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HADESLOGIA
SHEOLOGIA
A DOUTRINA DO ESTADO INTERMEDIÁRIO
“A SUA UNÇÃO VOS ENSINA A RESPEITO DE TODAS AS COISAS” (1 Jo 2.27)
“A sabedoria é a coisa principal; adquire pois, a sabedoria; sim com tudo o que possuis
adquire o conhecimento” (Pv 4.7)
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
2
ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO. O QUE É O INFERNO. 3
“SHEOLOGIA – HADESLOGIA” 5
O QUE É O INFERNO. 6
II. SHEOL-HADES: O LUGAR DOS MORTOS 6
III. SHEOL NO VELHO TESTAMENTO E A SUA LOCALIZAÇÃO 7
IV. DEPOIS DO SHEOL-HADES SEGUE-SE O GEENA 11
VI. AS CIDADES DE REFÚGIO - TIPO DO HADES (SHEOL) 19
VII. PERSONAGENS QUE ESCAPARAM DO SHEOL-HADES 20
VIII. ALGUNS PERSONAGENS QUE PASSARAM POUCO TEMPO NO SHEOL-HADES 21
REFERÊNCIAS BÍBLICAS 22
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
3
I. INTRODUÇÃO. O QUE É O INFERNO. 1
Inferno é um termo usado por diferentes religiões e mitologias, representando a
morada dos mortos ou um lugar de condenação. A origem do termo é latina: infernum, que
significa “as profundezas” ou o “mundo inferior”.
1. Inferno na mitologia grega
Na mitologia grega, as profundezas correspondiam ao reino de Hades, para onde iam
os mortos. Daí ser comum encontrar-se a referência de que Hades era Deus dos Infernos.
O uso do plural, infernos indica mais o caráter de submundo e mundo das profundezas do
que o caráter de lugar de condenação, em geral dado pelo singular, inferno.
2. Inferno no judaísmo
No judaísmo, o termo Gehinom (ou Gehena) designa a situação de purificação
necessária à alma para que possa entrar no Paraíso - denominado por Gan Eden. Nesse
sentido, o inferno na religião e mitologia judaica não é eterno, mas uma condição finita,
após a qual a alma está purificada. Outro termo designativo do mundo dos mortos é Sheol,
que apresenta essa característica de desolação, silêncio e purificação.
3. Inferno no cristianismo
Na tradição cristã o inferno corresponde a um dos chamados novíssimos: a morte, o
juízo final, o inferno e o paraíso. A idéia de que o inferno é um lugar de condenação
eterna, tal como se apresenta hoje, nem sempre foi consenso entre os cristãos. Nos
primeiros séculos do cristianismo, houve quem defendesse que a permanência da alma no
inferno era temporária. Por fim, prevaleceu entre os cristãos a concepção de que a
condenação era eterna.
4. Inferno no islamismo
No Islã, o inferno é eterno, consistindo em sete portões pelos quais entram as várias
categorias de condenados, sejam eles muçulmanos injustos ou não-muçulmanos.
5. Inferno no budismo
De certo modo, todo o samsara é um inferno para o budismo, visto que em qualquer
reino do samsara2
existe sofrimento. Entretanto, em alguns reinos, o sofrimento é maior
correspondendo à noção de inferno como lugar ou situação de sofrimento. Por esse
motivo, muitas vezes expressam-se esses mundos de sofrimento maior como infernos.
Nenhum renascimento em um inferno é eterno, embora o tempo da mente nessas situações
possa ser contado em eras. Contam-se dezoito formas de infernos, sendo oito quentes, oito
frios e mais dois infernos que são, na verdade, duas subcategorias de infernos: os da
vizinhança dos infernos quentes e os infernos efêmeros. Além desses dezoito que
1
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
2
Samsara. [Sânscr., 'passagem por estados sucessivos'.] Substantivo masculino. Metempsicose.
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
4
constituem o “Reino dos Infernos”, pelo sofrimento, o “Reino dos Fantasmas Famintos” é
comparável à noção de inferno, sendo constituído de estados de consciência de forte
privação - como fome ou sede - sem que haja possibilidade de saciar essa privação. A
meditação sobre os infernos deve gerar compaixão.
Sheol (Hades)
Sheol é um termo hebraico presente na Bíblia que designa a “morada dos mortos”.
Inicialmente o conceito se referia a um lugar longe do olhar de Deus, de existência
sofrível, destino de todos os seres humanos, bons ou maus. Posteriormente o conceito
modificou-se para o lugar onde os maus receberiam o castigo merecido.
Hades
Na mitologia grega, Hades é o deus do mundo inferior, soberano dos mortos. O
nome Hades era usado para designar tanto o deus como os seus domínios.
O deus Hades
Hades era um deus de poucas palavras e seu nome inspirava tanto medo que as
pessoas procuravam não pronunciá-lo. Era também conhecido como “o Rico” - pois era
dono das riquezas do subsolo - e também como “o Hospitaleiro”, pois sempre havia lugar
para mais uma alma no seu reino. Casou-se com Perséfone, filha de Zeus e Deméter, após
um rapto bem sucedido.
Hades, o reino dos mortos
Hades era conhecido como o reino dos mortos ou simplesmente o submundo. Este
era um lugar onde imperava a tristeza. O barqueiro Caronte conduzia as almas dos mortos
através do rio de águas paradas, Estige3
, até a entrada do reino de Hades, que era guardada
por Cérbero, um monstruoso cão de três cabeças que não deixava as almas saírem do reino
de Hades. Convém salientar que, segundo Homero, Hades era o nome do deus, dizendo-se
inicialmente que “as almas baixavam à casa de Hades”. Mais tarde a “casa de Hades”
passou ser simplesmente tratada com o mesmo nome do deus, passando a dizer-se que “as
almas desciam a Hades”.
3
O Estige é o rio da invulnerabilidade, um dos rios do Hades. Segundo uma versão da lenda de Dionísio, uma promessa pelo
Estige é o voto mais sagrado que pode ser feito. Nem mesmo os deuses podem quebrar uma promessa pelo Estige. Segundo a
lenda, a mortal Semele, mãe de Dionísio e uma amante de Zeus, foi enganada por Hera, que querendo vingar-se da amante do
marido se metamorfoseou em sua serva. Hera convenceu Semele a pedir a Zeus uma prova de amor: primeiro Semele fez Zeus
fazer uma promessa pelo Estige sem saber do que se tratava; depois Semele disse que queria ver a forma verdadeira de Zeus.
Tendo já feito a promessa, Zeus não pôde voltar atrás e mostrou sua verdadeira forma a Semele, que morreu nessa
metamorfose. O fato de nem mesmo Zeus ter ousado quebrar a promessa, demonstra a importância do voto. O Estige aparece
em várias histórias. Numa das mais comuns, Tétis tentou tornar o seu filho Aquiles invulnerável mergulhando-o nas águas
desse rio. Porém, ao mergulhá-lo, suspendeu-o pelo calcanhar (o calcanhar de Aquiles), ficando esta parte vulnerável, o que
acabou sendo o motivo de sua morte durante a Guerra de Tróia.
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
5
“SHEOLOGIA – HADESLOGIA”
A ciência, por crer na indestrutibilidade da matéria e na conservação da energia, não
pode dizer que a crença cristã é irracional, e a filosofia, com seu reconhecimento das
desigualdades da vida, não pode muito bem evitar postular uma vida depois da morte. Esta
possibilidade e necessidade são convertidas em certeza na Bíblia. O Velho Testamento
ensina que há uma vida depois da morte. Mostra que todos os homens vão (iam) ao
SHEOL (HADES no N.T.). Os ímpios, é claro, vão para lá (Sl 9.17; 31.17; 49.14; Is 5.14).
Lemos que Coré e Abirão desceram vivos ao SHEOL (Nm 16.33). Mas os justos também
vão para lá (Jó 3.11-19; 14.13; 17.16; Sl 6.5; 16.10; 88.3). Jacó esperava descer a seu filho
José no Sheol (Gn 37.35; 42.38; 44.29-31). A idéia de ir para o Sheol está presente
também na frase que ouvimos sempre e “foi reunido ao seu povo” (Gn 25.8, 17; 35.29;
49.33; Nm 20.24; 27.13; Dt 32.50; Jz 2.10).
Também o Novo Testamento mostra que tanto os maus como os justos desciam ao
HADES (#(/dhj� antes da Ressurreição de Cristo. Lemos que o rico desceu ao Hades, e ele
e Lázaro estavam tão próximos que dava para conversarem um com o outro naquela região
(Lc 16.19-31). O próprio Jesus desceu ao Hades (At 2.27-31).Cristo tem agora as chaves
da Morte e do Hades (Ap 1.18); e algum dia, esses dois devolverão os mortos que neles há
(Ap 20.13, 14).
Se, portanto, as Escrituras ensinam que há uma existência depois da morte, é uma
existência consciente? O Velho Testamento não é explícito quanto a este ponto. Ser
reunido a seu povo, ir ter com o filho de alguém, etc., dão entender esse tipo de existência,
apesar de não declararem isso especificamente. O texto Ec 9.5,6,10 parece negar que seja
uma existência consciente, pois declara que “não há obra, nem projetos, nem
conhecimento, nem sabedoria alguma”. Mas precisamos nos lembrar que este livro é
escrito do ponto de vista do homem natural (psíquicos). Somente a Revelação Divina pode
nos falar da verdadeira natureza da vida após morte. Isaías 14.9-11, 15-17 ensina
definitivamente que é uma existência consciente. E o que é sugerido no V. T., é ensinado
claramente no Novo Testamento. Jesus o ensinou em Mt 22.31, 32. O rico e Lázaro
estavam conscientes no HADES. Podiam pensar, conversar, lembrar, sentir e ter cuidados
(Lc 16.19-31).Jesus dá entender a mesma coisa quando fala ao ladrão arrependido,
dizendo que naquele mesmo dia ele estaria com Cristo no Paraíso (Lc 23.40-43).
Incidentemente, o Novo Testamento indica que havia dois compartimentos no HADES-
SHEOL: um para os maus e um para os bons. O que era reservado aos justos era chamado
de PARAÍSO. Não é mencionado o nome do que era reservado aos maus, mas é descrito
como sendo um LUGAR DE TORMENTO. Assim, fica claro que o termo dormir, quando
usado a respeito da morte, se aplica somente ao corpo (Mt 27.52; Jo 11.11-31: 1 Co 15.30,
51; 1 Ts 4.14; 5.10; Al 7.59, 60). Não existe o sono da alma, como é ensinado pelos
Adventistas do Sétimo Dia.
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
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Depois da ressurreição de Cristo, parece ter tido uma mudança. Daquela época em
diante, mostra-se que os crentes vão à presença de Cristo quando morrem. Assim Paulo
deixa a entender: 2 Co 5.6-9; Fp 1.23; 2 Co 12.2-4. Vemos também as almas do que
tinham sido (irão) mortos debaixo do altar e conscientes (Ap 6.9-11). Elas vão para o
PARAÍSO, mas agora o PARAÍSO é lá em cima (2 Co 12.2-4). Quando Cristo ressurgiu,
levou com Ele não apenas as primícias (Mt 27.52.53), mas também as almas de todos os
justos que estavam no HADES (Ef 4.8; Sl 68.18). Daí em diante, todos os crentes vão à
presença de Cristo quando morrem, enquanto os não crentes continuam a ir para o Hades,
como nos tempos do Velho Testamento.
O QUE É O INFERNO.
1º) O inferno é um lugar preparado para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41; 2 Pe 2.4; Ap
20.1-3, 10, 14).
2º) O inferno é, também lugar de castigo eterno para os ímpios (Mt 5.22, 29, 30; 10.28;
18.8,9; 23.15, 33 (geena); Mt 25.41, 46; 2 Ts 1.9; Ap 19.20; 20.14, 15; Dn 12.2).
II. SHEOL-HADES: O LUGAR DOS MORTOS
O Sheol, no Velho Testamento, é o lugar para onde vão os mortos.
1. Geralmente, entretanto, ele é citado como equivalente à sepultura, onde cessam
todas as atividades humanas; o fim para o qual toda a vida humana se dirige (Gn 42.38; Jó
14.13; Sl 88.3; 1 Rs 2.6, 9).
2. Ao homem “debaixo do sol”, ao homem natural, que necessariamente julga pelas
aparências, o Sheol parece nada mais que a sepultura - o fim e a cessação total, não só das
atividades da vida, mas também da própria vida (Ec 9.5,10). Mas as Escrituras revelam o
SHEOL como um lugar de tristeza (2 Sm 22.6; Sl 18.5; 116.3), para o qual os perversos
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
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vão (Sl 9.17), e onde eles ficam totalmente conscientes (Is 14.9-16; Ez 32.21). Compare Jn
2.2; o que o ventre do grande peixe foi para Jonas, o Sheol é para aqueles que se
encontram lá.
A palavra grega HADES (ᾅδης��como o seu equivalente hebraico, SHEOL (‫ֹול‬‫ְא‬‫שׁ‬) é
usada de duas maneiras.
1ª) Para indicar a condição dos que não são salvos entre a morte e o julgamento final
diante do Trono Branco (Ap 20.11-15). Lucas 16.23, 24 mostra que os perdidos no Hades
estão conscientes, possuem pleno poder de suas faculdades, memória, etc., e estão em
tormentos. Isto continuará até o julgamento final dos perdidos (2 Pe 2.9), quando todos os
que não são salvos, e o próprio Hades, serão lançados no LAGO DE FOGO (Ap 20.13-
15).
2ª) Para indicar, de um modo geral, a condição de todas as almas que partiram, no
período compreendido entre a morte e a ressurreição. Este uso se encontra ocasionalmente
no Velho Testamento, mas raramente no Novo Testamento (Gn 37.35; 42.38; 44.29, 31).
Não há possibilidade de mudança de um estado para outro depois da morte, pois Lc 16.23
mostra que, quando o homem perdido viu no Hades Abraão e Lázaro, eles estavam ao
“longe”, e o versículo 26 declara que entre os dois lugares há um Grande Abismo, de
modo que nenhum pode passar de um para o outro.
Alguns intérpretes pensam que Efésios 4.8-10 indica que a mudança de lugar dos
crentes que morreram ocorreu na Ressurreição de Cristo. É sabido que todos os salvos vão
imediatamente à presença de Cristo (2 Co 5.8; Fp 1.23). Jesus disse ao ladrão penitente:
Hoje estarás comigo no Paraíso (Lc 23.43). Paulo foi arrebatado ao Paraíso “ (2 Co 12.2-
4). O Paraíso é um lugar de grande alegria e bem-aventurança, mas esta bem-aventurança
não será completa até que o espírito e a alma sejam reunidos ao corpo glorificado na
ressurreição dos justos (1 Co 15.51-54; 1Ts 4.16, 17). Embora ambos, Hades e Sheol
sejam as vezes traduzidos para sepultura ou morte (Gn 37.35; 1 Co 15.55), jamais indicam
um lugar de sepultamento, mas antes, o estado da alma depois da morte.
III. SHEOL NO VELHO TESTAMENTO E A SUA LOCALIZAÇÃO
1ª)A sua localização: Nm 16.30-33; Gn 37.35; 44.29-31; Jó 17.16; 21.13; Salmo
30.3; 55.15; Pv 15.24; Is 5.14; 7.11; 14.15; Ez 31.15-17; 32.17-21; Mt 11.23; Lc 10.15;
16.23. Em todos estes textos se diz que os mortos desciam ao Sheol, logo a localização
desta região é o interior da terra, em Números 16.30-33 vemos claramente que a terra se
abriu e que aqueles elementos desceram ao Sheol. O Evangelista Mateus (Mt 12.40) cita
as palavras de Jesus dizendo: “Como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do
grande peixe, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra (no
grego: Kardia tes ges - καρδίᾳ τῆς γῆς��(que literalmente quer dizer: no coração da terra)
Devemos lembrar também que em At 2.27-31 afirma que Jesus esteve no Hades.
