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Astecas, Incas e Maias.

      Na América, a organização de sociedades mais complexas, como a dos Astecas, Maias e
Incas, não ocorreu ao mesmo tempo em que no Oriente próximo ou na Europa. Aliás, os
processos históricos não são nunca os mesmos em todas as sociedades. O próprio continente
americano mostra evidências dessa afirmação. Na América, durante séculos, conviveram (e ainda
convivem) inúmeros povos com realidades históricas bem distintas: povos nômades de cultura
primitiva, como muitas tribos norte-americanas, os esquimós (Alasca), os ianomâmis e os
xavantes (Brasil), que viviam (alguns ainda vivem) basicamente da caça e da coleta, os tupis-
guaranis (América do Sul), os pueblos (América do Norte) e os aruaques (América Central),
sedentários e agrícolas; e, finalmente, os povos de culturas mais complexas – maias, incas e
astecas.

      Os astecas

      Origens

      A influência dos olmecas entre os astecas também foi muito grande, sobretudo porque eles
viveram, em tempos diferentes, basicamente na mesma região. Após a hegemonia olmeca, a
região sofreu várias invasões de povos vindos da América do Norte.

      Os primeiros povoadores procedentes do norte, da região de Nahua (família linguística do
nahuatl), construíram entre 500 e 600 d.c, baseados nas tradições olmecas, uma grande cidade,
Teotihuacán, com gigantescas pirâmides homenageando o Sol, a Lua e seu deus maior,
Quetzacoatl. Nesse centro urbano desenvolveu-se uma sociedade sobre a qual , infelizmente,
temos poucas informações.

      Os toltecas, uma das tribos nahuas do norte, chegaram à América Central entre 850 e 900
d.C., e talvez tenham se submetido aos sacerdotes de Teotihuacán, pois deram continuidade à
construção e manutenção dessa grande cidade. Em razão do gigantismo de suas construções,
muitos povos consideravam que ela havia sido construída por gigantes, antes da chegada dos
homens à região. Eles organizaram um forte Estado e uma rica civilização, que, após disputas
internas, guerras externas e invasões, chegou ao fim em 1194 d.C.

      O povo mexica, mais conhecido como asteca, é originário da região de Aztlán (daí a
palavra asteca), no sul da América do Norte. Ele se estabeleceu no planalto mexicano
(especificamente nas ilhas do lago Texcoco), junto com outros povos, após uma longa marcha,
em 1168 d.C.. No ano de 1325 eles começaram a construção de sua cidade, Tenochtitlán, que no
século XV seria uma das maiores cidades do mundo.

      Organização Política – A formação do Império Asteca.

      A formação do Império asteca baseou-se na aliança de três grandes cidades, Texcoco,
Tlacopán e a capital, Tenochtitlán, estendendo seu poder por toda a região. As relações políticas
que se estabeleceram entre elas e as regiões que controlavam ainda não são muito claras.
Contudo, pode-se afirmar que não era uma estrutura rigorosamente centralizada, como ocorreria
entre os incas.

      Na confederação Asteca conviviam inúmeras comunidades com idiomas, costumes e
culturas diferentes (zapotecas, mixtecas, totonacas, etc.). A unidade entre elas dava-se em torno
de aspectos religiosos e, principalmente, através da centralização militar dos astecas e da
arrecadação dos impostos em Tenochtitlán. As diversas províncias da região que, além dos
tributos, elas deveriam fornecer contingentes militares e submeter-se aos tribunais da capital.

      O Império asteca atingiu seu apogeu entre 1440 e 1520, quando foi inteiramente destruído
pelos colonizadores espanhóis liderados por Cortés. Após diversas incursões colonizadoras em
agosto de 1521 o Império Asteca foi inteiramente conquistado. Diversas razões levaram à derrota
asteca a primeira é propriamente militar: a guerra, para os astecas, tinha como objetivo a
dominação político-militar, para os espanhóis a guerra era de conquista e extermínio. Além disso,
as estratégias militares e, principalmente, o armamento bélico dos colonizadores eram bem mais
avançados. Outro motivo importante foi à proliferação de várias doenças e epidemias entre os
astecas (a mais forte foi a varíola). Um fato adicional que contribuiu muito para a derrota asteca
foi a aliança estabelecida entre alguns povos da região (tlaxcaltecas, totonecas, etc.) e os
espanhóis. A intenção imediata desses povos era derrotar a hegemonia dos astecas na região, e
os espanhóis eram fortes aliados para alcançar esse objetivo. Todavia, eles não puderam prever
o que lhes aconteceria após a derrota asteca, com a consolidação da colonização europeia.

      Economia asteca

      A sustentação da economia do Império estava baseada justamente no pagamento dos
tributos em mercadorias. A não destruição das cidades submetidas e a manutenção relativa do
poder local incluíam-se nessa lógica de arrecadação dos tributos, que variavam muito. Estima-se
que, no final do Império, Tenochtitlán recebia toneladas de milho, feijão, cacau, pimenta seca;
centenas de litros de mel, milhares de fardos de algodão, manufaturados têxteis, cerâmicas,
armas, além de animais, aves, perfumes, papel, etc.
A produção agrícola estava baseada essencialmente nos cereais, sobretudo no milho que,
na verdade, foi a base da alimentação das civilizações pré-colombianas. É bem provável que
essas sociedades não teriam se desenvolvido sem o milho, pois ele as sustentava e possibilitava
o crescimento de suas populações.

