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AS SOCIEDADES DA MESOAMÉRICA
Por mesoamérica – conceito criado na década de 1940 entende-se a região
onde se desenvolveram as primeiras sociedades complexas do continente americano.
Ela engloba territórios da América Central e também do extremo sul da América do
Norte. Para os estudiosos, porém, a importância da Mesoamérica está ligada mais aos
aspectos histórico-culturais do que aos geográficos.
1. OLMECAS E TEOTHUACANOS:
Uma das primeiras sociedades complexas de que se tem noticia na
Mesoamérica foi a dos olmecas, surgida 3 mil anos atrás. Eles ocupavam as
regiões que correspondem hoje ao México e á Costa Rica. Dotados de uma
cultura bastante rica, os olmecas desenvolveram um sistema próprio de escrita,
construíram as primeiras cidades do território e ergueram varias pirâmides.
Por volta 400 a.C., depois de sofrer sucessivas invasões de outros
povos, a sociedade olmeca entrou num processo de desintegração. Em 700
a.C.e 600 de nossa era, floresceu também na região a sociedade teotihuacana,
assim, chamada porque se formou em torno da cidade de Teotihuacán, que
significa cidade dos deuses. Os teotihuacanos tornaram-se conhecidos por
construir pirâmides enormes, como a do Sol da Lua (com 65 metros e 43
metros de altura, respectivamente). Também se notabilizaram por erguer
muitos templos dedicados a diversos deuses, como Quetzalcoatl (ou serpente
de plumas), símbolo da fecundidade da terra.
2. OS MAIAS:
Em 700 a.C., aproximadamente, outra importante sociedade surgiria na
península de Iucatã, situada entre a América do Norte e a América Central: a
dos maias. Durante o período de sua formação, essa sociedade herdou vários
elementos das culturas dos povos que habitavam a região, como os olmecas.
Por volta de 317 de nossa era, os maias já ocupavam extensas regiões do que
conhecemos hoje como México, Honduras e Guatemala.
A sociedade maia destacou-se entre outros aspectos, por sua forma de
organização política: ela se desenvolveu em torno de centros urbanos
autônomos, ligados por uma relativa unidade cultural, sem, no entanto,
2
constituir um império centralizado. Com o tempo, os maias ergueriam
numerosas cidades, como Palenque, Yaxchilán, Tikal, Copán, Piedras negras,
Uxmal, Labná entre outras. O período áureo dessa sociedade ocorreu entre
1000 e 1400. Nessa fase, o centro da península de Iucatã foi ocupado por outro
povo, os toltecas, que aí fundou a cidade de Chichén Itzá. Essa ocupação
acabou resultando na fusão das culturas maia e tolteca. A partir de 1441, em
decorrência de sucessivas guerras entre suas cidades, a sociedade maia
começou a se desintegrar. A isso se somou uma série de flagelos naturais
(furações, pestes, estiagens) que culminou com uma epidemia de varicela, em
1511, causada pelo contato com os europeus.
Um governante de muitos poderes:
Extremamente religiosos, os maias construíram suas cidades em volta
de um núcleo formado por templos, pirâmides e palácios. Nas proximidades
desse núcleo, ficavam as casas das pessoas mais ricas. Cada cidade era
gerida por um halac vinic, que governava em nome de um dos deuses da
religião maia, constituindo uma teocracia. A sucessão ocorria numa mesma
família, com poder passado de pai para filho segundo o direito de
primogenitura. O halac vinic concentrava todos os poderes- religiosos, militares
e civil. Era ele quem escolhia ente os membros da aristocracia, os funcionários
que o auxiliavam na administração da cidade.
Esses homens de confiança comandavam os soldados, presidiam o
conselho local, aplicavam a justiça e controlavam o pagamento de impostos.
Além dessas atribuições, ainda cuidavam do cultivo dos campos nas épocas
indicadas pelos sacerdotes. Temidos e respeitados, os sacerdotes, por sua
vez, desempenhavam funções particularmente importantes: presidiam os cultos
e as cerimonias religiosas e dirigiam toda a vida intelectual da sociedade. Entre
eles havia astrônomos, matemáticos, adivinhos e administradores.