2ª)SHEOL-HADES: O Lugar dos mortos. A palavra Sheol, em hebraico, é usada
no V.T. mais de 60 vezes, na LXX (o V.T. em grego) a palavra hades ocorre mais de 100
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
8
vezes, na maioria das vezes para traduzir o termo hebraico Sheol. Para benefício dos
estudantes, apresentamos uma lista de algumas das passagens em que o vocábulo
“SHEOL” é empregado, segundo a sua tradução na Edição Revista e Atualizada, da
Sociedade Bíblica do Brasil. Geralmente, na margem, encontra-se a nota esclarecendo que,
em hebraico, a palavra é Sheol ou Seol. O estudante deve comparar estas referências com
outras versões. A Bíblia de Jerusalém (Edições Paulinas) e a Edição Versão Revisada da
Tradução de João Ferreira de Almeida traduzem os vocábulos Sheol e Hades de acordo
com os originais.
O vocábulo Sheol é traduzido como inferno na edição Revista e Atualizada no
Brasil, nas seguintes passagens; Dt 32.22; Sl 9.17; 116.3; Pv 5.5; 9.18; 15.24; 23.14;
27.20. Nas seguintes é traduzido como “sepultura”: Gn 37.35; Sl 49.14; Pv 7.27; 30.16; Is
57.9; Ez 32.27. Eis aqui outras traduções: “Abismo”- Nm 16.30; Jó 11.8; 26.6; Sl 139.8;
Pv 15.11; Is 14.15; Am 9.2; Jn 2.2; “Cova” - Is 5.14; Sl 55.15; Ez 31.14; “Sepulcro” - Hc
2.5; “A Morte” - Jó 17.16; Sl 16.10; 86.13; Is 28.15, 18; “Além” - Pv 15.11; Ec 9.10;
“Infernais” - 2 Sm 22.6; e “As profundezas da Terra” - Ez 32.18. Estes exemplos bastam
para que se veja que não é fácil determinar o que quer dizer a palavra hebraica SHEOL.
Como outras palavras desta espécie, é possível usá-la em sentido figurado ou literal. Vê-se
também que pode referir-se ao corpo, à alma, ou simplesmente à própria pessoa ou ser.
Uma definição que abranda todas as acepções da palavra, precisa ser feita em termos
genéricos, e a mais comum é: “LUGAR OU REGIÃO DOS MORTOS”. Os tradutores da
Bíblia fizeram um esforço para dar-lhe o significado que, em cada caso, se enquadrava
com o contexto.
Não há dúvida de que muitas vezes “Sheol” significa o lugar de castigo ou de
sofrimento dos maus, e fica bem traduzir como INFERNO (Dt 32.22; Sl 9.17; Pv 15.24;
23.14). Por isso algumas destas passagens advertem os justos, para que evitem ir para lá.
Em diversos casos é verdade que “Sheol” foi traduzido para “Inferno” quando
deveria ter sido traduzido para “sepultura” (1 Rs 2.6,9; Jó 7.9; 17.16). Entretanto, noutros
casos o contexto e a maneira com que a palavra Sheol foi usada na sentença, indica
claramente que se refere à um lugar de castigo e não simplesmente à sepultura. Vamos
examinar algumas dessas passagens: Salomão adverte contra as mulheres adúlteras,
dizendo: “Sua casa é o caminho para o inferno” (Sheol) - (Pv 7.27) e “Os seus convidados
estão nas profundezas do inferno” - Sheol (Pv 9.18). Quando usou a palavra SHEOL
evidentemente falava de algum lugar diferente da sepultura, porque todos os homens, bons
e maus, têm de descer à sepultura. Ele estava admoestando homens imorais, dizendo que
seriam punidos no Inferno por causa dos seus pecados e não que morreriam e seriam
sepultados.
Salomão nos adverte: “Tu a fustigará (a criança) com a vara e livrarás a sua alma do
Inferno - Sheol” (Pv 23.14). Está muito claro que Salomão aqui se referia a algo além da
sepultura, porque por mais que um filho rebelde seja fustigado, morrerá e descerá a
sepultura, e por mais que se fustigue uma pessoa, ela não poderá ser retirada da sepultura,
mas o castigo sábio de um pai amoroso pode ser o meio usado por Deus para manter o
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
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filho cabeçudo afastado do Inferno. Evidente que antes da Ressurreição de Cristo tanto
justos como injustos iam ao Sheol, mas os fiéis desciam ao Seio de Abraão (Paraíso) e os
perdidos ao Lugar dos Tormentos, os justos foram traslados para o 3º Céu (Ef 4.8.10) onde
está hoje o Paraíso (2 Co 12.2-4).
O vocábulo equivalente na língua grega é a palavra “Hades”. Na Versão dos
Setenta, que é o Velho Testamento em grego, traduz-se “Sheol” com a palavra “Hades”
(mais de 100 vezes na Septuaginta). Também em At 2.27 emprega-se o vocábulo Hades
para traduzir o Salmo 16.10, onde a palavra usada em hebraico é Sheol. Várias versões
usam a mesma palavra grega “Hades” ao invés de traduzi-la.
A palavra Hades encontra-se 10 vezes no Novo Testamento: Mt 11.23; 16.18; Lc
10.15; 16.23; At 2.27, 31; Ap 1.18; 6.8; 20.13, 14. O N.T. localiza também o Hades (a
semelhança do V.T.) como estando dentro da terra (numa outra dimensão), de tal forma
que há uma descida para chegar a ele (Mt 11.23; Lc 10.15; confira Mt 12.40 Kardia tes ges
= καρδίᾳ τῆς γῆς �= o Coração da Terra). Paulo em Ef 4.9 nos diz: “Ora, isto, Ele subiu,
que é, senão que também desceu à partes mais baixas da terra? “(τὸ δὲ Ἀνέβη τί ἐστιν εἰ
µὴ ὅτι καὶ κατέβη εἰς τὰ κατώτερα [µέρη] τῆς γῆς;��= também desceu até as inferiores
regiões da terra?
O Hades também é visto como uma prisão (1 Pe 3.19; Ap 20.1-3, 7). Como uma
cidade, tem portões (Mt 16.18; Jó 17.16: “Acaso descerá comigo até os ferrolhos do
Sheol? Descansaremos juntos no pó?”), e está trancada com uma CHAVE que Cristo tem
na sua mão (Ap 1.18). Na ocasião da ressurreição, o HADES devolverá os seus mortos
(Ap 20.13). Desta forma, não é um lugar ou estado eterno, mas, sim apenas temporário.
A Versão Revisada traduz quase que 100% o vocábulo Hades, já a Edição Revista é
Atualizada no Brasil traduz a palavra grega Hades 7 vezes por inferno, 2 vezes por morte e
uma vez por além. Será que a palavra Hades deveria ter sido traduzida para sepultura em
todos os casos? Achamos que não. Quando Jesus advertiu a cidade de Cafarnaum dizendo
que desceria ao Inferno (Hades) e que seria mais castigada do que a cidade de Sodoma (Mt
11.23, 24), Ele estava falando de um lugar que não era a SEPULTURA, porque o apóstolo
Judas disse que as cidades de Sodoma e Gomorra sofriam punição no Fogo Eterno (Jd 7).
Quando Jesus disse que um certo homem rico morreu e foi sepultado e foi ao Hades e
que levantou os olhos estando em tormentos, evidentemente Ele falava de um lugar além
da SEPULTURA, porque na sepultura não há tormentos (Lc 16.19-31). Pessoas que estão
na sepultura não podem levantar os olhos, nem se lembrar das coisas que aconteceram
antes delas morrerem. Os homens tentam contornar esta história dizendo que foi uma
parábola, mas a Bíblia não diz que foi uma parábola. Em Lucas como sempre, “Jesus
propôs uma parábola...”, ele escreveu: “Disse Jesus: Ora, havia certo homem rico...”,
mostrando que Jesus tinha em mente certo homem rico.
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
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Cosmologia Hebraica 4
O gráfico apresentado a seguir ajuda na compreensão da perspectiva “científica” dos
hebreus referente ao formato do universo, refletido especialmente em passagens como
Gênesis 1-11 e de Jó 38-41, na qual Deus faz perguntas a respeito da criação do universo
que Jó não consegue responder.
Os elementos comuns entre os hebreus e os outros povos são diferenciados em seus
termos representativos e especialmente na sua explicação religiosa. É importante lembrar
que mesmo quando o conceito hebraico reflete certas noções tidas em comum com os
outros povos, a ênfase das narrativas hebraicas é a de oferecer uma crítica nos pontos em
que divergem deles pela revelação de Deus.
Este gráfico do conceito hebraico da estrutura do universo limita-se a uma fração
mínima da cosmologia científica atual. Pode-se ver como a Bíblia utiliza certa
terminologia que se refere ao conceito cosmológico de seus autores5
. Pode-se ver no
gráfico o título de “firmamento” (ou “expansão”) para o círculo dos céus que separa as
águas acima do firmamento da zona que se denomina hoje por atmosfera. Estes termos
ajudavam o povo a falar do mundo ao seu redor, mesmo que o seu conceito específico
tenha sérios problemas em face da ciência atual.
4
Escatologia e o Apocalipse Pr. Chrístopher B. Harbin Edição: 12-09-2002 ©Copyright 2002 Página 6. http://www.rocksbc.org
5
Gênesis 1.2,6-8,16-17, 7.11; Êxodo 20.4.
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
11
Entender a cosmologia hebraica é de ajuda para compreender as implicações das
narrativas que utilizam a terminologia do mesmo conceito. Quando o autor bíblico refere-
se às janelas do céu, é bom saber que faz referência ao seu conceito de como a água acima
do firmamento chega até a terra em forma de chuva.
A cosmologia é uma área da ciência que influi muito em vários aspectos da
comunicação humana, pois muitos dos seus conceitos alteram a forma de conceber o que
acontece em volta do indivíduo e a sua sociedade. A cosmologia hebraica aparece até no
livro de Apocalipse, onde o “‘abismo sem fundo’ está vinculado a idéias concernentes à
forma do mundo. A terra era concebida como um disco plano que flutuava em cima da
água. O abismo refere-se às profundezas imensuráveis debaixo da terra, para os quais
pensava-se existir uma fenda capaz de ser selada”. Até o Novo Testamento, portanto, sente
a influência desta cosmologia.
IV. DEPOIS DO SHEOL-HADES SEGUE-SE O GEENA
Mt 5.22, 29, 30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 12.5; Tg 3.6 (γέεννα .
As Testemunhas de Iavé (TJ) dizem que todas as passagens onde a palavra
“Inferno” foi traduzida da palavra grega GEENA (γέεννα), significa destruição ou
extinção eterna. Mas a verdade é que qualquer professor respeitável de grego pode dizer,
que não há absolutamente nenhuma evidência no N.T. de que GEENA significa
aniquilamento, mas antes, há muitos lugares onde está claramente indicado que significa
miséria eterna.
Qualquer pessoa que leia as referências indicadas junto à palavra “Geena” verá que
não existe a idéia de ANIQUILAÇÃO. Nos 12 versículos anteriores a palavra em
português é uma tradução da palavra grega “Geena” = γέεννα; Em 2 Pe 2.4 nossa palavra
“inferno” é uma tradução da palavra grega “tártaro” (ταρταρώσας�. Todas as demais
referências do Novo Testamento com a tradução de “inferno “são oriundas da palavra
grega “hades”.
O meu querido amigo Pr. Aldery Nelson cita Is 34.8-10 para afirmar que o GEENA
estará nos ribeiros de EDOM que se transformará em PEZ, cujo solo também será
transformado em ENXOFRE, e cuja a terra transformar-se-á em PEZ ARDENTE. o
versículo 10 afirma que nem de dia nem de noite SE APAGARÁ este FOGO; para sempre
(isto é, eternamente) a sua fumaça subirá; de geração em geração (eternamente) será
assolada. Será que também o Geena será localizado no Planeta Terra (em outra
dimensão)?
Os TJ declaram que GEENA não se refere ao Inferno, mas ao Vale de Hinom. Esse
fica ao Sul e Oeste dos muros de Jerusalém. Era usado como CREMATÓRIO ou
INCENERADOR, onde os israelitas descarregavam o lixo e também os corpos de animais
mortos e criminosos para serem destruídos pelo fogo. Entretanto, nenhuma criatura viva
era jogada ali, pois era contra a lei judia. O fogo era sempre mantido acesso para aumentar
a sua intensidade os judeus acrescentavam enxofre. Acontece que o GEENA ou Vale de
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
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Hinom, tornou-se um símbolo, não do tormento eterno, mas da condição da condenação
eterna. Suas chamas simbolizam a DESTRUIÇÃO completa e eterna, para a qual estão
destinados todos os inimigos declarados de Deus e do seu reino e no qual não haverá
reconstituição ou Ressurreição” (Seja Deus verdadeiro - edição de 1º de abril de 1952).
Vamos estudar algumas destas referências para vermos se esta interpretação dos TJ
é o que Jesus pretendia dizer quando usou a palavra Geena. Jesus disse que se chamarmos
nosso irmão de “tolo”, estaremos sujeitos ao fogo do Inferno-Geena (Mt 5.22). Seria tolice
dizer que Ele advertia os homens de que seriam queimados no monte de lixo fora da
cidade, pois não há nenhum registro de alguém que tenha sido queimado assim.
O Senhor Jesus Cristo ensinou que devemos temer mais a Deus do que aos homens,
porque os homens podem matar o nosso corpo, mas só Deus pode lançar ao Inferno
(Geena). Se Jesus se referia ao lugar crematório fora da cidade de Jerusalém em Mt 10.28
e em Lc 12.5. Ele não estaria nos ensinando a temer a Deus, porque os homens têm o
poder de jogar uma pessoa no incinerador, mas só Deus pode lançar ao “Inferno” (Geena),
não só o corpo, mas também a alma.
Para enfatizar o terror do Inferno, Jesus ensinou que se o olho no faz tropeçar,
devemos arrancá-lo para não sermos lançados no Inferno-Geena (Mt 18.9), que se uma
mão ou pé nos faz tropeçar, devemos cortá-los para não sermos lançados no Inferno-
Geena (Mc 9.45-48).
Jesus repreendeu os fariseus chamando-os de serpentes e raças de víboras e
perguntou-lhes como escapariam da condenação do Inferno = Geena (Mt 23.33). Se o
Geena não é nada mais do que um lugar de incinerar o lixo fora da cidade, como pode
estar ligado à condenação?
Para sermos coerentes em nosso pensamento, se cremos que o céu é um lugar literal,
temos também de crer que o inferno é um lugar literal (Cf. Dt 32.33; Sl 86.13; 139.8; Is
14.15; Ez 31.16, 17).
Repetidas vezes na Bíblia, o inferno relaciona-se com o fogo. Jesus o chamou de ou
“Fogo do Inferno” = geenan tou pyros [τὴν γέενναν τοῦ πυρός] (Mt 5.22; 18.9). Ele falou
dele chamando-o de “Fornalha de Fogo” = Kaminon tou pyros = (κάµινον τοῦ πυρός� (Mt
13.42, 50). O inferno (Hades) será lançado no Lago de Fogo (limene tou pyros = (λίµνην
τοῦ πυρὸς) que é a condenação eterna e final (Ap 19.20; 20.10, 14, 15); Ap 21.8 = �ἐν τῇ
λίµνῃ τῇ καιοµένῃ πυρὶ καὶ θείῳ) en te limene te Kaiomene pyri kai theio = no lago
ardente de fogo e enxofre). Friso: Ap 20.10; Is 34.8-10.
