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Redes de Atenção à Saúde
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A
SAÚDE DO BRASILEIRO NA ATUALIDADE
• Doenças características de sociedades mais desenvolvidas,
coexistindo com doenças já superadas por estas sociedades
(transição epidemiológica com dupla carga de doença).
• Predominância de condições crônicas.
• Índices expressivos de mortalidade por causas externas.
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP
SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO
É um sistema segmentado, composto por três sub-
sistemas:
• Sistema Público - SUS
• Sistema Privado Suplementar
• Atividades sustentadas por pagamento direto dos
cidadãos
Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
• CRIAÇÃO RECENTE
• SISTEMA EM PROCESSO DE CONSTRUÇÃO
• PRINCIPIOS: UNIVERSALIDADE
EQUIDADE
INTEGRALIDADE
• DIRETRIZES: HIERAQUIZAÇÃO
DESCENTRALIZAÇÃO/ REGIONALIZAÇÂO
CONTROLE SOCIAL
• APRESENTA UM CONJUNTO DE AVANÇOS E DE DESAFIOS
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
AVANÇOS OBSERVADOS
• Oferta de serviços de saúde a milhões de brasileiros
anteriormente excluídos do sistema.
• Estruturação de rede diversificada de ações e
serviços de saúde presente mesmo que de forma
não uniforme, em todo o território nacional.
• Grande produção de ações e serviços de saúde com
contribuições significativas na melhoria do estado
de saúde dos brasileiros.
Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP
Produção anual do SUS
DATASUS/2009
• 11 milhões de internações hospitalares
• 1,6 bilhão de procedimentos de at. Básica
• 370 milhões de consultas médicas
• 1,9 milhões de parto
• 490 milhões de exames laboratoriais
• 1,8 milhão de tomografias
• 13 milhões de ultra-sonografia
• 136 milhões de doses de vacina
• 14 mil transplantes
Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP
O SUS RESPONDE DE FORMA
ADEQUADA AS NECESSIDADES DE
SAÚDE DOS BRASILEIROS NA
ATUALIDADE?
Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP
QUESTIONAMENTOS
• O SUS estimula o auto cuidado e garante de
continuidade no atendimento aos portadores de
condições crônicas?
• As práticas de promoção da saúde são estimuladas?
• A atenção básica está bem estruturada em todo o
território nacional?
• Os serviços de urgência e emergência são
adequados?
• Os serviços especializados e a retaguarda necessária
para o diagnóstico são acessíveis?
• Qual a qualidade do cuidado ofertado pelo SUS?
Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP
PRINCIPAIS FRAGILIDADES RELATIVAS AO
MODELO DE ATENÇÃO NO SUS
• Baixa capacidade resolutiva da atenção primária
• Sobrecarga dos serviços de urgência e emergência.
• Limites no acesso do paciente aos serviços ambulatoriais e
hospitalares especializados.
• Dificuldades na utilização do SADT
• Fragilidade dos mecanismos de articulação entre as
unidades funcionais do sistema
MODELO FRAGMENTADO
Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
SUS
Embora esteja alicerçado em princípios e
diretrizes próprios de um sistema integrado,
constitui-se, atualmente, em um sistema
fragmentado de atenção a saúde.
SISTEMAS DE SAÚDE FRAGMENTADOS
1. Constituídos por unidades funcionais de atenção à saúde
isoladas, que não se comunicam umas com as outras ou o
fazem de maneira informal.
2. Serviços com lógicas de atenção diferentes, trabalhando de
forma independente.
3. A oferta de atenção é realizada de forma episódica. Não são
adequados para o acompanhamento contínuo dos usuários
4. Baixa valorização da atenção básica
5. Atendimento centrado no médico
6. Pouco envolvimento da família, comunidade e de outros
setores públicos ou organizações da sociedade civil
7. Paciente entendido como receptor de informações
Carmen Lavras/PESS/NEPP/UNICAMP
No SUS a fragmentação extrapola o âmbito
sistêmico e também está presente nos serviços
de saúde e nas práticas profissionais.