      A posse das terras tinha uma característica muito interessante: o Estado asteca era
proprietário de todas as terras e as distribuía aos templos, cidades e bairros (calpulli). Já nas
cidades e bairros, a exploração da terra tinha um caráter coletivo, todo adulto tinha direito de
cultivar um pedaço de terra para sobreviver e o dever de trabalha-la. Na fase final do Império,
essa relação foi se modificando, pois sacerdotes, comerciantes e chefes militares se
desobrigaram de trabalhar na terra, criando uma forma de diferenciação social.

      Sociedade asteca

      Podem ser uma sociedade fundada em aspectos religiosos e na guerra, aqueles que
detinham mais poder eram os sacerdotes, seguidos dos chefes militares e dos altos funcionários
do Império. Os altos funcionários militares e do Estado recebiam a denominação tecuhtli
(dignitário), eram escolhidos pelo soberano e tinham uma série de privilégios (não pagavam
impostos e viviam em grandes residências).

      Logo abaixo estavam os calpullec, espécies de administradores dos bairros (calpulli).
Inicialmente eles eram escolhidos pelos habitantes dos bairros, mas com o tempo passaram a ser
indicados pelos soberanos.

      O comércio externo era realizado por poderosas corporações de comerciantes, os
pochtecas. O comércio de luxo entre as cidades era monopolizado por eles. Em razão do rápido
enriquecimento desse setor da sociedade, ele foi ganhando gradativamente poder e distinção.

      A maioria dos artesãos trabalhava vinculada a algum senhor (tecuhtli), e muitos mantinham
oficinas em palácios e templos. O imposto era pago em artigos de sua especialidade e não eram
obrigados ao trabalho coletivo.

      A maior parte da população estava entre os macehualli, que eram homens livres com
direito a cultivar um pedaço de terra para sua sobrevivência, embora devessem obrigações como
pagamento de impostos em mercadorias (a maior fonte de arrecadação), prestar o serviço militar
e o trabalho coletivo (construir, conservar e limpar estradas, pontes e templos).
Os tlatlacotin formavam o estrato social mais baixo, composto geralmente por prisioneiros
de guerra, condenados, desterrados. Em troca de casa, comida e trabalho, eles se vinculavam a
um amo. Isso não significava que eram escravos, pois podiam torna-se livres e possuir bens.

       Religião e cultura dos Astecas

       Os astecas eram considerados o povo mais religioso da região. Sua religião era
essencialmente astral, isto é, baseada nos astros, e foram absorvendo deuses e ritos um dos
mais importantes era Uitzlopochtli, que representava o sol do meio-dia.

       Os mitos e ritos astecas eram muito ricos e variados, e relacionavam-se com a natureza.
Os cultos mais importantes sempre envolviam o Sol. Eram muito comuns rituais com
sacrifícios humanos; a guerra, portanto, era uma grande fornecedora de prisioneiros para os
sacrifícios.     Geralmente toda a energia da comunidade estava canalizada para as atividades
ritualísticas, realizadas com uma série encenações e procedimentos minuciosos.

       As atividades artísticas dos astecas foram muito influenciadas pelas tradições olmecas e
toltecas. A escultura em jade e as grandes construções são exemplos claros dessas influências. A
arquitetura estava ligada à vida religiosa, a forma mais frequentemente utilizada era a pirâmide
com escadarias, culminando em um santuário no topo.

       Os afrescos coloridos e as pinturas murais também tinham destaque entre as artes
astecas. O escriba ostentava o título de pintor, pois os hieróglifos eram acompanhados por uma
série de quadros cuidadosamente desenhados.

       A música e a poesia estavam intimamente ligadas. Quase sempre acompanhadas por
instrumentos, danças e encenações, as músicas tinham caráter religioso.

       Infelizmente, a violência da colonização espanhola acabou destruindo grande parte dessa
rica produção.

       Os maias

       Origens

       Antes que os maias se radicassem em algumas regiões da América Central, existiam aí
povos originários, como os otomies e otoncas. Vindos da América do Norte, após décadas
vagando pela América Central, os mais se estabeleceram no Yucatán e áreas próximas, por volta
de 900 a.C. .A produção do milho e a influência dos olmecas forram mito importante para o seu
desenvolvimento

      A área ocupada pelos maias pode ser dividida em duas regiões. A das terras altas (área
abrangida hoje por El Salvador e Guatemala) estava voltada para o Pacífico e, apesar de possuir
boas condições naturais, não teve muita importância para a construção da civilização maia.

      É comum dividir-se o processo de construção da civilização maia em uma primeira fase
(317-987) e uma segunda fase (987-1697). A primeira fase teria se iniciado em 317 d.C. Essa
data , na realidade, tem como referência o mais antigo objeto maia encontrado até hoje. Sabe-se
que essa civilização já existia antes de 317, mas não se dispõe ainda de informações precisas a
respeito desse período.

      Sociedade maia

      A sociedade começou a desenvolver-se, com destaque para três cidades: Chichen-Itzá,
Mayapan e Uxmal. Em 1004 foi criada a Confederação Maia, que reuniu essas três grandes
cidades. Dezenas de cidades e povoados são criados ao longo dos duzentos anos seguintes,
expandindo seu poder político na região. Após o período de união (entre os séculos X e XI), as
cidades da Confederação entram em confronto, sendo Mayapan a vitoriosa. A hegemonia política
dessa cidade foi sustentada por uma forte base guerreira. Inúmeras revoltas explodem na região,
e em 1441 Mayapan é incendiada. As grandes cidades são abandonadas por causa das guerras.

