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Paiva Netto saúda o Dia Internacional da Caridade, instituído pela ONU.
Sempre pela Vida Reportagem especial aborda a urgente necessidade da
prevenção do suicídio com o indispensável amparo material, moral e espiritual.

tempo de mulher

Ana Paula
Padrão

A jornalista e empresária veste a
camisa em prol do Natal Permanente
da LBV e fala de seus novos projetos
em defesa da igualdade de
gênero que contemple
o melhor das diferenças
e os valores da mulher
na família e no
trabalho

Durma-se com um barulho desses... Cerca de 40% da população
mundial apresenta algum distúrbio ou síndrome do sono. Saiba o que fazer!
NOVIDADE! Baixe o app gratuito da revista BOA VONTADE para iOS e Android
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TO
E V E N INS
SEM F
S
ATIVO

LUCR

5ª

EDIÇÃ

O

FEIRA E CONGRESSO INTERNACIONAL
DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, DO
INVESTIMENTO SOCIAL
PRIVADO E DA PARTICIPAÇÃO EM
POLÍTICAS PÚBLICAS

PARCEIROS DE MÍDIA

REALIZAÇÃO
Sumário

8

30

Paiva Netto escreve:
Caridade na ONU

8	

Cinema — Produção premiada que reúne atores com
síndrome de Down tem exibição especial nas Nações
Unidas

Caridade na ONU
Paiva Netto

11	

LBV na ONU

14		

Cartas, e-mails, livros e registros

	 5	Opinião — Esporte
2

14

regina casé e estevão ciavatta
escrevem o livro Buriti

15

Otavio frias filho
lança Cinco peças e
uma farsa

por José Carlos Araújo

A luta por vaga na Libertadores

26 	Samba & história por Hilton Abi-Rihan
É bamba, é do samba

29	
	Opinião — Educação por Arnaldo Niskier
Modelo “di menor”

30	
	Cinema
Síndrome de Down – filme ensina inclusão

34		Acontece no amazonas

15

Míriam leitão
Estreia na literatura
infantil

17

Edney Silvestre
Exílio e identidade

17

Gerson Camarotti
Os bastidores da
escolha do papa

36		Mulher
Ana Paula Padrão – Equilíbrio e decisão

42	
	Acontece em Santa catarina
45		Acontece no rio de janeiro
46	
	ONU
Solidariedade Ecumênica para o desenvolvimento sustentável

54	
	Saúde
40% da população sofre algum distúrbio do sono

60	
	Educação
Uma visão além do intelecto

18

Ruy Castro
retrata desafios
da vida

4

BOA VONTADE

18

Adriana Calcanhotto
lança antologia
poética

19

Fernando henrique
cardoso
Imortal da ABL

70	
	Ação jovem LBV
Viver é melhor! Um brado de Amor à Vida!
54

Saúde — 40% da população mundial
apresenta algum distúrbio ou síndrome do sono

60

Educação — Congresso Internacional da LBV
discute o papel da Arte na Educação —
Edição 2013

78	
	Comportamento
• Sempre pela Vida (p. 78)
• Arrependimento e renovação (p. 85)

87	
	

opinião — mídia em foco por Carlos Arthur Pitombeira
O debate que está faltando

90		Acontece em pernambuco
92		

20

terceiro setor

zeca camargo
escreve autobiografia
50, Eu?

Crescimento e gestão

94		

Rede sociedade solidária

29

Arnaldo Niskier
Modelo “di menor”

30

marcelo galvão
Síndrome de Down,
cinema e inclusão

Financiamento e sustentabilidade

97 	Acontece em minas gerais
100 	Literatura
Rio de livros

106 	Soldadinhos de deus
108	Opinião — Congresso em pauta por Paulo Kramer
No futuro, mais sociedade e menos Estado

111	Melhor Idade

54

Dra. Luciana Palombini
Déficit do sono

• ”Toda vez que danço me sinto feliz“ (p. 111)
• Use o tempo a seu favor (p. 112) por Walter Periotto

60

mario cortella
Sentimento e
cidadania na
Educação

78

paula fontenele
Informação para
preservar a Vida

114	Aprendendo português por Adriane Schirmer
Entre mim e ti

Canais da LBV na internet
www.lbv.org.br

Youtube: LBV Videos

Facebook: LBV Brasil

Orkut: LBV

Twitter: @LBVBrasil

Flickr: flickr.com/lbvbrasil

94

108

dr. AIRTON GRAZZIOLI e Dra. paula jancso fabiani
Paulo Kramer
Financiamento e sustentabilidade
No futuro, mais sociedade
e menos Estado

BOA VONTADE

5
Ao leitor

A mulher profissional, a mãe e a que zela pela
família são muitas vezes uma só. Facilitar a vida
dessa batalhadora tornou-se um foco das novas
atividades da jornalista e empresária Ana Paula
Padrão. Capa desta edição, ela conduz uma
produtora de conteúdo e um portal segmentado,
firmado na ideia de estabelecer uma plataforma
especializada que favoreça uma igualdade de gênero que contemple o melhor das diferenças e os
valores da mulher na família e no trabalho.
Caridade, sinônimo de Amor, é o destaque
da mensagem do diretor-presidente da LBV,
José de Paiva Netto. “(...) É o sentimento que
mantém o Ser vivo nas horas de tormenta de
sua existência”, defende há décadas o escritor,
jornalista e radialista ao saudar o Dia Internacional da Caridade, comemorado pela primeira vez,
em evento oficial das Nações Unidas, em 5 de
setembro. Em seu artigo, afirma que a Caridade
e a Solidariedade podem contribuir para a promoção do diálogo inter-religioso e entre pessoas
de diferentes etnias e culturas, assim como para
a redução dos desafios planetários, a exemplo
das desigualdades sociais.
A defesa da vida e a prevenção do suicídio
constituem o tema de reportagem especial. Nela,
são apresentadas estatísticas e a análise de especialistas sobre as causas do comportamento
potencialmente suicida, que atualmente preo­
cupa por conta do aumento do número de casos,
até entre os jovens. Por isso, a matéria aborda o
problema em suas dimensões material, moral e
espiritual. “Sucumbem em erro os que buscam
o suicídio, pois a parca lhes ofuscará os olhos,
que procuraram a escuridão, com mais luz, isto
é, mais Vida, a lhes cobrar severas contas de
antigos compromissos assumidos. Antes e depois
da Vida, há Vida e as incorruptíveis Leis que universalmente a regem”, adverte o dirigente da LBV,
a respeito da continuidade da Alma após a morte.
O leitor encontra muito mais nesta edição: perfil
da sambista Ana Costa; o cinema de inclusão de
Marcelo Galvão, roteirista e diretor do filme Colegas;
e o novo livro do jornalista Zeca Camargo, entre
outros assuntos.
Boa leitura!

6

BOA VONTADE

Reflexão de BOA VONTADE
O suicídio é um ato que indiscutivelmente golpeia a Alma de quem
o pratica. Ao chegar ao Outro Lado,
ela vai encontrar-se mais viva do que
nunca, a padecer opressivas dores
por ter fugido da sua responsabilidade terrena. E sempre alguém fica
ferido e/ou abandonado com a deserção da pessoa amada ou amiga, em
quem confiava. E é de muito bom
senso não olvidarmos que
no Tribunal Celeste vigora o Amor,
mas não existe a impunidade.

Paiva Netto

Extraída da entrevista concedida à jornalista
portuguesa Ana Serra, em 19/9/2008, acerca
do best-seller dele Reflexões da Alma, lançado
em terras lusitanas pela Editora Pergaminho,
naquele ano.

Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica
ANO 57 • No 235 • jun/jul/ago/SET 2013
Tiragem: 50 mil exemplares
Edição fechada em 10/10/2013
BOA VONTADE é uma publicação da LBV, editada pela Editora Elevação. Registrada
sob o no 18166 no livro “B” do 9o Cartório de Registro de Títulos e Documentos de
São Paulo.
Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto — MTE/DRTE/RJ

19.916 JP

Coordenação geral: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira
Superintendência de marketing e comunicação: Gizelle Tonin de Almeida
Jornalistas Colaboradores Especiais: Arnaldo Niskier, Carlos Arthur Pitom-

beira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Paulo Kramer.

Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Cida Linares, Diego Ciusz, Jefferson

Rodrigues, Leila Marco, Leilla Tonin, Mariane de Oliveira, Mário Augusto Brandão,
Neuza Alves, Silvia Fernanda Bovino, Vivian R. Ferreira, Walter Periotto, Wanderly
Albieri Baptista e William Luz.
Projeto Gráfico: Helen Winkler
Capa e Diagramação: Felipe Tonin e Helen Winkler
Impressão: Mundial Gráfica
Crédito da foto de capa: Ana Paula Padrão: João Periotto.

Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050

• São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970
• Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com

A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus
artigos assinados. A publicação obedece ao elevado propósito de estimular o
debate dos temas relevantes brasileiros e mundiais e de refletir as tendências
do pensamento contemporâneo.
UN Photo/John Isaac

Caridade na ONU

Caridade

na ONU

8

BOA VONTADE
João Preda

José de Paiva Netto,
jornalista, radialista e escritor.
É diretor-presidente da LBV.

O

representante da LBV na
ONU, Danilo Parmegiani,
informa-me que as Nações
Unidas celebraram neste ano, pela
primeira vez, o Dia Internacional da
Caridade. A recém-aprovada resolução situou a data em 5 de setembro. 
A ONU afirma que a Caridade
pode contribuir na promoção do
diálogo entre pessoas de diferentes
civilizações, culturas e religiões,
assim como a solidariedade e a
compreensão mútua. E reconhece os
esforços das organizações caritativas
e de particulares nesse propósito. 

A Caridade sustenta a vida
humana

É um tema muito presente em
meus artigos — e se encontra em
publicações dirigidas à ONU, em

diversos idiomas, a exemplo de Paz
para o Milênio (2000), Sociedade
Solidária (2000), Globalização
do Amor Fraterno (2007), BOA
VONTADE Mulher (2009), BOA
VONTADE Econômico + Social +
Ambiental (2012) e BOAVONTADE
Desenvolvimento Sustentável
(2013) —, pois considero ser
imprescindível à nossa sobre­
vivência. Aproveito o ensejo para
lhes adiantar pequeno trecho de O
Capital de Deus, livro que estou
preparando, com muito zelo, no qual
apresento algumas das palestras que
proferi a partir da década de 1960: 
Meditemos sobre esta passagem
do Apóstolo João, na sua Primeira
Epístola, 4:20: “Se alguém disser:
Amo a Deus, e odiar a seu irmão,
é mentiroso; pois aquele que não

PAIVA
NET TO

www.boavonta

de.com

escreve:
“Ciê
e o pap
el da Solincia, Tecnolog
ia, Inov
dariedad
ação
e Ecum
ênica”. , Cultura

ANÁLISES

PAIVA NETTOPaiva Netto escreve e desafios da Rio+20”
escreve “LBV, Rio-92
“LBV, Rio-92 e os desafios da Rio+20”

João Grandi
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ECONÔMICO + SOCIAL + AMBIENTAL

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ANÁLISES E PERSPECTIVAS

Glauco
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Saldiva

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Feldmann

Beatriz
Fagundes

Daniel
Arroyo

José Alberto
Machado

Adalberto
Luis Val

Marco Antonio
Palermo

Ciência,
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Inovação nologia,
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aliadas do Cultura:
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sustentáv
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r a pobrez s para
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Gianfranco
Beting

LBV PREP
ARA PROT
PARA UM
AGONISTAS
NOVO CENÁ
DA PAZ
EDUCAÇÃO
RIO MUND
ALÉM DO
IAL PELA
INTELECTO

63 anos

O PLANETA TERRA AGUARDA A URGENTE REEDUCAÇÃO DOS SERES HUMANOS

Sociedade Solidária e Ecumênica
por um mundo belo e sustentável
LBV

62 anos

Conheça os expressivos resultados da Legião da Boa Vontade
pela erradicação da pobreza e pela sustentabilidade das nações,
a partir da educação integral de crianças, jovens, adultos e
idosos de baixa renda.

A Legião
da Boa Vonta
Conselho
de apres
Econô
enta recom
organização mico e Social
endações
(Ecosoc),
da socied
aos partic
das
ade civil
ipantes
brasileira Nações Unidas,
em Geneb da Reunião de
com status
Alto
ra, Suíça
consultivo
, em 2013. Nível do
geral no
Ecosoc, desde A LBV é uma
1999.

LEGIÃO DA BOA VONTADE: Organização brasileira com status consultivo geral nas Nações Unidas, desde 1999, apresenta recomendações
para autoridades na Rio+20 e na Reunião de Alto Nível do Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc), em Nova York, EUA, em 2012.

Fotos: Arquivo BV

1

2
(1) A ONU institui o Dia
Internacional da Caridade
(5/9), com o objetivo
de mobilizar pessoas e
organizações civis para ajudar
o próximo. (2) Representantes
da LBV participam da
reunião das Nações Unidas
que estabeleceu a data
comemorativa. A partir da
esquerda, Alziro de Paiva,
Gizelle de Almeida e Danilo
Parmegiani.
BOA VONTADE

9
Eduarda Pereira

Caridade na ONU

Reprodução BV

Arquivo BV

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou
seu apoio ao trabalho da LBV assinando a capa da
Globalization of Fraternal Love (a revista Globalização
do Amor Fraterno foi inicialmente editada em português,
inglês, francês e esperanto), durante reunião anual do
Conselho: o High-Level Segment 2007, no escritório da ONU
em Genebra/Suíça.

a globalização não vai impedir a diversidade. Porquanto, se mundializa,
dá também expressão ao regionalismo. De várias formas, todo mundo
influencia todo mundo. No entanto,
barreiras, em diversas partes do
planeta, ainda tornam cada vez mais
distantes ricos de pobres. Isso pode
resultar em consequências profundas, em amplitude internacional, a
exemplo do que representou o fim
do Império Romano. Entretanto,
desta vez, tais transformações
poderão provocar providências
inusitadas até em corações
de pedra, antes contrários ao
pragmático espírito de Caridade,
pois serão levados a pensar que existem algumas coisas vitais, até mesmo para eles, como... a compaixão.
(...) Caridade não é pífio sentimentalismo, a que alguns
gostariam de reduzi-la. Acertou, portanto,
quando escreveu o
grande Joaquim Nabuco (1849-1910): “À
Joaquim Nabuco
luta pela vida, que é a
Lei da Natureza, a Religião opõe
a Caridade, que é a luta pela vida
alheia”.
Não seria essa a função de um
verdadeiro político? O que seria
mais importante para o fortalecimento das comunidades do que
esse elevado espírito social?
É possível igualmente espe­
rarmos do alto significado da
Cari­ ade, na atitude diária, o
d
decisivo caminho da verdadeira
independência de nossa pátria.
Caridade é assunto sério.

Danilo Parmegiani (D), da LBV, compartilha a experiência da Instituição em
favor de famílias de baixa renda em entrevista à Rádio ONU, conduzida pelo
repórter Eleutério Guevane.

ama a seu irmão, a quem vê, não
pode amar a Deus, a quem não vê”. 
Caridade, criação de Deus, é
o sentimento que mantém o Ser
vivo nas horas de tormenta de sua
existência. Se Você me disser que
não precisa de Amor, está equivocado, ou equivocada, enfermo,
ou enferma... Em resumo, trata-se
simplesmente disto: Amor, sinônimo de Caridade, de que tanto carece
a sociedade míope, obumbrada pela
cultura insidiosa, mantida por aqueles que provocaram, para os povos,
10

BOA VONTADE

as desgraças todas que ensanguentam a História e que nos põem em
perigo constante. Até quando?!
A Caridade sustenta a vida humana. O jornalista Francisco de
Assis Periotto, ao ouvir essas minhas palavras, completou-as assim:
“no pão e na decência”.

Elevado espírito social

O avanço tecnológico tem derrubado muitas fronteiras e feito
algumas desabar sobre outras. Entre
elas, econômicas e sociais. Contudo,

paivanetto@lbv.org.br
www.paivanetto.com
shutterstock.com

LBV na ONU

Sede da ONU, em Nova York/EUA.

Na agenda internacional
sembleia-Geral das Nações Unidas 1979 e ícone no amparo aos mais
como forma de favorecer a promo- pobres e vulneráveis.
ção do diálogo, da solidariedade e
“No momento em que pretendo entendimento mútuo.
demos acelerar nossos
Com a iniciativa, a entidade
esforços para alcançar
espera fomentar atividades
os Objetivos de Deseneducativas e de conscientivolvimento do Milênio
zação no mundo em prol de
e definir uma agenda
ações filantrópi­ as. O dia 5
c
audaz para o período
Madre Teresa de Calcutá pós-2015, o papel da Cade setembro faz referência
à data de falecimento de
ridade pode e deve cresMadre Teresa de Calcutá (1910- cer”, afirmou o secretário-geral
1997), Prêmio Nobel da Paz em da ONU, Ban Ki-moon, em sua
Reprodução BV

O

Dia Internacional da Caridade foi celebrado pela primeira vez em evento oficial
da Organização das Nações Unidas,
em 5 de setembro. A solenidade
teve lugar na sede da ONU, em
Nova York/EUA. A Legião da Boa
Vontade participou da programação
com dois painéis, em que discutiu
o papel da Caridade na redução da
pobreza e o da sociedade civil no
desenvolvimento sustentável.
A data foi escolhida pela As-

Jéssica Botelho

BOA VONTADE

11
Fotos: Nicholas de Paiva

LBV na ONU

1

2

3

(1) A intervenção feita pelo representante da LBV, Danilo Parmegiani, foi transmitida ao vivo pela TV ONU. (2 e 3) Um dia
depois da criação da data especial que celebra a Caridade, o representante da 67a Assembleia-Geral da ONU, Vuk Jeremić,
faz seu pronunciamento durante a segunda edição do Fórum de Alto Nível sobre a Cultura de Paz, na sede das Nações
Unidas, em Nova York.

mensagem aos participantes da
conferência.
Na oportunidade, o representante
da LBV na ONU, Danilo Parmegiani, fez uma intervenção para destacar

Baixe o leitor QR Code em seu
smartphone ou tablet, fotografe
o código e saiba mais sobre o
trabalho da LBV para a agenda de
desenvolvimento sustentável pós-2015. Acompanhe a entrevista
que o representante da LBV dos
EUA, Danilo Parmegiani, concedeu
a Eleutério Guevane, da Rádio
ONU, e o conteúdo da intervenção
da LBV durante o evento.

12

BOA VONTADE

o abrangente conceito de Caridade
Completa (veja box na p. 13) e seu
papel transformador. “Gostaria de
parabenizar as Nações Unidas pela
criação desta data tão importante.
Como ressalta o dirigente da LBV,
José de Paiva Netto, Caridade é
muito mais do que apenas oferecer
um prato de comida. (...) Acreditamos
que Caridade é sinônimo de Amor,
bem como uma ferramenta estratégica para a sustentação da Vida.
Dessa forma, se as pessoas realmente
entenderem isso, poderemos realizar
muitas coisas. E a experiência da Legião da Boa Vontade comprova isso,
já que é mantida por colaboradores
e voluntários. São cerca de 30 mil
voluntários oferecendo 10 milhões
de atendimentos ao ano.”
O representante da LBV ressaltou
também a importância da Caridade
no cumprimento da agenda de de-

senvolvimento sustentável da ONU.
“Uma vez que estamos neste momento debatendo sobre as metas de
desenvolvimento pós-2015, com as
quais todos os países devem se comprometer, a sociedade civil entende
que, se esclarecermos e conscientizarmos o mundo quanto ao valor da
Caridade na agenda internacional,
poderemos de fato contribuir para
o cumprimento desses objetivos”,
completou.
O encontro foi organizado pela
Missão Permanente da Hungria
nas Nações Unidas, propositora da
resolução, e contou com a parceria
de órgãos oficiais da ONU: Departamento de Informação Pública
(DPI), Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD),
Escritório das Nações Unidas para
Parcerias (UNOP) e Fundação das
Nações Unidas (UNF).
Divulgação

Fotos: Nicholas de Paiva

1

3

2

4

A jovem Sâmara Malaman, da LBV, entrega a revista BOA VONTADE
Desenvolvimento Sustentável, em inglês, a (1) Hugh Evans, cofundador e CEO do
Global Poverty Project (movimento contra a pobreza extrema no mundo),
(2) Guy Djorken, diretor-executivo da Unesco Center for Peace, (3) Kadri Özen,
diretor de relações públicas da Coca-Cola para a Eurásia e África, e (4) Kathy
Calvin, presidente e CEO da Fundação das Nações Unidas.

Caridade Completa
Há mais de seis décadas, a Legião da Boa Vontade defende sua vanguardeira tese da Caridade Completa, lançada pelo fundador da Instituição,
Alziro Zarur (1914-1979). A prática desse conceito significa ir além do
amparo material, pois valoriza o indivíduo como um todo, oferecendo-lhe
o apoio necessário para reerguer-se e mudar sua própria realidade.
Por acreditar que nenhuma nação se desenvolve se a população
estiver desamparada, a LBV fundamenta todas as suas atividades,
programas e projetos sociais e educacionais no princípio da Caridade
Completa. Esse trabalho, reconhecido internacionalmente, foi, aliás,
lembrado por Madre Teresa de Calcutá. A saudosa missionária, por ocasião da inauguração do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumê­ ica
n
(ParlaMundi da LBV), na capital federal, em 1994, felicitou o dirigente
da Legião da Boa Vontade pela iniciativa:
“Prezado sr. José de Paiva Netto, confio-lhe minhas preces por
todos. Que as bênçãos de Deus estejam com vocês da Legião da
Boa Vontade, e que muitas pessoas conheçam o Amor de Jesus por
intermédio do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica da
LBV e mantenham viva a Boa Nova de Seu Amor no mundo, amando
uns aos outros como Ele nos amou. Que Deus os abençoe”.

“A Caridade
desempenha um
papel importante no
apoio aos valores e no
trabalho das Nações
Unidas. Doações de
tempo ou de dinheiro;
envolvimento voluntário
numa das suas próprias
comunidades ou no
outro lado do mundo;
atos de Caridade e
bondade sem esperar
uma recompensa; estas
e outras expressões de
solidariedade global
nos ajudam na nossa
procura partilhada de
viver em harmonia
e de construir um
futuro pacífico para
todos. Saúdo esta
primeira celebração do
Dia Internacional da
Caridade.”

Ban Ki-moon

Secretário-geral da ONU

BOA VONTADE

13
Priscilla Antunes

Priscilla Antunes

Cartas, e-mails, livros e registros

Regina Casé e Estevão
Ciavatta autografam
na Bienal do Livro Rio
A apresentadora Regina Casé e o diretor Estevão
Ciavatta, marido dela, receberam o público na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em 7
de setembro, para o lançamento de Buriti, livro que
compõe coleção inspirada no programa de TV Um
Pé de Quê?, exibido pelo Canal Futura há 12 anos.
Apresentado por Regina e dirigido por Estevão, o
programa tinha sempre como ponto de partida a árvore, para falar então de música, culinária, geografia,
botânica, paisagismo e outras áreas do conhecimento. Pela coleção homônima, foram publicados títulos
como Pau-Brasil e Umbu. A recente obra aborda
aspectos morfológicos, o hábitat e a relação do buriti
com a história humana e econômica do Brasil.
Na bienal, os autores autografaram exemplar
do título ao dirigente da LBV, com estas palavras:
“Paiva Netto, Saúde e Sorte! Regina Casé”; e
“Paiva Netto, um pouco da nossa história para você.
Abraços, Estevão”.

Chave para a igualdade de
gênero

Ao receber a revista BOA
V O N TA D E M u l h e r ,
edição especial, mais
uma vez tive o prazer
de constatar a relevância

14

BOA VONTADE

Senador
Cristovam Buarque
escreve Reaja!

