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DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO
JAÇANÃ / TREMEMBÉ
Centro Integrado de Educação de Jovens e
AdultosCIEJA Santana/Tucuruvi
Projeto Político
Pedagógico2024
2
ÍNDICE
1. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE.......................................................................................... 3
2. PREFÁCIO .......................................................................................................................... 4
3. REGIME DE FUNCIONAMENTO ......................................................................................... 5
3.1. NÍVEIS DE ENSINO ............................................................................................................. 7
3.2 MATRIZ CURRICULAR .........................................................................................................15
I – ESTUDO DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE
a) ESTUDANTES DO CIEJA E SEU PERFIL..................................................................... 16
b) PROFISSIONAIS DO CIEJA E SEU PERFIL................................................................ .30
c) QUADRO DE PROFISSIONAIS DO CIEJA .....................................................................34
d) EQUIPAMENTOS DE SAÚDE, ESPORTE, LAZER E CULTURA DO ENTORNO ..........36
e) ESTRATÉGIAS DE ATENDIMENTO AOS EDUCANDO C/ DEFICIÊNCIA,
TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO E ALTAS HABILIDADES E
SUPERDOTAÇÃO .......................................................................................................... 37
II - PROPOSTA CURRICULAR ................................................................................................... 54
f) Avaliações Internas e Externas...................................................................................... 54
g) Metas de Aprendizagem .................................................................................................55
h) Prioridades e Objetivos Educacionais ............................................................................ 55
i) Normas de Convívio e Mediando Conflitos: Vivendo e Convivendo................................ 56
j) Articulações locais com o Equipamentos Sociais ...........................................................57
k) Estratégias de atendimento aos educando com deficiência, TGD e Altas
Habilidades/Superdotação .............................................................................................57
l) Plano de Gestão ............................................................................................................ 63
m) Plano de implementação da Proposta Curricular e Currículo da Cidade........................ 65
n) Projetos de ação para as Atividades Curriculares desenvolvidas no Cotraturno Escolar...... 67
3
E-mail: ciejasantanatucuruvi@sme.prefeitura.sp.gov.br
Blog: http://ciejasantanatucuruvi.blogspot.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/ciejasantanatucuruvioficial/
CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CIEJA SANTANA/ TUCURUVI
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2024
1. Identificação da Unidade
Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – CIEJA Santana/Tucuruvi
Diretoria Regional de Educação Jaçanã / Tremembé
Rua Cel. João da Silva Feijó, 34 – Parque do Mandaqui.
CEP: 02422-018
Fone: 2233-2170 / 2233-0025
FORMAS DE CONTATO ON-LINE
DECRETO DE CRIAÇÃO: 38.817 de 16 de Dezembro de 1999.
DECRETO DE FUNCIONAMENTO: 53.676 de 28 de Dezembro de 2012.
Parecer do C.M.E.: 10/2002 de 07/11/2002.
4
2. Prefácio
Projeto Político Pedagógico (PPP) - o que traduz esse nome? Pensamos ser um
esforço coletivo de planejamento e ações concretas para o alcance de metas de
aprendizagem e desenvolvimento que trilharão nosso percurso durante todo o ano de
2024. Muito já caminhamos e construímos nesse trajeto, porém como escola é
movimento e plural, nosso Projeto necessariamente deve acompanhar essa dinâmica,
sendo flexível e cumprindo a sua função que é dar vida ao que acontece na escola. Ao
fazermos referência à Projeto projetamos aprendizagens, experiências que possam ser
significativas e aonde queremos chegar.
Escrever o PPP de forma coletiva é um movimento Político ao considerarmos a
escola como espaço de construção de saberes, formando cidadãos conscientes, que
atuam na sociedade, provocando mudanças, alterando os rumos de nossa história, além
de caracterizar uma ação coletiva, lembrando que o “eu” deva ser substituído pelo “nós”.
É também Pedagógico porque nos conduz, trazendo propostas, atividades,
projetos educativos e propositivas pedagógicas contemporâneas que agreguem a
aprendizagem.
Por essa razão é tão importante a participação de todos nesse percurso garantindo
a riqueza da pluralidade presente no CIEJA e ao mesmo tempo considerando a
singularidade da nossa realidade.
Tudo isso, revela a identidade do CIEJA Santana/ Tucuruvi, nossas concepções
estão explicitadas no nosso fazer e agir, envolvendo desde o atendimento que se faz na
entrada da escola, aos cartazes informativos espalhados pelos corredores, na relação
entre os estudantes e professores, funcionários e equipe gestora, bem como até o
trabalho desenvolvido em sala de aula. Atendendo jovens, adultos e idosos, pessoas com
e sem deficiência é uma marca do trabalho do CIEJA, contemplando as mais diversas
histórias de vida e apostando em uma educação que considera essa diversidade.
O PPP é um documento escrito com a participação de todos, podendo ser
repensado a cada momento do nosso percurso, por isso que é tão importante que ele
NÃO SEJA UM DOCUMENTO ENGESSADO, INFLEXÍVEL.
Convidamos a todos a mergulharem conosco nesse processo, a lerem o nosso
PPP e conhecerem nossas ideias, projetos, concepções que delinearão nosso ano letivo
de 2024.
5
3. Regime de Funcionamento
Para ingressar no CIEJA é necessário realizar um cadastro em nosso blog:
http://ciejasantanatucuruvi.blogspot.com.br/, de qualquer lugar que você esteja e tenha
um acesso à internet ou caso encontre alguma dificuldade, basta nos procurar com
comprovante de escolaridade e comprovante de endereço que os funcionários da
secretaria realizarão o seu cadastro. A secretaria do CIEJA receberá sua inscrição com
seus dados e entrará na lista organizada automaticamente por ordem de recebimento,
assim que surgir a vaga no Módulo e horário de sua escolha, a secretaria da nossa
Unidade entrará em contato para a efetivação da matrícula.
A seguir, montamos um passo a passo para a realização do cadastro:
Para aqueles que não têm comprovante de escolaridade, aplicamos uma Prova
de Classificação, validando como um documento oficial para o seu acesso à escola.
Essa prova foi construída pensando naqueles que estão há muito tempo afastados da
6
escola, mas que por se tratarem de pessoas com historicidade e grandes vivências,
poderão realizá-la. Dividimos a prova em 2 etapas: um preenchimento de ficha inicial
com dados elementares como nome, telefone, endereço e porque o estudante decidiu
retomar seus estudos; e na sequência, se o candidato realizar de forma tranquila essa
etapa, passamos para a etapa seguinte que compreende situações problema,
interpretação de texto, articulação de informações com o cotidiano e produção textual,
envolvendo todas as áreas do conhecimento.
É importante registrarmos que nossa Prova de Classificação foi construída
retratando a realidade em que vivemos, situações de desigualdades, a luta dos
trabalhadores formais e informais e apresentamos Carolina Maria de Jesus, muitas
vezes esquecida em nossa literatura.
Muitos são os estudantes que nos procuram para a realização da Prova de
Classificação, dentre muitas histórias, ressaltamos que muitos estudantes se
identificam no momento em que realizam a prova, sentindo forte identificação com a
história de vida da Carolina Maria de Jesus. Muitos conseguem aproximar os
exercícios à sua realidade.
Acreditamos que a Prova de Classificação, para muitos, é uma porta de
entrada e é de extrema importância que os estudantes se sintam representados e que
a prova, não seja encarada como uma barreira.
É importante também lembrarmos que dentro dessa diversidade há estudantes
que mesmo há muito tempo fora da escola, trazem seus conhecimentos acumulados
conseguindo transpor para a aprendizagem formal. Dessa forma, respeitamos o
direito de que ele dê continuidade aos seus estudos, avançando inclusive de módulo.
A partir de um olhar apurado dos professores, ou até mesmo pela manifestação do
próprio estudante, garantirmos o direito da realização da Prova de Reclassificação.
Essa prova é construída com o conteúdo anual, compreendendo todas as áreas do
conhecimento, do Módulo em que ele está cursando. Há questões de múltipla escolha,
dissertativas e produção textual. Após correção e análise da Comissão de
Reclassificação, a partir de critérios pré-estabelecidos o estudante é considerado
Reclassificado para o próximo Módulo ou Não Reclassificado, permanecendo assim no
Módulo em que se encontra.
7
O CIEJA Santana/Tucuruvi atende jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem
deficiência na modalidade EJA. Somos uma escola regular da Prefeitura de São Paulo
organizada em módulos (etapas) anuais sequenciais e progressivas que compreende o
Ensino Fundamental. Atende maiores de 15 anos de idade, nos períodos diurno e
noturno, em grupos de classe com até 20 (vinte) estudantes, de segunda à sexta-feira
no período das 7h30 às 22h15, de fevereiro a dezembro com no mínimo 200 dias letivos
de encontros diários de 2h15min, e com complementação de carga horária com
atividades de efetivo trabalho pedagógico extraclasse.
A seguir trazemos o número de vagas oferecidas e nosso quadro atual:
3.1 Níveis de ensino:
Módulo I Modulo II
Compreende o 1o, 2o e 3º ano do
Ciclo I – Ensino Fundamental.
Compreende o 4o e 5º ano do
Ciclo I – Ensino Fundamental
Módulo III Módulo IV
Compreende o 6o e 7o ano do Ciclo II
do Ensino Fundamental.
Compreende o 8o. e 9o. ano do
Ciclo II – Ensino Fundamental.
Os componentes curriculares contemplam as áreas de conhecimento:
 Linguagens e Códigos – (Língua Portuguesa, Inglês)
 Ciências da Natureza e Matemática – (Ciências e Matemática)
 Ciências Humanas – (História e Geografia)
 Informática,
 Arte,
 Educação Física. (vide Matriz Curricular abaixo).
VAGAS OFERECIDAS 340 VAGAS
NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS 250 ALUNOS
ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA 27 ALUNOS
ESTUDANTES MENORES 45 ALUNOS
Prefeitura do Município de São Paulo
Secretaria Municipal de Educação
Diretoria Regional de Educação “Jaçanã / Tremembé”
Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – CIEJA “Santana / Tucuruvi”
Matriz Curricular
Organização Curricular Ciclo I Ciclo II
Total da
Carga
Horária
Base
Nacional
Comum
Áreas do
Conhecimento
Componente
Curricular
Módulo I – Alfabetização Módulo II – Básico
Módulo III –
Complementar
Módulo IV - Final
Em
Classe
h/a
Extra
Classe
Total
de
horas
Em
Classe
h/a
Extra
Classe
Total
de
horas
Em
Classe
h/a
Extra
Classe
Total
de
horas
Em
Classe
h/a
Extra
Classe
Total
de
horas
Matemática Matemática 3 2 150h 3 2 150h 2 2 120h 2 2 120h 540h
Ciências da Natureza Ciências 2 1 90h 2 1 90h 2 1 90h 2 1 90h 360h
Ciências Humanas
História 2
2 180h
2
2 180h
2
2 180h
2
2 180h 720h
Geografia 2 2 2 2
Linguagens e Códigos
Língua
Portuguesa
3
4 300h
3
4 300h
3
4 300h
3
4 300h 1200h
Arte 1 1 1 1
Educação
Física*
2 2 2 2
Total da Base Nacional Comum 15 9 720h 15 9 720h 14 9 690h 14 9 690h 2820h
Parte
Diversificada
Língua Estrangeira
Moderna
Inglês** - - - - - 1 - 30h 1 - 30h 60h
Informática 2 - 60h 2 - 60h 2 - 60h 2 - 60h 240h
Total da Parte Diversificada 2 - 60h 2 - 60h 3 - 90h 3 - 90h 300h
Total da Carga Horária 17 9 26 17 9 26 17 9 26 17 9 26
780h 780h 780h 780h 3.120h
Carga horária total do curso para cada módulo: 780h + 50h (socialização)= 830h x 4 módulos 3.320h
Componentes curriculares tratados de forma interdisciplinar
*Aulas fora do horário de funcionamento do turno
**Desenvolvido integrado à Área de Linguagens e Códigos
Atividades Complementares
Módulos I e II Módulos III e IV
Nº de horas-aula Carga Horária Nº de horas-aula Carga Horária
Itinerários Formativos Informática (Qualificação Profissional) 2 60h 2 60h
Oficinas de Estudos Projetos / Recuperação / Reposição 3 90h 3 90h
Total 5 150h 5 150h
Total Geral – 150h x 4 módulos = 600h
*Atividades optativas de acordo com o Projeto Político-Pedagógico do CIEJA
15
9
I – Estudo diagnóstico da comunidade
a) Estudantes do CIEJA e seu perfil:
No último ano fizemos uma atualização do perfil socioeconômico cultural dos nossos
estudantes. Tais dados tem por objetivo repensarmos nossa prática e delinearmos novas
possibilidades.
A seguir, apresentamos um recorte dessa pesquisa e algumas propositivas
pensadas a partir da mesma.
Acreditamos que as razões que levam as pessoas a retornarem aos estudos são as
mais diversas, motivados por questões profissionais, sociais, pessoais, etc. De acordo com o
gráfico a seguir, indica que 31,3% possuem ânsia de aprender a ler e escrever. É importante
ressaltarmos que esse dado é relevante para o nosso trabalho, uma vez que há alunos que
serão matriculados nos mais diversos módulos, a partir de uma documentação escolar
apresentada, porém, nem todos possuem o domínio da leitura e escrita. Se assim o é, no
CIEJA temos que ir a busca de garantirmos esse direito com ações que viabilizem e efetivem
o atendimento dessa necessidade.
Uma de nossas ações é a de termos Oficinas que corroboram com o
desenvolvimento de nossos estudantes, uma delas é o FORTALECIMENTO DAS
APRENDIZAGENS DE LEITURA E ESCRITA NA EJA da professora Marta dos Santos.
Compreendendo a alfabetização e o letramento como forma de expressão, interpretação e
participação social, no exercício da cidadania plena e sabendo da diversidade do perfil dos
nossos educandos, por mais eficaz que seja o planejamento de aulas, a atenção
individualizada é fundamental diante da demanda apresentada em nossa escola, ampliando a
10
leitura de mundo do jovem e do adulto possibilitando a sua formação integral, por meio da
aquisição de conhecimentos, valores e habilidades para leitura, escrita e oralidade. Desse
modo, a Oficina visa contribuir com o fortalecimento das aprendizagens de leitura e escrita
dos estudantes com vistas à redução da defasagem e da evasão escolar.
Outra oficina disponível para nossos estudantes é o de: LEITURA, ESCRITA,
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE TEXTOS E DOCUMENTOS do professor Douglas
Dubinskas. Tendo em vista as dificuldades de leitura e escrita dos estudantes, optou-se pela
realização de uma oficina que oportunize momentos de contato com obras literárias, textos
jornalísticos, documentos históricos e etc. O projeto visa oferecer para os estudantes um
espaço e momentos, no contraturno, para que os mesmos possam desenvolver as
competências leitora e escritora, mas que possam compartilhar as experiências, externar
impressões e realizar discussões.
Além disso, tendo em vista as especificidades e a pluralidade do perfil dos
estudantes do CIEJA, que atende jovens, adultos, idosos, pessoas com deficiência, entre
outros, urge problematizar e reelaborar de forma contínua as práticas pedagógicas
desenvolvidas nesse segmento dialogando com o Currículo da Cidade. Esse público, muitas
vezes, apresenta múltiplas e diversas dificuldades de aprendizagem e convive no mesmo
ambiente de ensino e socialização. Partindo da observação atenta e minuciosa do perfil dos
alunos da EJA, das suas demandas sociais e expectativas de vida, considerando as
especificidades de cada área de conhecimento e a atuação interdisciplinar, os professores
podem repensar a importância dos conteúdos curriculares e a maneira de abordá-los por meio
do nosso PEA (Projeto Especial de Ação) “DA TEORIA À PRÁTICA DA LEITURA”.
Levando em conta o tema central da SME, que tem como foco a Leitura Literária,
nosso PEA (Projeto Especial de Ação) deste ano será o de desenvolver um projeto pautado
na elaboração de propostas curriculares e pedagógicas voltadas para o desenvolvimento e
para o aprimoramento da leitura. A partir do estudo teórico, podemos desenvolver práticas de
leitura a fim de instrumentalizar o estudante a ir além da decodificação de um texto,
apropriando-se do seu conteúdo de forma mais aprofundada, e tornando-se capaz de uma
melhor compreensão, reflexão e engajamento com o mundo. Assim, a teoria pode alimentar a
prática, enquanto esta deve servir de experiência para repensar a própria práxis.
Problematizar, recriar e adequar práticas pedagógicas é uma urgência para a
melhoria da qualidade do ensino no CIEJA, preparando os jovens e adultos para uma atuação
social e política mais autônoma, consciente e cidadã. Ações pedagógicas significativas devem
partir da reflexão e construção coletiva com participação de todos da comunidade
11
escolar.
Além disso, aprender a ler é fundamental para adquirir conhecimento, se comunicar
de forma eficaz, compreender o mundo ao nosso redor e participar ativamente na sociedade.
A leitura nos permite acessar informações, aprender sobre diferentes assuntos, expandir
nossa visão de mundo e desenvolver habilidades críticas e analíticas. A leitura é essencial
para o desenvolvimento pessoal e profissional, pois nos ajuda a compreender instruções,
aprender novas habilidades e acompanhar as constantes mudanças no mundo.
Perguntamos também aos nossos estudantes, há quanto tempo estavam afastados
da escola e 41,3% responderam que estavam sem estudar há mais de 10 anos. Para nós do
CIEJA isso nos desafia a acolhê-los de maneira apropriada, receptiva e respeitosa, que
considere suas histórias, seus saberes e suas singularidades. Para, além disso, é também
evidente as dificuldades que encontramos ao propormos linguagens diferenciadas para a
aprendizagem, ao que muitas vezes, boa parte deles, se mostram resistentes a essa nova
forma de educar e aprender. Buscamos um trabalho voltado para o diálogo e repertoriá-los
por meio de múltiplas linguagens, mas ouvimos com frequência o questionamento que só se
aprende com métodos tradicionais fazendo um resgate da escola em que viveram. Ampliar
seu repertório cultural e apresentar outras formas de aprender é também nosso papel. Nesse
sentido, o papel da escola é crucial e multifacetado, e pode ser resumido em várias funções
importantes.
Diante disso, o papel da escola na EJA é o de oferecer oportunidades educacionais
para pessoas que não puderam frequentar a escola por questões diversas. A escola na EJA
desempenha um papel fundamental ao garantir que pessoas de todas as idades tenham
acesso à educação formal, independentemente de sua situação anterior de estudo.
Além disso, deve oferecer um ambiente de aprendizagem que seja relevante e
significativo para os estudantes, levando em consideração suas experiências de vida,
conhecimentos prévios e necessidades específicas. A escola deve ajudar os estudantes a
adquirir as habilidades básicas de leitura, escrita e cálculo, além de promover o
desenvolvimento de competências socioemocionais que sejam relevantes para sua inserção
no mercado de trabalho e na sociedade. Deve também promover a reflexão crítica sobre
questões sociais, políticas, culturais e econômicas, capacitando os estudantes a analisarem e
compreender o mundo ao seu redor de maneira crítica em vistas ao desenvolvimento da
cidadania.
Outro aspecto importante é a valorização da diversidade cultural, étnica, social e de
12
gênero, promovendo o respeito pela pluralidade de experiências e identidades presentes na
sala de aula.
A escola na EJA deve oferecer apoio e orientação aos estudantes ajudando-os a
superar possíveis dificuldades de aprendizagem, conciliando os estudos com outras
responsabilidades e planejando seus projetos educacionais e profissionais.
Considerar os anseios do público da EJA e a necessidade da garantia dos seus
direitos é termos uma olhar de que muitos estudantes do CIEJA buscam oportunidades para
completar sua educação básica e adquirir habilidades necessárias para uma vida pessoal e
profissional melhores. Buscam compreender operações matemáticas e melhorar ou adquirir
habilidades de leitura e escrita para a compreensão do mundo. Além disso, muitos estudantes
adultos têm compromissos familiares, profissionais e pessoais que podem dificultar sua
participação em programas educacionais tradicionais. Portanto, a flexibilidade de horários e o
número reduzido de estudantes por sala, oferecida pelo CIEJA é crucial para atender às
necessidades desse público.
Os estudantes do EJA muitas vezes enfrentam desafios e preconceitos devido à
sua condição de estudantes adultos. Assim, o reconhecimento e a valorização de seus
esforços e conquistas são importantes para motivá-los e fortalecer sua autoestima.
Alguns estudantes do CIEJA podem enfrentar dificuldades de aprendizagem ou
problemas pessoais que afetam seu desempenho escolar. Portanto, o apoio pedagógico e
emocional oferecido pela equipe do CIEJA é fundamental para ajudá-los a superar esses
desafios. Para garantir os direitos e atender aos anseios do nosso público devemos oferecer
uma educação inclusiva e de qualidade.
É importante promover ações de sensibilização e combate ao preconceito dentro e
fora da escola, visando garantir um ambiente acolhedor e respeitoso para todos os
estudantes.
Outro aspecto importante envolve investir em formação continuada para os
profissionais que atuam no CIEJA, garantindo que estejam preparados para lidar com as
demandas específicas desse público e para promover uma educação de qualidade. Haja vista
o PEA que está sendo desenvolvido durante este ano.
Ao adotar essas medidas, é possível garantir os direitos e atender aos anseios do
público do CIEJA, proporcionando uma educação de qualidade que contribua para o
desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes.
13
O gráfico também aponta que 30% estão fora da escola há menos de 1 ano,
evidenciando o número crescente de jovens com 15, 16 e 17 anos no CIEJA demarcando o
fenômeno da juvenilização da EJA. E a necessidade de termos um currículo que atenda
também esse público.
Um trabalho que já é desenvolvido no CIEJA, refere-se
ao cuidado com as estudantes relacionado à saúde e ao ciclo
menstrual, considerando o nosso público de meninas jovens. As
rodas de conversas e debates acontecem nas mais diversas áreas.
Além disso, disponibilizamos de forma permanente, absorventes,
produtos de higiene pessoal, voltado para o cuidado de nossas
adolescentes. Esse trabalho atende à IN SME Nº 38, de 21 de
Dezembro de 2023.
Pensando nisso, temos desde o ano passado e daremos
continuidade neste ano na Oficina: IMPRENSA CIEJA: RÁDIO,
PRODUÇÃO AUDIOVISUAL E MÍDIAS SOCIAIS - ministrada pelo prof. Eduardo Parladore.
Voltada para o público jovem, mas também para todos aqueles que queiram entender um
pouco mais sobre essa temática. O projeto objetiva promover o diálogo, a tolerância, o
respeito e a solidariedade frente à diversidade de gêneros, crenças, raça-etnia, garantindo,
inclusive, o direito de expressão de todos em espaços escolares. Visa também promover a
expressão comunicativa, cultural e criativa de jovens e adultos, respeitando-se a diversidade e
potencializando a sua riqueza. O projeto pretende potencializar o desenvolvimento da
competência verbal - oral, da leitura e da escrita de jovens e adultos por meio de projetos
14
colaborativos e de autoria. Além de promover o exercício permanente de leitura crítica dos
meios de comunicação e a autonomia de jovens e adultos contribuindo para o letramento e
alfabetização digital.
Outra Oficina que abrange a juventude e todos os públicos é o ITINERÁRIO
FORMATIVO: INFORMÁTICA NA PRÁTICA também do professor Eduardo Parladore. O
projeto tem como objetivo o de ter acesso à tecnologia sendo essencial diante das constantes
transformações tecnológicas que moldam nosso mundo contemporâneo. Neste contexto, a
falta de acesso e habilidades em informática representam um obstáculo significativo para o
desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes. O projeto pretende potencializar o
desenvolvimento das competências digitais de jovens e adultos por meio das tecnologias de
informação e comunicação. Visa também promover habilidades necessárias para utilizar
efetivamente as tecnologias no mundo digital, melhorando suas perspetivas de emprego e
participação na sociedade.