      As lutas internas, as catástrofes naturais (terremotos, epidemias, etc.), as guerras externas
e principalmente, o declínio da agricultura levaram a sociedade maia à decadência. Quando os
europeus chegaram à região (1559), os sinais de enfraquecimento dos maias eram evidentes,
tornando a conquista mais fácil. Em 1697, a última cidade maia (Tayasal) é conquistada e
destruída pelos colonizadores.

      Cada cidade tinha um chefe supremo (halach uinc), e o cargo era hereditário.

      Os camponeses e artesãos compunham a maioria da população (mazehualob) eram
obrigados a pagar os tributos, a trabalhar nas grandes obras e moravam nos bairros mais
distantes dos centros. Os escravos, geralmente por conquista serviam a um senhor, mas não
trabalhavam na produção.

      Religião dos Maias
A sociedade maia tinha um caráter fortemente religioso; a religião dava legitimidade ao
poder, que era exercido basicamente por algumas famílias.

       O Ahaucan (senhor da serpente) é o supremo sacerdote. Ele indica os outros sacerdotes,
rege as cerimônias, recebe tributos e decide sobre as coisas do estado. Existiam também
sacerdotes com funções específicas, como os adivinhos, os encarregados dos sacrifícios
humanos, os escribas, etc.

       A organização do Estado.

       Os maias não chegaram a organizar um forte e poderoso Estado centralizado.

       Na realidade, as cidades maias importantes controlavam as aldeias e terras próximas. Não
havia nenhum poder ou instituição que as unificasse. Elas tinham autonomia econômica e política,
e geralmente eram governadas por famílias.

       Houve períodos em que a unidade foi estabelecida entre algumas cidades, como durante a
Confederação Maia. No entanto, a regra era a independência e a luta entre cidades por novas
terras, tributos, matérias primas, etc..

       Economia maia

       A economia dos maias baseava-se na agricultura. A tecnologia empregada nas atividades
agrícolas era bastante primitiva. Contudo, eles conseguiam uma extraordinária produtividade,
principalmente do milho. É justamente em virtude dessa produção do milho, gerando excedentes,
que um grande contingente de mão-de-obra podia ser liberado das atividades agrícolas para a
construção de templos, pirâmides, reservatórios de água, etc.

       As terras pouco férteis da região obrigavam os maias a realizar um rodízio, que geralmente
mantinha a terra boa durante oito a dez anos. Após esse período era necessário procurar novas
terras, cada vez mais distantes das aldeias e cidades. O esgotamento das terras, as distâncias
cada vez maiores entre elas e as cidades e o aumento da população inseriram a civilização maia
uma dura realidade. A fome, um dos fatores que a levaram à decadência.

       Cultura maia

       Os conhecimentos de astronomia dos maias eram realmente avançados, e seus
observatórios, bem equipados. Eles podiam prever eclipses e elaboraram um calendário de 365
dias. Para o desenvolvimento da astronomia, a matemática era um elemento fundamental, daí
terem acumulado conhecimento nessa área.

      A atividade médica e a farmacêutica também eram bastante desenvolvidas, o que foi
reconhecido até pelos colonizadores.

      As peças teatrais, os poemas, as crônicas, as canções, tinham uma função literário-
religiosa bem evidente.

      Mas a arquitetura e a engenharia representam as áreas do conhecimento mais
desenvolvidas pelos maias. Seus grandes centros religiosos, as pirâmides, as cidades com
edifícios de vários andares, os canais de irrigação e os reservatórios de água maravilham os
conquistadores europeus.

      Os incas

      Origens

      O povo incaico é originário de uma região entre o lago Titicaca e a cidade de Cuzco, no
Peru. A partir daí os incas expandiram-se por uma área que abrangia desde o sul da Colômbia,
passando pelo Equador, Peru, Bolívia e norte da Argentina, até o sul do Chilel Esse Império
chegou a reunir cerca de 15 milhões de pessoas, de povos com línguas, costumes e culturas
diferentes.

      Antes da construção do Império incaico viviam nessa região povos com culturas e
formações sociais avançadas, que se costuma denominar pré-incaicos. Eles estavam distribuídos
por toda a costa leste do continente sul-americano, nas serras e no altiplano andino; os chavin
viviam nas serras peruanas; os manabi, no litoral do equador; os chimu, no norte do Peru; e havia
ainda os: chinchas, mochicas, nazca, e outros.

      Talvez grande demonstração do desenvolvimento desses povos pré-incaicos seja
Tiahuanaco. Tratava-se de um grande centro cerimonial (hoje suas ruínas estão a cerca de 100
km de La Paz, capital da Bolívia) que recebia periodicamente milhares de pessoas por ano.
Estima-se que essa civilização que parece ter sido influenciada pelos chavin, estabeleceu-se na
região por volta do século X d. C.

      A organização política dos Incas
O Império Inca absorveu as diversas culturas das civilizações preexistentes, colocando-as
a serviço da expansão e manutenção do Império. A vitória sobre os chancas, em 1438 d. C.,
liderada pelo inca Yupanqui, marcou o início da formação do Império. Ele ocupou quase todo o
Peru, chegando até a fronteira do Equador. Seus sucessores expandiram o Império para o
altiplano boliviano, norte da Argentina, Chile (Tope Inca) e Equador, até o sul da Colômbia
(Huayana capac, 1493-1528).