1.Desorganização interna dos serviços com fragilidades
na estrutura gerencial/ corpo funcional/ processos de
trabalho favorecendo, inclusive, a falta de integração da
equipe profissional
2.Baixa utilização de tecnologias de gestão do cuidado
3.Vários tipos de comprometimento na relação
profissionais - usuários
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
SISTEMAS DE SAÚDE INTEGRADOS
• Organizam-se através de um conjunto coordenado
de unidades funcionais de atenção a saúde
RAS
• Utilizam vários mecanismos de integração
assistencial
• Considera o paciente como protagonista de seu
plano de cuidado
• Valoriza a participação do paciente, da família, da
comunidade.
• Adequados para a oferta de atenção contínua e
integral.
Propostas para superação da fragmentação
sistêmica
Estruturação de redes de atenção a
saúde
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
O QUE SÃO REDES?
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
REDES
• Diferentes organizações e atores vinculados
entre si a partir do objetivos comuns
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
REDES
Estruturas policêntricas, envolvendo diferentes atores, organizações
ou nódulos
vinculados entre si a partir do estabelecimento e manutenção de
objetivos comuns e de uma dinâmica gerencial compatível e
adequada*.
*O desafio da gestão das redes de políticas - Sonia Maria Fleury Teixeira
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
A organização de redes na atualidade é
favorecida por:
 Globalização econômica alterando os processos produtivos e
de gestão
 Reforma do setor público imprimindo mudanças na relação
estado/sociedade e favorecendo novos modelos de gestão
 Desenvolvimento tecnológico na área de informação e
comunicação
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
A organização de redes de gestão apresenta
como desafio o desenvolvimento de novos
processos que contemplem:
 Mecanismos decisórios coletivos
 Novas formas de distribuição de recursos
 Novas instâncias e instrumentos de negociação e de
estabelecimento de consensos
 Novas regras de atuação
Utilização do conceito de rede no SUS
em relação a gestão
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
Carmen Lavras
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REDE DE GESTÃO
A conformação de redes interfederativas de gestão é inerente
ao SUS desde sua criação pela Constituição de 88
Descentralização
Participação do setor privado
Participação social
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
O SUS exigiu a definição de novos mecanismos e
instrumentos de gestão para favorecer:
Gestão tripartite
Gestão por consensos
Participação social
Articulação entre entidades públicas/da
sociedade civil/privadas
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
MECANISMOS E INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO SUS
 Conferências de Saúde
 Conselhos de Saúde
 Espaços de negociação e pactuação intergestores CIB/CIT
 NOBs/ NOAS
 PPI/PDI/PDR
 Pactos pela Saúde
 Etc.
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
PACTO DE GESTÃO
 Gestão compartilhada
 Gestão colegiada reforça a configuração
 Pactuação de
 Co-financiamento rede interfederativa de
 Construção de consensos gestão
 Descentralização/regionalização
 Negociação
 Controle social
Utilização do conceito de rede no SUS
em relação a organização da atenção
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE
 Rede por tipo de unidade de saúde/ nível do sistema:
rede de centros de saúde
rede ambulatorial
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rede de serviços de urgência e emergência etc
 Redes temáticas(organizada por agravo/risco/faixa etária/gênero):
rede de atenção a saúde da mulher
rede de atenção ao idoso
rede de atenção aos portadores de diabetes
rede de oncologia
etc
 Sistema em rede – REDES DE ATENÇÃO A SAÚDE
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
VISÃO UNIDIMENSIONAL
NIVEL SECUNDÁRIO
NIVEL PRIMÁRIO
NIVEL
TERCIÁRIO
NIVEL SECUNDÁRIO
NIVEL PRIMÁRIO
NIVEL
TERCIÁRIO
Fonte: PESS/NEPP/UNICAMP 2007
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
REDES DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Fonte: PESS/NEPP/UNICAMP 2007
Carmen Lavras
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REDES TEMÁTICAS
Fonte: PESS/NEPP/UNICAMP 2007
Carmen Lavras
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SISTEMA EM REDE
REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE
Fonte: PESS/NEPP/UNICAMP 2007
Carmen Lavras
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SISTEMA EM REDE
REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE
Fonte: PESS/NEPP/UNICAMP 2007
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
CONCEITO DE REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
PESS/NEPP/UNICAMP - 2008
“Arranjos organizativos de unidades funcionais de
atenção à saúde e de apoio diagnóstico e terapêutico
onde se desenvolvem procedimentos de diferentes
densidades tecnológicas que, integradas por meio de
sistemas logísticos,de apoio e de gestão, buscam
garantir a integralidade do cuidado” (PESS/NEPP/UNICAMP)
CONCEITO DE REDE INTEGRADA DE SERVIÇOS DE SAÚDE -
OPAS 2010
“uma rede de organizações que presta, ou faz esforços
para prestar, serviços de saúde equitativos e integrais
a uma população definida, e que está disposta a
prestar contas por seus resultados clínicos e
econômicos e pelo estado de saúde da população a
que serve” - in Redes Integradas de Servicios de Salud - SERIE La Renovación de la Atención
Primaria de Salud en las Américas nº4 – OPAS 2010
CARMEN LAVRAS
PESS/NEPP/UNICAMP
CONCEITO DE REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE - MS 2010
PORTARIA GM/MS Nº 4.279 DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010
“A Rede de Atenção à Saúde é definida como arranjos organizativos
de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas,
que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de
gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.
O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica, de ações e
serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de
qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o
desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia
clínica e sanitária; e eficiência econômica.
Caracteriza-se pela formação de relações horizontais entre os
pontos de atenção com o centro de comunicação na Atenção
Primária à Saúde (APS), pela centralidade nas necessidades em
saúde de uma população, pela responsabilização na atenção
contínua e integral, pelo cuidado multiprofissional, pelo
compartilhamento de objetivos e compromissos com os resultados
sanitários e econômicos.”
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
componentes
• PONTOS DE ATENÇÃO
• PONTOS DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO
• SISTEMAS de APOIO:
1. sistema de regulação do acesso.
2. sistema de transporte sanitário.
3. sistema apoio a informação e comunicação
4. sistema de manutenção de edificações e equipamentos de saúde
5. sistema de aquisição, armazenamento e distribuição de insumos e materiais
• SISTEMA DE GESTÃO
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
PONTOS DE ATENÇÃO
• Unidades funcionais onde se ofertam ações e serviços de saúde voltados
à atenção de grupos populacionais específicos. São exemplos de pontos
de atenção à saúde: o serviço de atendimento domiciliar terapêutico, as
unidades básicas de saúde, as unidades ambulatoriais especializadas, os
centros de apoio psicossocial, os centros cirúrgicos, o prontos-socorros,
etc. Em um mesmo “serviço de saúde” podem existir vários pontos de
atenção.
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
PONTOS DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO
• Unidades funcionais onde são ofertados serviços técnicos de apoio
diagnóstico e terapêutico, incluindo os serviços diagnósticos por
imagem; por métodos gráficos; de patologia e análises clinicas; de
assistência farmacêutica; e, de reabilitação entre outros.
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
SISTEMAS DE APOIO
Conjunto de ações e atividades de suporte à Rede de Atenção à Saúde,
que propiciam o próprio funcionamento da rede e a facilidade de acesso
dos usuários. Incluem sistemas de transporte sanitário; sistemas de
apoio a informação e comunicação; sistema de regulação do acesso;
sistema de manutenção de edificações e equipamentos de saúde; e,
sistema de aquisição, armazenamento e distribuição de insumos e
materiais
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
SISTEMAS DE GESTÃO
• Conjunto de ações e atividades organizadas especificamente
para possibilitar a governabilidade e o gerenciamento da
Rede de Atenção à Saúde, incluindo instâncias, processos e
instrumentos de gestão.
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
ORGANIZAÇÃO DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
eixos norteadores no âmbito sistêmico
 ORGANIZAÇÃO LOCO-REGIONAL
 ATENÇÃO BÁSICA SOB RESPONSABILIDADE DOS MUNICÍPIOS, ALTAMENTE
QUALIFICADA, RESOLUTIVA E ORGANIZADORA DO SISTEMA
 ATENÇÃO ESPECIALIZADA (AMBULATORIAL E HOSPITALAR) E DE URGENCIA E
EMERGENCIA, ORGANIZADAS EM FUNÇÃO DAS DEMANDAS REGIONAIS
INDEPENDENTE DAS UNIDADES PRESTADORAS ESTAREM LOCALIZADAS E SOB
GESTÃO DE UM DADO MUNICÍPIO
 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE SAÚDE PUBLICA À PARTIR DE CONSENSOS
REGIONAIS
 DIVERSIDADE DE PONTOS DE ATENÇÃO
 ORGANIZAÇÃO REGIONAL DOS PONTOS DE APOIO DIAGNÓSTICO E
TERAPÊUTICOS
 SISTEMAS DE APOIO DE CARATER REGIONAL
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ESTRUTURAS COLEGIADAS REGIONAIS
ORGANIZAÇÃO DE REDES
REGIONAIS DE ATENÇÃO A
SAÚDE
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
REGIONALIZAR PARA QUE?
1. Superar fragilidades do processo de municipalização
2. Imprimir maior racionalidade na oferta de procedimentos
especializados:
 respeitando a lógica de escala na produção desses procedimentos e
portanto evitando o desperdício de recursos;
 favorecendo o acesso;
 organizando os “fluxos reais”
 qualificando e aumentando a eficiência da atenção especializada e do
SADT
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
REGIONALIZAÇÃO DO SUS
 O processo de regionalização do SUS deve considerar
diferentes dimensões relacionadas a aspectos
demográficos, geográficos, socioculturais e econômicos,
respeitando as características de cada região.
 No processo de regionalização as redes de atenção à
saúde devem ser entendidas como elementos
constitutivos de sistemas loco-regionais de saúde, que
devem se integrar e se complementar.
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
REGIONALIZAÇÃO DO SUS
 constitui-se no eixo norteador de desenvolvimento do SUS
para a próxima década;
 é favorecida pelo Pacto de Gestão;
 deve respeitar as diversidades existentes no país
 concretiza-se através da organização de RRAS
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
PACTO DE GESTÃO
 Reafirma a Regionalização como uma diretriz do Sistema Único de Saúde.
 Não propõe nenhum desenho ou modelo padrão de Região de Saúde.
 Propõe que cada CIB estabeleça o desenho mais apropriado de dessas
regiões para garantir o acesso com qualidade às ações e serviços de saúde
respeitando as necessidades de saúde e a capacidade de oferta de
serviços de saúde existentes .
 Propõe a constituição de um espaço permanente de pactuação e co-gestão
solidária e cooperativa por meio de um Colegiado de Gestão Regional que
deve assegurar a presença de todos os gestores de saúde dos municípios
que compõem a região e da representação estadual.
Carmen Lavras
PESS/NEPP/UNICAMP
REGIONALIZAÇÃO
“processo de constituição de regiões sanitárias, nas
quais se organizam redes regionalizadas de atenção à
saúde, visando a garantir a universalidade do acesso, a
eqüidade, a integralidade e a resolubilidade das ações e
serviços de saúde.”
Estruturação de RRAS no SUS
• Imprime maior racionalidade ao sistema
• Contribui para a superação da fragmentação
• Respeita as diversidades regionais
• Envolve necessariamente, a articulação de
serviços (pontos de atenção /unidades funcionais)
sob gestão de instâncias representativas de
diferentes entes federativos.
