As principais ameaças à diversidade biológica e à extinção de espécies discutidas no documento incluem: (1) a destruição e fragmentação de habitats naturais devido ao avanço da agricultura, mineração e urbanização; (2) a introdução de espécies exóticas invasoras que competem com as nativas; e (3) a sobrexploração de recursos naturais com valor econômico como peixes e madeira.
Aula 3 - ameacas a biodiversidade e extincao de espécies
1. Ameaças a diversidade biológica e a extinção de espécies
Universidade Federal da Grande Dourados
Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais
Curso de Gestão Ambiental
Gestão da Biodiversidade
Prof. Sandro Menezes Silva
Agosto / 2014
2. Ameaças à Diversidade Biológica
•Destruição e fragmentação de hábitats
•Introdução de espécies exóticas invasoras
•Sobrexplotação de espécies com valor econômico
•Poluição ambiental
•Crescimento populacional
•Mudanças climáticas
3. Destruição de habitats
•Consequência do aumento da pressão humana sobre ambientes naturais para uso direto e indireto dos recursos ambientais.
•Ações que provocam destruição de hábitats:
•Avanço da fronteira agrícola
•Mineração
•Obras de infraestrutura
•Expansão das áreas urbanas
•A destruição de hábitats leva à fragmentação ambiental, com efeitos diversos conforme o grupo de organismos considerado.
8. Fragmentação de habitats
•A fragmentação dos ambientes cria “ilhas funcionais”.
•Os ambientes têm capacidades distintas de resistir às alterações promovidas pelo homem - resiliência.
•Uma das consequencias da fragmentação ambiental é o chamado “efeito de borda”, observado quando há uma descontinuidade na matriz (florestal, savânica, campestre) da paisagem.
9. Destruição de habitats: consequências
•Diminuição do tamanho das populações
•Diminuição de espaços disponíveis para as diversas espécies
•Conflitos entre o homem e espécies silvestres
•Aumento da caça
•Atropelamento de animais
•Transmissão de doenças ao homem e aos demais animais
•Morte indiscriminada de determinadas espécie
12. Efeito de borda
Cobertura de herbáceas, espessura da serapilheira, número de lianas, cobertura do dossel, cobertura do subosque, número de árvores, diâmetro das árvores; borda e interior; média e DP. Córrego da Cascata – Botucatu, SP
13. Efeito de borda
Médias de umidade do ar (A), temperatura do
ar (B) e temperatura do solo (C) em três
fragmentos de Cerradão, Caiapônia, GO,
Brasil. As letras “M”, “B” e “I” indicam os
ambientes de matriz, borda e interior dos
fragmentos 1, 2 e 3, respectivamente (n = 10
para cada média).
A B
C
umidade do ar
temperatura do ar
temperatura do solo
14. Espécies exóticas invasoras
•São espécies que introduzidas fora dos seus respectivos ambientes naturais, ocasionam problemas às espécies nativas.
•A “invasão biológica” ou “contaminação biológica” consiste na entrada de uma espécie, proposital ou acidentalmente, em um local fora de sua área original de ocorrência.
•Pode ocorrer por meio do escape de áreas de cultivo/criação, do transporte de produtos naturais, da água de lastro de barcos e navios, entre outras.
15. Espécies exóticas invasoras
•Espécies exóticas invasoras afetam espécies nativas:
•Como predadoras
•Como competidoras
•Como parasitas
•Por hibridação
•Atributos que favorecem a “bioinvasão”:
•Ambientes isolados e com baixa densidade das espécies nativas são mais suscetíveis às invasões
•Espécies exóticas beneficiam-se de espécies com o mesmo nicho no ambiente
•Similaridade ambiental entre o local original de ocorrência da espécie invasora e o sítio invadido
•Espécies de ambientes antropizados são mais eficientes na colonização de novos sítios
16. Espécies exóticas invasoras – exemplos
•Coelhos no Hawai – controle de plantas
•Pardal e Pomba no Novo Mundo – ornamental
•Sapo-cururu no Hawai – controle biológico da cana
•Araçá do Hawai – ornamental e frutífera
•Abelhas no Novo Mundo – apicultura
•Tucunaré no Panamá – piscicultura
•Javali no Uruguai – criação para carne
•Tilápia no Brasil – piscicultura
•Camalote nas tropicais – ornamental e filtração
•Gramíneas africanas pelo mundo - forrageiras
19. Poluição
•O despejo de substâncias químicas estranhas ao ambiente pode afetar a biodiversidade em diversos níveis, desde espécies mais suscetíveis até ecossistemas inteiros.