      A expansão foi interrompida em razão da disputa entre dois irmãos, filhos de Huayana:
Huascar, que centralizou seu Império em Cuzco, e Atahualpa, sediado em Quito. A rivalidade
entre os irmãos levou oi Império a uma verdadeira guerra civil, enfraquecendo. A vitória de
Atahualpa não lhe trouxe vantagens, pois, junto dela, chegaram os colonizadores, liderados por
Pizarro, que destruíram todo o Império Inca.

      Para controlar seu Império o Estado inca mantinha um constante censo populacional, um
instrumento fundamental para o censo era o quipo, uma espécie de elaborada calculadora
manual feita de cordões coloridos e nós. Quem realizava o levantamento e a leitura eram os
funcionários chamados de quipucamayucus.

      Esse imenso Império inca, controlado de perto pelo Estado, precisou de uma infraestrutura
que permitisse a circulação de funcionários, mensageiros, impostos, populações, exércitos, etc.
Para que isso ocorresse, foi construída uma incrível rede de pontes e caminhos lajeados. Ao
longo desses caminhos havia os tambos, pequenas construções que continham alimentos e água,
servindo de alojamento para os viajantes.

      Sociedade inca.

      O Estado inca era imperial, capaz de controlar rigidamente tudo o que ocorria em sua vasta
extensão territorial. O chefe desse Estado era o Inca, um imperador com poderes sagrados
hereditários, reverenciado por todos.

      Ao lado do inca havia uma rede de sacerdotes, escolhidos por ele entre a nobreza.

      Para manter o Império íntegro, criou-se uma complexa burocracia administrativa e militar.
Os cargos administrativos eram distribuídos entre membros da nobreza e acabaram adquirindo
hereditariedade. O caráter guerreiro do Império privilegiava a formação e educação militar. Como
os burocratas, essa camada privilegiada era mantida graças aos tributos arrecadados pelo
Estado.
Os camponeses, chamados de llactaruna, em troca do direito de trabalho nos ayllus, eram
obrigados a cultivar as terras do Inca e dos curacas e a pagar os impostos em mercadorias. Além
disso, o estado os obrigava a trabalhar nas obras públicas, como as pirâmides, caminhos, pontes,
canais de irrigação e terraços.

         Havia também os artesãos especializados, considerados artistas (pintores, escultores,
ceramistas, tapeceiros, ourives, etc.), e os curandeiros e feiticeiros (cirurgiões, farmacêuticos,
conhecedores de plantas medicinais, etc.).

         Os yanaconas, originários da sublevação da cidade de Yanacu, eram escravos. Às vezes
algum povo conquistado também se tornava escravo. Eles não trabalhavam na produção, e suas
funções eram eminentemente domésticas.

         Economia inca.

         A base da economia inca estava nos ayllu, espécie de comunidade agrária. Todas as terras
do Império pertenciam ao Inca, logo, ao Estado. Através da vasta rede de funcionários, essas
terras eram doadas aos camponeses para a sua sobrevivência. Os membros de cada ayllu
deveriam, em troca, trabalhar nas terras do Estado e dos funcionários, nas obras públicas e pagar
impostos.

         A base da produção agrícola era o milho, seguido pela batata, tomate, abóbora, amendoim,
etc. Nas áreas mais altas e com dificuldades de obtenção de água, o milho tinha de ser plantado
nos terraços feitos nas encostas das serras com canais de irrigação.

         A domesticação de lhamas, vicunhas e alpacas foi importante para o fornecimento de lã,
couro e transporte. Os cachorros-do-mato e porcos tinham importância secundária.

         O comércio era muito precário e restringia-se basicamente aos bens de luxo destinados à
corte.

         Religião dos Incas.

         Havia uma rede de sacerdotes, escolhidos entre a nobreza. Suas funções variavam desde
a manutenção dos templos, realização de sacrifícios, adivinhações, curas milagrosas, até
feitiçarias e oráculos. A grande maioria dos cultos e cerimônias religiosas dos incas era em
homenagem ao Sol. Os sacerdotes também tinham a função de ensinar e divulgar, junto com
historiadores oficiais, os mitos, lendas e histórias sobre o inca. É interessante notar que existia
uma religião para a nobreza e outra divulgada entre a população mais pobre.
Cultura inca

      Lembrando o que já foi dito, o Estado inca utilizou-se das inúmeras conquistas das
civilizações pré-incaicas para controlar e manter seu Império.

      Eles faziam um uso abancado da matemática, conheciam inclusive o zero; conheciam
muito bem a astronomia, pois o Sol representava o deus mais importante , podendo prever
eclipses e fazer calendários; usavam pesos e medidas padronizados.

      Os trabalhos dos incas na manufatura do ouro, da prata e do cobre maravilharam os
espanhóis. Além disso, produziam cerâmica, tecidos coloridos, esculturas e pinturas.

      Talvez as maiores produções incaicas estejam relacionadas com a arquitetura e a
engenharia. Por meio delas foi possível construir pirâmides, palácios, pontes e caminhos; cidades
como Cuzco e Machu Pichu, que reuniam milhares de pessoas e mantinham uma rica ordem
urbanística. E os famosos terraços irrigados nas serras e montanhas para a produção agrícola.