• Favorece o acesso e a integralidade
• Constitui-se no grande desafio do SUS para a
próxima década
CARMEN LAVRAS –
PESS/NEPP/UNICAMP
A estruturação de RRAS exige intervenções em
três dimensões:
1. Sistêmica
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Redes de atenção a saúde

  • 1. Redes de Atenção à Saúde Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP
  • 2. ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A SAÚDE DO BRASILEIRO NA ATUALIDADE • Doenças características de sociedades mais desenvolvidas, coexistindo com doenças já superadas por estas sociedades (transição epidemiológica com dupla carga de doença). • Predominância de condições crônicas. • Índices expressivos de mortalidade por causas externas. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP
  • 3. Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO É um sistema segmentado, composto por três sub- sistemas: • Sistema Público - SUS • Sistema Privado Suplementar • Atividades sustentadas por pagamento direto dos cidadãos
  • 4. Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE • CRIAÇÃO RECENTE • SISTEMA EM PROCESSO DE CONSTRUÇÃO • PRINCIPIOS: UNIVERSALIDADE EQUIDADE INTEGRALIDADE • DIRETRIZES: HIERAQUIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO/ REGIONALIZAÇÂO CONTROLE SOCIAL • APRESENTA UM CONJUNTO DE AVANÇOS E DE DESAFIOS
  • 5. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE AVANÇOS OBSERVADOS • Oferta de serviços de saúde a milhões de brasileiros anteriormente excluídos do sistema. • Estruturação de rede diversificada de ações e serviços de saúde presente mesmo que de forma não uniforme, em todo o território nacional. • Grande produção de ações e serviços de saúde com contribuições significativas na melhoria do estado de saúde dos brasileiros. Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP
  • 6. Produção anual do SUS DATASUS/2009 • 11 milhões de internações hospitalares • 1,6 bilhão de procedimentos de at. Básica • 370 milhões de consultas médicas • 1,9 milhões de parto • 490 milhões de exames laboratoriais • 1,8 milhão de tomografias • 13 milhões de ultra-sonografia • 136 milhões de doses de vacina • 14 mil transplantes Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP
  • 7. O SUS RESPONDE DE FORMA ADEQUADA AS NECESSIDADES DE SAÚDE DOS BRASILEIROS NA ATUALIDADE? Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP
  • 8. QUESTIONAMENTOS • O SUS estimula o auto cuidado e garante de continuidade no atendimento aos portadores de condições crônicas? • As práticas de promoção da saúde são estimuladas? • A atenção básica está bem estruturada em todo o território nacional? • Os serviços de urgência e emergência são adequados? • Os serviços especializados e a retaguarda necessária para o diagnóstico são acessíveis? • Qual a qualidade do cuidado ofertado pelo SUS? Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP
  • 9. PRINCIPAIS FRAGILIDADES RELATIVAS AO MODELO DE ATENÇÃO NO SUS • Baixa capacidade resolutiva da atenção primária • Sobrecarga dos serviços de urgência e emergência. • Limites no acesso do paciente aos serviços ambulatoriais e hospitalares especializados. • Dificuldades na utilização do SADT • Fragilidade dos mecanismos de articulação entre as unidades funcionais do sistema MODELO FRAGMENTADO Carmen Lavras/ PESS/ NEPP/ UNICAMP
  • 10. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP SUS Embora esteja alicerçado em princípios e diretrizes próprios de um sistema integrado, constitui-se, atualmente, em um sistema fragmentado de atenção a saúde.