Em concorrida sessão de autógrafos na capital fluminense, em agosto, o senador Cristovam Buarque lançou
Reaja!. Ali estiveram presentes, além de familiares e amigos do autor, personalidades da política e da educação.
Inspirado no famoso manifesto “Indignem-se”
(“Indignez-vous”), do pensador, escritor e diplomata
franco-alemão Stéphane Hessel (1917-2013), o livro
convoca o leitor a assumir uma atitude de crítica e
ação, reagindo aos desafios da sociedade atual. Ao
dirigente da LBV, o parlamentar e educador autografou
um exemplar de sua obra: “Ao Paiva Netto, com muita
admiração. Cristovam”.
Vale dizer que, em 26 de setembro, o senador foi homenageado com o prêmio Congresso em Foco como um
dos parlamentares que mais bem representam a população em 2013, na avaliação de jornalistas e da sociedade.
É a quinta vez que ele recebe a distinção. Parabéns!

dos textos que compõem esse
importante veículo de comunicação, bem como a preocupação da
LBV com a educação em nossa
sociedade. As práticas socioeducativas adotadas
pela LBV reafirmam

minha certeza de que atitudes
solidárias em prol da educação e
da cultura possibilitam a mudança
social, abrindo espaço para um
mundo melhor. A publicação é,
sem dúvida, importante fonte de
pesquisa sobre o assunto. Esse
Lenise Pinheiro/Folhapress

Priscilla Antunes

Míriam Leitão
estreia na
literatura infantil
Amigos e admiradores da jornalista e
escritora Míriam Leitão prestigiaram em
Brasília/DF, 15 de setembro, o lançamento
de A perigosa vida dos passarinhos pequenos. A obra marca a estreia da autora na
literatura infantil e fala de sua paixão por
pássaros, de ecologia e sustentabilidade.
Dona de uma fazenda que é um verdadeiro santuário para muitas espécies de aves,
Míriam Leitão se inspirou em fatos ocorridos
no local para escrever o livro. Representantes
da Legião da Boa Vontade cumprimentaram
a autora, que, na ocasião, autografou um
exemplar ao dirigente da Instituição: “José
de Paiva Netto, aqui tento passar alguns
valores para as crianças. Abraços, Míriam
Leitão”.

tipo de iniciativa é a chave para
a igualdade de gênero, bem como
a forma mais legítima e eficaz
de se combater a violência, seja
ela de qualquer natureza. (Elaine
Matozinhos, vereadora, Belo Horizonte/MG)

Jornalista e escritor
Otavio Frias Filho lança
Cinco peças e uma farsa
O jornalista e escritor Otavio Frias Filho promoveu em 10 de
outubro, na capital paulista, sessão de autógrafos para o lançamento de seu livro Cinco peças e uma farsa. O
concorrido evento reuniu personalidades, colegas
de profissão e amigos do autor.
Na obra, o diretor de redação do jornal Folha
de S.Paulo pratica com virtuosismo uma ampla
variedade de registros, da tragédia à farsa, passando por variantes do drama, mas com temas
recorrentes: as cruas práticas do poder e da
guerra dos sexos em um mundo que não vê mais
nenhuma utopia no horizonte.
Representantes da Legião da Boa Vontade (LBV) prestigiaram o lançamento. Na oportunidade, o escritor autografou um
exemplar ao diretor-presidente da Instituição, com a seguinte
dedicatória: “Para Dr. Paiva Netto, com o abraço cordial do
Otavio Frias Filho”.

Leitura obrigatória

Saúdo o escritor Paiva Netto pelos
belos artigos que tem publicado no
Jornal de Brasília. Acredito que o benefício é grande para a capital da República em poder ler semanalmente
escritos que dignificam os mais altos

valores humanos e espirituais, argamassa que contribui na construção de
um Brasil mais justo, ético e honrado.
(...) Seus artigos tornaram-se leitura
obrigatória em Brasília. (Renato
Matsunaga, diretor superintendente
do Jornal de Brasília)
BOA VONTADE

15
Divulgação

Nathália Valério

Cartas, e-mails, livros e registros

Dr. José Pastore

A jornalista Regina Zappa e o músico Gilberto Gil

Jornalista Regina Zappa
lança biografia do cantor e
compositor Gilberto Gil
O cantor e compositor baiano Gilberto Gil lançou em julho, no
Rio de Janeiro/RJ, sua biografia Gilberto bem perto. Para tornar
o livro uma realidade, o artista foi entrevistado pela jornalista
Regina Zappa (coautora), pois ele próprio afirma que não tem boa
memória nem é detalhista e espirituoso. A noite de autógrafos foi
bastante concorrida e reuniu, além de fãs, muitas personalidades,
familiares e amigos do autor.
O livro, segundo o músico, traz tanto os momentos doces quanto
as situações dramáticas, de angústia e expectativa negativa, como
na época do governo militar, em que Gil ficou três meses na prisão,
em 1969. A biografia não economiza detalhes da vida do artista,
desde o início da carreira até as atividades atuais, passando pela
experiência de ter sido ministro da Cultura.
Durante o lançamento, que também teve a presença de
representantes da LBV, os autores autografaram exemplar da
obra ao diretor-presidente da Instituição: “Paiva Netto, Boa
Vontade sempre! Gilberto Gil”; e “Para Paiva Netto, com a
esperança de que tenha o mesmo gosto que eu tive fazendo.
Regina Zappa”.

16

BOA VONTADE

Sociólogo
biografa o
empresário
Antônio
Ermírio de
Moraes
A vida e o trabalho de um dos
maiores empresários brasileiros foram tema de palestra do professor,
pesquisador e sociólogo José Pastore
durante o 6o seminário do Fórum
Permanente de Gestão do Conhecimento, Comunicação e Memória,
realizado em junho, no auditório do
Museu de Arte de São Paulo (Masp),
pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).
O dr. Pastore é autor do livro Antônio Ermírio de Moraes — Memórias
de um diário confidencial, lançado
em junho, mês em que o biografado
comemorou 85 anos. Após o seminário, o palestrante promoveu uma
sessão de autógrafos, na qual também registrou em exemplar da obra
dedicatória ao diretor-presidente da
Instituição: “Ao prezado Paiva Netto,
com abraço. José Pastore”.
José Gonçalo

Nathália Valério

Exílio e
identidade no
novo livro de
Edney Silvestre
O lançamento de Vidas provisórias, do jornalista
da TV Globo e escritor Edney Silvestre, reuniu
personalidades, amigos e admiradores do autor no
Rio de Janeiro/RJ. No livro, os dois personagens
centrais, os exilados Paulo e Bárbara, têm histórias contadas paralelamente, ambos separados no
tempo e na geografia, levados ao estrangeiro em
variados contextos históricos. Combinando o ritmo
forte e pausado do romance com a agilidade característica do texto jornalístico, o escritor apresenta
ao leitor, além da experiência do exílio, o estranhamento pela perda de identidade, o isolamento e a
sensação de ruptura daquelas duas vidas.
Representantes da Legião da Boa Vontade
prestigiaram o evento e saudaram o jornalista, que
encaminhou exemplar da obra ao diretor-presidente
da LBV, com a seguinte dedicatória: “Para Paiva
Netto, mais uma vez com o melhor obrigado do
Edney Silvestre”.

Gerson Camarotti
e os bastidores
da escolha do
atual papa
O jornalista e comentarista político da GloboNews Gerson Camarotti lançou em Brasília, em 3
de setembro, a segunda edição do livro Segredos
do Conclave, contendo entrevista exclusiva com
o papa Francisco.
Prefaciado pelo escritor Ariano Suassuna, a
obra apresenta os bastidores da eleição que levou
o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio ao mais
alto posto da Igreja Católica, em 13 de março deste
ano, após dois dias de conclave. O jornalista cobriu
a eleição papal de Bento 16 e de Francisco. O atual
pontífice, aliás, foi entrevistado com exclusividade
por Camarotti, a primeira vez desde o conclave.
Representantes da Legião da Boa Vontade prestigiaram o evento e saudaram o autor, em nome do
diretor-presidente da Instituição. O jornalista autografou um exemplar do livro, com os seguintes dizeres:
“Ao José de Paiva Netto, presidente da LBV, um
pouco da história dos últimos conclaves. Um abraço,
Gerson Camarotti”.

BOA VONTADE

17
Nathália Valério

Priscilla Antunes

Cartas, e-mails, livros e registros

Adriana
Calcanhotto
lança antologia
poética
A cantora e compositora Adriana
Calcanhotto conversou com o público
no espaço Café Literário, durante a 16a
edição da Bienal Internacional do Livro
do Rio de Janeiro. Na ocasião, ela fez a
leitura de poemas de autores brasileiros,
clássicos e contemporâneos, para marcar o lançamento de sua obra Antologia
ilustrada da poesia brasileira — Para
crianças de qualquer idade.
Organizado em ordem cronológica, o
livro reúne coletânea de poemas de autores do século 19 ao 21, compondo uma
amostra de diferentes épocas e estilos da
poesia nacional, a exemplo de Canção
do Exílio, de Gonçalves Dias, escrita em
1843; e Receita para um Dálmata, de
Gregório Duvivier (2008).
Na ocasião, a compositora dedicou
um exemplar ao diretor-presidente da
LBV: “Para Paiva Netto esta antologia com um beijo carinhoso, Adriana
Calcanhotto”.

18

BOA VONTADE

Ruy Castro
retrata desafios da vida
Em Morrer de Prazer — Crônicas da vida por um fio, o jornalista
e escritor Ruy Castro apresenta um retrato intimista de sua trajetória
pessoal e profissional. Lançado recentemente na capital fluminense,
o livro reúne textos que evocam a paixão do autor pelo cinema e suas
musas e a juventude dos anos 1960, entre outros assuntos. Nele,
Ruy também selecionou crônicas a respeito dos desafios que teve de
enfrentar para seguir vivendo, desde a difícil aprendizagem de como
amarrar os sapatos até a luta para vencer o alcoolismo e o câncer.
A obra é dividida em partes, a exemplo de tecnologia, cidade, e
oferece ao leitor detalhes do Rio de Janeiro, a partir do círculo de amizades do autor com Leila Diniz, Vinicius de Moraes e outros.
Representantes da LBV prestigiaram o lançamento da obra, ocasião
em que o escritor encaminhou exemplar ao dirigente da Instituição,
com a mensagem: “Para o jornalista Paiva Netto, com o abraço de
Ruy Castro”.

Violência patrimonial
Em seu recente artigo “Violência patrimonial”, o jornalista José de
Paiva Netto destaca trechos de entrevista da advogada Cíntia de Almeida,
fundadora e diretora-executiva do Centro de Integração da Mulher, em
Sorocaba/SP A respeito da repercussão do texto, publicado em centenas
.
de jornais, revistas e sites, no Brasil e no exterior, a dra. Cíntia expressou:
“Senti-me honradíssima com a notícia! Ela já redundou, esclareceu
pessoas e me colocou em contato com outras mulheres que hoje vivenciam a problemática. Estou muito feliz! Agradeço ao jornalista Paiva
Netto pelo privilégio. Continuamos a nossa árdua missão de promover
vidas e transformar pessoas... Grande abraço! Na paz de Jesus”.
Guilherme Gonçalves/ABL

Rosevalte dos Santos

Celso Lafer
biografa
o filósofo
Norberto
Bobbio
O escritor e ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer lançou,
em agosto, na capital paulista, o livro
Norberto Bobbio: trajetória e obra. O
trabalho reúne 16 textos publicados
por Lafer, entre 1980 e 2011, sobre
o filósofo italiano e historiador do pensamento político que nos anos 1940
combateu a ditadura do fascismo. A
obra, organizada em cinco partes,
traça o perfil intelectual de Norberto
Bobbio (1909-2004) e analisa as
contribuições dele para as relações
internacionais, direitos humanos,
teoria política e inovação da reflexão
jurídica.
Em sessão de autógrafos, o escritor recebeu familiares, amigos e
admiradores. Na oportunidade, dedicou um exemplar do título ao diretor-presidente da LBV, com a seguinte
mensagem: “Para Paiva Netto, com o
mais cordial abraço do Celso Lafer”.

Ex-presidente e a namorada, Patrícia Scarlat, na cerimônia de posse na ABL.

Fernando
Henrique Cardoso
é novo imortal da ABL

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso tomou
posse da cadeira número 36 da Academia Brasileira de Letras, em 10
de setembro. A sessão solene ocorreu no Salão Nobre do Petit Trianon,
da ABL, na capital fluminense. A concorrida cerimônia foi dirigida pela
presidente da Casa de Machado de Assis, Ana Maria Machado, e coube
ao acadêmico Celso Lafer a recepção ao novo imortal.
Fernando Henrique Cardoso é a sexta personalidade a tomar
posse na cadeira 36, cujo fundador foi o poeta, professor e jornalista
Afonso Celso, que escolheu como patrono o também poeta Teófilo
Dias. FHC foi eleito na sucessão do acadêmico e jornalista João
de Scantimburgo, em 27 de junho. A cadeira já foi ocupada pelo
médico Clementino Fraga, pelo bioquímico Paulo Carneiro e pelo
diplomata José Guilherme Merquior.
Sociólogo, professor, autor e coautor de 23 livros e mais de 100
artigos acadêmicos, também foi ministro das Relações Exteriores e da
Fazenda, antes de governar o Brasil por dois mandatos consecutivos,
de 1o de janeiro de 1995 a 1o de janeiro de 2003.
Em seu discurso de posse, destacou a honra de integrar uma centenária instituição que mantém o compromisso com a diversidade e
a renovação e, por isso, elege variados estilos de pensamentos. “São
pessoas com formações diferentes da minha, principalmente mais
voltadas para a literatura. Eu posso me diversificar, agregar mais. O
importante na vida é ser curioso, aqui eu posso aguçar minha curiosidade. (...) É preciso renovar sempre. (...) Por que não trazer outras
profissões, gente de tecnologia, mais modernas? Mas vamos ver, ainda
estou chegando”, afirmou.

Fonte: site da ABL

BOA VONTADE

19
Priscilla Antunes

Cartas, e-mails, livros e registros

50 anos...

e muitas histórias
Em entrevista à BOA VONTADE TV,
o jornalista Zeca Camargo compartilha com o leitor impressões
pessoais e momentos marcantes de sua vida.

C

hegar aos 50 anos de idade pode
intimidar algumas pessoas, mas
não Zeca Camargo, jornalista
e apresentador do Vídeo Show
(assume a atração em novembro),
da TV Globo. É o que ele mostra
em seu primeiro livro digital, 50,
Eu?, lançado em setembro, na Bienal Internacional do Livro do Rio
de Janeiro. O assunto da obra é o
próprio autor. Nesse e-book, Zeca
fala, principalmente, sobre a sua
relação com o corpo, a memória
20

BOA VONTADE

e a necessidade natural de cuidar
de si mesmo. Também não faltam
histórias pessoais, dos bastidores da
profissão e da ligação com a família.
“Eu escolhi esse formato [digital]
também como um desafio. Eu gosto
da novidade. Quando proponho
uma pauta, é de alguma coisa que
não foi feita antes... Gosto do desafio, de testar novas águas”, afirmou.
O jornalista acostumou-se a colecionar boas experiências a partir
de seus projetos profissionais. Já

conheceu pelo menos 95 países e
tem a meta de chegar aos 100 antes
dos 51 anos. E não foram poucas
as situações inusitadas vividas em
suas andanças por este Brasil afora.
Além disso, entrevistou celebridades do mundo artístico, como
a cantora Madonna e o ex-beatle
Paul McCartney.
Formado em Administração de
Empresas e Propaganda, ele nunca
exerceu as profissões. Em 1987,
iniciou a carreira no jornalismo, e
BOA VONTADE — O que o atrai
na atmosfera literária?
Zeca Camargo — Eu adoro
livro, sempre gostei. (...) Sou um
leitor inveterado em qualquer
formato, seja no livro de papel,
seja no virtual. O que me atrai na
bienal é justamente essa energia.
Todo mundo que está aqui gosta de
ler, gosta dos autores. (...) É gente
que quer conhecer além do livro, e
isso eu acho bacana; significa que
a pessoa leu, se encantou e quer
saber quem está por trás da obra.
É fascinante. Por isso, faço questão
de prestigiar.
BV — Seus livros anteriores
focalizam a trajetória profissional, enquanto este 50, Eu?
relata o lado pessoal. Qual narrativa é mais desafiante?
Zeca Camargo — Tanto uma
narrativa profissional quanto a pessoal são muito difíceis. Primeiro,
porque nos meus livros anteriores,
derivados de reportagens que fiz

no Fantástico, há uma responsabilidade em transmitir as
informações. Isso é um desafio.
Já quando está fazendo a sua história, negocia o tempo todo com
você mesmo: o que eu conto?
O que não conto? O que vale a
pena? Nessa opção, resolvi ser
supertransparente... Então, acho
que essa [narrativa] tem sido
um pouquinho mais difícil do
que simplesmente contar uma
reportagem.

BV — Qual o papel da memória nesse processo, ela foi o
único acervo consultado?
Zeca Camargo — Sem ela
eu não teria nem escrito este
livro... Nem anda muito boa, é
verdade, mas era justamente por
isso que estava escrevendo. As
histórias vividas, os amigos e a
própria família são uma grande
referência. Eu não poderia escrever sobre mim mesmo sem olhar
em volta o que acontece. Eu fui
um grande ponto de partida.
BV — Quando decidiu que era
hora de escrever sobre sua
vida pessoal?
Zeca Camargo — Comecei
a escrever de uma maneira muito
espontânea, não pensava em
livro. Foi durante uma viagem
que fiz quando completei 50
anos. Fiz um “retiro”... e então
pensei: “Estou aqui à toa, vou
escrever”. Quando voltei dessa
viagem, tinha um esboço interessante de um livro. Aí, comecei a pensar que aquilo poderia
interessar a outras pessoas, e não
só a mim.

Priscilla Antunes

o trabalho como escritor é resultado de reportagens e de narrativas
de viagem. É autor de outros seis
livros, a exemplo de Isso aqui é
seu! A volta ao mundo por patrimônios da humanidade (2009).
Na Bienal do Livro Rio, Zeca
Camargo conversou com a equipe
da BOA VONTADE TV sobre
literatura e o desafio de escrever
uma obra autobiográfica. Ao receber os cumprimentos da Legião da
Boa Vontade, destacou: “Obrigado! Retribuo o abraço para a LBV.
A gente está sempre junto!”.
A seguir, os principais trechos
da entrevista.

Nova obra de
Ana Maria
Machado
No livro Quando eu crescer...,
a premiada autora Ana Maria
Machado, presidente da Academia
Brasileira de Letras (ABL), utiliza
jogos e rimas para apresentar ao
público infantil o tema da escolha
da profissão. A obra foi lançada
em 1o de setembro, no Riocentro,
durante a 16a Bienal Internacional
do Livro do Rio de Janeiro.
Com ilustrações de Maria
José Arce, o livro soma-se aos
mais de 100 títulos de sucesso
da escritora, alguns deles publicados em 17 países. Na sessão
de autógrafos, depois de saudada
por representantes da LBV, a
autora dedicou um exemplar ao
dirigente da Instituição, com a
mensagem: “Para a LBV e suas
crianças, lembranças da Ana
Maria Machado”.

BOA VONTADE

21
Charles Viana

Breno Serafini apresenta estudo
sobre Millôr Fernandes

Divulgação

Cartas, e-mails, livros e registros

Luiz Barcelos

Luiz Barcelos

Doutor em Letras e escritor, Breno Serafini é autor de Millôres
dias virão, livro lançado em junho, na capital gaúcha. Fruto da tese
de doutorado defendida pelo autor, na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, sobre o desenhista, humorista, dramaturgo, escritor,
tradutor e jornalista Millôr Fernandes (1923-2013), o livro traz diversas
citações e crônicas do renomado multiartista e intelectual carioca, especialmente as publicadas nas revistas IstoÉ e IstoÉ/Senhor, de 1983 a 1993, período
marcado pelo processo de redemocratização do país. Durante o lançamento, o
escritor autografou exemplar da obra ao diretor-presidente da LBV: “Ao sr. Paiva
Netto, um abraço afetuoso de Breno Serafini”.

Livro conta a
trajetória
de Luiz Calainho

O empresário e produtor musical Luiz Calainho conta em livro os bastidores da indústria do
entretenimento e sua trajetória pelo universo da
publicidade, além de sua busca espiritual. Em
Reinventando a si mesmo — Uma provocação
autobiográfica, o autor compartilha a experiência
que fez dele um dos mais bem-sucedidos empresários da cultura e do entretenimento brasileiro.
Amigos, familiares e personalidades compareceram à sessão de autógrafos da obra na capital
paulista. Na ocasião, o escritor retribuiu os cumprimentos do dirigente da LBV, com a seguinte
dedicatória: “Paiva Netto, certamente nosso país
precisa de pessoas inspiradoras como vocês são!
Grande abraço, Calainho”.

22

BOA VONTADE

Laurentino Gomes
encerra trilogia com 1889
O jornalista Laurentino Gomes fecha sua trilogia sobre
a história brasileira no século 19 com o lançamento do
volume 1889. Com o subtítulo Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado
contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da
República no Brasil, o livro apresenta os eventos que favoreceram a instalação da República e os fatos que marcaram
o período, como a Guerra do Paraguai e o movimento pelo
fim da escravidão. Os dois primeiros títulos foram sucessos
editoriais: 1808, que narra a agitada transferência da Corte
Portuguesa para o Brasil, fugindo da guerra na Europa; e
1822, sobre o processo de independência política do país.
A sessão de autógrafos ocorreu na capital paulista e reuniu
familiares e amigos do escritor, além do público interessado
na abordagem histórica. Na ocasião, Laurentino Gomes
autografou: “Para Paiva Netto, com um abraço do autor”.
B r a s í l i a / D F

Fotos: José Gonçalo

Terceiro Setor em pauta

A partir da esquerda: o procurador dr. José Eduardo Sabo Paes; o jornalista
Enaildo Viana, da LBV; e o promotor de Justiça dr. Airton Grazzioli.

D

ois títulos publicados recentemente explicam a natureza
e o funcionamento das entidades do Terceiro Setor. Em junho,
a cidade de Brasília/DF foi o local
de lançamento da oitava edição de
Fundações, Associações e Entidades
de Interesse Social, de autoria do dr.
José Eduardo Sabo Paes, procurador de Justiça do Ministério Público
do Distrito Federal e Territórios;
e da terceira edição de Fundações
Privadas — Doutrina e Prática, escrito pelos promotores de Justiça dr.
Airton Grazzioli e dr. Edson José
Rafael, ambos do Ministério Público
de São Paulo (MP-SP). 
As questões tributárias e orçamentárias das entidades constituem
o foco da obra de Sabo Paes, tornando-se assim importante instrumento
de consulta. Fundações, Associações e Entidades de Interesse Social
é fruto da experiência e da pesquisa
do autor. O livro, segundo ele, mostra “como atuam essas instituições,

essas ONGs, essas fundações e
movimentos sociais, não só a parte
jurídica, mas a social, a contábil e
tributária”.
O nascimento, a eventual extinção, os direitos e deveres típicos
das entidades fundacionais são
apresentados em Fundações Privadas — Doutrina e Prática. Para
os autores, o livro traz o sentimento
de satisfação por mais uma etapa
de um dever cumprido. “Temos
a possibilidade de contribuir, levando para sociedade, governo e
organizações da sociedade civil a
nossa visão efetivamente positiva
do quanto é de bem o que fazem
essas organizações em benefício da
sociedade, especialmente daquela
parcela da sociedade que está em
situação de vulnerabilidade social”, afirmou o dr. Grazzioli.
Presente no evento, o advogado
e ex-presidente da OAB-DF dr.
Francisco Caputo afirmou: “A
LBV talvez seja a entidade do Ter-

O advogado e ex-presidente da OAB-DF
dr. Francisco Caputo

ceiro Setor mais visível de nossa
sociedade, com um trabalho social
incrível, um alcance extraordinário
e com uma gestão modelar. (...) O
trabalho que a LBV propicia à nossa sociedade é invejável e digno de
muitos aplausos”.
Durante a sessão de autógrafos,
os autores dedicaram um exemplar
de ambas as obras ao dirigente
da Instituição, com as seguintes
mensagens: “Ao Dr. José de Paiva
Netto, digno Presidente da LBV,
exemplo de dedicação às causas
sociais, ofereço os novos estudos no
âmbito do Terceiro Setor. Com apreço do José Eduardo Sabo Paes”;
e “Ofereço o presente estudo a
José de Paiva Netto, Digníssimo
Presidente da LBV, com profundo
apreço e admiração pelo trabalho
social desenvolvido em benefício da
sociedade civil e especialmente da
parcela de pessoas que necessitam
de oportunidades. Com o meu fraternal abraço, Airton Grazzioli”.
BOA VONTADE

23
Dulcineia Meireles Horbach

Priscilla Antunes

Cartas, e-mails, livros e registros

A apresentadora Olga Bongiovanni (C) acompanha
a confecção de mantas de inverno feita por
mulheres atendidas pela LBV.

Apresentadora
Olga Bongiovanni
visita a LBV em
Cascavel
O Centro Comunitário de Assistência Social da
Legião da Boa Vontade em Cascavel/PR recebeu
em junho a visita da jornalista e radialista Olga
Bongiovanni, apresentadora da TV Tarobá (afiliada
da Rede Bandeirantes) e da Rádio Colmeia AM. Na
ocasião, a comunicadora foi recebida por jovens e
adultos que participam do programa LBV — Espaço
de Convivência.
Além de conhecer a unidade de atendimento
e um pouco mais sobre o trabalho socioeducacional realizado pela Instituição no município, Olga
registrou durante a visita a montagem de mantas
de inverno, atividade feita por mulheres atendidas
pela Obra. A iniciativa faz parte de mobilização
promovida pela própria apresentadora, para que sua
audiência produzisse crochê em prol da entidade
beneficente Lar dos Bebês. No fim da campanha,
o material confeccionado pelas telespectadoras foi
enviado à LBV para finalizar a produção das mantas.

24

BOA VONTADE

A bailarina Ana Botafogo e o ator e escritor Cacau
Hygino, durante sessão de autógrafos.

