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De Popper à Nova Heterodoxia
  Metodologia da Economia
        Mark Blaug
Seminário de Metodologia Científica
     26 de Outubro de 2012
Seções
•   Paradigmas de Kuhn;
•   Metodologia versus História;
•   Programas de Pesquisa Científica (PPC);
•   O Arnarquismo de Feyerabend;
•   De Volta aos Princípios Originais;
•   A Circunstância do Monismo Metodológico.
Paradigmas de Kuhn
• Kuhn rompe com o passado de visão
  adquirida, compatível com o falseabilismo
  popperiano.
• Tendência à imunização de teorias torna-se
  tema central de seu trabalho.
• Ciência Normal x Ciência Revolucionária.
  – Arcabouço teórico ortodoxo;
  – Refutações e anomalias.
Paradigmas de Kuhn
• Popper – Revolução Permanente.
• Kuhn - Longos períodos de Status Quo e saltos
  descontínuos entre paradigmas.
• Kuhn usa frequentemente o termo Paradigma:
  – 1ª Ed.: casos exemplares de façanhas que servem de
    modelo atual;
  – 2ª Ed.: admite imprecisão de termos e sugere a
    mudança para “Matriz Disciplinar”;
  – Independe do termo: são crenças, valores e técnicas
    compartilhadas por uma comunidade.
Paradigmas de Kuhn
• Fundamentos da argumentação:
  – Ciência normal possui um colegiado invisível, com
    opiniões relevantes;
  – Seu colapso é precedido de multiplicação de
    teorias e surgimento de controvérsia;
  – Solução já conhecida, porém ignorada;
  – Existe perda e ganho de conteúdo;
  – A mudança assume uma “Natureza Religiosa”
    (mudança de Gestalt – molde)
Paradigmas de Kuhn
• Refutações por Blaug:
   – Demora na aceitação dos modelos de sucesso: Copérnico,
     Newton e Einstein-Planck;
   – Não havia crise na biologia pré-darwiniana;
• Na 2ª Ed., Kuhn admite exagero retórico na descrição
  das revoluções:
   – Saltos de paradigma não implicam interrupção do debate
     científico;
   – O termo revolução é usado para enfatizar que os
     argumentos de um novo paradigma contém fatores não-
     racionais;
   – Diz que a teoria das revoluções não foi bem entendida,
     pois também se aplica a revoluções menores.
Paradigmas de Kuhn
• Períodos de desenvolvimento científico tem
  paradigmas “interpenetrantes e justapostos”.
  – Paradigmas não se substituem subitamente;
  – Novos paradigmas não surgem de maneira
    repentina;
  – Paradigmas emergem vitoriosos ao fim de um
    longo processo de competição intelectual.
• Estas concessões diminuem o impacto da
  mensagem original de Kuhn.
Paradigmas de Kuhn
• Permanecem:
  – Critérios normativos nas controvérsias científicas;
  – Escolha das abordagens concorrentes com base em
    fatores racionais, e não autoridade ou grupos.
• A obra de Kuhn é mais sociológica que
  metodológica:
  – Ao se comparar com Popper, reconhece a natureza
    sociológica de seu trabalho;
  – Popperianos reconhecem que há muito mais trabalho
    em ciência normal que em ciência extraordinária.
Metodologia versus História
• Enigma: escrever história da ciência “ como de
  fato ocorreu”
• Ciência “boa” e “ruim”
• Referência à história da ciência como uma
  justificação parcial de seus pontos de vista
  metodológicos
• Círculo vicioso
• Lakatos desenvolveu e elaborou a filosofia da
  ciência de Popper > converter círculo vicioso em
  círculo virtuoso
Programas de Pesquisa Cientifica
●   Metodologia agressiva de Popper X
    Metodologia defensiva Kuhn
●   Lakatos: Acomodação entre Popper e Kuhn
Programas de Pesquisa Cientifica
●   Lakatos nega que teorias individuais sejam as
    unidades apropriadas para se fazer avaliações
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●   PPC Progressivo e PPC degenerativo
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●   Componentes de um PPC:
     –   Partes rígidas e flexíveis;
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Anarquismo de Feyerabend
• As tendências de Lakatos em amenizar a
  agressividade do popperianismo são levadas
  adiante por outros críticos da visão adquirida de
  teorias: Hanson, Polanyi e Paul Feyerabend.