  • 11. SISTEMAS DE SAÚDE FRAGMENTADOS 1. Constituídos por unidades funcionais de atenção à saúde isoladas, que não se comunicam umas com as outras ou o fazem de maneira informal. 2. Serviços com lógicas de atenção diferentes, trabalhando de forma independente. 3. A oferta de atenção é realizada de forma episódica. Não são adequados para o acompanhamento contínuo dos usuários 4. Baixa valorização da atenção básica 5. Atendimento centrado no médico 6. Pouco envolvimento da família, comunidade e de outros setores públicos ou organizações da sociedade civil 7. Paciente entendido como receptor de informações Carmen Lavras/PESS/NEPP/UNICAMP
  • 12. No SUS a fragmentação extrapola o âmbito sistêmico e também está presente nos serviços de saúde e nas práticas profissionais. 1.Desorganização interna dos serviços com fragilidades na estrutura gerencial/ corpo funcional/ processos de trabalho favorecendo, inclusive, a falta de integração da equipe profissional 2.Baixa utilização de tecnologias de gestão do cuidado 3.Vários tipos de comprometimento na relação profissionais - usuários
  • 13. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP SISTEMAS DE SAÚDE INTEGRADOS • Organizam-se através de um conjunto coordenado de unidades funcionais de atenção a saúde RAS • Utilizam vários mecanismos de integração assistencial • Considera o paciente como protagonista de seu plano de cuidado • Valoriza a participação do paciente, da família, da comunidade. • Adequados para a oferta de atenção contínua e integral.
  • 14. Propostas para superação da fragmentação sistêmica Estruturação de redes de atenção a saúde Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP
  • 15. O QUE SÃO REDES?
  • 16. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP REDES • Diferentes organizações e atores vinculados entre si a partir do objetivos comuns
  • 17. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP REDES Estruturas policêntricas, envolvendo diferentes atores, organizações ou nódulos vinculados entre si a partir do estabelecimento e manutenção de objetivos comuns e de uma dinâmica gerencial compatível e adequada*. *O desafio da gestão das redes de políticas - Sonia Maria Fleury Teixeira
  • 18. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP A organização de redes na atualidade é favorecida por:  Globalização econômica alterando os processos produtivos e de gestão  Reforma do setor público imprimindo mudanças na relação estado/sociedade e favorecendo novos modelos de gestão  Desenvolvimento tecnológico na área de informação e comunicação
  • 19. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP A organização de redes de gestão apresenta como desafio o desenvolvimento de novos processos que contemplem:  Mecanismos decisórios coletivos  Novas formas de distribuição de recursos  Novas instâncias e instrumentos de negociação e de estabelecimento de consensos  Novas regras de atuação
  • 20. Utilização do conceito de rede no SUS em relação a gestão Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP
  • 21. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP REDE DE GESTÃO A conformação de redes interfederativas de gestão é inerente ao SUS desde sua criação pela Constituição de 88 Descentralização Participação do setor privado Participação social
  • 22. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP O SUS exigiu a definição de novos mecanismos e instrumentos de gestão para favorecer: Gestão tripartite Gestão por consensos Participação social Articulação entre entidades públicas/da sociedade civil/privadas
  • 23. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP MECANISMOS E INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO SUS  Conferências de Saúde  Conselhos de Saúde  Espaços de negociação e pactuação intergestores CIB/CIT  NOBs/ NOAS  PPI/PDI/PDR  Pactos pela Saúde  Etc.