A estrutura social se caracterizava pela existência de camadas
rigidamente separadas, entre as quais não havia mobilidade social. Na esfera
mais alta da sociedade, estavam o halac vinic e seus familiares. Logo abaixo,
vinda à nobreza, que distribuía entre si os cargos religiosos, administrativos e
militares. Também faziam parte desse grupo social os comerciantes de maior
prestígio. No plano imediatamente inferior, desempenhando diversas funções
3
na escala social, encontravam-se os guerreiros, funcionários, artistas e
artesãos. A seguir, com pouco prestigio social, encontravam os camponeses e
os demais trabalhadores livres, encarregados de cultivar a terra, erguer
construções, prestar serviço militar, pagar impostos e fazer oferendas aos
deuses. Por último, vinham os escravos, geralmente prisioneiros de guerra ou
pessoas condenadas por roubo.
Agricultura e comércio:
Os maias desenvolveram uma economia diversificada, de base agrícola:
o milho era sua principal fonte de subsistência, dotada de uma extensa rede de
trocas comerciais. Fazendo permutas com seus produtos minerais, agrícolas e
artesanais, eles adquiriam de outras regiões os bens de que necessitavam,
como blocos de pedra, sílex para fabricar armas e ferramentas, pigmentos
minerais, destinados principalmente à pintura e à cerâmica, e outros. Nas
trocas comerciais utilizavam, muitas vezes, sementes de cacau como moeda.
O calendário maia:
Sabe-se que os maias criaram uma espécie de escrita hieroglífica, mas
seus manuscritos foram quase todos destruídos durante a conquista
espanhola. Restaram apenas alguns tratados sobre astronomia, astrologia e
ritos religiosos. Sabe-se também que após a conquista, os nativos redigiram
algumas crônicas em língua espanhola, preservando a parte da tradição maia.
No campo da astronomia, os maias se destacaram por desenvolver
conhecimentos precisos e complexos sobre a duração do ano e da trajetória
dos astros. E aplicaram esses dados na criação de dois calendários: um ritual e
sagrado, de 260 dias, dividido em 13 grupos de 20 dias; e outro solar – para
uso da sociedade, de 365 dias, agrupado em 18 meses de 20 dias, mais um
período de 5 dias. Para fazer suas contas, inventaram um sistema engenhoso
de calculo com base no numero 20 e desenvolveram o conceito de valor zero
(na verdade, um símbolo cujo significado era ausência de valor).
No campo da metalurgia, dominavam a técnica de obtenção e
manipulação do cobre e do ouro, mas só empregavam esses metais para fins
ornamentais. Indiscutivelmente, os maias foram notáveis em diversos campos
do saber, mas dois aspectos chamam a atenção ao estudarmos essa
sociedade. Eles não utilizavam nenhum animal de tração ou montaria – por
4
isso os meios de transporte e os trabalhos pesados dependiam da força
humana, e desconheciam a roda e o torno, o que restringia sua ação sobre a
natureza. Essa limitação, contudo, não impediu que construíssem uma das
mais avançadas sociedade da América pré-colombiana.
3. A SOCIEDADE ASTECA:
Os astecas viviam originalmente no noroeste do México atual, numa
região conhecida como Aztlán, da qual derivou seu nome. No século XIV da
nossa era, provavelmente por ter sido expulso de seu território por povos
inimigos, eles foram obrigados a se deslocar para o planalto central do México.
No novo espaço tornaram-se agricultores, sem perder o habito guerreiro, pois
se viam constantemente envolvidos em disputa com as populações vizinhas
pelas reservas de água potável e pelas áreas de cultivo.
Sob influência de outras culturas existentes na Mesoamérica, os astecas
desenvolveram técnicas próprias de plantio do milho, a escrita, a arte e as
praticas religiosas. Em 1325, eles passaram a ocupar o conjunto de ilhotas do
lago Texcoco e construíram numa delas sua principal cidade, Tenochtitlán
(atual Cidade do México). Com o tempo, Tenochtitlán foi dotada de um amplo
sistema de ruas, pontes e canais. As disputas com outros povos pela posse de
território e a necessidade de realizar obras para a prática da agricultura, como
a drenagem dos pântanos, conduziram, aos poucos, à concentração do poder
em três das principais cidades da região: Texacoco, Tlacopán e Tenochtitlán.
Essas cidades controlavam diversos povos que habitavam as áreas situadas
entre o golfo do México e o oceano pacífico e recebiam tributos das populações
subjugadas. Por volta de 1440, quando teve inicio o governo de Montezuma I
em Tenochtitlán, estima-se que esse verdadeiro império somava cerca de 15
milhões de habitantes.
Organização social:
Entre os astecas, a autoridade máxima era exercida por um soberano.
