5. OCUPAÇÃO KAINGANG NO NORTE
DO PARANÁ
O povo Kaingang acredita que sua origem está ligada
diretamente com a terra. Quando suas crianças
nascem seus umbigos são enterrados na terra e por
isso se consideram parte dela. Estão ligados desde o
nascimento até à morte a ela.
Durante o processo de colonização no norte do Paraná
viviam comunidades indígenas Xetá, Guaranis e
Kaingang.
6. INTERESSES NA COLONIZAÇÃO DO
NORTE DO PARANÁ
No início do séc XX, por meio da Companhia de Terras
do Norte do Paraná, houve uma rápida expansão na
colonização dessa região.
A Companhia de Terras do Norte do Paraná, comprou
terras localizadas na região entre os rios Tibagi, Ivaí e
Paranapanema, tendo como objetivo os lucros
exorbitantes com a comercialização desses terrenos.
Com o passar dos anos vilas e cidades foram
crescendo por toda a região norte do Paraná.
Acelerando a ocupação das terras Kaingang.
8. A QUÍMICA E A COLONIZAÇÃO
No séc XVII, houve a descoberta de metais preciosos
no Tibagi, como ouro e diamante.
9. PROPRIEDADES QUÍMICAS DO
O diamante é uma forma alotrópica do carbono.
São criados a partir de condições de extremo
calor e pressão, sendo o material mais
duro de ocorrência
natural na natureza.
O diamante só pode
Ser riscado por outro
diamante.
10. PROPRIEDADES QUÍMICAS DO OURO
O ouro (Au) faz parte dos metais de transição, sendo
um metal sólido em temperatura ambiente, dúctil,
maleável, de cor amarela, denso e brilhante.
Hoje em dia o ouro é
largamente utilizado pela
indústria eletrônica,
como condutor de
eletricidade em
produtos de alto valor
agregado como celulares
e computadores.
27. MORADIA
As casas, em uma aldeia Kaingang,
costumam estar espalhadas pelo território,
dispostas mais ou menos de acordo com a
proximidade das roças de cada família, e formando
núcleos geralmente em torno de um “tronco” velho, ou
seja, um chefe de grande família.
No entanto, alguém que visite hoje, por primeira vez,
uma área Kaingang, estranhará a disposição das casas na
forma de arruamentos e pequenas vilas.
Em alguns casos essas aldeias lhe parecerão
semelhantes a vilas de comunidades brasileiras.
32. MEDICINA
Introdução: No Brasil do século XVI os indígenas
acreditavam que as doenças eram causadas por vontade
de algum ser sobrenatural, ação dos astros, agentes
climáticos, força de uma praga ou castigo.
33. FONTES DE MATÉRIA PRIMA
Todos os remédios são retirados de meios naturais.
São geralmente ervas naturais, raízes, folhas entre
outros porém todos de alguma forma abençoados pelos
deuses desse povo e aplicados com muita fé no poder
da cura.
34. ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS
Copaíba (Copaifera officinalis),
Parte Utilizada: Resina extraída do caule e óleo.
Composição química: A porção resinosa (55 – 60%)
possui ácido copaíbico, ésteres e resinóides.
Utilização: cicatrizante,ferimentos , dermatoses ,
diurética.
35. ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS
Jurubeba (Solanum panicyulatum, Solanum
fastigiatum)
Parte utilizada: folhas, os frutos verdes e as
raízes.
Composição química:
alcalóides, gluco-alcalóides,
ácido clorogênico,
Saponinas e resinas.
Utilização: hepáticas,
fébre,
estimulante das funções
digestivas, do fígado, etc.
36. ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS
Barbatimão (stryphnodendron barbatiman).
Parte utilizada: Casca ou
Entrecasca do tronco.
Composição química:
Substâncias tânicas
(20 a 30%) ,Açúcar solúvel ,
Mucilagens e Flavonóides.
Utilização: diarréias e
disenterias, Gonorréia,
gastrite, Úlceras do estômago.
37. ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS
Tansagem (Plantago major, Plantago lanceolata)
Parte utilizada: usam-se tanto as folhas
quanto as raízes.
Composição química:
Ac. Silícico, taninos,
Ac. Orgânicos,etc.
Utilização:dores de
Estomago e bexiga ,
inflamações da boca
e gengivas, aftas,etc.
38. ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS
Arruda (Ruta graveolens).
Parte utilizada: Toda a planta.
Composição química:
glicosídeos, lactonas
aromáticas, alcalóides,
flavonóides, etc.
Utilização:
cólicas menstruais,
piolhos e lêndeas,
verminoses, dores
de ouvido, varizes e
flebite, combate da
calvície, asma brônquica, pneumonia, etc.