Ainda sobre o perfil dos nossos estudantes, acreditamos ser importante também
sabermos a quantidade de homens e mulheres que estudam no CIEJA. De acordo com o
gráfico 62% é formado de um público feminino e 36,7% de público masculino.
Trabalhamos intensamente com conscientização do papel da mulher na sociedade.
Não ao sexismo, não a violência, não a desigualdade de direitos, sim ao feminismo que
representa e empodera as mulheres. As atividades realizadas abordam nas mais diversas
áreas, de forma recorrente, temas que intencionam a reflexão não só das mulheres, mas
também dos homens. Gráficos, vídeos, imagens, debates, cartazes permeiam nossas
discussões.
Estudar sobre as mulheres na sociedade e as opressões que carregam é de
extrema importância e deveria ocorrer em todos os espaços públicos e privados, assim como
em todas as faixas etárias, mas para além de um olhar teórico sobre o estudo da vida das
mulheres na sociedade, se faz necessário também um olhar humano no âmbito do
desenvolvimento das mulheres nos espaços escolares, já que sabemos que, devido a história
da opressão das mulheres pelos homens, mulheres e meninas em diversos contextos
diferentes foram proibidas de frequentarem espaços escolares ou instituições de ensinos.
Em uma sociedade machista e patriarcal, que exclui mulheres das esferas públicas
e do exercício da sua cidadania, os estudos e acesso à educação se tornam segundo plano
15
na vida de muitas mulheres, já que foram socializadas para o cuidado do lar e filhos.
Quando fazemos recortes de classe e raça, essa situação piora, pois percebemos
que mais mulheres ficam fora da escola. Guacira Lopes Louro em seu livro – Mulheres na
Sala de Aula relata que “não se pode esquecer que, de um modo geral, as meninas das
camadas populares estavam, desde muito cedo, envolvidas nas tarefas domésticas, no
trabalho da roça, no cuidado dos irmãos menores, e que essas atribuições tinham prioridades
sobre qualquer forma de educação escolarizada para elas”.
Não é preciso ter um olhar atento para perceber que o público do Cieja
Santana/Tucuruvi é,em sua maioria, de mulheres e quando vamos dialogar com elas sobre a
história de vida de cada uma, compreendemos que as histórias se encontram em muitos
momentos de suas vidas, ou seja, os atravessamentos são muito parecidos – mulheres
deixam de estudar para cuidar e dedicar a vida à outras pessoas, como marido, filhos e casa,
ou foram proibidas de estudar pelos maridos, pais e filhos. Nesse momento, passamos a
entender que as práticas de exclusão são e foram muito efetivas.
Quando falamos de mulheres da EJA, partimos do pressuposto que elas trazem
consigo uma enorme bagagem, de seus diferentes contextos vividos e seus percursos até a
chegada na escola novamente. A partir desse contexto, a escola tem um papel fundamental
na vida dessas pessoas,pois passa a ser um agente de transformação e empoderamento em
suas vidas ao oportunizar que compreendam o mundo de outras formas e possam, a partir de
suas aprendizagens, ter voz ativa na sociedade, fazendo suas escolhas e sendo as
protagonistas de suas próprias vidas.
Considerando o Currículo da Cidade e a Matriz de Saberes no que diz respeito aos
princípios éticos, políticos e estéticos definidos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (2013,
p. 107-108), orientados para o exercício da cidadania responsável, que levem à construção de
uma sociedade mais igualitária, justa, democrática e solidaria, é imprescindível que a escola
16
fortaleça a autonomia das mulheres (alunas, mães, professoras, diretoras, coordenadoras e
todas as funcionárias) na luta em defesa de seus direitos por meio da formação política, da
mobilização comunitária e do estabelecimento de canais de diálogo e denúncia das violações
que sofrem cotidianamente. O trabalho com esse enfoque deverá ser tratado em todas as
Áreas do Conhecimento.
Na sequência do perfil dos estudantes, temos a declaração de cor ou raça
revelando que 38% dos estudantes se autodeclararam pardos, 19,3% pretos e 37,3%
brancos.
É válido ressaltar que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) para formar a classificação de negros (entendido aqui como categoria), é
somada a população preta à população parda tendo o percentual da autodeclaração de
negros no Brasil. Tomando essa informação como base, temos uma totalidade de 57,3% de
estudantes negros no CIEJA. Tal informação pode ser observada por meio do gráfico:
17
O ensino de cultura e história afro-brasileira e africana, apesar de sua
obrigatoriedade, desdea promulgação da lei 10.639 de 2003 trouxe diversos avanços dentro
do ambiente escolar, porém não foram capazes de mitigar o racismo existente em nossa
sociedade. Herança de uma sociedade escravocrata, meritocrática e colonial, o racismo, em
suas diversas apresentações (estrutural, institucional, recreativo, etc) e demonstrações atinge
de forma brutal grande parte do corpo discente do CIEJA, composto por estudantes pretos e
periféricos, em sua grande maioria.
Mais do que tratar sobre o racismo e seus terríveis impactos em nossa sociedade,
é importante instrumentalizar condições para que nossos estudantes não apenas
compreendam as raízes históricas e culturais de seus antepassados, os impactos do secular
racismo em nossa sociedade, mas que, principalmente, possam desenvolver uma
consciência crítica para a vivência de práticas e posturas antirracistas efetivas.
Um trabalho que tem sido desenvolvido pela professora Marta com suas turmas
dos Módulos 1 tem um enfoque na leitura de autoras negras. Além da leitura em voz alta de
livros, feita pela professora apresentando Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo,
Djamila Ribeiro entre outras, a professora busca por meio da informação e conhecimento,
combater a perversidade do racismo através da educação.
Para além do combate ao racismo, a leitura de obras de autoras negras, pode
promover a consciência da valorização das mulheres e de seu potencial, já que quase todo
trabalho feminino é invisível e tratado com desrespeito, as tarefas que são atribuidas as
mulheres, são constantemente naturalizados como trabalhos femininos, não sendo
remunerados ou reconhecidos, e propiciar a constatação de que existem obras literárias de
autoria feminina e negra, é sem dúvida uma informação relevante para uma escola
majoritariamente composta por mulheres e mulheres negras.
Outra ação que planejamos para este ano é a formação com o NEER (Núcleo de
Educação para as Relações Étnico-raciais) da DIPED, com enfoque na Literatura Negra na
EJA. Desconstruir posturas postas e impregnadas no consciente e incosciente das pessoas
por meio do racismo estrutural é uma necessidade latente. Como neste ano temos a leitura
como enfoque dos nossos trabalhos, quanto mais apresentarmos a potência da negritude em
todos os campos, mais desmistificaremos tais questões.
Outro dado importante foi detectarmos os bairros onde residem nossos estudantes
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a partir do gráfico temos a dimensão de que os alunos que compõem a nossa escola se
deslocam até mesmo de grandes distâncias em busca de seus estudos. Tivemos também
uma concentração maior nos bairros: Lauzane, Jardim Peri e Parque do Mandaqui.
Com esses dados em mãos nosso próximo passo deve se concentrar no
mapeamento do entorno. Irmos a campo e conhecermos os bairros que nossos alunos
residem, conhecendo as virtudes e deficiências que cada bairro oferece nos dando a
dimensão da realidade em que estão inseridos os estudantes do CIEJA. Os professores
Maria, João e Douglas, de modo interdisciplnar e trabalhando questões de meio ambiente,
sugeriram aos estudantes dos módulos 3 que fizessem registros de imangens dos córregos
das regiões onde residem, para fomentar produção de conhecimento e aproximar os
conteúdos do cotidiano no qual eles estão inseridos, o que nos auxilia a pensarmos em um
currículo cada vez mais próximo do público que de nossa escola fazem parte.
Perguntamos também sobre a preferência religiosa: 45,3% dos estudantess do
CIEJA são evangélicos, 34,7% são católicos, enquanto que 8,7% declararam não possuir
religião. Essa informação é relevante para discutirmos entre as áreas como abordarmos
determinados temas, como apresentamos as formas científicas que algumas questões
perpassam sem ferirmos e/ou confrontarmos/desrespeitarmos a pluralidade religiosa presente
em cada turma, sem desconsiderarmos de que a escola é laica (não sofrendo influência ou
controle por parte de nenhuma instituição religiosa).
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Pensarmos que temos a incumbência de ofertar um currículo que desenvolva todas
as dimensões considerando o aspecto integral da formação do sujeito e levarmos em
consideração uma educação que abarca os saberes e respeita a diversidade, é também
contribuirmos para a realização de projetos de vida e consequente construção de uma
sociedade mais igualitária. Na EJA, como aponta o gráfico a seguir, temos uma grande
maioria de trabalhadores, desse modo, há de se pensar em um currículo que também aborde
temas voltados ao mundo do trabalho, instrumentalizando os estudantes sobre seus direitos,
situação sócio-histórica e suas conquistas, transpondo o que se aprende na escola para o dia
a dia, temas que serão abordados nas mais diversas áreas do conhecimento.
Um dado igualmente importante é observarmos que 77,7% dos nossos estudantes
realizam trabalhos mais braçais como encanador, diarista, eletricista, cabeleireiro, pedreiro,
entre outros. Há de se pensar em práticas que considere esse dado, repertoriando-os,
aumentando sua criticidade fazendo-os ler para além das linhas, instrumentalizando-os para
sua vida profissional, assim como também, pensar em estratégias que mexam com a
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integralidade, considerando questões mentais e do corpo como um todo. Pensando nisso
temos como projeto a ser desenvolvido ainda este ano pelos professores Carla Tiemi e
Eduardo Parladore, atividades voltadas para o CORPO E MOVIMENTO. Com o objetivo de
Desenvolver a formação integral do/a estudante da EJA, visando os aspectos motor,
cognitivo, emocional e afetivo-social, favorecendo o conhecimento de si e do próprio corpo,
propiciando confiança em termos de afetividade, explorando suas capacidades e habilidades
motoras, aflorando sua capacidade cognitiva e criativa, assim como, a cooperação através de
suas relações sociais, como base para o exercício crítico da cidadania e de sua autonomia. A
prática dessa proposta está voltada, principalmente, para um desenvolvimento da consciência
do próprio corpo, identificando os benefícios das práticas corporais para a qualidade de vida,
elevação da autoestima, autoconhecimento e saúde.
Outras oficinas que também ofereceremos no 2º semestre deste ano, tão logo finde
a reforma que a Unidade Educacional está passando, é a de PANIFICAÇÃO que será
ministrado pelo professor Ricardo Pellegrini. O objetivo da oferta de um curso de panificação
na Educação de Jovens e Adultos é fundamentado na necessidade de proporcionar
oportunidades de formação extracurricular para um público que muitas vezes não teve acesso
a esse tipo de educação no passado. Além disso, a panificação é uma área com grande
demanda no mercado de trabalho, seja para atuar em padarias, confeitarias, restaurantes,
hotéis ou mesmo para empreender de forma autônoma. O projeto visa capacitar os
estudantes para que possam desenvolver habilidades na área da panificação,
proporcionando-lhes autonomia na produção de alimentos para consumo próprio ou para
empreendedorismo. O projeto visa conscientizar os estudantes sobre práticas sustentáveis na
21
produção de alimentos, como o uso consciente dos recursos naturais e a redução do
desperdício, contribuindo para uma sociedade mais responsável ambientalmente. Também
visa ensinar técnicas básicas de panificação, desde a preparação da massa até a finalização
dos produtos, incluindo diferentes tipos de pães e outros produtos. Orientar o planejamento/
controle de custos relacionados à produção das receitas; capacitar os estudantes para
realização de cálculos para o balanceamento na produção de massas; elaboração de
recheios que combinam com as massas; promover a educação nutricional abordando
questões relacionadas à nutrição e à qualidade dos alimentos, incentivando a produção e o
consumo de pães e produtos de panificação mais saudáveis e nutritivos.
Outra oficina ofertada também no 2º Semestre será a de COSTURA CRIATIVA
orientada pelo professor Eduardo Parladore e com a participação dos estudantes. Tendo por
objetivo além de proporcionar uma oportunidade de aprendizado prático, a oficina de costura
criativa estimula a criatividade, a expressão individual e o desenvolvimento de habilidades
pessoais, como paciência e concentração. Para algumas pessoas, a costura pode ser uma
forma de promover o bem-estar emocional. O projeto visa favorecer a inclusão dos estudantes
em áreas criativas e artesanais, que muitas vezes são subvalorizadas, mas têm grande
potencial de geração de renda e empregabilidade. O projeto também oportuniza o senso de
comunidade, permitindo que os participantes compartilhem conhecimentos, habilidades e
experiências uns com os outros, enriquecendo assim seu aprendizado.
Pensarmos em uma educação que prima à equidade, há de se considerar a
multiplicidade de aprendizagens na hora de planejarmos, e os objetivos distintos, trazendo
sempre o estudante como co-autor na construção desse currículo. Essa construção, não pode
estar desconectada dos processos de leitura, perguntamos aos estudantes se eles gostam de
ler: 65,3% afirmaram ter desenvolvido o gosto pela leitura, porém temos 14% que apontam
não gostar de ler, em contrapartida 20,7% afirmaram que estão no processo de aquisição da
leitura. Nosso desafio é o de diminuirmos cada vez mais esse percentual de não leitores,
conquistando-os, apresentando-lhes a leitura nos mais diversos gêneros, trazendo-a como
ferramenta importante para o desenvolvimento de habilidades e competências. Assim como,
um trabalho intensivo de alfabetização nos módulos iniciais e ofertando as oficinas de
alfabetização e letramento para todos aqueles que necessitam desse apoio nos mais diversos
módulos.
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Em relação aos gêneros preferidos, temos uma diversidade deles escolhidos pelos
estudantes, o que nos remete a pensarmos em ações que continuem propiciando essa
diversidade com rodas de leitura, incentivo ao empréstimo de livros da Sala de Leitura,
Saraus, entre outros.
Sobre a leitura um dado preocupante é que muitos estudantes vão à busca das
redes sociaiscomo fonte de informação, ressaltamos que nem sempre o que está disponível
na internet é fonte confiável, muitas vezes formando opiniões equivocadas, fazendo-se
necessário desenvolver um trabalho crítico a respeito disso. Outro dado é que 28,7% dizem
ter a bíblia como gênero preferido, não buscando outras fontes de leitura.
Considerando a leitura como fundante para uma educação de qualidade, desde o
ano passado a professora Luciana Santezi iniciou o Projeto “LEIA! VOCÊ ESTÁ ENTRE
AMIGOS!” com os estudantes dos Módulos 2 (que corresponde ao 4º e 5º ano).
O projeto de leitura nasceu da necessidade, observada pela professora de
melhorar a fluência leitora daqueles que já dominavam a decodificação e o incentivo para
aqueles que, ou recém-ingressos na leitura, ou com algum tipo de deficiência intelectual,
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foram silenciados pelas inúmeras vozes que ao longo da vida sentenciaram: “Você não sabe
ler”!
Para que pudéssemos alcançar os objetivos de fluência leitora, as turmas foram
convidadas a ler em voz alta, em um espaço diferente da sala de aula, para os colegas
presentes. Na semana anterior à leitura, foram avisados que precisariam estar de posse de
textos que já soubessem de cor, sendo esta a única exigência. Permitir que os estudantes
trouxessem ao ambiente escolar seus textos preferidos, fez com que ao menos uma barreira
fosse eliminada. Também foi solicitado que, mesmo conhecendo o texto, lessem e treinassem
a leitura em voz alta em casa. A ideia era ser apenas um dos variados exercícios que
realizamos no âmbito escolar. Porém, como a aprendizagem toma suas formas e mostra os
caminhos possíveis de serem percorridos, a atividade foi feita no dia marcado, mas não “fluiu”
como havia se passado pela cabeça da professora durante o planejamento. O nervosismo
geral estava impedindo que a atividade prosseguisse. A tagarelice peculiar da professora, que
tentava utilizar todos os argumentos pedagógicos que dispunha, foi em vão... Até que um
estudante, o único adolescente da turma entre tantas senhoras, se voltou para a colega que
estava com o corpo enrijecido e a voz embargada, tocou a mão em seu ombro e gentilmente
disse: “Leia. Você está entre amigos!”.
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Uma gargalhada gostosa e coletiva, uma respiração mais profunda e... A leitura
começou a fluir.
Com o acontecimento em mente, a professora verificou que o exercício precisaria
de regularidade, e assim ele tomou forma de projeto. As manhãs de terça-feira se
tornaram um dia aguardado por alguns e temido por outros; a recusa não era mais aceita,
e, auxiliando os estudantes a escolherem textos adequados à capacidade individual de
cada um, foram constantemente convidados e encorajados a participar do projeto e no
final, a refletir a respeito das próprias leituras e a exclamar palavras de incentivo aos
colegas.
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O Projeto: “Leia! Você está entre Amigos!” Tem sua continuidade neste ano de 2024,
novas histórias, outros estudantes... E o encantamento pela leitura vem tomando corpo e
fazendo parte da rotina dos Módulos 1 e 2 da professora Luciana Santezi. É importante
falarmos que TODOS participam da atividade, os estudantes com deficiência são auxiliados
pelas professoras Luciana e Patrícia Palma (PAEE), e com as adapatações necessárias,
cada um traz a sua contribuição para o grupo. Dentre eles temos estudantes com
Deficiência Intelectual, uma estudante com surdez, e ninguém fica de fora!
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A partir do projeto desenvolvido ao longo do ano de 2023 pela professora Luciana
com as turmas do módulo de alfabetização e a continuidade do mesmo neste ano de 2024,
outras ideias surgiram do grupo de professores. Pensando em uma proposta coletiva e
individual de desenvolvimento da leitura, vem tomando corpo o PROJETO LEITUREJA
podendo proporcionar inúmeros benefícios, pois muitas vezes os estudantes têm lacunas
na sua formação educacional, que pode ser preenchido com o desenvolvimento da leitura.
Além disso, os educadores têm a oportunidade de estimular o gosto pela leitura, ampliar o
vocabulário, desenvolver o pensamento crítico e promover a reflexão sobre temas
relevantes.
Por meio do contato com diferentes tipos de textos, os estudantes do CIEJA podem
se sentir mais confiantes na sua capacidade de compreensão e expressão, o que é
essencial para o seu desenvolvimento pedagógico e pessoal. O projeto de leitura fortalece
as habilidades linguísticas dos estudantes e os prepara para enfrentar os desafios do
mercado de trabalho.
O PROJETO LEITUREJA já teve um primeiro debate com todo o grupo de
professores e gestão, mais ainda deverá passar por alguns ajustes em relação as datas e
formato pedagógico.
Dito isso, foi pensando em um projeto nos seguintes termos:
- Periodicidade: 1 vez por mês durante as 3 aulas.
- Organização espacial: em roda
- Cronograma:
Maio (1º encontro) – 22/05 (quarta-feira)
Nesse primeiro encontro os estudantes escolherão sua leitura que será baseada em
uma letra de música que eles gostam. Os professores deverão pedir aos estudantes que
escolham letras de músicas de suas preferências 15 dias antes da leitura. Depois irão
organizar os textos para a o dia da leitura.
Junho (2º encontro) – 26/06 (quarta-feira)
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Os estudantes escolherão, nas aulas de informática, causos ou anedotas que os
professores colocarão num banco de dados para que eles acessem durante as aulas de
informática.
Agosto (3º encontro) – 21/08 (quarta-feira)
Os professores escolherão contos e fábulas para os estudantes lerem.
Setembro (4º encontro) – 25/09 e
Outubro (5º encontro) – 23/10
Esses encontros serão destinados à leitura dramática de texto. Os textos serão
escolhidos pelos professores e terão gêneros.
Novembro (6º encontro) Sarau – data a combinar
Desdobramentos do projeto:
- Formação para os professores com profissionais que trabalham com os processos
de leitura de diversas maneiras;
- Possíveis processos criativos (slam, literatura de cordel e entre outros)
- Apresentações para os alunos que estimulem a leitura: poetas do tietê, slam e entre
outros...
Pensando na formação do grupo com
profissionais que trabalham com os processos
de leitura, a Coordenação Pedagógica
convidou para uma primeira formação com o
grupo a Profª Drª Walkiria de Oliveira Rigolon –
Pós-doutora pela PUC/SP em Formação de
formadores de professores; Doutorado em
Educação pela UNICAMP e Mestre em
Educação pela PUC - Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo . Graduada em Pedagogia. Professora e pesquisadora em curso de
graduação, extensão e pesquisa. Formadora e consultora na área de Currículo, na
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Educação de Jovens e Adultos, Formação Continuada de Professores, Coordenadores
Pedagógicos e Gestores Educacionais. Pesquisadora convidada na Fundação Carlos
Chagas.
Waldíria trouxe atividades que podem auxiliar na leitura e
interpretação de texto. Falou sobre um trabalho focado na
leitura e produção textual, a ser potencializado pela leitura na
escola. Após avaliação do encontro, o grupo achou favorável
trazermos a professora novamente para aprofundarmos em
estratégias de leitura considerando o público da EJA que por
vezes não possuem acesso de forma equânime a todo o capital
cultural disponível em nossa sociedade.
Continuando com o perfil dos estudantes, na sequência os dados informaram que
61,3% possuem computador em casa com acesso à internet. É produtivo termos essa
porcentagem dado que a tecnologia pode servir como uma importante ferramenta em todas
as áreas. É fundamental, investirmos em ações, não só nas aulas de Informática e de
Itinerário Formativo, mas também pensarmos em formas de trazermos essa tecnologia
como nossa aliada.
Pensando em um processo histórico, o uso de celulares é algo recente em nossas
vidas. Atualmente as pessoas usam o celular não só para comunicação telefônica, isso fica
explícito no gráfico sendo 88,7% utilizam a internet pelo celular para acessar redes sociais,
fazer pesquisas, aprofundarem seus conhecimentos, entre outros. É notória a dificuldade
de muitos dos nossos estudantes com o uso datecnologia, portanto intensificar um trabalho
que propicie cada vez mais sua autonomia é essencial para nossos estudantes, inclusive
para uma possível inserção no mercado de trabalho.
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Ainda sobre as diferentes linguagens, 84% dos nossos alunos ouvem músicas com
frequência,ou seja, a música pode ser uma poderosa estratégia para acessarmos alunos
com diferentes perfis, possibilitando identificação e significação para os conteúdos que
apresentamos.
Perguntamos também o que contribuiria para a aprendizagem de nossos alunos, ao
que 54% revelaram que as múltiplas linguagens (música, filmes, teatro, entre outras)
auxiliam no processo de assimilação dos conteúdos de forma mais significativa. Tal dado
se faz importante para que pensemos em uma escola cada vez mais dinâmica,
participativa, trazendo as mais diversas linguagens para nossas aulas.
Retomando nossa pesquisa, ao serem consultados sobre quais instrumentos de
avaliação consideram importantes, 37,3% relataram ser favoráveis as provas escritas,
considerando a relevancia dos instrumentos de avalição, as provas bimestrais encontram
um lugar de seriedade no olhar dos estudantes da EJA, é notório como se dedicam e se
preocupam com seu desempenho, e por sua vez, os docentes fazem a correção
comentada de cada exercício para promover maior apropriação dos conteúdos sendo que
uma porcentagem muito próxima, 34,7%, apontou como relevante exercícios realizados em
sala. Já 32,7% consideram trabalhos e pesquisas como significativos no processo de
aprendizagem.