Também poderosos, devido, ás guerras constantes, os militares ocupavam
posições de destaque de hierarquia social. A sociedade constituía-se: Os
escravos ocupavam o plano mais baixo da escala social. Eram geralmente
prisioneiro de guerra, criminosos condenados pela justiça ou pessoas que não
5
conseguiram pagar suas dívidas. Curiosamente, eles podiam ser donos de
terras e possuir outros bens, até mesmo outros escravos. Também não era
proibido que se casasse com pessoas livres e tivessem filhos livres. Durante
sua vida, os escravos tinham ainda muitas oportunidades de conquistar a
liberdade. Acima dos escravos estava o maceualli, que era o membro do clã,
ou calpulli. A ele cabia prestar o serviço militar, assim como trabalhar em obras
coletivas, como a construção e conservação de estradas e canais.
Com o casamento, o maceualli conquistava o direito a um lote de terra e
começava a participar da vida religiosa. Depois de certa idade, podia integrar
um conselho que se reunia em torno do chefe do calpulli. Seus filhos, meninos
ou meninas, recebiam educação gratuita nas escolas. O maceualli pagava
impostos, mas em contrapartida recebia do Estado gêneros alimentícios, peça
de tecidos e vestimentas, tanto nas épocas de distribuição regular como nos
períodos de escassez, inundações ou outras calamidades.
Os membros do clã podiam ascender na escala social, desde que
exercessem profissões valorizadas socialmente. Às vezes chegavam a ocupar
os mais altos postos administrativos, militares e religiosos. Em plano superior
aos maceualli encontravam-se os artesão e os comerciantes. A sociedade
asteca tinha grande respeito pelo trabalho do artífice, que se dedicava aos
ofícios de ourivesaria, joalheria e lapidação, entre outros. Os artesãos
agrupavam-se em corporações extremamente fechadas: moravam em bairros
especiais e tinham festas, ritos e deuses próprios. Seu oficio era transmitido, de
geração em geração, dentro da mesma família.
A atividade do comerciante, assim como a do artesão, era hereditária e
exclusiva das corporações. Os pochtecas: grandes negociantes cuidavam do
comércio com as regiões distantes. Com o tempo, eles se transformaram num
grupo poderoso e em ascensão na sociedade asteca. Seus filhos também
passaram a frequentar o calmecac, uma espécie de escola reservada à
aristocracia. No topo da organização social ficavam os sacerdotes e os
dignitários civis e militares. Eles formavam a aristocracia. Os sacerdotes, por
exemplo, presidiam os cultos religiosos e tinham sob sua responsabilidade a
educação dos filhos dos dignitários nos calmecac, a direção dos hospitais, a
guarda dos livros sagrados e dos manuscritos históricos. Graças às doações
recebidas dos soberanos e de particulares, não raro eles acumulavam grandes
6
riquezas. Além do prestígio social de que desfrutavam, não pagavam impostos
e ás vezes, integravam voluntariamente o exercito. O soberano era eleito,
sempre numa mesma família, por um conselho de cem membros controlado
por militares e sacerdotes. Atribuía-se a ele origem divina e esperava-se que
prestasse homenagem aos deuses e protegesse a população, orientando-a
moralmente, por exemplo, contra a embriaguez e o roubo. O soberano era
auxiliado por uma espécie de chefe de governo e por uma hierarquia de
funcionários.
Como viviam os astecas:
Os astecas criaram um sistema de numeração e calendário com
características semelhantes aos dos maias. Desenvolveram também uma
escrita figurativa, cujo símbolo representava objetos estilizados. Quando os
espanhóis chegaram ao continente, observaram ainda o emprego de uma
escrita fonética rudimentar que recorria a imagens de objetos para representar
certas sílabas. Os livros tinham grande importância para os astecas.
Confeccionados com material obtido da pele de cervo ou de fibras vegetais,
muito deles eram ornados com ricas iluminuras. Nas cidades haviam
bibliotecas cujo acervo incluía obras de temas religiosos, históricos, de
adivinhação e de interpretação de sonhos. Quase todos os livros, porém, foram
destruídos durante a conquista espanhola.