A palavra empregada para a morada dos mortos é Geena, usada doze vezes no Novo
Testamento (Mt 5.22,29,30; 10.28; 18.9; 23.15,33; Mc 9.43,45,47; Lc 12.5; Tg 3.6). Em
cada caso, ela é usada como termo geográfico e tem em vista o estado final dos incrédulos.
O julgamento é sugerido e esse é o lugar e o estado resultante. Vos escreve:
No Novo Testamento [...] ela designa o lugar de punição eterna dos incrédulos,
geralmente ligada ao julgamento final. É associada ao fogo como a fonte da tormenta.
Corpo e alma são lançados ali. Isso não deve ser explicado com base no princípio de que o
Novo Testamento fala metaforicamente do estado após a morte em termos corporais; ela
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sugere a ressurreição.
Em várias versões Geena é traduzida por “inferno” [...] O fato de “o vale de Hinom”
ter-se tornado a designação técnica para o lugar da punição final ocorreu por dois motivos.
Em primeiro lugar, o vale foi o local da adoração idólatra a Moloque, a quem crianças
eram imoladas pelo fogo (2Cr 28.3; 33.6). Em segundo lugar, por causa dessas práticas, o
local foi profanado pelo rei Josias (2Rs 23.10), e por isso ficou associado na profecia ao
julgamento que viria sobre o povo (Jr 7.32). Também o fato de que o lixo da cidade era
deixado ali pode ter ajudado a criar o nome que era sinônimo da máxima impureza.
(Geerhardus Vos, Gehenna, International standard Bible encyclopedia, n, p. 1183).
Assim, Geena teria em vista a retribuição no lago do fogo como destino dos
incrédulos.
Em Mateus 25.41 o Senhor disse aos incrédulos: “Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. A palavra “preparado”
literalmente é “tendo sido preparado”, sugerindo que o lago de fogo já existia e espera
seus residentes. Essa é a tese de C. T. Schwarze, então da Universidade de Nova Iorque,
de que um lugar tal como um lago de fogo é conhecido pela ciência hoje. Ele escreve:
A palavra lago deve conotar certa quantidade de matéria em forma líquida. Logo, se
a Escritura é verdadeira, esse fogo eterno está no estado líquido.
[...] uma prova simples das partes das Escrituras que temos discutido está na
existência do fenômeno singular dos céus conhecido como estrelas anãs brancas! [...] a
anã é estrela que, por causa de alguns fatores que aconteceram com ela (não claramente
definidos no momento), deveria ser aproximadamente maior cinco mil vezes ou mais do
que realmente é! A título de ilustração, se aplicássemos essa idéia a um planeta como a
Terra, você deveria imaginá-la encolhida até atingir um diâmetro de seiscentos
quilômetros [...] em vez dos onze mil quilômetros de diâmetro que ela realmente tem.
Essa enorme densidade... tem muito que ver com nosso assunto [...]
A maioria das pessoas sabe que o sol, nossa estrela mais próxima, é bem quente [..,]
há um consenso de que a temperatura dentro ou perto do centro das estrelas está entre
vinte e cinco milhões e trinta milhões de graus! [...] nessas temperaturas, muito pode
acontecer, como a explosão de átomos, o que ajuda a explicar o fenômeno da anã branca
[...]
[...] uma temperatura de trinta milhões de graus poderia explodir átomos [...]
Isso levaria os átomos a perder seus elétrons a despeito de a atração entre núcleos e
elétrons ser um octilhão [...] de vezes maior que a atração da gravidade. As partes
separadas poderiam então ser compactadas, especialmente sob tamanha pressão [...] Com a
atividade constante de raios x, as paredes dos átomos não poderiam ser reformadas; logo,
densidades enormes, tais como as encontradas nas anãs, podem ser alcançadas. Agora,
observe, por favor, a temperaturas tão altas, toda a matéria estaria sob a forma de gás [...]
numa anã branca a pressão é tão grande que os gases ficam comprimidos até atingir a
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consistência de um líquido, apesar de ainda reagirem às características de gás [...]
... Antes de tal estrela poder resfriar-se e gradualmente escurecer, ela teria de
expandir-se às proporções normais. Isto é, teria de atingir mais de cinco mil vezes seu
tamanho atual. Aqui está a dificuldade. Tal expansão causaria enorme calor, que, por sua
vez, manteria a estrela totalmente comprimida, e então, pelo que astrônomos e físicos
sabem, as estrelas anãs não podem resfriar-se! [...] A anã branca, em todo caso, jamais se
extingue.
[...] permita-me fazer um resumo para demonstrar que a Bíblia, a Palavra de Deus, é
cientificamente precisa. Vemos, primeiro, um fogo eterno que não se pode extinguir. Por
ser de consistência líquida, ele é, em segundo lugar, um lago de fogo. Em terceiro lugar,
ele não pode ser extinguido, pois qualquer material que se extinguisse, tal como a água,
teria seus átomos imediatamente despidos de elétrons e seria compactado com o resto. Em
quarto lugar, já que os astrônomos têm estudado, e ainda estão estudando, esse estranho
fenômeno, é evidente que o lago de fogo já foi preparado e agora está pronto. Apesar de
não podermos dizer que Deus realmente usará esses lagos de fogo para cumprir Sua
Palavra, a resposta aos céticos está nos céus, onde existem lagos de fogo...(C. T.
SCHWARZE, The Bible and science on the everlasting fire, Bíbliotheca Sacra, 95:105-12,
Jan. 1938)
O corpo ressurrecto dos incrédulos, evidentemente, será de tal caráter que se
revelará indestrutível mesmo em meio a tal lago de fogo.
A história do homem no Hades mostra que este é um lugar de consciência (Lc
16.23, 24). É um lugar de sofrimento (Jd 7). Um lugar de dor (Sl 116.3). É um lugar de
tormentos (Lc 16.24, 25, 28).
O Hades-Sheol é um lugar de lembranças. Abraão disse ao homem rico que se
lembrasse das boas coisas que desfrutou enquanto vivia na terra. O homem rico lembrou-
se de seus irmãos que estavam na terra. O pecador se lembrará das orações e rogos de seus
pais piedosos. Ele se lembrará de ter ouvido sermões evangelísticos. Ele lembrará de todas
as vezes que rejeitou a Cristo.
Além de ser um lugar de recordações. O Hades é um lugar de remorso. A alma do
pecador ficará cheia do mais profundo remorso por cada pecado cometido. No Hades ele
tomará consciência da tolice que fez em vender a sua alma por “guisado de lentilhas”. Ele
se encherá de remorso por ter desdenhado do Amor de Deus e por ter rejeitado o
Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo.
O Hades-Sheol e o Geena não são um lugar de aniquilamento. Para provar que o
Hades será destruído, os TJ citam que “A Morte e o Hades foram lançados para dentro do
Lago de Fogo”. Esta é a 2ª Morte (Ap 20.14). Mas eles têm de prever o claro ensinamento
de muitas outras passagens para chegarem a esta conclusão. Se tenho na mão um pedaço
de pau queimando e eu o lanço em uma fogueira, ambos continuarão queimando juntos. A
Bíblia ensina claramente que o Fogo do Inferno (Geena) é eterno (Ap 19.20; 20.10; Mt
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25.41, 46; Mc 9.44, 46, 48). Em Ap 19.20 vemos a Besta (o Anticristo) e o falso Profeta
serem lançados vivos no LAGO DE FOGO. Após 1000 anos, o Diabo também será
lançado no LAGO DE FOGO, e diz a Bíblia: “onde estão a Besta e o falso Profeta”. A
Palavra de Deus não diz que o Anticristo e o Falso Profeta foram aniquilados, mas que
após 1.000 anos ainda estão no LAGO DE FOGO. E finaliza a Palavra de Deus afirmando:
“e de dia e de noite serão ATORMENTADOS pelos séculos dos séculos (isto é
eternamente)”.
As seguintes provas são apresentadas por Karl Sabiers, como evidências de que nem
SHEOL nem HADES jamais se referem a sepulcro:
1) Tanto o hebraico como o grego têm outras palavras que significa “sepulcro” ou
“túmulo”: “QUEBER” ( ֶ‫ק‬‫ֶר‬‫ב‬ ), SHAHAT (‫ַת‬‫ח‬ָ‫שׁ‬) e “MNEMEION” (µνηµεῖον). Leia: Mt
23.29; 27.52; Mc 5.2; 6.29; 15.45,46; 16.2, 3, 5, 8; Lc 11.44; 24.2, 9, 12; Jo 11.17, 31, 38;
20.1-4, 6, 8, 11: At 13.29.
2) A palavra Sheol nunca é usada no plural, enquanto que Queber é muitas vezes:
Ex. 14.11; 2 Rs 23.6; 2 Sm 3.32; 21.14; 2 Cr 16.14; e Mnemeion: Mt 27.52, 53; Lc 11.44.
3) Nunca lemos que uma pessoa tivesse um Sheol, mas sim que tinha um sepulcro:
Gn 50.5; I Rs 13.30.
4) Nuca se diz que o corpo está no Sheol, nem que o espírito ou a alma estão no
sepulcro.
5) Nunca se fala de fazer um Sheol para um morto, nem de preparar um Sheol,
como um sepulcro: Is 53.9.
6) No Juízo Final, as duas coisas: a Morte ou sepulcro, e o Hades, entregarão os
seus mortos; isto é, o lugar dos cadáveres e o lugar onde (estão) as almas estiverem
morando.
7) A mesma distinção entre Hades e a Morte ou Sepulcro se faz em Ap 1.18, onde
se diz que Cristo tem as chaves de ambos.
8) Em At 2.27 (Sl 16.10 = ‫ֹול‬‫ְא‬‫שׁ‬) está escrito que alma de Cristo não foi deixada no
Hades, nem o Seu corpo viu a corrupção (no túmulo, subtende-se).
9) Quando os filhos de Jacó venderam José para ser escravo no Egito, enganaram ao
seu pai, trazendo-lhe a sua túnica manchada de sangue de uma fera. Expressou o seu
lamento com estas palavras: “Chorando, descerei ao meu filho até ao SHEOL. Sendo que
cria que seu filho fora devorado por uma fera, como é possível que se encontraria com ele
na sepultura? Isto prova que o SHEOL é o lugar das almas, e Jacó com razão esperava
encontrar ali a alma de seu filho (Gn 37.31-35).
10) Em Gn 49.33 está escrito que Jacó expirou e foi reunido ao seu povo. Morreu no
Egito; durante 40 dias o seu corpo foi embalsamado, e durante outros 30 dias, foi chorado
no país. Então, José obteve permissão de Faraó; fizeram uma peregrinação a Canaã;
lamentaram-no outra vez por sete dias, para depois sepultá-lo na Caverna Macpela, que era
a sepultura dos seus pais. A conclusão é, por certo que SHEOL ou HADES quer dizer
lugar das almas desencarnadas, e não outra coisa.
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Quanto ao PARAÍSO ou SEIO DE ABRAÃO, ou compartimento de paz no
SHEOL ou HADES há passagens que nos dão razão para crer que Jesus foi até lá quando
foi crucificado (At 2.27-31). Ele prometeu ao ladrão penitente crucificado que o
encontraria ali naquele mesmo dia (Lc 23.43). Mas a Alma de Cristo não permaneceu ali
(At 2.27). Cremos que, segundo Ef 4.8-10, o Senhor não só ressuscitou, mas também
levou consigo as almas redimidas que antes estavam naquela parte do Sheol-Hades, que se
chama o PARAÍSO ou SEIO DE ABRAÃO. Por isso é que o apóstolo Paulo, quando foi
arrebatado até o TERCEIRO CÉU, verificou que este correspondia ao PARAÍSO (2 Co
12.2-4). E nos revela que o Paraíso não está mais embaixo, para que alguém desça até lá,
mas acima, de forma que é necessário SUBIR até ele. Uma tradução de Ef 4.8 diz: “Ele
levou a multidão de cativos”. No grego: διὸ λέγει, Ἀναβὰς εἰς ὕψος ᾐχµαλώτευσεν
αἰχµαλωσίαν����dio legei, Anabas eis hupsos ekmaloteuçen aikmaloçian. “Por isso diz:
tendo subido às alturas levou cativo o cativeiro”. Também Paulo fala da morte como
“partir” e estar com Cristo (Fp 1.23), e “estar ausentes do corpo e presentes com o Senhor”
(2 Co 5.8, 9). Como Cristo SUBIU e está ao lado do Pai “Acima de todos os céus” (Ef
4.10; Cl 3.1), e aqueles que dormem no Senhor estão com Ele no Paraíso também, então
necessariamente o Paraíso está no Céu (3º), onde está Jesus Cristo. Os santos do Antigo
Testamento foram guardados no Sheol-Hades até a Ressurreição do Senhor, porque os
seus pecados foram cobertos (Sl 32.1); contudo, uma vez sacrificado o REDENTOR, os
pecados foram removidos (Hb 10.4; 9.26) e eles logo puderam entrar na presença de Deus.
Por isto o cristão hoje também entra logo em seguida à sua morte, na sua morada, onde
viverá com seu Salvador.
O outro compartimento (Lugar de Tormentos), ou região do Sheol-Hades não
sofreu modificação alguma, nem sofrerá, até o juízo final (Ap 20). As almas dos perdidos
continuam indo para lá, onde ficam até o juízo final que também é o chamado O JUÍZO
DO TRONO BRANCO. Nesse juízo não há menor índice de uma 2ª oportunidade para
crer e ser salvo. Até o Juízo Final as almas perdidas estarão sofrendo no Lugar de
Tormentos no Hades (Sheol), e até a 2ª Vinda de Cristo, os salvos estarão no Paraíso.
V. A DIVISÃO DO SHEOL HADES
1. O LUGAR DE TORMENTOS (Lc 16.19-23). É o lugar onde os perdidos estão no
Sheol aguardando o juízo final, no final do Milênio, é um lugar de sofrimento
antecipado, pois o definitivo será o LAGO DE FOGO (GEENA) ETERNO (Ap 20.13-
15).
2. ABISMO: ABYSSOS (ἄβυσσος); Abadon (‫ֽון‬ֹ ‫ַדּ‬‫ב‬ֲ‫א‬ .
Lc 8.31; 16.26; Ap 9.1,2, 11; Jd 6; Jó 26.6; Pv 15.11; 27.20; Is 14.15; Ap 20-1.3; Rm
10.7. Este lugar que divide o SHEOL é morada prisão de demônios (Jd 6) e os que
estão fora não desejam ir para lá (Lc 8.31). Existe um anjo que tem as chaves do
abismo, ele abrirá o Poço do Abismo e dali subirá uma fumaça e desta sairão,
gafanhotos, isto é, demônios, que agirão durante a grande Tribulação (Ap 9.1-11;20.1-
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3). Ali o Diabo ficará preso por mil anos e depois sairá para logo ser lançado no Lago
de Fogo (Ap 20.10).
Is 14.12-15: Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada! Como
foi atirado à terra, você, que derrubava as nações! Você, que dizia no seu coração:
“Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei
no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto que
as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo”. 15 Mas às profundezas do Sheol você
será levado, irá ao fundo do abismo!.
Esboço do livro Glorioso Retorno de LAHAYE, Tim & ICE, Thomas. 1ª ed. São Paulo:
Abba Press Editora Ltda, 2004.
O grande dragão é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que engana o
mundo todo.
Ap 12.9: O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada Diabo
ou Satanás, que engana o mundo todo. Ele e os seus anjos foram lançados à terra (na
metade da Grande Tribulação).
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Ap 20.1-3: lançou-o no Abismo (no final da Grande Tribulação), fechou-o e pôs um
selo sobre ele, para assim impedi-lo de enganar as nações, até que terminassem os mil
anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.