A partir dessa atualização do perfil, discutimos o quanto os estudantes possuem
carência às questões de ensino e aprendizagem não vividas na idade escolar, eles sentem
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falta de elogios, correção de cadernos, ou seja, há um desejo latente de serem vistos e
viverem essa experiência. Para, além disso, nós mostramos a todo o momento que há
inúmeras possibilidades para uma aprendizagem significativa, mostrando diversas
linguagens em atividades que contemple o coletivo exemplificando que a educação pode
ser diferente às experiências escolares vividas outrora.
b) Profissionais do CIEJA e seu perfil:
Acreditamos que ao conhecer com quem trabalhamos, estreitamos os vínculos,
ampliamos as possibilidades e fortalecemos o trabalho coletivo. Por essa razão saber um
pouco mais sobre os profissionais da nossa unidade, como escolheram a profissão, quais
fatores atravessam suas trajetórias é enriquecedor para as relações interpessoais.
Fazendo um levantamento da experiência do grupo na educação, temos uma maior
parcela atuando entre 10 a 15 anos na educação, assim como também temos outra
porcentagem do grupo que atua ha mais de 15 anos. Além disso, temos também quem
esteja chegando agora nesta modalide, com novas ideias, propostas, promovendo uma
interação de experiências. Esse fator é importante porque é nas diferenças que crescemos
e aprendemos. As trocas de experiências, compartilhamento de saberes, enriquecem
ambos os lados, as parcerias se materializam e todos saem ganhando.
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Perguntamos também desse tempo na educação, quantos anos são dedicados a
EJA e percebemos uma diversidade de experiências dedicadas a essa modalidade tão
singular. Estar na EJA é ter a ciência de que somos diversos, é olhar para cada um e para
todos, é buscar caminhos de aprendizagem que atenda a todos de forma integral,
inclusivae equânime.
No cotidiano profissional, os maiores desafios encontrados na comunidade
educacional são a diversidade presente no contexto escolar, 78,6%, revelam que os
desafios referem-se à realidade peculiar do CIEJA, que recebe tanto alunos jovens,
egressos do ensino regular, quanto trabalhadores, idosos e pessoas com deficiência.
32
Assim como, 57,1% apontam que o trabalho com os PCDs ainda é um desafio. O
suporte dado pelas estagiárias do Programa Aprender sem
Limites, auxilia o trabalho e qualifica a ação pedagógica. O
trabalho com os PCDs, em boa parte dos casos demanda uma
ação individualizada e que geralmente é feito tête à tête.
Para, além do apoio das estagiárias, da PAEE no trabalho
colaborativo com os professores, cada educador precisa pensar
nas diferentes necessidades educacionais dos estudantes e
preparar adequações de atividades que garantam o acesso ao
currículo de forma equânime e significativa. Deste modo, com vistas a um processo
avaliativo capaz de abarcar os múltiplos estilos cognitivos presentes em nossa realidade
escolar, a grande maioria dos professores prioriza aspectos relacionados ao dia a dia da sala
de aula com relação às práticas pedagógicas, como debates, exercícios e a própria
participação dos estudantes promovendo o DUA como ferramenta fundamental para a
inclusão de todos.
Diante de tanta diversidade, todos os recursos se fazem importantes na contribuição
da prática pedagógica. A troca de experiência entre os colegas é de suma importância,
assim como também o acesso aos materiais pedagógicos.
Destacamos que 100% do grupo acredita que a troca de experiências entre os colegas
é fator prepoderante que contribui para a sua prática pedagógica.
Sobre o perfil dos professores, o grupo é formato majoritariamente por pessoas de
33
formação de nível superior, além disso, 71,4% possuem especialização em diversas áreas,
ainda temos 21% que possuem mestrado. Esse dado é revelador do perfil de toda a equipe,
são pessoas comprometidas com as demandas da educação, vivem uma busca constante
de referenciais teóricos que possam respaldar a prática pedagógica se faz necessário ainda
dizer, que praticamente 86% do grupo investiu em seu capital cultural realizando vários
cursos nos últimos anos, o que configura o como um grupo que age e interage com os
estudantes de maneira a impactá-los por estarem subsidiados e respaldados
constantemente por referencial teórico de boa qualidade.
Visto que os desafios para a realização do trabalho são grandes e frequentes, como
por exemplo: elevado índice de evasão escolar, presença de faixas etárias distintas,
estudantes com deficiência, alunos que cumprem medidas socioeducativas, dificuldades
de aprendizagem como também alunos que trazem uma riqueza em suas vivências, faz-se
necessário o investimento permanente em nossa formação.
Discutimos com frequência sobre as demandas do ponto de vista legal, e os
educadores entendem que os espaços de discussão coletiva (JEIF), são prioritariamente
destinados à busca de maiores e melhores conhecimentos da área da Educação, bem como
temas relacionados à legislação. Por causa dessa formação permanente e engajada, 85,7%
sentem-se confortáveis para discutir temas sobre Direitos Humanos e Violência, 28,6% para
discutirem temas ligados às questões de gênero, História e Cultura Afro-brasileira, História e
Cultura Indígena, ou seja, boa parte dos professores tem embasamento teórico para discutir
diferentes temáticas em sala de aula.
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c) A seguir trazemos o quadro de Profissionais do CIEJA:
Nome RF Cargo Escolaridade
Valéria Aparecida de Mello 680.855.7 Auxiliar Técnico de Educação
Serviço de
Secretária
Ensino Superior
Ana Amélia Hipolito Reis da
Silva
619.243.2 Auxiliar Técnico de
Educação
Ensino Fundamental
Daniel Alves do Nascimento 773.483.2 Auxiliar Técnico de Educação Ensino Superior
Fidélia Pereira Franco Lima 778.055.9 Auxiliar Técnico de Educação Ensino Superior
Marcelo do Amaral 712.756.1 Agente escolar Ensino Fundamental
Maria José Meschke Costa 715.181.1 Agente escolar Ensino Fundamental
Israel da Silva Ramos 699.204.8 Agente de apoio – Vigia Ensino Fundamental
Sueli Vieira Stopa 774.798.5 Auxiliar Técnico de Educação
Serviço de
secretaria
Ensino Superior
Terceirizada RC Company
Nome Cargo
Ana Paula Teixeira de Andrade Auxiliar de Serviços Gerais
Maria Silvana de Jesus Auxiliar de Serviços Gerais
Sara Regina Delfino Auxiliar de Serviços Gerais
No último ano, contávamos com o Programa ABAE – Busca Ativa Escolar destinado
preferencialmente às mães cuidadoras, irmãs, avós ou guardiãs legais responsáveis pela
proteção e cuidado dos estudantes matriculados nas UEs da Rede Municipal de Ensino e/ou
mulheres da comunidade escolar. O programa – busca ativa ABAEs (Agente Busca Ativa
Escolar) tinha papel fudante na colaboração com a Equipe Gestora no acompanhamento da
frequência escolar diárias dos estudantes matriculados na UE. Formalizamos por meio de e-mail
aos responsáveis na tentativa de que tenhamos esse apoio tão importante para o trabalho com
os estudantes.
ABAEs (Agente Busca Ativa Escolar)
Nome RG
************ ************
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A seguir trazemos o quadro da Equipe Gestora e Docente da nossa Unidade Educacional:
Equipe Gestora
Nome RF Cargo Escolaridade
Patricia Christiane Hypoliti 779.803.2 Coordenador Geral Especialização
Adriana Aparecida de Araújo 778.999.8 Assistente do Coord. Geral Ensino Superior
Cirley Pinheiro M. Santana 782.603.6 Assistente
Educacional
Pedagógico e Especialização
Viviane Lemos de J. Moreiras 780.836.4 Assistente Pedagógico e
Educional
Mestrado
Nome RF Cargo Escolaridade
Carla Tiemi Taniguchi
841.641.9
Prof. de Ens. Fund. II e
Médio -Arte
Especialização
Douglas DubisnkasTakenaka
772.196.0
Prof. de Ens. Fund. II e Médio
–História Ensino Superior
Eduardo Parladore Aliotti 822.004.2
Prof. de Ens. Fund. II e
Médio – Educação Física
Especialização
Lis Regia Pontedeiro de
Oliveira
792.349.0
Prof. de Ens. Fund. II e Médio
–História
Mestrado
Luciana Lima Santezi 820.970.7 Prof. de Educação Infantil e
Fund. I
Especialização
João Batista Vitor Neto 752.870.1
Prof. Ens. Fund. II e
Médio –Ciências
Especialização
Maria Batista Morais Xavier 730.308.4
Prof. Ens. Fund. II e
Médio –Inglês
Especialização
Marta dos Santos
795.701.7
Prof. de Educação Infantil e
Fund. I
Especialização
Patricia Palma Parlangeli
722.852.0
Prof. de Educação Infantil e
Fund. I
Especialização
Ricardo José Pellegrini
808.513.7 Prof. Ens. Fund. II e Médio –
Matemática
Especialização
Valéria Pereira Velosa
750.927.8
Prof. de Ens. Fund. II e
Médio –
Português
Mestrado
Vanessa Lilian de Oliveira
Nunes
796.087.5
Prof. de Educação Infantil e
Fund. I
Especilização
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d) Equipamentos de Saúde, Esporte, Lazer e Cultura do Entorno
Quando falamos da relação da comunidade com a escola, é importante que
tenhamos troca, parcerias, trabalho em conjunto.
Neste sentido, as parcerias realizadas com a comunidade têm como meta, oferecer
novas perspectivas, transformando o espaço escolar em espaço de convívio, por meio das
relações extramuros, exemplificando, o que acontece na escola tem que refletir na
comunidade e vice-versa. Essas relações devem ser alimentadas a fim de que nossos
estudantes tenham acesso aos mais diversos espaços, havendo assim um sentimento de
pertencimento tanto por parte dos estudantes como da comunidade em relação à escola.
Os equipamentos de saúde, esporte, lazer e cultura do nosso entorno são: UBS
Lauzane, Centro Esportivo Mandaqui - Mini Balneário Com. Gastão Moutinho, Biblioteca
Pública Pedro Nava, Parque Alberto Lofgren – Horto Florestal, Fábrica de Culturas, Corpo
de Bombeiros. Em diversos momentos, nossa escola tem atividades desenvolvidas em
parcerias com os equipamentos citados.
Uma parceria a ser citada, é que recentemente solicitamos a visita do dentista da
UBS Lauzane para uma triagem e encaminhamentos para aqueles estudantes que
necessitassem de tratamento. O dentista esteve em nossa unidade, para a realização
deste trabalho, porém apenas o período intermediário foi contemplado devido a agenda do
dentista, já fizemos a solicitação para que retornem em nossa unidade, para atender
também outros períodos.
Outra parceria estabelecida é a
utilização do palco e da quadra da
EMEF Comandante Gastão Moutinho,
dividimos muro com a escola e esse
espaço amplia as possibilidades de
realizarmos palestras, Oficinas que
mexem com o corpo. Corpos da EJA
que já passaram por diversas
negligencias... Pensamos em uma
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educação que privilegia mente e corpo abarcando aos estudantes em suaintegralidade.
É importante trazermos a informação que desde outubro de 2023 tanto o CIEJA
quanto a EMEF Conte. Gastão Moutinho, estamos passando por uma reforma,
impossibilitando a utilização da quadra para nossas atividades.
Portaria conjunta SME/SIURB Nº 4, de 08 de dezembro de 2022 – Empresa
contratada pela SP Obras que é a Empresa Código. A reforma engloba a construção de
uma cozinha e refeitório, o que beneficiará nossos estudantes, pois passaremos a oferecer
refeição e não mais a merenda seca. Além disso, teremos a ampliação de mais um espaço
para que outras oficinas possam ser desenvolvidas ampliando o aprendizado de nossos
estudantes.
e) Estratégias de Atendimento aos Educandos com Deficiência,
Transtornos Globais do Desenvolvimento e Altas
Habilidades/Superdotação
Uma característica marcante na modalidade CIEJA é o atendimento aos estudantes
com as mais diversas deficiências, atualmente temos 27 estudantes matriculados e a
presença da Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) e de um olhar apurado da
Professora de Atendimento Educacional Especializado (PAEE) é primordial para uma
educação inclusiva de qualidade.
Notamos então que há uma iminente procura das famílias tanto de jovens, ainda
menores de idade, como também tem crescido o número de matrículas das pessoas com
deficiência. Pensando em cada vez mais oferecer um trabalho de qualidade para todos,
após a efetivação da matrícula, os responsáveis e os estudantes, passam por uma
conversa com a coordenação pedagógica do CIEJA. Esse momento é de fundamental
importância para conhecermos um pouco da história desse estudante, obtermos
informações sobre suas especificidades, assim como também passarmos informações do
funcionamento de nossa escola e tirarmos possíveis dúvidas.
No caso específico de estudantes com deficiência, a fim de que proporcionemos um
melhor acolhimento, a partir dessa conversa, a coordenação acorda com a família alguns
dias para o seu início, para que seja passado à equipe CIEJA que receberemos um novo
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estudante e todos se prepararem para sua chegada.
Uma característica marcante na modalidade CIEJA é o atendimento aos estudantes
com as mais diversas deficiências. Atualmente são 27 estudantes matriculados, temos um
trabalho desenvolvido com toda comunidade escolar e o olhar especializado da Professora
de Atendimento Educacional Especializado (PAEE) Patricia Palma Parlangeli é primordial
para uma educação inclusiva de qualidade.
Sondagem e avaliação das barreiras
Após a matrícula e início do estudante com deficiência no CIEJA a PAEE (Professora
de Atendimento Educacional Especializado) realiza um trabalho de sondagem na sala
regular para mapear as habilidades e observar as barreiras de acesso ao currículo em
parceria com os professores. Como de costume, a ideia é de que posteriormente as
sondagens sejam projetadas para a equipe docente e gestora de forma colaborativa e
pensar nas formas de atendimento desses estudantes, bem como as necessidades
pedagógicas, e de que maneira é possível favorecer um processo de equidade diante da
aprendizagem.
Estudo de Caso
Outra ação da PAEE é a escuta dos responsáveis e especialistas dos PCDS,
possibilitando ampliar o olhar, sobre o cotidiano dos estudantes, bem como pensar em
possíveis intervenções pedagógicas que favoreçam o acesso ao currículo e como essas
ações possam reverberar no cotidiano da sala de aula.
Todas essas ações e registros permitem a visualização diária de quais são as
potencialidades, barreiras, estratégias e recursos de Tecnologia Assistiva necessários para
cada estudante participar de forma efetiva do processo de aprendizagem; repertoriar e
qualificar a construção do Estudo de Caso, que é construído de forma conjunta e
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colaborativa. Através do Estudo de caso podemos elencar os encaminhamentos e apoios
necessários.
Registro do CIEJA Santana Tucuruvi
A partir do Estudo de Caso criamos um material mais simplificado, com
identificação e direcionado repertoriando o professor sobre como trabalhar com o
estudante com deficiência na sala regular. Este material é o Carômetro que fica disponível
na sala dos professores, de livre acesso para todos, como material de consulta e com o
objetivo de avaliar a efetivação do processo (feedback) e reestruturação dos registros
semestralmente.
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Plano de Atendimento Educacional Especializado
A construção do Plano de Atendimento Educacional Especializado é realizado por
toda comunidade escolar, familiares e especialistas externos com o objetivo de registrar a
trajetória do estudante, seu contexto de vida, seus avanços pedagógicos, barreiras que
precisam ser eliminadas, bem como as intervenções quando necessárias. Esse documento
é vivo e revisitado semestralmente com o objetivo de avaliar o processo de aprendizagem de
cada estudante.
Registro de Avaliação semestral
A avaliação do processo de aprendizagem de cada estudante
com deficiência bem como a efetividade dos recursos, materiais e
estratégias para eliminação das barreiras são mapeados e descritos
nos Relatórios Semestrais, que são elaborados pelos professores
41
da sala regular, Coordenação Pedagógica, da PAEE, Estagiárias e AVE (quando esses
apoios são necessários).
Atendimento Colaborativo
Ainda pensando em um trabalho inclusivo, a PAEE desenvolve o Atendimento
Colaborativo nas turmas regulares do período da manhã e vespertino, para observar as
barreiras, pensar de forma colaborativa com os professores em possibilidades de
intervenções, atividades, recursos e materiais que favoreçam a aprendizagem de cada
estudante.
42
O Atendimento Colaborativo permite que o professor da sala regular e a PAEE
pensem de forma conjunta em estratégias e recursos que atendam ao estudante com
deficiência, mas que ao mesmo tempo beneficie para que todos tenham acesso ao currículo,
e nessa perspectiva trabalhamos de acordo com as diretrizes do DUA (Desenho Universal
para Aprendizagem).
O DUA (Desenho Universal para Aprendizagem) é um conceito que aponta para a
necessidade de criar objetivos educacionais, métodos, materiais e avaliações que funcionem
com todos – não como uma solução única, do tipo um-tamanho-serve-a-todos, mas sim
como uma abordagem mais flexível, que pode ser personalizada e ajustada para as
necessidades individuais.
Articulação do Trabalho
Para que o Trabalho Colaborativo aconteça se faz necessário os momentos de
Articulação com os professores da sala regular (usando 1 HA de cada professor), em
43
parceria com as coordenadoras pedagógicas ou com a PAEE, para pensarem no
planejamento, na socialização das atividades e nos projetos para que todos os estudantes
possam participar e sentirem-se atuantes dentro do espaço escolar. Os momentos de
Articulação possibilitam a reflexão, elaboração de atividades flexibilizadas, pois se
constituem em possibilidades educacionais de atuar frente às necessidades de
aprendizagem dos estudantes.
Atividades flexibilizadas
As atividades são planejadas e elaboradas de forma colaborativa com os professores
da sala regular e a PAEE de forma a atender as necessidades pedagógicas do grupo de
estudantes. Todos se beneficiam dessas atividades, como os idosos, estudantes com
dificuldades de aprendizagem etc.
As atividades flexibilizadas estão todas dentro do contexto dos conteúdos que estão
sendo trabalhados com a turma/classe, sendo uma possibilidade de acesso e não de
diversificação ou adaptação.
Desde 2020 estamos construindo “banco de registros” na plataforma PADLET para
que os professores do CIEJA possam consultar as atividades flexibilizadas, e também
professores de outras unidades educacionais utilizando os links abaixo. O objetivo é que as
“possibilidades de acesso ao currículo” ultrapassem os muros da nossa escola e beneficie
um número maior de estudantes.
O professor pode acessar o link, selecionar a área de conhecimento, “baixar” a
atividade e editar de acordo com a realidade do seu estudante ou território.
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Padlet 2020: https://padlet.com/ciejasantana/adequa-o-de-atividades-geiptkr7sipwgca1
Padlet 2021: https://padlet.com/patriciaparlangeli7228520/atividades-flexibilizadas-2021-cieja-santana-tucuruvi-1dvzcgleosgd645x
Padlet 2022: https://padlet.com/patriciaparlangeli7228520/cieja-santana-tucuruvi-atividades-flexibilizadas-2022-3pwicrotgi1vclql
Padlet 2023: https://padlet.com/patriciaparlangeli7228520/cieja-santana-tucuruvi-atividades-flexibilizadas-2023-um5jz0bfkx5pvt2k
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Atendimento do Contraturno
No Atendimento do Contraturno são organizados
grupos distintos, objetivando um trabalho que propicie uma
maior autonomia dos estudantes e que reverbere na sala de
aula. O trabalho é desenvolvido respeitando as
especificidades de cada estudante e agrupando-os a partir de
suas reais necessidades pedagógicas bem como suas
potencialidades. Durante os atendimentos a PAEE em
parceria com os estudantes com deficiência (que participam dessa modalidade de
atendimento) constroem os portfólios individuais, como instrumento de consulta para
registrar os avanços dos mesmos diante do processo de aprendizagem.
As atividades próprias do AEE, especificadas no Art. 22 da Portaria nº 8.764, de 23/12
2016, para atender as necessidades educacionais específicas do público-alvo da educação
especial devem ser entendidas como:
• Ensino do Sistema Braille: definição e utilização de métodos e estratégias para que
o educando ou a educanda se aproprie desse sistema tátil de leitura e escrita.
• Ensino do Soroban: o ensino do Soroban, calculadora mecânica manual, consiste
na utilização de estratégia que possibilite ao educando ou a educanda o desenvolvimento de
habilidades mentais e de raciocínio lógico matemático.
• Técnicas de orientação e de mobilidade: ensino de técnicas e desenvolvimento de
atividades para a orientação e a mobilidade, proporcionando o conhecimento dos diferentes
espaços e ambientes para a locomoção do educando ou educanda, com segurança e
autonomia. Para estabelecer as referências necessárias ao ir e vir, tais atividades devem
considerar as condições físicas, intelectuais e sensoriais de cada educando ou educanda.
• Estratégias para autonomia e independência: desenvolvimento de atividades,
realizadas ou não com o apoio de recursos de tecnologia assistiva, visando à fruição, pelos
educandos e educandas, de todos os bens sociais, culturais, recreativos, esportivos, entre
outros; de todos serviços e espaços disponíveis no ambiente escolar e na sociedade, com
autonomia, independência e segurança.
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• Estratégias para o desenvolvimento de processos mentais: promoção de atividades
que ampliem as estruturas cognitivas facilitadoras da aprendizagem nos mais diversos
campos do conhecimento, para o desenvolvimento da autonomia e da independência do
educando ou educanda em face das diferentes situações no contexto escolar.
• Ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como primeira língua:
desenvolvimento de estratégias pedagógicas para a aquisição das estruturas gramaticais e
dos aspectos linguísticos que caracterizam essa língua.
• Ensino de Língua Portuguesa na modalidade escrita, como segunda língua:
desenvolvimento de atividades e de estratégias de ensino da língua portuguesa para
educandos e educandas usuários da Libras, voltadas à observação e à análise da estrutura
da língua, seu sistema, funcionamento e variações, tanto nos processos de leitura como
produção de textos.
• Ensino do uso da Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA): realização de
atividades que ampliem os canais de comunicação, com o objetivo de atender às
necessidades comunicativas de fala, leitura ou escrita dos educandos e educandas. Alguns
exemplos de CAA são cartões de comunicação, pranchas de comunicação com símbolos,
pranchas alfabéticas e de palavras, vocalizadores ou o próprio computador, quando utilizado
como ferramenta de voz e comunicação.
• Ensino e do uso dos recursos de Tecnologia Assistiva – TA, incluindo: a) Ensino do
uso de recursos ópticos e não ópticos: ensino das funcionalidades dos recursos ópticos e
não ópticos e desenvolvimento de estratégias para a promoção da acessibilidade nas
atividades de leitura e escrita. São exemplos de recursos ópticos: lupas manuais ou de
apoio, lentes específicas bifocais, telescópios, entre outros, que possibilitam a ampliação de
imagem. São exemplos de recursos não ópticos: iluminação, plano inclinado, contraste,
ampliação de caracteres, cadernos de pauta ampliada, caneta de escrita grossa, lupa
eletrônica, recursos de informática, entre outros, que favorecem o funcionamento visual. b)
O ensino da usabilidade e das funcionalidades da informática acessível: ensino das
funcionalidades e da usabilidade da informática como recurso de acessibilidade à
informação e à comunicação, promovendo a autonomia do educando ou educanda. São
exemplos desses recursos: leitores de tela e sintetizadores de voz, ponteiras de cabeça,
teclados alternativos, acionadores, softwares para a acessibilidade.