Bons tecelões, os astecas produziam panos de algodão e de fibra
agave. A pele de coelho era usada na confecção de cobertores e mantas de
inverno. Os homens vestiam-se com tangas e capas; as mulheres usavam
camisas cumpridas e saias. A qualidade da roupa e dos ornamentos com que
os astecas se enfeitavam era determinada pela posição social. Em geral, os
homens andavam descalços e apenas os funcionários mais graduados usavam
sandálias de fibra ou de couro. Os astecas costumavam preencher as horas de
lazer participando de jogos. Um deles, o Tlachtli, era disputado por duas
equipes e tinha uma regra rígida: a bola só podia ser tocada com os joelhos ou
com os quadris. Outros passatempos cultivados eram a caça, os cantos, as
danças, as declamações de poemas. Nas casas dos mais ricos, encenavam-se
também espetáculos de acrobacia.
7
Além do milho, consumido em forma de massa sobre a qual se aplicava
uma pasta de feijão e pimenta, os astecas alimentavam-se de abóbora, batata
e inhame. Faziam uso do tabaco sob a forma de charuto ou cachimbo e, em
certas ocasiões, ingeriam o octli, um líquido fermentado à base de suco de
agave. Também cultivavam o cacaueiro, de cujos frutos extraíam uma bebida
chamada xocoatl, que daria origem ao chocolate como conhecemos hoje.
Assim como ocorria na sociedade maia, entre os astecas o uso de sementes
de cacau como moeda era relativamente comum.
Sacrifícios humanos:
Como os demais povos pré-colombianos, os astecas também eram
politeístas. Seus deuses principais consistiam em força da natureza,
geralmente identificadas com os astros. A divindade maior, inspirada no Sol,
era Hutzilopochtili, deus da guerra e deus-guia. Em sua homenagem os
astecas construíram a principal pirâmide de Tenochtitlán, e em sua honra
faziam numerosos sacrifícios humanos. A segunda em importância era a deusa
Texcatlipoca. Protetora dos guerreiros e dos escravos acreditava-se que ela
inspirava os eleitores do grande conselho na escolha do soberano e castigava
ou perdoava as faltas. Outros deuses cultuados eram Tlaloc, divindade da água
e da chuva, e o misterioso Quetzalcoatl, deus do vento, a quem se atribuía a
invenção da escrita, do calendário e das artes.
Além de suas próprias divindades, os astecas adotavam também as de
povos dominados. Os astecas acreditavam no mito de que, sem o sangue
humano (a água preciosa) oferecido ao Sol, a engrenagem do mundo deixaria
de funcionar. Por isso, procuravam manter um “estoque” de prisioneiros
destinados aos sacrifícios. Essa era uma de suas justificativas para a guerra.
Eles achavam que, depois de morto, o sacrificado ia morar no céu, nas vastas
salas da casa do Sol, para onde também eram conduzidos os guerreiros
mortos em combates. Também foi a crença na volta de certos deuses que fez
com que os astecas vissem sem desconfiança a chegada dos espanhóis, um
povo que, recebido com cordialidade, acabaria destruindo o seu império.
8
PARA SISTEMATIZA OS ESTUDOS1
1. Por meio das pinturas, das inscrições em cerâmicas, da escrita
hieroglífica e dos livros deixado pelos maias, sabe-se que eles
constituíram uma sociedade bastante complexa. Elabore um texto sobre o
desenvolvimento cultural e econômico desse povo.
2. Um dos traços mais marcantes do povo maia foi a sua organização
política. Caracterize essa organização e compare-a com o que acontecia
entre os astecas.
3. Os astecas passaram para a história como um povo essencialmente
guerreiro. Destaque as principais razões do frequente envolvimento
dessa sociedade em conflitos na região.
4. Entre os maias havia uma hierarquia social extremamente rígida. E
como caracterizava a sociedade asteca?
5. Os astecas eram politeístas e praticavam sacrifícios com finalidade
religiosa. Explique como aconteciam os sacrifícios e que funções tinham
para a vida religiosa desse povo.
1
Material elaborado pelo Prof. Elicio Lima para sistematizar situações de ensino-aprendizagem na sala de aula. A intertextualidade
desse trabalho se estabelece no dialogo entre as obras: História: Volume único: Divalte Garcia Figueiredo. 1. ed. São Paulo: Ática,
2005. História global volume único: Gilberto Cotrim. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. História Sociedade & Cidadania: Alfredo
Boulos Júnior. 1ª ed. São Paulo: FTD 2013. Material referenciado pelos Parâmetros curriculares Nacionais e proposta curricular do
Estado de São Paulo (Feitas algumas adaptações e grifos para facilidade o processo didático ensino aprendizagem - 2016).
