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FACULDADE KURIOS
HADESLOGIA
O MUNDO DOS MORTOS
Maranguape - CE
2015
Elienos Pereira do Lago
HADESLOGIA
O MUNDO DOS MORTOS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Faculdade Kurios, como requisito
para a obtenção do título de formação Bacharel em
Teologia.
Área de concentração: Ciências Humanas.
Professora Orientadora: Ivone Ramos de
Andrade Costa.
Maranguape - CE
2015
FACULDADE KURIOS
HADESLOGIA
O MUNDO DOS MORTOS
__________________________________________
Aluno: Elienos Pereira do Lago
_________________________________________
Orientadora: Ivone Ramos de Andrade Costa
Professora Pedagoga - FASAR e UNI BH
Maranguape - CE
2015
HADESLOGIA
O MUNDO DOS MORTOS
Elienos Pereira do Lago
Monografia aprovada em 18/12/2015
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
José Aparecido Peraçoli Moreno
Doutor - American Pontifical Catholic University
__________________________________________________
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
Doutor - American Pontifical Catholic University
__________________________________________________
Sharles Cruz
Doutor - American Pontifical Catholic University
CONCEITO FINAL: 85
Maranguape - CE
2015
Dedicatória
A Deus, que nos salvou e nos vocacionou.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo seu cuidado com a minha vida, a minha esposa
Esmeralda, meus filhos Davi, Lucas e Priscila, pela compreensão nas horas de estudo
e ao Pr. Jorge Linhares pelo apoio e incentivo.
Elienos Pereira do Lago
“O homem, filho do tempo, reparte com o mesmo a sua ciência, ou a sua
ignorância; do presente sabe pouco, do passado menos, e do futuro nada”
(Pe. Antônio Vieira).
RESUMO
O Velho Testamento usa a palavra Sheol para se referir ao estado intermediário,
isto é, o interregno entre a morte física e a ressurreição, já o Novo Testamento usa a
palavra Hades.
Alguns entendem que o Sheol (Hades) é um estado, não um lugar. Neste
trabalho vamos verificar que apesar de estar em outra dimensão este mundo dos
mortos é real.
A versão de Almeida infelizmente traduz sheol como morte, sepultura, abismo e
inferno. Isto dificulta o estudo do mundo dos mortos.
Nesta pesquisa olhamos os termos sheol e hades a luz da mitologia, verificamos
o uso destes termos na Bíblia e a diferença do conceito de inferno distinto de hades e
sheol.
Observamos que houve uma mudança no hades após a morte e ressurreição de
Jesus Cristo.
Notamos que os participantes da primeira ressurreição terão a Nova Jerusalém
como destino e os participantes da segunda ressurreição terão o Geena como destino
final.
A Igreja participa da promessa de não descer ao hades depois da morte física.
Ela vai direto para o Paraíso no 3º Céu - habitat de Deus.
Mt 16.18: "Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei
a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela".
Detectamos que no mundo dos mortos há vários compartimentos. O Lugar de
tormentos como casa provisória daqueles que rejeitam o Salvador Jesus. O Paraíso ou
Seio de Abraão como casa provisória daqueles que aceitaram o Messias. Na 2ª Vinda
de Jesus, os santos herdarão a Nova Jerusalém e os ímpios herdarão o Geena.
No final desta odisseia o Bem prevalecerá sobre o Mal.
Palavras chaves: Inferno, Sheol, Hades, Tártaro.
SUMÁRIO
I.INTRODUÇÃO 19
II.O CONCEITO DE INFERNO EM VÁRIAS RELIGIÕES 21
IV.SHEOL- HADES: O LUGAR DOS MORTOS 28
V.SHEOL NO VELHO TESTAMENTO E A SUA LOCALIZAÇÃO 31
VI.Cosmologia Hebraica 35
VII.DEPOIS DO SHEOL-HADES SEGUE-SE O GEENA 36
VIII.A DIVISÃO DO SHEOL HADES 45
VIII.AS CIDADES DE REFÚGIO - TIPO DO HADES (SHEOL) - Nm 35.9-25 49
IX.PERSONAGENS QUE ESCAPARAM DO SHEOL - HADES 49
X.ALGUNS PERSONAGENS QUE PASSARAM POUCO TEMPO NO SHEOL-HADES
51
XI.REFERÊNCIAS BÍBLICAS 53
CONCLUSÃO 54
54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 55
I. INTRODUÇÃO
O QUE É O INFERNO 1
Inferno é um termo usado por diferentes religiões e mitologias, representando a
morada dos mortos ou um lugar de condenação. A palavra inferno não é encontrada
nem no Novo e nem no Velho Testamento. A origem do termo é latina: infernum, que
significa “as profundezas” ou o “mundo inferior”.
1º) O inferno é um lugar preparado para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41; 2 Pe
2.4; Ap 20.1-3, 10, 14).
2º) O inferno é, também lugar de castigo eterno para os ímpios (Mt 5.22, 29, 30;
10.28; 18.8,9; 23.15, 33 (geena); Mt 25.41, 46; 2 Ts 1.9; Ap 19.20; 20.14, 15; Dn 12.2).
A ciência, por crer na indestrutibilidade da matéria e na conservação da energia,
não pode dizer que a crença cristã é irracional, e a filosofia, com seu reconhecimento
das desigualdades da vida, não pode muito bem evitar postular uma vida depois da
morte. Esta possibilidade e necessidade são convertidas em certeza na Bíblia. O Velho
Testamento ensina que há uma vida depois da morte. Mostra que todos os homens vão
(iam) ao SHEOL (HADES no N.T.). Os ímpios, é claro, vão para lá (Sl 9.17; 31.17;
49.14; Is 5.14). Lemos que Coré e Abirão desceram vivos ao SHEOL (Nm 16.33). Mas
os justos também vão para lá (Jó 3.11-19; 14.13; 17.16; Sl 6.5; 16.10; 88.3). Jacó
esperava descer a seu filho José no Sheol (Gn 37.35; 42.38; 44.29-31). A idéia de ir
para o Sheol está presente também na frase que ouvimos sempre e “foi reunido ao seu
povo” (Gn 25.8, 17; 35.29; 49.33; Nm 20.24; 27.13; Dt 32.50; Jz 2.10).
Também o Novo Testamento mostra que tanto os maus como os justos desciam
ao HADES ( δηᾅ ς) antes da Ressurreição de Cristo. Lemos que o rico desceu ao
Hades, e ele e Lázaro estavam tão próximos que dava para conversarem um com o
outro naquela região (Lc 16.19-31). O próprio Jesus desceu ao Hades (At 2.27-
31).Cristo tem agora as chaves da Morte e do Hades (Ap 1.18); e algum dia, esses dois
devolverão os mortos que neles há (Ap 20.13, 14).
Se, portanto, as Escrituras ensinam que há uma existência depois da morte, é
uma existência consciente? O Velho Testamento não é explícito quanto a este ponto.
1
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ser reunido a seu povo, ir ter com o filho de alguém, etc., dão entender esse tipo de
existência, apesar de não declararem isso especificamente. O texto Ec 9.5,6,10 parece
negar que seja uma existência consciente, pois declara que “não há obra, nem projetos,
nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. Mas precisamos nos lembrar que este livro
é escrito do ponto de vista do homem natural (psíquico). Somente a Revelação Divina
pode nos falar da verdadeira natureza da vida após morte. Isaías 14.9-11, 15-17 ensina
definitivamente que é uma existência consciente. E o que é sugerido no V.T., é
ensinado claramente no Novo Testamento. Jesus o ensinou em Mt 22.31, 32. O rico e
Lázaro estavam conscientes no HADES. Podiam pensar, conversar, lembrar, sentir e
ter cuidados (Lc 16.19-31). Jesus dá entender a mesma coisa quando fala ao ladrão
arrependido, dizendo que naquele mesmo dia ele estaria com Cristo no Paraíso (Lc
23.40-43). Incidentemente, o Novo Testamento indica que havia dois compartimentos
no HADES-SHEOL: um para os maus e um para os bons. O que era reservado aos
justos era chamado de PARAÍSO. Não é mencionado o nome do que era reservado aos
maus, mas é descrito como sendo um LUGAR DE TORMENTO. Assim, fica claro que o
termo dormir, quando usado a respeito da morte, se aplica somente ao corpo (Mt 27.52;
Jo 11.11-31: 1 Co 15.30, 51; 1Ts 4.14; 5.10; Al 7.59, 60). Não existe o sono da alma,
como é ensinado pelos Adventistas do Sétimo Dia.
Depois da ressurreição de Cristo, parece ter tido uma mudança. Daquela época
em diante, mostra-se que os crentes vão à presença de Cristo quando morrem. Assim
Paulo deixa a entender: 2 Co 5.6-9; Fp 1.23; 2 Co 12.2-4. Vemos também as almas do
que tinham sido (irão) mortos debaixo do altar e conscientes (Ap 6.9-11). Elas vão para
o PARAÍSO, mas agora o PARAÍSO é lá em cima (2Co 12.2-4). Quando Cristo
ressurgiu, levou com Ele não apenas as primícias (Mt 27.52.53), mas também as almas
de todos os justos que estavam no HADES (Ef 4.8; Sl 68.18). Daí em diante, todos os
crentes vão à presença de Cristo quando morrem, enquanto os não crentes continuam
a ir para o Hades, como nos tempos do Velho Testamento.
II. O CONCEITO DE INFERNO EM VÁRIAS RELIGIÕES
1. Inferno na mitologia grega
Na mitologia grega, as profundezas correspondiam ao reino de Hades, para onde
iam os mortos. Daí ser comum encontrar-se a referência de que Hades era Deus dos
Infernos. O uso do plural, infernos indica mais o caráter de submundo e mundo das
profundezas do que o caráter de lugar de condenação, em geral dado pelo singular,
inferno.
2. Inferno no judaísmo
No judaísmo, o termo Gehinom (ou Gehena) designa a situação de purificação
necessária à alma para que possa entrar no Paraíso - denominado por Gan Eden.
Nesse sentido, o inferno na religião e mitologia judaica não é eterno, mas uma condição
finita, após a qual a alma está purificada. Outro termo designativo do mundo dos mortos
é Sheol, que apresenta essa característica de desolação, silêncio e purificação.
3. Inferno no budismo
De certo modo, todo o samsara é um inferno para o budismo, visto que em
qualquer reino do samsara2
existe sofrimento. Entretanto, em alguns reinos, o
sofrimento é maior correspondendo à noção de inferno como lugar ou situação de
sofrimento. Por esse motivo, muitas vezes expressam-se esses mundos de sofrimento
maior como infernos. Nenhum renascimento em um inferno é eterno, embora o tempo
da mente nessas situações possa ser contado em eras. Contam-se dezoito formas de
infernos, sendo oito quentes, oito frios e mais dois infernos que são, na verdade, duas
subcategorias de infernos: os da vizinhança dos infernos quentes e os infernos
efêmeros. Além desses dezoito que constituem o “Reino dos Infernos”, pelo sofrimento,
o “Reino dos Fantasmas Famintos” é comparável à noção de inferno, sendo constituído
de estados de consciência de forte privação - como fome ou sede - sem que haja
possibilidade de saciar essa privação. A meditação sobre os infernos deve gerar
compaixão.
4. Inferno no islamismo
2
Samsara. [Sânscr., 'passagem por estados sucessivos'.] Substantivo masculino. Metempsicose.
No Islã, o inferno é eterno, consistindo em sete portões pelos quais entram as
várias categorias de condenados, sejam eles muçulmanos injustos ou não
muçulmanos.
5. Inferno no cristianismo
Na tradição cristã o inferno corresponde a um dos chamados novíssimos: a
morte, o juízo final, o inferno e o paraíso. A idéia de que o inferno é um lugar de
condenação eterna, tal como se apresenta hoje, nem sempre foi consenso entre os
cristãos. Nos primeiros séculos do cristianismo, houve quem defendesse que a
permanência da alma no inferno era temporária. Por fim, prevaleceu entre os cristãos a
concepção de que a condenação era eterna.
III. O Mundo dos Mortos 3
Sheol (Hades)
Sheol é um termo hebraico presente na Bíblia que designa a “morada dos
mortos”. Inicialmente o conceito se referia a um lugar longe do olhar de Deus, de
existência sofrível, destino de todos os seres humanos, bons ou maus. Posteriormente
o conceito modificou-se para o lugar onde os maus receberiam o castigo merecido.
Hades
Na mitologia grega, Hades é o deus do mundo inferior, soberano dos mortos. O
nome Hades era usado para designar tanto o deus como os seus domínios.
O deus Hades
Hades era um deus de poucas palavras e seu nome inspirava tanto medo que as
pessoas procuravam não pronunciá-lo. Era também conhecido como “o Rico” - pois era
dono das riquezas do subsolo - e também como “o Hospitaleiro”, pois sempre havia
3
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1999, p. 982-986.
lugar para mais uma alma no seu reino. Casou-se com Perséfone, filha de Zeus e
Deméter, após um rapto bem sucedido.
Hades, o reino dos mortos
Hades era conhecido como o reino dos mortos ou simplesmente o submundo.
Este era um lugar onde imperava a tristeza. O barqueiro Caronte conduzia as almas
dos mortos através do rio de águas paradas Estige, até a entrada do reino de Hades,
que era guardada por Cérbero, um monstruoso cão de três cabeças que não deixava as
almas saírem do reino de Hades. Convém salientar que, segundo Homero, Hades era o
nome do deus, dizendo-se inicialmente que “as almas baixavam à casa de Hades”.
Mais tarde a “casa de Hades” passou ser simplesmente tratada com o mesmo nome do
deus, passando a dizer-se que “as almas desciam a Hades”.
É adequado para discutir a doutrina do inferno em conexão com a doutrina do
juízo final. Poderia definir o inferno como segue: O inferno é um lugar de punição eterna
para os ímpios. A Escritura ensina que existem várias passagens em um lugar como
aquele. No final da parábola do dinheiro, o Senhor diz: “Para jogar fora o servo inútil,
nas trevas, ali haverá choro e ranger de dentes” (Mateus 25.30). Esta é uma das várias
indicações de que haverá consciência do castigo após o juízo final. Da mesma forma,
no julgamento, dirá o Rei para alguns, “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo
eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41), Jesus diz que aqueles estão
condenado “ir para o castigo eterno mas os justos para a vida eterna “(Mateus 25.46).
Neste trabalho, o paralelo entre “vida eterna” e “castigo eterno” indica que ambos os
estados não têm fim.
Jesus se refere ao inferno como um lugar “onde o fogo não se apaga” (Marcos
9.43), e diz que o inferno é um lugar onde “o seu verme não morre e o fogo não se
apaga” (Marcos 9.48). A história de Lázaro e o homem rico também indica uma
consciência horrível de castigo, apesar que esta referência é relativa ao Hades:
Acontece que o mendigo morreu e os anjos o levaram para o
seio de Abraão era. O homem rico também morreu e foi
sepultado. No Hades, em meio a tormentos, ergueu os olhos
e viu ao longe Abraão e Lázaro ao seu lado. Então, ele
levantou a voz e chamou de “Pai Abraão, tem piedade de
mim e manda Lázaro que molhe a ponta do dedo na água e
refresque a minha língua, porque estou atormentado nesta
fogo”. (Lucas 16.22-24).
Em seguida, pede a Abraão para enviar Lázaro à casa de seu pai, “para avisar
os meus cinco irmãos e para que não venham também para este lugar de tormento”
(Lucas 16.28).
Quando nos voltamos para Apocalipse descrições de castigo eterno são também
muito explícito:
Se alguém adorar a besta e a sua imagem, e saiu na testa
ou na mão a marca da besta beberá do vinho da ira de Deus,
que, no cálice da sua ira é derramada sem mistura. Será
atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e
do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe para todo o
sempre. Não há dia de descanso nem de noite os que
adoram a besta e a sua imagem, e para quem recebe o sinal
do seu nome. (Apocalipse 14.9-11).
Esta passagem confirma claramente a ideia de um castigo eterno e consciente
dos incrédulos.
No que diz respeito ao julgamento da ímpia cidade de Babilônia, uma grande
multidão no céu, exclama: “Aleluia! Sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos”. Após
a derrota da rebelião final de Satanás diz: “O diabo, que os enganava, foi lançado no
lago de fogo e enxofre onde já se encontram não só a besta como também o falso
profeta. “Eles serão atormentados dia e noite pelos séculos dos séculos” (Ap 20.10).
Esta passagem também é significativa em conexão com Mateus 24.41, em que os
incrédulos são enviados para “o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.”
Estes versos deveriam tornar-nos conscientes da magnitude da santidade e justiça de
Deus que chama esse tipo de punição.
Mesmo alguns teólogos evangélicos recentemente negam a ideia de que haverá
um castigo eterno e consciente dos incrédulos. Antes a Igreja Adventista do Sétimo Dia
tinha negado, e várias pessoas ao longo da história da igreja. Aqueles que negam a
punição eterna, muitas vezes invocam o “niilismo” um ensinamento que os ímpios
sofrem o castigo da ira de Deus por um tempo, e depois Deus “aniquilará” a fim de que
não existam mais. Muitos que acreditam no aniquilacionismo também argumentam que
o julgamento final e castigo do pecado é real, mas argumentam que os pecadores após
terem sofrido ao longo de um período de tempo, enfrentando a ira de Deus por seus
pecados, no final deixariam de existir. A pena será, portanto, “consciente” mas não
“eterno”.
Os argumentos propostos em favor do aniquilacionismo são: (1) as referências
bíblicas à destruição dos ímpios, que, alguns dizem que implica que deixam de existir
depois de serem destruídos (Fp 3.19, 1 Tessalonicenses 5.3; 2Ts 1.9; 2Pe 3.7, (2) a
aparente incoerência entre a punição eterna e do amor de Deus, (3) a aparente injustiça
que encerra a desproporção entre os pecados cometidos durante um tempo e um
pecado que é eterno e (4) o fato de que a presença contínua de criaturas más no
universo de Deus para sempre estragaria a perfeição de um universo que Deus criou
para refletir a sua glória.
Em resposta, deve-se dizer que as passagens que falam de destruição (como Fp
3.19, 1 Ts 5.3. 2Ts 1.9 e 2 Pe 3.7) não implicam a cessação da existência, para o termo
que nestas passagens é usado para “destruir” não necessariamente a cessação da
existência ou aniquilação, mas são simplesmente maneiras de se referir aos efeitos
nocivos e destrutivos da decisão final sobre os incrédulos.
Com relação ao argumento do amor de Deus, a mesma dificuldade de conciliar o
amor de Deus com o castigo eterno parece estar presente para conciliar o amor de
Deus com a ideia de castigo divino em geral, e, inversamente, (como a Escritura
abundantemente testemunha) é consistente que Deus pune o ímpio para um
determinado período de tempo após o julgamento, então não parece haver nenhuma
razão, seria inconsistente para Deus infringir a mesma punição por um período
ilimitado.
Este tipo de raciocínio pode levar algumas pessoas a adotarem aniquilacionismo
outro, aquele em que não há qualquer sofrimento consciente, mesmo que por um curto
período de tempo, e a única punição é que os incrédulos deixam de existir depois que
morrem. Mas, em resposta, alguém poderia perguntar se este tipo de aniquilação
imediata pode ser chamado de uma punição, pois não haveria a consciência da dor. Na
verdade, a garantia de que haveria uma cessação da existência parece muitas
pessoas, especialmente aquelas que sofrem e estão com problemas nesta vida, uma
alternativa, de alguma forma desejável. E se não houve punição dos descrentes em
tudo, até mesmo pessoas como Hitler e Stalin não teria de enfrentar qualquer coisa, e
não haveria justiça final no universo. Então, as pessoas teriam fortes incentivos para
ser tão mal quanto possível nesta vida.
O argumento de que o castigo eterno é injusto (porque há um desequilíbrio
temporário entre um pecado e um castigo eterno) erroneamente assume que sabemos
a extensão do dano causado quando os pecadores se rebelam contra Deus. David
Kingdon observa que “o pecado contra o Criador é absolutamente terrível para um
ponto além da nossa capacidade imaginativa [capacidade] corrompida pelo pecado de
conceber ... Quem teria a ousadia de sugerir a Deus o que deveria ser a punição?”. Ele
também responde a essa objeção, sugerindo que os incrédulos no inferno poderão
continuar pecando e recebendo castigo por seus pecados, mas nunca se
arrependendo, e observe que os pontos de Apocalipse 22.11 desta maneira: “Continue
o injusto a praticar injustiça; continue o imundo na imundícia”.