Ana Botafogo
inspira obra
infantil
A estreia do ator e escritor Cacau Hygino
na literatura infantil veio com o lançamento de
Aninha quer dançar. A obra tem ilustrações
de Thais Linhares e é uma homenagem a
Ana Botafogo, primeira bailarina do Theatro
Municipal do Rio de Janeiro. Em 30 de agosto,
durante a Bienal do Livro Rio, foi realizada
uma sessão de autógrafos.
O livro conta a história de uma menina
que sempre quis dançar e, entre piruetas e
passos de balé clássico, transforma a paixão
pela dança na maior riqueza de sua vida.
Com seriedade e disciplina, Aninha consegue
superar todo tipo de obstáculo e torna-se uma
bailarina de sucesso.
O escritor e a diva do balé que inspirou
a obra receberam com alegria a equipe da
LBV e dedicaram um exemplar do trabalho
literário ao dirigente da Instituição, anotando: “Querido Paiva Netto, espero que curta
Aninha! Abraços, Cacau”; e “Ao Paiva Netto
com carinho, Ana Botafogo”.
Opinião — Esporte
José Carlos Araújo

Arquivo pessoal

A luta por vaga
na Libertadores
M

José Carlos
Araújo, locutor
esportivo e
apresentador
do Grupo
Bandeirantes de
Comunicação
(Rádio Bradesco
Esportes FM
91,1 ­­— RJ)

ais uma temporada vai chegando ao fim. A Copa do
Brasil se afunila e o Campeo­
nato Brasileiro 2013 (Série A) entra
na fase decisiva para quem luta pelo
título, por uma vaga na Copa Libertadores da América, ou para fugir
do rebaixamento. Quanto ao título
do Brasileirão, o Cruzeiro caminha
a passos largos para conquistá-lo, e
merecidamente.
No chamado G-4, Botafogo, Grêmio e Atlético-PR seguem firmes em
busca da sonhada vaga na Libertadores. Já na parte de baixo, no temido
Z-4, Vasco, São Paulo, Criciúma,
Náutico, Portuguesa, Ponte Preta e,
para muitos, Flamengo e Coritiba
prometem equilíbrio e muita emoção
até o fim para escapar da degola.
Nesse perde-ganha, é difícil arriscar
qualquer palpite.
A Copa do Brasil, por se tratar de
um tipo de competição que o torcedor
brasileiro gosta bastante, ou seja, com

jogos eliminatórios (mata-mata), em
que nem sempre prevalecem o favoritismo e o elenco mais qualificado,
mostra que tudo é muito indefinido.
Qualquer resultado pode acontecer.
Neste espaço, muitas vezes citei
e louvei a qualidade, a categoria e o
vigor dos craques veteranos. A experiência e a arte de conhecidos maestros do futebol continuam a dar as
cartas nos gramados, como Juninho
Pernambucano, Ronaldinho
Gaúcho, Zé Roberto, Seedorf e
Alex. Até questionamos o nível técnico dos atletas da nova geração, se
seria inferior ao daqueles jogadores
consagrados e ainda na ativa.
No decorrer do campeonato,
caiu visivelmente o rendimento desses craques, seja por lesão ou pelo
desgaste físico com a sequência de
jogos. Em iniciativa inédita e até há
poucos anos impensável no futebol
nacional, treinadores, preparadores
físicos e atletas passaram a questionar
o massacrante calendário, que seria o
principal responsável pelas contusões
e pela queda do nível do espetáculo,
posto que falta tempo para treinamento e recuperação física dos jogadores.
Nesse contexto, surge o movimento Bom Senso F.C., que propõe uma
racionalização do calendário esportivo. Uma das consequências disso
seriam jogos com a qualidade técnica

esperada pelo torcedor. Inclusive, foi
sugerida uma greve dos profissionais, que paralisaria o Campeonato
Brasileiro. Mesmo que o manifesto
não vá adiante, já representa um bom
começo.
Até em âmbito mundial discute-se um calendário mais humano,
sem jogos no domingo, quarta-feira
e domingo. No Barcelona, o craque
Messi foi uma vítima dessa loucura.
Aqui no Brasil, Ronaldinho Gaúcho,
também por contusão muscular,
corre o risco de desfalcar o Atlético
Mineiro no tão sonhado Mundial
de Clubes da Fifa, em dezembro.
O artilheiro Fred não suportou a
sequência de jogos pelo Fluminense. O fenômeno Neymar, antes da
transferência para o Barça, dava
sinais de esgotamento físico. Isso
compromete o trabalho do atleta e a
beleza do espetáculo. Patrocinadores e federações, que organizam os
torneios, devem estar atentos a essa
questão, zelando pelo bem-estar desses artistas da bola e pela satisfação
do público, que deseja apreciar um
verdadeiro jogo de futebol.
Que o ano termine trazendo a
esperança de campeonatos mais bem
organizados e espetáculos à altura do
nosso futebol, sem esquecer que 2014
ainda será um ano apertado por conta
da Copa do Mundo no Brasil.
BOA VONTADE

25
Samba & História
Ana Costa

É bamba,
é do samba
Talento e simpatia
marcam a trajetória da cantora Ana Costa

Clayton Ferreira

Hilton Abi-Rihan |

Hilton
Abi-Rihan,
radialista,
jornalista e
apresentador
do programa
Samba &
História.*

I

Especial para a BOA VONTADE

|

Fotos: Divulgação

ncluir sambas tradicionais no
repertório é algo natural para a
talentosa cantora, compositora
e violonista carioca Ana Costa.
Interessada em conhecer cada vez
mais a história da música brasileira,
a artista alcançou prestígio entre os
novos nomes do chamado samba de
raiz. Dona de voz doce e marcante,

Ana foi conquistando seu espaço
na música desde 1990, sempre de
forma gradativa e consistente.
Atualmente, a cantora trabalha
com o material de seu terceiro
álbum: Hoje é o Melhor Lugar,
lançado em 2012. O CD traz 15
sambas e a regravação de clássicos
como Por um dia de graça, de Luiz

* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domingos, às 14 e às 20 horas. Já o telespectador pode conferi-las pela Rede Educação e Futuro de Televisão, aos sábados e às sextas-feiras,
às 22 horas; e pela Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), aos sábados, às 22 horas, aos domingos, às 14 horas, e às quartas-feiras, às
21 horas.

26

BOA VONTADE
Carlos da Vila; O que é o que é, de
Gonzaguinha; Filosofia de vida,
de Martinho da Vila, Marcelinho
Moreira e Fred Camacho; e As
coisas que mamãe me ensinou, de
Leci Brandão e Zé Maurício.
Nessa caminhada de sucesso,
Ana Costa viveu momento especial
ao interpretar Viva Essa Energia,
canção-tema dos Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio de Janeiro/RJ.
A música abrilhantou a cerimônia
de abertura do evento, além de ter

sido acompanhada pelo público e
pelos atletas ao longo de todas as
competições do Pan. “Foi a minha
maior emoção até hoje... atravessar
aquele campo do Maracanã e ver
aquela plateia lotada, todo mundo
vestido de branco”, disse.
O convite para a artista participar
desse importante acontecimento
esportivo partiu do produtor musical
Alê Siqueira. “Ele queria fazer uma
festa onde estivessem artistas conhecidos e não tão conhecidos, para que

as pessoas pudessem conhecê-los.
Acho que é a partir daí que a cultura se renova”, afirmou a cantora,
que já compôs sambas em parceira
com Zélia Duncan, Mu Chebabi,
Agrião e Mart’nália.
Em entrevista ao programa Samba
& História, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), a sambista relembrou
os desafios enfrentados para iniciar a
carreira. “Eu trabalhava oito horas
por dia, aquela dificuldade toda, e
a música era minha diversão nos
BOA VONTADE

27
Samba & História

fins de semana. Mas aí eu comecei a
estudar e me aprofundar nos assuntos
musicais. Percebi que, se eu quisesse
me dedicar mesmo à música como
profissão, teria de abandonar aquilo
o que eu estava fazendo.”
Para buscar seu sonho, decidiu então sair da empresa onde
trabalhava como recepcionista.
Em 1994, estreou no samba com
o grupo Couer Sambá, formado
pelos filhos do padrinho musical
dela, o sambista Martinho da Vila.
“A gente não tinha muito espaço
para tocar. Era uma época muito
difícil para o ritmo, e o Martinho
da Vila, prestando atenção nisso,
achou interessante formar um
grupo de jovens cantando samba.
Era um grupo misto, com homens
e mulheres... para a época era mais
difícil ainda ver mulheres tocando.”
Com um CD e boa recepção nas
apresentações pelo Brasil, o grupo,
porém, não chegou a durar muito. A
dificuldade dos integrantes para conciliar as agendas individuais acabou
por decretar o fim da iniciativa.
Em 1996, Ana Costa e a produtora cultural Bianca Calcagni
28

BOA VONTADE

formaram o grupo de samba Roda
de Saia, posteriormente chamado
O Roda, composto por mulheres.
Nele ficou 11 anos. Nesse período,
também investiu em outros projetos,
a exemplo da participação na banda
da cantora Mart’nália, até lançar seu
primeiro trabalho solo, o CD Meu
Carnaval (2006).
O álbum de estreia da cantora
alcançou êxito também fora do
país: foi o disco de música brasileira

mais vendido no Japão. Além disso,
rendeu a Ana Costa o título de “Artista Revelação” no 5o Prêmio Rival
Petrobras de Música. “Tanta coisa
aconteceu nessa minha vida musical,
que é sempre uma grande aventura.
(...) Quando você vê, já está lá na
frente. As coisas acontecem naturalmente. Vocação é uma coisa natural.
Se você está atento para isso, vai...
Tem alguma coisa dentro da gente
que nos move”, afirmou.
Em 2009, com o lançamento do
segundo disco — Novos Alvos —
veio a realização de antigo sonho
da sambista: produzir uma música
mais abrangente e fiel aos ritmos
brasileiros, sem compromisso
com tendências ou modismos.
Graças ao disco, relançado no ano
seguinte, a cantora cumpriu uma
turnê de shows em países da Europa e da África. No Brasil, teve
a oportunidade de se apresentar
pela primeira vez em capitais
como Salvador/BA e Recife/PE e
no Distrito Federal.

Companheiro para todas as horas
O rádio continua sendo um dos veículos de comunicação mais
dinâmicos. Popular e de fácil alcance, tornou-se um companheiro para
todas as horas na vida da cantora Ana Costa. “A gente pode estar
fazendo outras coisas, por exemplo, preparando um almoço, um
jantar na cozinha, e o rádio está ali; não precisa ficar vidrada numa
tela, assistindo.” A exemplo de muitos outros ouvintes, a relação da
artista com esse importante meio de comunicação de massa começou
na infância: “Quando era menina, ficava ligada, doida para saber as
novidades. O rádio atravessou a minha vida inteira”.
Sobre a programação da Super Rede Boa Vontade de Rádio* (no
Rio de Janeiro/RJ, AM 940 KHz), que a cada hora transmite uma
Prece Ecumênica, Ana destacou: “Eu gosto de ouvir de madrugada,
de noite, antes de dormir, acho saudável”.
* Para saber a frequência da emissora que transmite a programação da Super Rede
Boa Vontade de Rádio na sua região, acesse o Portal Boa Vontade (www.boavontade.
com) e clique em Super RBV.
Opinião — Educação
Arnaldo Niskier

Modelo
“di menor”
Divulgação

Arnaldo Niskier |

O

Arnaldo Niskier,
doutor em
Educação, é
membro da
Academia
Brasileira
de Letras e
presidente do
CIEE–RJ.

s fatos são reais e constituem um retrato de corpo
inteiro de como as coisas
se passam na Cidade Maravilhosa. Os nomes estão protegidos
por pseudônimos, por motivos
facilmente compreensíveis.
A neta de um amigo frequenta
a primeira série de um afamado
curso de Medicina, no subúrbio
do Rio. Por questões de logística, precisa trocar de condução
(ônibus) defronte ao campo do
Flamengo, na Gávea. Ela já havia
sido alertada sobre a insegurança
na região, infestada de ladrões,
em geral menores de idade. Chegou a sua vez. Saltou do ônibus e
foi abordada pelo jovem Mário
Jr., de 13 anos, que lhe exigiu o
celular: “Passa logo, senão vou
cortar você!”.
A universitária não viu o caco
de vidro, mas não pestanejou,
seguindo os sábios conselhos dos

pais. Desvencilhou-se do celular
e o garoto saiu andando, depois
de colocar a máquina no bolso.
Esterzinha caiu em prantos.
Logo foi socorrida pela mãe, que
chegara de carro para resgatá-la.
Sabendo do ocorrido, a mãe ligou
para o marido. Contou o fato. Ele
teve a pronta reação de acionar o
GPS. O garoto não havia desligado o aparelho e foi localizado. Estava ali perto, defronte ao Clube
dos Caiçaras, confraternizando
com outros possíveis menores
infratores.
A mãe procurou um guarda.
Encontrou o modelar Geraldo,
guarda municipal há 17 anos, que
se prontificou a ir ao encontro do
menor. Abordou-o e encontrou o
celular roubado. Apreendeu os
dois e levou-os para a delegacia,
em companhia da mãe e de Esterzinha. Era preciso fazer a queixa.
Nessa hora, Mário começou a
chorar. Negava o roubo evidente.
A mãe titubeou, quis desistir da
queixa, mas o guarda foi incisivo:
“Esses meninos deveriam trabalhar na TV Globo. São uns artistas. Quando apanhados, choram,
esperneiam, negam tudo”. O delegado entrou em cena. Procurou
pelos antecedentes do menino de

Especial para a BOA VONTADE

13 anos. Era a quinta entrada dele
na delegacia, por furto e até invasão de um domicílio, na Gávea.
Disse a autoridade: “A senhora
fica com pena dele, mas se há
cinco registros aqui é porque ele
já deve ter participado de mais de
50 assaltos. As pessoas não dão
queixa e isso vai se agravando”.
Descobre-se, então, que o “di
menor”, como ele se qualifica,
está no 5o ano da Escola Municipal Henrique Dodsworth. Estuda de manhã e assalta à tarde.
Depois, leva o produto dos furtos
ou roubos para vender na comunidade da Rocinha. Um bom celular
vale 100 reais no mercado negro.
Mário Jr. tem mãe, que trabalha
o dia todo. Quem teoricamente
toma conta dele é a tia, que foi
procurada para vir buscá-lo na
delegacia. Iria ouvir um sermão do
delegado, mas esse estava desanimado. Segundo ele, a legislação
que rege a ação dos menores é
bastante frouxa. Se o menino não
é educado em casa nem recebe as
lições devidas na escola, vai crescer na senda do crime. Não estaria
na hora de dar uma ampla revisão
no Estatuto da Criança e do Adolescente? A sociedade sofre com
essas brechas inconcebíveis.
BOA VONTADE

29
Cinema
Vida plena

Filme

ensina
inclusão
Produção premiada que reúne
atores com síndrome de Down
tem exibição especial na ONU

Da Redação

Cena do
filme
Colegas

30

BOA VONTADE
Vivian R. Ferreira

Rita Pokk, Ariel Goldenberg e Breno Viola, no set do
filme Colegas, em Paulínia/SP. No destaque, o cinesta
Marcelo Galvão.

Aleksandra Zakartchouk

O

Brasil tem cerca de 300 mil
pessoas com Down, segundo a Federação Brasileira
das Associações de Síndrome de
Down. Muitas delas trabalham,
estudam, namoram, têm vida
social plena. É o caso dos atores
Ariel Goldenberg, Rita Pokk e
Breno Viola, protagonistas do filme Colegas, do roteirista e diretor
Marcelo Galvão.
Em julho, o filme (Buddies,
título em inglês) teve exibição
especial durante a 6a Conferência
de Estados Partes da Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, na sede da ONU em
Nova York (EUA). A sessão foi
uma iniciativa do Unicef (Fundo
das Nações Unidas para a Infância) e da Missão do Brasil junto
às Nações Unidas, acompanhada
por delegações oficiais e representantes de ONGs presentes na
conferência. Anualmente, participam desse encontro os países que
ratificaram a Convenção sobre os
Direitos da Pessoa com Deficiên­
cia da ONU.
Em entrevista ao programa
Sociedade Solidária, da Boa
Vontade TV (canal 20 da SKY),
o cineasta falou sobre a experiência de dirigir jovens atores
com Down. “Eu escrevi um filme
que não fala sobre síndrome de
Down, deficiência, mas que fala
sobre sonhos. Todo mundo sonha,
todo mundo quer ir atrás de seus
sonhos. Então, é um filme inspirador e uma comédia, um filme
para cima”, afirmou.
Galvão lembra que a ideia para
o filme surgiu por causa de um tio
dele com essa síndrome. “Passei

grande parte da minha infância
convivendo com ele, e eram momentos mágicos para mim. (...)
Ele tinha o coração gigantesco,
era um cara divertido, acreditava
que tudo era possível. Então, esse
astral positivo, esse astral para
cima era o que eu queria dar ao
filme.”
Grandes amigos, os personagens Stallone, Aninha e Márcio
— interpretados por Ariel, Rita
e Breno — vivem juntos em um
instituto para pessoas com Down.
Na história, eles decidem certo dia
sair dali para realizar cada um seu
sonho, inspirados por filmes que
já tinham visto na videoteca do local, em especial Thelma & Louise
(1991). Então, eles roubam o carro
do jardineiro (Lima Duarte) e
fogem. A imprensa e a polícia vão
atrás do trio, determinado a viver
grandes aventuras em busca dos
próprios sonhos.

“Antigamente,
a gente era
tratado como
coitadinho,
como
mongoloide,
mas a gente
não é nada
disso. A gente
só quer ser
reconhecido
pelo nosso
trabalho. Fico
emocionado.”
Ariel Goldenberg
ator

BOA VONTADE

31
Cinema

Muito além da telona

Divu

o
lgaçã

Amanda Amaral Lopes,
24 anos.
Primeira baiana com
síndrome de Down a
concluir um curso de nível
superior.
Moradora de Vitória da
Conquista, a jovem contou
com o apoio da família
para vencer o preconceito.
Formada em Biologia, ela já
planeja a pós-graduação na
área de genética. A festa de
formatura foi em maio.

Débora Araújo Seabra de Moura,
32 anos.

32

BOA VONTADE

ação

Aclamado

Divulg

Arquivo pessoal

São muitos os exemplos de superação e de novas
conquistas de pessoas com Down. A seguir, três
casos que chamaram a atenção no noticiário.

Para o diretor, os cinco minutos
iniciais dessa produção já mostram
que é possível fazer bons filmes
tendo atores com essa síndrome ou
outras deficiências. “Você esquece
que eles têm síndrome de Down,
você entra na aventura, vibra,
chora, ri com eles, mas com eles
como atores, como personagens do
filme, não como três garotos com
síndrome de Down.”

Ángela Bachiller,
29 anos.
Primeira pessoa com
Down a tomar posse
como vereadora na
Espanha, na cidade de
Valladolid.
A solenidade de
posse da auxiliar
administrativa
municipal ocorreu em
julho, ao substituir um
vereador afastado por
motivo de corrupção.

Moradora de Natal/RN, a primeira
professora com Down do Brasil
estudou na rede regular de ensino.
Em agosto, lançou o livro Débora
conta histórias.
A obra é dirigida às crianças e traz
fábulas que tratam do tema da
inclusão. Preconceito, rejeição,
confiança e amizade estão nos
contos sobre os animais de uma
fazenda e seus problemas, a exemplo
do sapo deficiente, da galinha surda
e do passarinho de asa quebrada.

Em 2012, Colegas recebeu o
Kikito de melhor filme na 40a edição do Festival de Cinema de Gramado, além dos prêmios de direção
de arte e especial do júri, para os
três jovens atores. Mais importante
que esse reconhecimento, na opinião do cineasta, é a receptividade
do espectador. “O filme dialoga
não só com os sindrômicos, não só
com a família deles, mas também
com outras pessoas que também
têm sonhos”, explicou.
Em junho deste ano, nos
Estados Unidos, a produção recebeu a aclamação do Brazilian
Film Festival of New York com
o título de melhor filme do festival, na escolha do público. O
premiado longa-metragem, que
coleciona conquistas também
em festivais de cinema no Chile,
Rússia, Itália e Portugal, chegou
às locadoras brasileiras neste
semestre, e em outubro começa
a venda do DVD.
O diretor Marcelo Galvão já
cogita um novo trabalho, que
se chamará “Cadeirantes”: “Um
filme três vezes maior que Colegas, um projeto totalmente de
inclusão social”. O realizador
O Brasil terminou o Campeonato
Mundial de Atletismo Paraolímpico
com 40 medalhas, sendo 16 de ouro,
10 de prata e 14 de bronze. O país ficou em terceiro lugar na classificação
geral do mundial, no mês de julho,
disputado em Lyon, na França. Um
dos destaques dessa campanha foi o
velocista Lucas Prado, responsável
por duas medalhas de ouro: 100 m
T11 e 200 m T11 (categoria para
deficientes visuais).
Nascido em Poxoréo/MT, em
1985, Lucas é um exemplo de garra
e superação. Na adolescência, teve
de enfrentar uma situação dramática: a perda da visão. Contudo,
foi buscar forças no esporte para
seguir em frente. A seguir, ele conta
um pouco de sua história, digna de
medalhas.
BOA VONTADE — Quando você
perdeu a visão?
Lucas Prado — A partir dos 17
anos fui perdendo minha visão de
forma gradativa devido a um descolamento de retina em uma das
vistas; depois, [na outra vista] fui
acometido por coriorretinite macular
[inflamação no fundo do olho]. Entrei em depressão... tive vontade de
cometer suicídio, porém, o esporte
me proporcionou uma nova chance
de viver.

imaginou como argumento uma
cidade de cadeirantes, onde todos
os habitantes andam de cadeiras

Saulo Cruz

Lucas Prado
superação no esporte
Em 2012,
Lucas Prado
(E) conquista
duas medalhas
de prata
nos Jogos
Paraolímpicos
de Londres.

BV — Qual é a principal dificuldade para uma pessoa com deficiência
visual?
Lucas — No meu caso era aceitar
que estava cego, que não enxergaria
mais. É comum vermos pessoas que
não aceitam suas deficiências; esse
preconceito contra si próprio é o pior
deles. Também existem as barreiras
que as pessoas colocam para o deficiente. Hoje, causo impacto por realizar as mesmas coisas que uma pessoa
sem deficiência faz, como utilizar o
computador, ir ao banheiro sozinho, ir
à rua, pegar o ônibus, viajar etc.

e quem me ensinou a utilizar o
computador. Eu costumo dizer que,
se hoje me oferecessem a cura para
minha deficiência, não aceitaria, pois
acredito que me tornei uma pessoa
melhor, que topa qualquer desafio.

BV — Então, a sociedade precisa
se tornar mais inclusiva...
Lucas — Muitos acreditam que o
deficiente não é capaz de realizar as
mesmas atividades de uma pessoa
dita normal. Talvez não saibam, mas
meu professor de locomoção é cego,
bem como minha professora de braile

BV — Até esse mundial em Lyon,
quais foram seus principais resultados?
Lucas — Em 2008 conquistei
três medalhas de ouro nas Paraolimpíadas de Pequim, na China.
Em 2012, participei dos Jogos
Paraolímpicos de Londres e trouxe
duas medalhas de prata. Essa foi
até minha participação mais difícil,
por competir com um músculo da
coxa rompido. Neste ano, conquistei mais duas medalhas de ouro e
ainda quebrei meu próprio recorde
de 11s03, atingindo 10s99 no
Mundial de Atletismo Paraolímpico
na França.

de roda e só um anda em pé. Essa
pessoa é o “deficiente” naquele
lugar, sofre preconceito e outros

tipos de discriminação. “É uma
inversão da forma de como se vê
a sociedade hoje.”
BOA VONTADE

33
Fotos: Maria do Socorro

Acontece no Amazonas

M a n a u s / a m

Encanto pela poesia

Oficina da LBV diverte a criançada com atividade de leitura e escrita

N

o livro Poemas para Brincar,
o escritor e poeta José Paulo
Paes fala sobre o que significa, para ele, fazer versos: “Poesia/
é brincar com palavras/ como se
brinca/ com bola, papagaio, pião./
Só que/ bola, papagaio, pião/ de
tanto brincar se gastam./ As palavras não:/ quanto mais se brinca/

Da Redação

com elas/ mais novas ficam./ Como
a água do rio/ que é água sempre
nova./ Como cada dia/ que é sempre
um novo dia”.
Foi assim, sob a inspiração da
experiência poética, que a equipe
do programa socioeducacional
LBV — Criança: Futuro no Presente!, em Manaus/AM, iniciou em

agosto a oficina “Varal de Poesia —
Haikai*”.
O projeto foi concebido com
o objetivo de “fazer com que as
crianças se envolvam e passem a
gostar da leitura e aprimorem sua
escrita e fala”, diz a pedagoga Paula
Figueiredo dos Santos, responsável
por conduzir a atividade. Participam

* Haikai — O termo japonês indica forma de poesia surgida no século 16 no Japão. No Brasil, criou-se uma versão desta com métrica e
acentuação adaptadas.