Sequencia didática, 21. Primeiro ano do Ensino Médio.
AS SOCIEDADES DA MESOAMÉRICA
Situação de aprendizagem 21 – História - Prof. Elicio Lima
Nº Série Data
NOME:

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Sociedades da Mesoamérica

  • 1. 1 AS SOCIEDADES DA MESOAMÉRICA Por mesoamérica – conceito criado na década de 1940 entende-se a região onde se desenvolveram as primeiras sociedades complexas do continente americano. Ela engloba territórios da América Central e também do extremo sul da América do Norte. Para os estudiosos, porém, a importância da Mesoamérica está ligada mais aos aspectos histórico-culturais do que aos geográficos. 1. OLMECAS E TEOTHUACANOS: Uma das primeiras sociedades complexas de que se tem noticia na Mesoamérica foi a dos olmecas, surgida 3 mil anos atrás. Eles ocupavam as regiões que correspondem hoje ao México e á Costa Rica. Dotados de uma cultura bastante rica, os olmecas desenvolveram um sistema próprio de escrita, construíram as primeiras cidades do território e ergueram varias pirâmides. Por volta 400 a.C., depois de sofrer sucessivas invasões de outros povos, a sociedade olmeca entrou num processo de desintegração. Em 700 a.C.e 600 de nossa era, floresceu também na região a sociedade teotihuacana, assim, chamada porque se formou em torno da cidade de Teotihuacán, que significa cidade dos deuses. Os teotihuacanos tornaram-se conhecidos por construir pirâmides enormes, como a do Sol da Lua (com 65 metros e 43 metros de altura, respectivamente). Também se notabilizaram por erguer muitos templos dedicados a diversos deuses, como Quetzalcoatl (ou serpente de plumas), símbolo da fecundidade da terra. 2. OS MAIAS: Em 700 a.C., aproximadamente, outra importante sociedade surgiria na península de Iucatã, situada entre a América do Norte e a América Central: a dos maias. Durante o período de sua formação, essa sociedade herdou vários elementos das culturas dos povos que habitavam a região, como os olmecas. Por volta de 317 de nossa era, os maias já ocupavam extensas regiões do que conhecemos hoje como México, Honduras e Guatemala. A sociedade maia destacou-se entre outros aspectos, por sua forma de organização política: ela se desenvolveu em torno de centros urbanos autônomos, ligados por uma relativa unidade cultural, sem, no entanto,
  • 2. 2 constituir um império centralizado. Com o tempo, os maias ergueriam numerosas cidades, como Palenque, Yaxchilán, Tikal, Copán, Piedras negras, Uxmal, Labná entre outras. O período áureo dessa sociedade ocorreu entre 1000 e 1400. Nessa fase, o centro da península de Iucatã foi ocupado por outro povo, os toltecas, que aí fundou a cidade de Chichén Itzá. Essa ocupação acabou resultando na fusão das culturas maia e tolteca. A partir de 1441, em decorrência de sucessivas guerras entre suas cidades, a sociedade maia começou a se desintegrar. A isso se somou uma série de flagelos naturais (furações, pestes, estiagens) que culminou com uma epidemia de varicela, em 1511, causada pelo contato com os europeus. Um governante de muitos poderes: Extremamente religiosos, os maias construíram suas cidades em volta de um núcleo formado por templos, pirâmides e palácios. Nas proximidades desse núcleo, ficavam as casas das pessoas mais ricas. Cada cidade era gerida por um halac vinic, que governava em nome de um dos deuses da religião maia, constituindo uma teocracia. A sucessão ocorria numa mesma família, com poder passado de pai para filho segundo o direito de primogenitura. O halac vinic concentrava todos os poderes- religiosos, militares e civil. Era ele quem escolhia ente os membros da aristocracia, os funcionários que o auxiliavam na administração da cidade. Esses homens de confiança comandavam os soldados, presidiam o conselho local, aplicavam a justiça e controlavam o pagamento de impostos. Além dessas atribuições, ainda cuidavam do cultivo dos campos nas épocas indicadas pelos sacerdotes. Temidos e respeitados, os sacerdotes, por sua vez, desempenhavam funções particularmente importantes: presidiam os cultos e as cerimonias religiosas e dirigiam toda a vida intelectual da sociedade. Entre eles havia astrônomos, matemáticos, adivinhos e administradores. A estrutura social se caracterizava pela existência de camadas rigidamente separadas, entre as quais não havia mobilidade social. Na esfera mais alta da sociedade, estavam o halac vinic e seus familiares. Logo abaixo, vinda à nobreza, que distribuía entre si os cargos religiosos, administrativos e militares. Também faziam parte desse grupo social os comerciantes de maior prestígio. No plano imediatamente inferior, desempenhando diversas funções