• Negam a distinção positivista entre contextos de
  descoberta e justificação.
  – Não desvinculam avaliações de validade ex-post do
    estudo da genese das teorias;
  – Rejeitam o programa popperiano de filosofia da
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• Teorias científicas devem ser avaliadas em termos
  de observações disponíveis a todos.
  – Torna-se obvio que essas observações alterarão as
    avaliações, consequência de “elemento evolucionário
    inevitável”.
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• Lição Lakatosiana sobre testes:
   – É uma luta em 3 frentes: uma factual e duas teorias rivais;
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• Com a perda de conteúdo em teorias sucessivas,
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• Único princípio que não inibe o progresso é
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    deve ser vazios e indefinidos.
• É contra o “método” em geral, inclusive o seu.
• “O único valor de ordem maior é a liberdade, e
  não a ciência” – Paul Feyerabend.
• Blaug avalia que o livro de Feyerabend equivale
  substituir a Filosofia da Ciência pela Filosofia
  Hippie.
De Volta aos Princípios Originais

●   Questionamento sobre ceticismo, relativismo
    e voluntarismo de Feyerabend.
●   Filosofia de “Qualquer coisa vai”.
De Volta aos Princípios Originais

“A ciência, apesar de todas as falhas, é o único
sistema ideológico autoquestionador e
autocorregedor que o homem já inventou; a
despeito da inércia intelectual, do conservadorismo
incrustado, e a despeito das fileiras cerradas para
manter os heréticos em apuros, a comunidades
científica permanece leal ao ideal de competição
intelectual em que não permite outras armas a não
ser o argumento e a evidência” - BLAUG, Pág 84.
Monismo Metodológico
• Existe um método científico aplicável a todas
  as ciências, independentemente de seu
  campo de estudo ou a ciência social deve
  empregar uma lógica de investigação própria?
• Popper anuncia todas as ciências, teóricas ou
  gerais, devem usar o mesmo método, sejam
  ciências naturais ou ciências sociais.
• Popper: princípio do individualismo
  metodológico para as ciências sociais
Monismo Metodológico
•   Negação do dualismo metodológico.
•   Objeção nova e antiga a essa doutrina.
•   Objeções se harmonizam.
•   Derivação do individualismo metodológico a partir o
    individualismo ontológico.
•   Redução da macroeconomia a micro -> devastação.
•   Defesa do ind. Metodológico.
•   Reafirmação do monismo metodológico.
•   Divisão entre os métodos das ciências sociais e
    físicas.
Obrigado
• Grupo:
   – Rodrigo Barsotti
   – Renan Farias
   – Tiago Braga

• Bibliografia:
   – Blaug, Mark, 1927-
      A Metodologia da Economia, ou, Como os
   Economistas Explicam / Mark Blaug ; [tradução de
   Afonso Luiz Medeiros dos Santos Lima]. – 2. ed. Ver. –
   São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999.

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De popper à nova heterodoxia

  • 1. De Popper à Nova Heterodoxia Metodologia da Economia Mark Blaug Seminário de Metodologia Científica 26 de Outubro de 2012
  • 2. Seções • Paradigmas de Kuhn; • Metodologia versus História; • Programas de Pesquisa Científica (PPC); • O Arnarquismo de Feyerabend; • De Volta aos Princípios Originais; • A Circunstância do Monismo Metodológico.