Ap 20.7-10: Quando terminarem os mil anos (no fim do Milênio), Satanás será solto
da sua prisão e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e
Magogue, a fim de reuni-las para a batalha. Seu número é como a areia do mar. As nações
marcharam por toda a superfície da terra e cercaram o acampamento dos santos, a cidade
amada; mas um fogo desceu do céu e as devorou. O Diabo, que as enganava, foi lançado
no lago de fogo que arde com enxofre, onde já haviam sido lançados a besta e o falso
profeta. Eles serão atormentados dia e noite, para todo o sempre.
Ez 31.15-18: “Assim diz o Soberano, o SENHOR: No dia em que ele foi baixado ao
Sheol, fiz o abismo encher-se de pranto por ele; estanquei os seus riachos, e a sua
fartura de água foi retida. Por causa dele vesti o Líbano de trevas, e todas as árvores do
campo secaram-se completamente. 16 Fiz as nações tremerem ao som da sua queda,
quando o fiz descer ao Sheol (‫ֹול‬‫ְא‬‫שׁ‬) junto com os que descem à cova (‫ֹור‬ ‫בּ‬ - bor). Então
todas as árvores do Éden, as mais belas e melhores do Líbano, todas as árvores bem
regadas, consolavam-se embaixo da terra. 17 Todos os que viviam à sombra dele, seus
aliados entre as nações, também haviam descido com ele ao Sheol, juntando-se aos que
foram mortos à espada. 18 “Qual das árvores do Éden pode comparar-se com você em
esplendor e majestade? No entanto, você também será derrubado e irá para baixo da
terra, junto com as árvores do Éden; você jazerá entre os incircuncisos, com os que
foram mortos à espada. “Eis aí o faraó e todo o seu grande povo. Palavra do Soberano,
o SENHOR”.
Lúcifer na sua queda segue a seguinte trajetória:
1º) É lançado do Éden de Deus para as Regiões Celestes (Ez 31.8-18;28.11-19; Ef
6.12)
2º) Hoje ainda está nas Regiões celestes.
3º) Depois será lançado na Terra na metade da Grande Tribulação (Ap 12.7-12; Ez
32.1-10; 29.1-8; O Dragão será vencido (Jó 41).
4º) No final da Grande Tribulação será preso no ABISMO dentro do Sheol por mil
anos;
5º) Será solto após o milênio e sairá a enganar as nações rebeldes, e fogo do céu
descerá sobre estas nações (Ap 20.7-9).
6º) E finalmente o Diabo será lança do no Lago de Fogo (Ap 20.10).
Evidentemente há mistérios que só a eternidade esclarecerá, pois apesar do Diabo
ocupar um lugar de cada vez na trajetória de sua queda, a Bíblia diz que Satanás pode se
apresentar diante de Deus juntamente com os anjos do Senhor (Jó 1.6-12) e que no
momento ele nos acusa diante do Senhor (Ap 12.10-12). O Pr. Aldery Nelson diz que
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aquela reunião onde o Diabo compareceu não era o 3º Céu, mas sim o 2º Céu, isto é, nas
Regiões Celestes.
Jesus na sua morte física esteve no Hades-Sheol (At 2.24-31) e Paulo em Rm 10.7
dá entender que Ele (Jesus) esteve no Abismo (cf. Jn 2.2,5, 6; Mt 12.40; 1 Pe 1.10, 11; Ef
4.9)
3. PARAÍSO OU SEIO DE ABRAÃO. (παράδεισος = paradeiços). Aparece 47 vezes na
Septuaginta e somente três vezes no Novo Testamento (Lc 16.26; 2 Co 12.2-4; Ef 4.8-
10; 2 Co 5.8; Fp 1.23; Ap 7.9, 15, Sl 49.15). Antes da Ressurreição de Cristo todos os
mortos desciam no Sheol-Hades (Lc 16.26; 23.43). Depois da Ressurreição do Senhor
o Paraíso foi trasladado para o 3º Céu (Ef 4.8-10: 2 Co 12.2-4); Paulo quando foi
arrebatado até o 3º Céu esteve no Paraíso. Qualquer crente que morre passa a se reunir
com Cristo (Fp 1.23; 2 Co 5.8) - ainda que despido, isto é, sem o corpo (2 Co 5.1-4) -
ou está na Jerusalém Celestial (Hb 12.22), ou debaixo do altar no Céu (Ap 6.9) como
os mártires, ou diante do trono de Deus (Ap 7.9; 14.3).
4. Tártaro.6
Tartarōsas [ταρταρώσας] é usada apenas em 2 Pedro 2.4 em relação ao
julgamento dos anjos caídos. Ela parece referir-se especificamente à morada eterna dos
anjos caídos.
Tartaros [...] não é Sheol nem Hades [...] aonde todos os homens vão quando
morrem. Nem é onde os ímpios são consumidos e destruídos, que é Geena [...] Não é a
morada dos homens em nenhuma condição. E usada apenas aqui em relação aos “anjos, os
que não guardaram o seu estado original” (v. Jd 6). Ela denota o limite ou a margem desse
mundo material.
A extremidade desse “ar” inferior — do qual Satanás é “o príncipe” (Ef 2.2) e que
as Escrituras descrevem como o habitat dos “principados das trevas desse mundo” e
“espíritos malignos nas regiões celestiais”. “Tartaros não é apenas o limite dessa criação
material, mas é chamado assim por sua frieza.” (BULLINGER, Op. cit., p. 370.)
VI. AS CIDADES DE REFÚGIO - TIPO DO HADES (SHEOL)
Nm 35.9-25
1. Os culpados de homicídio involuntário iam para as cidades de refúgio;
2. O Vingador de Sangue não poderia tocar nos culpados escondidos nas cidades de
refúgio;
3. Os culpados não poderiam sair das cidades de refúgio até a morte do Sumo
Sacerdote, que foi ungido com óleo sagrado.
4. Assim também os mortos iam para o Sheol e Satanás tinha as chaves da Morte (Hb
2.14, 15;7.15-28) e do Sheol (Hades).
5. Os culpados escondidos nas cidades de refúgio só poderiam sair de lá quando
morresse o Sumo Sacerdote; assim também as almas dos justos só poderiam sair do Sheol-
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PENTECOST, Jr., Dwight. Manual de Escatologia. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida, 1994, p. 690.
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Hades quando morresse o Sumo Sacerdote Jesus Cristo, e isto aconteceu lá no Calvário. E
quando Cristo desceu até o Sheol (At 2.27-31) arrancou das mãos do Diabo as chaves da
morte e do Hades (Hb 2.14, 15; Mt 28.18; Ap 1.18). Agora os justos não precisam ficar no
cativeiro no Sheol (Sl 49.15; 30.3; 86.13). Cristo na sua Ressurreição levou cativo o
cativeiro (Ef 4.8; Sl 68.18). Por isto AS PORTAS DO HADES NÃO PREVALECERÃO
CONTRA A IGREJA (Mt 16.18).
VII. PERSONAGENS QUE ESCAPARAM DO SHEOL-HADES
1. Enoque (Gn 5.24; Hb 11.5). Este como tipo da Igreja composta de salvos vivos,
foi arrebatado, transformado e não desceu ao Sheol.
2. Elias (2 Rs 2.1-11). Também não morreu, foi arrebatado ao Céu.
3. Moisés (Dt 34.1-6; Jd 9). Moisés apareceu no Monte da Transfiguração foi
reconhecido pelos discípulos. Isto se deu antes da ressurreição de Cristo, quando ninguém
poderia ter saído do Sheol-Hades. Moisés apareceu com o corpo glorificado, todavia a
Bíblia nos diz que morreu e foi sepultado. Creio que o nosso irmão Moisés passou pouco
tempo morto, e logo ressuscitou, pois não deu tempo dele chegar ao Sheol. Mas mesmo
que ele tivesse estado lá, Deus é poderoso para tirá-lo de lá. O Diabo foi procurar o corpo
de Moisés, porque (Jd 9) ele não havia chegado lá. É certo que Moisés não é as primícias
dos que dormem, mas ele era a semelhança de Cristo (Dt 18.15), o Profeta que havia de
vir. Seu aparecimento na Transfiguração deixa-nos duas opções: 1ª Ele morreu e
ressuscitou; 2ª Ele foi trasladado. Fica o mistério, todavia podemos afirmar que ele não
esteve no Sheol, ou se esteve, demorou pouco tempo. Moisés durante a sua vida já gozava
de algumas características especiais no seu corpo físico: “Não se lhe escureceu a vista” e
“Nem lhe fugiu o vigor” (Dt 34.7).
Na Bíblia TEB temos o seguinte comentário sobre o livro de Judas: “O ambiente de
Judas se manifesta em estreita conexão com os círculos que, a partir do século II A.C.,
virou a elaboração da literatura apocalíptica e transmitiu obras como o livro de Enoque, a
Assunção de Moisés, os testamentos dos Doze Patriarcas. O Autor cita textualmente uma
passagem do livro de Enoque (V.V. 14,15) e utiliza tanto a própria Assunção de Moisés,
como um documento parecido (v.9)”.
O escriba de Moisés relatou que Deus o sepultou na terra de Moabe, mas que nunca
se soube onde! Depois vemos o Diabo e o Arcanjo Miguel disputando o seu corpo. O
Diabo não tinha diante de si um corpo, mas tinha um problema sério. O Diabo queria saber
onde Moisés estava sepultado! O Arcanjo lhe repreendeu. O Diabo queria saber do corpo,
pois ele era detentor das chaves da Morte e do Hades-Sheol, percebeu que Moisés havia
morrido mas que ele não havia aparecido lá, alguma coisa havia acontecido. Deus o tomou
para si. Depois o Diabo ficou sabendo do seu destino, pois ficou sabendo da
Transfiguração.
Como citamos anteriormente: Enoque, Elias e Moisés não podem fazer dupla para
serem as duas testemunhas durante a Grande Tribulação, pois Enoque e Elias não
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
21
provaram a morte e foram transformados para entrarem no terceiro céu. Eles teriam que
ser retransformados em corpos humanos para morrerem. E nosso irmão Moisés morreu e
teria que morrer novamente. Caso tenha ressuscitado como está escrito no livro de Enoque
teria também que ser retransformado para morrer. Todas estas opções nos parecem
absurdas.
VIII. ALGUNS PERSONAGENS QUE PASSARAM POUCO TEMPO NO SHEOL-
HADES
1. SIMEÃO: Lc 2.25-30:
“Ora, havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem, justo e
temente a Deus, esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E lhe
fora revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor.
Assim pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para
fazerem por ele segundo o costume da lei, Simeão o tomou em seus braços, e louvou a
Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra; pois os
meus olhos já viram a tua salvação, a qual tu preparaste ante a face de todos os povos; luz
para revelação aos gentios, e para glória do teu povo Israel”.
2. JOÃO BATISTA: Mc 6.14-19;
3. LADRÃO DA CRUZ: Lc 23.42,43;
4. JESUS: At 2.27-31: Sl 16.10.
Jesus tinha o Selo de Deus (Jo 6.27; Lc 3.22; 4.14-19) e a morte e o Hades não
poderiam contê-lo, assim como aconteceu com Jonas que foi vomitado pelo peixe. O
Hades teve de vomitar Jesus (Jn 2.1-10). a Igreja tem o selo de Deus e o Hades não pode
contê-la (Ef 1.13, 14; 2 Co 1.21, 22; Ef 4.30).
Alguém fez a seguinte encenação: “Simeão, após ter pegado o infante Jesus no colo
morreu em seguida. Chegou então no Hades, no Paraíso, e cumprimentou os salvos
dizendo: Eu peguei O Messias no colo, Ele está para vir nos libertar do Sheol e nos levar
para o terceiro Céu. Mas, enquanto ele falava, apareceu João Batista e disse: Cala-te,
Simeão, pois eu já vi o Homem adulto, eu batizei nas águas do rio Jordão. Enquanto João
falava, surge um personagem novo no cenário. Dimas, o ladrão da cruz. Este diz: Simeão,
João Batista, calem a boca, pois Ele está vindo atrás de mim. Com certeza, o ladrão da
Cruz foi aquele que menos tempo passou no Hades – Sheol!”.
“A Igreja não descerá ao SHEOL-HADES” (Mt 16.18; Nm 35.9-35; 2 Co 5.8; Fp
1.23; Ap 7.9, 15).
Não podemos explicar satisfatoriamente a severidade do castigo eterno de Deus,
nem tão pouco podemos sondar as profundezas de Seu Grande Amor e Misericórdia,
demonstrado para com os pescadores perdidos que não merecem outra coisa que o castigo,
e, contudo, pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, são levados para sentar-se com Ele
nos lugares celestiais (Rm 11.22; Ef 2.6). Compreendemos, pela magnitude dos
sofrimentos de Cristo, que o castigo que receberá o homem impenitente será tão terrível
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
22
que ninguém poderá sequer imaginar. Nenhum homem é obrigado a ir para o Inferno, mas
a todos se roga que tenham misericórdia de suas próprias almas e voltem-se para Cristo em
busca de refúgio. O homem não vai para o Inferno porque é pecador, mas porque não quer
ser salvo. João 3.36 diz: “Quem crê no Filho tem a Vida Eterna; o que todavia, se mantém
rebelde contra o Filho não verá a Vida (ζωή�, mas sobre ele permanece a irá de Deus”.
“Portanto, conhecendo o temor do Senhor, procuramos persuadir os homens” (2 Co
5.11). “De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse.
Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus” (2 Co 5.20).
REFERÊNCIAS BÍBLICAS
SHEOL: Gn 37.35; 42.38; 44.29, 31; Nm 16.30, 33; Dt 32.22; 1 Sm 2.6; 2 Sm 22.6; 1 Rs
2.6, 9; Jó 7.9; 11.8; 14.13; 17.13, 16; 21. 13; 24.19; 26.6; Sl 6.5; 9.17; 16.10; 18.5; 30.3;
31.17; 49.14, 15; 55.15; 86.13; 88.3; 89.48; 116.3; 139.8; 141.7; Pv 1.12; Pv 5.5; 7.27;
9.18; 15.11, 24; 23.14; 27.20; 30.16; Ec 9.10; Ct 8.6; Is 5.14; 7.11; 14.9, 11, 15; 28.15, 18;
38.10, 18; 57.9; Ez 31.15-17; 32.21, 27; Os 13.14; Am 9.2; Jn 2.2; Hc 2.5
HADES: Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.26; At 2.27, 31; Ap 1.18; 6.8; 20.13, 14.
GEENA: Mt 5.22; 29, 30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 12.5; Tg 3.6; Mt
3.12; 25.46; 2 Ts 1.9; Ap 21.8
ABISMO: (ABYSSOS): Lc 8.31; Rm 10.7; Ap 9.1, 2, 11; 11.7; 17.8; 20.1, 3; 2 Pe 2.4;
Mt 12.40 (cf. Jn 2.2); Ef 4.8-10; Lc 23.43; 1 Pe 3.19; Is 42.7; 49.9; 61.1
TÁRTARO: 2 Pe 2.4.
Antônio Carlos Gonçalves Bentes
23
Biografia do autor
O pastor Antônio Carlos Gonçalves Bentes é capitão do Comando da Aeronáutica,
Doutor em Teologia pela American Pontifical Catholic University (EUA), conferencista,
filiado à ORMIBAN – Ordem dos Ministros Batistas Nacionais, professor dos seminários
batistas: STEB, SEBEMGE e Koinonia e também das instituições: Seminário Teológico
Hosana, UNITHEO e Escola Bíblica Central do Brasil, atuando nas áreas de Teologia
Sistemática, Teologia Contemporânea, Apologética, Escatologia, Pneumatologia, Teologia
Bíblica do Velho e Novo Testamento, Hermenêutica, e Homilética. Reside atualmente em
Lagoa Santa, Minas Gerais. Exerce o ministério pastoral na Igreja Batista Getsêmani em
Belo Horizonte - Minas Gerais. É casado com a pastora Rute Guimarães de Andrade
Bentes, tem três filhos: Joelma, Telma e Charles Reuel, e duas netas: Eliza Bentes Zier e
Anna Clara Bentes Rodrigues.