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• Estratégias para enriquecimento curricular: organização de práticas pedagógicas
exploratórias suplementares ao currículo comum, que objetivam o aprofundamento e a
expansão nas diversas áreas do conhecimento. Tais estratégias podem ser efetivadas por
meio do desenvolvimento de habilidades; da articulação dos serviços realizados na escola,
na comunidade, nas Instituições de Ensino Superior (IES); da prática da pesquisa e do
desenvolvimento de produtos; da proposição e do desenvolvimento de projetos de trabalho
no âmbito da escola com temáticas diversificadas, como artes, esporte, ciência e outras.
Rede de Apoio
Temos como meta a formação de uma Rede de Apoio que envolva profissionais das
áreas da Saúde, Assistência Social e Trabalho, sempre que necessário, para o
desenvolvimento e progresso dos estudantes. Exemplo: CEFAI, DICEU, NAAPA, UBS,
Emprego Apoiado, APD (Acompanhamento da Pessoa com Deficiência) CAPS, CRAS,
Residências Terapêuticas e Inclusivas, ONGS, Centros esportivos etc.
Em nossa trajetória percebemos como esse elo de ações e planos de atendimento
fazem total diferença no desenvolvimento dos estudantes dentro e fora do ambiente escolar.
Essas parcerias nos proporcionam trazer profissionais com experiências
multifacetadas para contribuírem com as nossas formações e contribuírem com as nossas
práticas pedagógicas.
A Pessoa com Deficiência e o Mundo Do Trabalho
Percebemos também uma necessidade latente em alguns estudantes com deficiência
que demonstram o desejo de serem incluídos no Mundo do Trabalho. A inclusão da pessoa
com deficiência no Mundo do Trabalho é um tema que tem ganhado cada vez mais
48
destaque, pois além de ser uma questão de direitos humanos, pode trazer benefícios tanto
para o trabalhador quanto para a empresa. Tal tema, tem sido debatido entre os CIEJAS e a
DIEJA na perspectiva de estabelecermos parcerias para a inclusão das PCDS no Mundo do
Trabalho.
A inclusão da pessoa com deficiência no Mundo do Trabalho traz benefícios como o
aumento da diversidade e a criatividade no ambiente laboral, além de permitir que a
empresa cumpra sua responsabilidade social e se comprometa com a inclusão social. Para
o trabalhador com deficiência, o emprego representa uma oportunidade de autonomia
financeira, melhoria da autoestima e possibilidade de crescimento profissional e pessoal.
As formações e a Semana da Educação Inclusiva no mês de setembro
O trabalho com a diversidade requer a inclusão diária de debates, aprofundamento
teórico e o compartilhamento de vivências permanentemente nos horários de JEIF,
Reuniões Pedagógicas e na Semana da Educação Inclusiva. A semana da Educação
Inclusiva acontece anualmente no mês de setembro.
Sendo uma janela que se abre no CIEJA, embora nossa rotina esteja repleta de
atividades inclusivas, essa semana em particular, nos faz debruçar sobre o tema com mais
intensidade, provoca um movimento didático pedagógico sobre eliminação de barreiras, nos
aproxima de exemplos de superação e nos possibilita vivenciarmos nesses dias, quebras de
paradigmas a respeito de temas delicados, como por exemplo, a questão da sexualidade
dos PCDS ou até mesmo a questão do Capacitismo, atitude irrefletida da maioria das
pessoas ao lidar com PCDS: comportamento que acaba provocando estagnação e prejudica
a constatação de avanços conquistados por eles e pelos esforços engendrados nos
atendimentos nas UES.
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Acessibilidade Arquitetônica
O CIEJA possui uma estrutura com dois andares, com acesso ao piso superior, através
de dois lances de escada com corrimões, porém uma barreira para as pessoas usuárias de
cadeira de rodas. Anualmente solicitamos a Diretoria de Ensino Jaçanã/ Tremembé a
possibilidade de acesso através de um elevador externo, plataforma elevatória etc.
Os banheiros do piso térreo são adaptados para usuários de cadeira de rodas, com
barras e pias rebaixadas. Um dos banheiros possui um chuveiro com água quente, caso se faça
necessário para higiene de algum estudante.
O piso tátil foi retirado durante a reforma, porém será recolocado.
A área externa da escola (vias públicas- faixada) possuem rampa de acesso, mas as
calçadas são estreitas e irregulares o que dificulta significativamente o trânsito das pessoas
com algum comprometimento físico.
Acessamos de forma interna o Balneário Gastão Moutinho para atividades de projetos
elaborados pelos professores.
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Acessibilidade nos mobiliários (classe escolar acessível, cadeira de rodas
e outros)
As salas de aula do piso térreo possuem 3 mesas para pessoas usuárias
de cadeiras de rodas ou gigantismo.
Na unidade temos uma cadeira de rodas e uma cadeira de banho, se em
algum momento for necessário utilizar a mesma.
Acessibilidade no transporte escolar (veículo rebaixado para acesso aos usuários de
cadeira de rodas, de muletas, andadores e outros)
A nossa UE conta com três transportes escolares gratuitos (TEG), sendo um deles
adaptado para usuários de cadeira de rodas.
Acessibilidade nas comunicações e informações (tradutor/intérprete de Libras, guia
intérprete e outros recursos e serviços)
No ano de 2024 vamos receber em nossa UE uma estudante surda e foi solicitado ao
CEFAI um Instrutor de Libras para auxiliar a estudante e possibilitar o seu acesso ao currículo,
além de apoiar o trabalho dos professores e funcionários da escola.
Acessibilidade pedagógica
A nossa UE possui livros, materiais e jogos em
Braille e Libras que são utilizados no apoio aos
estudantes com as especificas barreiras. Como
relatado anteriormente nesse documento, construímos
as plataformas de atividades flexibilizadas que são de acesso a todos os
professores.
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A escola tem acesso ao programa Boardmaker (enviado pela SME- Educação
Especial) para construção das pranchas de CAA (Comunicação Aumentativa e Alternativa),
que possibilita a construção de vários materiais e atividades de acesso aos estudantes sem
oralidade ou com a comunicação restrita.
Em 2023 estudamos e avaliamos a importância dos estudantes sem oralidade terem
“voz”, através dos botões de comunicação com apoio das cores e regraváveis. Esse material
possibilitou que os estudantes sem oralidade pudessem participar do projeto de leitura,
como por exemplo, para declamar um poema.
A PAEE em parceria com os professores confeccionaram pastas de estimulação
cognitiva com velcro, para
aprendizagem permanente, que são
utilizados no AEE contraturno e em
alguns momentos no AEE colaborativo.
A PAEE acompanha as saídas
pedagógicas aos Museus, Apresentações, Parques etc para que
Todos possam ter acesso e participação efetiva nas atividades desenvolvidas.
A comunicação CAA é construída coletivamente com a família, através de enquete
com questões referentes ao estudante e a sua rotina. Os professores
também trazem contribuições com as intervenções imagéticas em
relação à sala de aula. A Comunicação Alternativa e Aumentativa é
utilizada em atividades, materiais, recursos de rotina etc.
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Descrição do espaço físico da sala de recursos multifuncionais: mobiliários,
equipamentos, materiais didático-pedagógicos e outros recursos específicos para o
AEE, atendendo as condições de acessibilidade
A sala de recursos multifuncionais (SRM) está localizada no piso térreo da UE o
que favorece a acessibilidade, em frente aos banheiros e próxima as áreas de
alimentação.
O ambiente é amplo e bem iluminado com prateleiras para exposição e fácil acesso
aos materiais e jogos, tanto para os estudantes, quanto para os professores e estagiários,
que levam para sala quando necessário. Temos 8 mesas e quando necessário usamos a
mesa adaptada para usuários de cadeira de rodas. A sala conta com um acervo vasto de
materiais industrializados para estimular os processos cognitivos, como também materiais
confeccionados pela PAEE em parceria com os professores, inclusive materiais
personalizados de acordo com os temas trabalhados na sala regular.
Recursos disponíveis:
✓ 2 computadores (notebook)
✓ 1 impressora colorida com scanner
✓ Plastificadora
✓ 1 mesa colorida para estudantes com 8 lugares
✓ 2 armários de aço fechados
✓ 2 estantes de MDF prateleiras abertas com rodinhas
✓ 1 prateleira aérea em MDF
✓ 1 lousa de vidro
✓ 1 máquina Braille
✓ Software Bord Maker
✓ Soroban
✓ Mouse Ball
✓ 1 mouse com entrada para acionador
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✓ Lupas
✓ Engrossadores
✓ Tesoura adaptada com suporte
✓ Planos inclinados
✓ Adaptadores para deficiência física
✓ Colmeia para teclado
✓ Selas Braille (Tátil) em madeira
✓ Materiais e livros com noções básicas em Libras
✓ Diversidade de quebra-cabeça
✓ Diversidade de dominós
✓ Diversidade de jogos de associação
✓ Diversidade de jogos e materiais para habilidades motoras
✓ Bandinha Rítmica
✓ Jogos em Libras
✓ Dominó táteis
✓ Caixas sensoriais
✓ Letras móveis
✓ Materiais imantados
Para finalizar...
O princípio fundamental da educação inclusiva no CIEJA Santana/ Tucuruvi é o de
que todos os estudantes podem e devem aprender juntos; independentemente de
qualquer dificuldade ou diferença, sempre que for possível, reconhecendo as diversidades
e acomodando vários estilos e ritmos de aprendizagem, assegurando uma educação
equânime e de qualidade.
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II - Proposta Curricular
a) Avaliações internas e externas
Anualmente a SME (Secretaria Municipal de Educação) elabora uma avaliação para
o público da EJA. No ano passado ocorreu na forma impressa. Pontuamos que essas
avaliaçõe externas, não vêm com as devidas adequações pensando nos estudantes com
deficiência e/ou com dificuldades de aprendizagem e leitura. Para sua realização,
organizamos durante esse período dias e horários para que nossos estudantes realizem a
prova com tranquilidade.
As provas vêm de forma nomial para cada estudante, e no ano passado houve um
problema em vários CIEJAs, onde o nome social não foi respeitado, ocasionando a
suspensão das provas até que DIEJA providenciasse novas provas para os estudantes
Trans, respeitando esse direito. Ao final, conseguimos organizar de maneira que ninguém
fosse prejudicado.
Além das Avalições externas, temos as avalições internas bimestralmente, bem
como realizamos sondagens em todos os módulos para sentirmos a real necessidade das
turmas. Para tal, os dados dessa sondagem são organizados em planilha própria para que
de forma coletiva com os professores, possamos nos debruçar sobre os dados e
pensarmos em ações qualitativas que atendam as reais necessidades dos nossos
estudantes.
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b) Metas de Apredizagem e Desenvolvimento
O CIEJA tem como meta principal o desenvolvimento da capacidade leitora,
escritora, autônoma e reflexiva dos estudantes, bem como buscar possibilidades para seu
crescimento cultural e social. Buscar o desenvolvimento de práticas acerca das questões
originária das relações étnicas raciais, entendendo e valorizando as diferentes culturas,
buscando desconstruir formas de pensamento cristalizadas que estimulam estereótipos,
preconceitos, discriminações, ajudando a transformar a sociedade e integração dos
deficientes no cotidiano escolar, valorizar a cultura e o conhecimento dos estudantes.
c) Prioridades e Objetivos Educacionais
O trabalho com a EJA requer um olhar diferenciado, para um público que já passou
por inúmeras situações excludentes, que chegam até o CIEJA com o sentimento de não
pertencimento, somente com um trabalho diário de acolhimento e empatia, esse
sentimento se transforma, estreitando os vínculos e a aprendizagem acontece.
Temos como prioridade nos debruçarmos sobre as reais dificuldades dos
estudantes, realizando um mapeamento de toda a UE a partir das Sondagens de Leitura e
Escrita. Com os dados em mãos, discutimos em nosso primeiro Conselho de Classe quais
ações estão sendo realizadas com o objetivo de sanar tais dificuldades. Esse trabalho será
desenvolvido durante todo o ano letivo em consonância com o nosso PEA.
Desse modo, para que possamos garantir o direito e o fortalecimento das
aprendizagens, faz-se mais do que necessário pensarmos em múltiplas linguagens para o
acesso de TODOS. Por isso mesmo que o trabalho será desenvolvido durante todo o ano
por meio das oficinas, reorganização dos estudantes e módulos que atendam suas
especificidades, bem como atividades flexibilizadas propiciando uma recuperação
contínua.
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d) Normas de Convívio e Mediando Conflitos: Vivendo e Convivendo
Viver é conviver, a máxima citada faz todo sentido na realidade do CIEJA, como já
mencionamos, aqui estudam jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência.
Essa diversidade carrega em si um problema e também um desafio, coexistir
respeitando as diferenças de tempos de aprendizagem e estilos cognitivos, diferenças de
gerações, hábitos e valores, não é uma tarefa fácil e por vezes acaba surgindo alguns
conflitos.
Quando nos deparamos em situações de conflito que ocorrem nas mais diversas
instâncias da escola, a mediação é algo presente em nossas ações como também,
primamos por ações preventivas como palestras, rodas de conversa, aulões com temas
que abarcam a diversidade, o respeito, o diálogo entre outras.
O diálogo nessas situações surge como principal mediador para a solução desses
impasses, primando pelo respeito e tolerância. Buscamos ouvir os envolvidos no conflito
individualmente para que se sintam à vontade para colocar sua versão do ocorrido. Após
ouvirmos os dois lados, buscamos a solução em conjunto com eles para que todos se
sintam corresponsáveis.
Em caso de reincidência, chamamos novamente para o diálogo, e realizamos o
registro da ocorrência, solicitando que tomem ciência por meio de suas assinaturas e de
forma conjunta assumam o compromisso de conviver de forma respeitosa.
No caso de estudantes menores, primeiro estabelecemos um diálogo com eles, e
caso seja necessário entramos em contato com seu responsável legal para que tome
conhecimento do ocorrido.
Viver e conviver pressupõe respeito, mediação e escuta sensível, tais ações têm
contribuído para a prevenção e resolução de conflitos que surgem no CIEJA. Além
disso, temos na unidade a Comissão de Mediação de Conflitos, conforme Decreto nº
56.560/2015 (em anexo, membros da Comissão).
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e) Articulações locais com os Equipamentos Sociais
Nossas concepções estão em toda parte, inclusive nos cartazes que colocamos
no CIEJA, respeito à diversidade e a garantia da representatividade. Cartazes que
asseguram o direito de serem chamados pelo Nome Social, quando for o caso, bem como
o acesso aos banheiros da escola.
Temos recebido homens e mulheres trans do Centro de Acolhida João Nery e do
Centro de Acolhida Casa Florescer II. Outra articulação com os equipamentos sociais é
o de recebermos anualmente estudantes com deficiência de Residências Terapêuticas,
Casas de Acolhida, etc.
f) Estratégias de Atendimento aos Educandos com Deficiencia, Transtornos Globais do
Desenvolvimento e altas habilidades/superdotação
A formação continuada se dá em todo momento no CIEJA, em Setembro de 2023
tivemos mais uma Semana de Educação Inclusiva, considerando uma abordagem
integral da inclusão.
Faz parte do senso comum considerar que Inclusão seja apenas um assunto que
envolva simplesmente o atendimento à Pessoas com Deficiência, porém, ao pensar
sobre as vulnerabildades econômica, social, e até mesmo física dos estudantes do
CIEJA, além de tomarmos as concepções do Currículo da Cidade, temos a consciência
de que ao trabalhar essa temática, não se deve restringir a abordagem a uma única
faceta desse tão relevante tema.
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Podemos ver claramente os efeitos perversos da exclusão na vida da pessoa com
deficiência, e em grande parte das vezes, isso não é restrito somente a esse grupo, a
exclusão e suas consequências, atinge também o negro, o pobre, o gay, e em alguns
casos, essas questões atingem as pessoas de maneira duplicada, o que faz com que os
esforços para lidar com as barreiras por elas impostas, exijam dos estudantes ainda
muito mais recursos.
Pensando nisso, na Semana Inclusiva do CIEJA Santana/Tucuruvi, convidamos
pessoas que pudéssem trazer aos nossos estudantes, uma perspectiva positiva de
maneiras pelas quais, se é possível encontrar caminhos e desenvolver habilidades, que
possivelmente trarão oportunidades para auxiliá-los na difícil tarefa de transpor as
barreiras da exclusão. Abaixo o convite da nossa Semana da Educação Inclusiva 2023 e
os temas trabalhados por nossos convidados:
Tivemos uma formação com a nossa PAEE Patrícia Palma para falar sobre as
necessidades sensoriais das pessoas com TEA e o uso de almofadas sensoriais. Além
disso, disponibilizamos no hall de entrada da UE totens com QRcodes e vídeos sobre
capacitismo. Fizemos também um painel na entrada da escola com o tema "Nos
Completamos na Diversidade".
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O trabalho com a diversidade requer a inclusão diária de debates, aprofundamento
teórico e o compartilhamento de vivências... Recebemos também para enriquecer a
conversa a Professora Herbe Discórdia para tratar sobre o tema gênero, sexualidade e
sexo por uma Educação Humanizadora. Herbe se defini como travesti, traz sua história de
vida e as dificuldades de ser quem é na sociedade em que vivemos.
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Em tempos em que a Saúde Mental anda abalada, é urgente também termos um
olhar sensível para estas questões. Para tanto, recebemos o Médico Psiquiatra Dr.
Hercílio trazendo um aprofundamento sobre os transtornos Mentais e tirando dúvidas de
nossos estudantes.
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Tivemos uma conversa com o Advogado, Educador e Pesquisador João Paulo
Guinalz que nos trouxe um resumo de sua pesquisa de Dissertação de mestrado falando
um pouco sobre a diversidade e adversidades no Mundo do Trabalho. João trouxe um
olhar sensível e humano em relaçãos aos trabalhadores pesquisados em situação de
vulnerabilidade e insalubridade por conta das condições ao qual foram expostos em uma
fábrica em Belém.
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E por fim, recebemos o sr. Eliseu Acácio e seu filho Lucas, para compartilhar
saberes de como ser pai em Tempo Integral de um filho autista e Divulgação de seu livro
“Minha Vida, nossas Vidas – pai cuidador de autistas”.
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A semana de Educação Inclusiva é uma janela que se abre no CIEJA, embora
nossa rotina esteja repleta de atividades inclusivas, essa semana em particular, nos faz
debruçar sobre o tema com mais intensidade, provoca um movimento didádico
pedagógico sobre eliminação de barreiras, nos aproxima de exemplos de superação e nos
possibilita vivenciarmos nesses dias, quebras de paradigmas a respeito de temas
delicados, como por exemplo a questão da sexualidade dos PCDs ou até mesmo a
questão do capacitismo, atitude irrefletida da maioria das pessoas ao lidar com PCDs:
comportamento que acaba provocando estagnação e prejudica a constatação de
avanços conquistados por eles e pelos esforços engendrados nos atendimentos nas UEs.
Tratar de temas sobre a diversidade como já mencionamos é abarcar a TODOS,
por essa razão privilegiamos convidados que trouxessem representatividade,
apresentassem aos estudantes e toda a equipe como é viver em uma sociedade
múltipla. Quebrar comportamentos cristalizados é um chamamento para a reflexão!
g) Plano de Gestão
Temos por concepção e prática, que as relações desenvolvidas no dia a dia da
escola devam primar pelo respeito, pela dialogicidade, envolvendo toda a comunidade
escolar integrada a esse processo. Viver uma gestão democrática pressupõe espaço de
escuta atenta e fala pontual, que dividi com todos a corresponsabilidade das ações que
regem o funcionamento da Unidade Educacional. Nesse sentido, nossa identidade vai
tomando corpo, delineando assim uma gestão acolhedora e democrática.
Compreendemos que estar no CIEJA pressupõe o convívio com a multiplicidade de
historicidades que envolvem estudantes, corpo docente e todos os funcionários que desse
universo fazem parte. Desse modo, abarcamos as diferenças sociais, étnicas, culturais,
religiosas e de gênero. Tendo em vista o explicitado acima, as ações que evidenciam um
trabalho coletivo e humanista é o de propiciar um ambiente acolhedor para todos aqueles
que trabalham e que estudam em nossa escola. É também promovermos momentos de
participação em Conselhos do CIEJA e APM, Conselho de Classe Participativo, Reunião
de Pais e espaço aberto para sugestões e ou críticas com vistas a melhorarmos o nosso
trabalho, Reuniões Mensais com funcionários com o objetivo de formarmos uma equipe
coesa e motivada, onde cada um é parte do todo, considerando as especificidades e os
talentos de cada um.
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Atrelados a isso, ressaltamos também o trabalho ativo e direcionado pela CIPA
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) tanto para a formação de professores e
funcionários no Horário Coletivo, como também de estudantes durante as aulas trazendo
informações relevantes quanto à prevenção de doenças, pandemais, epidemias,
elucidando precauções e prevenções em relação à dengue, cuidados necessários com a
saúde e bem estar, e os procedimentos de Primeiros Socorros (em anexo encontra-se o
Manual de Normas e Procedimentos da SME, pág. 446 a 451). Todos os funcionários
participam das formações e estão aptos a prestar os primeiros socorros caso haja
necessidade. Conforme Lei nº 18.084, de 19 de Janeiro de 2024 que Institui o Programa
Lei Lucas de Primeiros Socorros no Município de São Paulo para capacitar professores e
funcionários em noções de primeiros socorros.
Uma gestão que privilegia a escuta e considera a fala do outro para repensar e
redimensionar as ações valoriza os profissionais que fazem parte desse espaço que é
coletivo e feito por todos. Além disso, a Equipe Gestora se reúne semanalmente para
pensar em ações a partir das demandas que surgem na UE. bem como planejar ações
futuras.
Na primeira Reunião de Organização com Funcionários no ínicio deste ano, por
exemplo, foram feitas algumas perguntas ao grupo:
 Como você acredita que o CIEJA pode melhorar o seu desempenho e impacto na
vida dos estudantes?
 Quais são os principais temas que você considera prioritários para a formação dos
estudantes no CIEJA?
 O que você considera essencial para promover uma educação inclusiva e
respeitosa dentro do CIEJA Santana/ Tucuruvi?
As respostas trazidas pelos funcionários foram que muitos estudantes trazem
histórias de vidas distintas, muitas delas relacionadas a exclusão, várias barreiras que
os impediram de concluirem seus estudos. Diantes disso, os funcionários se colocam
de forma acolhedora ao receberem os estudantes, tentando desempenharem o seu
trabalho de modo humanizado.
Os temas mencionados estão relacionados ao respeito à diversidade, à inclusão de
todos: adolescentes, idosos, mulheres, PcDs, as mais diversas etnias e etc.
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Para promover uma educação inclusiva e respeitosa, os fucionários elegeram a
escuta atenta e o acolhimento, além de que os temas citados acima, sejam trabalhados
em sala de aula promovendo a reflexão dos estudantes, trazendo uma educação que
de fato, extrapole os muros da escola.
Por fim, os funcionários afirmaram que o CIEJA é um espaço de transformação.
Conceber uma educação equânime é contemplar toda essa diversidade presente
no CIEJA Santana/ Tucuruvi, esse território múltiplo, transformador, coletivo e inclusivo.
Em anexo o nosso Plano de Trabalho.
h) Plano de Implementação da Proposta Curricular e Currículo da Cidade
A interlocução entre os pares é sempre algo almejado, uma vez que a
interdisciplinaridade só enriquece o trabalho. Pensando na promoção de uma Consciência
Cidadã o trabalho extraclasse do CIEJA referente ao 1º Bimestre das turmas do Matutino e
Intermediário, teve todas as áreas do Conhecimento envolvidas: Ciências Humanas (Lis
Régia); Ciências da Natureza (Ricardo Pellegrini); Códigos e Linguagens (Valéria Velosa);
Arte (Carla Tiemi) e Educação Física (Eduardo Parladore).