Além disso, neste momento, um argumento baseado na justiça de Deus pode ser
interposto contra aniquilacionismo. Será que a punição breve aniquilacionista realmente
paga os pecados do incrédulo e satisfaz a justiça de Deus? Se você não pagar, então
você não ter satisfeito a justiça de Deus e os incrédulos não devem ser destruídos. Mas
se você pagar, você deve permitir que o incrédulo ir para o céu, e não deve ser
destruído. Em ambos os casos, o niilismo não é necessário nem adequado.
Em relação ao quarto argumento, enquanto restos mal sem punição se confunde
a justiça de Deus no universo, devemos reconhecer também que, quando Deus pune o
mal e triunfa sobre ela, vai conquistar a glória de sua retidão, justiça e poder sobre toda
a oposição (Rm 9.17,22-24).A profundidade e a riqueza da misericórdia de Deus deve
ser divulgado, como todos os pecadores redimidos reconhecer que eles também
merecem punição divina e ter evitado somente pela graça de Deus através de Jesus
Cristo (cf. Rm 9.23-24).
Mas depois de tudo isso dito, devemos admitir que a solução final da
profundidade deste problema está além de nossa compreensão, e permanece
escondido nos conselhos de Deus. Se não fosse pelas passagens bíblicas citadas
acima, que tão claramente confirmar um castigo eterno e consciente, aniquilacionismo
pode parecer uma opção atraente. Embora você possa ir contra a aniquilacionismo com
argumentos teológicos, é a clareza e a força dessas passagens que finalmente nos
convence de que o niilismo é incorreta e que a Escritura realmente ensina punição
eterna dos ímpios.
O que devemos pensar desta doutrina? É difícil, e deve ser difícil, para nós a
pensar nessa doutrina hoje. Se os nossos corações nunca foram tocados por profunda
tristeza quando vemos essa doutrina, então a nossa sensibilidade espiritual e
emocional tem deficiências graves. Quando Paulo pensa na perda de seus
companheiros judeus, diz: “tenho grande tristeza e constante angústia em meu
coração”. (Rm 9.2). Isto é consistente com o que Deus diz de sua própria tristeza na
morte do ímpio: “11. Diga-lhes: Juro pela minha vida, palavra do Soberano, o Senhor,
que não tenho prazer na morte dos ímpios, antes tenho prazer em que eles se desviem
dos seus caminhos e vivam. Voltem! Voltem-se dos seus maus caminhos! Por que o
seu povo haveria de morrer, ó nação de Israel?” (Ezequiel 33.11). E a agonia de Jesus
é evidente quando ele clama: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e
apedrejas aqueles enviados a você Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos como a
galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, mas vós não o quisestes! Bem, sua
casa vai ser abandonada” (Mt 23.37-38, cf. Lucas 19.41-42).
A razão é difícil para nós pensar na doutrina do inferno é porque Deus colocou
em nossos corações uma parte de seu amor pelas pessoas criadas à sua imagem, até
mesmo o seu amor pelos pecadores que se rebelaram contra ele. Todo o tempo que
estamos nesta vida, e cada vez que vemos e pensar nos outros que precisam ouvir o
evangelho e confiar em Cristo para sua salvação, nos fará uma grande angústia e
agonia de espírito para pensar em punição eterna. Mas também temos de perceber que
tudo o que Deus em Sua sabedoria ordenou e ensinou nas Escrituras é certo.Portanto,
devemos ter cuidado para não odiar essa doutrina ou se rebelar contra isso, mas
devemos olhar para o ponto, na medida em que somos capazes, nós reconhecemos
que o castigo eterno é bom e justo, porque em Deus não há absolutamente nenhuma
injustiça.
Isso pode nos ajudar a entender que se Deus não executar uma punição eterna,
então, aparentemente, não estaria satisfeito Sua justiça e sua glória não seria
promovida da maneira que ele considera sábio. E talvez possa nos ajudar a entender
que a partir da perspectiva do mundo por vir há um reconhecimento muito maior da
necessidade e da justiça do castigo eterno. João ouviu os crentes martirizados
clamarem no céu: “Até quando, ó Soberano, santo e verdadeiro, esperarás para julgar
os habitantes da terra e vingar o nosso sangue?” (Ap 6.10). Por outro lado, a destruição
final da Babilônia, o barulho enorme de uma grande multidão no céu louvando a Deus
com gritos de justiça de seu julgamento quando ele finalmente ver a natureza odiosa do
mal como ele realmente é:
“Aleluia! A salvação, a glória e o poder pertencem ao
nosso Deus, pois verdadeiros e justos são os seus juízos.
Ele condenou a grande prostituta que corrompia a terra
com a sua prostituição. Ele cobrou dela o sangue dos
seus servos”. E mais uma vez a multidão exclamou:
“Aleluia! A fumaça que dela vem, sobe para todo o
sempre” (Ap 19.1-3).
Assim que isso aconteceu, “os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes
prostraram-se e adoraram a Deus que se assenta no trono, dizendo: “Amém, Aleluia! ”
(Ap 19.4). Não podemos dizer que essa grande multidão de criaturas redimidas e os
seres viventes no céu tenham pronunciado um erro moral em louvar a Deus por
executar justiça sobre o mal, pois eles todos, os quais estão livres do pecado e seu
julgamento moral é agradável a Deus.
No entanto, na época atual, devemos-nos aproximar de tal celebração da
justiça de Deus na punição do mal. Quando meditamos sobre a punição eterna dada a
Satanás e seus demônios. Mas agora eles estão completamente dedicados ao mal e
fora do alcance da redenção. Logo, não podemos ansiar pela sua salvação deles do
mesmo modo pelo qual ansiamos pela salvação de toda a humanidade. Devemos crer
que o castigo eterno é verdadeiro e justo; contudo devemos também desejar que até
mesmo aquelas pessoas que severamente perseguem a igreja deve vir à fé em Cristo
e, assim, escapar da condenação eterna.
IV. SHEOL- HADES: O LUGAR DOS MORTOS
O Sheol, no Velho Testamento, é o lugar para onde vão os mortos.
1. Geralmente, entretanto, ele é citado como equivalente à sepultura, onde
cessam todas as atividades humanas; o fim para o qual toda a vida humana se dirige
(Gn 42.38; Jó 14.13; Sl 88.3; 1 Rs 2.6, 9).
2. Ao homem “debaixo do sol”, ao homem natural, que necessariamente julga
pelas aparências, o Sheol parece nada mais que a sepultura - o fim e a cessação total,
não só das atividades da vida, mas também da própria vida (Ec 9.5,10). Mas as
Escrituras revelam o SHEOL como um lugar de tristeza (2 Sm 22.6; Sl 18.5; 116.3),
para o qual os perversos vão (Sl 9.17), e onde eles ficam totalmente conscientes (Is
14.9-16; Ez 32.21). Compare Jn 2.2; o que o ventre do grande peixe foi para Jonas, o
Sheol é para aqueles que se encontram lá.
A palavra grega HADES ( δηᾅ ς) como o seu equivalente hebraico, SHEOL () é
usada de duas maneiras.
1ª) Para indicar a condição dos que não são salvos entre a morte e o julgamento
final diante do Trono Branco (Ap 20.11-15). Lucas 16.23, 24 mostra que os perdidos no
Hades estão conscientes, possuem pleno poder de suas faculdades, memória, etc., e
estão em tormentos. Isto continuará até o julgamento final dos perdidos (2 Pe 2.9),
quando todos os que não são salvos, e o próprio Hades, serão lançados no LAGO DE
FOGO (Ap 20.13-15).
2ª) Para indicar, de um modo geral, a condição de todas as almas que partiram,
no período compreendido entre a morte e a ressurreição. Este uso se encontra
ocasionalmente no Velho Testamento, mas raramente no Novo Testamento (Gn 37.35;
42.38; 44.29, 31). Não há possibilidade de mudança de um estado para outro depois da
morte, pois Lc 16.23 mostra que, quando o homem perdido viu no Hades Abraão e
Lázaro, eles estavam ao “longe”, e o versículo 26 declara que entre os dois lugares há
um Grande Abismo, de modo que nenhum pode passar de um para o outro.
“Antony Hoekema sugere que o sentido de inferno, significando punição deve ser
excluído visto que todos os homens descem ao sheol no Antigo Testamento”.4
“O significado de Hades na literatura neotestamentária não é o mesmo de Sheol;
ao que tudo indica houve uma evolução do ensino e agora hades/sheol passam a
significar o lugar de punição das almas ímpias dos mortos”.
4
ATEMBO, Jerome Bita. Escatologia Bíblica: As transformações recentes no campo da teologia no século XXI.
Belo Horizonte, 2013, p. 104.
Scofield representa muitos que diferenciam a morada dos indivíduos salvos e
mortos antes e depois da ressurreição de Cristo. Ele diz:
1) Hades antes da ascensão de Cristo. A passagem em que a palavra ocorre
deixa claro que o Hades estava antigamente dividido em dois, as moradas dos salvos e
a dos incrédulos, respectivamente. A primeira era chamada “paraíso” e “seio de
Abraão”. Ambas designações eram talmúdicas, mas foram adotadas por Cristo em
Lucas 16.22; 23.43. Os mortos abençoados estavam com Abraão, eram conscientes e
estavam “confortados” (Lc 16.25). O ladrão que acreditou estaria, naquele dia, com
Cristo no “paraíso”. Os incrédulos estavam separados dos salvos por um “grande abis-
mo” fixo (Lc 16.26). O representante dos incrédulos que agora estão no Hades é o
homem rico de Lucas 16.19-31. Ele estava vivo, consciente, exercendo todas as suas
funções, memória etc, e em agonia.
2) Hades desde a ascensão de Cristo. Quanto aos mortos incrédulos, nenhuma
mudança de lugar ou condição é revelada nas Escrituras. No julgamento do grande
trono branco, o Hades os entregará, eles serão julgados e passarão para o lago do fogo
(Ap 20.13,14). Mas houve uma mudança que afetou o paraíso. Paulo foi “arrebatado ao
paraíso” (2 Co 12.1-4). O paraíso, então, agora está na presença imediata de Deus.
Acredita-se que Efésios 4.8-10 indique o tempo da mudança. “Quando ele subiu às
alturas, levou cativo o cativeiro.” Acrescenta-se imediatamente que antes Ele havia
“descido até às regiões inferiores da terra”, i.e., a parte do Hades chamada paraíso.
Durante a atual era da igreja, os salvos que morrem estão “ausentes do corpo e
presentes com o Senhor”. Os mortos incrédulos no Hades e os mortos salvos “com o
Senhor” esperam a ressurreição (Jó 19.25; I Co 15.52). (C. I. SCOFIELD, Reference
Bible, p. 1098-9).
Alguns intérpretes pensam que Efésios 4.8-10 indica que a mudança de lugar dos
crentes que morreram ocorreu na Ressurreição de Cristo. É sabido que todos os salvos
vão imediatamente à presença de Cristo (2 Co 5.8; Fp 1.23). Jesus disse ao ladrão
penitente: Hoje estarás comigo no Paraíso (Lc 23.43). Paulo foi arrebatado ao Paraíso “
(2 Co 12.2-4). O Paraíso é um lugar de grande alegria e bem-aventurança, mas esta
bem-aventurança não será completa até que o espírito e a alma sejam reunidos ao
corpo glorificado na ressurreição dos justos (1 Co 15.51-54; 1Ts 4.16, 17). Embora
ambos, Hades e Sheol sejam as vezes traduzidos para sepultura ou morte (Gn 37.35; 1
Co 15.55), jamais indicam um lugar de sepultamento, mas antes, o estado da alma
depois da morte.
V. SHEOL NO VELHO TESTAMENTO E A SUA LOCALIZAÇÃO
1ª)A sua localização: Nm 16.30-33; Gn 37.35; 44.29-31; Jó 17.16; 21.13; Salmo
30.3; 55.15; Pv 15.24; Is 5.14; 7.11; 14.15; Ez 31.15-17; 32.17-21; Mt 11.23; Lc 10.15;
16.23. Em todos estes textos se diz que os mortos desciam ao Sheol, logo a localização
desta região é o interior da terra, em Números 16.30-33 vemos claramente que a terra
se abriu e que aqueles elementos desceram ao Sheol. O Evangelista Mateus (Mt 12.40)
cita as palavras de Jesus dizendo: “Como Jonas esteve três dias e três noites no ventre
do grande peixe, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra
(no grego: Kardia tēs gēs - καρδ τ ς γ ςίᾳ ῆ ῆ (que literalmente quer dizer: no coração da
terra) Devemos lembrar também que em At 2.27-31 afirma que Jesus esteve no Hades.
2ª)SHEOL-HADES: O Lugar dos mortos. A palavra Sheol, em hebraico, é usada
no V.T. mais de 60 vezes, na LXX (o V.T. em grego) a palavra hades ocorre mais de
100 vezes, na maioria das vezes para traduzir o termo hebraico Sheol. Para benefício
dos estudantes, apresentamos uma lista de algumas das passagens em que o vocábulo
“SHEOL” é empregado, segundo a sua tradução na Edição Revista e Atualizada, da
Sociedade Bíblica do Brasil. Geralmente, na margem, encontra-se a nota esclarecendo
que, em hebraico, a palavra é Sheol ou Seol. O estudante deve comparar estas
referências com outras versões. A Bíblia de Jerusalém (Edições Paulinas) e a Edição
Versão Revisada da Tradução de João Ferreira de Almeida transliteram os vocábulos
Sheol e Hades de acordo com os originais.
O vocábulo Sheol é traduzido como inferno na edição Revista e Atualizada no
Brasil, nas seguintes passagens; Dt 32.22; Sl 9.17; 116.3; Pv 5.5; 9.18; 15.24; 23.14;
27.20. Nas seguintes é traduzido como “sepultura”: Gn 37.35; Sl 49.14; Pv 7.27; 30.16;
Is 57.9; Ez 32.27. Eis aqui outras traduções: “Abismo”- Nm 16.30; Jó 11.8; 26.6; Sl
139.8; Pv 15.11; Is 14.15; Am 9.2; Jn 2.2; “Cova” - Is 5.14; Sl 55.15; Ez 31.14;
“Sepulcro” - Hc 2.5; “A Morte” - Jó 17.16; Sl 16.10; 86.13; Is 28.15, 18; “Além” - Pv
15.11; Ec 9.10; “Infernais” - 2 Sm 22.6; e “As profundezas da Terra” - Ez 32.18. Estes
exemplos bastam para que se veja que não é fácil determinar o que quer dizer a
palavra hebraica SHEOL. Como outras palavras desta espécie, é possível usá-la em
sentido figurado ou literal. Vê-se também que pode referir-se ao corpo, à alma, ou
simplesmente à própria pessoa ou ser. Uma definição que abranda todas as acepções
da palavra, precisa ser feita em termos genéricos, e a mais comum é: “LUGAR OU
REGIÃO DOS MORTOS”. Os tradutores da Bíblia fizeram um esforço para dar-lhe o
significado que, em cada caso, se enquadrava com o contexto.
Não há dúvida de que muitas vezes “Sheol” significa o lugar de castigo ou de
sofrimento dos maus, e fica bem traduzir como INFERNO (Dt 32.22; Sl 9.17; Pv 15.24;
23.14). Por isso algumas destas passagens advertem os justos, para que evitem ir para
lá.
Em diversos casos é verdade que “Sheol” foi traduzido para “Inferno” quando
deveria ter sido traduzido para “sepultura” (1 Rs 2.6,9; Jó 7.9; 17.16). Entretanto,
noutros casos o contexto e a maneira com que a palavra Sheol foi usada na sentença,
indica claramente que se refere à um lugar de castigo e não simplesmente à sepultura.
Vamos examinar algumas dessas passagens: Salomão adverte contra as mulheres
adúlteras, dizendo: “Sua casa é o caminho para o inferno” (Sheol) - (Pv 7.27) e “Os
seus convidados estão nas profundezas do inferno” - Sheol (Pv 9.18). Quando usou a
palavra SHEOL evidentemente falava de algum lugar diferente da sepultura, porque
todos os homens, bons e maus, têm de descer à sepultura. Ele estava admoestando
homens imorais, dizendo que seriam punidos no Inferno por causa dos seus pecados e
não que morreriam e seriam sepultados.
Salomão nos adverte: “Tu a fustigará (a criança) com a vara e livrarás a sua alma
do Inferno - Sheol” (Pv 23.14). Está muito claro que Salomão aqui se referia a algo além
da sepultura, porque por mais que um filho rebelde seja fustigado, morrerá e descerá a
sepultura, e por mais que se fustigue uma pessoa, ela não poderá ser retirada da
sepultura, mas o castigo sábio de um pai amoroso pode ser o meio usado por Deus
para manter o filho cabeçudo afastado do Inferno. Evidente que antes da Ressurreição
de Cristo tanto justos como injustos iam ao Sheol, mas os fiéis desciam ao Seio de
Abraão (Paraíso) e os perdidos ao Lugar dos Tormentos, os justos foram traslados para
o 3º Céu (Ef 4.8.10) onde está hoje o Paraíso (2 Co 12.2-4).
O vocábulo equivalente na língua grega é a palavra “Hades”. Na Versão dos
Setenta, que é o Velho Testamento em grego, traduz-se “Sheol” com a palavra “Hades”
(mais de 100 vezes na Septuaginta). Também em At 2.27 emprega-se o vocábulo
Hades para traduzir o Salmo 16.10, onde a palavra usada em hebraico é Sheol. Várias
versões usam a mesma palavra grega “Hades” ao invés de traduzi-la.
A palavra Hades encontra-se 10 vezes no Novo Testamento: Mt 11.23; 16.18; Lc
10.15; 16.23; At 2.27, 31; Ap 1.18; 6.8; 20.13, 14. O N.T. localiza também o Hades (a
semelhança do V.T.) como estando dentro da terra (numa outra dimensão), de tal forma
que há uma descida para chegar a ele (Mt 11.23; Lc 10.15; confira Mt 12.40 Kardia tes
ges = καρδ τ ς γ ςίᾳ ῆ ῆ = o Coração da Terra). Paulo em Ef 4.9 nos diz: “Ora, isto, Ele
subiu, que é, senão que também desceu à partes mais baixas da terra? “(τ δ ν βη τὸ ὲ Ἀ έ ί
στιν εἐ ἰ µ τι κα κατ βη ε ς τ κατ τεραὴ ὅ ὶ έ ἰ ὰ ώ [µ ρηέ ] τ ς γ ςῆ ῆ ; = também desceu até as
inferiores regiões da terra?
O Hades também é visto como uma prisão (1Pe 3.19; Ap 20.1-3, 7). Como uma
cidade, tem portões (Mt 16.18; Jó 17.16: “Acaso descerá comigo até os ferrolhos do
Sheol? Descansaremos juntos no pó?”), e está trancada com uma CHAVE que Cristo
tem na sua mão (Ap 1.18). Na ocasião da ressurreição, o HADES devolverá os seus
mortos (Ap 20.13). Desta forma, não é um lugar ou estado eterno, mas, sim apenas
temporário.
A Versão Revisada traduz quase que 100% o vocábulo Hades, já a Edição
Revista é Atualizada no Brasil traduz a palavra grega Hades 7 vezes por inferno, 2
vezes por morte e uma vez por além. Será que a palavra Hades deveria ter sido
traduzida para sepultura em todos os casos? Achamos que não. Quando Jesus advertiu
a cidade de Cafarnaum dizendo que desceria ao Inferno (Hades) e que seria mais
castigada do que a cidade de Sodoma (Mt 11.23, 24), Ele estava falando de um lugar
que não era a SEPULTURA, porque o apóstolo Judas disse que as cidades de Sodoma
e Gomorra sofriam punição no Fogo Eterno (Jd 7).