Pedidos ao Pr. A. Carlos G. Bentes
E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com
Os livros do Pr. Bentes estão disponíveis nos SITEs:
www.klivros.com.br;
www.lojamais.com.br/caminhodavida.
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Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
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O Estado Intermediário: Sheol, Hades e a Doutrina Bíblica

  • 1. MINISTMINISTÉÉRIO GOELRIO GOEL Pr. A. Carlos G. BentesPr. A. Carlos G. Bentes DOUTOR EM TEOLOGIADOUTOR EM TEOLOGIA PhD em Teologia SistemPhD em Teologia Sistemááticatica ���������� TANATOLOGIA HADESLOGIA SHEOLOGIA A DOUTRINA DO ESTADO INTERMEDIÁRIO “A SUA UNÇÃO VOS ENSINA A RESPEITO DE TODAS AS COISAS” (1 Jo 2.27) “A sabedoria é a coisa principal; adquire pois, a sabedoria; sim com tudo o que possuis adquire o conhecimento” (Pv 4.7)
  • 2. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 2 ÍNDICE I. INTRODUÇÃO. O QUE É O INFERNO. 3 “SHEOLOGIA – HADESLOGIA” 5 O QUE É O INFERNO. 6 II. SHEOL-HADES: O LUGAR DOS MORTOS 6 III. SHEOL NO VELHO TESTAMENTO E A SUA LOCALIZAÇÃO 7 IV. DEPOIS DO SHEOL-HADES SEGUE-SE O GEENA 11 VI. AS CIDADES DE REFÚGIO - TIPO DO HADES (SHEOL) 19 VII. PERSONAGENS QUE ESCAPARAM DO SHEOL-HADES 20 VIII. ALGUNS PERSONAGENS QUE PASSARAM POUCO TEMPO NO SHEOL-HADES 21 REFERÊNCIAS BÍBLICAS 22
  • 3. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 3 I. INTRODUÇÃO. O QUE É O INFERNO. 1 Inferno é um termo usado por diferentes religiões e mitologias, representando a morada dos mortos ou um lugar de condenação. A origem do termo é latina: infernum, que significa “as profundezas” ou o “mundo inferior”. 1. Inferno na mitologia grega Na mitologia grega, as profundezas correspondiam ao reino de Hades, para onde iam os mortos. Daí ser comum encontrar-se a referência de que Hades era Deus dos Infernos. O uso do plural, infernos indica mais o caráter de submundo e mundo das profundezas do que o caráter de lugar de condenação, em geral dado pelo singular, inferno. 2. Inferno no judaísmo No judaísmo, o termo Gehinom (ou Gehena) designa a situação de purificação necessária à alma para que possa entrar no Paraíso - denominado por Gan Eden. Nesse sentido, o inferno na religião e mitologia judaica não é eterno, mas uma condição finita, após a qual a alma está purificada. Outro termo designativo do mundo dos mortos é Sheol, que apresenta essa característica de desolação, silêncio e purificação. 3. Inferno no cristianismo Na tradição cristã o inferno corresponde a um dos chamados novíssimos: a morte, o juízo final, o inferno e o paraíso. A idéia de que o inferno é um lugar de condenação eterna, tal como se apresenta hoje, nem sempre foi consenso entre os cristãos. Nos primeiros séculos do cristianismo, houve quem defendesse que a permanência da alma no inferno era temporária. Por fim, prevaleceu entre os cristãos a concepção de que a condenação era eterna. 4. Inferno no islamismo No Islã, o inferno é eterno, consistindo em sete portões pelos quais entram as várias categorias de condenados, sejam eles muçulmanos injustos ou não-muçulmanos. 5. Inferno no budismo De certo modo, todo o samsara é um inferno para o budismo, visto que em qualquer reino do samsara2 existe sofrimento. Entretanto, em alguns reinos, o sofrimento é maior correspondendo à noção de inferno como lugar ou situação de sofrimento. Por esse motivo, muitas vezes expressam-se esses mundos de sofrimento maior como infernos. Nenhum renascimento em um inferno é eterno, embora o tempo da mente nessas situações possa ser contado em eras. Contam-se dezoito formas de infernos, sendo oito quentes, oito frios e mais dois infernos que são, na verdade, duas subcategorias de infernos: os da vizinhança dos infernos quentes e os infernos efêmeros. Além desses dezoito que 1 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 2 Samsara. [Sânscr., 'passagem por estados sucessivos'.] Substantivo masculino. Metempsicose.
  • 4. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 4 constituem o “Reino dos Infernos”, pelo sofrimento, o “Reino dos Fantasmas Famintos” é comparável à noção de inferno, sendo constituído de estados de consciência de forte privação - como fome ou sede - sem que haja possibilidade de saciar essa privação. A meditação sobre os infernos deve gerar compaixão. Sheol (Hades) Sheol é um termo hebraico presente na Bíblia que designa a “morada dos mortos”. Inicialmente o conceito se referia a um lugar longe do olhar de Deus, de existência sofrível, destino de todos os seres humanos, bons ou maus. Posteriormente o conceito modificou-se para o lugar onde os maus receberiam o castigo merecido. Hades Na mitologia grega, Hades é o deus do mundo inferior, soberano dos mortos. O nome Hades era usado para designar tanto o deus como os seus domínios. O deus Hades Hades era um deus de poucas palavras e seu nome inspirava tanto medo que as pessoas procuravam não pronunciá-lo. Era também conhecido como “o Rico” - pois era dono das riquezas do subsolo - e também como “o Hospitaleiro”, pois sempre havia lugar para mais uma alma no seu reino. Casou-se com Perséfone, filha de Zeus e Deméter, após um rapto bem sucedido. Hades, o reino dos mortos Hades era conhecido como o reino dos mortos ou simplesmente o submundo. Este era um lugar onde imperava a tristeza. O barqueiro Caronte conduzia as almas dos mortos através do rio de águas paradas, Estige3 , até a entrada do reino de Hades, que era guardada por Cérbero, um monstruoso cão de três cabeças que não deixava as almas saírem do reino de Hades. Convém salientar que, segundo Homero, Hades era o nome do deus, dizendo-se inicialmente que “as almas baixavam à casa de Hades”. Mais tarde a “casa de Hades” passou ser simplesmente tratada com o mesmo nome do deus, passando a dizer-se que “as almas desciam a Hades”. 3 O Estige é o rio da invulnerabilidade, um dos rios do Hades. Segundo uma versão da lenda de Dionísio, uma promessa pelo Estige é o voto mais sagrado que pode ser feito. Nem mesmo os deuses podem quebrar uma promessa pelo Estige. Segundo a lenda, a mortal Semele, mãe de Dionísio e uma amante de Zeus, foi enganada por Hera, que querendo vingar-se da amante do marido se metamorfoseou em sua serva. Hera convenceu Semele a pedir a Zeus uma prova de amor: primeiro Semele fez Zeus fazer uma promessa pelo Estige sem saber do que se tratava; depois Semele disse que queria ver a forma verdadeira de Zeus. Tendo já feito a promessa, Zeus não pôde voltar atrás e mostrou sua verdadeira forma a Semele, que morreu nessa metamorfose. O fato de nem mesmo Zeus ter ousado quebrar a promessa, demonstra a importância do voto. O Estige aparece em várias histórias. Numa das mais comuns, Tétis tentou tornar o seu filho Aquiles invulnerável mergulhando-o nas águas desse rio. Porém, ao mergulhá-lo, suspendeu-o pelo calcanhar (o calcanhar de Aquiles), ficando esta parte vulnerável, o que acabou sendo o motivo de sua morte durante a Guerra de Tróia.
  • 5. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 5 “SHEOLOGIA – HADESLOGIA” A ciência, por crer na indestrutibilidade da matéria e na conservação da energia, não pode dizer que a crença cristã é irracional, e a filosofia, com seu reconhecimento das desigualdades da vida, não pode muito bem evitar postular uma vida depois da morte. Esta possibilidade e necessidade são convertidas em certeza na Bíblia. O Velho Testamento ensina que há uma vida depois da morte. Mostra que todos os homens vão (iam) ao SHEOL (HADES no N.T.). Os ímpios, é claro, vão para lá (Sl 9.17; 31.17; 49.14; Is 5.14). Lemos que Coré e Abirão desceram vivos ao SHEOL (Nm 16.33). Mas os justos também vão para lá (Jó 3.11-19; 14.13; 17.16; Sl 6.5; 16.10; 88.3). Jacó esperava descer a seu filho José no Sheol (Gn 37.35; 42.38; 44.29-31). A idéia de ir para o Sheol está presente também na frase que ouvimos sempre e “foi reunido ao seu povo” (Gn 25.8, 17; 35.29; 49.33; Nm 20.24; 27.13; Dt 32.50; Jz 2.10). Também o Novo Testamento mostra que tanto os maus como os justos desciam ao HADES (#(/dhj� antes da Ressurreição de Cristo. Lemos que o rico desceu ao Hades, e ele e Lázaro estavam tão próximos que dava para conversarem um com o outro naquela região (Lc 16.19-31). O próprio Jesus desceu ao Hades (At 2.27-31).Cristo tem agora as chaves da Morte e do Hades (Ap 1.18); e algum dia, esses dois devolverão os mortos que neles há (Ap 20.13, 14). Se, portanto, as Escrituras ensinam que há uma existência depois da morte, é uma existência consciente? O Velho Testamento não é explícito quanto a este ponto. Ser reunido a seu povo, ir ter com o filho de alguém, etc., dão entender esse tipo de existência, apesar de não declararem isso especificamente. O texto Ec 9.5,6,10 parece negar que seja uma existência consciente, pois declara que “não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. Mas precisamos nos lembrar que este livro é escrito do ponto de vista do homem natural (psíquicos). Somente a Revelação Divina pode nos falar da verdadeira natureza da vida após morte. Isaías 14.9-11, 15-17 ensina definitivamente que é uma existência consciente. E o que é sugerido no V. T., é ensinado claramente no Novo Testamento. Jesus o ensinou em Mt 22.31, 32. O rico e Lázaro estavam conscientes no HADES. Podiam pensar, conversar, lembrar, sentir e ter cuidados (Lc 16.19-31).Jesus dá entender a mesma coisa quando fala ao ladrão arrependido, dizendo que naquele mesmo dia ele estaria com Cristo no Paraíso (Lc 23.40-43). Incidentemente, o Novo Testamento indica que havia dois compartimentos no HADES- SHEOL: um para os maus e um para os bons. O que era reservado aos justos era chamado de PARAÍSO. Não é mencionado o nome do que era reservado aos maus, mas é descrito como sendo um LUGAR DE TORMENTO. Assim, fica claro que o termo dormir, quando usado a respeito da morte, se aplica somente ao corpo (Mt 27.52; Jo 11.11-31: 1 Co 15.30, 51; 1 Ts 4.14; 5.10; Al 7.59, 60). Não existe o sono da alma, como é ensinado pelos Adventistas do Sétimo Dia.