No trabalho da educação para a cidadania, o CIEJA desempenha um papel
fundamental ao promover atividades que estimulam a reflexão sobre direitos e deveres na
sociedade. Esse compromisso resultou no projeto recente que abordou os direitos sociais e
diversos estatutos de leis específicas como o Estatuto dos idosos, o ECA (Estatuto da
Criança e do Adolescente), o PEC das Domésticas, o código do direito do consumidor,
direitos trabalhistas, projeto Transcidadania entre outros.
Os estudantes do CIEJA se reuniram em duplas para explorar esses temas
complexos e pertinentes à realidade contemporânea e que os afetam diretamente. Eles
realizaram pesquisas, onde os participantes estudaram leis, regulamentos e casos
emblemáticos que ilustram os desafios e avanços na proteção e lutas pelos direitos
abordados. Aprofundando-se no tema, eles puderam compreender a dificuldade da
efetivação dos direitos socias numa sociedade marcada pela injustiça social. Buscaram
compreender não apenas as leis em si, mas também seu impacto na vida das pessoas.
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
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  • 1. 1 DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO JAÇANÃ / TREMEMBÉ Centro Integrado de Educação de Jovens e AdultosCIEJA Santana/Tucuruvi Projeto Político Pedagógico2024
  • 2. 2 ÍNDICE 1. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE.......................................................................................... 3 2. PREFÁCIO .......................................................................................................................... 4 3. REGIME DE FUNCIONAMENTO ......................................................................................... 5 3.1. NÍVEIS DE ENSINO ............................................................................................................. 7 3.2 MATRIZ CURRICULAR .........................................................................................................15 I – ESTUDO DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE a) ESTUDANTES DO CIEJA E SEU PERFIL..................................................................... 16 b) PROFISSIONAIS DO CIEJA E SEU PERFIL................................................................ .30 c) QUADRO DE PROFISSIONAIS DO CIEJA .....................................................................34 d) EQUIPAMENTOS DE SAÚDE, ESPORTE, LAZER E CULTURA DO ENTORNO ..........36 e) ESTRATÉGIAS DE ATENDIMENTO AOS EDUCANDO C/ DEFICIÊNCIA, TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO E ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO .......................................................................................................... 37 II - PROPOSTA CURRICULAR ................................................................................................... 54 f) Avaliações Internas e Externas...................................................................................... 54 g) Metas de Aprendizagem .................................................................................................55 h) Prioridades e Objetivos Educacionais ............................................................................ 55 i) Normas de Convívio e Mediando Conflitos: Vivendo e Convivendo................................ 56 j) Articulações locais com o Equipamentos Sociais ...........................................................57 k) Estratégias de atendimento aos educando com deficiência, TGD e Altas Habilidades/Superdotação .............................................................................................57 l) Plano de Gestão ............................................................................................................ 63 m) Plano de implementação da Proposta Curricular e Currículo da Cidade........................ 65 n) Projetos de ação para as Atividades Curriculares desenvolvidas no Cotraturno Escolar...... 67
  • 3. 3 E-mail: ciejasantanatucuruvi@sme.prefeitura.sp.gov.br Blog: http://ciejasantanatucuruvi.blogspot.com.br/ Facebook: https://www.facebook.com/ciejasantanatucuruvioficial/ CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CIEJA SANTANA/ TUCURUVI PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2024 1. Identificação da Unidade Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – CIEJA Santana/Tucuruvi Diretoria Regional de Educação Jaçanã / Tremembé Rua Cel. João da Silva Feijó, 34 – Parque do Mandaqui. CEP: 02422-018 Fone: 2233-2170 / 2233-0025 FORMAS DE CONTATO ON-LINE DECRETO DE CRIAÇÃO: 38.817 de 16 de Dezembro de 1999. DECRETO DE FUNCIONAMENTO: 53.676 de 28 de Dezembro de 2012. Parecer do C.M.E.: 10/2002 de 07/11/2002.
  • 4. 4 2. Prefácio Projeto Político Pedagógico (PPP) - o que traduz esse nome? Pensamos ser um esforço coletivo de planejamento e ações concretas para o alcance de metas de aprendizagem e desenvolvimento que trilharão nosso percurso durante todo o ano de 2024. Muito já caminhamos e construímos nesse trajeto, porém como escola é movimento e plural, nosso Projeto necessariamente deve acompanhar essa dinâmica, sendo flexível e cumprindo a sua função que é dar vida ao que acontece na escola. Ao fazermos referência à Projeto projetamos aprendizagens, experiências que possam ser significativas e aonde queremos chegar. Escrever o PPP de forma coletiva é um movimento Político ao considerarmos a escola como espaço de construção de saberes, formando cidadãos conscientes, que atuam na sociedade, provocando mudanças, alterando os rumos de nossa história, além de caracterizar uma ação coletiva, lembrando que o “eu” deva ser substituído pelo “nós”. É também Pedagógico porque nos conduz, trazendo propostas, atividades, projetos educativos e propositivas pedagógicas contemporâneas que agreguem a aprendizagem. Por essa razão é tão importante a participação de todos nesse percurso garantindo a riqueza da pluralidade presente no CIEJA e ao mesmo tempo considerando a singularidade da nossa realidade. Tudo isso, revela a identidade do CIEJA Santana/ Tucuruvi, nossas concepções estão explicitadas no nosso fazer e agir, envolvendo desde o atendimento que se faz na entrada da escola, aos cartazes informativos espalhados pelos corredores, na relação entre os estudantes e professores, funcionários e equipe gestora, bem como até o trabalho desenvolvido em sala de aula. Atendendo jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência é uma marca do trabalho do CIEJA, contemplando as mais diversas histórias de vida e apostando em uma educação que considera essa diversidade. O PPP é um documento escrito com a participação de todos, podendo ser repensado a cada momento do nosso percurso, por isso que é tão importante que ele NÃO SEJA UM DOCUMENTO ENGESSADO, INFLEXÍVEL. Convidamos a todos a mergulharem conosco nesse processo, a lerem o nosso PPP e conhecerem nossas ideias, projetos, concepções que delinearão nosso ano letivo de 2024.
  • 5. 5 3. Regime de Funcionamento Para ingressar no CIEJA é necessário realizar um cadastro em nosso blog: http://ciejasantanatucuruvi.blogspot.com.br/, de qualquer lugar que você esteja e tenha um acesso à internet ou caso encontre alguma dificuldade, basta nos procurar com comprovante de escolaridade e comprovante de endereço que os funcionários da secretaria realizarão o seu cadastro. A secretaria do CIEJA receberá sua inscrição com seus dados e entrará na lista organizada automaticamente por ordem de recebimento, assim que surgir a vaga no Módulo e horário de sua escolha, a secretaria da nossa Unidade entrará em contato para a efetivação da matrícula. A seguir, montamos um passo a passo para a realização do cadastro: Para aqueles que não têm comprovante de escolaridade, aplicamos uma Prova de Classificação, validando como um documento oficial para o seu acesso à escola. Essa prova foi construída pensando naqueles que estão há muito tempo afastados da
  • 6. 6 escola, mas que por se tratarem de pessoas com historicidade e grandes vivências, poderão realizá-la. Dividimos a prova em 2 etapas: um preenchimento de ficha inicial com dados elementares como nome, telefone, endereço e porque o estudante decidiu retomar seus estudos; e na sequência, se o candidato realizar de forma tranquila essa etapa, passamos para a etapa seguinte que compreende situações problema, interpretação de texto, articulação de informações com o cotidiano e produção textual, envolvendo todas as áreas do conhecimento. É importante registrarmos que nossa Prova de Classificação foi construída retratando a realidade em que vivemos, situações de desigualdades, a luta dos trabalhadores formais e informais e apresentamos Carolina Maria de Jesus, muitas vezes esquecida em nossa literatura. Muitos são os estudantes que nos procuram para a realização da Prova de Classificação, dentre muitas histórias, ressaltamos que muitos estudantes se identificam no momento em que realizam a prova, sentindo forte identificação com a história de vida da Carolina Maria de Jesus. Muitos conseguem aproximar os exercícios à sua realidade. Acreditamos que a Prova de Classificação, para muitos, é uma porta de entrada e é de extrema importância que os estudantes se sintam representados e que a prova, não seja encarada como uma barreira. É importante também lembrarmos que dentro dessa diversidade há estudantes que mesmo há muito tempo fora da escola, trazem seus conhecimentos acumulados conseguindo transpor para a aprendizagem formal. Dessa forma, respeitamos o direito de que ele dê continuidade aos seus estudos, avançando inclusive de módulo. A partir de um olhar apurado dos professores, ou até mesmo pela manifestação do próprio estudante, garantirmos o direito da realização da Prova de Reclassificação. Essa prova é construída com o conteúdo anual, compreendendo todas as áreas do conhecimento, do Módulo em que ele está cursando. Há questões de múltipla escolha, dissertativas e produção textual. Após correção e análise da Comissão de Reclassificação, a partir de critérios pré-estabelecidos o estudante é considerado Reclassificado para o próximo Módulo ou Não Reclassificado, permanecendo assim no Módulo em que se encontra.
  • 7. 7 O CIEJA Santana/Tucuruvi atende jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência na modalidade EJA. Somos uma escola regular da Prefeitura de São Paulo organizada em módulos (etapas) anuais sequenciais e progressivas que compreende o Ensino Fundamental. Atende maiores de 15 anos de idade, nos períodos diurno e noturno, em grupos de classe com até 20 (vinte) estudantes, de segunda à sexta-feira no período das 7h30 às 22h15, de fevereiro a dezembro com no mínimo 200 dias letivos de encontros diários de 2h15min, e com complementação de carga horária com atividades de efetivo trabalho pedagógico extraclasse. A seguir trazemos o número de vagas oferecidas e nosso quadro atual: 3.1 Níveis de ensino: Módulo I Modulo II Compreende o 1o, 2o e 3º ano do Ciclo I – Ensino Fundamental. Compreende o 4o e 5º ano do Ciclo I – Ensino Fundamental Módulo III Módulo IV Compreende o 6o e 7o ano do Ciclo II do Ensino Fundamental. Compreende o 8o. e 9o. ano do Ciclo II – Ensino Fundamental. Os componentes curriculares contemplam as áreas de conhecimento:  Linguagens e Códigos – (Língua Portuguesa, Inglês)  Ciências da Natureza e Matemática – (Ciências e Matemática)  Ciências Humanas – (História e Geografia)  Informática,  Arte,  Educação Física. (vide Matriz Curricular abaixo). VAGAS OFERECIDAS 340 VAGAS NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS 250 ALUNOS ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA 27 ALUNOS ESTUDANTES MENORES 45 ALUNOS
  • 8. Prefeitura do Município de São Paulo Secretaria Municipal de Educação Diretoria Regional de Educação “Jaçanã / Tremembé” Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos – CIEJA “Santana / Tucuruvi” Matriz Curricular Organização Curricular Ciclo I Ciclo II Total da Carga Horária Base Nacional Comum Áreas do Conhecimento Componente Curricular Módulo I – Alfabetização Módulo II – Básico Módulo III – Complementar Módulo IV - Final Em Classe h/a Extra Classe Total de horas Em Classe h/a Extra Classe Total de horas Em Classe h/a Extra Classe Total de horas Em Classe h/a Extra Classe Total de horas Matemática Matemática 3 2 150h 3 2 150h 2 2 120h 2 2 120h 540h Ciências da Natureza Ciências 2 1 90h 2 1 90h 2 1 90h 2 1 90h 360h Ciências Humanas História 2 2 180h 2 2 180h 2 2 180h 2 2 180h 720h Geografia 2 2 2 2 Linguagens e Códigos Língua Portuguesa 3 4 300h 3 4 300h 3 4 300h 3 4 300h 1200h Arte 1 1 1 1 Educação Física* 2 2 2 2 Total da Base Nacional Comum 15 9 720h 15 9 720h 14 9 690h 14 9 690h 2820h Parte Diversificada Língua Estrangeira Moderna Inglês** - - - - - 1 - 30h 1 - 30h 60h Informática 2 - 60h 2 - 60h 2 - 60h 2 - 60h 240h Total da Parte Diversificada 2 - 60h 2 - 60h 3 - 90h 3 - 90h 300h Total da Carga Horária 17 9 26 17 9 26 17 9 26 17 9 26 780h 780h 780h 780h 3.120h Carga horária total do curso para cada módulo: 780h + 50h (socialização)= 830h x 4 módulos 3.320h Componentes curriculares tratados de forma interdisciplinar *Aulas fora do horário de funcionamento do turno **Desenvolvido integrado à Área de Linguagens e Códigos Atividades Complementares Módulos I e II Módulos III e IV Nº de horas-aula Carga Horária Nº de horas-aula Carga Horária Itinerários Formativos Informática (Qualificação Profissional) 2 60h 2 60h Oficinas de Estudos Projetos / Recuperação / Reposição 3 90h 3 90h Total 5 150h 5 150h Total Geral – 150h x 4 módulos = 600h *Atividades optativas de acordo com o Projeto Político-Pedagógico do CIEJA 15
  • 9. 9 I – Estudo diagnóstico da comunidade a) Estudantes do CIEJA e seu perfil: No último ano fizemos uma atualização do perfil socioeconômico cultural dos nossos estudantes. Tais dados tem por objetivo repensarmos nossa prática e delinearmos novas possibilidades. A seguir, apresentamos um recorte dessa pesquisa e algumas propositivas pensadas a partir da mesma. Acreditamos que as razões que levam as pessoas a retornarem aos estudos são as mais diversas, motivados por questões profissionais, sociais, pessoais, etc. De acordo com o gráfico a seguir, indica que 31,3% possuem ânsia de aprender a ler e escrever. É importante ressaltarmos que esse dado é relevante para o nosso trabalho, uma vez que há alunos que serão matriculados nos mais diversos módulos, a partir de uma documentação escolar apresentada, porém, nem todos possuem o domínio da leitura e escrita. Se assim o é, no CIEJA temos que ir a busca de garantirmos esse direito com ações que viabilizem e efetivem o atendimento dessa necessidade. Uma de nossas ações é a de termos Oficinas que corroboram com o desenvolvimento de nossos estudantes, uma delas é o FORTALECIMENTO DAS APRENDIZAGENS DE LEITURA E ESCRITA NA EJA da professora Marta dos Santos. Compreendendo a alfabetização e o letramento como forma de expressão, interpretação e participação social, no exercício da cidadania plena e sabendo da diversidade do perfil dos nossos educandos, por mais eficaz que seja o planejamento de aulas, a atenção individualizada é fundamental diante da demanda apresentada em nossa escola, ampliando a
  • 10. 10 leitura de mundo do jovem e do adulto possibilitando a sua formação integral, por meio da aquisição de conhecimentos, valores e habilidades para leitura, escrita e oralidade. Desse modo, a Oficina visa contribuir com o fortalecimento das aprendizagens de leitura e escrita dos estudantes com vistas à redução da defasagem e da evasão escolar. Outra oficina disponível para nossos estudantes é o de: LEITURA, ESCRITA, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE TEXTOS E DOCUMENTOS do professor Douglas Dubinskas. Tendo em vista as dificuldades de leitura e escrita dos estudantes, optou-se pela realização de uma oficina que oportunize momentos de contato com obras literárias, textos jornalísticos, documentos históricos e etc. O projeto visa oferecer para os estudantes um espaço e momentos, no contraturno, para que os mesmos possam desenvolver as competências leitora e escritora, mas que possam compartilhar as experiências, externar impressões e realizar discussões. Além disso, tendo em vista as especificidades e a pluralidade do perfil dos estudantes do CIEJA, que atende jovens, adultos, idosos, pessoas com deficiência, entre outros, urge problematizar e reelaborar de forma contínua as práticas pedagógicas desenvolvidas nesse segmento dialogando com o Currículo da Cidade. Esse público, muitas vezes, apresenta múltiplas e diversas dificuldades de aprendizagem e convive no mesmo ambiente de ensino e socialização. Partindo da observação atenta e minuciosa do perfil dos alunos da EJA, das suas demandas sociais e expectativas de vida, considerando as especificidades de cada área de conhecimento e a atuação interdisciplinar, os professores podem repensar a importância dos conteúdos curriculares e a maneira de abordá-los por meio do nosso PEA (Projeto Especial de Ação) “DA TEORIA À PRÁTICA DA LEITURA”. Levando em conta o tema central da SME, que tem como foco a Leitura Literária, nosso PEA (Projeto Especial de Ação) deste ano será o de desenvolver um projeto pautado na elaboração de propostas curriculares e pedagógicas voltadas para o desenvolvimento e para o aprimoramento da leitura. A partir do estudo teórico, podemos desenvolver práticas de leitura a fim de instrumentalizar o estudante a ir além da decodificação de um texto, apropriando-se do seu conteúdo de forma mais aprofundada, e tornando-se capaz de uma melhor compreensão, reflexão e engajamento com o mundo. Assim, a teoria pode alimentar a prática, enquanto esta deve servir de experiência para repensar a própria práxis. Problematizar, recriar e adequar práticas pedagógicas é uma urgência para a melhoria da qualidade do ensino no CIEJA, preparando os jovens e adultos para uma atuação social e política mais autônoma, consciente e cidadã. Ações pedagógicas significativas devem partir da reflexão e construção coletiva com participação de todos da comunidade
  • 11. 11 escolar. Além disso, aprender a ler é fundamental para adquirir conhecimento, se comunicar de forma eficaz, compreender o mundo ao nosso redor e participar ativamente na sociedade. A leitura nos permite acessar informações, aprender sobre diferentes assuntos, expandir nossa visão de mundo e desenvolver habilidades críticas e analíticas. A leitura é essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional, pois nos ajuda a compreender instruções, aprender novas habilidades e acompanhar as constantes mudanças no mundo. Perguntamos também aos nossos estudantes, há quanto tempo estavam afastados da escola e 41,3% responderam que estavam sem estudar há mais de 10 anos. Para nós do CIEJA isso nos desafia a acolhê-los de maneira apropriada, receptiva e respeitosa, que considere suas histórias, seus saberes e suas singularidades. Para, além disso, é também evidente as dificuldades que encontramos ao propormos linguagens diferenciadas para a aprendizagem, ao que muitas vezes, boa parte deles, se mostram resistentes a essa nova forma de educar e aprender. Buscamos um trabalho voltado para o diálogo e repertoriá-los por meio de múltiplas linguagens, mas ouvimos com frequência o questionamento que só se aprende com métodos tradicionais fazendo um resgate da escola em que viveram. Ampliar seu repertório cultural e apresentar outras formas de aprender é também nosso papel. Nesse sentido, o papel da escola é crucial e multifacetado, e pode ser resumido em várias funções importantes. Diante disso, o papel da escola na EJA é o de oferecer oportunidades educacionais para pessoas que não puderam frequentar a escola por questões diversas. A escola na EJA desempenha um papel fundamental ao garantir que pessoas de todas as idades tenham acesso à educação formal, independentemente de sua situação anterior de estudo. Além disso, deve oferecer um ambiente de aprendizagem que seja relevante e significativo para os estudantes, levando em consideração suas experiências de vida, conhecimentos prévios e necessidades específicas. A escola deve ajudar os estudantes a adquirir as habilidades básicas de leitura, escrita e cálculo, além de promover o desenvolvimento de competências socioemocionais que sejam relevantes para sua inserção no mercado de trabalho e na sociedade. Deve também promover a reflexão crítica sobre questões sociais, políticas, culturais e econômicas, capacitando os estudantes a analisarem e compreender o mundo ao seu redor de maneira crítica em vistas ao desenvolvimento da cidadania. Outro aspecto importante é a valorização da diversidade cultural, étnica, social e de
  • 12. 12 gênero, promovendo o respeito pela pluralidade de experiências e identidades presentes na sala de aula. A escola na EJA deve oferecer apoio e orientação aos estudantes ajudando-os a superar possíveis dificuldades de aprendizagem, conciliando os estudos com outras responsabilidades e planejando seus projetos educacionais e profissionais. Considerar os anseios do público da EJA e a necessidade da garantia dos seus direitos é termos uma olhar de que muitos estudantes do CIEJA buscam oportunidades para completar sua educação básica e adquirir habilidades necessárias para uma vida pessoal e profissional melhores. Buscam compreender operações matemáticas e melhorar ou adquirir habilidades de leitura e escrita para a compreensão do mundo. Além disso, muitos estudantes adultos têm compromissos familiares, profissionais e pessoais que podem dificultar sua participação em programas educacionais tradicionais. Portanto, a flexibilidade de horários e o número reduzido de estudantes por sala, oferecida pelo CIEJA é crucial para atender às necessidades desse público. Os estudantes do EJA muitas vezes enfrentam desafios e preconceitos devido à sua condição de estudantes adultos. Assim, o reconhecimento e a valorização de seus esforços e conquistas são importantes para motivá-los e fortalecer sua autoestima. Alguns estudantes do CIEJA podem enfrentar dificuldades de aprendizagem ou problemas pessoais que afetam seu desempenho escolar. Portanto, o apoio pedagógico e emocional oferecido pela equipe do CIEJA é fundamental para ajudá-los a superar esses desafios. Para garantir os direitos e atender aos anseios do nosso público devemos oferecer uma educação inclusiva e de qualidade. É importante promover ações de sensibilização e combate ao preconceito dentro e fora da escola, visando garantir um ambiente acolhedor e respeitoso para todos os estudantes. Outro aspecto importante envolve investir em formação continuada para os profissionais que atuam no CIEJA, garantindo que estejam preparados para lidar com as demandas específicas desse público e para promover uma educação de qualidade. Haja vista o PEA que está sendo desenvolvido durante este ano. Ao adotar essas medidas, é possível garantir os direitos e atender aos anseios do público do CIEJA, proporcionando uma educação de qualidade que contribua para o desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes.