34

BOA VONTADE
dessa ação meninas e meninos de 6
a 12 anos de idade, em situação de
vulnerabilidade, em período complementar ao da escola.
Nessa iniciativa, os pequenos têm
a oportunidade de conhecer poemas
infantis de Vinicius de Moraes e
Cecília Meireles, grandes poetas da
língua portuguesa. “Depois, com o
objetivo de aguçar a criatividade,
a imaginação e a interação, foi a
vez de falar da poesia haikai, da
cultura japonesa, com uma métrica
construída por 17 sílabas, divididas
em três versos e que fala somente
sobre a Natureza”, explicou a educadora.
Ao todo, 50 crianças iniciaram
a oficina, e os primeiros resultados
do trabalho empolgaram a garotada.
Elen Cristina Mendonça, de 11
anos, do 5o ano do ensino fundamental de uma escola pública, não
cansa de dizer que “gosta muito de
poesia”. O aprendizado já lhe rendeu
elogios: “A minha professora no
colégio disse que minha leitura melhorou bastante”. O colega dela Davi
Nunes da Silva, de 10 anos, não
perde nenhuma atividade. “Eu acho
muito legal, aprendo mais sobre a poesia japonesa e posso evoluir. Tenho
hoje um vocabulário maior. Sei que
haikai é composto pelos vocábulos
hai, significa ‘brincadeira, gracejo’,
e kai, ‘harmonia, realização’.”
Mobilização, pesquisa e construção poética são as etapas que compõem o projeto. Segundo a pedagoga
Paula Figueiredo, a cada encontro as
crianças aprendem mais a respeito

Visite, apaixone-se

e ajude a LBV!

1
(1) Vista parcial
da fachada da
unidade da
LBV na capital
do Amazonas.
(2) No varal
de poesia, o
resultado da
criatividade da
garotada.
2

do repertório poético de autores
nacionais e do Japão; em seguida,
são incentivadas a também escrever
um poema. Para Igor José Lima
Bentes, 11 anos, aluno do 4o ano do
ensino fundamental, poetar é um
desafio. “É complicado fazer a rimação que a poesia precisa, pensar
em várias palavras, porque a poesia
tem um diálogo. Ela pode ser sobre
vários temas... ser romântica, engraçada, alegre, que é a que eu mais
gosto. Estou muito empolgado.”

A realização de um sarau em
novembro, no Centro Comunitário
de Assistência Social da Legião da
Boa Vontade na capital amazonense, marcará o encerramento da oficina. O evento, aberto ao público,
celebrará a criatividade infantil,
trazendo declamações das poesias
produzidas ao longo do projeto. Na
ocasião, será entregue um livreto
com o material produzido pelos
meninos e meninas atendidos pela
Instituição.

Em Manaus/AM, o Centro Comunitário de Assistência Social da LBV está localizado
na Av. Presidente Castelo Branco, 997, Cachoeirinha — tel. (92) 3215-7930.
BOA VONTADE

35
Mulher
Ana Paula Padrão

Equilíbrio
e decisão

De jornalista a empresária, Ana Paula Padrão
dedica-se à igualdade de gênero que contemple o melhor das
diferenças e os valores da mulher na família e no trabalho.
Angélica Beck e Leila Marco

P

essoa decidida, empenhada em ser feliz e disposta a
compartilhar esse sentimento
com todos ao seu redor. Com esse
mesmo entusiasmo, a jornalista
e empresária Ana Paula Padrão
valoriza a busca do equilíbrio
entre a atividade profissional e a
vida familiar e afetiva. Para isso,
não hesitou em deixar a TV (onde
comandou telejornais nas maiores
emissoras do Brasil) para se dedicar unicamente à sua produtora
de conteúdo Touareg e ao Tempo
de Mulher, um portal que oferece
serviços e promove palestras e
pesquisas com foco no público
feminino.
Com o novo projeto, a ideia é
estabelecer uma plataforma espe-

36

BOA VONTADE

cializada que favoreça a mulher
no ambiente de trabalho. Isso por
meio de “programas e práticas que
tornem essa tripla jornada feminina mais fácil, que deem conforto
para ela na hora de ter um filho, e
não ter que voltar correndo para
o trabalho pelo medo de perder
aquela função”, explicou. Para
Ana Paula, essa é uma forma de
pensar em um futuro melhor para
o Brasil, com boa educação para
as crianças e menos violência e
corrupção, pois investe na família,
elemento fundamental na construção de uma sociedade mais justa
e fraterna.
Em setembro, a jornalista esteve nos estúdios da Super Rede
Boa Vontade de Comunicação

(rádio, TV, internet e publicações)
na capital paulista para participar
de sessão de fotos e gravação de
um vídeo institucional da Campanha Natal Permanente da LBV —
Jesus, o Pão Nosso de cada dia!.
Todos os anos, a iniciativa mobiliza artistas, personalidades da mídia
e o povo brasileiro para uma ajuda
especial a quem mais precisa. A
meta da campanha é arrecadar 900
toneladas de alimentos não perecíveis para entregar a mais de 50 mil
famílias de baixa renda. Durante a
visita, Ana Paula conversou com a
equipe da BOA VONTADE.

BOA VONTADE — Como é para
você participar da campanha
do Natal Permanente da LBV?
Priscilla Prade

BOA VONTADE

37
Vivian R. Ferreira

Mulher

Angélica Beck, da Super Rede Boa Vontade de Comunicação, entrevista
Ana Paula Padrão.

Ana Paula Padrão — É uma
honra estar aqui com vocês. Multiplicar a solidariedade é fazer uma
sociedade melhor. A gente é atropelado todos os dias pela nossa rotina,
pelos nossos interesses... É claro
que precisamos construir e produzir coisas todos os dias para fazer
a sociedade andar, o país crescer,
mas não é só isso. É realizar isso
sem atropelar o outro. Temos que
olhar com Boa Vontade quem está
ao nosso lado, prestar algum tipo de
solidariedade a quem precisa. Não
é necessário só fazer doações de
alimentos, de roupas; se você doar
carinho, todo dia, como sociedade
a gente seria melhor, mais nobre,
menos egoísta, autocentrada. Isso
faz um mundo melhor, mais equilibrado, justo, menos corrompido.
O tecido social só fica mais ligado,
menos destruído, se você efetivamente ama as pessoas.

BV — Seu atual momento profissional é dedicado ao público
feminino. Como essa jornada
teve início?
38

BOA VONTADE

Ana Paula — Eu comecei há
muitos anos a fazer pesquisas sobre a mulher brasileira. Primeiro,
para satisfazer uma curiosidade
minha de jornalista. Eu sabia que
o sexo feminino estava passando
um momento diferente daquele da
mulher dos anos 1980, que saiu de
casa para trabalhar e que, muitas
vezes, esqueceu o seu lado feminino, a maternidade. Foi a época das
produções independentes [ter um
filho sem parceiro]. Era como se
não fosse importante ter família; ou
seja, fazer tudo sozinha e trabalhar
como homem, imitando os padrões
masculinos, inclusive porque não
tínhamos modelo feminino para
copiar. A partir do ano 2000, a
mulher começou uma tentativa de
resgate de valores eminentemente
femininos, de prestar atenção nela
mesma de novo.

BV — Como tem sido a recepção
do público a esse lado empreendedor?
Ana Paula — Sinto que maior
do que imaginava. Eu tenho uma

ligação muito forte com as mulheres. Nunca escondi do público
o que queria fazer e os meus momentos de felicidade e de infelicidade, de mudanças na minha vida,
de recuperar determinadas coisas
que deixei para trás. (...) Então,
como minha relação sempre foi
de transparência com o público,
tive um retorno muito grande. Isso
é bom, porque sem credibilidade
não se chega a lugar nenhum nessa área. A comunicação tem sido
muito boa com essa mulher da
classe média brasileira, a exemplo
da comunicação com as mulheres
que estão em grandes corporações
e podem disseminar nessas empresas um ambiente de trabalho mais
favorável para nós... por meio de
programas e práticas que tornem
essa tripla jornada feminina mais
fácil, que deem conforto para ela
na hora de ter um filho, e não ter
que voltar correndo para o trabalho pelo medo de perder aquela
função.

BV — E o papel da comunicação
social nesse processo?
Ana Paula — A comunicação
é sempre muito importante. Muita
gente diz: “Ah, o jornalismo vai
acabar... A comunicação já não é a
mesma. A notícia está se banalizando”. Eu até entendo, mas discordo.
A notícia é um produto tão nobre,
tão necessário, que nunca vai acabar. Podem mudar as plataformas,
os interlocutores, a maneira de
absorvê-la, mas a sociedade vai
sempre precisar da notícia. Quanto
mais democrática for a notícia, melhor, pois a mais pessoas chegará e
mais benefícios levará.
em geral, é o que se entende por
gestão masculina, aquela na qual
um currículo é o que vale uma
vaga e pronto. O que se entende
por gestão feminina são pessoas
e talentos adaptados aonde vão
produzir bem. Isso é aproveitar
melhor a capacidade de homens
e mulheres. Com isso eu estou
dizendo que a gente não deva dividir todo o resto? Não! Temos de
dividir, sim! É tanto responsabilidade do homem quanto da mulher
educar direito uma criança, amar
um filho, sustentar uma família.
(...) Agora, a gente pode
trabalhar essa igualdade de gêneros
aproveitando o

“Usar a minha imagem a favor
de uma bela causa e saber que
com isso estou proporcionando
um fim de ano melhor para
tanta gente que realmente
precisa é uma emoção. Esses
30 anos em que fiquei exposta
na televisão fizeram com que
as pessoas acreditassem em
mim, e essa credibilidade é o
que eu doo para a LBV e para
essas famílias que terão
um Natal mais feliz. Por
isso, meus colegas e eu
estamos participando desta
campanha.”

melhor das diferenças e unindo o
melhor dos resultados.

BV — Como a mulher deve lidar com as jornadas duplas ou
triplas?
Ana Paula — Quando está sobrecarregada, a última coisa que
ela olha é para si mesma. Vamos
ser honestas... a gente está feliz? É
uma pergunta que me faço todos os
dias e tento responder. Toda vez que
rompo com alguma coisa que está
me fazendo mal, é porque olhei para
mim e falei assim: “Não dá! Estou
sobrecarregada, não estou feliz!”.
Então, toda vez que vejo mulheres reclamando muito:
“Não dá tempo para nada!

João Periotto

BV — A igualdade de gênero é
possível?
Ana Paula — Nós somos
diferentes, homens e mulheres.
Enquanto tentamos provar que
éramos iguais, deu tudo errado. O
feminismo foi importante inicialmente porque abriu muitas portas
para todas nós. Todo movimento
radical tem que quebrar alguns
tabus e ser exagerado, senão ele
não provoca a mudança necessária. Agora é tempo de fazer outro
caminho, tempo de entender as
diferenças e utilizá-las da melhor
maneira possível. No ambiente
de trabalho, por exemplo, os
homens são mais focados, mais
hierarquizados. Numa empresa
Mulher

Arquivo pessoal

Divulgação

Alma de repórter

Eu tenho tanta coisa para fazer!”, eu
penso que é muita responsabilidade
para ela fazer essa mudança, olhar
para si e dizer: “Onde está o ponto de
infelicidade? Eu dou conta disso tudo
ou só estou querendo ter o respeito
social porque sou uma mulher que
conseguiu fazer tudo?”. Esse negócio
de supermulher ficou fora de moda. E
veja que eu não estou sugerindo que
a mulher pare de trabalhar e volte
para casa, não. Mas que ela procure
com seu companheiro, com seu chefe e sua empresa as condições mais
favoráveis para que trabalhe bem.
Esse é um movimento muito forte
na Europa e nos Estados Unidos. O
Brasil não pode abrir mão da força de
40

BOA VONTADE

Uma das jornalistas mais
conceituadas do país, Ana
Paula Padrão nasceu e
cresceu em Brasília/DF.
Foi correspondente
internacional em Londres
(Reino Unido) e Nova York
(Estados Unidos). Nesse
período, cobriu a Guerra
do Kosovo, na década
de 1990; o fim do regime
talibã no Afeganistão, em
2001; e as consequências
do acidente nuclear na
usina de Tokaimura, no
Japão, em 1999. Ganhou
notabilidade ao observar
a alma feminina em suas
reportagens, mostrando
a mulher de culturas,
costumes e tradições
diferentes. Em quase 30
anos de carreira, foi âncora
de importantes telejornais
do país, na TV Globo, no
SBT e na Rede Record.

trabalho feminina, tampouco deixar
de ter crianças bem-educadas, lares
estáveis; a sociedade é feita de famílias. Ou o homem começa a dividir as
coisas com a mulher, e as empresas
dão mais condições para que a gente
seja profissional, mulher e mãe, ou a
sociedade não vai acontecer, ela vai
ficar um tecido esgarçado e não vai
chegar a lugar nenhum.

BV — O equilíbrio é a chave para
o sucesso na vida profissional e
pessoal?
Ana Paula — Tanto a mulher
como o homem precisam de paz de
espírito, ter tranquilidade, para ser
uma pessoa equilibrada emocional-

mente. O tempo passa muito rápido,
e quando a gente vê, não aproveitou
o melhor. O mundo da produtividade
do trabalho exige um tempo muito
diferente daquele para ver uma
criança crescer, e temos de equilibrar
essas coisas. Pais querem ser pais,
mães querem ser mães, como é que
se faz a amarração dessas coisas?
Para que todas elas aconteçam em
seus ritmos, é necessário um dividir
com o outro. Assim, não teremos de
ficar 28 horas plugadas por dia, porque diariamente só temos 24 horas e
precisamos dormir, descansar, amar
e sermos amadas. A vida solitária é
mais pobre... uma vida mais difícil.

BV — Que mensagem deseja
transmitir aos leitores da BOA
VONTADE?
Ana Paula — Eu espero sinceramente que a sociedade evolua
para mais equilíbrio. Não dá para
passar por essa vida só trabalhando
e também não dá para ficar só vendo
os outros fazendo isso. Todo mundo
quer produzir alguma coisa, quer
ver a sua obra ficar. Mas à custa de
quê? Em que velocidade? É nisso
que precisamos pensar. É muito
importante para a mulher hoje fazer
parte de uma sociedade produtiva,
e isso se dá de várias maneiras. O
homem também precisa ver o quanto
é importante, legal, e quanto gera
de felicidade ter um tempo para os
filhos, para a casa. Esse encontro
vai acontecer de uma maneira mais
fácil se cada um chegar ao meio da
questão e parar de ficar um pouco
nas pontas. Eu espero que isso ocorra
naturalmente e, daqui a uma geração,
possamos finalmente falar de outros
assuntos.
Gigante

Trabalho da LBV cresce
e supera 10,2 milhões
de atendimentos e
benefícios em 2012.
Com a sua ajuda, essa
marca será superada
em 2013!

como o povo

8%

16%
5%
5%

58%

8.508.482

9.434.943

10.255.833

2008

8%

8.016.758

Número
de atendimentos e
benefícios prestados
pela Legião da
Boa Vontade de
2008 a 2012

7.487.023

brasileiro
2009

2010

201
1

2012

Há duas décadas, a Legião
da Boa Vontade tem seu
balanço geral auditado pela
Walter Heuer (auditores
externos independentes), por
iniciativa de José de Paiva
Netto, diretor-presidente
da LBV, muito antes de a
legislação que exige essa
medida entrar em vigor.

Atendimento (por faixa etária)
0 a 5 anos
6 a 15 anos
Mais de 70% do trabalho
15 a 17 anos
socioeducacional da
LBV beneficia crianças e
18 a 25 anos
adolescentes
26 a 59 anos
mais de 60 anos

Fonte: Superintendência Socioeducacional da LBV

Ajude! www.euajudoamudar.org
Acontece em Santa Catarina

Desafios
S ã o

j o s é / S C

da maternidade
Fabíola Bigas e Mariane de Oliveira
Fotos: Derli Francisco

Programa da LBV
ajuda gestantes
a superar
inseguranças
dessa fase com
afeto, informação
e permanente
apoio.
42

BOA VONTADE

A

maternidade costuma ser
uma experiência rica e marcante na vida de toda mulher.
Mas também quase sempre implica
mudanças no estilo de vida em face
das novas responsabilidades do
papel de mãe. Se não bastasse certa
insegurança comum nessa fase,
a realidade brasileira mostra que
muitas gestantes ainda não contam
com acompanhamento médico de
qualidade e recursos materiais
necessários para cuidar do bebê.
Por isso, na Legião da Boa Vontade, futuras mamães e mulheres

com filho de até 1 ano, de famílias
em situação de risco social, recebem amparo material e orientação
por meio do programa Cidadão-Bebê. As gestantes participam
de oficinas e palestras educativas
sobre o cuidado com a criança e
sobre a importância dos vínculos
familiares, entre outros temas.
Também ganham, na etapa final
do curso, um enxoval para elas e
para o bebê.
Uma das cidades em que esse
trabalho ocorre é São José, na
região metropolitana de Floria-
Equipe da Record News
SC registra a entrega dos
enxovais às gestantes
atendidas pelo
programa Cidadão-Bebê, da LBV. A
reportagem completa
foi exibida no Jornal
do Continente,
apresentado pelo
jornalista Jota
Pacheco.

nópolis/SC. Lá, o atendimento
às mamães está sendo ampliado
graças à inauguração de novas
instalações do Centro Comunitário
de Assistência Social da LBV. Com
mais esse espaço, a expectativa
é a de continuar expandindo as
atividades que promovem cidadania e favorecem a autoestima e a
inserção sociocultural das pessoas
e famílias atendidas.
Agradecida pelo apoio recebido
na Instituição, Jussara dos Santos,
do primeiro grupo de mulheres
assistidas pelo programa neste ano,

Sobre São José
Quarta cidade mais populosa de Santa Catarina, São José
localiza-se na região metropolitana de Florianópolis, capital do
Estado. O município conta com 215.278 habitantes, de acordo
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, estimativa de 2012). A base da economia josefense está no comércio, na
indústria e no setor de prestação de serviços, com destaque para
atividades geradoras de renda, como a pesca artesanal. Ao mesmo
tempo em que hoje a cidade experimenta rápido crescimento do
mercado imobiliário e forte verticalização, também enfrenta muitos
problemas decorrentes da desigualdade social.

BOA VONTADE

43
Acontece em Santa Catarina

“Aprendi muita coisa na LBV”
Em 30 de agosto, o Centro Comunitário da LBV em São José
promoveu um encontro festivo para
marcar a entrega de enxovais e do
certificado de participação no programa Cidadão-Bebê ao segundo grupo
de gestantes atendidas. Na ocasião,
agradeceram à Instituição a oportunidade de vivenciar um espaço único,
de aprendizado e confraternização.
A atendida Michele Silva*, 28
anos, mãe de Mateus, Juliana e Igor,
lembrou como era sua vida antes de
participar do programa. “Eu era uma
pessoa depressiva, não conseguia
trabalhar, só chorava. Ficava dentro
de casa, porque não queria sair
durante a minha gravidez. (...) Já

estava quase perdendo meu bebê,
tanto que fiquei quase um mês internada antes de tê-lo. Eu não estava
aceitando o meu neném.”
Com o apoio da Instituição,
Michele passou a enxergar a maternidade de modo diferente: “Eu agradeço
muito à LBV. Eu estava com depressão, e a equipe da LBV me ajudou
bastante. Através das palestras, da
ajuda da assistente social, tive vontade de ter o meu filho e vi que não era
nada daquilo que eu pensava. A LBV
me ajudou a ver que eu posso trabalhar, me reunir com outras pessoas...
Agora eu estou bem feliz”.
O aprendizado de Michele foi
logo posto em prática no cuidado

dos filhos, o que incluiu a técnica
da amamentação. “Eu já sou mãe
de segunda viagem, mas não sabia
amamentar direito. O banho, as dores, tudo sobre o bebê eu aprendi;
foi tudo novo.”
Ela e outras atendidas também
ressaltaram a importância daqueles
que contribuem para tornar o trabalho socioeducacional da LBV uma
realidade diária. “Eu agradeço, em
nome de todas as mães, aos colaboradores. Não deixem de ajudar,
por menor que seja a quantidade,
porque é muito importante. Desde
uma fralda até um pão, um quilo de
arroz, de feijão, o que vocês ajudam
para nós é tudo”, destacou.

* Foram usados pseudônimos, a fim de preservar a identidade da atendida e de seus filhos.

Mortalidade infantil
cai 77% em 22 anos
De acordo com levantamento do
Unicef, divulgado em setembro, a
taxa de mortalidade infantil no Brasil
— compreendendo crianças de até 5
anos — caiu 77% entre 1990 e 2012.
Segundo o Relatório de Progresso 2013
sobre o Compromisso com a Sobrevivência
Infantil: Uma Promessa Renovada, o
número de mortes a cada mil crianças
nascidas vivas caiu de 62, em 1990, para
14, em 2012. Com isso, o país passou a
ocupar o 120o lugar de um ranking com
mais de 190 nações. A queda do índice
possibilitou ao Brasil o cumprimento do
Objetivo de Desenvolvimento do Milênio
4 (ODM 4) — reduzir a mortalidade na
infância — quatro anos antes do prazo
estabelecido.

44

BOA VONTADE

declarou: “Na LBV aprendi muitas
coisas, como o cuidado com o bebê,
a importância da amamentação. Nas
oficinas de artesanato, aprendi a
fazer biscuit, toalhinhas”. Segundo
ela, as lições aprendidas no curso
serão passadas ao filho. “Espero que
ele seja um incentivador do Bem,
porque esse é o espírito da LBV,
formar cidadãos de bem. Quero que
meu filho seja estudioso, trabalhador
e cumpridor de seus compromissos.”

Semeando o Bem

A nova unidade socioeducacional da LBV em São José possibilitou a ampliação da capacidade de
atendimento em cerca de 70% na
Grande Florianópolis. Com isso,
aumenta o alcance do programa Espaço de Convivência, que beneficia
jovens e adultos.

Na cerimônia que marcou a
entrega do novo espaço, em 9 de
julho, estiveram presentes colaboradores e parceiros da Instituição,
autoridades locais e a imprensa.
Na ocasião, o secretário de Assistência Social de São José, Lédio
Coelho, representando a prefeita Adeliana Dal Pont, afirmou:
“À Legião da Boa Vontade, nossos
parabéns em nome do município! E
desde já nos colocamos à disposição para grandes parcerias, porque
feliz é aquele que pode fazer o Bem,
e a LBV tem feito isso não só em São
José, mas também no mundo”. E
acrescentou: “Enquanto as crianças cantavam, eu estava pensando
que é possível mudar, é possível
vencer, porque o Bem sempre vence
o mal. E a LBV planta isso no coração das pessoas”.
Fotos: Nathália Valério

Acontece no Rio de Janeiro

A partir da esquerda, Patrícia Corrêa (auxiliar de saúde bucal, da LBV)
e a equipe da UFRJ e da Apelbaum Odontologia: Telma Borzino, Dafne
Apelbaum, Sonia Groisman, Roberta Brito, Ana Catarina Loivos, Rafaela
Torres, Marcelle Viana e Lecine Borzino.