  • 6. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 6 Depois da ressurreição de Cristo, parece ter tido uma mudança. Daquela época em diante, mostra-se que os crentes vão à presença de Cristo quando morrem. Assim Paulo deixa a entender: 2 Co 5.6-9; Fp 1.23; 2 Co 12.2-4. Vemos também as almas do que tinham sido (irão) mortos debaixo do altar e conscientes (Ap 6.9-11). Elas vão para o PARAÍSO, mas agora o PARAÍSO é lá em cima (2 Co 12.2-4). Quando Cristo ressurgiu, levou com Ele não apenas as primícias (Mt 27.52.53), mas também as almas de todos os justos que estavam no HADES (Ef 4.8; Sl 68.18). Daí em diante, todos os crentes vão à presença de Cristo quando morrem, enquanto os não crentes continuam a ir para o Hades, como nos tempos do Velho Testamento. O QUE É O INFERNO. 1º) O inferno é um lugar preparado para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41; 2 Pe 2.4; Ap 20.1-3, 10, 14). 2º) O inferno é, também lugar de castigo eterno para os ímpios (Mt 5.22, 29, 30; 10.28; 18.8,9; 23.15, 33 (geena); Mt 25.41, 46; 2 Ts 1.9; Ap 19.20; 20.14, 15; Dn 12.2). II. SHEOL-HADES: O LUGAR DOS MORTOS O Sheol, no Velho Testamento, é o lugar para onde vão os mortos. 1. Geralmente, entretanto, ele é citado como equivalente à sepultura, onde cessam todas as atividades humanas; o fim para o qual toda a vida humana se dirige (Gn 42.38; Jó 14.13; Sl 88.3; 1 Rs 2.6, 9). 2. Ao homem “debaixo do sol”, ao homem natural, que necessariamente julga pelas aparências, o Sheol parece nada mais que a sepultura - o fim e a cessação total, não só das atividades da vida, mas também da própria vida (Ec 9.5,10). Mas as Escrituras revelam o SHEOL como um lugar de tristeza (2 Sm 22.6; Sl 18.5; 116.3), para o qual os perversos
  • 7. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 7 vão (Sl 9.17), e onde eles ficam totalmente conscientes (Is 14.9-16; Ez 32.21). Compare Jn 2.2; o que o ventre do grande peixe foi para Jonas, o Sheol é para aqueles que se encontram lá. A palavra grega HADES (ᾅδης��como o seu equivalente hebraico, SHEOL (‫ֹול‬‫ְא‬‫שׁ‬) é usada de duas maneiras. 1ª) Para indicar a condição dos que não são salvos entre a morte e o julgamento final diante do Trono Branco (Ap 20.11-15). Lucas 16.23, 24 mostra que os perdidos no Hades estão conscientes, possuem pleno poder de suas faculdades, memória, etc., e estão em tormentos. Isto continuará até o julgamento final dos perdidos (2 Pe 2.9), quando todos os que não são salvos, e o próprio Hades, serão lançados no LAGO DE FOGO (Ap 20.13- 15). 2ª) Para indicar, de um modo geral, a condição de todas as almas que partiram, no período compreendido entre a morte e a ressurreição. Este uso se encontra ocasionalmente no Velho Testamento, mas raramente no Novo Testamento (Gn 37.35; 42.38; 44.29, 31). Não há possibilidade de mudança de um estado para outro depois da morte, pois Lc 16.23 mostra que, quando o homem perdido viu no Hades Abraão e Lázaro, eles estavam ao “longe”, e o versículo 26 declara que entre os dois lugares há um Grande Abismo, de modo que nenhum pode passar de um para o outro. Alguns intérpretes pensam que Efésios 4.8-10 indica que a mudança de lugar dos crentes que morreram ocorreu na Ressurreição de Cristo. É sabido que todos os salvos vão imediatamente à presença de Cristo (2 Co 5.8; Fp 1.23). Jesus disse ao ladrão penitente: Hoje estarás comigo no Paraíso (Lc 23.43). Paulo foi arrebatado ao Paraíso “ (2 Co 12.2- 4). O Paraíso é um lugar de grande alegria e bem-aventurança, mas esta bem-aventurança não será completa até que o espírito e a alma sejam reunidos ao corpo glorificado na ressurreição dos justos (1 Co 15.51-54; 1Ts 4.16, 17). Embora ambos, Hades e Sheol sejam as vezes traduzidos para sepultura ou morte (Gn 37.35; 1 Co 15.55), jamais indicam um lugar de sepultamento, mas antes, o estado da alma depois da morte. III. SHEOL NO VELHO TESTAMENTO E A SUA LOCALIZAÇÃO 1ª)A sua localização: Nm 16.30-33; Gn 37.35; 44.29-31; Jó 17.16; 21.13; Salmo 30.3; 55.15; Pv 15.24; Is 5.14; 7.11; 14.15; Ez 31.15-17; 32.17-21; Mt 11.23; Lc 10.15; 16.23. Em todos estes textos se diz que os mortos desciam ao Sheol, logo a localização desta região é o interior da terra, em Números 16.30-33 vemos claramente que a terra se abriu e que aqueles elementos desceram ao Sheol. O Evangelista Mateus (Mt 12.40) cita as palavras de Jesus dizendo: “Como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra (no grego: Kardia tes ges - καρδίᾳ τῆς γῆς��(que literalmente quer dizer: no coração da terra) Devemos lembrar também que em At 2.27-31 afirma que Jesus esteve no Hades. 2ª)SHEOL-HADES: O Lugar dos mortos. A palavra Sheol, em hebraico, é usada no V.T. mais de 60 vezes, na LXX (o V.T. em grego) a palavra hades ocorre mais de 100
  • 8. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 8 vezes, na maioria das vezes para traduzir o termo hebraico Sheol. Para benefício dos estudantes, apresentamos uma lista de algumas das passagens em que o vocábulo “SHEOL” é empregado, segundo a sua tradução na Edição Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil. Geralmente, na margem, encontra-se a nota esclarecendo que, em hebraico, a palavra é Sheol ou Seol. O estudante deve comparar estas referências com outras versões. A Bíblia de Jerusalém (Edições Paulinas) e a Edição Versão Revisada da Tradução de João Ferreira de Almeida traduzem os vocábulos Sheol e Hades de acordo com os originais. O vocábulo Sheol é traduzido como inferno na edição Revista e Atualizada no Brasil, nas seguintes passagens; Dt 32.22; Sl 9.17; 116.3; Pv 5.5; 9.18; 15.24; 23.14; 27.20. Nas seguintes é traduzido como “sepultura”: Gn 37.35; Sl 49.14; Pv 7.27; 30.16; Is 57.9; Ez 32.27. Eis aqui outras traduções: “Abismo”- Nm 16.30; Jó 11.8; 26.6; Sl 139.8; Pv 15.11; Is 14.15; Am 9.2; Jn 2.2; “Cova” - Is 5.14; Sl 55.15; Ez 31.14; “Sepulcro” - Hc 2.5; “A Morte” - Jó 17.16; Sl 16.10; 86.13; Is 28.15, 18; “Além” - Pv 15.11; Ec 9.10; “Infernais” - 2 Sm 22.6; e “As profundezas da Terra” - Ez 32.18. Estes exemplos bastam para que se veja que não é fácil determinar o que quer dizer a palavra hebraica SHEOL. Como outras palavras desta espécie, é possível usá-la em sentido figurado ou literal. Vê-se também que pode referir-se ao corpo, à alma, ou simplesmente à própria pessoa ou ser. Uma definição que abranda todas as acepções da palavra, precisa ser feita em termos genéricos, e a mais comum é: “LUGAR OU REGIÃO DOS MORTOS”. Os tradutores da Bíblia fizeram um esforço para dar-lhe o significado que, em cada caso, se enquadrava com o contexto. Não há dúvida de que muitas vezes “Sheol” significa o lugar de castigo ou de sofrimento dos maus, e fica bem traduzir como INFERNO (Dt 32.22; Sl 9.17; Pv 15.24; 23.14). Por isso algumas destas passagens advertem os justos, para que evitem ir para lá. Em diversos casos é verdade que “Sheol” foi traduzido para “Inferno” quando deveria ter sido traduzido para “sepultura” (1 Rs 2.6,9; Jó 7.9; 17.16). Entretanto, noutros casos o contexto e a maneira com que a palavra Sheol foi usada na sentença, indica claramente que se refere à um lugar de castigo e não simplesmente à sepultura. Vamos examinar algumas dessas passagens: Salomão adverte contra as mulheres adúlteras, dizendo: “Sua casa é o caminho para o inferno” (Sheol) - (Pv 7.27) e “Os seus convidados estão nas profundezas do inferno” - Sheol (Pv 9.18). Quando usou a palavra SHEOL evidentemente falava de algum lugar diferente da sepultura, porque todos os homens, bons e maus, têm de descer à sepultura. Ele estava admoestando homens imorais, dizendo que seriam punidos no Inferno por causa dos seus pecados e não que morreriam e seriam sepultados. Salomão nos adverte: “Tu a fustigará (a criança) com a vara e livrarás a sua alma do Inferno - Sheol” (Pv 23.14). Está muito claro que Salomão aqui se referia a algo além da sepultura, porque por mais que um filho rebelde seja fustigado, morrerá e descerá a sepultura, e por mais que se fustigue uma pessoa, ela não poderá ser retirada da sepultura, mas o castigo sábio de um pai amoroso pode ser o meio usado por Deus para manter o
  • 9. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 9 filho cabeçudo afastado do Inferno. Evidente que antes da Ressurreição de Cristo tanto justos como injustos iam ao Sheol, mas os fiéis desciam ao Seio de Abraão (Paraíso) e os perdidos ao Lugar dos Tormentos, os justos foram traslados para o 3º Céu (Ef 4.8.10) onde está hoje o Paraíso (2 Co 12.2-4). O vocábulo equivalente na língua grega é a palavra “Hades”. Na Versão dos Setenta, que é o Velho Testamento em grego, traduz-se “Sheol” com a palavra “Hades” (mais de 100 vezes na Septuaginta). Também em At 2.27 emprega-se o vocábulo Hades para traduzir o Salmo 16.10, onde a palavra usada em hebraico é Sheol. Várias versões usam a mesma palavra grega “Hades” ao invés de traduzi-la. A palavra Hades encontra-se 10 vezes no Novo Testamento: Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.23; At 2.27, 31; Ap 1.18; 6.8; 20.13, 14. O N.T. localiza também o Hades (a semelhança do V.T.) como estando dentro da terra (numa outra dimensão), de tal forma que há uma descida para chegar a ele (Mt 11.23; Lc 10.15; confira Mt 12.40 Kardia tes ges = καρδίᾳ τῆς γῆς �= o Coração da Terra). Paulo em Ef 4.9 nos diz: “Ora, isto, Ele subiu, que é, senão que também desceu à partes mais baixas da terra? “(τὸ δὲ Ἀνέβη τί ἐστιν εἰ µὴ ὅτι καὶ κατέβη εἰς τὰ κατώτερα [µέρη] τῆς γῆς;��= também desceu até as inferiores regiões da terra? O Hades também é visto como uma prisão (1 Pe 3.19; Ap 20.1-3, 7). Como uma cidade, tem portões (Mt 16.18; Jó 17.16: “Acaso descerá comigo até os ferrolhos do Sheol? Descansaremos juntos no pó?”), e está trancada com uma CHAVE que Cristo tem na sua mão (Ap 1.18). Na ocasião da ressurreição, o HADES devolverá os seus mortos (Ap 20.13). Desta forma, não é um lugar ou estado eterno, mas, sim apenas temporário. A Versão Revisada traduz quase que 100% o vocábulo Hades, já a Edição Revista é Atualizada no Brasil traduz a palavra grega Hades 7 vezes por inferno, 2 vezes por morte e uma vez por além. Será que a palavra Hades deveria ter sido traduzida para sepultura em todos os casos? Achamos que não. Quando Jesus advertiu a cidade de Cafarnaum dizendo que desceria ao Inferno (Hades) e que seria mais castigada do que a cidade de Sodoma (Mt 11.23, 24), Ele estava falando de um lugar que não era a SEPULTURA, porque o apóstolo Judas disse que as cidades de Sodoma e Gomorra sofriam punição no Fogo Eterno (Jd 7). Quando Jesus disse que um certo homem rico morreu e foi sepultado e foi ao Hades e que levantou os olhos estando em tormentos, evidentemente Ele falava de um lugar além da SEPULTURA, porque na sepultura não há tormentos (Lc 16.19-31). Pessoas que estão na sepultura não podem levantar os olhos, nem se lembrar das coisas que aconteceram antes delas morrerem. Os homens tentam contornar esta história dizendo que foi uma parábola, mas a Bíblia não diz que foi uma parábola. Em Lucas como sempre, “Jesus propôs uma parábola...”, ele escreveu: “Disse Jesus: Ora, havia certo homem rico...”, mostrando que Jesus tinha em mente certo homem rico.
  • 10. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 10 Cosmologia Hebraica 4 O gráfico apresentado a seguir ajuda na compreensão da perspectiva “científica” dos hebreus referente ao formato do universo, refletido especialmente em passagens como Gênesis 1-11 e de Jó 38-41, na qual Deus faz perguntas a respeito da criação do universo que Jó não consegue responder. Os elementos comuns entre os hebreus e os outros povos são diferenciados em seus termos representativos e especialmente na sua explicação religiosa. É importante lembrar que mesmo quando o conceito hebraico reflete certas noções tidas em comum com os outros povos, a ênfase das narrativas hebraicas é a de oferecer uma crítica nos pontos em que divergem deles pela revelação de Deus. Este gráfico do conceito hebraico da estrutura do universo limita-se a uma fração mínima da cosmologia científica atual. Pode-se ver como a Bíblia utiliza certa terminologia que se refere ao conceito cosmológico de seus autores5 . Pode-se ver no gráfico o título de “firmamento” (ou “expansão”) para o círculo dos céus que separa as águas acima do firmamento da zona que se denomina hoje por atmosfera. Estes termos ajudavam o povo a falar do mundo ao seu redor, mesmo que o seu conceito específico tenha sérios problemas em face da ciência atual. 4 Escatologia e o Apocalipse Pr. Chrístopher B. Harbin Edição: 12-09-2002 ©Copyright 2002 Página 6. http://www.rocksbc.org 5 Gênesis 1.2,6-8,16-17, 7.11; Êxodo 20.4.
  • 11. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 11 Entender a cosmologia hebraica é de ajuda para compreender as implicações das narrativas que utilizam a terminologia do mesmo conceito. Quando o autor bíblico refere- se às janelas do céu, é bom saber que faz referência ao seu conceito de como a água acima do firmamento chega até a terra em forma de chuva. A cosmologia é uma área da ciência que influi muito em vários aspectos da comunicação humana, pois muitos dos seus conceitos alteram a forma de conceber o que acontece em volta do indivíduo e a sua sociedade. A cosmologia hebraica aparece até no livro de Apocalipse, onde o “‘abismo sem fundo’ está vinculado a idéias concernentes à forma do mundo. A terra era concebida como um disco plano que flutuava em cima da água. O abismo refere-se às profundezas imensuráveis debaixo da terra, para os quais pensava-se existir uma fenda capaz de ser selada”. Até o Novo Testamento, portanto, sente a influência desta cosmologia. IV. DEPOIS DO SHEOL-HADES SEGUE-SE O GEENA Mt 5.22, 29, 30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 12.5; Tg 3.6 (γέεννα . As Testemunhas de Iavé (TJ) dizem que todas as passagens onde a palavra “Inferno” foi traduzida da palavra grega GEENA (γέεννα), significa destruição ou extinção eterna. Mas a verdade é que qualquer professor respeitável de grego pode dizer, que não há absolutamente nenhuma evidência no N.T. de que GEENA significa aniquilamento, mas antes, há muitos lugares onde está claramente indicado que significa miséria eterna. Qualquer pessoa que leia as referências indicadas junto à palavra “Geena” verá que não existe a idéia de ANIQUILAÇÃO. Nos 12 versículos anteriores a palavra em português é uma tradução da palavra grega “Geena” = γέεννα; Em 2 Pe 2.4 nossa palavra “inferno” é uma tradução da palavra grega “tártaro” (ταρταρώσας�. Todas as demais referências do Novo Testamento com a tradução de “inferno “são oriundas da palavra grega “hades”. O meu querido amigo Pr. Aldery Nelson cita Is 34.8-10 para afirmar que o GEENA estará nos ribeiros de EDOM que se transformará em PEZ, cujo solo também será transformado em ENXOFRE, e cuja a terra transformar-se-á em PEZ ARDENTE. o versículo 10 afirma que nem de dia nem de noite SE APAGARÁ este FOGO; para sempre (isto é, eternamente) a sua fumaça subirá; de geração em geração (eternamente) será assolada. Será que também o Geena será localizado no Planeta Terra (em outra dimensão)? Os TJ declaram que GEENA não se refere ao Inferno, mas ao Vale de Hinom. Esse fica ao Sul e Oeste dos muros de Jerusalém. Era usado como CREMATÓRIO ou INCENERADOR, onde os israelitas descarregavam o lixo e também os corpos de animais mortos e criminosos para serem destruídos pelo fogo. Entretanto, nenhuma criatura viva era jogada ali, pois era contra a lei judia. O fogo era sempre mantido acesso para aumentar a sua intensidade os judeus acrescentavam enxofre. Acontece que o GEENA ou Vale de