  • 13. 13 O gráfico também aponta que 30% estão fora da escola há menos de 1 ano, evidenciando o número crescente de jovens com 15, 16 e 17 anos no CIEJA demarcando o fenômeno da juvenilização da EJA. E a necessidade de termos um currículo que atenda também esse público. Um trabalho que já é desenvolvido no CIEJA, refere-se ao cuidado com as estudantes relacionado à saúde e ao ciclo menstrual, considerando o nosso público de meninas jovens. As rodas de conversas e debates acontecem nas mais diversas áreas. Além disso, disponibilizamos de forma permanente, absorventes, produtos de higiene pessoal, voltado para o cuidado de nossas adolescentes. Esse trabalho atende à IN SME Nº 38, de 21 de Dezembro de 2023. Pensando nisso, temos desde o ano passado e daremos continuidade neste ano na Oficina: IMPRENSA CIEJA: RÁDIO, PRODUÇÃO AUDIOVISUAL E MÍDIAS SOCIAIS - ministrada pelo prof. Eduardo Parladore. Voltada para o público jovem, mas também para todos aqueles que queiram entender um pouco mais sobre essa temática. O projeto objetiva promover o diálogo, a tolerância, o respeito e a solidariedade frente à diversidade de gêneros, crenças, raça-etnia, garantindo, inclusive, o direito de expressão de todos em espaços escolares. Visa também promover a expressão comunicativa, cultural e criativa de jovens e adultos, respeitando-se a diversidade e potencializando a sua riqueza. O projeto pretende potencializar o desenvolvimento da competência verbal - oral, da leitura e da escrita de jovens e adultos por meio de projetos
  • 14. 14 colaborativos e de autoria. Além de promover o exercício permanente de leitura crítica dos meios de comunicação e a autonomia de jovens e adultos contribuindo para o letramento e alfabetização digital. Outra Oficina que abrange a juventude e todos os públicos é o ITINERÁRIO FORMATIVO: INFORMÁTICA NA PRÁTICA também do professor Eduardo Parladore. O projeto tem como objetivo o de ter acesso à tecnologia sendo essencial diante das constantes transformações tecnológicas que moldam nosso mundo contemporâneo. Neste contexto, a falta de acesso e habilidades em informática representam um obstáculo significativo para o desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes. O projeto pretende potencializar o desenvolvimento das competências digitais de jovens e adultos por meio das tecnologias de informação e comunicação. Visa também promover habilidades necessárias para utilizar efetivamente as tecnologias no mundo digital, melhorando suas perspetivas de emprego e participação na sociedade. Ainda sobre o perfil dos nossos estudantes, acreditamos ser importante também sabermos a quantidade de homens e mulheres que estudam no CIEJA. De acordo com o gráfico 62% é formado de um público feminino e 36,7% de público masculino. Trabalhamos intensamente com conscientização do papel da mulher na sociedade. Não ao sexismo, não a violência, não a desigualdade de direitos, sim ao feminismo que representa e empodera as mulheres. As atividades realizadas abordam nas mais diversas áreas, de forma recorrente, temas que intencionam a reflexão não só das mulheres, mas também dos homens. Gráficos, vídeos, imagens, debates, cartazes permeiam nossas discussões. Estudar sobre as mulheres na sociedade e as opressões que carregam é de extrema importância e deveria ocorrer em todos os espaços públicos e privados, assim como em todas as faixas etárias, mas para além de um olhar teórico sobre o estudo da vida das mulheres na sociedade, se faz necessário também um olhar humano no âmbito do desenvolvimento das mulheres nos espaços escolares, já que sabemos que, devido a história da opressão das mulheres pelos homens, mulheres e meninas em diversos contextos diferentes foram proibidas de frequentarem espaços escolares ou instituições de ensinos. Em uma sociedade machista e patriarcal, que exclui mulheres das esferas públicas e do exercício da sua cidadania, os estudos e acesso à educação se tornam segundo plano
  • 15. 15 na vida de muitas mulheres, já que foram socializadas para o cuidado do lar e filhos. Quando fazemos recortes de classe e raça, essa situação piora, pois percebemos que mais mulheres ficam fora da escola. Guacira Lopes Louro em seu livro – Mulheres na Sala de Aula relata que “não se pode esquecer que, de um modo geral, as meninas das camadas populares estavam, desde muito cedo, envolvidas nas tarefas domésticas, no trabalho da roça, no cuidado dos irmãos menores, e que essas atribuições tinham prioridades sobre qualquer forma de educação escolarizada para elas”. Não é preciso ter um olhar atento para perceber que o público do Cieja Santana/Tucuruvi é,em sua maioria, de mulheres e quando vamos dialogar com elas sobre a história de vida de cada uma, compreendemos que as histórias se encontram em muitos momentos de suas vidas, ou seja, os atravessamentos são muito parecidos – mulheres deixam de estudar para cuidar e dedicar a vida à outras pessoas, como marido, filhos e casa, ou foram proibidas de estudar pelos maridos, pais e filhos. Nesse momento, passamos a entender que as práticas de exclusão são e foram muito efetivas. Quando falamos de mulheres da EJA, partimos do pressuposto que elas trazem consigo uma enorme bagagem, de seus diferentes contextos vividos e seus percursos até a chegada na escola novamente. A partir desse contexto, a escola tem um papel fundamental na vida dessas pessoas,pois passa a ser um agente de transformação e empoderamento em suas vidas ao oportunizar que compreendam o mundo de outras formas e possam, a partir de suas aprendizagens, ter voz ativa na sociedade, fazendo suas escolhas e sendo as protagonistas de suas próprias vidas. Considerando o Currículo da Cidade e a Matriz de Saberes no que diz respeito aos princípios éticos, políticos e estéticos definidos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (2013, p. 107-108), orientados para o exercício da cidadania responsável, que levem à construção de uma sociedade mais igualitária, justa, democrática e solidaria, é imprescindível que a escola
  • 16. 16 fortaleça a autonomia das mulheres (alunas, mães, professoras, diretoras, coordenadoras e todas as funcionárias) na luta em defesa de seus direitos por meio da formação política, da mobilização comunitária e do estabelecimento de canais de diálogo e denúncia das violações que sofrem cotidianamente. O trabalho com esse enfoque deverá ser tratado em todas as Áreas do Conhecimento. Na sequência do perfil dos estudantes, temos a declaração de cor ou raça revelando que 38% dos estudantes se autodeclararam pardos, 19,3% pretos e 37,3% brancos. É válido ressaltar que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para formar a classificação de negros (entendido aqui como categoria), é somada a população preta à população parda tendo o percentual da autodeclaração de negros no Brasil. Tomando essa informação como base, temos uma totalidade de 57,3% de estudantes negros no CIEJA. Tal informação pode ser observada por meio do gráfico:
  • 17. 17 O ensino de cultura e história afro-brasileira e africana, apesar de sua obrigatoriedade, desdea promulgação da lei 10.639 de 2003 trouxe diversos avanços dentro do ambiente escolar, porém não foram capazes de mitigar o racismo existente em nossa sociedade. Herança de uma sociedade escravocrata, meritocrática e colonial, o racismo, em suas diversas apresentações (estrutural, institucional, recreativo, etc) e demonstrações atinge de forma brutal grande parte do corpo discente do CIEJA, composto por estudantes pretos e periféricos, em sua grande maioria. Mais do que tratar sobre o racismo e seus terríveis impactos em nossa sociedade, é importante instrumentalizar condições para que nossos estudantes não apenas compreendam as raízes históricas e culturais de seus antepassados, os impactos do secular racismo em nossa sociedade, mas que, principalmente, possam desenvolver uma consciência crítica para a vivência de práticas e posturas antirracistas efetivas. Um trabalho que tem sido desenvolvido pela professora Marta com suas turmas dos Módulos 1 tem um enfoque na leitura de autoras negras. Além da leitura em voz alta de livros, feita pela professora apresentando Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro entre outras, a professora busca por meio da informação e conhecimento, combater a perversidade do racismo através da educação. Para além do combate ao racismo, a leitura de obras de autoras negras, pode promover a consciência da valorização das mulheres e de seu potencial, já que quase todo trabalho feminino é invisível e tratado com desrespeito, as tarefas que são atribuidas as mulheres, são constantemente naturalizados como trabalhos femininos, não sendo remunerados ou reconhecidos, e propiciar a constatação de que existem obras literárias de autoria feminina e negra, é sem dúvida uma informação relevante para uma escola majoritariamente composta por mulheres e mulheres negras. Outra ação que planejamos para este ano é a formação com o NEER (Núcleo de Educação para as Relações Étnico-raciais) da DIPED, com enfoque na Literatura Negra na EJA. Desconstruir posturas postas e impregnadas no consciente e incosciente das pessoas por meio do racismo estrutural é uma necessidade latente. Como neste ano temos a leitura como enfoque dos nossos trabalhos, quanto mais apresentarmos a potência da negritude em todos os campos, mais desmistificaremos tais questões. Outro dado importante foi detectarmos os bairros onde residem nossos estudantes
  • 18. 18 a partir do gráfico temos a dimensão de que os alunos que compõem a nossa escola se deslocam até mesmo de grandes distâncias em busca de seus estudos. Tivemos também uma concentração maior nos bairros: Lauzane, Jardim Peri e Parque do Mandaqui. Com esses dados em mãos nosso próximo passo deve se concentrar no mapeamento do entorno. Irmos a campo e conhecermos os bairros que nossos alunos residem, conhecendo as virtudes e deficiências que cada bairro oferece nos dando a dimensão da realidade em que estão inseridos os estudantes do CIEJA. Os professores Maria, João e Douglas, de modo interdisciplnar e trabalhando questões de meio ambiente, sugeriram aos estudantes dos módulos 3 que fizessem registros de imangens dos córregos das regiões onde residem, para fomentar produção de conhecimento e aproximar os conteúdos do cotidiano no qual eles estão inseridos, o que nos auxilia a pensarmos em um currículo cada vez mais próximo do público que de nossa escola fazem parte. Perguntamos também sobre a preferência religiosa: 45,3% dos estudantess do CIEJA são evangélicos, 34,7% são católicos, enquanto que 8,7% declararam não possuir religião. Essa informação é relevante para discutirmos entre as áreas como abordarmos determinados temas, como apresentamos as formas científicas que algumas questões perpassam sem ferirmos e/ou confrontarmos/desrespeitarmos a pluralidade religiosa presente em cada turma, sem desconsiderarmos de que a escola é laica (não sofrendo influência ou controle por parte de nenhuma instituição religiosa).
  • 19. 19 Pensarmos que temos a incumbência de ofertar um currículo que desenvolva todas as dimensões considerando o aspecto integral da formação do sujeito e levarmos em consideração uma educação que abarca os saberes e respeita a diversidade, é também contribuirmos para a realização de projetos de vida e consequente construção de uma sociedade mais igualitária. Na EJA, como aponta o gráfico a seguir, temos uma grande maioria de trabalhadores, desse modo, há de se pensar em um currículo que também aborde temas voltados ao mundo do trabalho, instrumentalizando os estudantes sobre seus direitos, situação sócio-histórica e suas conquistas, transpondo o que se aprende na escola para o dia a dia, temas que serão abordados nas mais diversas áreas do conhecimento. Um dado igualmente importante é observarmos que 77,7% dos nossos estudantes realizam trabalhos mais braçais como encanador, diarista, eletricista, cabeleireiro, pedreiro, entre outros. Há de se pensar em práticas que considere esse dado, repertoriando-os, aumentando sua criticidade fazendo-os ler para além das linhas, instrumentalizando-os para sua vida profissional, assim como também, pensar em estratégias que mexam com a
  • 20. 20 integralidade, considerando questões mentais e do corpo como um todo. Pensando nisso temos como projeto a ser desenvolvido ainda este ano pelos professores Carla Tiemi e Eduardo Parladore, atividades voltadas para o CORPO E MOVIMENTO. Com o objetivo de Desenvolver a formação integral do/a estudante da EJA, visando os aspectos motor, cognitivo, emocional e afetivo-social, favorecendo o conhecimento de si e do próprio corpo, propiciando confiança em termos de afetividade, explorando suas capacidades e habilidades motoras, aflorando sua capacidade cognitiva e criativa, assim como, a cooperação através de suas relações sociais, como base para o exercício crítico da cidadania e de sua autonomia. A prática dessa proposta está voltada, principalmente, para um desenvolvimento da consciência do próprio corpo, identificando os benefícios das práticas corporais para a qualidade de vida, elevação da autoestima, autoconhecimento e saúde. Outras oficinas que também ofereceremos no 2º semestre deste ano, tão logo finde a reforma que a Unidade Educacional está passando, é a de PANIFICAÇÃO que será ministrado pelo professor Ricardo Pellegrini. O objetivo da oferta de um curso de panificação na Educação de Jovens e Adultos é fundamentado na necessidade de proporcionar oportunidades de formação extracurricular para um público que muitas vezes não teve acesso a esse tipo de educação no passado. Além disso, a panificação é uma área com grande demanda no mercado de trabalho, seja para atuar em padarias, confeitarias, restaurantes, hotéis ou mesmo para empreender de forma autônoma. O projeto visa capacitar os estudantes para que possam desenvolver habilidades na área da panificação, proporcionando-lhes autonomia na produção de alimentos para consumo próprio ou para empreendedorismo. O projeto visa conscientizar os estudantes sobre práticas sustentáveis na
  • 21. 21 produção de alimentos, como o uso consciente dos recursos naturais e a redução do desperdício, contribuindo para uma sociedade mais responsável ambientalmente. Também visa ensinar técnicas básicas de panificação, desde a preparação da massa até a finalização dos produtos, incluindo diferentes tipos de pães e outros produtos. Orientar o planejamento/ controle de custos relacionados à produção das receitas; capacitar os estudantes para realização de cálculos para o balanceamento na produção de massas; elaboração de recheios que combinam com as massas; promover a educação nutricional abordando questões relacionadas à nutrição e à qualidade dos alimentos, incentivando a produção e o consumo de pães e produtos de panificação mais saudáveis e nutritivos. Outra oficina ofertada também no 2º Semestre será a de COSTURA CRIATIVA orientada pelo professor Eduardo Parladore e com a participação dos estudantes. Tendo por objetivo além de proporcionar uma oportunidade de aprendizado prático, a oficina de costura criativa estimula a criatividade, a expressão individual e o desenvolvimento de habilidades pessoais, como paciência e concentração. Para algumas pessoas, a costura pode ser uma forma de promover o bem-estar emocional. O projeto visa favorecer a inclusão dos estudantes em áreas criativas e artesanais, que muitas vezes são subvalorizadas, mas têm grande potencial de geração de renda e empregabilidade. O projeto também oportuniza o senso de comunidade, permitindo que os participantes compartilhem conhecimentos, habilidades e experiências uns com os outros, enriquecendo assim seu aprendizado. Pensarmos em uma educação que prima à equidade, há de se considerar a multiplicidade de aprendizagens na hora de planejarmos, e os objetivos distintos, trazendo sempre o estudante como co-autor na construção desse currículo. Essa construção, não pode estar desconectada dos processos de leitura, perguntamos aos estudantes se eles gostam de ler: 65,3% afirmaram ter desenvolvido o gosto pela leitura, porém temos 14% que apontam não gostar de ler, em contrapartida 20,7% afirmaram que estão no processo de aquisição da leitura. Nosso desafio é o de diminuirmos cada vez mais esse percentual de não leitores, conquistando-os, apresentando-lhes a leitura nos mais diversos gêneros, trazendo-a como ferramenta importante para o desenvolvimento de habilidades e competências. Assim como, um trabalho intensivo de alfabetização nos módulos iniciais e ofertando as oficinas de alfabetização e letramento para todos aqueles que necessitam desse apoio nos mais diversos módulos.
  • 22. 22 Em relação aos gêneros preferidos, temos uma diversidade deles escolhidos pelos estudantes, o que nos remete a pensarmos em ações que continuem propiciando essa diversidade com rodas de leitura, incentivo ao empréstimo de livros da Sala de Leitura, Saraus, entre outros. Sobre a leitura um dado preocupante é que muitos estudantes vão à busca das redes sociaiscomo fonte de informação, ressaltamos que nem sempre o que está disponível na internet é fonte confiável, muitas vezes formando opiniões equivocadas, fazendo-se necessário desenvolver um trabalho crítico a respeito disso. Outro dado é que 28,7% dizem ter a bíblia como gênero preferido, não buscando outras fontes de leitura. Considerando a leitura como fundante para uma educação de qualidade, desde o ano passado a professora Luciana Santezi iniciou o Projeto “LEIA! VOCÊ ESTÁ ENTRE AMIGOS!” com os estudantes dos Módulos 2 (que corresponde ao 4º e 5º ano). O projeto de leitura nasceu da necessidade, observada pela professora de melhorar a fluência leitora daqueles que já dominavam a decodificação e o incentivo para aqueles que, ou recém-ingressos na leitura, ou com algum tipo de deficiência intelectual,
  • 23. 23 foram silenciados pelas inúmeras vozes que ao longo da vida sentenciaram: “Você não sabe ler”! Para que pudéssemos alcançar os objetivos de fluência leitora, as turmas foram convidadas a ler em voz alta, em um espaço diferente da sala de aula, para os colegas presentes. Na semana anterior à leitura, foram avisados que precisariam estar de posse de textos que já soubessem de cor, sendo esta a única exigência. Permitir que os estudantes trouxessem ao ambiente escolar seus textos preferidos, fez com que ao menos uma barreira fosse eliminada. Também foi solicitado que, mesmo conhecendo o texto, lessem e treinassem a leitura em voz alta em casa. A ideia era ser apenas um dos variados exercícios que realizamos no âmbito escolar. Porém, como a aprendizagem toma suas formas e mostra os caminhos possíveis de serem percorridos, a atividade foi feita no dia marcado, mas não “fluiu” como havia se passado pela cabeça da professora durante o planejamento. O nervosismo geral estava impedindo que a atividade prosseguisse. A tagarelice peculiar da professora, que tentava utilizar todos os argumentos pedagógicos que dispunha, foi em vão... Até que um estudante, o único adolescente da turma entre tantas senhoras, se voltou para a colega que estava com o corpo enrijecido e a voz embargada, tocou a mão em seu ombro e gentilmente disse: “Leia. Você está entre amigos!”.
  • 24. 24 Uma gargalhada gostosa e coletiva, uma respiração mais profunda e... A leitura começou a fluir. Com o acontecimento em mente, a professora verificou que o exercício precisaria de regularidade, e assim ele tomou forma de projeto. As manhãs de terça-feira se tornaram um dia aguardado por alguns e temido por outros; a recusa não era mais aceita, e, auxiliando os estudantes a escolherem textos adequados à capacidade individual de cada um, foram constantemente convidados e encorajados a participar do projeto e no final, a refletir a respeito das próprias leituras e a exclamar palavras de incentivo aos colegas.
  • 25. 25 O Projeto: “Leia! Você está entre Amigos!” Tem sua continuidade neste ano de 2024, novas histórias, outros estudantes... E o encantamento pela leitura vem tomando corpo e fazendo parte da rotina dos Módulos 1 e 2 da professora Luciana Santezi. É importante falarmos que TODOS participam da atividade, os estudantes com deficiência são auxiliados pelas professoras Luciana e Patrícia Palma (PAEE), e com as adapatações necessárias, cada um traz a sua contribuição para o grupo. Dentre eles temos estudantes com Deficiência Intelectual, uma estudante com surdez, e ninguém fica de fora!
  • 26. 26 A partir do projeto desenvolvido ao longo do ano de 2023 pela professora Luciana com as turmas do módulo de alfabetização e a continuidade do mesmo neste ano de 2024, outras ideias surgiram do grupo de professores. Pensando em uma proposta coletiva e individual de desenvolvimento da leitura, vem tomando corpo o PROJETO LEITUREJA podendo proporcionar inúmeros benefícios, pois muitas vezes os estudantes têm lacunas na sua formação educacional, que pode ser preenchido com o desenvolvimento da leitura. Além disso, os educadores têm a oportunidade de estimular o gosto pela leitura, ampliar o vocabulário, desenvolver o pensamento crítico e promover a reflexão sobre temas relevantes. Por meio do contato com diferentes tipos de textos, os estudantes do CIEJA podem se sentir mais confiantes na sua capacidade de compreensão e expressão, o que é essencial para o seu desenvolvimento pedagógico e pessoal. O projeto de leitura fortalece as habilidades linguísticas dos estudantes e os prepara para enfrentar os desafios do mercado de trabalho. O PROJETO LEITUREJA já teve um primeiro debate com todo o grupo de professores e gestão, mais ainda deverá passar por alguns ajustes em relação as datas e formato pedagógico. Dito isso, foi pensando em um projeto nos seguintes termos: - Periodicidade: 1 vez por mês durante as 3 aulas. - Organização espacial: em roda - Cronograma: Maio (1º encontro) – 22/05 (quarta-feira) Nesse primeiro encontro os estudantes escolherão sua leitura que será baseada em uma letra de música que eles gostam. Os professores deverão pedir aos estudantes que escolham letras de músicas de suas preferências 15 dias antes da leitura. Depois irão organizar os textos para a o dia da leitura. Junho (2º encontro) – 26/06 (quarta-feira)
  • 27. 27 Os estudantes escolherão, nas aulas de informática, causos ou anedotas que os professores colocarão num banco de dados para que eles acessem durante as aulas de informática. Agosto (3º encontro) – 21/08 (quarta-feira) Os professores escolherão contos e fábulas para os estudantes lerem. Setembro (4º encontro) – 25/09 e Outubro (5º encontro) – 23/10 Esses encontros serão destinados à leitura dramática de texto. Os textos serão escolhidos pelos professores e terão gêneros. Novembro (6º encontro) Sarau – data a combinar Desdobramentos do projeto: - Formação para os professores com profissionais que trabalham com os processos de leitura de diversas maneiras; - Possíveis processos criativos (slam, literatura de cordel e entre outros) - Apresentações para os alunos que estimulem a leitura: poetas do tietê, slam e entre outros... Pensando na formação do grupo com profissionais que trabalham com os processos de leitura, a Coordenação Pedagógica convidou para uma primeira formação com o grupo a Profª Drª Walkiria de Oliveira Rigolon – Pós-doutora pela PUC/SP em Formação de formadores de professores; Doutorado em Educação pela UNICAMP e Mestre em Educação pela PUC - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo . Graduada em Pedagogia. Professora e pesquisadora em curso de graduação, extensão e pesquisa. Formadora e consultora na área de Currículo, na
  • 28. 28 Educação de Jovens e Adultos, Formação Continuada de Professores, Coordenadores Pedagógicos e Gestores Educacionais. Pesquisadora convidada na Fundação Carlos Chagas. Waldíria trouxe atividades que podem auxiliar na leitura e interpretação de texto. Falou sobre um trabalho focado na leitura e produção textual, a ser potencializado pela leitura na escola. Após avaliação do encontro, o grupo achou favorável trazermos a professora novamente para aprofundarmos em estratégias de leitura considerando o público da EJA que por vezes não possuem acesso de forma equânime a todo o capital cultural disponível em nossa sociedade. Continuando com o perfil dos estudantes, na sequência os dados informaram que 61,3% possuem computador em casa com acesso à internet. É produtivo termos essa porcentagem dado que a tecnologia pode servir como uma importante ferramenta em todas as áreas. É fundamental, investirmos em ações, não só nas aulas de Informática e de Itinerário Formativo, mas também pensarmos em formas de trazermos essa tecnologia como nossa aliada. Pensando em um processo histórico, o uso de celulares é algo recente em nossas vidas. Atualmente as pessoas usam o celular não só para comunicação telefônica, isso fica explícito no gráfico sendo 88,7% utilizam a internet pelo celular para acessar redes sociais, fazer pesquisas, aprofundarem seus conhecimentos, entre outros. É notória a dificuldade de muitos dos nossos estudantes com o uso datecnologia, portanto intensificar um trabalho que propicie cada vez mais sua autonomia é essencial para nossos estudantes, inclusive para uma possível inserção no mercado de trabalho.