  • 24. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP PACTO DE GESTÃO  Gestão compartilhada  Gestão colegiada reforça a configuração  Pactuação de  Co-financiamento rede interfederativa de  Construção de consensos gestão  Descentralização/regionalização  Negociação  Controle social
  • 25. Utilização do conceito de rede no SUS em relação a organização da atenção Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP
  • 26. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE  Rede por tipo de unidade de saúde/ nível do sistema: rede de centros de saúde rede ambulatorial rede hospitalar rede de serviços de urgência e emergência etc  Redes temáticas(organizada por agravo/risco/faixa etária/gênero): rede de atenção a saúde da mulher rede de atenção ao idoso rede de atenção aos portadores de diabetes rede de oncologia etc  Sistema em rede – REDES DE ATENÇÃO A SAÚDE
  • 27. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP VISÃO UNIDIMENSIONAL NIVEL SECUNDÁRIO NIVEL PRIMÁRIO NIVEL TERCIÁRIO NIVEL SECUNDÁRIO NIVEL PRIMÁRIO NIVEL TERCIÁRIO Fonte: PESS/NEPP/UNICAMP 2007
  • 28. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP REDES DE SERVIÇOS DE SAÚDE Fonte: PESS/NEPP/UNICAMP 2007
  • 30. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP SISTEMA EM REDE REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE Fonte: PESS/NEPP/UNICAMP 2007
  • 31. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP SISTEMA EM REDE REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE Fonte: PESS/NEPP/UNICAMP 2007
  • 32. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP CONCEITO DE REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE PESS/NEPP/UNICAMP - 2008 “Arranjos organizativos de unidades funcionais de atenção à saúde e de apoio diagnóstico e terapêutico onde se desenvolvem procedimentos de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas logísticos,de apoio e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado” (PESS/NEPP/UNICAMP)
  • 33. CONCEITO DE REDE INTEGRADA DE SERVIÇOS DE SAÚDE - OPAS 2010 “uma rede de organizações que presta, ou faz esforços para prestar, serviços de saúde equitativos e integrais a uma população definida, e que está disposta a prestar contas por seus resultados clínicos e econômicos e pelo estado de saúde da população a que serve” - in Redes Integradas de Servicios de Salud - SERIE La Renovación de la Atención Primaria de Salud en las Américas nº4 – OPAS 2010 CARMEN LAVRAS PESS/NEPP/UNICAMP
  • 34. CONCEITO DE REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE - MS 2010 PORTARIA GM/MS Nº 4.279 DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010 “A Rede de Atenção à Saúde é definida como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência econômica. Caracteriza-se pela formação de relações horizontais entre os pontos de atenção com o centro de comunicação na Atenção Primária à Saúde (APS), pela centralidade nas necessidades em saúde de uma população, pela responsabilização na atenção contínua e integral, pelo cuidado multiprofissional, pelo compartilhamento de objetivos e compromissos com os resultados sanitários e econômicos.”
  • 35. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE componentes • PONTOS DE ATENÇÃO • PONTOS DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO • SISTEMAS de APOIO: 1. sistema de regulação do acesso. 2. sistema de transporte sanitário. 3. sistema apoio a informação e comunicação 4. sistema de manutenção de edificações e equipamentos de saúde 5. sistema de aquisição, armazenamento e distribuição de insumos e materiais • SISTEMA DE GESTÃO
  • 36. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP PONTOS DE ATENÇÃO • Unidades funcionais onde se ofertam ações e serviços de saúde voltados à atenção de grupos populacionais específicos. São exemplos de pontos de atenção à saúde: o serviço de atendimento domiciliar terapêutico, as unidades básicas de saúde, as unidades ambulatoriais especializadas, os centros de apoio psicossocial, os centros cirúrgicos, o prontos-socorros, etc. Em um mesmo “serviço de saúde” podem existir vários pontos de atenção.
  • 37. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP PONTOS DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO • Unidades funcionais onde são ofertados serviços técnicos de apoio diagnóstico e terapêutico, incluindo os serviços diagnósticos por imagem; por métodos gráficos; de patologia e análises clinicas; de assistência farmacêutica; e, de reabilitação entre outros.
  • 38. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP SISTEMAS DE APOIO Conjunto de ações e atividades de suporte à Rede de Atenção à Saúde, que propiciam o próprio funcionamento da rede e a facilidade de acesso dos usuários. Incluem sistemas de transporte sanitário; sistemas de apoio a informação e comunicação; sistema de regulação do acesso; sistema de manutenção de edificações e equipamentos de saúde; e, sistema de aquisição, armazenamento e distribuição de insumos e materiais
  • 39. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP SISTEMAS DE GESTÃO • Conjunto de ações e atividades organizadas especificamente para possibilitar a governabilidade e o gerenciamento da Rede de Atenção à Saúde, incluindo instâncias, processos e instrumentos de gestão.