78. RITUAL DO KIKI
O que é o kiki ?
o 0 Kiki e uma festa anual que é realizada a pedido de
um parente do falecido, onde todos participam
exibindo pintura corporal ,rezando , cantando e
dançando .
o Neste ritual as crianças são pintadas pela primeira vez
com desenhos circulares ou alongadas, identificando-se
desta forma com a metade kamé e kairu.
80. Como ocorre o Ritual dos
Kaingangs?
o O ritual é marcado pela
presença dos rezadores
da aldeia .
o O objetivo do ritual é
romper os laços entre os
vivos e os fantasmas.
o São acendidos 3 fogos , onde o
primeiro fogo ocorre nos 2 meses
antes da realização do terceiro
fogo e o ultimo fogo.
81. Como é feito o Kiki ?
o Para ser preparada a bebida os kaingang derrubam
um pinheiro (araucária).
o Constroem um cocho que servirá de recipiente, onde
será consumida no final do ritual.
o Adicionam(cerca de 70 litros de mel e 250 litros de
água).
87. Canção que os Kaingangs
contam ao fazer o ritual
“ Cagmá, iengrê, oanan eiõ ohó ia, engô que tin, in
fimbré, ixan ióngóngue, ianá que nó ó caicá, katô nô
ó eká maingvé”
Tradução
“Passe com cuidado a ponte. Viva bem com os outros;
assim como eles vivem bem, você também pode
viver. La você ha de ver muita coisa que já viu aqui
em minha terra, assim como o gavião. Teus
parentes hão de vir te encontrar na ponte e te
levarão com eles para a tua morada.”
89. PINTURA DOS KAINGANGS
Os índios utilizam a pintura corporal como meio de
expressão ligado aos diversos manifestos culturais de
sua sociedade.
As tintas são feitas do
urucum que tem a sua
coloração vermelha ,
o carvão mineral que tem
a coloração preta
e o genipapo que apresenta
uma coloração azul marinho .
91. O urucum é utilizado tradicionalmente pelos índios, como
fonte de matéria prima para tinturas vermelhas, usada
para os mais diversos fins, entre eles, protetor solar e
contra picadas de insetos
Urucum que possui como principal ativo o corante bixina,
um composto de 24 carbonos, contendo ácido carboxílico
e éster metílico nas extremidades.
Molécula da Bixina
URUCUM
92. As sementes do urucu contêm celulose (40 a 45%),
açúcares (3,5 a 5,2%), óleo essencial (0,3% a 0,9%),
óleo fixo (3%), pigmentos (4,5 a 5,5%), proteínas (13 a
16%), alfa e beta-carotenos e outros constituintes.
Para informação nutricional, 100 g de semente de
urucum contêm:
Cálcio 7,00 mg
Ferro 0,80 mg
Fósforo 10,00 mg
Vitamina A 15,00 mg
Vitamina B2 0,05 mg
Vitamina B3 0,03 mg
Vitamina C 2,00 mg
URUCUM
102. CARVÃO VEGETAL
É uma substância de
cor negra obtida pela
carbonização da
madeira ou lenha.
Muito utilizado como
combustível para
aquecedores, lareiras,
churrasqueiras e
fogões a lenha.
104. JENIPAPO
Jenipapo é o fruto do jenipapeiro
(Genipa americana), uma árvore
que chega a vinte metros de
altura e é da família Rubiaceae,
a mesma do café.
No Brasil, encontramos pés de jenipapo nativos na
Amazônia e na mata atlântica, principalmente em matas
mais úmidas, ou próximo a rios.
A coloração azul-escura formada deve-se ao contacto
da genipina contida nos frutos verdes com as proteínas
da pele, sob ação do oxigênio atmosférico.
105.
106. Referências Bibliográficas
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Reserva Indígena de Serrinha/RS. Dissertação de Mestrado do Curso de
Geografia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008.
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vida moderna e o meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. 922p.
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do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2001.
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• FERRAZO, C. Juliana: Fabricação de Artesanatos na Aldeia Kaingang
Capizal/RS. Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação Tecnológico em
Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural. Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, 2011.
• D’ANGELIS, W. R; VEIGA, J. Habitação e Acampamentos Kaingangs hoje e
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Sul.
• MOTA, Lúcio Tadeu. As Guerras dos índios Kaingang: a história épica dos
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107. • NÖTZOLD, A. L. V. A trajetoria da implantacio do ensino diferenciado:o
caso Kainging do Xapecozinho. VIII Encontro Estadual deHistoria - ANPUH.
Historia: experiéncias e desafios:. Florianopolis,28 a 31 de agosto de 2000.
• NÖTZOLD, A. L. V. Olhar, Escutar e Trançar: O Artesanato Kaingang de
cada dia. IV Encontro Regional Sul de História Oral, Cultura, Identidade e
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• Site Enciclopédia dos Povos Indígenas no Brasil - Instituto Socioambiental.
Disponível em: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/kaingang/print. Acesso
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