Quando Jesus disse que um certo homem rico morreu e foi sepultado e foi ao
Hades e que levantou os olhos estando em tormentos, evidentemente Ele falava de um
lugar além da SEPULTURA, porque na sepultura não há tormentos (Lc 16.19-31).
Pessoas que estão na sepultura não podem levantar os olhos, nem se lembrar das
coisas que aconteceram antes delas morrerem. Os homens tentam contornar esta
história dizendo que foi uma parábola, mas a Bíblia não diz que foi uma parábola. Em
Lucas como sempre, “Jesus propôs uma parábola...”, ele escreveu: “Disse Jesus: Ora,
havia certo homem rico...”, mostrando que Jesus tinha em mente certo homem rico.
O gráfico apresentado a seguir ajuda na compreensão da perspectiva “científica”
dos hebreus referente ao formato do universo, refletido especialmente em passagens
como Gênesis 1-11 e de Jó 38-41, na qual Deus faz perguntas a respeito da criação do
universo que Jó não consegue responder.
Os elementos comuns entre os hebreus e os outros povos são diferenciados em
seus termos representativos e especialmente na sua explicação religiosa. É importante
lembrar que mesmo quando o conceito hebraico reflete certas noções tidas em comum
com os outros povos, a ênfase das narrativas hebraicas é a de oferecer uma crítica nos
pontos em que divergem deles pela revelação de Deus.
VI. Cosmologia Hebraica
Este gráfico do conceito hebraico da estrutura do universo limita-se a uma fração
mínima da cosmologia científica atual. Pode-se ver como a Bíblia utiliza certa
terminologia que se refere ao conceito cosmológico de seus autores5
. Pode-se ver no
gráfico o título de “firmamento” (ou “expansão”) para o círculo dos céus que separa as
águas acima do firmamento da zona que se denomina hoje por atmosfera. Estes termos
ajudavam o povo a falar do mundo ao seu redor, mesmo que o seu conceito específico
tenha sérios problemas em face da ciência atual.
Entender a cosmologia hebraica é de ajuda para compreender as implicações
das narrativas que utilizam a terminologia do mesmo conceito. Quando o autor bíblico
refere-se às janelas do céu, é bom saber que faz referência ao seu conceito de como a
água acima do firmamento chega até a terra em forma de chuva.
5
Gênesis 1.2,6-8,16-17, 7.11; Êxodo 20.4.
A cosmologia é uma área da ciência que influi muito em vários aspectos da
comunicação humana, pois muitos dos seus conceitos alteram a forma de conceber o
que acontece em volta do indivíduo e a sua sociedade. A cosmologia hebraica aparece
até no livro de Apocalipse, onde o “‘abismo sem fundo’ está vinculado a idéias
concernentes à forma do mundo. A terra era concebida como um disco plano que
flutuava em cima da água. O abismo refere-se às profundezas imensuráveis debaixo da
terra, para os quais pensava-se existir uma fenda capaz de ser selada”. Até o Novo
Testamento, portanto, sente a influência desta cosmologia.
VII. DEPOIS DO SHEOL-HADES SEGUE-SE O GEENA
Mt 5.22, 29, 30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 12.5; Tg 3.6 (γ εννα)έ .
As Testemunhas de Iavé (TJ) dizem que todas as passagens onde a palavra
“Inferno” foi traduzida da palavra grega GEENA (γ ενναέ ), significa destruição ou
extinção eterna. Mas a verdade é que qualquer professor respeitável de grego pode
dizer, que não há absolutamente nenhuma evidência no N.T. de que GEENA significa
aniquilamento, mas antes, há muitos lugares onde está claramente indicado que
significa miséria eterna.
Qualquer pessoa que leia as referências indicadas junto à palavra “Geena” verá
que não existe a idéia de ANIQUILAÇÃO. Nos 12 versículos anteriores a palavra em
português é uma tradução da palavra grega “Geena” = γ ενναέ ; Em 2 Pe 2.4 nossa
palavra “inferno” é uma tradução da palavra grega “tártaro” (ταρταρ σαςώ . Todas as
demais referências do Novo Testamento com a tradução de “inferno “são oriundas da
palavra grega “hades”.
O meu querido amigo Pr. Aldery Nelson cita Is 34.8-10 para afirmar que o
GEENA estará nos ribeiros de EDOM que se transformará em PEZ, cujo solo também
será transformado em ENXOFRE, e cuja a terra transformar-se-á em PEZ ARDENTE. o
versículo 10 afirma que nem de dia nem de noite SE APAGARÁ este FOGO; para
sempre (isto é, eternamente) a sua fumaça subirá; de geração em geração
(eternamente) será assolada. Será que também o Geena será localizado no Planeta
Terra (em outra dimensão)?
Os TJ declaram que GEENA não se refere ao Inferno, mas ao Vale de Hinom.
Esse fica ao Sul e Oeste dos muros de Jerusalém. Era usado como CREMATÓRIO ou
INCENERADOR, onde os israelitas descarregavam o lixo e também os corpos de
animais mortos e criminosos para serem destruídos pelo fogo. Entretanto, nenhuma
criatura viva era jogada ali, pois era contra a lei judia. O fogo era sempre mantido
acesso para aumentar a sua intensidade os judeus acrescentavam enxofre. Acontece
que o GEENA ou Vale de Hinom, tornou-se um símbolo, não do tormento eterno, mas
da condição da condenação eterna. Suas chamas simbolizam a DESTRUIÇÃO
completa e eterna, para a qual estão destinados todos os inimigos declarados de Deus
e do seu reino e no qual não haverá reconstituição ou Ressurreição” (Seja Deus
verdadeiro - edição de 1º de abril de 1952).
Vamos estudar algumas destas referências para vermos se esta interpretação
dos TJ é o que Jesus pretendia dizer quando usou a palavra Geena. Jesus disse que
se chamarmos nosso irmão de “tolo”, estaremos sujeitos ao fogo do Inferno-Geena (Mt
5.22). Seria tolice dizer que Ele advertia os homens de que seriam queimados no monte
de lixo fora da cidade, pois não há nenhum registro de alguém que tenha sido
queimado assim.
O Senhor Jesus Cristo ensinou que devemos temer mais a Deus do que aos
homens, porque os homens podem matar o nosso corpo, mas só Deus pode lançar ao
Inferno (Geena). Se Jesus se referia ao lugar crematório fora da cidade de Jerusalém
em Mt 10.28 e em Lc 12.5. Ele não estaria nos ensinando a temer a Deus, porque os
homens têm o poder de jogar uma pessoa no incinerador, mas só Deus pode lançar ao
“Inferno” (Geena), não só o corpo, mas também a alma.
Para enfatizar o terror do Inferno, Jesus ensinou que se o olho no faz tropeçar,
devemos arrancá-lo para não sermos lançados no Inferno-Geena (Mt 18.9), que se uma
mão ou pé nos faz tropeçar, devemos cortá-los para não sermos lançados no Inferno-
Geena (Mc 9.45-48).
Jesus repreendeu os fariseus chamando-os de serpentes e raças de víboras e
perguntou-lhes como escapariam da condenação do Inferno = Geena (Mt 23.33). Se o
Geena não é nada mais do que um lugar de incinerar o lixo fora da cidade, como pode
estar ligado à condenação?
Para sermos coerentes em nosso pensamento, se cremos que o céu é um lugar
literal, temos também de crer que o inferno é um lugar literal (Cf. Dt 32.33; Sl 86.13;
139.8; Is 14.15; Ez 31.16, 17).
Repetidas vezes na Bíblia, o inferno relaciona-se com o fogo. Jesus o chamou de
ou “Fogo do Inferno” = geenan tou pyros [τ ν γ ενναν το πυρ ςὴ έ ῦ ό ] (Mt 5.22; 18.9). Ele
falou dele chamando-o de “Fornalha de Fogo” = Kaminon tou pyros = (κ µινον τοά ῦ
πυρ ς)ό (Mt 13.42, 50). O inferno (Hades) será lançado no Lago de Fogo (limene tou
pyros = (λ µνην το πυρ ςί ῦ ὸ ) que é a condenação eterna e final (Ap 19.20; 20.10, 14, 15);
Ap 21.8 = ν τ λ µν τ καιοµ ν πυρ κα θεἐ ῇ ί ῃ ῇ έ ῃ ὶ ὶ ίῳ) en te limene te Kaiomene pyri kai theio
= no lago ardente de fogo e enxofre). Friso: Ap 20.10; Is 34.8-10.
A palavra empregada para a morada dos mortos é Geena, usada doze vezes no
Novo Testamento (Mt 5.22,29,30; 10.28; 18.9; 23.15,33; Mc 9.43,45,47; Lc 12.5; Tg
3.6). Em cada caso, ela é usada como termo geográfico e tem em vista o estado final
dos incrédulos. O julgamento é sugerido e esse é o lugar e o estado resultante. Vos
escreve:
No Novo Testamento [...] ela designa o lugar de punição eterna dos incrédulos,
geralmente ligada ao julgamento final. É associada ao fogo como a fonte da tormenta.
Corpo e alma são lançados ali. Isso não deve ser explicado com base no princípio de
que o Novo Testamento fala metaforicamente do estado após a morte em termos
corporais; ela sugere a ressurreição.
Em várias versões Geena é traduzida por “inferno” [...] O fato de “o vale de
Hinom” ter-se tornado a designação técnica para o lugar da punição final ocorreu por
dois motivos. Em primeiro lugar, o vale foi o local da adoração idólatra a Moloque, a
quem crianças eram imoladas pelo fogo (2Cr 28.3; 33.6). Em segundo lugar, por causa
dessas práticas, o local foi profanado pelo rei Josias (2Rs 23.10), e por isso ficou
associado na profecia ao julgamento que viria sobre o povo (Jr 7.32). Também o fato de
que o lixo da cidade era deixado ali pode ter ajudado a criar o nome que era sinônimo
da máxima impureza. (Geerhardus Vos, Gehenna, International standard Bible
encyclopedia, n, p. 1183).
Assim, Geena teria em vista a retribuição no lago do fogo como destino dos
incrédulos.
Em Mateus 25.41 o Senhor disse aos incrédulos: “Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. A palavra “preparado”
literalmente é “tendo sido preparado”, sugerindo que o lago de fogo já existia e espera
seus residentes. Essa é a tese de C. T. Schwarze, então da Universidade de Nova
Iorque, de que um lugar tal como um lago de fogo é conhecido pela ciência hoje. Ele
escreve:
A palavra lago deve conotar certa quantidade de matéria em forma líquida. Logo,
se a Escritura é verdadeira, esse fogo eterno está no estado líquido.
[...] uma prova simples das partes das Escrituras que temos discutido está na
existência do fenômeno singular dos céus conhecido como estrelas anãs brancas! [...] a
anã é estrela que, por causa de alguns fatores que aconteceram com ela (não
claramente definidos no momento), deveria ser aproximadamente maior cinco mil vezes
ou mais do que realmente é! A título de ilustração, se aplicássemos essa idéia a um
planeta como a Terra, você deveria imaginá-la encolhida até atingir um diâmetro de
seiscentos quilômetros [...] em vez dos onze mil quilômetros de diâmetro que ela
realmente tem.
Essa enorme densidade... tem muito que ver com nosso assunto [...]
A maioria das pessoas sabe que o sol, nossa estrela mais próxima, é bem quente
[..,] há um consenso de que a temperatura dentro ou perto do centro das estrelas está
entre vinte e cinco milhões e trinta milhões de graus! [...] nessas temperaturas, muito
pode acontecer, como a explosão de átomos, o que ajuda a explicar o fenômeno da
anã branca [...]
[...] uma temperatura de trinta milhões de graus poderia explodir átomos [...]
Isso levaria os átomos a perder seus elétrons a despeito de a atração entre
núcleos e elétrons ser um octilhão [...] de vezes maior que a atração da gravidade. As
partes separadas poderiam então ser compactadas, especialmente sob tamanha
pressão [...] Com a atividade constante de raios x, as paredes dos átomos não
poderiam ser reformadas; logo, densidades enormes, tais como as encontradas nas
anãs, podem ser alcançadas. Agora, observe, por favor, a temperaturas tão altas, toda
a matéria estaria sob a forma de gás [...] numa anã branca a pressão é tão grande que
os gases ficam comprimidos até atingir a consistência de um líquido, apesar de ainda
reagirem às características de gás [...]
... Antes de tal estrela poder resfriar-se e gradualmente escurecer, ela teria de
expandir-se às proporções normais. Isto é, teria de atingir mais de cinco mil vezes seu
tamanho atual. Aqui está a dificuldade. Tal expansão causaria enorme calor, que, por
sua vez, manteria a estrela totalmente comprimida, e então, pelo que astrônomos e
físicos sabem, as estrelas anãs não podem resfriar-se! [...] A anã branca, em todo caso,
jamais se extingue.
[...] permita-me fazer um resumo para demonstrar que a Bíblia, a Palavra de
Deus, é cientificamente precisa. Vemos, primeiro, um fogo eterno que não se pode
extinguir. Por ser de consistência líquida, ele é, em segundo lugar, um lago de fogo. Em
terceiro lugar, ele não pode ser extinguido, pois qualquer material que se extinguisse,
tal como a água, teria seus átomos imediatamente despidos de elétrons e seria
compactado com o resto. Em quarto lugar, já que os astrônomos têm estudado, e ainda
estão estudando, esse estranho fenômeno, é evidente que o lago de fogo já foi
preparado e agora está pronto. Apesar de não podermos dizer que Deus realmente
usará esses lagos de fogo para cumprir Sua Palavra, a resposta aos céticos está nos
céus, onde existem lagos de fogo...(C. T. SCHWARZE, The Bible and science on the
everlasting fire, Bíbliotheca Sacra, 95:105-12, Jan. 1938)
O corpo ressurrecto dos incrédulos, evidentemente, será de tal caráter que se
revelará indestrutível mesmo em meio a tal lago de fogo.
A história do homem no Hades mostra que este é um lugar de consciência (Lc
16.23, 24). É um lugar de sofrimento (Jd 7). Um lugar de dor (Sl 116.3). É um lugar de
tormentos (Lc 16.24, 25, 28).
O Hades-Sheol é um lugar de lembranças. Abraão disse ao homem rico que se
lembrasse das boas coisas que desfrutou enquanto vivia na terra. O homem rico
lembrou-se de seus irmãos que estavam na terra. O pecador se lembrará das orações e
rogos de seus pais piedosos. Ele se lembrará de ter ouvido sermões evangelísticos. Ele
lembrará de todas as vezes que rejeitou a Cristo.
Além de ser um lugar de recordações. O Hades é um lugar de remorso. A alma
do pecador ficará cheia do mais profundo remorso por cada pecado cometido. No
Hades ele tomará consciência da tolice que fez em vender a sua alma por “guisado de
lentilhas”. Ele se encherá de remorso por ter desdenhado do Amor de Deus e por ter
rejeitado o Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo.
O Hades-Sheol e o Geena não são um lugar de aniquilamento. Para provar que o
Hades será destruído, os TJ citam que “A Morte e o Hades foram lançados para dentro
do Lago de Fogo”. Esta é a 2ª Morte (Ap 20.14). Mas eles têm de prever o claro
ensinamento de muitas outras passagens para chegarem a esta conclusão. Se tenho
na mão um pedaço de pau queimando e eu o lanço em uma fogueira, ambos
continuarão queimando juntos. A Bíblia ensina claramente que o Fogo do Inferno
(Geena) é eterno (Ap 19.20; 20.10; Mt 25.41, 46; Mc 9.44, 46, 48). Em Ap 19.20 vemos
a Besta (o Anticristo) e o falso Profeta serem lançados vivos no LAGO DE FOGO. Após
1000 anos, o Diabo também será lançado no LAGO DE FOGO, e diz a Bíblia: “onde
estão a Besta e o falso Profeta”. A Palavra de Deus não diz que o Anticristo e o Falso
Profeta foram aniquilados, mas que após 1.000 anos ainda estão no LAGO DE FOGO.
E finaliza a Palavra de Deus afirmando: “e de dia e de noite serão ATORMENTADOS
pelos séculos dos séculos (isto é eternamente)”.
Apologia do Dr. Karl Sabiers
As seguintes provas são apresentadas por Karl Sabiers, como evidências de que
nem SHEOL nem HADES jamais se referem a sepulcro:
1) Tanto o hebraico como o grego têm outras palavras que significa “sepulcro” ou
“túmulo”: “QUEBER” (), SHAHAT () e “MNEMEION” (µνηµε ονῖ ). Leia: Mt 23.29; 27.52;
Mc 5.2; 6.29; 15.45,46; 16.2, 3, 5, 8; Lc 11.44; 24.2, 9, 12; Jo 11.17, 31, 38; 20.1-4, 6, 8,
11: At 13.29.
2) A palavra Sheol nunca é usada no plural, enquanto que Queber é muitas
vezes: Ex. 14.11; 2 Rs 23.6; 2 Sm 3.32; 21.14; 2 Cr 16.14; e Mnemeion: Mt 27.52, 53;
Lc 11.44.
3) Nunca lemos que uma pessoa tivesse um Sheol, mas sim que tinha um
sepulcro: Gn 50.5; 1Rs 13.30.
4) Nuca se diz que o corpo está no Sheol, nem que o espírito ou a alma estão no
sepulcro.
5) Nunca se fala de fazer um Sheol para um morto, nem de preparar um Sheol,
como um sepulcro: Is 53.9.
6) No Juízo Final, as duas coisas: a Morte ou sepulcro, e o Hades, entregarão os
seus mortos; isto é, o lugar dos cadáveres e o lugar onde (estão) as almas estiverem
morando.
7) A mesma distinção entre Hades e a Morte ou Sepulcro se faz em Ap 1.18,
onde se diz que Cristo tem as chaves de ambos.
8) Em At 2.27 (Sl 16.10 = ) está escrito que alma de Cristo não foi deixada no
Hades, nem o Seu corpo viu a corrupção (no túmulo, subtende-se).
9) Quando os filhos de Jacó venderam José para ser escravo no Egito,
enganaram ao seu pai, trazendo-lhe a sua túnica manchada de sangue de uma fera.
Expressou o seu lamento com estas palavras: “Chorando, descerei ao meu filho até ao
SHEOL. Sendo que cria que seu filho fora devorado por uma fera, como é possível que
se encontraria com ele na sepultura? Isto prova que o SHEOL é o lugar das almas, e
Jacó com razão esperava encontrar ali a alma de seu filho (Gn 37.31-35).
10) Em Gn 49.33 está escrito que Jacó expirou e foi reunido ao seu povo. Morreu
no Egito; durante 40 dias o seu corpo foi embalsamado, e durante outros 30 dias, foi
chorado no país. Então, José obteve permissão de Faraó; fizeram uma peregrinação a
Canaã; lamentaram-no outra vez por sete dias, para depois sepultá-lo na Caverna
Macpela, que era a sepultura dos seus pais. A conclusão é, por certo que SHEOL ou
HADES quer dizer lugar das almas desencarnadas, e não outra coisa.
Quanto ao PARAÍSO ou SEIO DE ABRAÃO, ou compartimento de paz no
SHEOL ou HADES há passagens que nos dão razão para crer que Jesus foi até lá
quando foi crucificado (At 2.27-31). Ele prometeu ao ladrão penitente crucificado que o
encontraria ali naquele mesmo dia (Lc 23.43). Mas a Alma de Cristo não permaneceu
ali (At 2.27). Cremos que, segundo Ef 4.8-10, o Senhor não só ressuscitou, mas
também levou consigo as almas redimidas que antes estavam naquela parte do Sheol-
Hades, que se chama o PARAÍSO ou SEIO DE ABRAÃO. Por isso é que o apóstolo
Paulo, quando foi arrebatado até o TERCEIRO CÉU, verificou que este correspondia ao
PARAÍSO (2 Co 12.2-4). E nos revela que o Paraíso não está mais embaixo, para que
alguém desça até lá, mas acima, de forma que é necessário SUBIR até ele. Uma
tradução de Ef 4.8 diz: “Ele levou a multidão de cativos”. No grego: δι λ γει, ναβ ς ε ςὸ έ Ἀ ὰ ἰ
ψος χµαλ τευσεν α χµαλωσ αν -ὕ ᾐ ώ ἰ ί dio legei, Anabas eis hupsos ekmaloteuçen
aikmaloçian. “Por isso diz: tendo subido às alturas levou cativo o cativeiro”. Também
Paulo fala da morte como “partir” e estar com Cristo (Fp 1.23), e “estar ausentes do
corpo e presentes com o Senhor” (2 Co 5.8, 9). Como Cristo SUBIU e está ao lado do
Pai “Acima de todos os céus” (Ef 4.10; Cl 3.1), e aqueles que dormem no Senhor estão
com Ele no Paraíso também, então necessariamente o Paraíso está no Céu (3º), onde
está Jesus Cristo. Os santos do Antigo Testamento foram guardados no Sheol-Hades
até a Ressurreição do Senhor, porque os seus pecados foram cobertos (Sl 32.1);
contudo, uma vez sacrificado o REDENTOR, os pecados foram removidos (Hb 10.4;
9.26) e eles logo puderam entrar na presença de Deus. Por isto o cristão hoje também
entra logo em seguida à sua morte, na sua morada, onde viverá com seu Salvador.