  • 29. 29 Ainda sobre as diferentes linguagens, 84% dos nossos alunos ouvem músicas com frequência,ou seja, a música pode ser uma poderosa estratégia para acessarmos alunos com diferentes perfis, possibilitando identificação e significação para os conteúdos que apresentamos. Perguntamos também o que contribuiria para a aprendizagem de nossos alunos, ao que 54% revelaram que as múltiplas linguagens (música, filmes, teatro, entre outras) auxiliam no processo de assimilação dos conteúdos de forma mais significativa. Tal dado se faz importante para que pensemos em uma escola cada vez mais dinâmica, participativa, trazendo as mais diversas linguagens para nossas aulas. Retomando nossa pesquisa, ao serem consultados sobre quais instrumentos de avaliação consideram importantes, 37,3% relataram ser favoráveis as provas escritas, considerando a relevancia dos instrumentos de avalição, as provas bimestrais encontram um lugar de seriedade no olhar dos estudantes da EJA, é notório como se dedicam e se preocupam com seu desempenho, e por sua vez, os docentes fazem a correção comentada de cada exercício para promover maior apropriação dos conteúdos sendo que uma porcentagem muito próxima, 34,7%, apontou como relevante exercícios realizados em sala. Já 32,7% consideram trabalhos e pesquisas como significativos no processo de aprendizagem. A partir dessa atualização do perfil, discutimos o quanto os estudantes possuem carência às questões de ensino e aprendizagem não vividas na idade escolar, eles sentem
  • 30. 30 falta de elogios, correção de cadernos, ou seja, há um desejo latente de serem vistos e viverem essa experiência. Para, além disso, nós mostramos a todo o momento que há inúmeras possibilidades para uma aprendizagem significativa, mostrando diversas linguagens em atividades que contemple o coletivo exemplificando que a educação pode ser diferente às experiências escolares vividas outrora. b) Profissionais do CIEJA e seu perfil: Acreditamos que ao conhecer com quem trabalhamos, estreitamos os vínculos, ampliamos as possibilidades e fortalecemos o trabalho coletivo. Por essa razão saber um pouco mais sobre os profissionais da nossa unidade, como escolheram a profissão, quais fatores atravessam suas trajetórias é enriquecedor para as relações interpessoais. Fazendo um levantamento da experiência do grupo na educação, temos uma maior parcela atuando entre 10 a 15 anos na educação, assim como também temos outra porcentagem do grupo que atua ha mais de 15 anos. Além disso, temos também quem esteja chegando agora nesta modalide, com novas ideias, propostas, promovendo uma interação de experiências. Esse fator é importante porque é nas diferenças que crescemos e aprendemos. As trocas de experiências, compartilhamento de saberes, enriquecem ambos os lados, as parcerias se materializam e todos saem ganhando.
  • 31. 31 Perguntamos também desse tempo na educação, quantos anos são dedicados a EJA e percebemos uma diversidade de experiências dedicadas a essa modalidade tão singular. Estar na EJA é ter a ciência de que somos diversos, é olhar para cada um e para todos, é buscar caminhos de aprendizagem que atenda a todos de forma integral, inclusivae equânime. No cotidiano profissional, os maiores desafios encontrados na comunidade educacional são a diversidade presente no contexto escolar, 78,6%, revelam que os desafios referem-se à realidade peculiar do CIEJA, que recebe tanto alunos jovens, egressos do ensino regular, quanto trabalhadores, idosos e pessoas com deficiência.
  • 32. 32 Assim como, 57,1% apontam que o trabalho com os PCDs ainda é um desafio. O suporte dado pelas estagiárias do Programa Aprender sem Limites, auxilia o trabalho e qualifica a ação pedagógica. O trabalho com os PCDs, em boa parte dos casos demanda uma ação individualizada e que geralmente é feito tête à tête. Para, além do apoio das estagiárias, da PAEE no trabalho colaborativo com os professores, cada educador precisa pensar nas diferentes necessidades educacionais dos estudantes e preparar adequações de atividades que garantam o acesso ao currículo de forma equânime e significativa. Deste modo, com vistas a um processo avaliativo capaz de abarcar os múltiplos estilos cognitivos presentes em nossa realidade escolar, a grande maioria dos professores prioriza aspectos relacionados ao dia a dia da sala de aula com relação às práticas pedagógicas, como debates, exercícios e a própria participação dos estudantes promovendo o DUA como ferramenta fundamental para a inclusão de todos. Diante de tanta diversidade, todos os recursos se fazem importantes na contribuição da prática pedagógica. A troca de experiência entre os colegas é de suma importância, assim como também o acesso aos materiais pedagógicos. Destacamos que 100% do grupo acredita que a troca de experiências entre os colegas é fator prepoderante que contribui para a sua prática pedagógica. Sobre o perfil dos professores, o grupo é formato majoritariamente por pessoas de
  • 33. 33 formação de nível superior, além disso, 71,4% possuem especialização em diversas áreas, ainda temos 21% que possuem mestrado. Esse dado é revelador do perfil de toda a equipe, são pessoas comprometidas com as demandas da educação, vivem uma busca constante de referenciais teóricos que possam respaldar a prática pedagógica se faz necessário ainda dizer, que praticamente 86% do grupo investiu em seu capital cultural realizando vários cursos nos últimos anos, o que configura o como um grupo que age e interage com os estudantes de maneira a impactá-los por estarem subsidiados e respaldados constantemente por referencial teórico de boa qualidade. Visto que os desafios para a realização do trabalho são grandes e frequentes, como por exemplo: elevado índice de evasão escolar, presença de faixas etárias distintas, estudantes com deficiência, alunos que cumprem medidas socioeducativas, dificuldades de aprendizagem como também alunos que trazem uma riqueza em suas vivências, faz-se necessário o investimento permanente em nossa formação. Discutimos com frequência sobre as demandas do ponto de vista legal, e os educadores entendem que os espaços de discussão coletiva (JEIF), são prioritariamente destinados à busca de maiores e melhores conhecimentos da área da Educação, bem como temas relacionados à legislação. Por causa dessa formação permanente e engajada, 85,7% sentem-se confortáveis para discutir temas sobre Direitos Humanos e Violência, 28,6% para discutirem temas ligados às questões de gênero, História e Cultura Afro-brasileira, História e Cultura Indígena, ou seja, boa parte dos professores tem embasamento teórico para discutir diferentes temáticas em sala de aula.
  • 34. 34 c) A seguir trazemos o quadro de Profissionais do CIEJA: Nome RF Cargo Escolaridade Valéria Aparecida de Mello 680.855.7 Auxiliar Técnico de Educação Serviço de Secretária Ensino Superior Ana Amélia Hipolito Reis da Silva 619.243.2 Auxiliar Técnico de Educação Ensino Fundamental Daniel Alves do Nascimento 773.483.2 Auxiliar Técnico de Educação Ensino Superior Fidélia Pereira Franco Lima 778.055.9 Auxiliar Técnico de Educação Ensino Superior Marcelo do Amaral 712.756.1 Agente escolar Ensino Fundamental Maria José Meschke Costa 715.181.1 Agente escolar Ensino Fundamental Israel da Silva Ramos 699.204.8 Agente de apoio – Vigia Ensino Fundamental Sueli Vieira Stopa 774.798.5 Auxiliar Técnico de Educação Serviço de secretaria Ensino Superior Terceirizada RC Company Nome Cargo Ana Paula Teixeira de Andrade Auxiliar de Serviços Gerais Maria Silvana de Jesus Auxiliar de Serviços Gerais Sara Regina Delfino Auxiliar de Serviços Gerais No último ano, contávamos com o Programa ABAE – Busca Ativa Escolar destinado preferencialmente às mães cuidadoras, irmãs, avós ou guardiãs legais responsáveis pela proteção e cuidado dos estudantes matriculados nas UEs da Rede Municipal de Ensino e/ou mulheres da comunidade escolar. O programa – busca ativa ABAEs (Agente Busca Ativa Escolar) tinha papel fudante na colaboração com a Equipe Gestora no acompanhamento da frequência escolar diárias dos estudantes matriculados na UE. Formalizamos por meio de e-mail aos responsáveis na tentativa de que tenhamos esse apoio tão importante para o trabalho com os estudantes. ABAEs (Agente Busca Ativa Escolar) Nome RG ************ ************
  • 35. 35 A seguir trazemos o quadro da Equipe Gestora e Docente da nossa Unidade Educacional: Equipe Gestora Nome RF Cargo Escolaridade Patricia Christiane Hypoliti 779.803.2 Coordenador Geral Especialização Adriana Aparecida de Araújo 778.999.8 Assistente do Coord. Geral Ensino Superior Cirley Pinheiro M. Santana 782.603.6 Assistente Educacional Pedagógico e Especialização Viviane Lemos de J. Moreiras 780.836.4 Assistente Pedagógico e Educional Mestrado Nome RF Cargo Escolaridade Carla Tiemi Taniguchi 841.641.9 Prof. de Ens. Fund. II e Médio -Arte Especialização Douglas DubisnkasTakenaka 772.196.0 Prof. de Ens. Fund. II e Médio –História Ensino Superior Eduardo Parladore Aliotti 822.004.2 Prof. de Ens. Fund. II e Médio – Educação Física Especialização Lis Regia Pontedeiro de Oliveira 792.349.0 Prof. de Ens. Fund. II e Médio –História Mestrado Luciana Lima Santezi 820.970.7 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização João Batista Vitor Neto 752.870.1 Prof. Ens. Fund. II e Médio –Ciências Especialização Maria Batista Morais Xavier 730.308.4 Prof. Ens. Fund. II e Médio –Inglês Especialização Marta dos Santos 795.701.7 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização Patricia Palma Parlangeli 722.852.0 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especialização Ricardo José Pellegrini 808.513.7 Prof. Ens. Fund. II e Médio – Matemática Especialização Valéria Pereira Velosa 750.927.8 Prof. de Ens. Fund. II e Médio – Português Mestrado Vanessa Lilian de Oliveira Nunes 796.087.5 Prof. de Educação Infantil e Fund. I Especilização
  • 36. 36 d) Equipamentos de Saúde, Esporte, Lazer e Cultura do Entorno Quando falamos da relação da comunidade com a escola, é importante que tenhamos troca, parcerias, trabalho em conjunto. Neste sentido, as parcerias realizadas com a comunidade têm como meta, oferecer novas perspectivas, transformando o espaço escolar em espaço de convívio, por meio das relações extramuros, exemplificando, o que acontece na escola tem que refletir na comunidade e vice-versa. Essas relações devem ser alimentadas a fim de que nossos estudantes tenham acesso aos mais diversos espaços, havendo assim um sentimento de pertencimento tanto por parte dos estudantes como da comunidade em relação à escola. Os equipamentos de saúde, esporte, lazer e cultura do nosso entorno são: UBS Lauzane, Centro Esportivo Mandaqui - Mini Balneário Com. Gastão Moutinho, Biblioteca Pública Pedro Nava, Parque Alberto Lofgren – Horto Florestal, Fábrica de Culturas, Corpo de Bombeiros. Em diversos momentos, nossa escola tem atividades desenvolvidas em parcerias com os equipamentos citados. Uma parceria a ser citada, é que recentemente solicitamos a visita do dentista da UBS Lauzane para uma triagem e encaminhamentos para aqueles estudantes que necessitassem de tratamento. O dentista esteve em nossa unidade, para a realização deste trabalho, porém apenas o período intermediário foi contemplado devido a agenda do dentista, já fizemos a solicitação para que retornem em nossa unidade, para atender também outros períodos. Outra parceria estabelecida é a utilização do palco e da quadra da EMEF Comandante Gastão Moutinho, dividimos muro com a escola e esse espaço amplia as possibilidades de realizarmos palestras, Oficinas que mexem com o corpo. Corpos da EJA que já passaram por diversas negligencias... Pensamos em uma
  • 37. 37 educação que privilegia mente e corpo abarcando aos estudantes em suaintegralidade. É importante trazermos a informação que desde outubro de 2023 tanto o CIEJA quanto a EMEF Conte. Gastão Moutinho, estamos passando por uma reforma, impossibilitando a utilização da quadra para nossas atividades. Portaria conjunta SME/SIURB Nº 4, de 08 de dezembro de 2022 – Empresa contratada pela SP Obras que é a Empresa Código. A reforma engloba a construção de uma cozinha e refeitório, o que beneficiará nossos estudantes, pois passaremos a oferecer refeição e não mais a merenda seca. Além disso, teremos a ampliação de mais um espaço para que outras oficinas possam ser desenvolvidas ampliando o aprendizado de nossos estudantes. e) Estratégias de Atendimento aos Educandos com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Altas Habilidades/Superdotação Uma característica marcante na modalidade CIEJA é o atendimento aos estudantes com as mais diversas deficiências, atualmente temos 27 estudantes matriculados e a presença da Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) e de um olhar apurado da Professora de Atendimento Educacional Especializado (PAEE) é primordial para uma educação inclusiva de qualidade. Notamos então que há uma iminente procura das famílias tanto de jovens, ainda menores de idade, como também tem crescido o número de matrículas das pessoas com deficiência. Pensando em cada vez mais oferecer um trabalho de qualidade para todos, após a efetivação da matrícula, os responsáveis e os estudantes, passam por uma conversa com a coordenação pedagógica do CIEJA. Esse momento é de fundamental importância para conhecermos um pouco da história desse estudante, obtermos informações sobre suas especificidades, assim como também passarmos informações do funcionamento de nossa escola e tirarmos possíveis dúvidas. No caso específico de estudantes com deficiência, a fim de que proporcionemos um melhor acolhimento, a partir dessa conversa, a coordenação acorda com a família alguns dias para o seu início, para que seja passado à equipe CIEJA que receberemos um novo
  • 38. 38 estudante e todos se prepararem para sua chegada. Uma característica marcante na modalidade CIEJA é o atendimento aos estudantes com as mais diversas deficiências. Atualmente são 27 estudantes matriculados, temos um trabalho desenvolvido com toda comunidade escolar e o olhar especializado da Professora de Atendimento Educacional Especializado (PAEE) Patricia Palma Parlangeli é primordial para uma educação inclusiva de qualidade. Sondagem e avaliação das barreiras Após a matrícula e início do estudante com deficiência no CIEJA a PAEE (Professora de Atendimento Educacional Especializado) realiza um trabalho de sondagem na sala regular para mapear as habilidades e observar as barreiras de acesso ao currículo em parceria com os professores. Como de costume, a ideia é de que posteriormente as sondagens sejam projetadas para a equipe docente e gestora de forma colaborativa e pensar nas formas de atendimento desses estudantes, bem como as necessidades pedagógicas, e de que maneira é possível favorecer um processo de equidade diante da aprendizagem. Estudo de Caso Outra ação da PAEE é a escuta dos responsáveis e especialistas dos PCDS, possibilitando ampliar o olhar, sobre o cotidiano dos estudantes, bem como pensar em possíveis intervenções pedagógicas que favoreçam o acesso ao currículo e como essas ações possam reverberar no cotidiano da sala de aula. Todas essas ações e registros permitem a visualização diária de quais são as potencialidades, barreiras, estratégias e recursos de Tecnologia Assistiva necessários para cada estudante participar de forma efetiva do processo de aprendizagem; repertoriar e qualificar a construção do Estudo de Caso, que é construído de forma conjunta e
  • 39. 39 colaborativa. Através do Estudo de caso podemos elencar os encaminhamentos e apoios necessários. Registro do CIEJA Santana Tucuruvi A partir do Estudo de Caso criamos um material mais simplificado, com identificação e direcionado repertoriando o professor sobre como trabalhar com o estudante com deficiência na sala regular. Este material é o Carômetro que fica disponível na sala dos professores, de livre acesso para todos, como material de consulta e com o objetivo de avaliar a efetivação do processo (feedback) e reestruturação dos registros semestralmente.
  • 40. 40 Plano de Atendimento Educacional Especializado A construção do Plano de Atendimento Educacional Especializado é realizado por toda comunidade escolar, familiares e especialistas externos com o objetivo de registrar a trajetória do estudante, seu contexto de vida, seus avanços pedagógicos, barreiras que precisam ser eliminadas, bem como as intervenções quando necessárias. Esse documento é vivo e revisitado semestralmente com o objetivo de avaliar o processo de aprendizagem de cada estudante. Registro de Avaliação semestral A avaliação do processo de aprendizagem de cada estudante com deficiência bem como a efetividade dos recursos, materiais e estratégias para eliminação das barreiras são mapeados e descritos nos Relatórios Semestrais, que são elaborados pelos professores
  • 41. 41 da sala regular, Coordenação Pedagógica, da PAEE, Estagiárias e AVE (quando esses apoios são necessários). Atendimento Colaborativo Ainda pensando em um trabalho inclusivo, a PAEE desenvolve o Atendimento Colaborativo nas turmas regulares do período da manhã e vespertino, para observar as barreiras, pensar de forma colaborativa com os professores em possibilidades de intervenções, atividades, recursos e materiais que favoreçam a aprendizagem de cada estudante.
  • 42. 42 O Atendimento Colaborativo permite que o professor da sala regular e a PAEE pensem de forma conjunta em estratégias e recursos que atendam ao estudante com deficiência, mas que ao mesmo tempo beneficie para que todos tenham acesso ao currículo, e nessa perspectiva trabalhamos de acordo com as diretrizes do DUA (Desenho Universal para Aprendizagem). O DUA (Desenho Universal para Aprendizagem) é um conceito que aponta para a necessidade de criar objetivos educacionais, métodos, materiais e avaliações que funcionem com todos – não como uma solução única, do tipo um-tamanho-serve-a-todos, mas sim como uma abordagem mais flexível, que pode ser personalizada e ajustada para as necessidades individuais. Articulação do Trabalho Para que o Trabalho Colaborativo aconteça se faz necessário os momentos de Articulação com os professores da sala regular (usando 1 HA de cada professor), em
  • 43. 43 parceria com as coordenadoras pedagógicas ou com a PAEE, para pensarem no planejamento, na socialização das atividades e nos projetos para que todos os estudantes possam participar e sentirem-se atuantes dentro do espaço escolar. Os momentos de Articulação possibilitam a reflexão, elaboração de atividades flexibilizadas, pois se constituem em possibilidades educacionais de atuar frente às necessidades de aprendizagem dos estudantes. Atividades flexibilizadas As atividades são planejadas e elaboradas de forma colaborativa com os professores da sala regular e a PAEE de forma a atender as necessidades pedagógicas do grupo de estudantes. Todos se beneficiam dessas atividades, como os idosos, estudantes com dificuldades de aprendizagem etc. As atividades flexibilizadas estão todas dentro do contexto dos conteúdos que estão sendo trabalhados com a turma/classe, sendo uma possibilidade de acesso e não de diversificação ou adaptação. Desde 2020 estamos construindo “banco de registros” na plataforma PADLET para que os professores do CIEJA possam consultar as atividades flexibilizadas, e também professores de outras unidades educacionais utilizando os links abaixo. O objetivo é que as “possibilidades de acesso ao currículo” ultrapassem os muros da nossa escola e beneficie um número maior de estudantes. O professor pode acessar o link, selecionar a área de conhecimento, “baixar” a atividade e editar de acordo com a realidade do seu estudante ou território.
  • 44. 44 Padlet 2020: https://padlet.com/ciejasantana/adequa-o-de-atividades-geiptkr7sipwgca1 Padlet 2021: https://padlet.com/patriciaparlangeli7228520/atividades-flexibilizadas-2021-cieja-santana-tucuruvi-1dvzcgleosgd645x Padlet 2022: https://padlet.com/patriciaparlangeli7228520/cieja-santana-tucuruvi-atividades-flexibilizadas-2022-3pwicrotgi1vclql Padlet 2023: https://padlet.com/patriciaparlangeli7228520/cieja-santana-tucuruvi-atividades-flexibilizadas-2023-um5jz0bfkx5pvt2k
  • 45. 45 Atendimento do Contraturno No Atendimento do Contraturno são organizados grupos distintos, objetivando um trabalho que propicie uma maior autonomia dos estudantes e que reverbere na sala de aula. O trabalho é desenvolvido respeitando as especificidades de cada estudante e agrupando-os a partir de suas reais necessidades pedagógicas bem como suas potencialidades. Durante os atendimentos a PAEE em parceria com os estudantes com deficiência (que participam dessa modalidade de atendimento) constroem os portfólios individuais, como instrumento de consulta para registrar os avanços dos mesmos diante do processo de aprendizagem. As atividades próprias do AEE, especificadas no Art. 22 da Portaria nº 8.764, de 23/12 2016, para atender as necessidades educacionais específicas do público-alvo da educação especial devem ser entendidas como: • Ensino do Sistema Braille: definição e utilização de métodos e estratégias para que o educando ou a educanda se aproprie desse sistema tátil de leitura e escrita. • Ensino do Soroban: o ensino do Soroban, calculadora mecânica manual, consiste na utilização de estratégia que possibilite ao educando ou a educanda o desenvolvimento de habilidades mentais e de raciocínio lógico matemático. • Técnicas de orientação e de mobilidade: ensino de técnicas e desenvolvimento de atividades para a orientação e a mobilidade, proporcionando o conhecimento dos diferentes espaços e ambientes para a locomoção do educando ou educanda, com segurança e autonomia. Para estabelecer as referências necessárias ao ir e vir, tais atividades devem considerar as condições físicas, intelectuais e sensoriais de cada educando ou educanda. • Estratégias para autonomia e independência: desenvolvimento de atividades, realizadas ou não com o apoio de recursos de tecnologia assistiva, visando à fruição, pelos educandos e educandas, de todos os bens sociais, culturais, recreativos, esportivos, entre outros; de todos serviços e espaços disponíveis no ambiente escolar e na sociedade, com autonomia, independência e segurança.
  • 46. 46 • Estratégias para o desenvolvimento de processos mentais: promoção de atividades que ampliem as estruturas cognitivas facilitadoras da aprendizagem nos mais diversos campos do conhecimento, para o desenvolvimento da autonomia e da independência do educando ou educanda em face das diferentes situações no contexto escolar. • Ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como primeira língua: desenvolvimento de estratégias pedagógicas para a aquisição das estruturas gramaticais e dos aspectos linguísticos que caracterizam essa língua. • Ensino de Língua Portuguesa na modalidade escrita, como segunda língua: desenvolvimento de atividades e de estratégias de ensino da língua portuguesa para educandos e educandas usuários da Libras, voltadas à observação e à análise da estrutura da língua, seu sistema, funcionamento e variações, tanto nos processos de leitura como produção de textos. • Ensino do uso da Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA): realização de atividades que ampliem os canais de comunicação, com o objetivo de atender às necessidades comunicativas de fala, leitura ou escrita dos educandos e educandas. Alguns exemplos de CAA são cartões de comunicação, pranchas de comunicação com símbolos, pranchas alfabéticas e de palavras, vocalizadores ou o próprio computador, quando utilizado como ferramenta de voz e comunicação. • Ensino e do uso dos recursos de Tecnologia Assistiva – TA, incluindo: a) Ensino do uso de recursos ópticos e não ópticos: ensino das funcionalidades dos recursos ópticos e não ópticos e desenvolvimento de estratégias para a promoção da acessibilidade nas atividades de leitura e escrita. São exemplos de recursos ópticos: lupas manuais ou de apoio, lentes específicas bifocais, telescópios, entre outros, que possibilitam a ampliação de imagem. São exemplos de recursos não ópticos: iluminação, plano inclinado, contraste, ampliação de caracteres, cadernos de pauta ampliada, caneta de escrita grossa, lupa eletrônica, recursos de informática, entre outros, que favorecem o funcionamento visual. b) O ensino da usabilidade e das funcionalidades da informática acessível: ensino das funcionalidades e da usabilidade da informática como recurso de acessibilidade à informação e à comunicação, promovendo a autonomia do educando ou educanda. São exemplos desses recursos: leitores de tela e sintetizadores de voz, ponteiras de cabeça, teclados alternativos, acionadores, softwares para a acessibilidade.