      Conclusão

      Concluímos então que quando Colombo chegou à América, em 1492, encontrou o
continente habitado há muito tempo por várias civilizações e povos. Os povos pré-colombianos
apresentavam diferentes estágios de desenvolvimento cultural e material, classificados em
sociedades de coletores/caçadores e sociedades agrárias. Dentro desse segundo grupo, três
culturas merecem maior destaque: os maias, os astecas e os incas. Alcançaram notáveis
conhecimentos de astronomia e matemática, além de dominar técnicas complexas de construção,
metalurgia e cerâmica. Desenvolveram técnicas diferentes de agricultura. Enquanto o fim da
cultura maia é até hoje um mistério, sabemos que os povos astecas e incas decaíram perante a
conquista espanhola.

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  • 1. Astecas, Incas e Maias. Na América, a organização de sociedades mais complexas, como a dos Astecas, Maias e Incas, não ocorreu ao mesmo tempo em que no Oriente próximo ou na Europa. Aliás, os processos históricos não são nunca os mesmos em todas as sociedades. O próprio continente americano mostra evidências dessa afirmação. Na América, durante séculos, conviveram (e ainda convivem) inúmeros povos com realidades históricas bem distintas: povos nômades de cultura primitiva, como muitas tribos norte-americanas, os esquimós (Alasca), os ianomâmis e os xavantes (Brasil), que viviam (alguns ainda vivem) basicamente da caça e da coleta, os tupis- guaranis (América do Sul), os pueblos (América do Norte) e os aruaques (América Central), sedentários e agrícolas; e, finalmente, os povos de culturas mais complexas – maias, incas e astecas. Os astecas Origens A influência dos olmecas entre os astecas também foi muito grande, sobretudo porque eles viveram, em tempos diferentes, basicamente na mesma região. Após a hegemonia olmeca, a região sofreu várias invasões de povos vindos da América do Norte. Os primeiros povoadores procedentes do norte, da região de Nahua (família linguística do nahuatl), construíram entre 500 e 600 d.c, baseados nas tradições olmecas, uma grande cidade, Teotihuacán, com gigantescas pirâmides homenageando o Sol, a Lua e seu deus maior, Quetzacoatl. Nesse centro urbano desenvolveu-se uma sociedade sobre a qual , infelizmente, temos poucas informações. Os toltecas, uma das tribos nahuas do norte, chegaram à América Central entre 850 e 900 d.C., e talvez tenham se submetido aos sacerdotes de Teotihuacán, pois deram continuidade à construção e manutenção dessa grande cidade. Em razão do gigantismo de suas construções, muitos povos consideravam que ela havia sido construída por gigantes, antes da chegada dos homens à região. Eles organizaram um forte Estado e uma rica civilização, que, após disputas internas, guerras externas e invasões, chegou ao fim em 1194 d.C. O povo mexica, mais conhecido como asteca, é originário da região de Aztlán (daí a palavra asteca), no sul da América do Norte. Ele se estabeleceu no planalto mexicano (especificamente nas ilhas do lago Texcoco), junto com outros povos, após uma longa marcha,
  • 2. em 1168 d.C.. No ano de 1325 eles começaram a construção de sua cidade, Tenochtitlán, que no século XV seria uma das maiores cidades do mundo. Organização Política – A formação do Império Asteca. A formação do Império asteca baseou-se na aliança de três grandes cidades, Texcoco, Tlacopán e a capital, Tenochtitlán, estendendo seu poder por toda a região. As relações políticas que se estabeleceram entre elas e as regiões que controlavam ainda não são muito claras. Contudo, pode-se afirmar que não era uma estrutura rigorosamente centralizada, como ocorreria entre os incas. Na confederação Asteca conviviam inúmeras comunidades com idiomas, costumes e culturas diferentes (zapotecas, mixtecas, totonacas, etc.). A unidade entre elas dava-se em torno de aspectos religiosos e, principalmente, através da centralização militar dos astecas e da arrecadação dos impostos em Tenochtitlán. As diversas províncias da região que, além dos tributos, elas deveriam fornecer contingentes militares e submeter-se aos tribunais da capital. O Império asteca atingiu seu apogeu entre 1440 e 1520, quando foi inteiramente destruído pelos colonizadores espanhóis liderados por Cortés. Após diversas incursões colonizadoras em agosto de 1521 o Império Asteca foi inteiramente conquistado. Diversas razões levaram à derrota asteca a primeira é propriamente militar: a guerra, para os astecas, tinha como objetivo a dominação político-militar, para os espanhóis a guerra era de conquista e extermínio. Além disso, as estratégias militares e, principalmente, o armamento bélico dos colonizadores eram bem mais avançados. Outro motivo importante foi à proliferação de várias doenças e epidemias entre os astecas (a mais forte foi a varíola). Um fato adicional que contribuiu muito para a derrota asteca foi a aliança estabelecida entre alguns povos da região (tlaxcaltecas, totonecas, etc.) e os espanhóis. A intenção imediata desses povos era derrotar a hegemonia dos astecas na região, e os espanhóis eram fortes aliados para alcançar esse objetivo. Todavia, eles não puderam prever o que lhes aconteceria após a derrota asteca, com a consolidação da colonização europeia. Economia asteca A sustentação da economia do Império estava baseada justamente no pagamento dos tributos em mercadorias. A não destruição das cidades submetidas e a manutenção relativa do poder local incluíam-se nessa lógica de arrecadação dos tributos, que variavam muito. Estima-se que, no final do Império, Tenochtitlán recebia toneladas de milho, feijão, cacau, pimenta seca; centenas de litros de mel, milhares de fardos de algodão, manufaturados têxteis, cerâmicas, armas, além de animais, aves, perfumes, papel, etc.