  • 12. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 12 Hinom, tornou-se um símbolo, não do tormento eterno, mas da condição da condenação eterna. Suas chamas simbolizam a DESTRUIÇÃO completa e eterna, para a qual estão destinados todos os inimigos declarados de Deus e do seu reino e no qual não haverá reconstituição ou Ressurreição” (Seja Deus verdadeiro - edição de 1º de abril de 1952). Vamos estudar algumas destas referências para vermos se esta interpretação dos TJ é o que Jesus pretendia dizer quando usou a palavra Geena. Jesus disse que se chamarmos nosso irmão de “tolo”, estaremos sujeitos ao fogo do Inferno-Geena (Mt 5.22). Seria tolice dizer que Ele advertia os homens de que seriam queimados no monte de lixo fora da cidade, pois não há nenhum registro de alguém que tenha sido queimado assim. O Senhor Jesus Cristo ensinou que devemos temer mais a Deus do que aos homens, porque os homens podem matar o nosso corpo, mas só Deus pode lançar ao Inferno (Geena). Se Jesus se referia ao lugar crematório fora da cidade de Jerusalém em Mt 10.28 e em Lc 12.5. Ele não estaria nos ensinando a temer a Deus, porque os homens têm o poder de jogar uma pessoa no incinerador, mas só Deus pode lançar ao “Inferno” (Geena), não só o corpo, mas também a alma. Para enfatizar o terror do Inferno, Jesus ensinou que se o olho no faz tropeçar, devemos arrancá-lo para não sermos lançados no Inferno-Geena (Mt 18.9), que se uma mão ou pé nos faz tropeçar, devemos cortá-los para não sermos lançados no Inferno- Geena (Mc 9.45-48). Jesus repreendeu os fariseus chamando-os de serpentes e raças de víboras e perguntou-lhes como escapariam da condenação do Inferno = Geena (Mt 23.33). Se o Geena não é nada mais do que um lugar de incinerar o lixo fora da cidade, como pode estar ligado à condenação? Para sermos coerentes em nosso pensamento, se cremos que o céu é um lugar literal, temos também de crer que o inferno é um lugar literal (Cf. Dt 32.33; Sl 86.13; 139.8; Is 14.15; Ez 31.16, 17). Repetidas vezes na Bíblia, o inferno relaciona-se com o fogo. Jesus o chamou de ou “Fogo do Inferno” = geenan tou pyros [τὴν γέενναν τοῦ πυρός] (Mt 5.22; 18.9). Ele falou dele chamando-o de “Fornalha de Fogo” = Kaminon tou pyros = (κάµινον τοῦ πυρός� (Mt 13.42, 50). O inferno (Hades) será lançado no Lago de Fogo (limene tou pyros = (λίµνην τοῦ πυρὸς) que é a condenação eterna e final (Ap 19.20; 20.10, 14, 15); Ap 21.8 = �ἐν τῇ λίµνῃ τῇ καιοµένῃ πυρὶ καὶ θείῳ) en te limene te Kaiomene pyri kai theio = no lago ardente de fogo e enxofre). Friso: Ap 20.10; Is 34.8-10. A palavra empregada para a morada dos mortos é Geena, usada doze vezes no Novo Testamento (Mt 5.22,29,30; 10.28; 18.9; 23.15,33; Mc 9.43,45,47; Lc 12.5; Tg 3.6). Em cada caso, ela é usada como termo geográfico e tem em vista o estado final dos incrédulos. O julgamento é sugerido e esse é o lugar e o estado resultante. Vos escreve: No Novo Testamento [...] ela designa o lugar de punição eterna dos incrédulos, geralmente ligada ao julgamento final. É associada ao fogo como a fonte da tormenta. Corpo e alma são lançados ali. Isso não deve ser explicado com base no princípio de que o Novo Testamento fala metaforicamente do estado após a morte em termos corporais; ela
  • 13. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 13 sugere a ressurreição. Em várias versões Geena é traduzida por “inferno” [...] O fato de “o vale de Hinom” ter-se tornado a designação técnica para o lugar da punição final ocorreu por dois motivos. Em primeiro lugar, o vale foi o local da adoração idólatra a Moloque, a quem crianças eram imoladas pelo fogo (2Cr 28.3; 33.6). Em segundo lugar, por causa dessas práticas, o local foi profanado pelo rei Josias (2Rs 23.10), e por isso ficou associado na profecia ao julgamento que viria sobre o povo (Jr 7.32). Também o fato de que o lixo da cidade era deixado ali pode ter ajudado a criar o nome que era sinônimo da máxima impureza. (Geerhardus Vos, Gehenna, International standard Bible encyclopedia, n, p. 1183). Assim, Geena teria em vista a retribuição no lago do fogo como destino dos incrédulos. Em Mateus 25.41 o Senhor disse aos incrédulos: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. A palavra “preparado” literalmente é “tendo sido preparado”, sugerindo que o lago de fogo já existia e espera seus residentes. Essa é a tese de C. T. Schwarze, então da Universidade de Nova Iorque, de que um lugar tal como um lago de fogo é conhecido pela ciência hoje. Ele escreve: A palavra lago deve conotar certa quantidade de matéria em forma líquida. Logo, se a Escritura é verdadeira, esse fogo eterno está no estado líquido. [...] uma prova simples das partes das Escrituras que temos discutido está na existência do fenômeno singular dos céus conhecido como estrelas anãs brancas! [...] a anã é estrela que, por causa de alguns fatores que aconteceram com ela (não claramente definidos no momento), deveria ser aproximadamente maior cinco mil vezes ou mais do que realmente é! A título de ilustração, se aplicássemos essa idéia a um planeta como a Terra, você deveria imaginá-la encolhida até atingir um diâmetro de seiscentos quilômetros [...] em vez dos onze mil quilômetros de diâmetro que ela realmente tem. Essa enorme densidade... tem muito que ver com nosso assunto [...] A maioria das pessoas sabe que o sol, nossa estrela mais próxima, é bem quente [..,] há um consenso de que a temperatura dentro ou perto do centro das estrelas está entre vinte e cinco milhões e trinta milhões de graus! [...] nessas temperaturas, muito pode acontecer, como a explosão de átomos, o que ajuda a explicar o fenômeno da anã branca [...] [...] uma temperatura de trinta milhões de graus poderia explodir átomos [...] Isso levaria os átomos a perder seus elétrons a despeito de a atração entre núcleos e elétrons ser um octilhão [...] de vezes maior que a atração da gravidade. As partes separadas poderiam então ser compactadas, especialmente sob tamanha pressão [...] Com a atividade constante de raios x, as paredes dos átomos não poderiam ser reformadas; logo, densidades enormes, tais como as encontradas nas anãs, podem ser alcançadas. Agora, observe, por favor, a temperaturas tão altas, toda a matéria estaria sob a forma de gás [...] numa anã branca a pressão é tão grande que os gases ficam comprimidos até atingir a
  • 14. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 14 consistência de um líquido, apesar de ainda reagirem às características de gás [...] ... Antes de tal estrela poder resfriar-se e gradualmente escurecer, ela teria de expandir-se às proporções normais. Isto é, teria de atingir mais de cinco mil vezes seu tamanho atual. Aqui está a dificuldade. Tal expansão causaria enorme calor, que, por sua vez, manteria a estrela totalmente comprimida, e então, pelo que astrônomos e físicos sabem, as estrelas anãs não podem resfriar-se! [...] A anã branca, em todo caso, jamais se extingue. [...] permita-me fazer um resumo para demonstrar que a Bíblia, a Palavra de Deus, é cientificamente precisa. Vemos, primeiro, um fogo eterno que não se pode extinguir. Por ser de consistência líquida, ele é, em segundo lugar, um lago de fogo. Em terceiro lugar, ele não pode ser extinguido, pois qualquer material que se extinguisse, tal como a água, teria seus átomos imediatamente despidos de elétrons e seria compactado com o resto. Em quarto lugar, já que os astrônomos têm estudado, e ainda estão estudando, esse estranho fenômeno, é evidente que o lago de fogo já foi preparado e agora está pronto. Apesar de não podermos dizer que Deus realmente usará esses lagos de fogo para cumprir Sua Palavra, a resposta aos céticos está nos céus, onde existem lagos de fogo...(C. T. SCHWARZE, The Bible and science on the everlasting fire, Bíbliotheca Sacra, 95:105-12, Jan. 1938) O corpo ressurrecto dos incrédulos, evidentemente, será de tal caráter que se revelará indestrutível mesmo em meio a tal lago de fogo. A história do homem no Hades mostra que este é um lugar de consciência (Lc 16.23, 24). É um lugar de sofrimento (Jd 7). Um lugar de dor (Sl 116.3). É um lugar de tormentos (Lc 16.24, 25, 28). O Hades-Sheol é um lugar de lembranças. Abraão disse ao homem rico que se lembrasse das boas coisas que desfrutou enquanto vivia na terra. O homem rico lembrou- se de seus irmãos que estavam na terra. O pecador se lembrará das orações e rogos de seus pais piedosos. Ele se lembrará de ter ouvido sermões evangelísticos. Ele lembrará de todas as vezes que rejeitou a Cristo. Além de ser um lugar de recordações. O Hades é um lugar de remorso. A alma do pecador ficará cheia do mais profundo remorso por cada pecado cometido. No Hades ele tomará consciência da tolice que fez em vender a sua alma por “guisado de lentilhas”. Ele se encherá de remorso por ter desdenhado do Amor de Deus e por ter rejeitado o Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo. O Hades-Sheol e o Geena não são um lugar de aniquilamento. Para provar que o Hades será destruído, os TJ citam que “A Morte e o Hades foram lançados para dentro do Lago de Fogo”. Esta é a 2ª Morte (Ap 20.14). Mas eles têm de prever o claro ensinamento de muitas outras passagens para chegarem a esta conclusão. Se tenho na mão um pedaço de pau queimando e eu o lanço em uma fogueira, ambos continuarão queimando juntos. A Bíblia ensina claramente que o Fogo do Inferno (Geena) é eterno (Ap 19.20; 20.10; Mt
  • 15. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 15 25.41, 46; Mc 9.44, 46, 48). Em Ap 19.20 vemos a Besta (o Anticristo) e o falso Profeta serem lançados vivos no LAGO DE FOGO. Após 1000 anos, o Diabo também será lançado no LAGO DE FOGO, e diz a Bíblia: “onde estão a Besta e o falso Profeta”. A Palavra de Deus não diz que o Anticristo e o Falso Profeta foram aniquilados, mas que após 1.000 anos ainda estão no LAGO DE FOGO. E finaliza a Palavra de Deus afirmando: “e de dia e de noite serão ATORMENTADOS pelos séculos dos séculos (isto é eternamente)”. As seguintes provas são apresentadas por Karl Sabiers, como evidências de que nem SHEOL nem HADES jamais se referem a sepulcro: 1) Tanto o hebraico como o grego têm outras palavras que significa “sepulcro” ou “túmulo”: “QUEBER” ( ֶ‫ק‬‫ֶר‬‫ב‬ ), SHAHAT (‫ַת‬‫ח‬ָ‫שׁ‬) e “MNEMEION” (µνηµεῖον). Leia: Mt 23.29; 27.52; Mc 5.2; 6.29; 15.45,46; 16.2, 3, 5, 8; Lc 11.44; 24.2, 9, 12; Jo 11.17, 31, 38; 20.1-4, 6, 8, 11: At 13.29. 2) A palavra Sheol nunca é usada no plural, enquanto que Queber é muitas vezes: Ex. 14.11; 2 Rs 23.6; 2 Sm 3.32; 21.14; 2 Cr 16.14; e Mnemeion: Mt 27.52, 53; Lc 11.44. 3) Nunca lemos que uma pessoa tivesse um Sheol, mas sim que tinha um sepulcro: Gn 50.5; I Rs 13.30. 4) Nuca se diz que o corpo está no Sheol, nem que o espírito ou a alma estão no sepulcro. 5) Nunca se fala de fazer um Sheol para um morto, nem de preparar um Sheol, como um sepulcro: Is 53.9. 6) No Juízo Final, as duas coisas: a Morte ou sepulcro, e o Hades, entregarão os seus mortos; isto é, o lugar dos cadáveres e o lugar onde (estão) as almas estiverem morando. 7) A mesma distinção entre Hades e a Morte ou Sepulcro se faz em Ap 1.18, onde se diz que Cristo tem as chaves de ambos. 8) Em At 2.27 (Sl 16.10 = ‫ֹול‬‫ְא‬‫שׁ‬) está escrito que alma de Cristo não foi deixada no Hades, nem o Seu corpo viu a corrupção (no túmulo, subtende-se). 9) Quando os filhos de Jacó venderam José para ser escravo no Egito, enganaram ao seu pai, trazendo-lhe a sua túnica manchada de sangue de uma fera. Expressou o seu lamento com estas palavras: “Chorando, descerei ao meu filho até ao SHEOL. Sendo que cria que seu filho fora devorado por uma fera, como é possível que se encontraria com ele na sepultura? Isto prova que o SHEOL é o lugar das almas, e Jacó com razão esperava encontrar ali a alma de seu filho (Gn 37.31-35). 10) Em Gn 49.33 está escrito que Jacó expirou e foi reunido ao seu povo. Morreu no Egito; durante 40 dias o seu corpo foi embalsamado, e durante outros 30 dias, foi chorado no país. Então, José obteve permissão de Faraó; fizeram uma peregrinação a Canaã; lamentaram-no outra vez por sete dias, para depois sepultá-lo na Caverna Macpela, que era a sepultura dos seus pais. A conclusão é, por certo que SHEOL ou HADES quer dizer lugar das almas desencarnadas, e não outra coisa.
  • 16. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 16 Quanto ao PARAÍSO ou SEIO DE ABRAÃO, ou compartimento de paz no SHEOL ou HADES há passagens que nos dão razão para crer que Jesus foi até lá quando foi crucificado (At 2.27-31). Ele prometeu ao ladrão penitente crucificado que o encontraria ali naquele mesmo dia (Lc 23.43). Mas a Alma de Cristo não permaneceu ali (At 2.27). Cremos que, segundo Ef 4.8-10, o Senhor não só ressuscitou, mas também levou consigo as almas redimidas que antes estavam naquela parte do Sheol-Hades, que se chama o PARAÍSO ou SEIO DE ABRAÃO. Por isso é que o apóstolo Paulo, quando foi arrebatado até o TERCEIRO CÉU, verificou que este correspondia ao PARAÍSO (2 Co 12.2-4). E nos revela que o Paraíso não está mais embaixo, para que alguém desça até lá, mas acima, de forma que é necessário SUBIR até ele. Uma tradução de Ef 4.8 diz: “Ele levou a multidão de cativos”. No grego: διὸ λέγει, Ἀναβὰς εἰς ὕψος ᾐχµαλώτευσεν αἰχµαλωσίαν����dio legei, Anabas eis hupsos ekmaloteuçen aikmaloçian. “Por isso diz: tendo subido às alturas levou cativo o cativeiro”. Também Paulo fala da morte como “partir” e estar com Cristo (Fp 1.23), e “estar ausentes do corpo e presentes com o Senhor” (2 Co 5.8, 9). Como Cristo SUBIU e está ao lado do Pai “Acima de todos os céus” (Ef 4.10; Cl 3.1), e aqueles que dormem no Senhor estão com Ele no Paraíso também, então necessariamente o Paraíso está no Céu (3º), onde está Jesus Cristo. Os santos do Antigo Testamento foram guardados no Sheol-Hades até a Ressurreição do Senhor, porque os seus pecados foram cobertos (Sl 32.1); contudo, uma vez sacrificado o REDENTOR, os pecados foram removidos (Hb 10.4; 9.26) e eles logo puderam entrar na presença de Deus. Por isto o cristão hoje também entra logo em seguida à sua morte, na sua morada, onde viverá com seu Salvador. O outro compartimento (Lugar de Tormentos), ou região do Sheol-Hades não sofreu modificação alguma, nem sofrerá, até o juízo final (Ap 20). As almas dos perdidos continuam indo para lá, onde ficam até o juízo final que também é o chamado O JUÍZO DO TRONO BRANCO. Nesse juízo não há menor índice de uma 2ª oportunidade para crer e ser salvo. Até o Juízo Final as almas perdidas estarão sofrendo no Lugar de Tormentos no Hades (Sheol), e até a 2ª Vinda de Cristo, os salvos estarão no Paraíso. V. A DIVISÃO DO SHEOL HADES 1. O LUGAR DE TORMENTOS (Lc 16.19-23). É o lugar onde os perdidos estão no Sheol aguardando o juízo final, no final do Milênio, é um lugar de sofrimento antecipado, pois o definitivo será o LAGO DE FOGO (GEENA) ETERNO (Ap 20.13- 15). 2. ABISMO: ABYSSOS (ἄβυσσος); Abadon (‫ֽון‬ֹ ‫ַדּ‬‫ב‬ֲ‫א‬ . Lc 8.31; 16.26; Ap 9.1,2, 11; Jd 6; Jó 26.6; Pv 15.11; 27.20; Is 14.15; Ap 20-1.3; Rm 10.7. Este lugar que divide o SHEOL é morada prisão de demônios (Jd 6) e os que estão fora não desejam ir para lá (Lc 8.31). Existe um anjo que tem as chaves do abismo, ele abrirá o Poço do Abismo e dali subirá uma fumaça e desta sairão, gafanhotos, isto é, demônios, que agirão durante a grande Tribulação (Ap 9.1-11;20.1-
  • 17. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 17 3). Ali o Diabo ficará preso por mil anos e depois sairá para logo ser lançado no Lago de Fogo (Ap 20.10). Is 14.12-15: Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada! Como foi atirado à terra, você, que derrubava as nações! Você, que dizia no seu coração: “Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo”. 15 Mas às profundezas do Sheol você será levado, irá ao fundo do abismo!. Esboço do livro Glorioso Retorno de LAHAYE, Tim & ICE, Thomas. 1ª ed. São Paulo: Abba Press Editora Ltda, 2004. O grande dragão é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ap 12.9: O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ele e os seus anjos foram lançados à terra (na metade da Grande Tribulação).