  • 47. 47 • Estratégias para enriquecimento curricular: organização de práticas pedagógicas exploratórias suplementares ao currículo comum, que objetivam o aprofundamento e a expansão nas diversas áreas do conhecimento. Tais estratégias podem ser efetivadas por meio do desenvolvimento de habilidades; da articulação dos serviços realizados na escola, na comunidade, nas Instituições de Ensino Superior (IES); da prática da pesquisa e do desenvolvimento de produtos; da proposição e do desenvolvimento de projetos de trabalho no âmbito da escola com temáticas diversificadas, como artes, esporte, ciência e outras. Rede de Apoio Temos como meta a formação de uma Rede de Apoio que envolva profissionais das áreas da Saúde, Assistência Social e Trabalho, sempre que necessário, para o desenvolvimento e progresso dos estudantes. Exemplo: CEFAI, DICEU, NAAPA, UBS, Emprego Apoiado, APD (Acompanhamento da Pessoa com Deficiência) CAPS, CRAS, Residências Terapêuticas e Inclusivas, ONGS, Centros esportivos etc. Em nossa trajetória percebemos como esse elo de ações e planos de atendimento fazem total diferença no desenvolvimento dos estudantes dentro e fora do ambiente escolar. Essas parcerias nos proporcionam trazer profissionais com experiências multifacetadas para contribuírem com as nossas formações e contribuírem com as nossas práticas pedagógicas. A Pessoa com Deficiência e o Mundo Do Trabalho Percebemos também uma necessidade latente em alguns estudantes com deficiência que demonstram o desejo de serem incluídos no Mundo do Trabalho. A inclusão da pessoa com deficiência no Mundo do Trabalho é um tema que tem ganhado cada vez mais
  • 48. 48 destaque, pois além de ser uma questão de direitos humanos, pode trazer benefícios tanto para o trabalhador quanto para a empresa. Tal tema, tem sido debatido entre os CIEJAS e a DIEJA na perspectiva de estabelecermos parcerias para a inclusão das PCDS no Mundo do Trabalho. A inclusão da pessoa com deficiência no Mundo do Trabalho traz benefícios como o aumento da diversidade e a criatividade no ambiente laboral, além de permitir que a empresa cumpra sua responsabilidade social e se comprometa com a inclusão social. Para o trabalhador com deficiência, o emprego representa uma oportunidade de autonomia financeira, melhoria da autoestima e possibilidade de crescimento profissional e pessoal. As formações e a Semana da Educação Inclusiva no mês de setembro O trabalho com a diversidade requer a inclusão diária de debates, aprofundamento teórico e o compartilhamento de vivências permanentemente nos horários de JEIF, Reuniões Pedagógicas e na Semana da Educação Inclusiva. A semana da Educação Inclusiva acontece anualmente no mês de setembro. Sendo uma janela que se abre no CIEJA, embora nossa rotina esteja repleta de atividades inclusivas, essa semana em particular, nos faz debruçar sobre o tema com mais intensidade, provoca um movimento didático pedagógico sobre eliminação de barreiras, nos aproxima de exemplos de superação e nos possibilita vivenciarmos nesses dias, quebras de paradigmas a respeito de temas delicados, como por exemplo, a questão da sexualidade dos PCDS ou até mesmo a questão do Capacitismo, atitude irrefletida da maioria das pessoas ao lidar com PCDS: comportamento que acaba provocando estagnação e prejudica a constatação de avanços conquistados por eles e pelos esforços engendrados nos atendimentos nas UES.
  • 49. 49 Acessibilidade Arquitetônica O CIEJA possui uma estrutura com dois andares, com acesso ao piso superior, através de dois lances de escada com corrimões, porém uma barreira para as pessoas usuárias de cadeira de rodas. Anualmente solicitamos a Diretoria de Ensino Jaçanã/ Tremembé a possibilidade de acesso através de um elevador externo, plataforma elevatória etc. Os banheiros do piso térreo são adaptados para usuários de cadeira de rodas, com barras e pias rebaixadas. Um dos banheiros possui um chuveiro com água quente, caso se faça necessário para higiene de algum estudante. O piso tátil foi retirado durante a reforma, porém será recolocado. A área externa da escola (vias públicas- faixada) possuem rampa de acesso, mas as calçadas são estreitas e irregulares o que dificulta significativamente o trânsito das pessoas com algum comprometimento físico. Acessamos de forma interna o Balneário Gastão Moutinho para atividades de projetos elaborados pelos professores.
  • 50. 50 Acessibilidade nos mobiliários (classe escolar acessível, cadeira de rodas e outros) As salas de aula do piso térreo possuem 3 mesas para pessoas usuárias de cadeiras de rodas ou gigantismo. Na unidade temos uma cadeira de rodas e uma cadeira de banho, se em algum momento for necessário utilizar a mesma. Acessibilidade no transporte escolar (veículo rebaixado para acesso aos usuários de cadeira de rodas, de muletas, andadores e outros) A nossa UE conta com três transportes escolares gratuitos (TEG), sendo um deles adaptado para usuários de cadeira de rodas. Acessibilidade nas comunicações e informações (tradutor/intérprete de Libras, guia intérprete e outros recursos e serviços) No ano de 2024 vamos receber em nossa UE uma estudante surda e foi solicitado ao CEFAI um Instrutor de Libras para auxiliar a estudante e possibilitar o seu acesso ao currículo, além de apoiar o trabalho dos professores e funcionários da escola. Acessibilidade pedagógica A nossa UE possui livros, materiais e jogos em Braille e Libras que são utilizados no apoio aos estudantes com as especificas barreiras. Como relatado anteriormente nesse documento, construímos as plataformas de atividades flexibilizadas que são de acesso a todos os professores.
  • 51. 51 A escola tem acesso ao programa Boardmaker (enviado pela SME- Educação Especial) para construção das pranchas de CAA (Comunicação Aumentativa e Alternativa), que possibilita a construção de vários materiais e atividades de acesso aos estudantes sem oralidade ou com a comunicação restrita. Em 2023 estudamos e avaliamos a importância dos estudantes sem oralidade terem “voz”, através dos botões de comunicação com apoio das cores e regraváveis. Esse material possibilitou que os estudantes sem oralidade pudessem participar do projeto de leitura, como por exemplo, para declamar um poema. A PAEE em parceria com os professores confeccionaram pastas de estimulação cognitiva com velcro, para aprendizagem permanente, que são utilizados no AEE contraturno e em alguns momentos no AEE colaborativo. A PAEE acompanha as saídas pedagógicas aos Museus, Apresentações, Parques etc para que Todos possam ter acesso e participação efetiva nas atividades desenvolvidas. A comunicação CAA é construída coletivamente com a família, através de enquete com questões referentes ao estudante e a sua rotina. Os professores também trazem contribuições com as intervenções imagéticas em relação à sala de aula. A Comunicação Alternativa e Aumentativa é utilizada em atividades, materiais, recursos de rotina etc.
  • 52. 52 Descrição do espaço físico da sala de recursos multifuncionais: mobiliários, equipamentos, materiais didático-pedagógicos e outros recursos específicos para o AEE, atendendo as condições de acessibilidade A sala de recursos multifuncionais (SRM) está localizada no piso térreo da UE o que favorece a acessibilidade, em frente aos banheiros e próxima as áreas de alimentação. O ambiente é amplo e bem iluminado com prateleiras para exposição e fácil acesso aos materiais e jogos, tanto para os estudantes, quanto para os professores e estagiários, que levam para sala quando necessário. Temos 8 mesas e quando necessário usamos a mesa adaptada para usuários de cadeira de rodas. A sala conta com um acervo vasto de materiais industrializados para estimular os processos cognitivos, como também materiais confeccionados pela PAEE em parceria com os professores, inclusive materiais personalizados de acordo com os temas trabalhados na sala regular. Recursos disponíveis: ✓ 2 computadores (notebook) ✓ 1 impressora colorida com scanner ✓ Plastificadora ✓ 1 mesa colorida para estudantes com 8 lugares ✓ 2 armários de aço fechados ✓ 2 estantes de MDF prateleiras abertas com rodinhas ✓ 1 prateleira aérea em MDF ✓ 1 lousa de vidro ✓ 1 máquina Braille ✓ Software Bord Maker ✓ Soroban ✓ Mouse Ball ✓ 1 mouse com entrada para acionador
  • 53. 53 ✓ Lupas ✓ Engrossadores ✓ Tesoura adaptada com suporte ✓ Planos inclinados ✓ Adaptadores para deficiência física ✓ Colmeia para teclado ✓ Selas Braille (Tátil) em madeira ✓ Materiais e livros com noções básicas em Libras ✓ Diversidade de quebra-cabeça ✓ Diversidade de dominós ✓ Diversidade de jogos de associação ✓ Diversidade de jogos e materiais para habilidades motoras ✓ Bandinha Rítmica ✓ Jogos em Libras ✓ Dominó táteis ✓ Caixas sensoriais ✓ Letras móveis ✓ Materiais imantados Para finalizar... O princípio fundamental da educação inclusiva no CIEJA Santana/ Tucuruvi é o de que todos os estudantes podem e devem aprender juntos; independentemente de qualquer dificuldade ou diferença, sempre que for possível, reconhecendo as diversidades e acomodando vários estilos e ritmos de aprendizagem, assegurando uma educação equânime e de qualidade.
  • 54. 54 II - Proposta Curricular a) Avaliações internas e externas Anualmente a SME (Secretaria Municipal de Educação) elabora uma avaliação para o público da EJA. No ano passado ocorreu na forma impressa. Pontuamos que essas avaliaçõe externas, não vêm com as devidas adequações pensando nos estudantes com deficiência e/ou com dificuldades de aprendizagem e leitura. Para sua realização, organizamos durante esse período dias e horários para que nossos estudantes realizem a prova com tranquilidade. As provas vêm de forma nomial para cada estudante, e no ano passado houve um problema em vários CIEJAs, onde o nome social não foi respeitado, ocasionando a suspensão das provas até que DIEJA providenciasse novas provas para os estudantes Trans, respeitando esse direito. Ao final, conseguimos organizar de maneira que ninguém fosse prejudicado. Além das Avalições externas, temos as avalições internas bimestralmente, bem como realizamos sondagens em todos os módulos para sentirmos a real necessidade das turmas. Para tal, os dados dessa sondagem são organizados em planilha própria para que de forma coletiva com os professores, possamos nos debruçar sobre os dados e pensarmos em ações qualitativas que atendam as reais necessidades dos nossos estudantes.
  • 55. 55 b) Metas de Apredizagem e Desenvolvimento O CIEJA tem como meta principal o desenvolvimento da capacidade leitora, escritora, autônoma e reflexiva dos estudantes, bem como buscar possibilidades para seu crescimento cultural e social. Buscar o desenvolvimento de práticas acerca das questões originária das relações étnicas raciais, entendendo e valorizando as diferentes culturas, buscando desconstruir formas de pensamento cristalizadas que estimulam estereótipos, preconceitos, discriminações, ajudando a transformar a sociedade e integração dos deficientes no cotidiano escolar, valorizar a cultura e o conhecimento dos estudantes. c) Prioridades e Objetivos Educacionais O trabalho com a EJA requer um olhar diferenciado, para um público que já passou por inúmeras situações excludentes, que chegam até o CIEJA com o sentimento de não pertencimento, somente com um trabalho diário de acolhimento e empatia, esse sentimento se transforma, estreitando os vínculos e a aprendizagem acontece. Temos como prioridade nos debruçarmos sobre as reais dificuldades dos estudantes, realizando um mapeamento de toda a UE a partir das Sondagens de Leitura e Escrita. Com os dados em mãos, discutimos em nosso primeiro Conselho de Classe quais ações estão sendo realizadas com o objetivo de sanar tais dificuldades. Esse trabalho será desenvolvido durante todo o ano letivo em consonância com o nosso PEA. Desse modo, para que possamos garantir o direito e o fortalecimento das aprendizagens, faz-se mais do que necessário pensarmos em múltiplas linguagens para o acesso de TODOS. Por isso mesmo que o trabalho será desenvolvido durante todo o ano por meio das oficinas, reorganização dos estudantes e módulos que atendam suas especificidades, bem como atividades flexibilizadas propiciando uma recuperação contínua.
  • 56. 56 d) Normas de Convívio e Mediando Conflitos: Vivendo e Convivendo Viver é conviver, a máxima citada faz todo sentido na realidade do CIEJA, como já mencionamos, aqui estudam jovens, adultos e idosos, pessoas com e sem deficiência. Essa diversidade carrega em si um problema e também um desafio, coexistir respeitando as diferenças de tempos de aprendizagem e estilos cognitivos, diferenças de gerações, hábitos e valores, não é uma tarefa fácil e por vezes acaba surgindo alguns conflitos. Quando nos deparamos em situações de conflito que ocorrem nas mais diversas instâncias da escola, a mediação é algo presente em nossas ações como também, primamos por ações preventivas como palestras, rodas de conversa, aulões com temas que abarcam a diversidade, o respeito, o diálogo entre outras. O diálogo nessas situações surge como principal mediador para a solução desses impasses, primando pelo respeito e tolerância. Buscamos ouvir os envolvidos no conflito individualmente para que se sintam à vontade para colocar sua versão do ocorrido. Após ouvirmos os dois lados, buscamos a solução em conjunto com eles para que todos se sintam corresponsáveis. Em caso de reincidência, chamamos novamente para o diálogo, e realizamos o registro da ocorrência, solicitando que tomem ciência por meio de suas assinaturas e de forma conjunta assumam o compromisso de conviver de forma respeitosa. No caso de estudantes menores, primeiro estabelecemos um diálogo com eles, e caso seja necessário entramos em contato com seu responsável legal para que tome conhecimento do ocorrido. Viver e conviver pressupõe respeito, mediação e escuta sensível, tais ações têm contribuído para a prevenção e resolução de conflitos que surgem no CIEJA. Além disso, temos na unidade a Comissão de Mediação de Conflitos, conforme Decreto nº 56.560/2015 (em anexo, membros da Comissão).
  • 57. 57 e) Articulações locais com os Equipamentos Sociais Nossas concepções estão em toda parte, inclusive nos cartazes que colocamos no CIEJA, respeito à diversidade e a garantia da representatividade. Cartazes que asseguram o direito de serem chamados pelo Nome Social, quando for o caso, bem como o acesso aos banheiros da escola. Temos recebido homens e mulheres trans do Centro de Acolhida João Nery e do Centro de Acolhida Casa Florescer II. Outra articulação com os equipamentos sociais é o de recebermos anualmente estudantes com deficiência de Residências Terapêuticas, Casas de Acolhida, etc. f) Estratégias de Atendimento aos Educandos com Deficiencia, Transtornos Globais do Desenvolvimento e altas habilidades/superdotação A formação continuada se dá em todo momento no CIEJA, em Setembro de 2023 tivemos mais uma Semana de Educação Inclusiva, considerando uma abordagem integral da inclusão. Faz parte do senso comum considerar que Inclusão seja apenas um assunto que envolva simplesmente o atendimento à Pessoas com Deficiência, porém, ao pensar sobre as vulnerabildades econômica, social, e até mesmo física dos estudantes do CIEJA, além de tomarmos as concepções do Currículo da Cidade, temos a consciência de que ao trabalhar essa temática, não se deve restringir a abordagem a uma única faceta desse tão relevante tema.
  • 58. 58 Podemos ver claramente os efeitos perversos da exclusão na vida da pessoa com deficiência, e em grande parte das vezes, isso não é restrito somente a esse grupo, a exclusão e suas consequências, atinge também o negro, o pobre, o gay, e em alguns casos, essas questões atingem as pessoas de maneira duplicada, o que faz com que os esforços para lidar com as barreiras por elas impostas, exijam dos estudantes ainda muito mais recursos. Pensando nisso, na Semana Inclusiva do CIEJA Santana/Tucuruvi, convidamos pessoas que pudéssem trazer aos nossos estudantes, uma perspectiva positiva de maneiras pelas quais, se é possível encontrar caminhos e desenvolver habilidades, que possivelmente trarão oportunidades para auxiliá-los na difícil tarefa de transpor as barreiras da exclusão. Abaixo o convite da nossa Semana da Educação Inclusiva 2023 e os temas trabalhados por nossos convidados: Tivemos uma formação com a nossa PAEE Patrícia Palma para falar sobre as necessidades sensoriais das pessoas com TEA e o uso de almofadas sensoriais. Além disso, disponibilizamos no hall de entrada da UE totens com QRcodes e vídeos sobre capacitismo. Fizemos também um painel na entrada da escola com o tema "Nos Completamos na Diversidade".
  • 59. 59 O trabalho com a diversidade requer a inclusão diária de debates, aprofundamento teórico e o compartilhamento de vivências... Recebemos também para enriquecer a conversa a Professora Herbe Discórdia para tratar sobre o tema gênero, sexualidade e sexo por uma Educação Humanizadora. Herbe se defini como travesti, traz sua história de vida e as dificuldades de ser quem é na sociedade em que vivemos.
  • 60. 60 Em tempos em que a Saúde Mental anda abalada, é urgente também termos um olhar sensível para estas questões. Para tanto, recebemos o Médico Psiquiatra Dr. Hercílio trazendo um aprofundamento sobre os transtornos Mentais e tirando dúvidas de nossos estudantes.
  • 61. 61 Tivemos uma conversa com o Advogado, Educador e Pesquisador João Paulo Guinalz que nos trouxe um resumo de sua pesquisa de Dissertação de mestrado falando um pouco sobre a diversidade e adversidades no Mundo do Trabalho. João trouxe um olhar sensível e humano em relaçãos aos trabalhadores pesquisados em situação de vulnerabilidade e insalubridade por conta das condições ao qual foram expostos em uma fábrica em Belém.
  • 62. 62 E por fim, recebemos o sr. Eliseu Acácio e seu filho Lucas, para compartilhar saberes de como ser pai em Tempo Integral de um filho autista e Divulgação de seu livro “Minha Vida, nossas Vidas – pai cuidador de autistas”.
  • 63. 63 A semana de Educação Inclusiva é uma janela que se abre no CIEJA, embora nossa rotina esteja repleta de atividades inclusivas, essa semana em particular, nos faz debruçar sobre o tema com mais intensidade, provoca um movimento didádico pedagógico sobre eliminação de barreiras, nos aproxima de exemplos de superação e nos possibilita vivenciarmos nesses dias, quebras de paradigmas a respeito de temas delicados, como por exemplo a questão da sexualidade dos PCDs ou até mesmo a questão do capacitismo, atitude irrefletida da maioria das pessoas ao lidar com PCDs: comportamento que acaba provocando estagnação e prejudica a constatação de avanços conquistados por eles e pelos esforços engendrados nos atendimentos nas UEs. Tratar de temas sobre a diversidade como já mencionamos é abarcar a TODOS, por essa razão privilegiamos convidados que trouxessem representatividade, apresentassem aos estudantes e toda a equipe como é viver em uma sociedade múltipla. Quebrar comportamentos cristalizados é um chamamento para a reflexão! g) Plano de Gestão Temos por concepção e prática, que as relações desenvolvidas no dia a dia da escola devam primar pelo respeito, pela dialogicidade, envolvendo toda a comunidade escolar integrada a esse processo. Viver uma gestão democrática pressupõe espaço de escuta atenta e fala pontual, que dividi com todos a corresponsabilidade das ações que regem o funcionamento da Unidade Educacional. Nesse sentido, nossa identidade vai tomando corpo, delineando assim uma gestão acolhedora e democrática. Compreendemos que estar no CIEJA pressupõe o convívio com a multiplicidade de historicidades que envolvem estudantes, corpo docente e todos os funcionários que desse universo fazem parte. Desse modo, abarcamos as diferenças sociais, étnicas, culturais, religiosas e de gênero. Tendo em vista o explicitado acima, as ações que evidenciam um trabalho coletivo e humanista é o de propiciar um ambiente acolhedor para todos aqueles que trabalham e que estudam em nossa escola. É também promovermos momentos de participação em Conselhos do CIEJA e APM, Conselho de Classe Participativo, Reunião de Pais e espaço aberto para sugestões e ou críticas com vistas a melhorarmos o nosso trabalho, Reuniões Mensais com funcionários com o objetivo de formarmos uma equipe coesa e motivada, onde cada um é parte do todo, considerando as especificidades e os talentos de cada um.
  • 64. 64 Atrelados a isso, ressaltamos também o trabalho ativo e direcionado pela CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) tanto para a formação de professores e funcionários no Horário Coletivo, como também de estudantes durante as aulas trazendo informações relevantes quanto à prevenção de doenças, pandemais, epidemias, elucidando precauções e prevenções em relação à dengue, cuidados necessários com a saúde e bem estar, e os procedimentos de Primeiros Socorros (em anexo encontra-se o Manual de Normas e Procedimentos da SME, pág. 446 a 451). Todos os funcionários participam das formações e estão aptos a prestar os primeiros socorros caso haja necessidade. Conforme Lei nº 18.084, de 19 de Janeiro de 2024 que Institui o Programa Lei Lucas de Primeiros Socorros no Município de São Paulo para capacitar professores e funcionários em noções de primeiros socorros. Uma gestão que privilegia a escuta e considera a fala do outro para repensar e redimensionar as ações valoriza os profissionais que fazem parte desse espaço que é coletivo e feito por todos. Além disso, a Equipe Gestora se reúne semanalmente para pensar em ações a partir das demandas que surgem na UE. bem como planejar ações futuras. Na primeira Reunião de Organização com Funcionários no ínicio deste ano, por exemplo, foram feitas algumas perguntas ao grupo:  Como você acredita que o CIEJA pode melhorar o seu desempenho e impacto na vida dos estudantes?  Quais são os principais temas que você considera prioritários para a formação dos estudantes no CIEJA?  O que você considera essencial para promover uma educação inclusiva e respeitosa dentro do CIEJA Santana/ Tucuruvi? As respostas trazidas pelos funcionários foram que muitos estudantes trazem histórias de vidas distintas, muitas delas relacionadas a exclusão, várias barreiras que os impediram de concluirem seus estudos. Diantes disso, os funcionários se colocam de forma acolhedora ao receberem os estudantes, tentando desempenharem o seu trabalho de modo humanizado. Os temas mencionados estão relacionados ao respeito à diversidade, à inclusão de todos: adolescentes, idosos, mulheres, PcDs, as mais diversas etnias e etc.
  • 65. 65 Para promover uma educação inclusiva e respeitosa, os fucionários elegeram a escuta atenta e o acolhimento, além de que os temas citados acima, sejam trabalhados em sala de aula promovendo a reflexão dos estudantes, trazendo uma educação que de fato, extrapole os muros da escola. Por fim, os funcionários afirmaram que o CIEJA é um espaço de transformação. Conceber uma educação equânime é contemplar toda essa diversidade presente no CIEJA Santana/ Tucuruvi, esse território múltiplo, transformador, coletivo e inclusivo. Em anexo o nosso Plano de Trabalho. h) Plano de Implementação da Proposta Curricular e Currículo da Cidade A interlocução entre os pares é sempre algo almejado, uma vez que a interdisciplinaridade só enriquece o trabalho. Pensando na promoção de uma Consciência Cidadã o trabalho extraclasse do CIEJA referente ao 1º Bimestre das turmas do Matutino e Intermediário, teve todas as áreas do Conhecimento envolvidas: Ciências Humanas (Lis Régia); Ciências da Natureza (Ricardo Pellegrini); Códigos e Linguagens (Valéria Velosa); Arte (Carla Tiemi) e Educação Física (Eduardo Parladore). No trabalho da educação para a cidadania, o CIEJA desempenha um papel fundamental ao promover atividades que estimulam a reflexão sobre direitos e deveres na sociedade. Esse compromisso resultou no projeto recente que abordou os direitos sociais e diversos estatutos de leis específicas como o Estatuto dos idosos, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o PEC das Domésticas, o código do direito do consumidor, direitos trabalhistas, projeto Transcidadania entre outros. Os estudantes do CIEJA se reuniram em duplas para explorar esses temas complexos e pertinentes à realidade contemporânea e que os afetam diretamente. Eles realizaram pesquisas, onde os participantes estudaram leis, regulamentos e casos emblemáticos que ilustram os desafios e avanços na proteção e lutas pelos direitos abordados. Aprofundando-se no tema, eles puderam compreender a dificuldade da efetivação dos direitos socias numa sociedade marcada pela injustiça social. Buscaram compreender não apenas as leis em si, mas também seu impacto na vida das pessoas.