  • 3. 3 na escala social, encontravam-se os guerreiros, funcionários, artistas e artesãos. A seguir, com pouco prestigio social, encontravam os camponeses e os demais trabalhadores livres, encarregados de cultivar a terra, erguer construções, prestar serviço militar, pagar impostos e fazer oferendas aos deuses. Por último, vinham os escravos, geralmente prisioneiros de guerra ou pessoas condenadas por roubo. Agricultura e comércio: Os maias desenvolveram uma economia diversificada, de base agrícola: o milho era sua principal fonte de subsistência, dotada de uma extensa rede de trocas comerciais. Fazendo permutas com seus produtos minerais, agrícolas e artesanais, eles adquiriam de outras regiões os bens de que necessitavam, como blocos de pedra, sílex para fabricar armas e ferramentas, pigmentos minerais, destinados principalmente à pintura e à cerâmica, e outros. Nas trocas comerciais utilizavam, muitas vezes, sementes de cacau como moeda. O calendário maia: Sabe-se que os maias criaram uma espécie de escrita hieroglífica, mas seus manuscritos foram quase todos destruídos durante a conquista espanhola. Restaram apenas alguns tratados sobre astronomia, astrologia e ritos religiosos. Sabe-se também que após a conquista, os nativos redigiram algumas crônicas em língua espanhola, preservando a parte da tradição maia. No campo da astronomia, os maias se destacaram por desenvolver conhecimentos precisos e complexos sobre a duração do ano e da trajetória dos astros. E aplicaram esses dados na criação de dois calendários: um ritual e sagrado, de 260 dias, dividido em 13 grupos de 20 dias; e outro solar – para uso da sociedade, de 365 dias, agrupado em 18 meses de 20 dias, mais um período de 5 dias. Para fazer suas contas, inventaram um sistema engenhoso de calculo com base no numero 20 e desenvolveram o conceito de valor zero (na verdade, um símbolo cujo significado era ausência de valor). No campo da metalurgia, dominavam a técnica de obtenção e manipulação do cobre e do ouro, mas só empregavam esses metais para fins ornamentais. Indiscutivelmente, os maias foram notáveis em diversos campos do saber, mas dois aspectos chamam a atenção ao estudarmos essa sociedade. Eles não utilizavam nenhum animal de tração ou montaria – por
  • 4. 4 isso os meios de transporte e os trabalhos pesados dependiam da força humana, e desconheciam a roda e o torno, o que restringia sua ação sobre a natureza. Essa limitação, contudo, não impediu que construíssem uma das mais avançadas sociedade da América pré-colombiana. 3. A SOCIEDADE ASTECA: Os astecas viviam originalmente no noroeste do México atual, numa região conhecida como Aztlán, da qual derivou seu nome. No século XIV da nossa era, provavelmente por ter sido expulso de seu território por povos inimigos, eles foram obrigados a se deslocar para o planalto central do México. No novo espaço tornaram-se agricultores, sem perder o habito guerreiro, pois se viam constantemente envolvidos em disputa com as populações vizinhas pelas reservas de água potável e pelas áreas de cultivo. Sob influência de outras culturas existentes na Mesoamérica, os astecas desenvolveram técnicas próprias de plantio do milho, a escrita, a arte e as praticas religiosas. Em 1325, eles passaram a ocupar o conjunto de ilhotas do lago Texcoco e construíram numa delas sua principal cidade, Tenochtitlán (atual Cidade do México). Com o tempo, Tenochtitlán foi dotada de um amplo sistema de ruas, pontes e canais. As disputas com outros povos pela posse de território e a necessidade de realizar obras para a prática da agricultura, como a drenagem dos pântanos, conduziram, aos poucos, à concentração do poder em três das principais cidades da região: Texacoco, Tlacopán e Tenochtitlán. Essas cidades controlavam diversos povos que habitavam as áreas situadas entre o golfo do México e o oceano pacífico e recebiam tributos das populações subjugadas. Por volta de 1440, quando teve inicio o governo de Montezuma I em Tenochtitlán, estima-se que esse verdadeiro império somava cerca de 15 milhões de habitantes. Organização social: Entre os astecas, a autoridade máxima era exercida por um soberano. Também poderosos, devido, ás guerras constantes, os militares ocupavam posições de destaque de hierarquia social. A sociedade constituía-se: Os escravos ocupavam o plano mais baixo da escala social. Eram geralmente prisioneiro de guerra, criminosos condenados pela justiça ou pessoas que não