R i o

d e

j a n e i r o / r j

Mutirão de Saúde Bucal
e Cidadania Infantil

D

e acordo com vários estudos,
a cárie dentária é a doença
crônica mais comum entre estudantes de 5 a 17 anos. Atenta a essa
questão, a Legião da Boa Vontade
oferece atendimento odontológico a
Dr. Ariel Apelbaum
Dra. Sonia Groisman
crianças e adolescentes de famílias de
baixa renda em suas unidades espa- curso de Odontologia, profissionais
lhadas pelo país durante o ano todo. com especialização em Saúde ColetiNo Centro Educacional da LBV, no va e Familiar e mestrandos em Clínica
Rio de Janeiro/RJ, por exemplo, to- Odontológica, na área de orientação
dos os anos a Instituição promove o em Política de Saúde, todos ligados
Mutirão de Saúde Bucal e Cidadania à UFRJ.
Crianças e adolescentes da escola
Infantil.
e gestantes atendidas pelo programa
Neste ano, a iniciativa ocorreu
entre 7 e 11 de outubro, sob a coorde- Cidadão-Bebê, da LBV, assistiram a
nação do cirurgião-dentista e implan- palestras educativas sobre como deve
todontista dr. Ariel Apelbaum e da ser feita a escovação dos dentes, o que
doutora em Odontologia Preventiva ajuda, inclusive, na prevenção de males como diabetes e doenças
e professora da Universidade
cardiovasculares.
Federal do Rio de Janeiro
“É uma ação pioneira,
(UFRJ) Sonia Groisman. O
de longo prazo, investigando
mutirão contou também com
e tentando traçar um projeto
a presença da fonoaudióloga
para que as crianças realGenise Ferreira, além de
Genise Ferreira
mente não precisem de um
alunos do último período do

trabalho restaurador. Trazemos a prevenção para que tenham um sorriso
bonito e saudável”, afirmou à BOA
VONTADE o dr. Ariel Apelbaum.
O cirurgião-dentista externou a
satisfação de participar do mutirão:
“Sinto-me lisonjeado em colaborar
com a LBV, trabalhar com essas
crianças e ver o sorriso e tudo o
que vocês têm feito para elas. Isso
aumenta o meu carinho não só pela
LBV, mas também por todo o serviço
que faz, no Rio e em todo o Brasil”.
A dra. Sonia Groisman destacou,
na ocasião, a qualidade do serviço
prestado pela Instituição. “O trabalho da LBV é muito bonito; não só
o odontológico, mas toda essa ação
de inserção social.” E completou a
professora: “Essas crianças têm a
facilidade de ter o atendimento no
ambiente escolar; os pais não precisam levá-las em lugar nenhum. Isso
é a construção da cidadania, de ter
o direito à saúde. O que a LBV faz é
de fundamental importância”.
BOA VONTADE

45
ONU
Participação brasileira

46

BOA VONTADE
UN Photo/Jean-Marc Ferré

organização das nações unidas

Solidariedade

ecumênica
para o
desenvolvimento

sustentável
Recomendações da LBV
são apresentadas oficialmente na Reunião
de Alto Nível do Ecosoc/ONU em Genebra
Wellington Carvalho

U

Sala do Conselho de Direitos Humanos e
da Aliança das Civilizações no Palais des
Nations, em Genebra, reestilizada pelo
artista espanhol Miquel Barceló, em
2008. Na ousada obra, Miquel recobriu
a abóbada da sala com o efeito de
estalactites multicoloridas de alumínio,
que mudam de tom dependendo do
lugar de onde são vistas.

m dos seis órgãos principais da Organização das Nações
Unidas — ao lado da Assembleia-Geral, do Conselho de
Segurança, do Conselho de Tutela, da Corte Internacional
de Justiça e do Secretariado —, o Conselho Econômico e Social
(Ecosoc) reúne representantes de países membros da ONU e organizações da sociedade civil para a discussão dos desafios econômicos,
sociais e ambientais do planeta. De 1o a 4 de julho, em Genebra,
Suíça, a Reunião de Alto Nível do Ecosoc, importante encontro
anual da ONU, promoveu debates entre autoridades mundiais em
torno do tema “Ciência, Tecnologia e Inovação, e o potencial da
cultura na promoção do desenvolvimento sustentável e no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”.
De acordo com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, “ciência, tecnologia e inovação desempenharão um papel
fundamental na condução do desenvolvimento sustentável”. Por
isso, esses elementos deverão ter um papel cada vez mais importante
na agenda colaborativa internacional, tendo em vista os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conjunto de metas globais
que podem entrar em vigor em 2015.
BOA VONTADE

47
UN Photo/Jean-Marc Ferré

ONU

2

Fotos: Arquivo BV

1

(1) O secretário-geral das Nações Unidas, Ban
Ki-moon, é saudado por Adriana Rocha, da
LBV, enquanto recebe a edição especial da
BOA VONTADE, em inglês. Atencioso, folheou
a publicação e reafirmou sua admiração pelo
trabalho da Instituição. (2) Juan Manuel
Santos Calderón (D), presidente da Colômbia,
com o representante da LBV. Em Genebra,
Calderón discursou na Sessão Substantiva do
Ecosoc. (3) Recebem as recomendações da LBV,
em inglês, a nigeriana Amina J. Mohammed
(C), conselheira especial da ONU para o
Planejamento de Desenvolvimento pós-2015, e a
neozelandesa Helen Clark (D), administradora
do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD).

3

A LBV abre o pronunciamento da sociedade civil na plenária da ONU em
Genebra/Suíça. O discurso é feito por Danilo Parmegiani, representante da LBV
nas Nações Unidas.

48

BOA VONTADE

Já o presidente do Conselho Econômico e Social da ONU, Néstor
Osorio, declarou: “Ciência, tecnologia, inovação e cultura podem
impactar de forma significativa
cada uma das três dimensões do
desenvolvimento sustentável — a
econômica, a social e a ambiental. Elas apresentam enormes
oportunidades, mas (...) também
colocam desafios significativos”.
Ambos participaram da cerimônia
de abertura do encontro, acompanhados do presidente da 67a sessão
da Assembleia-Geral da ONU,
Vuk Jeremić, e do presidente da
Confederação Suíça, Ueli Maurer.
Caridade na ONU celebrada pela primeira vez
Caridade na ONU celebrada pela primeira vez
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  • 2. JUNTOS PELO DESENVOLVI 28 - 30 | Novembro | 2013 EXPO CENTER NORTE • SÃO PAULO - SP O MAIOR ENCONTRO INTERSETORIAL DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DA AMÉRICA LATINA MAIS DE 500 EXPOSITORES DE 13 SEGMENTOS MAIS DE 15.000 M² DE EXPOSIÇÃO Acesse e faça parte desse projeto: MAIS DE 150 PALESTRAS DE ALTO NÍVEL www.ongbrasil.com.br Mais informações: 11 4878-5990 ou ongbrasil@ongbrasil.com.br PATROCÍNIO APOIO tel 2738-0838 / liberomais.com.br
  • 3. MENTO SOCIAL DO BRASIL TO E V E N INS SEM F S ATIVO LUCR 5ª EDIÇÃ O FEIRA E CONGRESSO INTERNACIONAL DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, DO INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO E DA PARTICIPAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS PARCEIROS DE MÍDIA REALIZAÇÃO
  • 4. Sumário 8 30 Paiva Netto escreve: Caridade na ONU 8 Cinema — Produção premiada que reúne atores com síndrome de Down tem exibição especial nas Nações Unidas Caridade na ONU Paiva Netto 11 LBV na ONU 14 Cartas, e-mails, livros e registros 5 Opinião — Esporte 2 14 regina casé e estevão ciavatta escrevem o livro Buriti 15 Otavio frias filho lança Cinco peças e uma farsa por José Carlos Araújo A luta por vaga na Libertadores 26 Samba & história por Hilton Abi-Rihan É bamba, é do samba 29 Opinião — Educação por Arnaldo Niskier Modelo “di menor” 30 Cinema Síndrome de Down – filme ensina inclusão 34 Acontece no amazonas 15 Míriam leitão Estreia na literatura infantil 17 Edney Silvestre Exílio e identidade 17 Gerson Camarotti Os bastidores da escolha do papa 36 Mulher Ana Paula Padrão – Equilíbrio e decisão 42 Acontece em Santa catarina 45 Acontece no rio de janeiro 46 ONU Solidariedade Ecumênica para o desenvolvimento sustentável 54 Saúde 40% da população sofre algum distúrbio do sono 60 Educação Uma visão além do intelecto 18 Ruy Castro retrata desafios da vida 4 BOA VONTADE 18 Adriana Calcanhotto lança antologia poética 19 Fernando henrique cardoso Imortal da ABL 70 Ação jovem LBV Viver é melhor! Um brado de Amor à Vida!
  • 5. 54 Saúde — 40% da população mundial apresenta algum distúrbio ou síndrome do sono 60 Educação — Congresso Internacional da LBV discute o papel da Arte na Educação — Edição 2013 78 Comportamento • Sempre pela Vida (p. 78) • Arrependimento e renovação (p. 85) 87 opinião — mídia em foco por Carlos Arthur Pitombeira O debate que está faltando 90 Acontece em pernambuco 92 20 terceiro setor zeca camargo escreve autobiografia 50, Eu? Crescimento e gestão 94 Rede sociedade solidária 29 Arnaldo Niskier Modelo “di menor” 30 marcelo galvão Síndrome de Down, cinema e inclusão Financiamento e sustentabilidade 97 Acontece em minas gerais 100 Literatura Rio de livros 106 Soldadinhos de deus 108 Opinião — Congresso em pauta por Paulo Kramer No futuro, mais sociedade e menos Estado 111 Melhor Idade 54 Dra. Luciana Palombini Déficit do sono • ”Toda vez que danço me sinto feliz“ (p. 111) • Use o tempo a seu favor (p. 112) por Walter Periotto 60 mario cortella Sentimento e cidadania na Educação 78 paula fontenele Informação para preservar a Vida 114 Aprendendo português por Adriane Schirmer Entre mim e ti Canais da LBV na internet www.lbv.org.br Youtube: LBV Videos Facebook: LBV Brasil Orkut: LBV Twitter: @LBVBrasil Flickr: flickr.com/lbvbrasil 94 108 dr. AIRTON GRAZZIOLI e Dra. paula jancso fabiani Paulo Kramer Financiamento e sustentabilidade No futuro, mais sociedade e menos Estado BOA VONTADE 5
  • 6. Ao leitor A mulher profissional, a mãe e a que zela pela família são muitas vezes uma só. Facilitar a vida dessa batalhadora tornou-se um foco das novas atividades da jornalista e empresária Ana Paula Padrão. Capa desta edição, ela conduz uma produtora de conteúdo e um portal segmentado, firmado na ideia de estabelecer uma plataforma especializada que favoreça uma igualdade de gênero que contemple o melhor das diferenças e os valores da mulher na família e no trabalho. Caridade, sinônimo de Amor, é o destaque da mensagem do diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto. “(...) É o sentimento que mantém o Ser vivo nas horas de tormenta de sua existência”, defende há décadas o escritor, jornalista e radialista ao saudar o Dia Internacional da Caridade, comemorado pela primeira vez, em evento oficial das Nações Unidas, em 5 de setembro. Em seu artigo, afirma que a Caridade e a Solidariedade podem contribuir para a promoção do diálogo inter-religioso e entre pessoas de diferentes etnias e culturas, assim como para a redução dos desafios planetários, a exemplo das desigualdades sociais. A defesa da vida e a prevenção do suicídio constituem o tema de reportagem especial. Nela, são apresentadas estatísticas e a análise de especialistas sobre as causas do comportamento potencialmente suicida, que atualmente preo­ cupa por conta do aumento do número de casos, até entre os jovens. Por isso, a matéria aborda o problema em suas dimensões material, moral e espiritual. “Sucumbem em erro os que buscam o suicídio, pois a parca lhes ofuscará os olhos, que procuraram a escuridão, com mais luz, isto é, mais Vida, a lhes cobrar severas contas de antigos compromissos assumidos. Antes e depois da Vida, há Vida e as incorruptíveis Leis que universalmente a regem”, adverte o dirigente da LBV, a respeito da continuidade da Alma após a morte. O leitor encontra muito mais nesta edição: perfil da sambista Ana Costa; o cinema de inclusão de Marcelo Galvão, roteirista e diretor do filme Colegas; e o novo livro do jornalista Zeca Camargo, entre outros assuntos. Boa leitura! 6 BOA VONTADE Reflexão de BOA VONTADE O suicídio é um ato que indiscutivelmente golpeia a Alma de quem o pratica. Ao chegar ao Outro Lado, ela vai encontrar-se mais viva do que nunca, a padecer opressivas dores por ter fugido da sua responsabilidade terrena. E sempre alguém fica ferido e/ou abandonado com a deserção da pessoa amada ou amiga, em quem confiava. E é de muito bom senso não olvidarmos que no Tribunal Celeste vigora o Amor, mas não existe a impunidade. Paiva Netto Extraída da entrevista concedida à jornalista portuguesa Ana Serra, em 19/9/2008, acerca do best-seller dele Reflexões da Alma, lançado em terras lusitanas pela Editora Pergaminho, naquele ano. Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica ANO 57 • No 235 • jun/jul/ago/SET 2013 Tiragem: 50 mil exemplares Edição fechada em 10/10/2013 BOA VONTADE é uma publicação da LBV, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9o Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo. Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto — MTE/DRTE/RJ 19.916 JP Coordenação geral: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira Superintendência de marketing e comunicação: Gizelle Tonin de Almeida Jornalistas Colaboradores Especiais: Arnaldo Niskier, Carlos Arthur Pitom- beira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Paulo Kramer. Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Cida Linares, Diego Ciusz, Jefferson Rodrigues, Leila Marco, Leilla Tonin, Mariane de Oliveira, Mário Augusto Brandão, Neuza Alves, Silvia Fernanda Bovino, Vivian R. Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz. Projeto Gráfico: Helen Winkler Capa e Diagramação: Felipe Tonin e Helen Winkler Impressão: Mundial Gráfica Crédito da foto de capa: Ana Paula Padrão: João Periotto. Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 • Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados. A publicação obedece ao elevado propósito de estimular o debate dos temas relevantes brasileiros e mundiais e de refletir as tendências do pensamento contemporâneo.
  • 7.
  • 8. UN Photo/John Isaac Caridade na ONU Caridade na ONU 8 BOA VONTADE
  • 9. João Preda José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. É diretor-presidente da LBV. O representante da LBV na ONU, Danilo Parmegiani, informa-me que as Nações Unidas celebraram neste ano, pela primeira vez, o Dia Internacional da Caridade. A recém-aprovada resolução situou a data em 5 de setembro.  A ONU afirma que a Caridade pode contribuir na promoção do diálogo entre pessoas de diferentes civilizações, culturas e religiões, assim como a solidariedade e a compreensão mútua. E reconhece os esforços das organizações caritativas e de particulares nesse propósito.  A Caridade sustenta a vida humana É um tema muito presente em meus artigos — e se encontra em publicações dirigidas à ONU, em diversos idiomas, a exemplo de Paz para o Milênio (2000), Sociedade Solidária (2000), Globalização do Amor Fraterno (2007), BOA VONTADE Mulher (2009), BOA VONTADE Econômico + Social + Ambiental (2012) e BOAVONTADE Desenvolvimento Sustentável (2013) —, pois considero ser imprescindível à nossa sobre­ vivência. Aproveito o ensejo para lhes adiantar pequeno trecho de O Capital de Deus, livro que estou preparando, com muito zelo, no qual apresento algumas das palestras que proferi a partir da década de 1960:  Meditemos sobre esta passagem do Apóstolo João, na sua Primeira Epístola, 4:20: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não PAIVA NET TO www.boavonta de.com escreve: “Ciê e o pap el da Solincia, Tecnolog ia, Inov dariedad ação e Ecum ênica”. , Cultura ANÁLISES PAIVA NETTOPaiva Netto escreve e desafios da Rio+20” escreve “LBV, Rio-92 “LBV, Rio-92 e os desafios da Rio+20” João Grandi no Rodas (R os co sm os ECTIVAS DESENV OLVIME NTO SUS TENTÁV EL Laura Bianchi ECONÔMICO + SOCIAL + AMBIENTAL ) Suelí Periotto ANÁLISES E PERSPECTIVAS Glauco Arbix Fot o: A gê nc ia Es pa cia lR us sa Impresso em papel proveniente de fontes renováveis E PERSP Izabella Teixeira José Goldemberg Paulo Saldiva Fabio Feldmann Beatriz Fagundes Daniel Arroyo José Alberto Machado Adalberto Luis Val Marco Antonio Palermo Ciência, Tec Inovação nologia, e aliadas do Cultura: desenvolvi sustentáv el e agente mento erradica r a pobrez s para a Gianfranco Beting LBV PREP ARA PROT PARA UM AGONISTAS NOVO CENÁ DA PAZ EDUCAÇÃO RIO MUND ALÉM DO IAL PELA INTELECTO 63 anos O PLANETA TERRA AGUARDA A URGENTE REEDUCAÇÃO DOS SERES HUMANOS Sociedade Solidária e Ecumênica por um mundo belo e sustentável LBV 62 anos Conheça os expressivos resultados da Legião da Boa Vontade pela erradicação da pobreza e pela sustentabilidade das nações, a partir da educação integral de crianças, jovens, adultos e idosos de baixa renda. A Legião da Boa Vonta Conselho de apres Econô enta recom organização mico e Social endações (Ecosoc), da socied aos partic das ade civil ipantes brasileira Nações Unidas, em Geneb da Reunião de com status Alto ra, Suíça consultivo , em 2013. Nível do geral no Ecosoc, desde A LBV é uma 1999. LEGIÃO DA BOA VONTADE: Organização brasileira com status consultivo geral nas Nações Unidas, desde 1999, apresenta recomendações para autoridades na Rio+20 e na Reunião de Alto Nível do Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc), em Nova York, EUA, em 2012. Fotos: Arquivo BV 1 2 (1) A ONU institui o Dia Internacional da Caridade (5/9), com o objetivo de mobilizar pessoas e organizações civis para ajudar o próximo. (2) Representantes da LBV participam da reunião das Nações Unidas que estabeleceu a data comemorativa. A partir da esquerda, Alziro de Paiva, Gizelle de Almeida e Danilo Parmegiani. BOA VONTADE 9
  • 10. Eduarda Pereira Caridade na ONU Reprodução BV Arquivo BV O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou seu apoio ao trabalho da LBV assinando a capa da Globalization of Fraternal Love (a revista Globalização do Amor Fraterno foi inicialmente editada em português, inglês, francês e esperanto), durante reunião anual do Conselho: o High-Level Segment 2007, no escritório da ONU em Genebra/Suíça. a globalização não vai impedir a diversidade. Porquanto, se mundializa, dá também expressão ao regionalismo. De várias formas, todo mundo influencia todo mundo. No entanto, barreiras, em diversas partes do planeta, ainda tornam cada vez mais distantes ricos de pobres. Isso pode resultar em consequências profundas, em amplitude internacional, a exemplo do que representou o fim do Império Romano. Entretanto, desta vez, tais transformações poderão provocar providências inusitadas até em corações de pedra, antes contrários ao pragmático espírito de Caridade, pois serão levados a pensar que existem algumas coisas vitais, até mesmo para eles, como... a compaixão. (...) Caridade não é pífio sentimentalismo, a que alguns gostariam de reduzi-la. Acertou, portanto, quando escreveu o grande Joaquim Nabuco (1849-1910): “À Joaquim Nabuco luta pela vida, que é a Lei da Natureza, a Religião opõe a Caridade, que é a luta pela vida alheia”. Não seria essa a função de um verdadeiro político? O que seria mais importante para o fortalecimento das comunidades do que esse elevado espírito social? É possível igualmente espe­ rarmos do alto significado da Cari­ ade, na atitude diária, o d decisivo caminho da verdadeira independência de nossa pátria. Caridade é assunto sério. Danilo Parmegiani (D), da LBV, compartilha a experiência da Instituição em favor de famílias de baixa renda em entrevista à Rádio ONU, conduzida pelo repórter Eleutério Guevane. ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”.  Caridade, criação de Deus, é o sentimento que mantém o Ser vivo nas horas de tormenta de sua existência. Se Você me disser que não precisa de Amor, está equivocado, ou equivocada, enfermo, ou enferma... Em resumo, trata-se simplesmente disto: Amor, sinônimo de Caridade, de que tanto carece a sociedade míope, obumbrada pela cultura insidiosa, mantida por aqueles que provocaram, para os povos, 10 BOA VONTADE as desgraças todas que ensanguentam a História e que nos põem em perigo constante. Até quando?! A Caridade sustenta a vida humana. O jornalista Francisco de Assis Periotto, ao ouvir essas minhas palavras, completou-as assim: “no pão e na decência”. Elevado espírito social O avanço tecnológico tem derrubado muitas fronteiras e feito algumas desabar sobre outras. Entre elas, econômicas e sociais. Contudo, paivanetto@lbv.org.br www.paivanetto.com
  • 11. shutterstock.com LBV na ONU Sede da ONU, em Nova York/EUA. Na agenda internacional sembleia-Geral das Nações Unidas 1979 e ícone no amparo aos mais como forma de favorecer a promo- pobres e vulneráveis. ção do diálogo, da solidariedade e “No momento em que pretendo entendimento mútuo. demos acelerar nossos Com a iniciativa, a entidade esforços para alcançar espera fomentar atividades os Objetivos de Deseneducativas e de conscientivolvimento do Milênio zação no mundo em prol de e definir uma agenda ações filantrópi­ as. O dia 5 c audaz para o período Madre Teresa de Calcutá pós-2015, o papel da Cade setembro faz referência à data de falecimento de ridade pode e deve cresMadre Teresa de Calcutá (1910- cer”, afirmou o secretário-geral 1997), Prêmio Nobel da Paz em da ONU, Ban Ki-moon, em sua Reprodução BV O Dia Internacional da Caridade foi celebrado pela primeira vez em evento oficial da Organização das Nações Unidas, em 5 de setembro. A solenidade teve lugar na sede da ONU, em Nova York/EUA. A Legião da Boa Vontade participou da programação com dois painéis, em que discutiu o papel da Caridade na redução da pobreza e o da sociedade civil no desenvolvimento sustentável. A data foi escolhida pela As- Jéssica Botelho BOA VONTADE 11
  • 12. Fotos: Nicholas de Paiva LBV na ONU 1 2 3 (1) A intervenção feita pelo representante da LBV, Danilo Parmegiani, foi transmitida ao vivo pela TV ONU. (2 e 3) Um dia depois da criação da data especial que celebra a Caridade, o representante da 67a Assembleia-Geral da ONU, Vuk Jeremić, faz seu pronunciamento durante a segunda edição do Fórum de Alto Nível sobre a Cultura de Paz, na sede das Nações Unidas, em Nova York. mensagem aos participantes da conferência. Na oportunidade, o representante da LBV na ONU, Danilo Parmegiani, fez uma intervenção para destacar Baixe o leitor QR Code em seu smartphone ou tablet, fotografe o código e saiba mais sobre o trabalho da LBV para a agenda de desenvolvimento sustentável pós-2015. Acompanhe a entrevista que o representante da LBV dos EUA, Danilo Parmegiani, concedeu a Eleutério Guevane, da Rádio ONU, e o conteúdo da intervenção da LBV durante o evento. 12 BOA VONTADE o abrangente conceito de Caridade Completa (veja box na p. 13) e seu papel transformador. “Gostaria de parabenizar as Nações Unidas pela criação desta data tão importante. Como ressalta o dirigente da LBV, José de Paiva Netto, Caridade é muito mais do que apenas oferecer um prato de comida. (...) Acreditamos que Caridade é sinônimo de Amor, bem como uma ferramenta estratégica para a sustentação da Vida. Dessa forma, se as pessoas realmente entenderem isso, poderemos realizar muitas coisas. E a experiência da Legião da Boa Vontade comprova isso, já que é mantida por colaboradores e voluntários. São cerca de 30 mil voluntários oferecendo 10 milhões de atendimentos ao ano.” O representante da LBV ressaltou também a importância da Caridade no cumprimento da agenda de de- senvolvimento sustentável da ONU. “Uma vez que estamos neste momento debatendo sobre as metas de desenvolvimento pós-2015, com as quais todos os países devem se comprometer, a sociedade civil entende que, se esclarecermos e conscientizarmos o mundo quanto ao valor da Caridade na agenda internacional, poderemos de fato contribuir para o cumprimento desses objetivos”, completou. O encontro foi organizado pela Missão Permanente da Hungria nas Nações Unidas, propositora da resolução, e contou com a parceria de órgãos oficiais da ONU: Departamento de Informação Pública (DPI), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Escritório das Nações Unidas para Parcerias (UNOP) e Fundação das Nações Unidas (UNF).
  • 13. Divulgação Fotos: Nicholas de Paiva 1 3 2 4 A jovem Sâmara Malaman, da LBV, entrega a revista BOA VONTADE Desenvolvimento Sustentável, em inglês, a (1) Hugh Evans, cofundador e CEO do Global Poverty Project (movimento contra a pobreza extrema no mundo), (2) Guy Djorken, diretor-executivo da Unesco Center for Peace, (3) Kadri Özen, diretor de relações públicas da Coca-Cola para a Eurásia e África, e (4) Kathy Calvin, presidente e CEO da Fundação das Nações Unidas. Caridade Completa Há mais de seis décadas, a Legião da Boa Vontade defende sua vanguardeira tese da Caridade Completa, lançada pelo fundador da Instituição, Alziro Zarur (1914-1979). A prática desse conceito significa ir além do amparo material, pois valoriza o indivíduo como um todo, oferecendo-lhe o apoio necessário para reerguer-se e mudar sua própria realidade. Por acreditar que nenhuma nação se desenvolve se a população estiver desamparada, a LBV fundamenta todas as suas atividades, programas e projetos sociais e educacionais no princípio da Caridade Completa. Esse trabalho, reconhecido internacionalmente, foi, aliás, lembrado por Madre Teresa de Calcutá. A saudosa missionária, por ocasião da inauguração do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumê­ ica n (ParlaMundi da LBV), na capital federal, em 1994, felicitou o dirigente da Legião da Boa Vontade pela iniciativa: “Prezado sr. José de Paiva Netto, confio-lhe minhas preces por todos. Que as bênçãos de Deus estejam com vocês da Legião da Boa Vontade, e que muitas pessoas conheçam o Amor de Jesus por intermédio do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica da LBV e mantenham viva a Boa Nova de Seu Amor no mundo, amando uns aos outros como Ele nos amou. Que Deus os abençoe”. “A Caridade desempenha um papel importante no apoio aos valores e no trabalho das Nações Unidas. Doações de tempo ou de dinheiro; envolvimento voluntário numa das suas próprias comunidades ou no outro lado do mundo; atos de Caridade e bondade sem esperar uma recompensa; estas e outras expressões de solidariedade global nos ajudam na nossa procura partilhada de viver em harmonia e de construir um futuro pacífico para todos. Saúdo esta primeira celebração do Dia Internacional da Caridade.” Ban Ki-moon Secretário-geral da ONU BOA VONTADE 13
  • 14. Priscilla Antunes Priscilla Antunes Cartas, e-mails, livros e registros Regina Casé e Estevão Ciavatta autografam na Bienal do Livro Rio A apresentadora Regina Casé e o diretor Estevão Ciavatta, marido dela, receberam o público na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em 7 de setembro, para o lançamento de Buriti, livro que compõe coleção inspirada no programa de TV Um Pé de Quê?, exibido pelo Canal Futura há 12 anos. Apresentado por Regina e dirigido por Estevão, o programa tinha sempre como ponto de partida a árvore, para falar então de música, culinária, geografia, botânica, paisagismo e outras áreas do conhecimento. Pela coleção homônima, foram publicados títulos como Pau-Brasil e Umbu. A recente obra aborda aspectos morfológicos, o hábitat e a relação do buriti com a história humana e econômica do Brasil. Na bienal, os autores autografaram exemplar do título ao dirigente da LBV, com estas palavras: “Paiva Netto, Saúde e Sorte! Regina Casé”; e “Paiva Netto, um pouco da nossa história para você. Abraços, Estevão”. Chave para a igualdade de gênero Ao receber a revista BOA V O N TA D E M u l h e r , edição especial, mais uma vez tive o prazer de constatar a relevância 14 BOA VONTADE Senador Cristovam Buarque escreve Reaja! Em concorrida sessão de autógrafos na capital fluminense, em agosto, o senador Cristovam Buarque lançou Reaja!. Ali estiveram presentes, além de familiares e amigos do autor, personalidades da política e da educação. Inspirado no famoso manifesto “Indignem-se” (“Indignez-vous”), do pensador, escritor e diplomata franco-alemão Stéphane Hessel (1917-2013), o livro convoca o leitor a assumir uma atitude de crítica e ação, reagindo aos desafios da sociedade atual. Ao dirigente da LBV, o parlamentar e educador autografou um exemplar de sua obra: “Ao Paiva Netto, com muita admiração. Cristovam”. Vale dizer que, em 26 de setembro, o senador foi homenageado com o prêmio Congresso em Foco como um dos parlamentares que mais bem representam a população em 2013, na avaliação de jornalistas e da sociedade. É a quinta vez que ele recebe a distinção. Parabéns! dos textos que compõem esse importante veículo de comunicação, bem como a preocupação da LBV com a educação em nossa sociedade. As práticas socioeducativas adotadas pela LBV reafirmam minha certeza de que atitudes solidárias em prol da educação e da cultura possibilitam a mudança social, abrindo espaço para um mundo melhor. A publicação é, sem dúvida, importante fonte de pesquisa sobre o assunto. Esse
  • 15. Lenise Pinheiro/Folhapress Priscilla Antunes Míriam Leitão estreia na literatura infantil Amigos e admiradores da jornalista e escritora Míriam Leitão prestigiaram em Brasília/DF, 15 de setembro, o lançamento de A perigosa vida dos passarinhos pequenos. A obra marca a estreia da autora na literatura infantil e fala de sua paixão por pássaros, de ecologia e sustentabilidade. Dona de uma fazenda que é um verdadeiro santuário para muitas espécies de aves, Míriam Leitão se inspirou em fatos ocorridos no local para escrever o livro. Representantes da Legião da Boa Vontade cumprimentaram a autora, que, na ocasião, autografou um exemplar ao dirigente da Instituição: “José de Paiva Netto, aqui tento passar alguns valores para as crianças. Abraços, Míriam Leitão”. tipo de iniciativa é a chave para a igualdade de gênero, bem como a forma mais legítima e eficaz de se combater a violência, seja ela de qualquer natureza. (Elaine Matozinhos, vereadora, Belo Horizonte/MG) Jornalista e escritor Otavio Frias Filho lança Cinco peças e uma farsa O jornalista e escritor Otavio Frias Filho promoveu em 10 de outubro, na capital paulista, sessão de autógrafos para o lançamento de seu livro Cinco peças e uma farsa. O concorrido evento reuniu personalidades, colegas de profissão e amigos do autor. Na obra, o diretor de redação do jornal Folha de S.Paulo pratica com virtuosismo uma ampla variedade de registros, da tragédia à farsa, passando por variantes do drama, mas com temas recorrentes: as cruas práticas do poder e da guerra dos sexos em um mundo que não vê mais nenhuma utopia no horizonte. Representantes da Legião da Boa Vontade (LBV) prestigiaram o lançamento. Na oportunidade, o escritor autografou um exemplar ao diretor-presidente da Instituição, com a seguinte dedicatória: “Para Dr. Paiva Netto, com o abraço cordial do Otavio Frias Filho”. Leitura obrigatória Saúdo o escritor Paiva Netto pelos belos artigos que tem publicado no Jornal de Brasília. Acredito que o benefício é grande para a capital da República em poder ler semanalmente escritos que dignificam os mais altos valores humanos e espirituais, argamassa que contribui na construção de um Brasil mais justo, ético e honrado. (...) Seus artigos tornaram-se leitura obrigatória em Brasília. (Renato Matsunaga, diretor superintendente do Jornal de Brasília) BOA VONTADE 15
  • 16. Divulgação Nathália Valério Cartas, e-mails, livros e registros Dr. José Pastore A jornalista Regina Zappa e o músico Gilberto Gil Jornalista Regina Zappa lança biografia do cantor e compositor Gilberto Gil O cantor e compositor baiano Gilberto Gil lançou em julho, no Rio de Janeiro/RJ, sua biografia Gilberto bem perto. Para tornar o livro uma realidade, o artista foi entrevistado pela jornalista Regina Zappa (coautora), pois ele próprio afirma que não tem boa memória nem é detalhista e espirituoso. A noite de autógrafos foi bastante concorrida e reuniu, além de fãs, muitas personalidades, familiares e amigos do autor. O livro, segundo o músico, traz tanto os momentos doces quanto as situações dramáticas, de angústia e expectativa negativa, como na época do governo militar, em que Gil ficou três meses na prisão, em 1969. A biografia não economiza detalhes da vida do artista, desde o início da carreira até as atividades atuais, passando pela experiência de ter sido ministro da Cultura. Durante o lançamento, que também teve a presença de representantes da LBV, os autores autografaram exemplar da obra ao diretor-presidente da Instituição: “Paiva Netto, Boa Vontade sempre! Gilberto Gil”; e “Para Paiva Netto, com a esperança de que tenha o mesmo gosto que eu tive fazendo. Regina Zappa”. 16 BOA VONTADE Sociólogo biografa o empresário Antônio Ermírio de Moraes A vida e o trabalho de um dos maiores empresários brasileiros foram tema de palestra do professor, pesquisador e sociólogo José Pastore durante o 6o seminário do Fórum Permanente de Gestão do Conhecimento, Comunicação e Memória, realizado em junho, no auditório do Museu de Arte de São Paulo (Masp), pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). O dr. Pastore é autor do livro Antônio Ermírio de Moraes — Memórias de um diário confidencial, lançado em junho, mês em que o biografado comemorou 85 anos. Após o seminário, o palestrante promoveu uma sessão de autógrafos, na qual também registrou em exemplar da obra dedicatória ao diretor-presidente da Instituição: “Ao prezado Paiva Netto, com abraço. José Pastore”.
  • 17. José Gonçalo Nathália Valério Exílio e identidade no novo livro de Edney Silvestre O lançamento de Vidas provisórias, do jornalista da TV Globo e escritor Edney Silvestre, reuniu personalidades, amigos e admiradores do autor no Rio de Janeiro/RJ. No livro, os dois personagens centrais, os exilados Paulo e Bárbara, têm histórias contadas paralelamente, ambos separados no tempo e na geografia, levados ao estrangeiro em variados contextos históricos. Combinando o ritmo forte e pausado do romance com a agilidade característica do texto jornalístico, o escritor apresenta ao leitor, além da experiência do exílio, o estranhamento pela perda de identidade, o isolamento e a sensação de ruptura daquelas duas vidas. Representantes da Legião da Boa Vontade prestigiaram o evento e saudaram o jornalista, que encaminhou exemplar da obra ao diretor-presidente da LBV, com a seguinte dedicatória: “Para Paiva Netto, mais uma vez com o melhor obrigado do Edney Silvestre”. Gerson Camarotti e os bastidores da escolha do atual papa O jornalista e comentarista político da GloboNews Gerson Camarotti lançou em Brasília, em 3 de setembro, a segunda edição do livro Segredos do Conclave, contendo entrevista exclusiva com o papa Francisco. Prefaciado pelo escritor Ariano Suassuna, a obra apresenta os bastidores da eleição que levou o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio ao mais alto posto da Igreja Católica, em 13 de março deste ano, após dois dias de conclave. O jornalista cobriu a eleição papal de Bento 16 e de Francisco. O atual pontífice, aliás, foi entrevistado com exclusividade por Camarotti, a primeira vez desde o conclave. Representantes da Legião da Boa Vontade prestigiaram o evento e saudaram o autor, em nome do diretor-presidente da Instituição. O jornalista autografou um exemplar do livro, com os seguintes dizeres: “Ao José de Paiva Netto, presidente da LBV, um pouco da história dos últimos conclaves. Um abraço, Gerson Camarotti”. BOA VONTADE 17
  • 18. Nathália Valério Priscilla Antunes Cartas, e-mails, livros e registros Adriana Calcanhotto lança antologia poética A cantora e compositora Adriana Calcanhotto conversou com o público no espaço Café Literário, durante a 16a edição da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Na ocasião, ela fez a leitura de poemas de autores brasileiros, clássicos e contemporâneos, para marcar o lançamento de sua obra Antologia ilustrada da poesia brasileira — Para crianças de qualquer idade. Organizado em ordem cronológica, o livro reúne coletânea de poemas de autores do século 19 ao 21, compondo uma amostra de diferentes épocas e estilos da poesia nacional, a exemplo de Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, escrita em 1843; e Receita para um Dálmata, de Gregório Duvivier (2008). Na ocasião, a compositora dedicou um exemplar ao diretor-presidente da LBV: “Para Paiva Netto esta antologia com um beijo carinhoso, Adriana Calcanhotto”. 18 BOA VONTADE Ruy Castro retrata desafios da vida Em Morrer de Prazer — Crônicas da vida por um fio, o jornalista e escritor Ruy Castro apresenta um retrato intimista de sua trajetória pessoal e profissional. Lançado recentemente na capital fluminense, o livro reúne textos que evocam a paixão do autor pelo cinema e suas musas e a juventude dos anos 1960, entre outros assuntos. Nele, Ruy também selecionou crônicas a respeito dos desafios que teve de enfrentar para seguir vivendo, desde a difícil aprendizagem de como amarrar os sapatos até a luta para vencer o alcoolismo e o câncer. A obra é dividida em partes, a exemplo de tecnologia, cidade, e oferece ao leitor detalhes do Rio de Janeiro, a partir do círculo de amizades do autor com Leila Diniz, Vinicius de Moraes e outros. Representantes da LBV prestigiaram o lançamento da obra, ocasião em que o escritor encaminhou exemplar ao dirigente da Instituição, com a mensagem: “Para o jornalista Paiva Netto, com o abraço de Ruy Castro”. Violência patrimonial Em seu recente artigo “Violência patrimonial”, o jornalista José de Paiva Netto destaca trechos de entrevista da advogada Cíntia de Almeida, fundadora e diretora-executiva do Centro de Integração da Mulher, em Sorocaba/SP A respeito da repercussão do texto, publicado em centenas . de jornais, revistas e sites, no Brasil e no exterior, a dra. Cíntia expressou: “Senti-me honradíssima com a notícia! Ela já redundou, esclareceu pessoas e me colocou em contato com outras mulheres que hoje vivenciam a problemática. Estou muito feliz! Agradeço ao jornalista Paiva Netto pelo privilégio. Continuamos a nossa árdua missão de promover vidas e transformar pessoas... Grande abraço! Na paz de Jesus”.