  • 40. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP ORGANIZAÇÃO DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE eixos norteadores no âmbito sistêmico  ORGANIZAÇÃO LOCO-REGIONAL  ATENÇÃO BÁSICA SOB RESPONSABILIDADE DOS MUNICÍPIOS, ALTAMENTE QUALIFICADA, RESOLUTIVA E ORGANIZADORA DO SISTEMA  ATENÇÃO ESPECIALIZADA (AMBULATORIAL E HOSPITALAR) E DE URGENCIA E EMERGENCIA, ORGANIZADAS EM FUNÇÃO DAS DEMANDAS REGIONAIS INDEPENDENTE DAS UNIDADES PRESTADORAS ESTAREM LOCALIZADAS E SOB GESTÃO DE UM DADO MUNICÍPIO  ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE SAÚDE PUBLICA À PARTIR DE CONSENSOS REGIONAIS  DIVERSIDADE DE PONTOS DE ATENÇÃO  ORGANIZAÇÃO REGIONAL DOS PONTOS DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICOS  SISTEMAS DE APOIO DE CARATER REGIONAL  SISTEMA DE GOVERNANÇA REGIONAL QUE RESPEITE A AUTONOMIA DOS ENTES FEDERATIVOS: CONSTRUÇÃO E PACTUAÇÃO DE CONSENSOS ESTRUTURAS COLEGIADAS REGIONAIS
  • 41. ORGANIZAÇÃO DE REDES REGIONAIS DE ATENÇÃO A SAÚDE Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP
  • 42. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP REGIONALIZAR PARA QUE? 1. Superar fragilidades do processo de municipalização 2. Imprimir maior racionalidade na oferta de procedimentos especializados:  respeitando a lógica de escala na produção desses procedimentos e portanto evitando o desperdício de recursos;  favorecendo o acesso;  organizando os “fluxos reais”  qualificando e aumentando a eficiência da atenção especializada e do SADT
  • 43. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP REGIONALIZAÇÃO DO SUS  O processo de regionalização do SUS deve considerar diferentes dimensões relacionadas a aspectos demográficos, geográficos, socioculturais e econômicos, respeitando as características de cada região.  No processo de regionalização as redes de atenção à saúde devem ser entendidas como elementos constitutivos de sistemas loco-regionais de saúde, que devem se integrar e se complementar.
  • 44. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP REGIONALIZAÇÃO DO SUS  constitui-se no eixo norteador de desenvolvimento do SUS para a próxima década;  é favorecida pelo Pacto de Gestão;  deve respeitar as diversidades existentes no país  concretiza-se através da organização de RRAS
  • 45. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP PACTO DE GESTÃO  Reafirma a Regionalização como uma diretriz do Sistema Único de Saúde.  Não propõe nenhum desenho ou modelo padrão de Região de Saúde.  Propõe que cada CIB estabeleça o desenho mais apropriado de dessas regiões para garantir o acesso com qualidade às ações e serviços de saúde respeitando as necessidades de saúde e a capacidade de oferta de serviços de saúde existentes .  Propõe a constituição de um espaço permanente de pactuação e co-gestão solidária e cooperativa por meio de um Colegiado de Gestão Regional que deve assegurar a presença de todos os gestores de saúde dos municípios que compõem a região e da representação estadual.
  • 46. Carmen Lavras PESS/NEPP/UNICAMP REGIONALIZAÇÃO “processo de constituição de regiões sanitárias, nas quais se organizam redes regionalizadas de atenção à saúde, visando a garantir a universalidade do acesso, a eqüidade, a integralidade e a resolubilidade das ações e serviços de saúde.”
  • 47. Estruturação de RRAS no SUS • Imprime maior racionalidade ao sistema • Contribui para a superação da fragmentação • Respeita as diversidades regionais • Envolve necessariamente, a articulação de serviços (pontos de atenção /unidades funcionais) sob gestão de instâncias representativas de diferentes entes federativos. • Favorece o acesso e a integralidade • Constitui-se no grande desafio do SUS para a próxima década CARMEN LAVRAS – PESS/NEPP/UNICAMP
  • 48. A estruturação de RRAS exige intervenções em três dimensões: 1. Sistêmica 2. Serviços de saúde 3. Práticas profissionais.