  • 5. 5 conseguiram pagar suas dívidas. Curiosamente, eles podiam ser donos de terras e possuir outros bens, até mesmo outros escravos. Também não era proibido que se casasse com pessoas livres e tivessem filhos livres. Durante sua vida, os escravos tinham ainda muitas oportunidades de conquistar a liberdade. Acima dos escravos estava o maceualli, que era o membro do clã, ou calpulli. A ele cabia prestar o serviço militar, assim como trabalhar em obras coletivas, como a construção e conservação de estradas e canais. Com o casamento, o maceualli conquistava o direito a um lote de terra e começava a participar da vida religiosa. Depois de certa idade, podia integrar um conselho que se reunia em torno do chefe do calpulli. Seus filhos, meninos ou meninas, recebiam educação gratuita nas escolas. O maceualli pagava impostos, mas em contrapartida recebia do Estado gêneros alimentícios, peça de tecidos e vestimentas, tanto nas épocas de distribuição regular como nos períodos de escassez, inundações ou outras calamidades. Os membros do clã podiam ascender na escala social, desde que exercessem profissões valorizadas socialmente. Às vezes chegavam a ocupar os mais altos postos administrativos, militares e religiosos. Em plano superior aos maceualli encontravam-se os artesão e os comerciantes. A sociedade asteca tinha grande respeito pelo trabalho do artífice, que se dedicava aos ofícios de ourivesaria, joalheria e lapidação, entre outros. Os artesãos agrupavam-se em corporações extremamente fechadas: moravam em bairros especiais e tinham festas, ritos e deuses próprios. Seu oficio era transmitido, de geração em geração, dentro da mesma família. A atividade do comerciante, assim como a do artesão, era hereditária e exclusiva das corporações. Os pochtecas: grandes negociantes cuidavam do comércio com as regiões distantes. Com o tempo, eles se transformaram num grupo poderoso e em ascensão na sociedade asteca. Seus filhos também passaram a frequentar o calmecac, uma espécie de escola reservada à aristocracia. No topo da organização social ficavam os sacerdotes e os dignitários civis e militares. Eles formavam a aristocracia. Os sacerdotes, por exemplo, presidiam os cultos religiosos e tinham sob sua responsabilidade a educação dos filhos dos dignitários nos calmecac, a direção dos hospitais, a guarda dos livros sagrados e dos manuscritos históricos. Graças às doações recebidas dos soberanos e de particulares, não raro eles acumulavam grandes
  • 6. 6 riquezas. Além do prestígio social de que desfrutavam, não pagavam impostos e ás vezes, integravam voluntariamente o exercito. O soberano era eleito, sempre numa mesma família, por um conselho de cem membros controlado por militares e sacerdotes. Atribuía-se a ele origem divina e esperava-se que prestasse homenagem aos deuses e protegesse a população, orientando-a moralmente, por exemplo, contra a embriaguez e o roubo. O soberano era auxiliado por uma espécie de chefe de governo e por uma hierarquia de funcionários. Como viviam os astecas: Os astecas criaram um sistema de numeração e calendário com características semelhantes aos dos maias. Desenvolveram também uma escrita figurativa, cujo símbolo representava objetos estilizados. Quando os espanhóis chegaram ao continente, observaram ainda o emprego de uma escrita fonética rudimentar que recorria a imagens de objetos para representar certas sílabas. Os livros tinham grande importância para os astecas. Confeccionados com material obtido da pele de cervo ou de fibras vegetais, muito deles eram ornados com ricas iluminuras. Nas cidades haviam bibliotecas cujo acervo incluía obras de temas religiosos, históricos, de adivinhação e de interpretação de sonhos. Quase todos os livros, porém, foram destruídos durante a conquista espanhola. Bons tecelões, os astecas produziam panos de algodão e de fibra agave. A pele de coelho era usada na confecção de cobertores e mantas de inverno. Os homens vestiam-se com tangas e capas; as mulheres usavam camisas cumpridas e saias. A qualidade da roupa e dos ornamentos com que os astecas se enfeitavam era determinada pela posição social. Em geral, os homens andavam descalços e apenas os funcionários mais graduados usavam sandálias de fibra ou de couro. Os astecas costumavam preencher as horas de lazer participando de jogos. Um deles, o Tlachtli, era disputado por duas equipes e tinha uma regra rígida: a bola só podia ser tocada com os joelhos ou com os quadris. Outros passatempos cultivados eram a caça, os cantos, as danças, as declamações de poemas. Nas casas dos mais ricos, encenavam-se também espetáculos de acrobacia.