  • 19. Guilherme Gonçalves/ABL Rosevalte dos Santos Celso Lafer biografa o filósofo Norberto Bobbio O escritor e ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer lançou, em agosto, na capital paulista, o livro Norberto Bobbio: trajetória e obra. O trabalho reúne 16 textos publicados por Lafer, entre 1980 e 2011, sobre o filósofo italiano e historiador do pensamento político que nos anos 1940 combateu a ditadura do fascismo. A obra, organizada em cinco partes, traça o perfil intelectual de Norberto Bobbio (1909-2004) e analisa as contribuições dele para as relações internacionais, direitos humanos, teoria política e inovação da reflexão jurídica. Em sessão de autógrafos, o escritor recebeu familiares, amigos e admiradores. Na oportunidade, dedicou um exemplar do título ao diretor-presidente da LBV, com a seguinte mensagem: “Para Paiva Netto, com o mais cordial abraço do Celso Lafer”. Ex-presidente e a namorada, Patrícia Scarlat, na cerimônia de posse na ABL. Fernando Henrique Cardoso é novo imortal da ABL O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso tomou posse da cadeira número 36 da Academia Brasileira de Letras, em 10 de setembro. A sessão solene ocorreu no Salão Nobre do Petit Trianon, da ABL, na capital fluminense. A concorrida cerimônia foi dirigida pela presidente da Casa de Machado de Assis, Ana Maria Machado, e coube ao acadêmico Celso Lafer a recepção ao novo imortal. Fernando Henrique Cardoso é a sexta personalidade a tomar posse na cadeira 36, cujo fundador foi o poeta, professor e jornalista Afonso Celso, que escolheu como patrono o também poeta Teófilo Dias. FHC foi eleito na sucessão do acadêmico e jornalista João de Scantimburgo, em 27 de junho. A cadeira já foi ocupada pelo médico Clementino Fraga, pelo bioquímico Paulo Carneiro e pelo diplomata José Guilherme Merquior. Sociólogo, professor, autor e coautor de 23 livros e mais de 100 artigos acadêmicos, também foi ministro das Relações Exteriores e da Fazenda, antes de governar o Brasil por dois mandatos consecutivos, de 1o de janeiro de 1995 a 1o de janeiro de 2003. Em seu discurso de posse, destacou a honra de integrar uma centenária instituição que mantém o compromisso com a diversidade e a renovação e, por isso, elege variados estilos de pensamentos. “São pessoas com formações diferentes da minha, principalmente mais voltadas para a literatura. Eu posso me diversificar, agregar mais. O importante na vida é ser curioso, aqui eu posso aguçar minha curiosidade. (...) É preciso renovar sempre. (...) Por que não trazer outras profissões, gente de tecnologia, mais modernas? Mas vamos ver, ainda estou chegando”, afirmou. Fonte: site da ABL BOA VONTADE 19
  • 20. Priscilla Antunes Cartas, e-mails, livros e registros 50 anos... e muitas histórias Em entrevista à BOA VONTADE TV, o jornalista Zeca Camargo compartilha com o leitor impressões pessoais e momentos marcantes de sua vida. C hegar aos 50 anos de idade pode intimidar algumas pessoas, mas não Zeca Camargo, jornalista e apresentador do Vídeo Show (assume a atração em novembro), da TV Globo. É o que ele mostra em seu primeiro livro digital, 50, Eu?, lançado em setembro, na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. O assunto da obra é o próprio autor. Nesse e-book, Zeca fala, principalmente, sobre a sua relação com o corpo, a memória 20 BOA VONTADE e a necessidade natural de cuidar de si mesmo. Também não faltam histórias pessoais, dos bastidores da profissão e da ligação com a família. “Eu escolhi esse formato [digital] também como um desafio. Eu gosto da novidade. Quando proponho uma pauta, é de alguma coisa que não foi feita antes... Gosto do desafio, de testar novas águas”, afirmou. O jornalista acostumou-se a colecionar boas experiências a partir de seus projetos profissionais. Já conheceu pelo menos 95 países e tem a meta de chegar aos 100 antes dos 51 anos. E não foram poucas as situações inusitadas vividas em suas andanças por este Brasil afora. Além disso, entrevistou celebridades do mundo artístico, como a cantora Madonna e o ex-beatle Paul McCartney. Formado em Administração de Empresas e Propaganda, ele nunca exerceu as profissões. Em 1987, iniciou a carreira no jornalismo, e
  • 21. BOA VONTADE — O que o atrai na atmosfera literária? Zeca Camargo — Eu adoro livro, sempre gostei. (...) Sou um leitor inveterado em qualquer formato, seja no livro de papel, seja no virtual. O que me atrai na bienal é justamente essa energia. Todo mundo que está aqui gosta de ler, gosta dos autores. (...) É gente que quer conhecer além do livro, e isso eu acho bacana; significa que a pessoa leu, se encantou e quer saber quem está por trás da obra. É fascinante. Por isso, faço questão de prestigiar. BV — Seus livros anteriores focalizam a trajetória profissional, enquanto este 50, Eu? relata o lado pessoal. Qual narrativa é mais desafiante? Zeca Camargo — Tanto uma narrativa profissional quanto a pessoal são muito difíceis. Primeiro, porque nos meus livros anteriores, derivados de reportagens que fiz no Fantástico, há uma responsabilidade em transmitir as informações. Isso é um desafio. Já quando está fazendo a sua história, negocia o tempo todo com você mesmo: o que eu conto? O que não conto? O que vale a pena? Nessa opção, resolvi ser supertransparente... Então, acho que essa [narrativa] tem sido um pouquinho mais difícil do que simplesmente contar uma reportagem. BV — Qual o papel da memória nesse processo, ela foi o único acervo consultado? Zeca Camargo — Sem ela eu não teria nem escrito este livro... Nem anda muito boa, é verdade, mas era justamente por isso que estava escrevendo. As histórias vividas, os amigos e a própria família são uma grande referência. Eu não poderia escrever sobre mim mesmo sem olhar em volta o que acontece. Eu fui um grande ponto de partida. BV — Quando decidiu que era hora de escrever sobre sua vida pessoal? Zeca Camargo — Comecei a escrever de uma maneira muito espontânea, não pensava em livro. Foi durante uma viagem que fiz quando completei 50 anos. Fiz um “retiro”... e então pensei: “Estou aqui à toa, vou escrever”. Quando voltei dessa viagem, tinha um esboço interessante de um livro. Aí, comecei a pensar que aquilo poderia interessar a outras pessoas, e não só a mim. Priscilla Antunes o trabalho como escritor é resultado de reportagens e de narrativas de viagem. É autor de outros seis livros, a exemplo de Isso aqui é seu! A volta ao mundo por patrimônios da humanidade (2009). Na Bienal do Livro Rio, Zeca Camargo conversou com a equipe da BOA VONTADE TV sobre literatura e o desafio de escrever uma obra autobiográfica. Ao receber os cumprimentos da Legião da Boa Vontade, destacou: “Obrigado! Retribuo o abraço para a LBV. A gente está sempre junto!”. A seguir, os principais trechos da entrevista. Nova obra de Ana Maria Machado No livro Quando eu crescer..., a premiada autora Ana Maria Machado, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), utiliza jogos e rimas para apresentar ao público infantil o tema da escolha da profissão. A obra foi lançada em 1o de setembro, no Riocentro, durante a 16a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Com ilustrações de Maria José Arce, o livro soma-se aos mais de 100 títulos de sucesso da escritora, alguns deles publicados em 17 países. Na sessão de autógrafos, depois de saudada por representantes da LBV, a autora dedicou um exemplar ao dirigente da Instituição, com a mensagem: “Para a LBV e suas crianças, lembranças da Ana Maria Machado”. BOA VONTADE 21
  • 22. Charles Viana Breno Serafini apresenta estudo sobre Millôr Fernandes Divulgação Cartas, e-mails, livros e registros Luiz Barcelos Luiz Barcelos Doutor em Letras e escritor, Breno Serafini é autor de Millôres dias virão, livro lançado em junho, na capital gaúcha. Fruto da tese de doutorado defendida pelo autor, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sobre o desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, tradutor e jornalista Millôr Fernandes (1923-2013), o livro traz diversas citações e crônicas do renomado multiartista e intelectual carioca, especialmente as publicadas nas revistas IstoÉ e IstoÉ/Senhor, de 1983 a 1993, período marcado pelo processo de redemocratização do país. Durante o lançamento, o escritor autografou exemplar da obra ao diretor-presidente da LBV: “Ao sr. Paiva Netto, um abraço afetuoso de Breno Serafini”. Livro conta a trajetória de Luiz Calainho O empresário e produtor musical Luiz Calainho conta em livro os bastidores da indústria do entretenimento e sua trajetória pelo universo da publicidade, além de sua busca espiritual. Em Reinventando a si mesmo — Uma provocação autobiográfica, o autor compartilha a experiência que fez dele um dos mais bem-sucedidos empresários da cultura e do entretenimento brasileiro. Amigos, familiares e personalidades compareceram à sessão de autógrafos da obra na capital paulista. Na ocasião, o escritor retribuiu os cumprimentos do dirigente da LBV, com a seguinte dedicatória: “Paiva Netto, certamente nosso país precisa de pessoas inspiradoras como vocês são! Grande abraço, Calainho”. 22 BOA VONTADE Laurentino Gomes encerra trilogia com 1889 O jornalista Laurentino Gomes fecha sua trilogia sobre a história brasileira no século 19 com o lançamento do volume 1889. Com o subtítulo Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil, o livro apresenta os eventos que favoreceram a instalação da República e os fatos que marcaram o período, como a Guerra do Paraguai e o movimento pelo fim da escravidão. Os dois primeiros títulos foram sucessos editoriais: 1808, que narra a agitada transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, fugindo da guerra na Europa; e 1822, sobre o processo de independência política do país. A sessão de autógrafos ocorreu na capital paulista e reuniu familiares e amigos do escritor, além do público interessado na abordagem histórica. Na ocasião, Laurentino Gomes autografou: “Para Paiva Netto, com um abraço do autor”.
  • 23. B r a s í l i a / D F Fotos: José Gonçalo Terceiro Setor em pauta A partir da esquerda: o procurador dr. José Eduardo Sabo Paes; o jornalista Enaildo Viana, da LBV; e o promotor de Justiça dr. Airton Grazzioli. D ois títulos publicados recentemente explicam a natureza e o funcionamento das entidades do Terceiro Setor. Em junho, a cidade de Brasília/DF foi o local de lançamento da oitava edição de Fundações, Associações e Entidades de Interesse Social, de autoria do dr. José Eduardo Sabo Paes, procurador de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; e da terceira edição de Fundações Privadas — Doutrina e Prática, escrito pelos promotores de Justiça dr. Airton Grazzioli e dr. Edson José Rafael, ambos do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).  As questões tributárias e orçamentárias das entidades constituem o foco da obra de Sabo Paes, tornando-se assim importante instrumento de consulta. Fundações, Associações e Entidades de Interesse Social é fruto da experiência e da pesquisa do autor. O livro, segundo ele, mostra “como atuam essas instituições, essas ONGs, essas fundações e movimentos sociais, não só a parte jurídica, mas a social, a contábil e tributária”. O nascimento, a eventual extinção, os direitos e deveres típicos das entidades fundacionais são apresentados em Fundações Privadas — Doutrina e Prática. Para os autores, o livro traz o sentimento de satisfação por mais uma etapa de um dever cumprido. “Temos a possibilidade de contribuir, levando para sociedade, governo e organizações da sociedade civil a nossa visão efetivamente positiva do quanto é de bem o que fazem essas organizações em benefício da sociedade, especialmente daquela parcela da sociedade que está em situação de vulnerabilidade social”, afirmou o dr. Grazzioli. Presente no evento, o advogado e ex-presidente da OAB-DF dr. Francisco Caputo afirmou: “A LBV talvez seja a entidade do Ter- O advogado e ex-presidente da OAB-DF dr. Francisco Caputo ceiro Setor mais visível de nossa sociedade, com um trabalho social incrível, um alcance extraordinário e com uma gestão modelar. (...) O trabalho que a LBV propicia à nossa sociedade é invejável e digno de muitos aplausos”. Durante a sessão de autógrafos, os autores dedicaram um exemplar de ambas as obras ao dirigente da Instituição, com as seguintes mensagens: “Ao Dr. José de Paiva Netto, digno Presidente da LBV, exemplo de dedicação às causas sociais, ofereço os novos estudos no âmbito do Terceiro Setor. Com apreço do José Eduardo Sabo Paes”; e “Ofereço o presente estudo a José de Paiva Netto, Digníssimo Presidente da LBV, com profundo apreço e admiração pelo trabalho social desenvolvido em benefício da sociedade civil e especialmente da parcela de pessoas que necessitam de oportunidades. Com o meu fraternal abraço, Airton Grazzioli”. BOA VONTADE 23
  • 24. Dulcineia Meireles Horbach Priscilla Antunes Cartas, e-mails, livros e registros A apresentadora Olga Bongiovanni (C) acompanha a confecção de mantas de inverno feita por mulheres atendidas pela LBV. Apresentadora Olga Bongiovanni visita a LBV em Cascavel O Centro Comunitário de Assistência Social da Legião da Boa Vontade em Cascavel/PR recebeu em junho a visita da jornalista e radialista Olga Bongiovanni, apresentadora da TV Tarobá (afiliada da Rede Bandeirantes) e da Rádio Colmeia AM. Na ocasião, a comunicadora foi recebida por jovens e adultos que participam do programa LBV — Espaço de Convivência. Além de conhecer a unidade de atendimento e um pouco mais sobre o trabalho socioeducacional realizado pela Instituição no município, Olga registrou durante a visita a montagem de mantas de inverno, atividade feita por mulheres atendidas pela Obra. A iniciativa faz parte de mobilização promovida pela própria apresentadora, para que sua audiência produzisse crochê em prol da entidade beneficente Lar dos Bebês. No fim da campanha, o material confeccionado pelas telespectadoras foi enviado à LBV para finalizar a produção das mantas. 24 BOA VONTADE A bailarina Ana Botafogo e o ator e escritor Cacau Hygino, durante sessão de autógrafos. Ana Botafogo inspira obra infantil A estreia do ator e escritor Cacau Hygino na literatura infantil veio com o lançamento de Aninha quer dançar. A obra tem ilustrações de Thais Linhares e é uma homenagem a Ana Botafogo, primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 30 de agosto, durante a Bienal do Livro Rio, foi realizada uma sessão de autógrafos. O livro conta a história de uma menina que sempre quis dançar e, entre piruetas e passos de balé clássico, transforma a paixão pela dança na maior riqueza de sua vida. Com seriedade e disciplina, Aninha consegue superar todo tipo de obstáculo e torna-se uma bailarina de sucesso. O escritor e a diva do balé que inspirou a obra receberam com alegria a equipe da LBV e dedicaram um exemplar do trabalho literário ao dirigente da Instituição, anotando: “Querido Paiva Netto, espero que curta Aninha! Abraços, Cacau”; e “Ao Paiva Netto com carinho, Ana Botafogo”.
  • 25. Opinião — Esporte José Carlos Araújo Arquivo pessoal A luta por vaga na Libertadores M José Carlos Araújo, locutor esportivo e apresentador do Grupo Bandeirantes de Comunicação (Rádio Bradesco Esportes FM 91,1 ­­— RJ) ais uma temporada vai chegando ao fim. A Copa do Brasil se afunila e o Campeo­ nato Brasileiro 2013 (Série A) entra na fase decisiva para quem luta pelo título, por uma vaga na Copa Libertadores da América, ou para fugir do rebaixamento. Quanto ao título do Brasileirão, o Cruzeiro caminha a passos largos para conquistá-lo, e merecidamente. No chamado G-4, Botafogo, Grêmio e Atlético-PR seguem firmes em busca da sonhada vaga na Libertadores. Já na parte de baixo, no temido Z-4, Vasco, São Paulo, Criciúma, Náutico, Portuguesa, Ponte Preta e, para muitos, Flamengo e Coritiba prometem equilíbrio e muita emoção até o fim para escapar da degola. Nesse perde-ganha, é difícil arriscar qualquer palpite. A Copa do Brasil, por se tratar de um tipo de competição que o torcedor brasileiro gosta bastante, ou seja, com jogos eliminatórios (mata-mata), em que nem sempre prevalecem o favoritismo e o elenco mais qualificado, mostra que tudo é muito indefinido. Qualquer resultado pode acontecer. Neste espaço, muitas vezes citei e louvei a qualidade, a categoria e o vigor dos craques veteranos. A experiência e a arte de conhecidos maestros do futebol continuam a dar as cartas nos gramados, como Juninho Pernambucano, Ronaldinho Gaúcho, Zé Roberto, Seedorf e Alex. Até questionamos o nível técnico dos atletas da nova geração, se seria inferior ao daqueles jogadores consagrados e ainda na ativa. No decorrer do campeonato, caiu visivelmente o rendimento desses craques, seja por lesão ou pelo desgaste físico com a sequência de jogos. Em iniciativa inédita e até há poucos anos impensável no futebol nacional, treinadores, preparadores físicos e atletas passaram a questionar o massacrante calendário, que seria o principal responsável pelas contusões e pela queda do nível do espetáculo, posto que falta tempo para treinamento e recuperação física dos jogadores. Nesse contexto, surge o movimento Bom Senso F.C., que propõe uma racionalização do calendário esportivo. Uma das consequências disso seriam jogos com a qualidade técnica esperada pelo torcedor. Inclusive, foi sugerida uma greve dos profissionais, que paralisaria o Campeonato Brasileiro. Mesmo que o manifesto não vá adiante, já representa um bom começo. Até em âmbito mundial discute-se um calendário mais humano, sem jogos no domingo, quarta-feira e domingo. No Barcelona, o craque Messi foi uma vítima dessa loucura. Aqui no Brasil, Ronaldinho Gaúcho, também por contusão muscular, corre o risco de desfalcar o Atlético Mineiro no tão sonhado Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro. O artilheiro Fred não suportou a sequência de jogos pelo Fluminense. O fenômeno Neymar, antes da transferência para o Barça, dava sinais de esgotamento físico. Isso compromete o trabalho do atleta e a beleza do espetáculo. Patrocinadores e federações, que organizam os torneios, devem estar atentos a essa questão, zelando pelo bem-estar desses artistas da bola e pela satisfação do público, que deseja apreciar um verdadeiro jogo de futebol. Que o ano termine trazendo a esperança de campeonatos mais bem organizados e espetáculos à altura do nosso futebol, sem esquecer que 2014 ainda será um ano apertado por conta da Copa do Mundo no Brasil. BOA VONTADE 25
  • 26. Samba & História Ana Costa É bamba, é do samba Talento e simpatia marcam a trajetória da cantora Ana Costa Clayton Ferreira Hilton Abi-Rihan | Hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História.* I Especial para a BOA VONTADE | Fotos: Divulgação ncluir sambas tradicionais no repertório é algo natural para a talentosa cantora, compositora e violonista carioca Ana Costa. Interessada em conhecer cada vez mais a história da música brasileira, a artista alcançou prestígio entre os novos nomes do chamado samba de raiz. Dona de voz doce e marcante, Ana foi conquistando seu espaço na música desde 1990, sempre de forma gradativa e consistente. Atualmente, a cantora trabalha com o material de seu terceiro álbum: Hoje é o Melhor Lugar, lançado em 2012. O CD traz 15 sambas e a regravação de clássicos como Por um dia de graça, de Luiz * Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domingos, às 14 e às 20 horas. Já o telespectador pode conferi-las pela Rede Educação e Futuro de Televisão, aos sábados e às sextas-feiras, às 22 horas; e pela Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), aos sábados, às 22 horas, aos domingos, às 14 horas, e às quartas-feiras, às 21 horas. 26 BOA VONTADE
  • 27. Carlos da Vila; O que é o que é, de Gonzaguinha; Filosofia de vida, de Martinho da Vila, Marcelinho Moreira e Fred Camacho; e As coisas que mamãe me ensinou, de Leci Brandão e Zé Maurício. Nessa caminhada de sucesso, Ana Costa viveu momento especial ao interpretar Viva Essa Energia, canção-tema dos Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio de Janeiro/RJ. A música abrilhantou a cerimônia de abertura do evento, além de ter sido acompanhada pelo público e pelos atletas ao longo de todas as competições do Pan. “Foi a minha maior emoção até hoje... atravessar aquele campo do Maracanã e ver aquela plateia lotada, todo mundo vestido de branco”, disse. O convite para a artista participar desse importante acontecimento esportivo partiu do produtor musical Alê Siqueira. “Ele queria fazer uma festa onde estivessem artistas conhecidos e não tão conhecidos, para que as pessoas pudessem conhecê-los. Acho que é a partir daí que a cultura se renova”, afirmou a cantora, que já compôs sambas em parceira com Zélia Duncan, Mu Chebabi, Agrião e Mart’nália. Em entrevista ao programa Samba & História, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), a sambista relembrou os desafios enfrentados para iniciar a carreira. “Eu trabalhava oito horas por dia, aquela dificuldade toda, e a música era minha diversão nos BOA VONTADE 27
  • 28. Samba & História fins de semana. Mas aí eu comecei a estudar e me aprofundar nos assuntos musicais. Percebi que, se eu quisesse me dedicar mesmo à música como profissão, teria de abandonar aquilo o que eu estava fazendo.” Para buscar seu sonho, decidiu então sair da empresa onde trabalhava como recepcionista. Em 1994, estreou no samba com o grupo Couer Sambá, formado pelos filhos do padrinho musical dela, o sambista Martinho da Vila. “A gente não tinha muito espaço para tocar. Era uma época muito difícil para o ritmo, e o Martinho da Vila, prestando atenção nisso, achou interessante formar um grupo de jovens cantando samba. Era um grupo misto, com homens e mulheres... para a época era mais difícil ainda ver mulheres tocando.” Com um CD e boa recepção nas apresentações pelo Brasil, o grupo, porém, não chegou a durar muito. A dificuldade dos integrantes para conciliar as agendas individuais acabou por decretar o fim da iniciativa. Em 1996, Ana Costa e a produtora cultural Bianca Calcagni 28 BOA VONTADE formaram o grupo de samba Roda de Saia, posteriormente chamado O Roda, composto por mulheres. Nele ficou 11 anos. Nesse período, também investiu em outros projetos, a exemplo da participação na banda da cantora Mart’nália, até lançar seu primeiro trabalho solo, o CD Meu Carnaval (2006). O álbum de estreia da cantora alcançou êxito também fora do país: foi o disco de música brasileira mais vendido no Japão. Além disso, rendeu a Ana Costa o título de “Artista Revelação” no 5o Prêmio Rival Petrobras de Música. “Tanta coisa aconteceu nessa minha vida musical, que é sempre uma grande aventura. (...) Quando você vê, já está lá na frente. As coisas acontecem naturalmente. Vocação é uma coisa natural. Se você está atento para isso, vai... Tem alguma coisa dentro da gente que nos move”, afirmou. Em 2009, com o lançamento do segundo disco — Novos Alvos — veio a realização de antigo sonho da sambista: produzir uma música mais abrangente e fiel aos ritmos brasileiros, sem compromisso com tendências ou modismos. Graças ao disco, relançado no ano seguinte, a cantora cumpriu uma turnê de shows em países da Europa e da África. No Brasil, teve a oportunidade de se apresentar pela primeira vez em capitais como Salvador/BA e Recife/PE e no Distrito Federal. Companheiro para todas as horas O rádio continua sendo um dos veículos de comunicação mais dinâmicos. Popular e de fácil alcance, tornou-se um companheiro para todas as horas na vida da cantora Ana Costa. “A gente pode estar fazendo outras coisas, por exemplo, preparando um almoço, um jantar na cozinha, e o rádio está ali; não precisa ficar vidrada numa tela, assistindo.” A exemplo de muitos outros ouvintes, a relação da artista com esse importante meio de comunicação de massa começou na infância: “Quando era menina, ficava ligada, doida para saber as novidades. O rádio atravessou a minha vida inteira”. Sobre a programação da Super Rede Boa Vontade de Rádio* (no Rio de Janeiro/RJ, AM 940 KHz), que a cada hora transmite uma Prece Ecumênica, Ana destacou: “Eu gosto de ouvir de madrugada, de noite, antes de dormir, acho saudável”. * Para saber a frequência da emissora que transmite a programação da Super Rede Boa Vontade de Rádio na sua região, acesse o Portal Boa Vontade (www.boavontade. com) e clique em Super RBV.
  • 29. Opinião — Educação Arnaldo Niskier Modelo “di menor” Divulgação Arnaldo Niskier | O Arnaldo Niskier, doutor em Educação, é membro da Academia Brasileira de Letras e presidente do CIEE–RJ. s fatos são reais e constituem um retrato de corpo inteiro de como as coisas se passam na Cidade Maravilhosa. Os nomes estão protegidos por pseudônimos, por motivos facilmente compreensíveis. A neta de um amigo frequenta a primeira série de um afamado curso de Medicina, no subúrbio do Rio. Por questões de logística, precisa trocar de condução (ônibus) defronte ao campo do Flamengo, na Gávea. Ela já havia sido alertada sobre a insegurança na região, infestada de ladrões, em geral menores de idade. Chegou a sua vez. Saltou do ônibus e foi abordada pelo jovem Mário Jr., de 13 anos, que lhe exigiu o celular: “Passa logo, senão vou cortar você!”. A universitária não viu o caco de vidro, mas não pestanejou, seguindo os sábios conselhos dos pais. Desvencilhou-se do celular e o garoto saiu andando, depois de colocar a máquina no bolso. Esterzinha caiu em prantos. Logo foi socorrida pela mãe, que chegara de carro para resgatá-la. Sabendo do ocorrido, a mãe ligou para o marido. Contou o fato. Ele teve a pronta reação de acionar o GPS. O garoto não havia desligado o aparelho e foi localizado. Estava ali perto, defronte ao Clube dos Caiçaras, confraternizando com outros possíveis menores infratores. A mãe procurou um guarda. Encontrou o modelar Geraldo, guarda municipal há 17 anos, que se prontificou a ir ao encontro do menor. Abordou-o e encontrou o celular roubado. Apreendeu os dois e levou-os para a delegacia, em companhia da mãe e de Esterzinha. Era preciso fazer a queixa. Nessa hora, Mário começou a chorar. Negava o roubo evidente. A mãe titubeou, quis desistir da queixa, mas o guarda foi incisivo: “Esses meninos deveriam trabalhar na TV Globo. São uns artistas. Quando apanhados, choram, esperneiam, negam tudo”. O delegado entrou em cena. Procurou pelos antecedentes do menino de Especial para a BOA VONTADE 13 anos. Era a quinta entrada dele na delegacia, por furto e até invasão de um domicílio, na Gávea. Disse a autoridade: “A senhora fica com pena dele, mas se há cinco registros aqui é porque ele já deve ter participado de mais de 50 assaltos. As pessoas não dão queixa e isso vai se agravando”. Descobre-se, então, que o “di menor”, como ele se qualifica, está no 5o ano da Escola Municipal Henrique Dodsworth. Estuda de manhã e assalta à tarde. Depois, leva o produto dos furtos ou roubos para vender na comunidade da Rocinha. Um bom celular vale 100 reais no mercado negro. Mário Jr. tem mãe, que trabalha o dia todo. Quem teoricamente toma conta dele é a tia, que foi procurada para vir buscá-lo na delegacia. Iria ouvir um sermão do delegado, mas esse estava desanimado. Segundo ele, a legislação que rege a ação dos menores é bastante frouxa. Se o menino não é educado em casa nem recebe as lições devidas na escola, vai crescer na senda do crime. Não estaria na hora de dar uma ampla revisão no Estatuto da Criança e do Adolescente? A sociedade sofre com essas brechas inconcebíveis. BOA VONTADE 29
  • 30. Cinema Vida plena Filme ensina inclusão Produção premiada que reúne atores com síndrome de Down tem exibição especial na ONU Da Redação Cena do filme Colegas 30 BOA VONTADE
  • 31. Vivian R. Ferreira Rita Pokk, Ariel Goldenberg e Breno Viola, no set do filme Colegas, em Paulínia/SP. No destaque, o cinesta Marcelo Galvão. Aleksandra Zakartchouk O Brasil tem cerca de 300 mil pessoas com Down, segundo a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. Muitas delas trabalham, estudam, namoram, têm vida social plena. É o caso dos atores Ariel Goldenberg, Rita Pokk e Breno Viola, protagonistas do filme Colegas, do roteirista e diretor Marcelo Galvão. Em julho, o filme (Buddies, título em inglês) teve exibição especial durante a 6a Conferência de Estados Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, na sede da ONU em Nova York (EUA). A sessão foi uma iniciativa do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e da Missão do Brasil junto às Nações Unidas, acompanhada por delegações oficiais e representantes de ONGs presentes na conferência. Anualmente, participam desse encontro os países que ratificaram a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiên­ cia da ONU. Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), o cineasta falou sobre a experiência de dirigir jovens atores com Down. “Eu escrevi um filme que não fala sobre síndrome de Down, deficiência, mas que fala sobre sonhos. Todo mundo sonha, todo mundo quer ir atrás de seus sonhos. Então, é um filme inspirador e uma comédia, um filme para cima”, afirmou. Galvão lembra que a ideia para o filme surgiu por causa de um tio dele com essa síndrome. “Passei grande parte da minha infância convivendo com ele, e eram momentos mágicos para mim. (...) Ele tinha o coração gigantesco, era um cara divertido, acreditava que tudo era possível. Então, esse astral positivo, esse astral para cima era o que eu queria dar ao filme.” Grandes amigos, os personagens Stallone, Aninha e Márcio — interpretados por Ariel, Rita e Breno — vivem juntos em um instituto para pessoas com Down. Na história, eles decidem certo dia sair dali para realizar cada um seu sonho, inspirados por filmes que já tinham visto na videoteca do local, em especial Thelma & Louise (1991). Então, eles roubam o carro do jardineiro (Lima Duarte) e fogem. A imprensa e a polícia vão atrás do trio, determinado a viver grandes aventuras em busca dos próprios sonhos. “Antigamente, a gente era tratado como coitadinho, como mongoloide, mas a gente não é nada disso. A gente só quer ser reconhecido pelo nosso trabalho. Fico emocionado.” Ariel Goldenberg ator BOA VONTADE 31
  • 32. Cinema Muito além da telona Divu o lgaçã Amanda Amaral Lopes, 24 anos. Primeira baiana com síndrome de Down a concluir um curso de nível superior. Moradora de Vitória da Conquista, a jovem contou com o apoio da família para vencer o preconceito. Formada em Biologia, ela já planeja a pós-graduação na área de genética. A festa de formatura foi em maio. Débora Araújo Seabra de Moura, 32 anos. 32 BOA VONTADE ação Aclamado Divulg Arquivo pessoal São muitos os exemplos de superação e de novas conquistas de pessoas com Down. A seguir, três casos que chamaram a atenção no noticiário. Para o diretor, os cinco minutos iniciais dessa produção já mostram que é possível fazer bons filmes tendo atores com essa síndrome ou outras deficiências. “Você esquece que eles têm síndrome de Down, você entra na aventura, vibra, chora, ri com eles, mas com eles como atores, como personagens do filme, não como três garotos com síndrome de Down.” Ángela Bachiller, 29 anos. Primeira pessoa com Down a tomar posse como vereadora na Espanha, na cidade de Valladolid. A solenidade de posse da auxiliar administrativa municipal ocorreu em julho, ao substituir um vereador afastado por motivo de corrupção. Moradora de Natal/RN, a primeira professora com Down do Brasil estudou na rede regular de ensino. Em agosto, lançou o livro Débora conta histórias. A obra é dirigida às crianças e traz fábulas que tratam do tema da inclusão. Preconceito, rejeição, confiança e amizade estão nos contos sobre os animais de uma fazenda e seus problemas, a exemplo do sapo deficiente, da galinha surda e do passarinho de asa quebrada. Em 2012, Colegas recebeu o Kikito de melhor filme na 40a edição do Festival de Cinema de Gramado, além dos prêmios de direção de arte e especial do júri, para os três jovens atores. Mais importante que esse reconhecimento, na opinião do cineasta, é a receptividade do espectador. “O filme dialoga não só com os sindrômicos, não só com a família deles, mas também com outras pessoas que também têm sonhos”, explicou. Em junho deste ano, nos Estados Unidos, a produção recebeu a aclamação do Brazilian Film Festival of New York com o título de melhor filme do festival, na escolha do público. O premiado longa-metragem, que coleciona conquistas também em festivais de cinema no Chile, Rússia, Itália e Portugal, chegou às locadoras brasileiras neste semestre, e em outubro começa a venda do DVD. O diretor Marcelo Galvão já cogita um novo trabalho, que se chamará “Cadeirantes”: “Um filme três vezes maior que Colegas, um projeto totalmente de inclusão social”. O realizador