  • 3. A produção agrícola estava baseada essencialmente nos cereais, sobretudo no milho que, na verdade, foi a base da alimentação das civilizações pré-colombianas. É bem provável que essas sociedades não teriam se desenvolvido sem o milho, pois ele as sustentava e possibilitava o crescimento de suas populações. A posse das terras tinha uma característica muito interessante: o Estado asteca era proprietário de todas as terras e as distribuía aos templos, cidades e bairros (calpulli). Já nas cidades e bairros, a exploração da terra tinha um caráter coletivo, todo adulto tinha direito de cultivar um pedaço de terra para sobreviver e o dever de trabalha-la. Na fase final do Império, essa relação foi se modificando, pois sacerdotes, comerciantes e chefes militares se desobrigaram de trabalhar na terra, criando uma forma de diferenciação social. Sociedade asteca Podem ser uma sociedade fundada em aspectos religiosos e na guerra, aqueles que detinham mais poder eram os sacerdotes, seguidos dos chefes militares e dos altos funcionários do Império. Os altos funcionários militares e do Estado recebiam a denominação tecuhtli (dignitário), eram escolhidos pelo soberano e tinham uma série de privilégios (não pagavam impostos e viviam em grandes residências). Logo abaixo estavam os calpullec, espécies de administradores dos bairros (calpulli). Inicialmente eles eram escolhidos pelos habitantes dos bairros, mas com o tempo passaram a ser indicados pelos soberanos. O comércio externo era realizado por poderosas corporações de comerciantes, os pochtecas. O comércio de luxo entre as cidades era monopolizado por eles. Em razão do rápido enriquecimento desse setor da sociedade, ele foi ganhando gradativamente poder e distinção. A maioria dos artesãos trabalhava vinculada a algum senhor (tecuhtli), e muitos mantinham oficinas em palácios e templos. O imposto era pago em artigos de sua especialidade e não eram obrigados ao trabalho coletivo. A maior parte da população estava entre os macehualli, que eram homens livres com direito a cultivar um pedaço de terra para sua sobrevivência, embora devessem obrigações como pagamento de impostos em mercadorias (a maior fonte de arrecadação), prestar o serviço militar e o trabalho coletivo (construir, conservar e limpar estradas, pontes e templos).
  • 4. Os tlatlacotin formavam o estrato social mais baixo, composto geralmente por prisioneiros de guerra, condenados, desterrados. Em troca de casa, comida e trabalho, eles se vinculavam a um amo. Isso não significava que eram escravos, pois podiam torna-se livres e possuir bens. Religião e cultura dos Astecas Os astecas eram considerados o povo mais religioso da região. Sua religião era essencialmente astral, isto é, baseada nos astros, e foram absorvendo deuses e ritos um dos mais importantes era Uitzlopochtli, que representava o sol do meio-dia. Os mitos e ritos astecas eram muito ricos e variados, e relacionavam-se com a natureza. Os cultos mais importantes sempre envolviam o Sol. Eram muito comuns rituais com sacrifícios humanos; a guerra, portanto, era uma grande fornecedora de prisioneiros para os sacrifícios. Geralmente toda a energia da comunidade estava canalizada para as atividades ritualísticas, realizadas com uma série encenações e procedimentos minuciosos. As atividades artísticas dos astecas foram muito influenciadas pelas tradições olmecas e toltecas. A escultura em jade e as grandes construções são exemplos claros dessas influências. A arquitetura estava ligada à vida religiosa, a forma mais frequentemente utilizada era a pirâmide com escadarias, culminando em um santuário no topo. Os afrescos coloridos e as pinturas murais também tinham destaque entre as artes astecas. O escriba ostentava o título de pintor, pois os hieróglifos eram acompanhados por uma série de quadros cuidadosamente desenhados. A música e a poesia estavam intimamente ligadas. Quase sempre acompanhadas por instrumentos, danças e encenações, as músicas tinham caráter religioso. Infelizmente, a violência da colonização espanhola acabou destruindo grande parte dessa rica produção. Os maias Origens Antes que os maias se radicassem em algumas regiões da América Central, existiam aí povos originários, como os otomies e otoncas. Vindos da América do Norte, após décadas vagando pela América Central, os mais se estabeleceram no Yucatán e áreas próximas, por volta
  • 5. de 900 a.C. .A produção do milho e a influência dos olmecas forram mito importante para o seu desenvolvimento A área ocupada pelos maias pode ser dividida em duas regiões. A das terras altas (área abrangida hoje por El Salvador e Guatemala) estava voltada para o Pacífico e, apesar de possuir boas condições naturais, não teve muita importância para a construção da civilização maia. É comum dividir-se o processo de construção da civilização maia em uma primeira fase (317-987) e uma segunda fase (987-1697). A primeira fase teria se iniciado em 317 d.C. Essa data , na realidade, tem como referência o mais antigo objeto maia encontrado até hoje. Sabe-se que essa civilização já existia antes de 317, mas não se dispõe ainda de informações precisas a respeito desse período. Sociedade maia A sociedade começou a desenvolver-se, com destaque para três cidades: Chichen-Itzá, Mayapan e Uxmal. Em 1004 foi criada a Confederação Maia, que reuniu essas três grandes cidades. Dezenas de cidades e povoados são criados ao longo dos duzentos anos seguintes, expandindo seu poder político