•Os efeitos podem ser diretos ou cumulativos, com resultados perceptíveis, em geral, após algum tempo da emissão.
•As consequências dos poluentes na Natureza, no espaço e no tempo, variam conforme o tipo de substância e a capacidade de degradação e absorção do meio.
20. Poluição
•São exemplos mais comuns de eventos recentes de poluição: chuva ácida em zonas industriais, derramamento de óleo em rios e mares, derramamento de substâncias químicas, depósito de lixo urbano, agrícola, industrial ou nuclear, uso indevido de agroquímicos, entre outros.
•As consequências sobre a biodiversidade de cada um desses tipos variam, de acordo com a forma de contaminação e com a suscetibilidade da espécie e do ambiente.
23. Sobrexplotação de espécies de interesse econômico
•Consiste na extração/coleta de animais e plantas acima dos limites que as populações naturais conseguem repor.
•Ocorre com várias espécies consumidas pelo homem, que ainda são obtidas da natureza por meio da caça, do extrativismo e da pesca.
•A pressão diferencial sobre as populações das espécies exploradas interfere no ecossistema como um todo, dependendo do papel funcional das espécies exploradas.
24. Sobrexplotação de espécies de interesse econômico
•As maiores necessidades são a realização de pesquisas de avaliação dos estoques e de estratégias para o manejo das espécies.
•Pode haver problemas sociais com o controle da atividade extrativa, já que muitas “populações tradicionais” dependem de algumas dessas espécies.
•Espécies com indícios de sobrexplotação: atum, baleias, sardinha, caranguejos, lagosta, elefantes
27. Mudanças climáticas
•Processo atualmente em curso cujas causas ainda geram polêmica. Questiona-se o papel do homem nesse processo ou se é mais um ciclo natural de aquecimento da Terra.
•Existem várias evidências do aumento da quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera desde a Revolução Industrial, acentuando o acúmulo de calor ao redor da Terra.
28. Mudanças climáticas
•São gases com efeito estufa: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), gases de nitrogênio (NOx), clorofluorcarbonos (CFC), ozônio (O3), etc.
•O Aquecimento global é o tema central do Tratado de Kyoto, assinado em 1997 no âmbito da Conferência das Partes (COP), que propõe metas de redução de emissões de gases estufa e formas de minimizar as consequências do processo para a vida do homem e do planeta.
36. Extinção de espécies
Dirzo, R.; Young, H. S.; Galetti, M.; Ceballos, G. Isaac, N. J. B.; Collen, B. 2014. Defaunation in the Anthropocene. Science 345: 401-406.
37. Extinção de espécies
Dirzo, R.; Young, H. S.; Galetti, M.; Ceballos, G. Isaac, N. J. B.; Collen, B. 2014. Defaunation in the Anthropocene. Science 345: 401-406.
38. Espécies ameaçadas de Extinção
•O termo “Espécie em extinção” pode implicar em diferentes níveis de ameaça a que uma espécie está sujeita. As populações encontram- se em problemas devido ao declínio populacional. Indica que a espécie requer atenção para não entrar para as categorias de maior risco.
•O esquema usado para avaliar se uma espécie está sob risco de extinção é o seguinte:
39. Esquema de avaliação de espécies sob risco de extinção
Avaliada
Dados adequados
Dados deficientes
Não Avaliada
Ameaçadas
Criticamente ameaçada
Em perigo
Vulnerável
Baixo risco
Baixa preocupação
Quase ameaçada
Conservação dependente
Extinta
Extinta na natureza
40. Espécies ameaçadas de Extinção
•Com base na Lista Vermelha Global das Espécies Ameaçadas de Extinção (“Red List”), elaborada pela IUCN, são reconhecidas as seguintes categorias de ameaça:
•Extinta (EX) – Sem indivíduos existentes.
•Extinta na natureza (EW) – Conhecida somente em cativeiro ou condições de cultivo, ou então em populações naturalizadas fora da áreas de ocorrência original da espécie.