O outro compartimento (Lugar de Tormentos), ou região do Sheol-Hades não
sofreu modificação alguma, nem sofrerá, até o juízo final (Ap 20). As almas dos
perdidos continuam indo para lá, onde ficam até o juízo final que também é o chamado
O JUÍZO DO TRONO BRANCO. Nesse juízo não há menor índice de uma 2ª
oportunidade para crer e ser salvo. Até o Juízo Final as almas perdidas estarão
sofrendo no Lugar de Tormentos no Hades (Sheol), e até ao Arrebatamento, os salvos
estarão no Paraíso.
VIII. A DIVISÃO DO SHEOL HADES
1. O LUGAR DE TORMENTOS (Lc 16.19-23). É o lugar onde os perdidos
estão no Sheol aguardando o juízo final, no final do Milênio, é um lugar de sofrimento
antecipado, pois o definitivo será o LAGO DE FOGO (GEENA) ETERNO (Ap 20.13-15).
2. ABISMO: ABYSSOS ( βυσσοςἄ ); Abadon ().
Lc 8.31; 16.26; Ap 9.1,2, 11; Jd 6; Jó 26.6; Pv 15.11; 27.20; Is 14.15; Ap 20-1.3;
Rm 10.7. Este lugar que divide o SHEOL é morada prisão de demônios (Jd 6) e os que
estão fora não desejam ir para lá (Lc 8.31). Existe um anjo que tem as chaves do
abismo, ele abrirá o Poço do Abismo e dali subirá uma fumaça e desta sairão,
gafanhotos, isto é, demônios, que agirão durante a grande Tribulação (Ap 9.1-11;20.1-
3). Ali o Diabo ficará preso por mil anos e depois sairá para logo ser lançado no Lago
de Fogo (Ap 20.10).
Is 14.12-15: Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada!
Como foi atirado à terra, você, que derrubava as nações! Você, que dizia no seu
coração: “Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me
assentarei no monte da assembleia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei
mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo”. 15 Mas às profundezas do
Sheol você será levado, irá ao fundo do abismo!.
O grande dragão é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que
engana o mundo todo.
Ap 12.9: O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada
Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ele e os seus anjos foram lançados à
terra (na metade da Grande Tribulação).
Ap 20.1-3: lançou-o no Abismo (no final da Grande Tribulação), fechou-o e pôs
um selo sobre ele, para assim impedi-lo de enganar as nações, até que terminassem os
mil anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.
Ap 20.7-10: Quando terminarem os mil anos (no fim do Milênio), Satanás será
solto da sua prisão e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da
terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a batalha. Seu número é como a areia
do mar. As nações marcharam por toda a superfície da terra e cercaram o
acampamento dos santos, a cidade amada; mas um fogo desceu do céu e as devorou.
O Diabo, que as enganava, foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre, onde já
haviam sido lançados a besta e o falso profeta. Eles serão atormentados dia e noite,
para todo o sempre.
Ez 31.15-18: “Assim diz o Soberano, o SENHOR: No dia em que ele foi baixado
ao Sheol, fiz o abismo encher-se de pranto por ele; estanquei os seus riachos, e a sua
fartura de água foi retida. Por causa dele vesti o Líbano de trevas, e todas as árvores
do campo secaram-se completamente. 16 Fiz as nações tremerem ao som da sua
queda, quando o fiz descer ao Sheol () junto com os que descem à cova ( - bor). Então
todas as árvores do Éden, as mais belas e melhores do Líbano, todas as árvores bem
regadas, consolavam-se embaixo da terra. 17 Todos os que viviam à sombra dele, seus
aliados entre as nações, também haviam descido com ele ao Sheol, juntando-se aos
que foram mortos à espada. 18 “Qual das árvores do Éden pode comparar-se com você
em esplendor e majestade? No entanto, você também será derrubado e irá para baixo
da terra, junto com as árvores do Éden; você jazerá entre os incircuncisos, com os que
foram mortos à espada. “Eis aí o faraó e todo o seu grande povo. Palavra do Soberano,
o SENHOR”.
Lúcifer na sua queda segue a seguinte trajetória:
1º) É lançado do Éden de Deus para as Regiões Celestes (Ez 31.8-18;28.11-19;
Ef 6.12)
2º) Hoje ainda está nas Regiões celestes.
3º) Depois será lançado na Terra na metade da Grande Tribulação (Ap 12.7-12;
Ez 32.1-10; 29.1-8; O Dragão será vencido (Jó 41).
4º) No final da Grande Tribulação será preso no ABISMO dentro do Sheol por
mil anos;
5º) Será solto após o milênio e sairá a enganar as nações rebeldes, e fogo do
céu descerá sobre estas nações (Ap 20.7-9).
6º) E finalmente o Diabo será lança do no Lago de Fogo (Ap 20.10).
Evidentemente há mistérios que só a eternidade esclarecerá, pois apesar do
Diabo ocupar um lugar de cada vez na trajetória de sua queda, a Bíblia diz que Satanás
pode se apresentar diante de Deus juntamente com os anjos do Senhor (Jó 1.6-12) e
que no momento ele nos acusa diante do Senhor (Ap 12.10-12). O Pr. Aldery Nelson
diz que aquela reunião onde o Diabo compareceu não era o 3º Céu, mas sim o 2º Céu,
isto é, nas Regiões Celestes.
Jesus na sua morte física esteve no Hades-Sheol (At 2.24-31) e Paulo em Rm
10.7 dá entender que Ele (Jesus) esteve no Abismo (cf. Jn 2.2,5, 6; Mt 12.40; 1 Pe
1.10, 11; Ef 4.9).
3. PARAÍSO OU SEIO DE ABRAÃO. (παρ δεισοςά = paradeiços). Aparece
47 vezes na Septuaginta e somente três vezes no Novo Testamento (Lc 16.26; 2 Co
12.2-4; Ef 4.8-10; 2 Co 5.8; Fp 1.23; Ap 7.9, 15, Sl 49.15). Antes da Ressurreição de
Cristo todos os mortos desciam no Sheol-Hades (Lc 16.26; 23.43). Depois da
Ressurreição do Senhor o Paraíso foi trasladado para o 3º Céu (Ef 4.8-10: 2 Co 12.2-4);
Paulo quando foi arrebatado até o 3º Céu esteve no Paraíso. Qualquer crente que
morre passa a se reunir com Cristo (Fp 1.23; 2 Co 5.8) - ainda que despido, isto é, sem
o corpo (2 Co 5.1-4) - ou está na Jerusalém Celestial (Hb 12.22), ou debaixo do altar no
Céu (Ap 6.9) como os mártires, ou diante do trono de Deus (Ap 7.9; 14.3).
4. Tártaro. Tartarōsas [ταρταρ σαςώ ] é usada apenas em 2 Pedro 2.4 em
relação ao julgamento dos anjos caídos. Ela parece referir-se especificamente à
morada eterna dos anjos caídos.
2 Pedro 2.4: “Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-
os no inferno [tártaro - ταρταρ σαςώ ], e os entregou aos abismos da escuridão,
reservando-os para o juízo”.
Tartaros [...] não é Sheol nem Hades [...] aonde todos os homens vão quando
morrem. Nem é onde os ímpios são consumidos e destruídos, que é Geena [...] Não é a
morada dos homens em nenhuma condição. E usada apenas aqui em relação aos
“anjos, os que não guardaram o seu estado original” (v. Jd 6). Ela denota o limite ou a
margem desse mundo material.6
A extremidade desse “ar” inferior — do qual Satanás é “o príncipe” (Ef 2.2) e que
as Escrituras descrevem como o habitat dos “principados das trevas desse mundo” e
“espíritos malignos nas regiões celestiais”. “Tartaros não é apenas o limite dessa
criação material, mas é chamado assim por sua frieza.” (BULLINGER, Op. cit., p. 370.).
Outro conceito da palavra TÁRTARO nos diz que este é parecido com o do
HADES, não é só no idioma grego e também na cultural grega seu significado, quer
dizer o mais profundo do mundo inferior ou seria onde os deuses
estariam aprisionados enquanto os humanos ficavam no HADES. O TÁRTARO é o
fundo do HADES, ou seja, o TÁRTARO é uma sessão do HADES, os dois estão
relacionados!
O Dicionário Grego do Novo Testamento de Strong diz que “Tártaro” é “o abismo
mais profundo do Hades” (exemplo - Apocalipse 20.3) e que a palavra significa
“encarcerar (aprisionar) em tormento eterno”.
6
PENTECOST, Jr., Dwight. Manual de Escatologia. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida, 1994, p. 690
A. T. Robertson define: “A habitação tenebrosa e sombria dos mortos ímpios,
como o Gehenna dos judeus”.
O Dicionário de Fausset define: “O profundo ou abismo ou poço do abismo”.
VIII. AS CIDADES DE REFÚGIO - TIPO DO HADES (SHEOL) - Nm 35.9-25
1. Os culpados de homicídio involuntário iam para as cidades de refúgio;
2. O Vingador de Sangue não poderia tocar nos culpados escondidos nas cidades
de refúgio;
3. Os culpados não poderiam sair das cidades de refúgio até a morte do Sumo
Sacerdote, que foi ungido com óleo sagrado.
4. Assim também os mortos iam para o Sheol e Satanás tinha as chaves da Morte
(Hb 2.14, 15;7.15-28) e do Sheol (Hades).
5. Os culpados escondidos nas cidades de refúgio só poderiam sair de lá quando
morresse o Sumo Sacerdote; assim também as almas dos justos só poderiam sair do
Sheol-Hades quando morresse o Sumo Sacerdote Jesus Cristo, e isto aconteceu lá no
Calvário. E quando Cristo desceu até o Sheol (At 2.27-31) arrancou das mãos do Diabo
as chaves da morte e do Hades (Hb 2.14, 15; Mt 28.18; Ap 1.18). Agora os justos não
precisam ficar no cativeiro no Sheol (Sl 49.15; 30.3; 86.13). Cristo na sua Ressurreição
levou cativo o cativeiro (Ef 4.8; Sl 68.18). Por isto AS PORTAS DO HADES NÃO
PREVALECERÃO CONTRA A IGREJA (Mt 16.18).
IX. PERSONAGENS QUE ESCAPARAM DO SHEOL - HADES
1. Enoque (Gn 5.24; Hb 11.5). Este como tipo da Igreja composta de salvos
vivos, foi arrebatado, transformado e não desceu ao Sheol.
2. Elias (2 Rs 2.1-11). Também não morreu, foi arrebatado ao Céu.
3. Moisés (Dt 34.1-6; Jd 9). Moisés apareceu no Monte da Transfiguração foi
reconhecido pelos discípulos. Isto se deu antes da ressurreição de Cristo, quando
ninguém poderia ter saído do Sheol-Hades. Moisés apareceu com o corpo glorificado,
todavia a Bíblia nos diz que morreu e foi sepultado. Creio que o nosso irmão Moisés
passou pouco tempo morto, e logo ressuscitou, pois não deu tempo dele chegar ao
Sheol. Mas mesmo que ele tivesse estado lá, Deus é poderoso para tirá-lo de lá. O
Diabo foi procurar o corpo de Moisés, porque (Jd 9) ele não havia chegado lá. É certo
que Moisés não é as primícias dos que dormem, mas ele era a semelhança de Cristo
(Dt 18.15), o Profeta que havia de vir. Seu aparecimento na Transfiguração deixa-nos
duas opções: 1ª Ele morreu e ressuscitou; 2ª Ele foi trasladado. Fica o mistério, todavia
podemos afirmar que ele não esteve no Sheol, ou se esteve, demorou pouco tempo.
Moisés durante a sua vida já gozava de algumas características especiais no seu corpo
físico: “Não se lhe escureceu a vista” e “Nem lhe fugiu o vigor” (Dt 34.7).
Na Bíblia TEB temos o seguinte comentário sobre o livro de Judas: “O ambiente
de Judas se manifesta em estreita conexão com os círculos que, a partir do século II
A.C., virou a elaboração da literatura apocalíptica e transmitiu obras como o livro de
Enoque, a Assunção de Moisés, os testamentos dos Doze Patriarcas. O Autor cita
textualmente uma passagem do livro de Enoque (vv 14,15) e utiliza tanto a própria
Assunção de Moisés, como um documento parecido (v.9)”.
O escriba de Moisés relatou que Deus o sepultou na terra de Moabe, mas que
nunca se soube onde! Depois vemos o Diabo e o Arcanjo Miguel disputando o seu
corpo. O Diabo não tinha diante de si um corpo, mas tinha um problema sério. O Diabo
queria saber onde Moisés estava sepultado! O Arcanjo lhe repreendeu. O Diabo queria
saber do corpo, pois ele era detentor das chaves da Morte e do Hades-Sheol, percebeu
que Moisés havia morrido mas que ele não havia aparecido lá, alguma coisa havia
acontecido. Deus o tomou para si. Depois o Diabo ficou sabendo do seu destino, pois
ficou sabendo da Transfiguração.
Como citamos anteriormente: Enoque, Elias e Moisés não podem fazer dupla
para serem as duas testemunhas durante a Grande Tribulação, pois Enoque e Elias
não provaram a morte e foram transformados para entrarem no terceiro céu. Eles
teriam que ser retransformados em corpos humanos para morrerem. E nosso irmão
Moisés morreu e teria que morrer novamente. Caso tenha ressuscitado como está
escrito no livro de Enoque teria também que ser retransformado para morrer. Todas
estas opções nos parecem absurdas.
X. ALGUNS PERSONAGENS QUE PASSARAM POUCO TEMPO NO SHEOL-
HADES
1. SIMEÃO: Lc 2.25-30:
“Ora, havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem,
justo e temente a Deus, esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava
sobre ele. E lhe fora revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o
Cristo do Senhor. Assim pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o
menino Jesus, para fazerem por ele segundo o costume da lei, Simeão o tomou em
seus braços, e louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo,
segundo a tua palavra; pois os meus olhos já viram a tua salvação, a qual tu preparaste
ante a face de todos os povos; luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo
Israel”.
2. JOÃO BATISTA: Mc 6.14-19;
3. LADRÃO DA CRUZ: Lc 23.42,43;
4. JESUS: At 2.27-31: Sl 16.10.
Jesus tinha o Selo de Deus (Jo 6.27; Lc 3.22; 4.14-19) e a morte e o Hades não
poderiam contê-lo, assim como aconteceu com Jonas que foi vomitado pelo peixe. O
Hades teve de vomitar Jesus (Jn 2.1-10). a Igreja tem o selo de Deus e o Hades não
pode contê-la (Ef 1.13, 14; 2 Co 1.21, 22; Ef 4.30).
Alguém fez a seguinte encenação: “Simeão, após ter pegado o infante Jesus no colo
morreu em seguida. Chegou então no Hades, no Paraíso, e cumprimentou os salvos
dizendo: Eu peguei O Messias no colo, Ele está para vir nos libertar do Sheol e nos
levar para o terceiro Céu. Mas, enquanto ele falava, apareceu João Batista e disse:
Cala-te, Simeão, pois eu já vi o Homem adulto, eu batizei nas águas do rio Jordão.
Enquanto João falava, surge um personagem novo no cenário. Dimas, o ladrão da cruz.
Este diz: Simeão, João Batista, calem a boca, pois Ele está vindo atrás de mim. Com
certeza, o ladrão da Cruz foi aquele que menos tempo passou no Hades – Sheol!”.
“A Igreja não descerá ao SHEOL-HADES” (Mt 16.18; Nm 35.9-35; 2 Co 5.8; Fp 1.23; Ap
7.9, 15).
Não podemos explicar satisfatoriamente a severidade do castigo eterno de Deus, nem
tão pouco podemos sondar as profundezas de Seu Grande Amor e Misericórdia,
demonstrado para com os pescadores perdidos que não merecem outra coisa que o
castigo, e, contudo, pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, são levados para sentar-
se com Ele nos lugares celestiais (Rm 11.22; Ef 2.6). Compreendemos, pela magnitude
dos sofrimentos de Cristo, que o castigo que receberá o homem impenitente será tão
terrível que ninguém poderá sequer imaginar. Nenhum homem é obrigado a ir para o
Inferno, mas a todos se roga que tenham misericórdia de suas próprias almas e voltem-
se para Cristo em busca de refúgio. O homem não vai para o Inferno porque é pecador,
mas porque não quer ser salvo. João 3.36 diz: “Quem crê no Filho tem a Vida Eterna; o
que todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a Vida (ζωή, mas sobre ele
permanece a irá de Deus”.
“Portanto, conhecendo o temor do Senhor, procuramos persuadir os homens” (2 Co
5.11). “De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos
exortasse. Rogamos-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus” (2 Co 5.20).
XI. REFERÊNCIAS BÍBLICAS
SHEOL: Gn 37.35; 42.38; 44.29, 31; Nm 16.30, 33; Dt 32.22; 1 Sm 2.6; 2 Sm 22.6; 1 Rs
2.6, 9; Jó 7.9; 11.8; 14.13; 17.13, 16; 21. 13; 24.19; 26.6; Sl 6.5; 9.17; 16.10; 18.5; 30.3;
31.17; 49.14, 15; 55.15; 86.13; 88.3; 89.48; 116.3; 139.8; 141.7; Pv 1.12; Pv 5.5; 7.27;
9.18; 15.11, 24; 23.14; 27.20; 30.16; Ec 9.10; Ct 8.6; Is 5.14; 7.11; 14.9, 11, 15; 28.15,
18; 38.10, 18; 57.9; Ez 31.15-17; 32.21, 27; Os 13.14; Am 9.2; Jn 2.2; Hc 2.5
HADES: Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.26; At 2.27, 31; Ap 1.18; 6.8; 20.13, 14.
GEENA: Mt 5.22; 29, 30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 12.5; Tg 3.6; Mt
3.12; 25.46; 2 Ts 1.9; Ap 21.8
ABISMO: (ABYSSOS): Lc 8.31; Rm 10.7; Ap 9.1, 2, 11; 11.7; 17.8; 20.1, 3; 2 Pe 2.4; Mt
12.40 (cf. Jn 2.2); Ef 4.8-10; Lc 23.43; 1 Pe 3.19; Is 42.7; 49.9; 61.1
TÁRTARO: 2 Pe 2.4.
CONCLUSÃO
Chegamos ai final do nosso trabalho. Apesar de não pudermos fechar a questão,
entendemos que o Mundo dos Mortos: Sheol e Hades é um lugar real, apesar de existir
em uma dimensão espiritual.
Aqueles que rejeitam a salvação em Cristo Jesus sairão do Lugar de Tormentos,
dentro do Hades, para enfrentarem o juízo final diante do Trono Branco e logo em
seguida serem destinados ao Geena que é o inferno final.
Os justos que estavam no Seio de Abraão até a morte de Jesus, na ressurreição
do Cristo ascenderam ao Paraíso no 3º Céu.
Aqueles que aceitaram o Cristo e estiverem no Paraíso ressuscitarão, os vivos serão
transformados e os dois grupos ascenderão para a Casa do Pai, a Hupah, a Nova
Jerusalém.
Podemos até não chegar a um consenso sobre qual opinião é a mais digna de
aceitação, contudo podemos ver que todas são unânimes em afirmar o que talvez seja
o mais importante, a Igreja não desce ao Hades e a volta gloriosa do Senhor Jesus.
Todo cristão tem direito a suas convicções sobre a verdade da Bíblia, mas
enquanto estivermos no corpo terreno, nenhum de nós pode ser infalível. Ninguém, em
época alguma, é dono de toda verdade – não na era apostólica nem os reformadores
ou dispensacionalistas ou não dispensacionalistas. Contudo devemos manter com
convicção a verdade conforme cremos que Deus nos deu o entendimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Escatologia e o Apocalipse Pr. Chrístopher B. Harbin Edição: 12-09-2002
©Copyright 2002 Página 6. http://www.rocksbc.org.
2. GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida Nova,
1999.
3. HOEKEMA, Anthony. A Bíblia e o Futuro. 2ª ed. São Paulo: Editora Cultura
Cristã, 2001.
4. LAHAYE, Tim, ICE, Thomas. O Glorioso Retorno. 1ª ed. São Paulo: Abba Press
Editora Ltda, 2004.
5. PENTECOST, Jr., Dwight. Manual de Escatologia. 1ª ed. São Paulo: Editora
Vida, 1994.
6. VAUX, R. Instituições de Israel no Velho Testamento. São Paulo: Editora
Teológica, 2002.

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Monografia hadeslogia

  • 1. FACULDADE KURIOS HADESLOGIA O MUNDO DOS MORTOS Maranguape - CE 2015
  • 2. Elienos Pereira do Lago HADESLOGIA O MUNDO DOS MORTOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Kurios, como requisito para a obtenção do título de formação Bacharel em Teologia. Área de concentração: Ciências Humanas. Professora Orientadora: Ivone Ramos de Andrade Costa. Maranguape - CE 2015
  • 3. FACULDADE KURIOS HADESLOGIA O MUNDO DOS MORTOS __________________________________________ Aluno: Elienos Pereira do Lago _________________________________________ Orientadora: Ivone Ramos de Andrade Costa Professora Pedagoga - FASAR e UNI BH Maranguape - CE 2015
  • 4. HADESLOGIA O MUNDO DOS MORTOS Elienos Pereira do Lago Monografia aprovada em 18/12/2015 BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ José Aparecido Peraçoli Moreno Doutor - American Pontifical Catholic University __________________________________________________ Antônio Carlos Gonçalves Bentes Doutor - American Pontifical Catholic University __________________________________________________ Sharles Cruz Doutor - American Pontifical Catholic University CONCEITO FINAL: 85 Maranguape - CE 2015
  • 5. Dedicatória A Deus, que nos salvou e nos vocacionou.
  • 6. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pelo seu cuidado com a minha vida, a minha esposa Esmeralda, meus filhos Davi, Lucas e Priscila, pela compreensão nas horas de estudo e ao Pr. Jorge Linhares pelo apoio e incentivo. Elienos Pereira do Lago
  • 7. “O homem, filho do tempo, reparte com o mesmo a sua ciência, ou a sua ignorância; do presente sabe pouco, do passado menos, e do futuro nada” (Pe. Antônio Vieira).
  • 8. RESUMO O Velho Testamento usa a palavra Sheol para se referir ao estado intermediário, isto é, o interregno entre a morte física e a ressurreição, já o Novo Testamento usa a palavra Hades. Alguns entendem que o Sheol (Hades) é um estado, não um lugar. Neste trabalho vamos verificar que apesar de estar em outra dimensão este mundo dos mortos é real. A versão de Almeida infelizmente traduz sheol como morte, sepultura, abismo e inferno. Isto dificulta o estudo do mundo dos mortos. Nesta pesquisa olhamos os termos sheol e hades a luz da mitologia, verificamos o uso destes termos na Bíblia e a diferença do conceito de inferno distinto de hades e sheol. Observamos que houve uma mudança no hades após a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Notamos que os participantes da primeira ressurreição terão a Nova Jerusalém como destino e os participantes da segunda ressurreição terão o Geena como destino final. A Igreja participa da promessa de não descer ao hades depois da morte física. Ela vai direto para o Paraíso no 3º Céu - habitat de Deus. Mt 16.18: "Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela". Detectamos que no mundo dos mortos há vários compartimentos. O Lugar de tormentos como casa provisória daqueles que rejeitam o Salvador Jesus. O Paraíso ou Seio de Abraão como casa provisória daqueles que aceitaram o Messias. Na 2ª Vinda de Jesus, os santos herdarão a Nova Jerusalém e os ímpios herdarão o Geena. No final desta odisseia o Bem prevalecerá sobre o Mal. Palavras chaves: Inferno, Sheol, Hades, Tártaro.
  • 9. SUMÁRIO I.INTRODUÇÃO 19 II.O CONCEITO DE INFERNO EM VÁRIAS RELIGIÕES 21 IV.SHEOL- HADES: O LUGAR DOS MORTOS 28 V.SHEOL NO VELHO TESTAMENTO E A SUA LOCALIZAÇÃO 31 VI.Cosmologia Hebraica 35 VII.DEPOIS DO SHEOL-HADES SEGUE-SE O GEENA 36 VIII.A DIVISÃO DO SHEOL HADES 45 VIII.AS CIDADES DE REFÚGIO - TIPO DO HADES (SHEOL) - Nm 35.9-25 49 IX.PERSONAGENS QUE ESCAPARAM DO SHEOL - HADES 49 X.ALGUNS PERSONAGENS QUE PASSARAM POUCO TEMPO NO SHEOL-HADES 51 XI.REFERÊNCIAS BÍBLICAS 53 CONCLUSÃO 54 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 55
  • 10. I. INTRODUÇÃO O QUE É O INFERNO 1 Inferno é um termo usado por diferentes religiões e mitologias, representando a morada dos mortos ou um lugar de condenação. A palavra inferno não é encontrada nem no Novo e nem no Velho Testamento. A origem do termo é latina: infernum, que significa “as profundezas” ou o “mundo inferior”. 1º) O inferno é um lugar preparado para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41; 2 Pe 2.4; Ap 20.1-3, 10, 14). 2º) O inferno é, também lugar de castigo eterno para os ímpios (Mt 5.22, 29, 30; 10.28; 18.8,9; 23.15, 33 (geena); Mt 25.41, 46; 2 Ts 1.9; Ap 19.20; 20.14, 15; Dn 12.2). A ciência, por crer na indestrutibilidade da matéria e na conservação da energia, não pode dizer que a crença cristã é irracional, e a filosofia, com seu reconhecimento das desigualdades da vida, não pode muito bem evitar postular uma vida depois da morte. Esta possibilidade e necessidade são convertidas em certeza na Bíblia. O Velho Testamento ensina que há uma vida depois da morte. Mostra que todos os homens vão (iam) ao SHEOL (HADES no N.T.). Os ímpios, é claro, vão para lá (Sl 9.17; 31.17; 49.14; Is 5.14). Lemos que Coré e Abirão desceram vivos ao SHEOL (Nm 16.33). Mas os justos também vão para lá (Jó 3.11-19; 14.13; 17.16; Sl 6.5; 16.10; 88.3). Jacó esperava descer a seu filho José no Sheol (Gn 37.35; 42.38; 44.29-31). A idéia de ir para o Sheol está presente também na frase que ouvimos sempre e “foi reunido ao seu povo” (Gn 25.8, 17; 35.29; 49.33; Nm 20.24; 27.13; Dt 32.50; Jz 2.10). Também o Novo Testamento mostra que tanto os maus como os justos desciam ao HADES ( δηᾅ ς) antes da Ressurreição de Cristo. Lemos que o rico desceu ao Hades, e ele e Lázaro estavam tão próximos que dava para conversarem um com o outro naquela região (Lc 16.19-31). O próprio Jesus desceu ao Hades (At 2.27- 31).Cristo tem agora as chaves da Morte e do Hades (Ap 1.18); e algum dia, esses dois devolverão os mortos que neles há (Ap 20.13, 14). Se, portanto, as Escrituras ensinam que há uma existência depois da morte, é uma existência consciente? O Velho Testamento não é explícito quanto a este ponto. 1 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
  • 11. Ser reunido a seu povo, ir ter com o filho de alguém, etc., dão entender esse tipo de existência, apesar de não declararem isso especificamente. O texto Ec 9.5,6,10 parece negar que seja uma existência consciente, pois declara que “não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. Mas precisamos nos lembrar que este livro é escrito do ponto de vista do homem natural (psíquico). Somente a Revelação Divina pode nos falar da verdadeira natureza da vida após morte. Isaías 14.9-11, 15-17 ensina definitivamente que é uma existência consciente. E o que é sugerido no V.T., é ensinado claramente no Novo Testamento. Jesus o ensinou em Mt 22.31, 32. O rico e Lázaro estavam conscientes no HADES. Podiam pensar, conversar, lembrar, sentir e ter cuidados (Lc 16.19-31). Jesus dá entender a mesma coisa quando fala ao ladrão arrependido, dizendo que naquele mesmo dia ele estaria com Cristo no Paraíso (Lc 23.40-43). Incidentemente, o Novo Testamento indica que havia dois compartimentos no HADES-SHEOL: um para os maus e um para os bons. O que era reservado aos justos era chamado de PARAÍSO. Não é mencionado o nome do que era reservado aos maus, mas é descrito como sendo um LUGAR DE TORMENTO. Assim, fica claro que o termo dormir, quando usado a respeito da morte, se aplica somente ao corpo (Mt 27.52; Jo 11.11-31: 1 Co 15.30, 51; 1Ts 4.14; 5.10; Al 7.59, 60). Não existe o sono da alma, como é ensinado pelos Adventistas do Sétimo Dia. Depois da ressurreição de Cristo, parece ter tido uma mudança. Daquela época em diante, mostra-se que os crentes vão à presença de Cristo quando morrem. Assim Paulo deixa a entender: 2 Co 5.6-9; Fp 1.23; 2 Co 12.2-4. Vemos também as almas do que tinham sido (irão) mortos debaixo do altar e conscientes (Ap 6.9-11). Elas vão para o PARAÍSO, mas agora o PARAÍSO é lá em cima (2Co 12.2-4). Quando Cristo ressurgiu, levou com Ele não apenas as primícias (Mt 27.52.53), mas também as almas de todos os justos que estavam no HADES (Ef 4.8; Sl 68.18). Daí em diante, todos os crentes vão à presença de Cristo quando morrem, enquanto os não crentes continuam a ir para o Hades, como nos tempos do Velho Testamento.
  • 12. II. O CONCEITO DE INFERNO EM VÁRIAS RELIGIÕES 1. Inferno na mitologia grega Na mitologia grega, as profundezas correspondiam ao reino de Hades, para onde iam os mortos. Daí ser comum encontrar-se a referência de que Hades era Deus dos Infernos. O uso do plural, infernos indica mais o caráter de submundo e mundo das profundezas do que o caráter de lugar de condenação, em geral dado pelo singular, inferno. 2. Inferno no judaísmo No judaísmo, o termo Gehinom (ou Gehena) designa a situação de purificação necessária à alma para que possa entrar no Paraíso - denominado por Gan Eden. Nesse sentido, o inferno na religião e mitologia judaica não é eterno, mas uma condição finita, após a qual a alma está purificada. Outro termo designativo do mundo dos mortos é Sheol, que apresenta essa característica de desolação, silêncio e purificação. 3. Inferno no budismo De certo modo, todo o samsara é um inferno para o budismo, visto que em qualquer reino do samsara2 existe sofrimento. Entretanto, em alguns reinos, o sofrimento é maior correspondendo à noção de inferno como lugar ou situação de sofrimento. Por esse motivo, muitas vezes expressam-se esses mundos de sofrimento maior como infernos. Nenhum renascimento em um inferno é eterno, embora o tempo da mente nessas situações possa ser contado em eras. Contam-se dezoito formas de infernos, sendo oito quentes, oito frios e mais dois infernos que são, na verdade, duas subcategorias de infernos: os da vizinhança dos infernos quentes e os infernos efêmeros. Além desses dezoito que constituem o “Reino dos Infernos”, pelo sofrimento, o “Reino dos Fantasmas Famintos” é comparável à noção de inferno, sendo constituído de estados de consciência de forte privação - como fome ou sede - sem que haja possibilidade de saciar essa privação. A meditação sobre os infernos deve gerar compaixão. 4. Inferno no islamismo 2 Samsara. [Sânscr., 'passagem por estados sucessivos'.] Substantivo masculino. Metempsicose.
  • 13. No Islã, o inferno é eterno, consistindo em sete portões pelos quais entram as várias categorias de condenados, sejam eles muçulmanos injustos ou não muçulmanos. 5. Inferno no cristianismo Na tradição cristã o inferno corresponde a um dos chamados novíssimos: a morte, o juízo final, o inferno e o paraíso. A idéia de que o inferno é um lugar de condenação eterna, tal como se apresenta hoje, nem sempre foi consenso entre os cristãos. Nos primeiros séculos do cristianismo, houve quem defendesse que a permanência da alma no inferno era temporária. Por fim, prevaleceu entre os cristãos a concepção de que a condenação era eterna. III. O Mundo dos Mortos 3 Sheol (Hades) Sheol é um termo hebraico presente na Bíblia que designa a “morada dos mortos”. Inicialmente o conceito se referia a um lugar longe do olhar de Deus, de existência sofrível, destino de todos os seres humanos, bons ou maus. Posteriormente o conceito modificou-se para o lugar onde os maus receberiam o castigo merecido. Hades Na mitologia grega, Hades é o deus do mundo inferior, soberano dos mortos. O nome Hades era usado para designar tanto o deus como os seus domínios. O deus Hades Hades era um deus de poucas palavras e seu nome inspirava tanto medo que as pessoas procuravam não pronunciá-lo. Era também conhecido como “o Rico” - pois era dono das riquezas do subsolo - e também como “o Hospitaleiro”, pois sempre havia 3 GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1999, p. 982-986.
  • 14. lugar para mais uma alma no seu reino. Casou-se com Perséfone, filha de Zeus e Deméter, após um rapto bem sucedido. Hades, o reino dos mortos Hades era conhecido como o reino dos mortos ou simplesmente o submundo. Este era um lugar onde imperava a tristeza. O barqueiro Caronte conduzia as almas dos mortos através do rio de águas paradas Estige, até a entrada do reino de Hades, que era guardada por Cérbero, um monstruoso cão de três cabeças que não deixava as almas saírem do reino de Hades. Convém salientar que, segundo Homero, Hades era o nome do deus, dizendo-se inicialmente que “as almas baixavam à casa de Hades”. Mais tarde a “casa de Hades” passou ser simplesmente tratada com o mesmo nome do deus, passando a dizer-se que “as almas desciam a Hades”. É adequado para discutir a doutrina do inferno em conexão com a doutrina do juízo final. Poderia definir o inferno como segue: O inferno é um lugar de punição eterna para os ímpios. A Escritura ensina que existem várias passagens em um lugar como aquele. No final da parábola do dinheiro, o Senhor diz: “Para jogar fora o servo inútil, nas trevas, ali haverá choro e ranger de dentes” (Mateus 25.30). Esta é uma das várias indicações de que haverá consciência do castigo após o juízo final. Da mesma forma, no julgamento, dirá o Rei para alguns, “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41), Jesus diz que aqueles estão condenado “ir para o castigo eterno mas os justos para a vida eterna “(Mateus 25.46). Neste trabalho, o paralelo entre “vida eterna” e “castigo eterno” indica que ambos os estados não têm fim. Jesus se refere ao inferno como um lugar “onde o fogo não se apaga” (Marcos 9.43), e diz que o inferno é um lugar onde “o seu verme não morre e o fogo não se apaga” (Marcos 9.48). A história de Lázaro e o homem rico também indica uma consciência horrível de castigo, apesar que esta referência é relativa ao Hades: Acontece que o mendigo morreu e os anjos o levaram para o seio de Abraão era. O homem rico também morreu e foi sepultado. No Hades, em meio a tormentos, ergueu os olhos
  • 15. e viu ao longe Abraão e Lázaro ao seu lado. Então, ele levantou a voz e chamou de “Pai Abraão, tem piedade de mim e manda Lázaro que molhe a ponta do dedo na água e refresque a minha língua, porque estou atormentado nesta fogo”. (Lucas 16.22-24). Em seguida, pede a Abraão para enviar Lázaro à casa de seu pai, “para avisar os meus cinco irmãos e para que não venham também para este lugar de tormento” (Lucas 16.28). Quando nos voltamos para Apocalipse descrições de castigo eterno são também muito explícito: Se alguém adorar a besta e a sua imagem, e saiu na testa ou na mão a marca da besta beberá do vinho da ira de Deus, que, no cálice da sua ira é derramada sem mistura. Será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre. Não há dia de descanso nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e para quem recebe o sinal do seu nome. (Apocalipse 14.9-11). Esta passagem confirma claramente a ideia de um castigo eterno e consciente dos incrédulos. No que diz respeito ao julgamento da ímpia cidade de Babilônia, uma grande multidão no céu, exclama: “Aleluia! Sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos”. Após a derrota da rebelião final de Satanás diz: “O diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta. “Eles serão atormentados dia e noite pelos séculos dos séculos” (Ap 20.10). Esta passagem também é significativa em conexão com Mateus 24.41, em que os incrédulos são enviados para “o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” Estes versos deveriam tornar-nos conscientes da magnitude da santidade e justiça de Deus que chama esse tipo de punição. Mesmo alguns teólogos evangélicos recentemente negam a ideia de que haverá um castigo eterno e consciente dos incrédulos. Antes a Igreja Adventista do Sétimo Dia tinha negado, e várias pessoas ao longo da história da igreja. Aqueles que negam a punição eterna, muitas vezes invocam o “niilismo” um ensinamento que os ímpios
  • 16. sofrem o castigo da ira de Deus por um tempo, e depois Deus “aniquilará” a fim de que não existam mais. Muitos que acreditam no aniquilacionismo também argumentam que o julgamento final e castigo do pecado é real, mas argumentam que os pecadores após terem sofrido ao longo de um período de tempo, enfrentando a ira de Deus por seus pecados, no final deixariam de existir. A pena será, portanto, “consciente” mas não “eterno”. Os argumentos propostos em favor do aniquilacionismo são: (1) as referências bíblicas à destruição dos ímpios, que, alguns dizem que implica que deixam de existir depois de serem destruídos (Fp 3.19, 1 Tessalonicenses 5.3; 2Ts 1.9; 2Pe 3.7, (2) a aparente incoerência entre a punição eterna e do amor de Deus, (3) a aparente injustiça que encerra a desproporção entre os pecados cometidos durante um tempo e um pecado que é eterno e (4) o fato de que a presença contínua de criaturas más no universo de Deus para sempre estragaria a perfeição de um universo que Deus criou para refletir a sua glória. Em resposta, deve-se dizer que as passagens que falam de destruição (como Fp 3.19, 1 Ts 5.3. 2Ts 1.9 e 2 Pe 3.7) não implicam a cessação da existência, para o termo que nestas passagens é usado para “destruir” não necessariamente a cessação da existência ou aniquilação, mas são simplesmente maneiras de se referir aos efeitos nocivos e destrutivos da decisão final sobre os incrédulos. Com relação ao argumento do amor de Deus, a mesma dificuldade de conciliar o amor de Deus com o castigo eterno parece estar presente para conciliar o amor de Deus com a ideia de castigo divino em geral, e, inversamente, (como a Escritura abundantemente testemunha) é consistente que Deus pune o ímpio para um determinado período de tempo após o julgamento, então não parece haver nenhuma razão, seria inconsistente para Deus infringir a mesma punição por um período ilimitado. Este tipo de raciocínio pode levar algumas pessoas a adotarem aniquilacionismo outro, aquele em que não há qualquer sofrimento consciente, mesmo que por um curto período de tempo, e a única punição é que os incrédulos deixam de existir depois que morrem. Mas, em resposta, alguém poderia perguntar se este tipo de aniquilação imediata pode ser chamado de uma punição, pois não haveria a consciência da dor. Na
  • 17. verdade, a garantia de que haveria uma cessação da existência parece muitas pessoas, especialmente aquelas que sofrem e estão com problemas nesta vida, uma alternativa, de alguma forma desejável. E se não houve punição dos descrentes em tudo, até mesmo pessoas como Hitler e Stalin não teria de enfrentar qualquer coisa, e não haveria justiça final no universo. Então, as pessoas teriam fortes incentivos para ser tão mal quanto possível nesta vida. O argumento de que o castigo eterno é injusto (porque há um desequilíbrio temporário entre um pecado e um castigo eterno) erroneamente assume que sabemos a extensão do dano causado quando os pecadores se rebelam contra Deus. David Kingdon observa que “o pecado contra o Criador é absolutamente terrível para um ponto além da nossa capacidade imaginativa [capacidade] corrompida pelo pecado de conceber ... Quem teria a ousadia de sugerir a Deus o que deveria ser a punição?”. Ele também responde a essa objeção, sugerindo que os incrédulos no inferno poderão continuar pecando e recebendo castigo por seus pecados, mas nunca se arrependendo, e observe que os pontos de Apocalipse 22.11 desta maneira: “Continue o injusto a praticar injustiça; continue o imundo na imundícia”. Além disso, neste momento, um argumento baseado na justiça de Deus pode ser interposto contra aniquilacionismo. Será que a punição breve aniquilacionista realmente paga os pecados do incrédulo e satisfaz a justiça de Deus? Se você não pagar, então você não ter satisfeito a justiça de Deus e os incrédulos não devem ser destruídos. Mas se você pagar, você deve permitir que o incrédulo ir para o céu, e não deve ser destruído. Em ambos os casos, o niilismo não é necessário nem adequado. Em relação ao quarto argumento, enquanto restos mal sem punição se confunde a justiça de Deus no universo, devemos reconhecer também que, quando Deus pune o mal e triunfa sobre ela, vai conquistar a glória de sua retidão, justiça e poder sobre toda a oposição (Rm 9.17,22-24).A profundidade e a riqueza da misericórdia de Deus deve ser divulgado, como todos os pecadores redimidos reconhecer que eles também merecem punição divina e ter evitado somente pela graça de Deus através de Jesus Cristo (cf. Rm 9.23-24). Mas depois de tudo isso dito, devemos admitir que a solução final da profundidade deste problema está além de nossa compreensão, e permanece
  • 18. escondido nos conselhos de Deus. Se não fosse pelas passagens bíblicas citadas acima, que tão claramente confirmar um castigo eterno e consciente, aniquilacionismo pode parecer uma opção atraente. Embora você possa ir contra a aniquilacionismo com argumentos teológicos, é a clareza e a força dessas passagens que finalmente nos convence de que o niilismo é incorreta e que a Escritura realmente ensina punição eterna dos ímpios. O que devemos pensar desta doutrina? É difícil, e deve ser difícil, para nós a pensar nessa doutrina hoje. Se os nossos corações nunca foram tocados por profunda tristeza quando vemos essa doutrina, então a nossa sensibilidade espiritual e emocional tem deficiências graves. Quando Paulo pensa na perda de seus companheiros judeus, diz: “tenho grande tristeza e constante angústia em meu coração”. (Rm 9.2). Isto é consistente com o que Deus diz de sua própria tristeza na morte do ímpio: “11. Diga-lhes: Juro pela minha vida, palavra do Soberano, o Senhor, que não tenho prazer na morte dos ímpios, antes tenho prazer em que eles se desviem dos seus caminhos e vivam. Voltem! Voltem-se dos seus maus caminhos! Por que o seu povo haveria de morrer, ó nação de Israel?” (Ezequiel 33.11). E a agonia de Jesus é evidente quando ele clama: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles enviados a você Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, mas vós não o quisestes! Bem, sua casa vai ser abandonada” (Mt 23.37-38, cf. Lucas 19.41-42). A razão é difícil para nós pensar na doutrina do inferno é porque Deus colocou em nossos corações uma parte de seu amor pelas pessoas criadas à sua imagem, até mesmo o seu amor pelos pecadores que se rebelaram contra ele. Todo o tempo que estamos nesta vida, e cada vez que vemos e pensar nos outros que precisam ouvir o evangelho e confiar em Cristo para sua salvação, nos fará uma grande angústia e agonia de espírito para pensar em punição eterna. Mas também temos de perceber que tudo o que Deus em Sua sabedoria ordenou e ensinou nas Escrituras é certo.Portanto, devemos ter cuidado para não odiar essa doutrina ou se rebelar contra isso, mas devemos olhar para o ponto, na medida em que somos capazes, nós reconhecemos que o castigo eterno é bom e justo, porque em Deus não há absolutamente nenhuma injustiça.
  • 19. Isso pode nos ajudar a entender que se Deus não executar uma punição eterna, então, aparentemente, não estaria satisfeito Sua justiça e sua glória não seria promovida da maneira que ele considera sábio. E talvez possa nos ajudar a entender que a partir da perspectiva do mundo por vir há um reconhecimento muito maior da necessidade e da justiça do castigo eterno. João ouviu os crentes martirizados clamarem no céu: “Até quando, ó Soberano, santo e verdadeiro, esperarás para julgar os habitantes da terra e vingar o nosso sangue?” (Ap 6.10). Por outro lado, a destruição final da Babilônia, o barulho enorme de uma grande multidão no céu louvando a Deus com gritos de justiça de seu julgamento quando ele finalmente ver a natureza odiosa do mal como ele realmente é: “Aleluia! A salvação, a glória e o poder pertencem ao nosso Deus, pois verdadeiros e justos são os seus juízos. Ele condenou a grande prostituta que corrompia a terra com a sua prostituição. Ele cobrou dela o sangue dos seus servos”. E mais uma vez a multidão exclamou: “Aleluia! A fumaça que dela vem, sobe para todo o sempre” (Ap 19.1-3). Assim que isso aconteceu, “os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus que se assenta no trono, dizendo: “Amém, Aleluia! ” (Ap 19.4). Não podemos dizer que essa grande multidão de criaturas redimidas e os seres viventes no céu tenham pronunciado um erro moral em louvar a Deus por executar justiça sobre o mal, pois eles todos, os quais estão livres do pecado e seu julgamento moral é agradável a Deus. No entanto, na época atual, devemos-nos aproximar de tal celebração da justiça de Deus na punição do mal. Quando meditamos sobre a punição eterna dada a Satanás e seus demônios. Mas agora eles estão completamente dedicados ao mal e fora do alcance da redenção. Logo, não podemos ansiar pela sua salvação deles do mesmo modo pelo qual ansiamos pela salvação de toda a humanidade. Devemos crer que o castigo eterno é verdadeiro e justo; contudo devemos também desejar que até mesmo aquelas pessoas que severamente perseguem a igreja deve vir à fé em Cristo e, assim, escapar da condenação eterna. IV. SHEOL- HADES: O LUGAR DOS MORTOS O Sheol, no Velho Testamento, é o lugar para onde vão os mortos.
  • 20. 1. Geralmente, entretanto, ele é citado como equivalente à sepultura, onde cessam todas as atividades humanas; o fim para o qual toda a vida humana se dirige (Gn 42.38; Jó 14.13; Sl 88.3; 1 Rs 2.6, 9). 2. Ao homem “debaixo do sol”, ao homem natural, que necessariamente julga pelas aparências, o Sheol parece nada mais que a sepultura - o fim e a cessação total, não só das atividades da vida, mas também da própria vida (Ec 9.5,10). Mas as Escrituras revelam o SHEOL como um lugar de tristeza (2 Sm 22.6; Sl 18.5; 116.3), para o qual os perversos vão (Sl 9.17), e onde eles ficam totalmente conscientes (Is 14.9-16; Ez 32.21). Compare Jn 2.2; o que o ventre do grande peixe foi para Jonas, o Sheol é para aqueles que se encontram lá. A palavra grega HADES ( δηᾅ ς) como o seu equivalente hebraico, SHEOL () é usada de duas maneiras. 1ª) Para indicar a condição dos que não são salvos entre a morte e o julgamento final diante do Trono Branco (Ap 20.11-15). Lucas 16.23, 24 mostra que os perdidos no Hades estão conscientes, possuem pleno poder de suas faculdades, memória, etc., e estão em tormentos. Isto continuará até o julgamento final dos perdidos (2 Pe 2.9), quando todos os que não são salvos, e o próprio Hades, serão lançados no LAGO DE FOGO (Ap 20.13-15). 2ª) Para indicar, de um modo geral, a condição de todas as almas que partiram, no período compreendido entre a morte e a ressurreição. Este uso se encontra ocasionalmente no Velho Testamento, mas raramente no Novo Testamento (Gn 37.35; 42.38; 44.29, 31). Não há possibilidade de mudança de um estado para outro depois da morte, pois Lc 16.23 mostra que, quando o homem perdido viu no Hades Abraão e Lázaro, eles estavam ao “longe”, e o versículo 26 declara que entre os dois lugares há um Grande Abismo, de modo que nenhum pode passar de um para o outro. “Antony Hoekema sugere que o sentido de inferno, significando punição deve ser excluído visto que todos os homens descem ao sheol no Antigo Testamento”.4 “O significado de Hades na literatura neotestamentária não é o mesmo de Sheol; ao que tudo indica houve uma evolução do ensino e agora hades/sheol passam a significar o lugar de punição das almas ímpias dos mortos”. 4 ATEMBO, Jerome Bita. Escatologia Bíblica: As transformações recentes no campo da teologia no século XXI. Belo Horizonte, 2013, p. 104.
  • 21. Scofield representa muitos que diferenciam a morada dos indivíduos salvos e mortos antes e depois da ressurreição de Cristo. Ele diz: 1) Hades antes da ascensão de Cristo. A passagem em que a palavra ocorre deixa claro que o Hades estava antigamente dividido em dois, as moradas dos salvos e a dos incrédulos, respectivamente. A primeira era chamada “paraíso” e “seio de Abraão”. Ambas designações eram talmúdicas, mas foram adotadas por Cristo em Lucas 16.22; 23.43. Os mortos abençoados estavam com Abraão, eram conscientes e estavam “confortados” (Lc 16.25). O ladrão que acreditou estaria, naquele dia, com Cristo no “paraíso”. Os incrédulos estavam separados dos salvos por um “grande abis- mo” fixo (Lc 16.26). O representante dos incrédulos que agora estão no Hades é o homem rico de Lucas 16.19-31. Ele estava vivo, consciente, exercendo todas as suas funções, memória etc, e em agonia. 2) Hades desde a ascensão de Cristo. Quanto aos mortos incrédulos, nenhuma mudança de lugar ou condição é revelada nas Escrituras. No julgamento do grande trono branco, o Hades os entregará, eles serão julgados e passarão para o lago do fogo (Ap 20.13,14). Mas houve uma mudança que afetou o paraíso. Paulo foi “arrebatado ao paraíso” (2 Co 12.1-4). O paraíso, então, agora está na presença imediata de Deus. Acredita-se que Efésios 4.8-10 indique o tempo da mudança. “Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro.” Acrescenta-se imediatamente que antes Ele havia “descido até às regiões inferiores da terra”, i.e., a parte do Hades chamada paraíso. Durante a atual era da igreja, os salvos que morrem estão “ausentes do corpo e presentes com o Senhor”. Os mortos incrédulos no Hades e os mortos salvos “com o Senhor” esperam a ressurreição (Jó 19.25; I Co 15.52). (C. I. SCOFIELD, Reference Bible, p. 1098-9). Alguns intérpretes pensam que Efésios 4.8-10 indica que a mudança de lugar dos crentes que morreram ocorreu na Ressurreição de Cristo. É sabido que todos os salvos vão imediatamente à presença de Cristo (2 Co 5.8; Fp 1.23). Jesus disse ao ladrão penitente: Hoje estarás comigo no Paraíso (Lc 23.43). Paulo foi arrebatado ao Paraíso “ (2 Co 12.2-4). O Paraíso é um lugar de grande alegria e bem-aventurança, mas esta bem-aventurança não será completa até que o espírito e a alma sejam reunidos ao corpo glorificado na ressurreição dos justos (1 Co 15.51-54; 1Ts 4.16, 17). Embora
  • 22. ambos, Hades e Sheol sejam as vezes traduzidos para sepultura ou morte (Gn 37.35; 1 Co 15.55), jamais indicam um lugar de sepultamento, mas antes, o estado da alma depois da morte. V. SHEOL NO VELHO TESTAMENTO E A SUA LOCALIZAÇÃO 1ª)A sua localização: Nm 16.30-33; Gn 37.35; 44.29-31; Jó 17.16; 21.13; Salmo 30.3; 55.15; Pv 15.24; Is 5.14; 7.11; 14.15; Ez 31.15-17; 32.17-21; Mt 11.23; Lc 10.15; 16.23. Em todos estes textos se diz que os mortos desciam ao Sheol, logo a localização desta região é o interior da terra, em Números 16.30-33 vemos claramente que a terra se abriu e que aqueles elementos desceram ao Sheol. O Evangelista Mateus (Mt 12.40) cita as palavras de Jesus dizendo: “Como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra (no grego: Kardia tēs gēs - καρδ τ ς γ ςίᾳ ῆ ῆ (que literalmente quer dizer: no coração da terra) Devemos lembrar também que em At 2.27-31 afirma que Jesus esteve no Hades.
  • 23. 2ª)SHEOL-HADES: O Lugar dos mortos. A palavra Sheol, em hebraico, é usada no V.T. mais de 60 vezes, na LXX (o V.T. em grego) a palavra hades ocorre mais de 100 vezes, na maioria das vezes para traduzir o termo hebraico Sheol. Para benefício dos estudantes, apresentamos uma lista de algumas das passagens em que o vocábulo “SHEOL” é empregado, segundo a sua tradução na Edição Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil. Geralmente, na margem, encontra-se a nota esclarecendo que, em hebraico, a palavra é Sheol ou Seol. O estudante deve comparar estas referências com outras versões. A Bíblia de Jerusalém (Edições Paulinas) e a Edição Versão Revisada da Tradução de João Ferreira de Almeida transliteram os vocábulos Sheol e Hades de acordo com os originais. O vocábulo Sheol é traduzido como inferno na edição Revista e Atualizada no Brasil, nas seguintes passagens; Dt 32.22; Sl 9.17; 116.3; Pv 5.5; 9.18; 15.24; 23.14; 27.20. Nas seguintes é traduzido como “sepultura”: Gn 37.35; Sl 49.14; Pv 7.27; 30.16; Is 57.9; Ez 32.27. Eis aqui outras traduções: “Abismo”- Nm 16.30; Jó 11.8; 26.6; Sl 139.8; Pv 15.11; Is 14.15; Am 9.2; Jn 2.2; “Cova” - Is 5.14; Sl 55.15; Ez 31.14; “Sepulcro” - Hc 2.5; “A Morte” - Jó 17.16; Sl 16.10; 86.13; Is 28.15, 18; “Além” - Pv 15.11; Ec 9.10; “Infernais” - 2 Sm 22.6; e “As profundezas da Terra” - Ez 32.18. Estes exemplos bastam para que se veja que não é fácil determinar o que quer dizer a palavra hebraica SHEOL. Como outras palavras desta espécie, é possível usá-la em sentido figurado ou literal. Vê-se também que pode referir-se ao corpo, à alma, ou simplesmente à própria pessoa ou ser. Uma definição que abranda todas as acepções da palavra, precisa ser feita em termos genéricos, e a mais comum é: “LUGAR OU REGIÃO DOS MORTOS”. Os tradutores da Bíblia fizeram um esforço para dar-lhe o significado que, em cada caso, se enquadrava com o contexto. Não há dúvida de que muitas vezes “Sheol” significa o lugar de castigo ou de sofrimento dos maus, e fica bem traduzir como INFERNO (Dt 32.22; Sl 9.17; Pv 15.24; 23.14). Por isso algumas destas passagens advertem os justos, para que evitem ir para lá. Em diversos casos é verdade que “Sheol” foi traduzido para “Inferno” quando deveria ter sido traduzido para “sepultura” (1 Rs 2.6,9; Jó 7.9; 17.16). Entretanto, noutros casos o contexto e a maneira com que a palavra Sheol foi usada na sentença,
  • 24. indica claramente que se refere à um lugar de castigo e não simplesmente à sepultura. Vamos examinar algumas dessas passagens: Salomão adverte contra as mulheres adúlteras, dizendo: “Sua casa é o caminho para o inferno” (Sheol) - (Pv 7.27) e “Os seus convidados estão nas profundezas do inferno” - Sheol (Pv 9.18). Quando usou a palavra SHEOL evidentemente falava de algum lugar diferente da sepultura, porque todos os homens, bons e maus, têm de descer à sepultura. Ele estava admoestando homens imorais, dizendo que seriam punidos no Inferno por causa dos seus pecados e não que morreriam e seriam sepultados. Salomão nos adverte: “Tu a fustigará (a criança) com a vara e livrarás a sua alma do Inferno - Sheol” (Pv 23.14). Está muito claro que Salomão aqui se referia a algo além da sepultura, porque por mais que um filho rebelde seja fustigado, morrerá e descerá a sepultura, e por mais que se fustigue uma pessoa, ela não poderá ser retirada da sepultura, mas o castigo sábio de um pai amoroso pode ser o meio usado por Deus para manter o filho cabeçudo afastado do Inferno. Evidente que antes da Ressurreição de Cristo tanto justos como injustos iam ao Sheol, mas os fiéis desciam ao Seio de Abraão (Paraíso) e os perdidos ao Lugar dos Tormentos, os justos foram traslados para o 3º Céu (Ef 4.8.10) onde está hoje o Paraíso (2 Co 12.2-4). O vocábulo equivalente na língua grega é a palavra “Hades”. Na Versão dos Setenta, que é o Velho Testamento em grego, traduz-se “Sheol” com a palavra “Hades” (mais de 100 vezes na Septuaginta). Também em At 2.27 emprega-se o vocábulo Hades para traduzir o Salmo 16.10, onde a palavra usada em hebraico é Sheol. Várias versões usam a mesma palavra grega “Hades” ao invés de traduzi-la. A palavra Hades encontra-se 10 vezes no Novo Testamento: Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.23; At 2.27, 31; Ap 1.18; 6.8; 20.13, 14. O N.T. localiza também o Hades (a semelhança do V.T.) como estando dentro da terra (numa outra dimensão), de tal forma que há uma descida para chegar a ele (Mt 11.23; Lc 10.15; confira Mt 12.40 Kardia tes ges = καρδ τ ς γ ςίᾳ ῆ ῆ = o Coração da Terra). Paulo em Ef 4.9 nos diz: “Ora, isto, Ele subiu, que é, senão que também desceu à partes mais baixas da terra? “(τ δ ν βη τὸ ὲ Ἀ έ ί στιν εἐ ἰ µ τι κα κατ βη ε ς τ κατ τεραὴ ὅ ὶ έ ἰ ὰ ώ [µ ρηέ ] τ ς γ ςῆ ῆ ; = também desceu até as inferiores regiões da terra?
  • 25. O Hades também é visto como uma prisão (1Pe 3.19; Ap 20.1-3, 7). Como uma cidade, tem portões (Mt 16.18; Jó 17.16: “Acaso descerá comigo até os ferrolhos do Sheol? Descansaremos juntos no pó?”), e está trancada com uma CHAVE que Cristo tem na sua mão (Ap 1.18). Na ocasião da ressurreição, o HADES devolverá os seus mortos (Ap 20.13). Desta forma, não é um lugar ou estado eterno, mas, sim apenas temporário. A Versão Revisada traduz quase que 100% o vocábulo Hades, já a Edição Revista é Atualizada no Brasil traduz a palavra grega Hades 7 vezes por inferno, 2 vezes por morte e uma vez por além. Será que a palavra Hades deveria ter sido traduzida para sepultura em todos os casos? Achamos que não. Quando Jesus advertiu a cidade de Cafarnaum dizendo que desceria ao Inferno (Hades) e que seria mais castigada do que a cidade de Sodoma (Mt 11.23, 24), Ele estava falando de um lugar que não era a SEPULTURA, porque o apóstolo Judas disse que as cidades de Sodoma e Gomorra sofriam punição no Fogo Eterno (Jd 7). Quando Jesus disse que um certo homem rico morreu e foi sepultado e foi ao Hades e que levantou os olhos estando em tormentos, evidentemente Ele falava de um lugar além da SEPULTURA, porque na sepultura não há tormentos (Lc 16.19-31). Pessoas que estão na sepultura não podem levantar os olhos, nem se lembrar das coisas que aconteceram antes delas morrerem. Os homens tentam contornar esta história dizendo que foi uma parábola, mas a Bíblia não diz que foi uma parábola. Em Lucas como sempre, “Jesus propôs uma parábola...”, ele escreveu: “Disse Jesus: Ora, havia certo homem rico...”, mostrando que Jesus tinha em mente certo homem rico. O gráfico apresentado a seguir ajuda na compreensão da perspectiva “científica” dos hebreus referente ao formato do universo, refletido especialmente em passagens como Gênesis 1-11 e de Jó 38-41, na qual Deus faz perguntas a respeito da criação do universo que Jó não consegue responder. Os elementos comuns entre os hebreus e os outros povos são diferenciados em seus termos representativos e especialmente na sua explicação religiosa. É importante lembrar que mesmo quando o conceito hebraico reflete certas noções tidas em comum com os outros povos, a ênfase das narrativas hebraicas é a de oferecer uma crítica nos pontos em que divergem deles pela revelação de Deus.