  • 3. Paradigmas de Kuhn • Kuhn rompe com o passado de visão adquirida, compatível com o falseabilismo popperiano. • Tendência à imunização de teorias torna-se tema central de seu trabalho. • Ciência Normal x Ciência Revolucionária. – Arcabouço teórico ortodoxo; – Refutações e anomalias.
  • 4. Paradigmas de Kuhn • Popper – Revolução Permanente. • Kuhn - Longos períodos de Status Quo e saltos descontínuos entre paradigmas. • Kuhn usa frequentemente o termo Paradigma: – 1ª Ed.: casos exemplares de façanhas que servem de modelo atual; – 2ª Ed.: admite imprecisão de termos e sugere a mudança para “Matriz Disciplinar”; – Independe do termo: são crenças, valores e técnicas compartilhadas por uma comunidade.
  • 5. Paradigmas de Kuhn • Fundamentos da argumentação: – Ciência normal possui um colegiado invisível, com opiniões relevantes; – Seu colapso é precedido de multiplicação de teorias e surgimento de controvérsia; – Solução já conhecida, porém ignorada; – Existe perda e ganho de conteúdo; – A mudança assume uma “Natureza Religiosa” (mudança de Gestalt – molde)
  • 6. Paradigmas de Kuhn • Refutações por Blaug: – Demora na aceitação dos modelos de sucesso: Copérnico, Newton e Einstein-Planck; – Não havia crise na biologia pré-darwiniana; • Na 2ª Ed., Kuhn admite exagero retórico na descrição das revoluções: – Saltos de paradigma não implicam interrupção do debate científico; – O termo revolução é usado para enfatizar que os argumentos de um novo paradigma contém fatores não- racionais; – Diz que a teoria das revoluções não foi bem entendida, pois também se aplica a revoluções menores.
  • 7. Paradigmas de Kuhn • Períodos de desenvolvimento científico tem paradigmas “interpenetrantes e justapostos”. – Paradigmas não se substituem subitamente; – Novos paradigmas não surgem de maneira repentina; – Paradigmas emergem vitoriosos ao fim de um longo processo de competição intelectual. • Estas concessões diminuem o impacto da mensagem original de Kuhn.
  • 8. Paradigmas de Kuhn • Permanecem: – Critérios normativos nas controvérsias científicas; – Escolha das abordagens concorrentes com base em fatores racionais, e não autoridade ou grupos. • A obra de Kuhn é mais sociológica que metodológica: – Ao se comparar com Popper, reconhece a natureza sociológica de seu trabalho; – Popperianos reconhecem que há muito mais trabalho em ciência normal que em ciência extraordinária.
  • 9. Metodologia versus História • Enigma: escrever história da ciência “ como de fato ocorreu” • Ciência “boa” e “ruim” • Referência à história da ciência como uma justificação parcial de seus pontos de vista metodológicos • Círculo vicioso • Lakatos desenvolveu e elaborou a filosofia da ciência de Popper > converter círculo vicioso em círculo virtuoso
  • 10. Programas de Pesquisa Cientifica ● Metodologia agressiva de Popper X Metodologia defensiva Kuhn ● Lakatos: Acomodação entre Popper e Kuhn
  • 11. Programas de Pesquisa Cientifica ● Lakatos nega que teorias individuais sejam as unidades apropriadas para se fazer avaliações cientificas. ● PPC Progressivo e PPC degenerativo ● Critério de delimitação
  • 12. Programas de Pesquisa Cientifica ● Componentes de um PPC: – Partes rígidas e flexíveis; – Núcleo Central e Cinto protetor. ● Mudança para outro PPC ● História interna e externa da ciência ● Lakatos: Tolerância com PPCs emergentes
  • 13. Anarquismo de Feyerabend • As tendências de Lakatos em amenizar a agressividade do popperianismo são levadas adiante por outros críticos da visão adquirida de teorias: Hanson, Polanyi e Paul Feyerabend. • Negam a distinção positivista entre contextos de descoberta e justificação. – Não desvinculam avaliações de validade ex-post do estudo da genese das teorias; – Rejeitam o programa popperiano de filosofia da ciência “a-histórica” – Enfatizam a capacidade de teste interpessoal.