41. Espécies ameaçadas de Extinção
•Criticamente Ameaçada (CR) – Risco extremamente alto de extinção na natureza.
•Em perigo (EN) – Alto risco de extinção na natureza.
•Vulnerável (VU) – Risco crescente na natureza.
42. Espécies ameaçadas de Extinção
•Quase Ameaçada (NT) – Com risco de tornar-se ameaçada em um futuro próximo caso as fontes de pressão não cessem.
•Preocupação Mínima (Least Concern - LC) – Risco mais baixo entre as categorias, sendo em alguns casos não considerada como ameaçada.
•Dados Deficientes (DD) – Não existe informação suficiente sobre a espécies que permita uma avaliação do risco de extinção.
•Não Avaliada (NE) – Espécie ainda não avaliada frente aos critérios empregados.
44. Espécies ameaçadas de Extinção
•Espécie em Perigo
–Tigre-siberiano, Leopardo-das-neves, Arara-azul-grande, Arara-azul- de-Lear, Chimpanzés, Panda-gigante, Baleia-azul, Mico-leão- dourado
45. Espécies ameaçadas de Extinção
•Espécie Criticamente em Perigo
–Rinoceronte-da-Sumatra (menos de 300 indivíduos na natureza), Tartaruga-de-couro, Mico-leão-caiçara, Ararinha-azul
48. •Algumas espécies que aparecem na lista:
–Pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia)
–Imbuia (Ocotea porosa)
–Sassafrás (Ocotea odorifera)
–Xaxim-imperial (Dicksonia sellowiana)
Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção
49. •Algumas espécies que aparecem na lista:
–Mogno (Swietenia macrophylla)
–Aroeira (Myracrodruon urundeuva)
–Pau-brasil (Caesalpinia echinata)
–Jacarandá-da-Bahia (Dalbergia nigra)
Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção
50. •Algumas espécies que aparecem na lista:
–Pau-rosa (Aniba rosaeodora)
–Cerejeira (Amburana cearensis)
–Braúna (Melanoxylon brauna)
–Castanheira-do-Pará (Bertholletia excelsa)
Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção
51. •Famílias com maior número de espécies listadas
–Bromeliaceae – 38
–Orchidaceae – 34
–Cactaceae – 28
–Eriocaulaceae – 14 (sempres-vivas)
Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção
53. Espécies brasileiras ameaçadas de extinção
•O Ministério do Meio Ambiente e o IBAMA divulgaram, em 22 de maio de 2003,(“Dia Internacional da Diversidade Biológica”), a Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
•Em 23 de setembro de 2008 divulgaram a Lista das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção
•As "listas vermelhas“ possuem 627 espécies de animais e 472 espécies de plantas
•As listas anteriores, de 1989 para a fauna e de 1992 para a flora, traziam, respectivamente, 219 e 104 espécies
54. Espécies animais ameaçadas de extinção no Brasil
Grupos
Lista 1989
Táxons
retirados
Lista 2005
Táxons
adicionados
Mamíferos
67
21 (31,3%)
69
23 (33,3%)
Aves
109
40 (36,7%)
160
91 (56,87%)
Répteis
9
3 (33,3%)
20
14 (70%)
Anfíbios
1
1 (100%)
16
16 (100%)
Peixes
-
-
154
154 (100%)
Invertebrados
31
14
208
191 (91,8)
Total
217
79 (36,4%)
627
489 (78%)
55. •São listadas 472 espécies de plantas, com predomínio das Angiospermas - 435 espécies
•São duas Gimnospermas (Ephedra tweediana e Araucaria angustifolia), 21 espécies de Pteridófitas e 14 espécies de Briófitas
•Lista reflete o estado de conhecimento sobre os diferentes grupos de plantas no Brasil e os biomas mais ameaçados pela atividade do homem.
Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção
56. Biomas Número de espécies
Mata Atlântica 275
Cerrado 132
Caatinga 46
Amazônia 24
Pampa 17
Pantanal 2
Mata Atlântica/Cerrado 6
Mata Atlântica/Caatinga 5
Mata Atlântica/Amazônia 1
Mata Atlântica/Pampa 4
Cerrado/Caatinga 7
Cerrado/Pantanal 1
Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção
Número de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção = 472