  • 26. VI. Cosmologia Hebraica Este gráfico do conceito hebraico da estrutura do universo limita-se a uma fração mínima da cosmologia científica atual. Pode-se ver como a Bíblia utiliza certa terminologia que se refere ao conceito cosmológico de seus autores5 . Pode-se ver no gráfico o título de “firmamento” (ou “expansão”) para o círculo dos céus que separa as águas acima do firmamento da zona que se denomina hoje por atmosfera. Estes termos ajudavam o povo a falar do mundo ao seu redor, mesmo que o seu conceito específico tenha sérios problemas em face da ciência atual. Entender a cosmologia hebraica é de ajuda para compreender as implicações das narrativas que utilizam a terminologia do mesmo conceito. Quando o autor bíblico refere-se às janelas do céu, é bom saber que faz referência ao seu conceito de como a água acima do firmamento chega até a terra em forma de chuva. 5 Gênesis 1.2,6-8,16-17, 7.11; Êxodo 20.4.
  • 27. A cosmologia é uma área da ciência que influi muito em vários aspectos da comunicação humana, pois muitos dos seus conceitos alteram a forma de conceber o que acontece em volta do indivíduo e a sua sociedade. A cosmologia hebraica aparece até no livro de Apocalipse, onde o “‘abismo sem fundo’ está vinculado a idéias concernentes à forma do mundo. A terra era concebida como um disco plano que flutuava em cima da água. O abismo refere-se às profundezas imensuráveis debaixo da terra, para os quais pensava-se existir uma fenda capaz de ser selada”. Até o Novo Testamento, portanto, sente a influência desta cosmologia. VII. DEPOIS DO SHEOL-HADES SEGUE-SE O GEENA Mt 5.22, 29, 30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 12.5; Tg 3.6 (γ εννα)έ .
  • 28. As Testemunhas de Iavé (TJ) dizem que todas as passagens onde a palavra “Inferno” foi traduzida da palavra grega GEENA (γ ενναέ ), significa destruição ou extinção eterna. Mas a verdade é que qualquer professor respeitável de grego pode dizer, que não há absolutamente nenhuma evidência no N.T. de que GEENA significa aniquilamento, mas antes, há muitos lugares onde está claramente indicado que significa miséria eterna. Qualquer pessoa que leia as referências indicadas junto à palavra “Geena” verá que não existe a idéia de ANIQUILAÇÃO. Nos 12 versículos anteriores a palavra em português é uma tradução da palavra grega “Geena” = γ ενναέ ; Em 2 Pe 2.4 nossa palavra “inferno” é uma tradução da palavra grega “tártaro” (ταρταρ σαςώ . Todas as demais referências do Novo Testamento com a tradução de “inferno “são oriundas da palavra grega “hades”. O meu querido amigo Pr. Aldery Nelson cita Is 34.8-10 para afirmar que o GEENA estará nos ribeiros de EDOM que se transformará em PEZ, cujo solo também será transformado em ENXOFRE, e cuja a terra transformar-se-á em PEZ ARDENTE. o versículo 10 afirma que nem de dia nem de noite SE APAGARÁ este FOGO; para sempre (isto é, eternamente) a sua fumaça subirá; de geração em geração (eternamente) será assolada. Será que também o Geena será localizado no Planeta Terra (em outra dimensão)? Os TJ declaram que GEENA não se refere ao Inferno, mas ao Vale de Hinom. Esse fica ao Sul e Oeste dos muros de Jerusalém. Era usado como CREMATÓRIO ou INCENERADOR, onde os israelitas descarregavam o lixo e também os corpos de animais mortos e criminosos para serem destruídos pelo fogo. Entretanto, nenhuma criatura viva era jogada ali, pois era contra a lei judia. O fogo era sempre mantido acesso para aumentar a sua intensidade os judeus acrescentavam enxofre. Acontece que o GEENA ou Vale de Hinom, tornou-se um símbolo, não do tormento eterno, mas da condição da condenação eterna. Suas chamas simbolizam a DESTRUIÇÃO completa e eterna, para a qual estão destinados todos os inimigos declarados de Deus e do seu reino e no qual não haverá reconstituição ou Ressurreição” (Seja Deus verdadeiro - edição de 1º de abril de 1952).
  • 29. Vamos estudar algumas destas referências para vermos se esta interpretação dos TJ é o que Jesus pretendia dizer quando usou a palavra Geena. Jesus disse que se chamarmos nosso irmão de “tolo”, estaremos sujeitos ao fogo do Inferno-Geena (Mt 5.22). Seria tolice dizer que Ele advertia os homens de que seriam queimados no monte de lixo fora da cidade, pois não há nenhum registro de alguém que tenha sido queimado assim. O Senhor Jesus Cristo ensinou que devemos temer mais a Deus do que aos homens, porque os homens podem matar o nosso corpo, mas só Deus pode lançar ao Inferno (Geena). Se Jesus se referia ao lugar crematório fora da cidade de Jerusalém em Mt 10.28 e em Lc 12.5. Ele não estaria nos ensinando a temer a Deus, porque os homens têm o poder de jogar uma pessoa no incinerador, mas só Deus pode lançar ao “Inferno” (Geena), não só o corpo, mas também a alma. Para enfatizar o terror do Inferno, Jesus ensinou que se o olho no faz tropeçar, devemos arrancá-lo para não sermos lançados no Inferno-Geena (Mt 18.9), que se uma mão ou pé nos faz tropeçar, devemos cortá-los para não sermos lançados no Inferno- Geena (Mc 9.45-48). Jesus repreendeu os fariseus chamando-os de serpentes e raças de víboras e perguntou-lhes como escapariam da condenação do Inferno = Geena (Mt 23.33). Se o Geena não é nada mais do que um lugar de incinerar o lixo fora da cidade, como pode estar ligado à condenação? Para sermos coerentes em nosso pensamento, se cremos que o céu é um lugar literal, temos também de crer que o inferno é um lugar literal (Cf. Dt 32.33; Sl 86.13; 139.8; Is 14.15; Ez 31.16, 17). Repetidas vezes na Bíblia, o inferno relaciona-se com o fogo. Jesus o chamou de ou “Fogo do Inferno” = geenan tou pyros [τ ν γ ενναν το πυρ ςὴ έ ῦ ό ] (Mt 5.22; 18.9). Ele falou dele chamando-o de “Fornalha de Fogo” = Kaminon tou pyros = (κ µινον τοά ῦ πυρ ς)ό (Mt 13.42, 50). O inferno (Hades) será lançado no Lago de Fogo (limene tou pyros = (λ µνην το πυρ ςί ῦ ὸ ) que é a condenação eterna e final (Ap 19.20; 20.10, 14, 15); Ap 21.8 = ν τ λ µν τ καιοµ ν πυρ κα θεἐ ῇ ί ῃ ῇ έ ῃ ὶ ὶ ίῳ) en te limene te Kaiomene pyri kai theio = no lago ardente de fogo e enxofre). Friso: Ap 20.10; Is 34.8-10.
  • 30. A palavra empregada para a morada dos mortos é Geena, usada doze vezes no Novo Testamento (Mt 5.22,29,30; 10.28; 18.9; 23.15,33; Mc 9.43,45,47; Lc 12.5; Tg 3.6). Em cada caso, ela é usada como termo geográfico e tem em vista o estado final dos incrédulos. O julgamento é sugerido e esse é o lugar e o estado resultante. Vos escreve: No Novo Testamento [...] ela designa o lugar de punição eterna dos incrédulos, geralmente ligada ao julgamento final. É associada ao fogo como a fonte da tormenta. Corpo e alma são lançados ali. Isso não deve ser explicado com base no princípio de que o Novo Testamento fala metaforicamente do estado após a morte em termos corporais; ela sugere a ressurreição. Em várias versões Geena é traduzida por “inferno” [...] O fato de “o vale de Hinom” ter-se tornado a designação técnica para o lugar da punição final ocorreu por dois motivos. Em primeiro lugar, o vale foi o local da adoração idólatra a Moloque, a quem crianças eram imoladas pelo fogo (2Cr 28.3; 33.6). Em segundo lugar, por causa dessas práticas, o local foi profanado pelo rei Josias (2Rs 23.10), e por isso ficou associado na profecia ao julgamento que viria sobre o povo (Jr 7.32). Também o fato de que o lixo da cidade era deixado ali pode ter ajudado a criar o nome que era sinônimo da máxima impureza. (Geerhardus Vos, Gehenna, International standard Bible encyclopedia, n, p. 1183). Assim, Geena teria em vista a retribuição no lago do fogo como destino dos incrédulos. Em Mateus 25.41 o Senhor disse aos incrédulos: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. A palavra “preparado” literalmente é “tendo sido preparado”, sugerindo que o lago de fogo já existia e espera seus residentes. Essa é a tese de C. T. Schwarze, então da Universidade de Nova Iorque, de que um lugar tal como um lago de fogo é conhecido pela ciência hoje. Ele escreve: A palavra lago deve conotar certa quantidade de matéria em forma líquida. Logo, se a Escritura é verdadeira, esse fogo eterno está no estado líquido. [...] uma prova simples das partes das Escrituras que temos discutido está na
  • 31. existência do fenômeno singular dos céus conhecido como estrelas anãs brancas! [...] a anã é estrela que, por causa de alguns fatores que aconteceram com ela (não claramente definidos no momento), deveria ser aproximadamente maior cinco mil vezes ou mais do que realmente é! A título de ilustração, se aplicássemos essa idéia a um planeta como a Terra, você deveria imaginá-la encolhida até atingir um diâmetro de seiscentos quilômetros [...] em vez dos onze mil quilômetros de diâmetro que ela realmente tem. Essa enorme densidade... tem muito que ver com nosso assunto [...] A maioria das pessoas sabe que o sol, nossa estrela mais próxima, é bem quente [..,] há um consenso de que a temperatura dentro ou perto do centro das estrelas está entre vinte e cinco milhões e trinta milhões de graus! [...] nessas temperaturas, muito pode acontecer, como a explosão de átomos, o que ajuda a explicar o fenômeno da anã branca [...] [...] uma temperatura de trinta milhões de graus poderia explodir átomos [...] Isso levaria os átomos a perder seus elétrons a despeito de a atração entre núcleos e elétrons ser um octilhão [...] de vezes maior que a atração da gravidade. As partes separadas poderiam então ser compactadas, especialmente sob tamanha pressão [...] Com a atividade constante de raios x, as paredes dos átomos não poderiam ser reformadas; logo, densidades enormes, tais como as encontradas nas anãs, podem ser alcançadas. Agora, observe, por favor, a temperaturas tão altas, toda a matéria estaria sob a forma de gás [...] numa anã branca a pressão é tão grande que os gases ficam comprimidos até atingir a consistência de um líquido, apesar de ainda reagirem às características de gás [...] ... Antes de tal estrela poder resfriar-se e gradualmente escurecer, ela teria de expandir-se às proporções normais. Isto é, teria de atingir mais de cinco mil vezes seu tamanho atual. Aqui está a dificuldade. Tal expansão causaria enorme calor, que, por sua vez, manteria a estrela totalmente comprimida, e então, pelo que astrônomos e físicos sabem, as estrelas anãs não podem resfriar-se! [...] A anã branca, em todo caso, jamais se extingue.
  • 32. [...] permita-me fazer um resumo para demonstrar que a Bíblia, a Palavra de Deus, é cientificamente precisa. Vemos, primeiro, um fogo eterno que não se pode extinguir. Por ser de consistência líquida, ele é, em segundo lugar, um lago de fogo. Em terceiro lugar, ele não pode ser extinguido, pois qualquer material que se extinguisse, tal como a água, teria seus átomos imediatamente despidos de elétrons e seria compactado com o resto. Em quarto lugar, já que os astrônomos têm estudado, e ainda estão estudando, esse estranho fenômeno, é evidente que o lago de fogo já foi preparado e agora está pronto. Apesar de não podermos dizer que Deus realmente usará esses lagos de fogo para cumprir Sua Palavra, a resposta aos céticos está nos céus, onde existem lagos de fogo...(C. T. SCHWARZE, The Bible and science on the everlasting fire, Bíbliotheca Sacra, 95:105-12, Jan. 1938) O corpo ressurrecto dos incrédulos, evidentemente, será de tal caráter que se revelará indestrutível mesmo em meio a tal lago de fogo. A história do homem no Hades mostra que este é um lugar de consciência (Lc 16.23, 24). É um lugar de sofrimento (Jd 7). Um lugar de dor (Sl 116.3). É um lugar de tormentos (Lc 16.24, 25, 28). O Hades-Sheol é um lugar de lembranças. Abraão disse ao homem rico que se lembrasse das boas coisas que desfrutou enquanto vivia na terra. O homem rico lembrou-se de seus irmãos que estavam na terra. O pecador se lembrará das orações e rogos de seus pais piedosos. Ele se lembrará de ter ouvido sermões evangelísticos. Ele lembrará de todas as vezes que rejeitou a Cristo. Além de ser um lugar de recordações. O Hades é um lugar de remorso. A alma do pecador ficará cheia do mais profundo remorso por cada pecado cometido. No Hades ele tomará consciência da tolice que fez em vender a sua alma por “guisado de lentilhas”. Ele se encherá de remorso por ter desdenhado do Amor de Deus e por ter rejeitado o Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo. O Hades-Sheol e o Geena não são um lugar de aniquilamento. Para provar que o Hades será destruído, os TJ citam que “A Morte e o Hades foram lançados para dentro do Lago de Fogo”. Esta é a 2ª Morte (Ap 20.14). Mas eles têm de prever o claro ensinamento de muitas outras passagens para chegarem a esta conclusão. Se tenho
  • 33. na mão um pedaço de pau queimando e eu o lanço em uma fogueira, ambos continuarão queimando juntos. A Bíblia ensina claramente que o Fogo do Inferno (Geena) é eterno (Ap 19.20; 20.10; Mt 25.41, 46; Mc 9.44, 46, 48). Em Ap 19.20 vemos a Besta (o Anticristo) e o falso Profeta serem lançados vivos no LAGO DE FOGO. Após 1000 anos, o Diabo também será lançado no LAGO DE FOGO, e diz a Bíblia: “onde estão a Besta e o falso Profeta”. A Palavra de Deus não diz que o Anticristo e o Falso Profeta foram aniquilados, mas que após 1.000 anos ainda estão no LAGO DE FOGO. E finaliza a Palavra de Deus afirmando: “e de dia e de noite serão ATORMENTADOS pelos séculos dos séculos (isto é eternamente)”. Apologia do Dr. Karl Sabiers As seguintes provas são apresentadas por Karl Sabiers, como evidências de que nem SHEOL nem HADES jamais se referem a sepulcro: 1) Tanto o hebraico como o grego têm outras palavras que significa “sepulcro” ou “túmulo”: “QUEBER” (), SHAHAT () e “MNEMEION” (µνηµε ονῖ ). Leia: Mt 23.29; 27.52; Mc 5.2; 6.29; 15.45,46; 16.2, 3, 5, 8; Lc 11.44; 24.2, 9, 12; Jo 11.17, 31, 38; 20.1-4, 6, 8, 11: At 13.29. 2) A palavra Sheol nunca é usada no plural, enquanto que Queber é muitas vezes: Ex. 14.11; 2 Rs 23.6; 2 Sm 3.32; 21.14; 2 Cr 16.14; e Mnemeion: Mt 27.52, 53; Lc 11.44. 3) Nunca lemos que uma pessoa tivesse um Sheol, mas sim que tinha um sepulcro: Gn 50.5; 1Rs 13.30. 4) Nuca se diz que o corpo está no Sheol, nem que o espírito ou a alma estão no sepulcro. 5) Nunca se fala de fazer um Sheol para um morto, nem de preparar um Sheol, como um sepulcro: Is 53.9. 6) No Juízo Final, as duas coisas: a Morte ou sepulcro, e o Hades, entregarão os seus mortos; isto é, o lugar dos cadáveres e o lugar onde (estão) as almas estiverem morando. 7) A mesma distinção entre Hades e a Morte ou Sepulcro se faz em Ap 1.18, onde se diz que Cristo tem as chaves de ambos.
  • 34. 8) Em At 2.27 (Sl 16.10 = ) está escrito que alma de Cristo não foi deixada no Hades, nem o Seu corpo viu a corrupção (no túmulo, subtende-se). 9) Quando os filhos de Jacó venderam José para ser escravo no Egito, enganaram ao seu pai, trazendo-lhe a sua túnica manchada de sangue de uma fera. Expressou o seu lamento com estas palavras: “Chorando, descerei ao meu filho até ao SHEOL. Sendo que cria que seu filho fora devorado por uma fera, como é possível que se encontraria com ele na sepultura? Isto prova que o SHEOL é o lugar das almas, e Jacó com razão esperava encontrar ali a alma de seu filho (Gn 37.31-35). 10) Em Gn 49.33 está escrito que Jacó expirou e foi reunido ao seu povo. Morreu no Egito; durante 40 dias o seu corpo foi embalsamado, e durante outros 30 dias, foi chorado no país. Então, José obteve permissão de Faraó; fizeram uma peregrinação a Canaã; lamentaram-no outra vez por sete dias, para depois sepultá-lo na Caverna Macpela, que era a sepultura dos seus pais. A conclusão é, por certo que SHEOL ou HADES quer dizer lugar das almas desencarnadas, e não outra coisa.
  • 35. Quanto ao PARAÍSO ou SEIO DE ABRAÃO, ou compartimento de paz no SHEOL ou HADES há passagens que nos dão razão para crer que Jesus foi até lá quando foi crucificado (At 2.27-31). Ele prometeu ao ladrão penitente crucificado que o encontraria ali naquele mesmo dia (Lc 23.43). Mas a Alma de Cristo não permaneceu ali (At 2.27). Cremos que, segundo Ef 4.8-10, o Senhor não só ressuscitou, mas também levou consigo as almas redimidas que antes estavam naquela parte do Sheol- Hades, que se chama o PARAÍSO ou SEIO DE ABRAÃO. Por isso é que o apóstolo Paulo, quando foi arrebatado até o TERCEIRO CÉU, verificou que este correspondia ao PARAÍSO (2 Co 12.2-4). E nos revela que o Paraíso não está mais embaixo, para que alguém desça até lá, mas acima, de forma que é necessário SUBIR até ele. Uma tradução de Ef 4.8 diz: “Ele levou a multidão de cativos”. No grego: δι λ γει, ναβ ς ε ςὸ έ Ἀ ὰ ἰ ψος χµαλ τευσεν α χµαλωσ αν -ὕ ᾐ ώ ἰ ί dio legei, Anabas eis hupsos ekmaloteuçen aikmaloçian. “Por isso diz: tendo subido às alturas levou cativo o cativeiro”. Também Paulo fala da morte como “partir” e estar com Cristo (Fp 1.23), e “estar ausentes do corpo e presentes com o Senhor” (2 Co 5.8, 9). Como Cristo SUBIU e está ao lado do Pai “Acima de todos os céus” (Ef 4.10; Cl 3.1), e aqueles que dormem no Senhor estão com Ele no Paraíso também, então necessariamente o Paraíso está no Céu (3º), onde está Jesus Cristo. Os santos do Antigo Testamento foram guardados no Sheol-Hades até a Ressurreição do Senhor, porque os seus pecados foram cobertos (Sl 32.1); contudo, uma vez sacrificado o REDENTOR, os pecados foram removidos (Hb 10.4; 9.26) e eles logo puderam entrar na presença de Deus. Por isto o cristão hoje também entra logo em seguida à sua morte, na sua morada, onde viverá com seu Salvador. O outro compartimento (Lugar de Tormentos), ou região do Sheol-Hades não sofreu modificação alguma, nem sofrerá, até o juízo final (Ap 20). As almas dos perdidos continuam indo para lá, onde ficam até o juízo final que também é o chamado O JUÍZO DO TRONO BRANCO. Nesse juízo não há menor índice de uma 2ª oportunidade para crer e ser salvo. Até o Juízo Final as almas perdidas estarão sofrendo no Lugar de Tormentos no Hades (Sheol), e até ao Arrebatamento, os salvos estarão no Paraíso.
  • 36. VIII. A DIVISÃO DO SHEOL HADES 1. O LUGAR DE TORMENTOS (Lc 16.19-23). É o lugar onde os perdidos estão no Sheol aguardando o juízo final, no final do Milênio, é um lugar de sofrimento antecipado, pois o definitivo será o LAGO DE FOGO (GEENA) ETERNO (Ap 20.13-15). 2. ABISMO: ABYSSOS ( βυσσοςἄ ); Abadon (). Lc 8.31; 16.26; Ap 9.1,2, 11; Jd 6; Jó 26.6; Pv 15.11; 27.20; Is 14.15; Ap 20-1.3; Rm 10.7. Este lugar que divide o SHEOL é morada prisão de demônios (Jd 6) e os que estão fora não desejam ir para lá (Lc 8.31). Existe um anjo que tem as chaves do
  • 37. abismo, ele abrirá o Poço do Abismo e dali subirá uma fumaça e desta sairão, gafanhotos, isto é, demônios, que agirão durante a grande Tribulação (Ap 9.1-11;20.1- 3). Ali o Diabo ficará preso por mil anos e depois sairá para logo ser lançado no Lago de Fogo (Ap 20.10). Is 14.12-15: Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada! Como foi atirado à terra, você, que derrubava as nações! Você, que dizia no seu coração: “Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembleia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo”. 15 Mas às profundezas do Sheol você será levado, irá ao fundo do abismo!. O grande dragão é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ap 12.9: O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ele e os seus anjos foram lançados à terra (na metade da Grande Tribulação). Ap 20.1-3: lançou-o no Abismo (no final da Grande Tribulação), fechou-o e pôs um selo sobre ele, para assim impedi-lo de enganar as nações, até que terminassem os mil anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo. Ap 20.7-10: Quando terminarem os mil anos (no fim do Milênio), Satanás será solto da sua prisão e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a batalha. Seu número é como a areia do mar. As nações marcharam por toda a superfície da terra e cercaram o acampamento dos santos, a cidade amada; mas um fogo desceu do céu e as devorou. O Diabo, que as enganava, foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre, onde já haviam sido lançados a besta e o falso profeta. Eles serão atormentados dia e noite, para todo o sempre. Ez 31.15-18: “Assim diz o Soberano, o SENHOR: No dia em que ele foi baixado ao Sheol, fiz o abismo encher-se de pranto por ele; estanquei os seus riachos, e a sua fartura de água foi retida. Por causa dele vesti o Líbano de trevas, e todas as árvores do campo secaram-se completamente. 16 Fiz as nações tremerem ao som da sua queda, quando o fiz descer ao Sheol () junto com os que descem à cova ( - bor). Então
  • 38. todas as árvores do Éden, as mais belas e melhores do Líbano, todas as árvores bem regadas, consolavam-se embaixo da terra. 17 Todos os que viviam à sombra dele, seus aliados entre as nações, também haviam descido com ele ao Sheol, juntando-se aos que foram mortos à espada. 18 “Qual das árvores do Éden pode comparar-se com você em esplendor e majestade? No entanto, você também será derrubado e irá para baixo da terra, junto com as árvores do Éden; você jazerá entre os incircuncisos, com os que foram mortos à espada. “Eis aí o faraó e todo o seu grande povo. Palavra do Soberano, o SENHOR”. Lúcifer na sua queda segue a seguinte trajetória: 1º) É lançado do Éden de Deus para as Regiões Celestes (Ez 31.8-18;28.11-19; Ef 6.12) 2º) Hoje ainda está nas Regiões celestes. 3º) Depois será lançado na Terra na metade da Grande Tribulação (Ap 12.7-12; Ez 32.1-10; 29.1-8; O Dragão será vencido (Jó 41). 4º) No final da Grande Tribulação será preso no ABISMO dentro do Sheol por mil anos; 5º) Será solto após o milênio e sairá a enganar as nações rebeldes, e fogo do céu descerá sobre estas nações (Ap 20.7-9). 6º) E finalmente o Diabo será lança do no Lago de Fogo (Ap 20.10). Evidentemente há mistérios que só a eternidade esclarecerá, pois apesar do Diabo ocupar um lugar de cada vez na trajetória de sua queda, a Bíblia diz que Satanás pode se apresentar diante de Deus juntamente com os anjos do Senhor (Jó 1.6-12) e que no momento ele nos acusa diante do Senhor (Ap 12.10-12). O Pr. Aldery Nelson diz que aquela reunião onde o Diabo compareceu não era o 3º Céu, mas sim o 2º Céu, isto é, nas Regiões Celestes. Jesus na sua morte física esteve no Hades-Sheol (At 2.24-31) e Paulo em Rm 10.7 dá entender que Ele (Jesus) esteve no Abismo (cf. Jn 2.2,5, 6; Mt 12.40; 1 Pe 1.10, 11; Ef 4.9). 3. PARAÍSO OU SEIO DE ABRAÃO. (παρ δεισοςά = paradeiços). Aparece 47 vezes na Septuaginta e somente três vezes no Novo Testamento (Lc 16.26; 2 Co 12.2-4; Ef 4.8-10; 2 Co 5.8; Fp 1.23; Ap 7.9, 15, Sl 49.15). Antes da Ressurreição de
  • 39. Cristo todos os mortos desciam no Sheol-Hades (Lc 16.26; 23.43). Depois da Ressurreição do Senhor o Paraíso foi trasladado para o 3º Céu (Ef 4.8-10: 2 Co 12.2-4); Paulo quando foi arrebatado até o 3º Céu esteve no Paraíso. Qualquer crente que morre passa a se reunir com Cristo (Fp 1.23; 2 Co 5.8) - ainda que despido, isto é, sem o corpo (2 Co 5.1-4) - ou está na Jerusalém Celestial (Hb 12.22), ou debaixo do altar no Céu (Ap 6.9) como os mártires, ou diante do trono de Deus (Ap 7.9; 14.3). 4. Tártaro. Tartarōsas [ταρταρ σαςώ ] é usada apenas em 2 Pedro 2.4 em relação ao julgamento dos anjos caídos. Ela parece referir-se especificamente à morada eterna dos anjos caídos. 2 Pedro 2.4: “Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou- os no inferno [tártaro - ταρταρ σαςώ ], e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo”. Tartaros [...] não é Sheol nem Hades [...] aonde todos os homens vão quando morrem. Nem é onde os ímpios são consumidos e destruídos, que é Geena [...] Não é a morada dos homens em nenhuma condição. E usada apenas aqui em relação aos “anjos, os que não guardaram o seu estado original” (v. Jd 6). Ela denota o limite ou a margem desse mundo material.6 A extremidade desse “ar” inferior — do qual Satanás é “o príncipe” (Ef 2.2) e que as Escrituras descrevem como o habitat dos “principados das trevas desse mundo” e “espíritos malignos nas regiões celestiais”. “Tartaros não é apenas o limite dessa criação material, mas é chamado assim por sua frieza.” (BULLINGER, Op. cit., p. 370.). Outro conceito da palavra TÁRTARO nos diz que este é parecido com o do HADES, não é só no idioma grego e também na cultural grega seu significado, quer dizer o mais profundo do mundo inferior ou seria onde os deuses estariam aprisionados enquanto os humanos ficavam no HADES. O TÁRTARO é o fundo do HADES, ou seja, o TÁRTARO é uma sessão do HADES, os dois estão relacionados! O Dicionário Grego do Novo Testamento de Strong diz que “Tártaro” é “o abismo mais profundo do Hades” (exemplo - Apocalipse 20.3) e que a palavra significa “encarcerar (aprisionar) em tormento eterno”. 6 PENTECOST, Jr., Dwight. Manual de Escatologia. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida, 1994, p. 690
  • 40. A. T. Robertson define: “A habitação tenebrosa e sombria dos mortos ímpios, como o Gehenna dos judeus”. O Dicionário de Fausset define: “O profundo ou abismo ou poço do abismo”. VIII. AS CIDADES DE REFÚGIO - TIPO DO HADES (SHEOL) - Nm 35.9-25 1. Os culpados de homicídio involuntário iam para as cidades de refúgio; 2. O Vingador de Sangue não poderia tocar nos culpados escondidos nas cidades de refúgio; 3. Os culpados não poderiam sair das cidades de refúgio até a morte do Sumo Sacerdote, que foi ungido com óleo sagrado. 4. Assim também os mortos iam para o Sheol e Satanás tinha as chaves da Morte (Hb 2.14, 15;7.15-28) e do Sheol (Hades). 5. Os culpados escondidos nas cidades de refúgio só poderiam sair de lá quando morresse o Sumo Sacerdote; assim também as almas dos justos só poderiam sair do Sheol-Hades quando morresse o Sumo Sacerdote Jesus Cristo, e isto aconteceu lá no Calvário. E quando Cristo desceu até o Sheol (At 2.27-31) arrancou das mãos do Diabo as chaves da morte e do Hades (Hb 2.14, 15; Mt 28.18; Ap 1.18). Agora os justos não precisam ficar no cativeiro no Sheol (Sl 49.15; 30.3; 86.13). Cristo na sua Ressurreição levou cativo o cativeiro (Ef 4.8; Sl 68.18). Por isto AS PORTAS DO HADES NÃO PREVALECERÃO CONTRA A IGREJA (Mt 16.18). IX. PERSONAGENS QUE ESCAPARAM DO SHEOL - HADES 1. Enoque (Gn 5.24; Hb 11.5). Este como tipo da Igreja composta de salvos vivos, foi arrebatado, transformado e não desceu ao Sheol. 2. Elias (2 Rs 2.1-11). Também não morreu, foi arrebatado ao Céu. 3. Moisés (Dt 34.1-6; Jd 9). Moisés apareceu no Monte da Transfiguração foi reconhecido pelos discípulos. Isto se deu antes da ressurreição de Cristo, quando ninguém poderia ter saído do Sheol-Hades. Moisés apareceu com o corpo glorificado, todavia a Bíblia nos diz que morreu e foi sepultado. Creio que o nosso irmão Moisés passou pouco tempo morto, e logo ressuscitou, pois não deu tempo dele chegar ao Sheol. Mas mesmo que ele tivesse estado lá, Deus é poderoso para tirá-lo de lá. O
  • 41. Diabo foi procurar o corpo de Moisés, porque (Jd 9) ele não havia chegado lá. É certo que Moisés não é as primícias dos que dormem, mas ele era a semelhança de Cristo (Dt 18.15), o Profeta que havia de vir. Seu aparecimento na Transfiguração deixa-nos duas opções: 1ª Ele morreu e ressuscitou; 2ª Ele foi trasladado. Fica o mistério, todavia podemos afirmar que ele não esteve no Sheol, ou se esteve, demorou pouco tempo. Moisés durante a sua vida já gozava de algumas características especiais no seu corpo físico: “Não se lhe escureceu a vista” e “Nem lhe fugiu o vigor” (Dt 34.7). Na Bíblia TEB temos o seguinte comentário sobre o livro de Judas: “O ambiente de Judas se manifesta em estreita conexão com os círculos que, a partir do século II A.C., virou a elaboração da literatura apocalíptica e transmitiu obras como o livro de Enoque, a Assunção de Moisés, os testamentos dos Doze Patriarcas. O Autor cita textualmente uma passagem do livro de Enoque (vv 14,15) e utiliza tanto a própria Assunção de Moisés, como um documento parecido (v.9)”. O escriba de Moisés relatou que Deus o sepultou na terra de Moabe, mas que nunca se soube onde! Depois vemos o Diabo e o Arcanjo Miguel disputando o seu corpo. O Diabo não tinha diante de si um corpo, mas tinha um problema sério. O Diabo queria saber onde Moisés estava sepultado! O Arcanjo lhe repreendeu. O Diabo queria saber do corpo, pois ele era detentor das chaves da Morte e do Hades-Sheol, percebeu que Moisés havia morrido mas que ele não havia aparecido lá, alguma coisa havia acontecido. Deus o tomou para si. Depois o Diabo ficou sabendo do seu destino, pois ficou sabendo da Transfiguração. Como citamos anteriormente: Enoque, Elias e Moisés não podem fazer dupla para serem as duas testemunhas durante a Grande Tribulação, pois Enoque e Elias não provaram a morte e foram transformados para entrarem no terceiro céu. Eles teriam que ser retransformados em corpos humanos para morrerem. E nosso irmão Moisés morreu e teria que morrer novamente. Caso tenha ressuscitado como está escrito no livro de Enoque teria também que ser retransformado para morrer. Todas estas opções nos parecem absurdas.
  • 42. X. ALGUNS PERSONAGENS QUE PASSARAM POUCO TEMPO NO SHEOL- HADES 1. SIMEÃO: Lc 2.25-30: “Ora, havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem, justo e temente a Deus, esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E lhe fora revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Assim pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para fazerem por ele segundo o costume da lei, Simeão o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra; pois os meus olhos já viram a tua salvação, a qual tu preparaste ante a face de todos os povos; luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo Israel”. 2. JOÃO BATISTA: Mc 6.14-19; 3. LADRÃO DA CRUZ: Lc 23.42,43; 4. JESUS: At 2.27-31: Sl 16.10. Jesus tinha o Selo de Deus (Jo 6.27; Lc 3.22; 4.14-19) e a morte e o Hades não poderiam contê-lo, assim como aconteceu com Jonas que foi vomitado pelo peixe. O Hades teve de vomitar Jesus (Jn 2.1-10). a Igreja tem o selo de Deus e o Hades não pode contê-la (Ef 1.13, 14; 2 Co 1.21, 22; Ef 4.30). Alguém fez a seguinte encenação: “Simeão, após ter pegado o infante Jesus no colo morreu em seguida. Chegou então no Hades, no Paraíso, e cumprimentou os salvos dizendo: Eu peguei O Messias no colo, Ele está para vir nos libertar do Sheol e nos levar para o terceiro Céu. Mas, enquanto ele falava, apareceu João Batista e disse: Cala-te, Simeão, pois eu já vi o Homem adulto, eu batizei nas águas do rio Jordão. Enquanto João falava, surge um personagem novo no cenário. Dimas, o ladrão da cruz. Este diz: Simeão, João Batista, calem a boca, pois Ele está vindo atrás de mim. Com certeza, o ladrão da Cruz foi aquele que menos tempo passou no Hades – Sheol!”. “A Igreja não descerá ao SHEOL-HADES” (Mt 16.18; Nm 35.9-35; 2 Co 5.8; Fp 1.23; Ap 7.9, 15). Não podemos explicar satisfatoriamente a severidade do castigo eterno de Deus, nem tão pouco podemos sondar as profundezas de Seu Grande Amor e Misericórdia,
  • 43. demonstrado para com os pescadores perdidos que não merecem outra coisa que o castigo, e, contudo, pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, são levados para sentar- se com Ele nos lugares celestiais (Rm 11.22; Ef 2.6). Compreendemos, pela magnitude dos sofrimentos de Cristo, que o castigo que receberá o homem impenitente será tão terrível que ninguém poderá sequer imaginar. Nenhum homem é obrigado a ir para o Inferno, mas a todos se roga que tenham misericórdia de suas próprias almas e voltem- se para Cristo em busca de refúgio. O homem não vai para o Inferno porque é pecador, mas porque não quer ser salvo. João 3.36 diz: “Quem crê no Filho tem a Vida Eterna; o que todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a Vida (ζωή, mas sobre ele permanece a irá de Deus”. “Portanto, conhecendo o temor do Senhor, procuramos persuadir os homens” (2 Co 5.11). “De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamos-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus” (2 Co 5.20).
  • 44. XI. REFERÊNCIAS BÍBLICAS SHEOL: Gn 37.35; 42.38; 44.29, 31; Nm 16.30, 33; Dt 32.22; 1 Sm 2.6; 2 Sm 22.6; 1 Rs 2.6, 9; Jó 7.9; 11.8; 14.13; 17.13, 16; 21. 13; 24.19; 26.6; Sl 6.5; 9.17; 16.10; 18.5; 30.3; 31.17; 49.14, 15; 55.15; 86.13; 88.3; 89.48; 116.3; 139.8; 141.7; Pv 1.12; Pv 5.5; 7.27; 9.18; 15.11, 24; 23.14; 27.20; 30.16; Ec 9.10; Ct 8.6; Is 5.14; 7.11; 14.9, 11, 15; 28.15, 18; 38.10, 18; 57.9; Ez 31.15-17; 32.21, 27; Os 13.14; Am 9.2; Jn 2.2; Hc 2.5 HADES: Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.26; At 2.27, 31; Ap 1.18; 6.8; 20.13, 14. GEENA: Mt 5.22; 29, 30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 12.5; Tg 3.6; Mt 3.12; 25.46; 2 Ts 1.9; Ap 21.8 ABISMO: (ABYSSOS): Lc 8.31; Rm 10.7; Ap 9.1, 2, 11; 11.7; 17.8; 20.1, 3; 2 Pe 2.4; Mt 12.40 (cf. Jn 2.2); Ef 4.8-10; Lc 23.43; 1 Pe 3.19; Is 42.7; 49.9; 61.1 TÁRTARO: 2 Pe 2.4.
  • 45. CONCLUSÃO Chegamos ai final do nosso trabalho. Apesar de não pudermos fechar a questão, entendemos que o Mundo dos Mortos: Sheol e Hades é um lugar real, apesar de existir em uma dimensão espiritual. Aqueles que rejeitam a salvação em Cristo Jesus sairão do Lugar de Tormentos, dentro do Hades, para enfrentarem o juízo final diante do Trono Branco e logo em seguida serem destinados ao Geena que é o inferno final. Os justos que estavam no Seio de Abraão até a morte de Jesus, na ressurreição do Cristo ascenderam ao Paraíso no 3º Céu. Aqueles que aceitaram o Cristo e estiverem no Paraíso ressuscitarão, os vivos serão transformados e os dois grupos ascenderão para a Casa do Pai, a Hupah, a Nova Jerusalém. Podemos até não chegar a um consenso sobre qual opinião é a mais digna de aceitação, contudo podemos ver que todas são unânimes em afirmar o que talvez seja o mais importante, a Igreja não desce ao Hades e a volta gloriosa do Senhor Jesus. Todo cristão tem direito a suas convicções sobre a verdade da Bíblia, mas enquanto estivermos no corpo terreno, nenhum de nós pode ser infalível. Ninguém, em época alguma, é dono de toda verdade – não na era apostólica nem os reformadores ou dispensacionalistas ou não dispensacionalistas. Contudo devemos manter com convicção a verdade conforme cremos que Deus nos deu o entendimento.
  • 46. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Escatologia e o Apocalipse Pr. Chrístopher B. Harbin Edição: 12-09-2002 ©Copyright 2002 Página 6. http://www.rocksbc.org. 2. GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1999. 3. HOEKEMA, Anthony. A Bíblia e o Futuro. 2ª ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001. 4. LAHAYE, Tim, ICE, Thomas. O Glorioso Retorno. 1ª ed. São Paulo: Abba Press Editora Ltda, 2004. 5. PENTECOST, Jr., Dwight. Manual de Escatologia. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida, 1994. 6. VAUX, R. Instituições de Israel no Velho Testamento. São Paulo: Editora Teológica, 2002.