  • 18. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 18 Ap 20.1-3: lançou-o no Abismo (no final da Grande Tribulação), fechou-o e pôs um selo sobre ele, para assim impedi-lo de enganar as nações, até que terminassem os mil anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo. Ap 20.7-10: Quando terminarem os mil anos (no fim do Milênio), Satanás será solto da sua prisão e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a batalha. Seu número é como a areia do mar. As nações marcharam por toda a superfície da terra e cercaram o acampamento dos santos, a cidade amada; mas um fogo desceu do céu e as devorou. O Diabo, que as enganava, foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre, onde já haviam sido lançados a besta e o falso profeta. Eles serão atormentados dia e noite, para todo o sempre. Ez 31.15-18: “Assim diz o Soberano, o SENHOR: No dia em que ele foi baixado ao Sheol, fiz o abismo encher-se de pranto por ele; estanquei os seus riachos, e a sua fartura de água foi retida. Por causa dele vesti o Líbano de trevas, e todas as árvores do campo secaram-se completamente. 16 Fiz as nações tremerem ao som da sua queda, quando o fiz descer ao Sheol (‫ֹול‬‫ְא‬‫שׁ‬) junto com os que descem à cova (‫ֹור‬ ‫בּ‬ - bor). Então todas as árvores do Éden, as mais belas e melhores do Líbano, todas as árvores bem regadas, consolavam-se embaixo da terra. 17 Todos os que viviam à sombra dele, seus aliados entre as nações, também haviam descido com ele ao Sheol, juntando-se aos que foram mortos à espada. 18 “Qual das árvores do Éden pode comparar-se com você em esplendor e majestade? No entanto, você também será derrubado e irá para baixo da terra, junto com as árvores do Éden; você jazerá entre os incircuncisos, com os que foram mortos à espada. “Eis aí o faraó e todo o seu grande povo. Palavra do Soberano, o SENHOR”. Lúcifer na sua queda segue a seguinte trajetória: 1º) É lançado do Éden de Deus para as Regiões Celestes (Ez 31.8-18;28.11-19; Ef 6.12) 2º) Hoje ainda está nas Regiões celestes. 3º) Depois será lançado na Terra na metade da Grande Tribulação (Ap 12.7-12; Ez 32.1-10; 29.1-8; O Dragão será vencido (Jó 41). 4º) No final da Grande Tribulação será preso no ABISMO dentro do Sheol por mil anos; 5º) Será solto após o milênio e sairá a enganar as nações rebeldes, e fogo do céu descerá sobre estas nações (Ap 20.7-9). 6º) E finalmente o Diabo será lança do no Lago de Fogo (Ap 20.10). Evidentemente há mistérios que só a eternidade esclarecerá, pois apesar do Diabo ocupar um lugar de cada vez na trajetória de sua queda, a Bíblia diz que Satanás pode se apresentar diante de Deus juntamente com os anjos do Senhor (Jó 1.6-12) e que no momento ele nos acusa diante do Senhor (Ap 12.10-12). O Pr. Aldery Nelson diz que
  • 19. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 19 aquela reunião onde o Diabo compareceu não era o 3º Céu, mas sim o 2º Céu, isto é, nas Regiões Celestes. Jesus na sua morte física esteve no Hades-Sheol (At 2.24-31) e Paulo em Rm 10.7 dá entender que Ele (Jesus) esteve no Abismo (cf. Jn 2.2,5, 6; Mt 12.40; 1 Pe 1.10, 11; Ef 4.9) 3. PARAÍSO OU SEIO DE ABRAÃO. (παράδεισος = paradeiços). Aparece 47 vezes na Septuaginta e somente três vezes no Novo Testamento (Lc 16.26; 2 Co 12.2-4; Ef 4.8- 10; 2 Co 5.8; Fp 1.23; Ap 7.9, 15, Sl 49.15). Antes da Ressurreição de Cristo todos os mortos desciam no Sheol-Hades (Lc 16.26; 23.43). Depois da Ressurreição do Senhor o Paraíso foi trasladado para o 3º Céu (Ef 4.8-10: 2 Co 12.2-4); Paulo quando foi arrebatado até o 3º Céu esteve no Paraíso. Qualquer crente que morre passa a se reunir com Cristo (Fp 1.23; 2 Co 5.8) - ainda que despido, isto é, sem o corpo (2 Co 5.1-4) - ou está na Jerusalém Celestial (Hb 12.22), ou debaixo do altar no Céu (Ap 6.9) como os mártires, ou diante do trono de Deus (Ap 7.9; 14.3). 4. Tártaro.6 Tartarōsas [ταρταρώσας] é usada apenas em 2 Pedro 2.4 em relação ao julgamento dos anjos caídos. Ela parece referir-se especificamente à morada eterna dos anjos caídos. Tartaros [...] não é Sheol nem Hades [...] aonde todos os homens vão quando morrem. Nem é onde os ímpios são consumidos e destruídos, que é Geena [...] Não é a morada dos homens em nenhuma condição. E usada apenas aqui em relação aos “anjos, os que não guardaram o seu estado original” (v. Jd 6). Ela denota o limite ou a margem desse mundo material. A extremidade desse “ar” inferior — do qual Satanás é “o príncipe” (Ef 2.2) e que as Escrituras descrevem como o habitat dos “principados das trevas desse mundo” e “espíritos malignos nas regiões celestiais”. “Tartaros não é apenas o limite dessa criação material, mas é chamado assim por sua frieza.” (BULLINGER, Op. cit., p. 370.) VI. AS CIDADES DE REFÚGIO - TIPO DO HADES (SHEOL) Nm 35.9-25 1. Os culpados de homicídio involuntário iam para as cidades de refúgio; 2. O Vingador de Sangue não poderia tocar nos culpados escondidos nas cidades de refúgio; 3. Os culpados não poderiam sair das cidades de refúgio até a morte do Sumo Sacerdote, que foi ungido com óleo sagrado. 4. Assim também os mortos iam para o Sheol e Satanás tinha as chaves da Morte (Hb 2.14, 15;7.15-28) e do Sheol (Hades). 5. Os culpados escondidos nas cidades de refúgio só poderiam sair de lá quando morresse o Sumo Sacerdote; assim também as almas dos justos só poderiam sair do Sheol- 6 PENTECOST, Jr., Dwight. Manual de Escatologia. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida, 1994, p. 690.
  • 20. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 20 Hades quando morresse o Sumo Sacerdote Jesus Cristo, e isto aconteceu lá no Calvário. E quando Cristo desceu até o Sheol (At 2.27-31) arrancou das mãos do Diabo as chaves da morte e do Hades (Hb 2.14, 15; Mt 28.18; Ap 1.18). Agora os justos não precisam ficar no cativeiro no Sheol (Sl 49.15; 30.3; 86.13). Cristo na sua Ressurreição levou cativo o cativeiro (Ef 4.8; Sl 68.18). Por isto AS PORTAS DO HADES NÃO PREVALECERÃO CONTRA A IGREJA (Mt 16.18). VII. PERSONAGENS QUE ESCAPARAM DO SHEOL-HADES 1. Enoque (Gn 5.24; Hb 11.5). Este como tipo da Igreja composta de salvos vivos, foi arrebatado, transformado e não desceu ao Sheol. 2. Elias (2 Rs 2.1-11). Também não morreu, foi arrebatado ao Céu. 3. Moisés (Dt 34.1-6; Jd 9). Moisés apareceu no Monte da Transfiguração foi reconhecido pelos discípulos. Isto se deu antes da ressurreição de Cristo, quando ninguém poderia ter saído do Sheol-Hades. Moisés apareceu com o corpo glorificado, todavia a Bíblia nos diz que morreu e foi sepultado. Creio que o nosso irmão Moisés passou pouco tempo morto, e logo ressuscitou, pois não deu tempo dele chegar ao Sheol. Mas mesmo que ele tivesse estado lá, Deus é poderoso para tirá-lo de lá. O Diabo foi procurar o corpo de Moisés, porque (Jd 9) ele não havia chegado lá. É certo que Moisés não é as primícias dos que dormem, mas ele era a semelhança de Cristo (Dt 18.15), o Profeta que havia de vir. Seu aparecimento na Transfiguração deixa-nos duas opções: 1ª Ele morreu e ressuscitou; 2ª Ele foi trasladado. Fica o mistério, todavia podemos afirmar que ele não esteve no Sheol, ou se esteve, demorou pouco tempo. Moisés durante a sua vida já gozava de algumas características especiais no seu corpo físico: “Não se lhe escureceu a vista” e “Nem lhe fugiu o vigor” (Dt 34.7). Na Bíblia TEB temos o seguinte comentário sobre o livro de Judas: “O ambiente de Judas se manifesta em estreita conexão com os círculos que, a partir do século II A.C., virou a elaboração da literatura apocalíptica e transmitiu obras como o livro de Enoque, a Assunção de Moisés, os testamentos dos Doze Patriarcas. O Autor cita textualmente uma passagem do livro de Enoque (V.V. 14,15) e utiliza tanto a própria Assunção de Moisés, como um documento parecido (v.9)”. O escriba de Moisés relatou que Deus o sepultou na terra de Moabe, mas que nunca se soube onde! Depois vemos o Diabo e o Arcanjo Miguel disputando o seu corpo. O Diabo não tinha diante de si um corpo, mas tinha um problema sério. O Diabo queria saber onde Moisés estava sepultado! O Arcanjo lhe repreendeu. O Diabo queria saber do corpo, pois ele era detentor das chaves da Morte e do Hades-Sheol, percebeu que Moisés havia morrido mas que ele não havia aparecido lá, alguma coisa havia acontecido. Deus o tomou para si. Depois o Diabo ficou sabendo do seu destino, pois ficou sabendo da Transfiguração. Como citamos anteriormente: Enoque, Elias e Moisés não podem fazer dupla para serem as duas testemunhas durante a Grande Tribulação, pois Enoque e Elias não
  • 21. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 21 provaram a morte e foram transformados para entrarem no terceiro céu. Eles teriam que ser retransformados em corpos humanos para morrerem. E nosso irmão Moisés morreu e teria que morrer novamente. Caso tenha ressuscitado como está escrito no livro de Enoque teria também que ser retransformado para morrer. Todas estas opções nos parecem absurdas. VIII. ALGUNS PERSONAGENS QUE PASSARAM POUCO TEMPO NO SHEOL- HADES 1. SIMEÃO: Lc 2.25-30: “Ora, havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem, justo e temente a Deus, esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E lhe fora revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Assim pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para fazerem por ele segundo o costume da lei, Simeão o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra; pois os meus olhos já viram a tua salvação, a qual tu preparaste ante a face de todos os povos; luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo Israel”. 2. JOÃO BATISTA: Mc 6.14-19; 3. LADRÃO DA CRUZ: Lc 23.42,43; 4. JESUS: At 2.27-31: Sl 16.10. Jesus tinha o Selo de Deus (Jo 6.27; Lc 3.22; 4.14-19) e a morte e o Hades não poderiam contê-lo, assim como aconteceu com Jonas que foi vomitado pelo peixe. O Hades teve de vomitar Jesus (Jn 2.1-10). a Igreja tem o selo de Deus e o Hades não pode contê-la (Ef 1.13, 14; 2 Co 1.21, 22; Ef 4.30). Alguém fez a seguinte encenação: “Simeão, após ter pegado o infante Jesus no colo morreu em seguida. Chegou então no Hades, no Paraíso, e cumprimentou os salvos dizendo: Eu peguei O Messias no colo, Ele está para vir nos libertar do Sheol e nos levar para o terceiro Céu. Mas, enquanto ele falava, apareceu João Batista e disse: Cala-te, Simeão, pois eu já vi o Homem adulto, eu batizei nas águas do rio Jordão. Enquanto João falava, surge um personagem novo no cenário. Dimas, o ladrão da cruz. Este diz: Simeão, João Batista, calem a boca, pois Ele está vindo atrás de mim. Com certeza, o ladrão da Cruz foi aquele que menos tempo passou no Hades – Sheol!”. “A Igreja não descerá ao SHEOL-HADES” (Mt 16.18; Nm 35.9-35; 2 Co 5.8; Fp 1.23; Ap 7.9, 15). Não podemos explicar satisfatoriamente a severidade do castigo eterno de Deus, nem tão pouco podemos sondar as profundezas de Seu Grande Amor e Misericórdia, demonstrado para com os pescadores perdidos que não merecem outra coisa que o castigo, e, contudo, pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, são levados para sentar-se com Ele nos lugares celestiais (Rm 11.22; Ef 2.6). Compreendemos, pela magnitude dos sofrimentos de Cristo, que o castigo que receberá o homem impenitente será tão terrível
  • 22. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 22 que ninguém poderá sequer imaginar. Nenhum homem é obrigado a ir para o Inferno, mas a todos se roga que tenham misericórdia de suas próprias almas e voltem-se para Cristo em busca de refúgio. O homem não vai para o Inferno porque é pecador, mas porque não quer ser salvo. João 3.36 diz: “Quem crê no Filho tem a Vida Eterna; o que todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a Vida (ζωή�, mas sobre ele permanece a irá de Deus”. “Portanto, conhecendo o temor do Senhor, procuramos persuadir os homens” (2 Co 5.11). “De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus” (2 Co 5.20). REFERÊNCIAS BÍBLICAS SHEOL: Gn 37.35; 42.38; 44.29, 31; Nm 16.30, 33; Dt 32.22; 1 Sm 2.6; 2 Sm 22.6; 1 Rs 2.6, 9; Jó 7.9; 11.8; 14.13; 17.13, 16; 21. 13; 24.19; 26.6; Sl 6.5; 9.17; 16.10; 18.5; 30.3; 31.17; 49.14, 15; 55.15; 86.13; 88.3; 89.48; 116.3; 139.8; 141.7; Pv 1.12; Pv 5.5; 7.27; 9.18; 15.11, 24; 23.14; 27.20; 30.16; Ec 9.10; Ct 8.6; Is 5.14; 7.11; 14.9, 11, 15; 28.15, 18; 38.10, 18; 57.9; Ez 31.15-17; 32.21, 27; Os 13.14; Am 9.2; Jn 2.2; Hc 2.5 HADES: Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.26; At 2.27, 31; Ap 1.18; 6.8; 20.13, 14. GEENA: Mt 5.22; 29, 30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 12.5; Tg 3.6; Mt 3.12; 25.46; 2 Ts 1.9; Ap 21.8 ABISMO: (ABYSSOS): Lc 8.31; Rm 10.7; Ap 9.1, 2, 11; 11.7; 17.8; 20.1, 3; 2 Pe 2.4; Mt 12.40 (cf. Jn 2.2); Ef 4.8-10; Lc 23.43; 1 Pe 3.19; Is 42.7; 49.9; 61.1 TÁRTARO: 2 Pe 2.4.
  • 23. Antônio Carlos Gonçalves Bentes 23 Biografia do autor O pastor Antônio Carlos Gonçalves Bentes é capitão do Comando da Aeronáutica, Doutor em Teologia pela American Pontifical Catholic University (EUA), conferencista, filiado à ORMIBAN – Ordem dos Ministros Batistas Nacionais, professor dos seminários batistas: STEB, SEBEMGE e Koinonia e também das instituições: Seminário Teológico Hosana, UNITHEO e Escola Bíblica Central do Brasil, atuando nas áreas de Teologia Sistemática, Teologia Contemporânea, Apologética, Escatologia, Pneumatologia, Teologia Bíblica do Velho e Novo Testamento, Hermenêutica, e Homilética. Reside atualmente em Lagoa Santa, Minas Gerais. Exerce o ministério pastoral na Igreja Batista Getsêmani em Belo Horizonte - Minas Gerais. É casado com a pastora Rute Guimarães de Andrade Bentes, tem três filhos: Joelma, Telma e Charles Reuel, e duas netas: Eliza Bentes Zier e Anna Clara Bentes Rodrigues. Pedidos ao Pr. A. Carlos G. Bentes E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com Os livros do Pr. Bentes estão disponíveis nos SITEs: www.klivros.com.br; www.lojamais.com.br/caminhodavida.