na região. Após o período de união (entre os séculos X e XI), as cidades da Confederação entram em confronto, sendo Mayapan a vitoriosa. A hegemonia política dessa cidade foi sustentada por uma forte base guerreira. Inúmeras revoltas explodem na região, e em 1441 Mayapan é incendiada. As grandes cidades são abandonadas por causa das guerras. As lutas internas, as catástrofes naturais (terremotos, epidemias, etc.), as guerras externas e principalmente, o declínio da agricultura levaram a sociedade maia à decadência. Quando os europeus chegaram à região (1559), os sinais de enfraquecimento dos maias eram evidentes, tornando a conquista mais fácil. Em 1697, a última cidade maia (Tayasal) é conquistada e destruída pelos colonizadores. Cada cidade tinha um chefe supremo (halach uinc), e o cargo era hereditário. Os camponeses e artesãos compunham a maioria da população (mazehualob) eram obrigados a pagar os tributos, a trabalhar nas grandes obras e moravam nos bairros mais distantes dos centros. Os escravos, geralmente por conquista serviam a um senhor, mas não trabalhavam na produção. Religião dos Maias
  • 6. A sociedade maia tinha um caráter fortemente religioso; a religião dava legitimidade ao poder, que era exercido basicamente por algumas famílias. O Ahaucan (senhor da serpente) é o supremo sacerdote. Ele indica os outros sacerdotes, rege as cerimônias, recebe tributos e decide sobre as coisas do estado. Existiam também sacerdotes com funções específicas, como os adivinhos, os encarregados dos sacrifícios humanos, os escribas, etc. A organização do Estado. Os maias não chegaram a organizar um forte e poderoso Estado centralizado. Na realidade, as cidades maias importantes controlavam as aldeias e terras próximas. Não havia nenhum poder ou instituição que as unificasse. Elas tinham autonomia econômica e política, e geralmente eram governadas por famílias. Houve períodos em que a unidade foi estabelecida entre algumas cidades, como durante a Confederação Maia. No entanto, a regra era a independência e a luta entre cidades por novas terras, tributos, matérias primas, etc.. Economia maia A economia dos maias baseava-se na agricultura. A tecnologia empregada nas atividades agrícolas era bastante primitiva. Contudo, eles conseguiam uma extraordinária produtividade, principalmente do milho. É justamente em virtude dessa produção do milho, gerando excedentes, que um grande contingente de mão-de-obra podia ser liberado das atividades agrícolas para a construção de templos, pirâmides, reservatórios de água, etc. As terras pouco férteis da região obrigavam os maias a realizar um rodízio, que geralmente mantinha a terra boa durante oito a dez anos. Após esse período era necessário procurar novas terras, cada vez mais distantes das aldeias e cidades. O esgotamento das terras, as distâncias cada vez maiores entre elas e as cidades e o aumento da população inseriram a civilização maia uma dura realidade. A fome, um dos fatores que a levaram à decadência. Cultura maia Os conhecimentos de astronomia dos maias eram realmente avançados, e seus observatórios, bem equipados. Eles podiam prever eclipses e elaboraram um calendário de 365
  • 7. dias. Para o desenvolvimento da astronomia, a matemática era um elemento fundamental, daí terem acumulado conhecimento nessa área. A atividade médica e a farmacêutica também eram bastante desenvolvidas, o que foi reconhecido até pelos colonizadores. As peças teatrais, os poemas, as crônicas, as canções, tinham uma função literário- religiosa bem evidente. Mas a arquitetura e a engenharia representam as áreas do conhecimento mais desenvolvidas pelos maias. Seus grandes centros religiosos, as pirâmides, as cidades com edifícios de vários andares, os canais de irrigação e os reservatórios de água maravilham os conquistadores europeus. Os incas Origens O povo incaico é originário de uma região entre o lago Titicaca e a cidade de Cuzco, no Peru. A partir daí os incas expandiram-se por uma área que abrangia desde o sul da Colômbia, passando pelo Equador, Peru, Bolívia e norte da Argentina, até o sul do Chilel Esse Império chegou a reunir cerca de 15 milhões de pessoas, de povos com línguas, costumes e culturas diferentes. Antes da construção do Império incaico viviam nessa região povos com culturas e formações sociais avançadas, que se costuma denominar pré-incaicos. Eles estavam distribuídos por toda a costa leste do continente sul-americano, nas serras e no altiplano andino; os chavin viviam nas serras peruanas; os manabi, no litoral do equador; os chimu, no norte do Peru; e havia ainda os: chinchas, mochicas, nazca, e outros. Talvez grande demonstração do desenvolvimento desses povos pré-incaicos seja Tiahuanaco. Tratava-se de um grande centro cerimonial (hoje suas ruínas estão a cerca de 100 km de La Paz, capital da Bolívia) que recebia periodicamente milhares de pessoas por ano. Estima-se que essa civilização que parece ter sido influenciada pelos chavin, estabeleceu-se na região por volta do século X d. C. A organização política dos Incas