  • 33. O Brasil terminou o Campeonato Mundial de Atletismo Paraolímpico com 40 medalhas, sendo 16 de ouro, 10 de prata e 14 de bronze. O país ficou em terceiro lugar na classificação geral do mundial, no mês de julho, disputado em Lyon, na França. Um dos destaques dessa campanha foi o velocista Lucas Prado, responsável por duas medalhas de ouro: 100 m T11 e 200 m T11 (categoria para deficientes visuais). Nascido em Poxoréo/MT, em 1985, Lucas é um exemplo de garra e superação. Na adolescência, teve de enfrentar uma situação dramática: a perda da visão. Contudo, foi buscar forças no esporte para seguir em frente. A seguir, ele conta um pouco de sua história, digna de medalhas. BOA VONTADE — Quando você perdeu a visão? Lucas Prado — A partir dos 17 anos fui perdendo minha visão de forma gradativa devido a um descolamento de retina em uma das vistas; depois, [na outra vista] fui acometido por coriorretinite macular [inflamação no fundo do olho]. Entrei em depressão... tive vontade de cometer suicídio, porém, o esporte me proporcionou uma nova chance de viver. imaginou como argumento uma cidade de cadeirantes, onde todos os habitantes andam de cadeiras Saulo Cruz Lucas Prado superação no esporte Em 2012, Lucas Prado (E) conquista duas medalhas de prata nos Jogos Paraolímpicos de Londres. BV — Qual é a principal dificuldade para uma pessoa com deficiência visual? Lucas — No meu caso era aceitar que estava cego, que não enxergaria mais. É comum vermos pessoas que não aceitam suas deficiências; esse preconceito contra si próprio é o pior deles. Também existem as barreiras que as pessoas colocam para o deficiente. Hoje, causo impacto por realizar as mesmas coisas que uma pessoa sem deficiência faz, como utilizar o computador, ir ao banheiro sozinho, ir à rua, pegar o ônibus, viajar etc. e quem me ensinou a utilizar o computador. Eu costumo dizer que, se hoje me oferecessem a cura para minha deficiência, não aceitaria, pois acredito que me tornei uma pessoa melhor, que topa qualquer desafio. BV — Então, a sociedade precisa se tornar mais inclusiva... Lucas — Muitos acreditam que o deficiente não é capaz de realizar as mesmas atividades de uma pessoa dita normal. Talvez não saibam, mas meu professor de locomoção é cego, bem como minha professora de braile BV — Até esse mundial em Lyon, quais foram seus principais resultados? Lucas — Em 2008 conquistei três medalhas de ouro nas Paraolimpíadas de Pequim, na China. Em 2012, participei dos Jogos Paraolímpicos de Londres e trouxe duas medalhas de prata. Essa foi até minha participação mais difícil, por competir com um músculo da coxa rompido. Neste ano, conquistei mais duas medalhas de ouro e ainda quebrei meu próprio recorde de 11s03, atingindo 10s99 no Mundial de Atletismo Paraolímpico na França. de roda e só um anda em pé. Essa pessoa é o “deficiente” naquele lugar, sofre preconceito e outros tipos de discriminação. “É uma inversão da forma de como se vê a sociedade hoje.” BOA VONTADE 33
  • 34. Fotos: Maria do Socorro Acontece no Amazonas M a n a u s / a m Encanto pela poesia Oficina da LBV diverte a criançada com atividade de leitura e escrita N o livro Poemas para Brincar, o escritor e poeta José Paulo Paes fala sobre o que significa, para ele, fazer versos: “Poesia/ é brincar com palavras/ como se brinca/ com bola, papagaio, pião./ Só que/ bola, papagaio, pião/ de tanto brincar se gastam./ As palavras não:/ quanto mais se brinca/ Da Redação com elas/ mais novas ficam./ Como a água do rio/ que é água sempre nova./ Como cada dia/ que é sempre um novo dia”. Foi assim, sob a inspiração da experiência poética, que a equipe do programa socioeducacional LBV — Criança: Futuro no Presente!, em Manaus/AM, iniciou em agosto a oficina “Varal de Poesia — Haikai*”. O projeto foi concebido com o objetivo de “fazer com que as crianças se envolvam e passem a gostar da leitura e aprimorem sua escrita e fala”, diz a pedagoga Paula Figueiredo dos Santos, responsável por conduzir a atividade. Participam * Haikai — O termo japonês indica forma de poesia surgida no século 16 no Japão. No Brasil, criou-se uma versão desta com métrica e acentuação adaptadas. 34 BOA VONTADE
  • 35. dessa ação meninas e meninos de 6 a 12 anos de idade, em situação de vulnerabilidade, em período complementar ao da escola. Nessa iniciativa, os pequenos têm a oportunidade de conhecer poemas infantis de Vinicius de Moraes e Cecília Meireles, grandes poetas da língua portuguesa. “Depois, com o objetivo de aguçar a criatividade, a imaginação e a interação, foi a vez de falar da poesia haikai, da cultura japonesa, com uma métrica construída por 17 sílabas, divididas em três versos e que fala somente sobre a Natureza”, explicou a educadora. Ao todo, 50 crianças iniciaram a oficina, e os primeiros resultados do trabalho empolgaram a garotada. Elen Cristina Mendonça, de 11 anos, do 5o ano do ensino fundamental de uma escola pública, não cansa de dizer que “gosta muito de poesia”. O aprendizado já lhe rendeu elogios: “A minha professora no colégio disse que minha leitura melhorou bastante”. O colega dela Davi Nunes da Silva, de 10 anos, não perde nenhuma atividade. “Eu acho muito legal, aprendo mais sobre a poesia japonesa e posso evoluir. Tenho hoje um vocabulário maior. Sei que haikai é composto pelos vocábulos hai, significa ‘brincadeira, gracejo’, e kai, ‘harmonia, realização’.” Mobilização, pesquisa e construção poética são as etapas que compõem o projeto. Segundo a pedagoga Paula Figueiredo, a cada encontro as crianças aprendem mais a respeito Visite, apaixone-se e ajude a LBV! 1 (1) Vista parcial da fachada da unidade da LBV na capital do Amazonas. (2) No varal de poesia, o resultado da criatividade da garotada. 2 do repertório poético de autores nacionais e do Japão; em seguida, são incentivadas a também escrever um poema. Para Igor José Lima Bentes, 11 anos, aluno do 4o ano do ensino fundamental, poetar é um desafio. “É complicado fazer a rimação que a poesia precisa, pensar em várias palavras, porque a poesia tem um diálogo. Ela pode ser sobre vários temas... ser romântica, engraçada, alegre, que é a que eu mais gosto. Estou muito empolgado.” A realização de um sarau em novembro, no Centro Comunitário de Assistência Social da Legião da Boa Vontade na capital amazonense, marcará o encerramento da oficina. O evento, aberto ao público, celebrará a criatividade infantil, trazendo declamações das poesias produzidas ao longo do projeto. Na ocasião, será entregue um livreto com o material produzido pelos meninos e meninas atendidos pela Instituição. Em Manaus/AM, o Centro Comunitário de Assistência Social da LBV está localizado na Av. Presidente Castelo Branco, 997, Cachoeirinha — tel. (92) 3215-7930. BOA VONTADE 35
  • 36. Mulher Ana Paula Padrão Equilíbrio e decisão De jornalista a empresária, Ana Paula Padrão dedica-se à igualdade de gênero que contemple o melhor das diferenças e os valores da mulher na família e no trabalho. Angélica Beck e Leila Marco P essoa decidida, empenhada em ser feliz e disposta a compartilhar esse sentimento com todos ao seu redor. Com esse mesmo entusiasmo, a jornalista e empresária Ana Paula Padrão valoriza a busca do equilíbrio entre a atividade profissional e a vida familiar e afetiva. Para isso, não hesitou em deixar a TV (onde comandou telejornais nas maiores emissoras do Brasil) para se dedicar unicamente à sua produtora de conteúdo Touareg e ao Tempo de Mulher, um portal que oferece serviços e promove palestras e pesquisas com foco no público feminino. Com o novo projeto, a ideia é estabelecer uma plataforma espe- 36 BOA VONTADE cializada que favoreça a mulher no ambiente de trabalho. Isso por meio de “programas e práticas que tornem essa tripla jornada feminina mais fácil, que deem conforto para ela na hora de ter um filho, e não ter que voltar correndo para o trabalho pelo medo de perder aquela função”, explicou. Para Ana Paula, essa é uma forma de pensar em um futuro melhor para o Brasil, com boa educação para as crianças e menos violência e corrupção, pois investe na família, elemento fundamental na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Em setembro, a jornalista esteve nos estúdios da Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV, internet e publicações) na capital paulista para participar de sessão de fotos e gravação de um vídeo institucional da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!. Todos os anos, a iniciativa mobiliza artistas, personalidades da mídia e o povo brasileiro para uma ajuda especial a quem mais precisa. A meta da campanha é arrecadar 900 toneladas de alimentos não perecíveis para entregar a mais de 50 mil famílias de baixa renda. Durante a visita, Ana Paula conversou com a equipe da BOA VONTADE. BOA VONTADE — Como é para você participar da campanha do Natal Permanente da LBV?
  • 38. Vivian R. Ferreira Mulher Angélica Beck, da Super Rede Boa Vontade de Comunicação, entrevista Ana Paula Padrão. Ana Paula Padrão — É uma honra estar aqui com vocês. Multiplicar a solidariedade é fazer uma sociedade melhor. A gente é atropelado todos os dias pela nossa rotina, pelos nossos interesses... É claro que precisamos construir e produzir coisas todos os dias para fazer a sociedade andar, o país crescer, mas não é só isso. É realizar isso sem atropelar o outro. Temos que olhar com Boa Vontade quem está ao nosso lado, prestar algum tipo de solidariedade a quem precisa. Não é necessário só fazer doações de alimentos, de roupas; se você doar carinho, todo dia, como sociedade a gente seria melhor, mais nobre, menos egoísta, autocentrada. Isso faz um mundo melhor, mais equilibrado, justo, menos corrompido. O tecido social só fica mais ligado, menos destruído, se você efetivamente ama as pessoas. BV — Seu atual momento profissional é dedicado ao público feminino. Como essa jornada teve início? 38 BOA VONTADE Ana Paula — Eu comecei há muitos anos a fazer pesquisas sobre a mulher brasileira. Primeiro, para satisfazer uma curiosidade minha de jornalista. Eu sabia que o sexo feminino estava passando um momento diferente daquele da mulher dos anos 1980, que saiu de casa para trabalhar e que, muitas vezes, esqueceu o seu lado feminino, a maternidade. Foi a época das produções independentes [ter um filho sem parceiro]. Era como se não fosse importante ter família; ou seja, fazer tudo sozinha e trabalhar como homem, imitando os padrões masculinos, inclusive porque não tínhamos modelo feminino para copiar. A partir do ano 2000, a mulher começou uma tentativa de resgate de valores eminentemente femininos, de prestar atenção nela mesma de novo. BV — Como tem sido a recepção do público a esse lado empreendedor? Ana Paula — Sinto que maior do que imaginava. Eu tenho uma ligação muito forte com as mulheres. Nunca escondi do público o que queria fazer e os meus momentos de felicidade e de infelicidade, de mudanças na minha vida, de recuperar determinadas coisas que deixei para trás. (...) Então, como minha relação sempre foi de transparência com o público, tive um retorno muito grande. Isso é bom, porque sem credibilidade não se chega a lugar nenhum nessa área. A comunicação tem sido muito boa com essa mulher da classe média brasileira, a exemplo da comunicação com as mulheres que estão em grandes corporações e podem disseminar nessas empresas um ambiente de trabalho mais favorável para nós... por meio de programas e práticas que tornem essa tripla jornada feminina mais fácil, que deem conforto para ela na hora de ter um filho, e não ter que voltar correndo para o trabalho pelo medo de perder aquela função. BV — E o papel da comunicação social nesse processo? Ana Paula — A comunicação é sempre muito importante. Muita gente diz: “Ah, o jornalismo vai acabar... A comunicação já não é a mesma. A notícia está se banalizando”. Eu até entendo, mas discordo. A notícia é um produto tão nobre, tão necessário, que nunca vai acabar. Podem mudar as plataformas, os interlocutores, a maneira de absorvê-la, mas a sociedade vai sempre precisar da notícia. Quanto mais democrática for a notícia, melhor, pois a mais pessoas chegará e mais benefícios levará.
  • 39. em geral, é o que se entende por gestão masculina, aquela na qual um currículo é o que vale uma vaga e pronto. O que se entende por gestão feminina são pessoas e talentos adaptados aonde vão produzir bem. Isso é aproveitar melhor a capacidade de homens e mulheres. Com isso eu estou dizendo que a gente não deva dividir todo o resto? Não! Temos de dividir, sim! É tanto responsabilidade do homem quanto da mulher educar direito uma criança, amar um filho, sustentar uma família. (...) Agora, a gente pode trabalhar essa igualdade de gêneros aproveitando o “Usar a minha imagem a favor de uma bela causa e saber que com isso estou proporcionando um fim de ano melhor para tanta gente que realmente precisa é uma emoção. Esses 30 anos em que fiquei exposta na televisão fizeram com que as pessoas acreditassem em mim, e essa credibilidade é o que eu doo para a LBV e para essas famílias que terão um Natal mais feliz. Por isso, meus colegas e eu estamos participando desta campanha.” melhor das diferenças e unindo o melhor dos resultados. BV — Como a mulher deve lidar com as jornadas duplas ou triplas? Ana Paula — Quando está sobrecarregada, a última coisa que ela olha é para si mesma. Vamos ser honestas... a gente está feliz? É uma pergunta que me faço todos os dias e tento responder. Toda vez que rompo com alguma coisa que está me fazendo mal, é porque olhei para mim e falei assim: “Não dá! Estou sobrecarregada, não estou feliz!”. Então, toda vez que vejo mulheres reclamando muito: “Não dá tempo para nada! João Periotto BV — A igualdade de gênero é possível? Ana Paula — Nós somos diferentes, homens e mulheres. Enquanto tentamos provar que éramos iguais, deu tudo errado. O feminismo foi importante inicialmente porque abriu muitas portas para todas nós. Todo movimento radical tem que quebrar alguns tabus e ser exagerado, senão ele não provoca a mudança necessária. Agora é tempo de fazer outro caminho, tempo de entender as diferenças e utilizá-las da melhor maneira possível. No ambiente de trabalho, por exemplo, os homens são mais focados, mais hierarquizados. Numa empresa
  • 40. Mulher Arquivo pessoal Divulgação Alma de repórter Eu tenho tanta coisa para fazer!”, eu penso que é muita responsabilidade para ela fazer essa mudança, olhar para si e dizer: “Onde está o ponto de infelicidade? Eu dou conta disso tudo ou só estou querendo ter o respeito social porque sou uma mulher que conseguiu fazer tudo?”. Esse negócio de supermulher ficou fora de moda. E veja que eu não estou sugerindo que a mulher pare de trabalhar e volte para casa, não. Mas que ela procure com seu companheiro, com seu chefe e sua empresa as condições mais favoráveis para que trabalhe bem. Esse é um movimento muito forte na Europa e nos Estados Unidos. O Brasil não pode abrir mão da força de 40 BOA VONTADE Uma das jornalistas mais conceituadas do país, Ana Paula Padrão nasceu e cresceu em Brasília/DF. Foi correspondente internacional em Londres (Reino Unido) e Nova York (Estados Unidos). Nesse período, cobriu a Guerra do Kosovo, na década de 1990; o fim do regime talibã no Afeganistão, em 2001; e as consequências do acidente nuclear na usina de Tokaimura, no Japão, em 1999. Ganhou notabilidade ao observar a alma feminina em suas reportagens, mostrando a mulher de culturas, costumes e tradições diferentes. Em quase 30 anos de carreira, foi âncora de importantes telejornais do país, na TV Globo, no SBT e na Rede Record. trabalho feminina, tampouco deixar de ter crianças bem-educadas, lares estáveis; a sociedade é feita de famílias. Ou o homem começa a dividir as coisas com a mulher, e as empresas dão mais condições para que a gente seja profissional, mulher e mãe, ou a sociedade não vai acontecer, ela vai ficar um tecido esgarçado e não vai chegar a lugar nenhum. BV — O equilíbrio é a chave para o sucesso na vida profissional e pessoal? Ana Paula — Tanto a mulher como o homem precisam de paz de espírito, ter tranquilidade, para ser uma pessoa equilibrada emocional- mente. O tempo passa muito rápido, e quando a gente vê, não aproveitou o melhor. O mundo da produtividade do trabalho exige um tempo muito diferente daquele para ver uma criança crescer, e temos de equilibrar essas coisas. Pais querem ser pais, mães querem ser mães, como é que se faz a amarração dessas coisas? Para que todas elas aconteçam em seus ritmos, é necessário um dividir com o outro. Assim, não teremos de ficar 28 horas plugadas por dia, porque diariamente só temos 24 horas e precisamos dormir, descansar, amar e sermos amadas. A vida solitária é mais pobre... uma vida mais difícil. BV — Que mensagem deseja transmitir aos leitores da BOA VONTADE? Ana Paula — Eu espero sinceramente que a sociedade evolua para mais equilíbrio. Não dá para passar por essa vida só trabalhando e também não dá para ficar só vendo os outros fazendo isso. Todo mundo quer produzir alguma coisa, quer ver a sua obra ficar. Mas à custa de quê? Em que velocidade? É nisso que precisamos pensar. É muito importante para a mulher hoje fazer parte de uma sociedade produtiva, e isso se dá de várias maneiras. O homem também precisa ver o quanto é importante, legal, e quanto gera de felicidade ter um tempo para os filhos, para a casa. Esse encontro vai acontecer de uma maneira mais fácil se cada um chegar ao meio da questão e parar de ficar um pouco nas pontas. Eu espero que isso ocorra naturalmente e, daqui a uma geração, possamos finalmente falar de outros assuntos.
  • 41. Gigante Trabalho da LBV cresce e supera 10,2 milhões de atendimentos e benefícios em 2012. Com a sua ajuda, essa marca será superada em 2013! como o povo 8% 16% 5% 5% 58% 8.508.482 9.434.943 10.255.833 2008 8% 8.016.758 Número de atendimentos e benefícios prestados pela Legião da Boa Vontade de 2008 a 2012 7.487.023 brasileiro 2009 2010 201 1 2012 Há duas décadas, a Legião da Boa Vontade tem seu balanço geral auditado pela Walter Heuer (auditores externos independentes), por iniciativa de José de Paiva Netto, diretor-presidente da LBV, muito antes de a legislação que exige essa medida entrar em vigor. Atendimento (por faixa etária) 0 a 5 anos 6 a 15 anos Mais de 70% do trabalho 15 a 17 anos socioeducacional da LBV beneficia crianças e 18 a 25 anos adolescentes 26 a 59 anos mais de 60 anos Fonte: Superintendência Socioeducacional da LBV Ajude! www.euajudoamudar.org
  • 42. Acontece em Santa Catarina Desafios S ã o j o s é / S C da maternidade Fabíola Bigas e Mariane de Oliveira Fotos: Derli Francisco Programa da LBV ajuda gestantes a superar inseguranças dessa fase com afeto, informação e permanente apoio. 42 BOA VONTADE A maternidade costuma ser uma experiência rica e marcante na vida de toda mulher. Mas também quase sempre implica mudanças no estilo de vida em face das novas responsabilidades do papel de mãe. Se não bastasse certa insegurança comum nessa fase, a realidade brasileira mostra que muitas gestantes ainda não contam com acompanhamento médico de qualidade e recursos materiais necessários para cuidar do bebê. Por isso, na Legião da Boa Vontade, futuras mamães e mulheres com filho de até 1 ano, de famílias em situação de risco social, recebem amparo material e orientação por meio do programa Cidadão-Bebê. As gestantes participam de oficinas e palestras educativas sobre o cuidado com a criança e sobre a importância dos vínculos familiares, entre outros temas. Também ganham, na etapa final do curso, um enxoval para elas e para o bebê. Uma das cidades em que esse trabalho ocorre é São José, na região metropolitana de Floria-
  • 43. Equipe da Record News SC registra a entrega dos enxovais às gestantes atendidas pelo programa Cidadão-Bebê, da LBV. A reportagem completa foi exibida no Jornal do Continente, apresentado pelo jornalista Jota Pacheco. nópolis/SC. Lá, o atendimento às mamães está sendo ampliado graças à inauguração de novas instalações do Centro Comunitário de Assistência Social da LBV. Com mais esse espaço, a expectativa é a de continuar expandindo as atividades que promovem cidadania e favorecem a autoestima e a inserção sociocultural das pessoas e famílias atendidas. Agradecida pelo apoio recebido na Instituição, Jussara dos Santos, do primeiro grupo de mulheres assistidas pelo programa neste ano, Sobre São José Quarta cidade mais populosa de Santa Catarina, São José localiza-se na região metropolitana de Florianópolis, capital do Estado. O município conta com 215.278 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, estimativa de 2012). A base da economia josefense está no comércio, na indústria e no setor de prestação de serviços, com destaque para atividades geradoras de renda, como a pesca artesanal. Ao mesmo tempo em que hoje a cidade experimenta rápido crescimento do mercado imobiliário e forte verticalização, também enfrenta muitos problemas decorrentes da desigualdade social. BOA VONTADE 43
  • 44. Acontece em Santa Catarina “Aprendi muita coisa na LBV” Em 30 de agosto, o Centro Comunitário da LBV em São José promoveu um encontro festivo para marcar a entrega de enxovais e do certificado de participação no programa Cidadão-Bebê ao segundo grupo de gestantes atendidas. Na ocasião, agradeceram à Instituição a oportunidade de vivenciar um espaço único, de aprendizado e confraternização. A atendida Michele Silva*, 28 anos, mãe de Mateus, Juliana e Igor, lembrou como era sua vida antes de participar do programa. “Eu era uma pessoa depressiva, não conseguia trabalhar, só chorava. Ficava dentro de casa, porque não queria sair durante a minha gravidez. (...) Já estava quase perdendo meu bebê, tanto que fiquei quase um mês internada antes de tê-lo. Eu não estava aceitando o meu neném.” Com o apoio da Instituição, Michele passou a enxergar a maternidade de modo diferente: “Eu agradeço muito à LBV. Eu estava com depressão, e a equipe da LBV me ajudou bastante. Através das palestras, da ajuda da assistente social, tive vontade de ter o meu filho e vi que não era nada daquilo que eu pensava. A LBV me ajudou a ver que eu posso trabalhar, me reunir com outras pessoas... Agora eu estou bem feliz”. O aprendizado de Michele foi logo posto em prática no cuidado dos filhos, o que incluiu a técnica da amamentação. “Eu já sou mãe de segunda viagem, mas não sabia amamentar direito. O banho, as dores, tudo sobre o bebê eu aprendi; foi tudo novo.” Ela e outras atendidas também ressaltaram a importância daqueles que contribuem para tornar o trabalho socioeducacional da LBV uma realidade diária. “Eu agradeço, em nome de todas as mães, aos colaboradores. Não deixem de ajudar, por menor que seja a quantidade, porque é muito importante. Desde uma fralda até um pão, um quilo de arroz, de feijão, o que vocês ajudam para nós é tudo”, destacou. * Foram usados pseudônimos, a fim de preservar a identidade da atendida e de seus filhos. Mortalidade infantil cai 77% em 22 anos De acordo com levantamento do Unicef, divulgado em setembro, a taxa de mortalidade infantil no Brasil — compreendendo crianças de até 5 anos — caiu 77% entre 1990 e 2012. Segundo o Relatório de Progresso 2013 sobre o Compromisso com a Sobrevivência Infantil: Uma Promessa Renovada, o número de mortes a cada mil crianças nascidas vivas caiu de 62, em 1990, para 14, em 2012. Com isso, o país passou a ocupar o 120o lugar de um ranking com mais de 190 nações. A queda do índice possibilitou ao Brasil o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 4 (ODM 4) — reduzir a mortalidade na infância — quatro anos antes do prazo estabelecido. 44 BOA VONTADE declarou: “Na LBV aprendi muitas coisas, como o cuidado com o bebê, a importância da amamentação. Nas oficinas de artesanato, aprendi a fazer biscuit, toalhinhas”. Segundo ela, as lições aprendidas no curso serão passadas ao filho. “Espero que ele seja um incentivador do Bem, porque esse é o espírito da LBV, formar cidadãos de bem. Quero que meu filho seja estudioso, trabalhador e cumpridor de seus compromissos.” Semeando o Bem A nova unidade socioeducacional da LBV em São José possibilitou a ampliação da capacidade de atendimento em cerca de 70% na Grande Florianópolis. Com isso, aumenta o alcance do programa Espaço de Convivência, que beneficia jovens e adultos. Na cerimônia que marcou a entrega do novo espaço, em 9 de julho, estiveram presentes colaboradores e parceiros da Instituição, autoridades locais e a imprensa. Na ocasião, o secretário de Assistência Social de São José, Lédio Coelho, representando a prefeita Adeliana Dal Pont, afirmou: “À Legião da Boa Vontade, nossos parabéns em nome do município! E desde já nos colocamos à disposição para grandes parcerias, porque feliz é aquele que pode fazer o Bem, e a LBV tem feito isso não só em São José, mas também no mundo”. E acrescentou: “Enquanto as crianças cantavam, eu estava pensando que é possível mudar, é possível vencer, porque o Bem sempre vence o mal. E a LBV planta isso no coração das pessoas”.
  • 45. Fotos: Nathália Valério Acontece no Rio de Janeiro A partir da esquerda, Patrícia Corrêa (auxiliar de saúde bucal, da LBV) e a equipe da UFRJ e da Apelbaum Odontologia: Telma Borzino, Dafne Apelbaum, Sonia Groisman, Roberta Brito, Ana Catarina Loivos, Rafaela Torres, Marcelle Viana e Lecine Borzino. R i o d e j a n e i r o / r j Mutirão de Saúde Bucal e Cidadania Infantil D e acordo com vários estudos, a cárie dentária é a doença crônica mais comum entre estudantes de 5 a 17 anos. Atenta a essa questão, a Legião da Boa Vontade oferece atendimento odontológico a Dr. Ariel Apelbaum Dra. Sonia Groisman crianças e adolescentes de famílias de baixa renda em suas unidades espa- curso de Odontologia, profissionais lhadas pelo país durante o ano todo. com especialização em Saúde ColetiNo Centro Educacional da LBV, no va e Familiar e mestrandos em Clínica Rio de Janeiro/RJ, por exemplo, to- Odontológica, na área de orientação dos os anos a Instituição promove o em Política de Saúde, todos ligados Mutirão de Saúde Bucal e Cidadania à UFRJ. Crianças e adolescentes da escola Infantil. e gestantes atendidas pelo programa Neste ano, a iniciativa ocorreu entre 7 e 11 de outubro, sob a coorde- Cidadão-Bebê, da LBV, assistiram a nação do cirurgião-dentista e implan- palestras educativas sobre como deve todontista dr. Ariel Apelbaum e da ser feita a escovação dos dentes, o que doutora em Odontologia Preventiva ajuda, inclusive, na prevenção de males como diabetes e doenças e professora da Universidade cardiovasculares. Federal do Rio de Janeiro “É uma ação pioneira, (UFRJ) Sonia Groisman. O de longo prazo, investigando mutirão contou também com e tentando traçar um projeto a presença da fonoaudióloga para que as crianças realGenise Ferreira, além de Genise Ferreira mente não precisem de um alunos do último período do trabalho restaurador. Trazemos a prevenção para que tenham um sorriso bonito e saudável”, afirmou à BOA VONTADE o dr. Ariel Apelbaum. O cirurgião-dentista externou a satisfação de participar do mutirão: “Sinto-me lisonjeado em colaborar com a LBV, trabalhar com essas crianças e ver o sorriso e tudo o que vocês têm feito para elas. Isso aumenta o meu carinho não só pela LBV, mas também por todo o serviço que faz, no Rio e em todo o Brasil”. A dra. Sonia Groisman destacou, na ocasião, a qualidade do serviço prestado pela Instituição. “O trabalho da LBV é muito bonito; não só o odontológico, mas toda essa ação de inserção social.” E completou a professora: “Essas crianças têm a facilidade de ter o atendimento no ambiente escolar; os pais não precisam levá-las em lugar nenhum. Isso é a construção da cidadania, de ter o direito à saúde. O que a LBV faz é de fundamental importância”. BOA VONTADE 45
  • 47. UN Photo/Jean-Marc Ferré organização das nações unidas Solidariedade ecumênica para o desenvolvimento sustentável Recomendações da LBV são apresentadas oficialmente na Reunião de Alto Nível do Ecosoc/ONU em Genebra Wellington Carvalho U Sala do Conselho de Direitos Humanos e da Aliança das Civilizações no Palais des Nations, em Genebra, reestilizada pelo artista espanhol Miquel Barceló, em 2008. Na ousada obra, Miquel recobriu a abóbada da sala com o efeito de estalactites multicoloridas de alumínio, que mudam de tom dependendo do lugar de onde são vistas. m dos seis órgãos principais da Organização das Nações Unidas — ao lado da Assembleia-Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho de Tutela, da Corte Internacional de Justiça e do Secretariado —, o Conselho Econômico e Social (Ecosoc) reúne representantes de países membros da ONU e organizações da sociedade civil para a discussão dos desafios econômicos, sociais e ambientais do planeta. De 1o a 4 de julho, em Genebra, Suíça, a Reunião de Alto Nível do Ecosoc, importante encontro anual da ONU, promoveu debates entre autoridades mundiais em torno do tema “Ciência, Tecnologia e Inovação, e o potencial da cultura na promoção do desenvolvimento sustentável e no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”. De acordo com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, “ciência, tecnologia e inovação desempenharão um papel fundamental na condução do desenvolvimento sustentável”. Por isso, esses elementos deverão ter um papel cada vez mais importante na agenda colaborativa internacional, tendo em vista os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conjunto de metas globais que podem entrar em vigor em 2015. BOA VONTADE 47
  • 48. UN Photo/Jean-Marc Ferré ONU 2 Fotos: Arquivo BV 1 (1) O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, é saudado por Adriana Rocha, da LBV, enquanto recebe a edição especial da BOA VONTADE, em inglês. Atencioso, folheou a publicação e reafirmou sua admiração pelo trabalho da Instituição. (2) Juan Manuel Santos Calderón (D), presidente da Colômbia, com o representante da LBV. Em Genebra, Calderón discursou na Sessão Substantiva do Ecosoc. (3) Recebem as recomendações da LBV, em inglês, a nigeriana Amina J. Mohammed (C), conselheira especial da ONU para o Planejamento de Desenvolvimento pós-2015, e a neozelandesa Helen Clark (D), administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 3 A LBV abre o pronunciamento da sociedade civil na plenária da ONU em Genebra/Suíça. O discurso é feito por Danilo Parmegiani, representante da LBV nas Nações Unidas. 48 BOA VONTADE Já o presidente do Conselho Econômico e Social da ONU, Néstor Osorio, declarou: “Ciência, tecnologia, inovação e cultura podem impactar de forma significativa cada uma das três dimensões do desenvolvimento sustentável — a econômica, a social e a ambiental. Elas apresentam enormes oportunidades, mas (...) também colocam desafios significativos”. Ambos participaram da cerimônia de abertura do encontro, acompanhados do presidente da 67a sessão da Assembleia-Geral da ONU, Vuk Jeremić, e do presidente da Confederação Suíça, Ueli Maurer.