistas.
m dos seis órgãos principais da Organização das Nações
Unidas — ao lado da Assembleia-Geral, do Conselho de
Segurança, do Conselho de Tutela, da Corte Internacional
de Justiça e do Secretariado —, o Conselho Econômico e Social
(Ecosoc) reúne representantes de países membros da ONU e organizações da sociedade civil para a discussão dos desafios econômicos,
sociais e ambientais do planeta. De 1o a 4 de julho, em Genebra,
Suíça, a Reunião de Alto Nível do Ecosoc, importante encontro
anual da ONU, promoveu debates entre autoridades mundiais em
torno do tema “Ciência, Tecnologia e Inovação, e o potencial da
cultura na promoção do desenvolvimento sustentável e no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”.
De acordo com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, “ciência, tecnologia e inovação desempenharão um papel
fundamental na condução do desenvolvimento sustentável”. Por
isso, esses elementos deverão ter um papel cada vez mais importante
na agenda colaborativa internacional, tendo em vista os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conjunto de metas globais
que podem entrar em vigor em 2015.
BOA VONTADE
47
48. UN Photo/Jean-Marc Ferré
ONU
2
Fotos: Arquivo BV
1
(1) O secretário-geral das Nações Unidas, Ban
Ki-moon, é saudado por Adriana Rocha, da
LBV, enquanto recebe a edição especial da
BOA VONTADE, em inglês. Atencioso, folheou
a publicação e reafirmou sua admiração pelo
trabalho da Instituição. (2) Juan Manuel
Santos Calderón (D), presidente da Colômbia,
com o representante da LBV. Em Genebra,
Calderón discursou na Sessão Substantiva do
Ecosoc. (3) Recebem as recomendações da LBV,
em inglês, a nigeriana Amina J. Mohammed
(C), conselheira especial da ONU para o
Planejamento de Desenvolvimento pós-2015, e a
neozelandesa Helen Clark (D), administradora
do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD).
3
A LBV abre o pronunciamento da sociedade civil na plenária da ONU em
Genebra/Suíça. O discurso é feito por Danilo Parmegiani, representante da LBV
nas Nações Unidas.
48
BOA VONTADE
Já o presidente do Conselho Econômico e Social da ONU, Néstor
Osorio, declarou: “Ciência, tecnologia, inovação e cultura podem
impactar de forma significativa
cada uma das três dimensões do
desenvolvimento sustentável — a
econômica, a social e a ambiental. Elas apresentam enormes
oportunidades, mas (...) também
colocam desafios significativos”.
Ambos participaram da cerimônia
de abertura do encontro, acompanhados do presidente da 67a sessão
da Assembleia-Geral da ONU,
Vuk Jeremić, e do presidente da
Confederação Suíça, Ueli Maurer.