  • 14. Anarquismo de Feyerabend • Teorias científicas devem ser avaliadas em termos de observações disponíveis a todos. – Torna-se obvio que essas observações alterarão as avaliações, consequência de “elemento evolucionário inevitável”. • Persiste na nova visão a idéia que as observações empíricas são embasadas em teoria. – Aproximação de paradoxo de Popper: • Exige rigoroso teste de teorias; • Dizia que todas as observações são interpretações teóricas.
  • 15. Anarquismo de Feyerabend • Lição Lakatosiana sobre testes: – É uma luta em 3 frentes: uma factual e duas teorias rivais; – Observação da base teórica durante o progresso. • 3 formas de fatos observados: – Fatos observados, numerosos, universalmente aceitos; – Fatos inferidos, considerados incontestáveis (ex.: átomos e genes); – Fatos hipotéticos, sujeita a interpretações (OVNI's, telepatia). • Independência de Fatos e Teorias • Aplicação de teorias falíveis aos fatos: – Como nos é negado o conhecimento verdadeiro, trata-se o mundo real com natureza teórica
  • 16. Anarquismo de Feyerabend • Com a perda de conteúdo em teorias sucessivas, não haverá condições de exercer uma escolha racional entre teorias conflitantes. • 3 pontos de Feyerabend: – Não existem metodologias que não foram quebradas em algum ponto da história; – A justaposição real entre teorias rivais é muito pequena; – O progresso científico somente ocorreu, no passado, na ausência de limitações da filosofia da ciência.
  • 17. Anarquismo de Feyerabend • Único princípio que não inibe o progresso é “qualquer coisa vai”. – Se houver princípios metodológicos universais, eles deve ser vazios e indefinidos. • É contra o “método” em geral, inclusive o seu. • “O único valor de ordem maior é a liberdade, e não a ciência” – Paul Feyerabend. • Blaug avalia que o livro de Feyerabend equivale substituir a Filosofia da Ciência pela Filosofia Hippie.
  • 18. De Volta aos Princípios Originais ● Questionamento sobre ceticismo, relativismo e voluntarismo de Feyerabend. ● Filosofia de “Qualquer coisa vai”.
  • 19. De Volta aos Princípios Originais “A ciência, apesar de todas as falhas, é o único sistema ideológico autoquestionador e autocorregedor que o homem já inventou; a despeito da inércia intelectual, do conservadorismo incrustado, e a despeito das fileiras cerradas para manter os heréticos em apuros, a comunidades científica permanece leal ao ideal de competição intelectual em que não permite outras armas a não ser o argumento e a evidência” - BLAUG, Pág 84.
  • 20. Monismo Metodológico • Existe um método científico aplicável a todas as ciências, independentemente de seu campo de estudo ou a ciência social deve empregar uma lógica de investigação própria? • Popper anuncia todas as ciências, teóricas ou gerais, devem usar o mesmo método, sejam ciências naturais ou ciências sociais. • Popper: princípio do individualismo metodológico para as ciências sociais
  • 21. Monismo Metodológico • Negação do dualismo metodológico. • Objeção nova e antiga a essa doutrina. • Objeções se harmonizam. • Derivação do individualismo metodológico a partir o individualismo ontológico. • Redução da macroeconomia a micro -> devastação. • Defesa do ind. Metodológico. • Reafirmação do monismo metodológico. • Divisão entre os métodos das ciências sociais e físicas.
  • 22. Obrigado • Grupo: – Rodrigo Barsotti – Renan Farias – Tiago Braga • Bibliografia: – Blaug, Mark, 1927- A Metodologia da Economia, ou, Como os Economistas Explicam / Mark Blaug ; [tradução de Afonso Luiz Medeiros dos Santos Lima]. – 2. ed. Ver. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999.