  • 8. O Império Inca absorveu as diversas culturas das civilizações preexistentes, colocando-as a serviço da expansão e manutenção do Império. A vitória sobre os chancas, em 1438 d. C., liderada pelo inca Yupanqui, marcou o início da formação do Império. Ele ocupou quase todo o Peru, chegando até a fronteira do Equador. Seus sucessores expandiram o Império para o altiplano boliviano, norte da Argentina, Chile (Tope Inca) e Equador, até o sul da Colômbia (Huayana capac, 1493-1528). A expansão foi interrompida em razão da disputa entre dois irmãos, filhos de Huayana: Huascar, que centralizou seu Império em Cuzco, e Atahualpa, sediado em Quito. A rivalidade entre os irmãos levou oi Império a uma verdadeira guerra civil, enfraquecendo. A vitória de Atahualpa não lhe trouxe vantagens, pois, junto dela, chegaram os colonizadores, liderados por Pizarro, que destruíram todo o Império Inca. Para controlar seu Império o Estado inca mantinha um constante censo populacional, um instrumento fundamental para o censo era o quipo, uma espécie de elaborada calculadora manual feita de cordões coloridos e nós. Quem realizava o levantamento e a leitura eram os funcionários chamados de quipucamayucus. Esse imenso Império inca, controlado de perto pelo Estado, precisou de uma infraestrutura que permitisse a circulação de funcionários, mensageiros, impostos, populações, exércitos, etc. Para que isso ocorresse, foi construída uma incrível rede de pontes e caminhos lajeados. Ao longo desses caminhos havia os tambos, pequenas construções que continham alimentos e água, servindo de alojamento para os viajantes. Sociedade inca. O Estado inca era imperial, capaz de controlar rigidamente tudo o que ocorria em sua vasta extensão territorial. O chefe desse Estado era o Inca, um imperador com poderes sagrados hereditários, reverenciado por todos. Ao lado do inca havia uma rede de sacerdotes, escolhidos por ele entre a nobreza. Para manter o Império íntegro, criou-se uma complexa burocracia administrativa e militar. Os cargos administrativos eram distribuídos entre membros da nobreza e acabaram adquirindo hereditariedade. O caráter guerreiro do Império privilegiava a formação e educação militar. Como os burocratas, essa camada privilegiada era mantida graças aos tributos arrecadados pelo Estado.
  • 9. Os camponeses, chamados de llactaruna, em troca do direito de trabalho nos ayllus, eram obrigados a cultivar as terras do Inca e dos curacas e a pagar os impostos em mercadorias. Além disso, o estado os obrigava a trabalhar nas obras públicas, como as pirâmides, caminhos, pontes, canais de irrigação e terraços. Havia também os artesãos especializados, considerados artistas (pintores, escultores, ceramistas, tapeceiros, ourives, etc.), e os curandeiros e feiticeiros (cirurgiões, farmacêuticos, conhecedores de plantas medicinais, etc.). Os yanaconas, originários da sublevação da cidade de Yanacu, eram escravos. Às vezes algum povo conquistado também se tornava escravo. Eles não trabalhavam na produção, e suas funções eram eminentemente domésticas. Economia inca. A base da economia inca estava nos ayllu, espécie de comunidade agrária. Todas as terras do Império pertenciam ao Inca, logo, ao Estado. Através da vasta rede de funcionários, essas terras eram doadas aos camponeses para a sua sobrevivência. Os membros de cada ayllu deveriam, em troca, trabalhar nas terras do Estado e dos funcionários, nas obras públicas e pagar impostos. A base da produção agrícola era o milho, seguido pela batata, tomate, abóbora, amendoim, etc. Nas áreas mais altas e com dificuldades de obtenção de água, o milho tinha de ser plantado nos terraços feitos nas encostas das serras com canais de irrigação. A domesticação de lhamas, vicunhas e alpacas foi importante para o fornecimento de lã, couro e transporte. Os cachorros-do-mato e porcos tinham importância secundária. O comércio era muito precário e restringia-se basicamente aos bens de luxo destinados à corte. Religião dos Incas. Havia uma rede de sacerdotes, escolhidos entre a nobreza. Suas funções variavam desde a manutenção dos templos, realização de sacrifícios, adivinhações, curas milagrosas, até feitiçarias e oráculos. A grande maioria dos cultos e cerimônias religiosas dos incas era em homenagem ao Sol. Os sacerdotes também tinham a função de ensinar e divulgar, junto com historiadores oficiais, os mitos, lendas e histórias sobre o inca. É interessante notar que existia uma religião para a nobreza e outra divulgada entre a população mais pobre.
  • 10. Cultura inca Lembrando o que já foi dito, o Estado inca utilizou-se das inúmeras conquistas das civilizações pré-incaicas para controlar e manter seu Império. Eles faziam um uso abancado da matemática, conheciam inclusive o zero; conheciam muito bem a astronomia, pois o Sol representava o deus mais importante , podendo prever eclipses e fazer calendários; usavam pesos e medidas padronizados. Os trabalhos dos incas na manufatura do ouro, da prata e do cobre maravilharam os espanhóis. Além disso, produziam cerâmica, tecidos coloridos, esculturas e pinturas. Talvez as maiores produções incaicas estejam relacionadas com a arquitetura e a engenharia. Por meio delas foi possível construir pirâmides, palácios, pontes e caminhos; cidades como Cuzco e Machu Pichu, que reuniam milhares de pessoas e mantinham uma rica ordem urbanística. E os famosos terraços irrigados nas serras e montanhas para a produção agrícola. Conclusão Concluímos então que quando Colombo chegou à América, em 1492, encontrou o continente habitado há muito tempo por várias civilizações e povos. Os povos pré-colombianos apresentavam diferentes estágios de desenvolvimento cultural e material, classificados em sociedades de coletores/caçadores e sociedades agrárias. Dentro desse segundo grupo, três culturas merecem maior destaque: os maias, os astecas e os incas. Alcançaram notáveis conhecimentos de astronomia e matemática, além de dominar técnicas complexas de construção, metalurgia e cerâmica. Desenvolveram técnicas diferentes de agricultura. Enquanto o fim da cultura maia é até hoje um mistério, sabemos que os povos astecas e incas decaíram perante a conquista espanhola.