  • 7. 7 Além do milho, consumido em forma de massa sobre a qual se aplicava uma pasta de feijão e pimenta, os astecas alimentavam-se de abóbora, batata e inhame. Faziam uso do tabaco sob a forma de charuto ou cachimbo e, em certas ocasiões, ingeriam o octli, um líquido fermentado à base de suco de agave. Também cultivavam o cacaueiro, de cujos frutos extraíam uma bebida chamada xocoatl, que daria origem ao chocolate como conhecemos hoje. Assim como ocorria na sociedade maia, entre os astecas o uso de sementes de cacau como moeda era relativamente comum. Sacrifícios humanos: Como os demais povos pré-colombianos, os astecas também eram politeístas. Seus deuses principais consistiam em força da natureza, geralmente identificadas com os astros. A divindade maior, inspirada no Sol, era Hutzilopochtili, deus da guerra e deus-guia. Em sua homenagem os astecas construíram a principal pirâmide de Tenochtitlán, e em sua honra faziam numerosos sacrifícios humanos. A segunda em importância era a deusa Texcatlipoca. Protetora dos guerreiros e dos escravos acreditava-se que ela inspirava os eleitores do grande conselho na escolha do soberano e castigava ou perdoava as faltas. Outros deuses cultuados eram Tlaloc, divindade da água e da chuva, e o misterioso Quetzalcoatl, deus do vento, a quem se atribuía a invenção da escrita, do calendário e das artes. Além de suas próprias divindades, os astecas adotavam também as de povos dominados. Os astecas acreditavam no mito de que, sem o sangue humano (a água preciosa) oferecido ao Sol, a engrenagem do mundo deixaria de funcionar. Por isso, procuravam manter um “estoque” de prisioneiros destinados aos sacrifícios. Essa era uma de suas justificativas para a guerra. Eles achavam que, depois de morto, o sacrificado ia morar no céu, nas vastas salas da casa do Sol, para onde também eram conduzidos os guerreiros mortos em combates. Também foi a crença na volta de certos deuses que fez com que os astecas vissem sem desconfiança a chegada dos espanhóis, um povo que, recebido com cordialidade, acabaria destruindo o seu império.
  • 8. 8 PARA SISTEMATIZA OS ESTUDOS1 1. Por meio das pinturas, das inscrições em cerâmicas, da escrita hieroglífica e dos livros deixado pelos maias, sabe-se que eles constituíram uma sociedade bastante complexa. Elabore um texto sobre o desenvolvimento cultural e econômico desse povo. 2. Um dos traços mais marcantes do povo maia foi a sua organização política. Caracterize essa organização e compare-a com o que acontecia entre os astecas. 3. Os astecas passaram para a história como um povo essencialmente guerreiro. Destaque as principais razões do frequente envolvimento dessa sociedade em conflitos na região. 4. Entre os maias havia uma hierarquia social extremamente rígida. E como caracterizava a sociedade asteca? 5. Os astecas eram politeístas e praticavam sacrifícios com finalidade religiosa. Explique como aconteciam os sacrifícios e que funções tinham para a vida religiosa desse povo. 1 Material elaborado pelo Prof. Elicio Lima para sistematizar situações de ensino-aprendizagem na sala de aula. A intertextualidade desse trabalho se estabelece no dialogo entre as obras: História: Volume único: Divalte Garcia Figueiredo. 1. ed. São Paulo: Ática, 2005. História global volume único: Gilberto Cotrim. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. História Sociedade & Cidadania: Alfredo Boulos Júnior. 1ª ed. São Paulo: FTD 2013. Material referenciado pelos Parâmetros curriculares Nacionais e proposta curricular do Estado de São Paulo (Feitas algumas adaptações e grifos para facilidade o processo didático ensino aprendizagem - 2016). Sequencia didática, 21. Primeiro ano do Ensino Médio. AS SOCIEDADES DA MESOAMÉRICA Situação de aprendizagem 21 – História - Prof. Elicio Lima Nº Série Data NOME: