A evolução e o impacto da Contabilidade Gerencial como ferramenta de gestão nas organizações. A Contabilidade Gerencial fornece informações para tomadas de decisão e vem evoluindo ao longo do tempo para atender melhor as necessidades gerenciais. Define também quatro estágios de evolução da Contabilidade Gerencial.
A Integração do processo decisório com os sistemas de informações contábeis e gerenciais e características da informação contábil útil. Discorre sobre a importância dos sistemas de informação para a tomada de decisão e
Exercicios resolvidos movimento retilíneo uniforme
Contabilidade Gerencial: evolução e impacto na gestão
1. SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ / SESPI
FACULDADE PIAUIENSE - FAP
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
CONTABILIADE GERENCIAL
Organizador: Professor Henrique Melo
APOSTILA
ALUNO: _______________________________________________
TURMA:_______________ BLOCO: ______________
PARNAÍBA / PI
Contabilidade Gerencial 1
2. SUMÁRIO
A Evolução e o Impacto da Contabilidade Gerencial como ferramenta de gestão nas
organizações ....................................................................................................................... 03
A Integração do processo decisório com os sistemas de informações contábeis e
gerenciais e características das informação contábil útil .............................................. 05
Definições da Contabilidade Gerencial ............................................................................... 06
Características da Contabilidade Gerencial ........................................................................ 08
Objetivos e Finalidades da Contabilidade Gerencial .......................................................... 09
Usuários das Informações Contábil-Gerenciais ...................................................................10
Integração da Contabilidade Gerencial para fins decisoriais .............................................. 11
Abrangência da Contabilidade Gerencial ....................................................................... 12
Métodos de Custeamento .................................................................................................. 12
Objetivo da Contabilidade de Custos .................................................................................. 14
Necessidade da Contabilidade de Custos ............................................................................ 14
Importância da Contabilidade de Custos ............................................................................. 14
Terminologia Contábil ........................................................................................................ 15
Diferenças entre Custos e Despesas ................................................................................ 17
Classificação de Custos ....................................................................................................... 19
Quanto à alocação ao produto ........................................................................................ 19
Quanto ao volume .......................................................................................................... 19
Estudo de Caso 1 ........................................................................................................... 23
Conceitos e práticas de métodos de apropriação de custos ................................................. 23
Métodos de Custeio ............................................................................................................. 24
Abordagem por Absorção ................................................................................................... 24
Abordagem do Custeio Variável ......................................................................................... 32
Abordagem do Custeio ABC ou Custeamento por Atividades ........................................... 35
Vantagem do Sistema de Custeio ABC ......................................................................... 36
Análise Custo/Volume/Lucro ........................................................................................... 42
Margem de Contribuição .................................................................................................... 42
Ponto de Equilíbrio ............................................................................................................. 45
Estudo de Caso 2 ................................................................................................................ 57
Estudo de Caso 3 ................................................................................................................ 58
Estudo de Caso 4 ................................................................................................................ 59
Referências ........................................................................................................................ 60
Contabilidade Gerencial 2
3. A evolução e o impacto da Contabilidade Gerencial como ferramenta de gestão nas
organizações
O ambiente nas organizações vem se modificando constantemente ao longo do tempo. A TI
(Tecnologia da Informação), está cada vez mais atuante e presente nas organizações,
deixando de ser um diferencial para passar a ser quase um produto de commodites. A TI
possibilita uma maior ação na logística, no que tange a competição pelo mercado (market
share), proporciona aos gestores uma crescente rapidez, flexibilidade e agilidade nas
tomadas de decisões. As empresas evoluem a todo o momento e por isso a contabilidade
como um sistema de informação (SI), e principal meio de informação econômico e
financeiro que é para os gestores também tende a crescer.
Analisando a contabilidade como ciência e a importância dela no SI, verifica-se que a
mesma pode ser influenciada por vários fatores no ambiente externo acarretando mudanças
no ambiente dos negócios na organização modificando todo o contexto informacional
anterior, tais fatores são: a tecnologia da informação, os capitais investidos na empresa e o
próprio mercado tão volátil hoje em dia. Tais vertentes interferem diretamente na compra
de matérias primas, na cadeia produtiva da empresa, na comercialização entre os clientes,
surgimento de novos produtos, aumento dos riscos na economia, aumento do valor
agregado ao produto/serviços, melhor gerenciamento interno e externo das organizações,
etc. Diante do exposto no que tange ao crescimento do cenário da economia mundial, a
contabilidade principalmente a gerencial, também sofrerá um impacto como uma
ferramenta de gestão nas organizações nas tomadas de decisões.
Para Atkinson (2000), contabilidade gerencial é o processo de produzir informação
operacional e financeira para funcionários e administradores. Segundo Crepaldi (2004), a
contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer
instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais.
A contabilidade gerencial faz parte do rol das ciências da contabilidade e como já foi
mencionado, vem tendo crescimento como ciência e consequentemente alterando e
mudando seu foco, bem como no processo de tomadas de decisões pelos gestores. Em
meados dos anos 50, a contabilidade gerencial funcionava como órgão de staff, ou seja,
efetuava apenas atividades de apoio à gestão, como: preparação dos orçamentos, processo
de elaboração e controle dos custos na produção e elaboração de relatórios gerenciais. Já
por volta dos anos 90, a contabilidade gerencial foi de certa forma “promovida”, passando
de mero órgão de apoio, para ser parte integral do processo de gestão, criando valor através
do uso da TI e disponibilizando informações em tempo real para os gestores. Hoje em dia,
os profissionais da área (contadores gerenciais, controllers), tem como foco principal,
mensurar, analisar, interpretar e gerar pareceres concisos que possam ser usados pelos
gestores em tomadas de decisões mais coerentes com a realidade. Crepaldi apud IFAC
(2004) afirma que o contador gerencial é um profissional que identifica, mede, acumula,
analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto financeira quanto operacionais) para
uso da administração de uma empresa [...].
Contabilidade Gerencial 3
4. Segundo Padoveze (2004), o atual estágio da Contabilidade Gerencial, que abarca todos os
estágios evolutivos anteriores, centra-se no processo de criação de valor por meio do uso
efetivo dos recursos empresariais.
Diante desse contexto, constata-se quatro estágios no processo evolutivo da Contabilidade
Gerencial, que influencia nas tomadas de decisão do gestor, são elas:
• Estágio 1 – em meados dos anos 50, o foco principal estava vinculado ao controle
do custo de produção e a elaboração do orçamento;
• Estágio 2 – acontece em meados dos anos 60, a contabilidade gerencial passa a
fornecer informações para o controle gerencial;
• Estágio 3 – já em meados dos anos 80, a contabilidade gerencial foi focada mais
como ferramenta para minimizar os custos no processo começou-se a usar mais a
tecnologia para auxiliar tal processo;
• Estágio 4 – e em meados dos anos 90, a contabilidade gerencial passou a fazer parte
integrante no processo de gestão, não só apenas na geração de informações, mas
também na criação de valor, bem como na busca de se usar tal ferramenta como um
diferencial para alcançar vantagem competitiva no mercado.
Figura 1 - Estágios Evolutivos da Contabilidade Gerencial. Fonte: Padoveze (2004).
Analisando o gráfico acima, constata-se que cada estágio representa uma evolução da
contabilidade gerencial, bem como o crescimento dos focos e objetivos da organização. A
evolução dos estágios não significa que os focos anteriores tenham deixado de ser
trabalhados, cada estágio é uma combinação do antes com o atual. Constata-se também que
Contabilidade Gerencial 4
5. os estágios “velhos” estão sempre sendo modificados, isso acontece para facilitar a
integração com o “novo” estágio e contribuir para a solidez e alinhamento estratégico da
organização.
A contabilidade gerencial se bem usada é uma ferramenta impar e indispensável no
processo de gestão. No decorrer de todo processo na organização, a contabilidade gerencial
vai adicionando e criando valor para os stakeholders e gerando informações necessárias
para um crescimento, perpetuidade e obtenção de lucro para a organização.
A Integração do Processo Decisório com os Sistemas de Informações Contábeis e
Gerenciais e Características da Informação Contábil Útil
O momento atual caracteriza-se com uma intensidade de mudanças significativas como o
desenvolvimento tecnológico, o aumento da competitividade, a complexidade do ambiente
econômico e a globalização, colocando as empresas diante de novos desafios.
A administração com pressões competitivas levam as empresas a obtenção de novas formas
de vantagens competitivas, caracterizadas por intensos e contínuos esforços oferecendo
produtos e serviços inovadores com padrão de qualidade, a um custo mais baixo, e
provocando uma maior satisfação dos clientes .
Uma das técnicas utilizadas para auxiliar no avanço competitivo é o uso do sistema de
informações contábeis (SIC), oferecendo as empresas relatórios gerenciais com
informações que auxilie no processo de gestão criando vantagens competitivas no mercado
concorrente.
Segundo Padoveze (2004), para que a informação contábil seja usada no processo de
administração, é necessário que essa informação contábil seja desejável e útil para as
pessoas responsáveis pela administração da entidade. Para os administradores que buscam
a excelência empresarial, uma informação, mesmo que útil, só é desejável se conseguida a
um custo adequado e interessante para a entidade. A informação não pode custar mais do
que ela pode valer para a administração da entidade.
Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), desde que a qualidade da informação disponível
seja essencial para a qualidade da decisão, um sistema de informação adequado e eficiente
é pré-requisito do sucesso gerencial.........informação é força integradora que combina os
recursos organizacionais num plano coerentemente direcionado para a realização dos
objetivos organizacionais.
Para Laudon & Laudon (2004), hoje, todos admitem que conhecer sistemas de informação
é essencial para os administradores, porque a maioria das organizações precisa deles para
sobreviver e prosperar. Esses sistemas podem auxiliar as empresas a estender seu alcance a
locais distantes, oferecer novos produtos e serviços, reorganizar fluxos de tarefas e trabalho
e, talvez, transformar radicalmente o modo como conduzem os negócios.
Contabilidade Gerencial 5
6. Diante desses pressupostos básicos para a informação contábil, fica claro o caminho a ser
adotado para que a contabilidade se transforme em ferramenta de ação administrativa e se
torne um instrumento gerencial. Para se fazer, então, Contabilidade Gerencial, é mister a
construção de um Sistema de Informação Gerencial. Em outras palavras, é possível fazer e
é possível ter Contabilidade Gerencial dentro de uma entidade, desde que se construa um
Sistema de Informação Contábil.
Segundo Laudon & Laudon (2004), definem Sistemas de Informações Gerenciais como o
estudo dos sistemas de informação nas empresas e na administração. O termo Sistemas de
Informações Gerenciais (SIGs) também designa uma categoria especifica de sistemas de
informação que dão suporte às funções do nível gerencial. Os Sistemas de Informações
Gerenciais (SIGs) atendem ao nível gerencial da organização, munindo os gerentes de
relatórios ou de acesso on-line aos registros do desempenho corrente e histórico da
organização.
Com um enfoque especial a contabilidade através da aplicação de varias técnicas e
procedimentos com grau detalhado de informações feitos sob medida para o usuário, ocupa
um lugar preponderante na administração dos negócios, sendo utilizada como ferramenta de
apoio nas atividades de tomada de decisões pelos gestores.
Sob o ponto de vista teórico, evidencia a Contabilidade Gerencial, em contínua evolução
através da elaboração de relatórios que dêem suporte às etapas de planejamento, execução e
controle das atividades empresariais, com elo de comunicação vital e bidirecional das metas
e objetivos da organização para que possam chegar à melhor tomada de decisões, e
colaborar para otimizar os resultados da empresa.
Diante dessa importância, abordaremos a Contabilidade Gerencial a como fonte de dados,
planejamento e relatórios gerenciais, compatibilizando planos e procedimentos,
propiciando, assim, maior agilidade à contabilidade e maiores informações gerenciais para
a tomada de decisão, determinando, então a necessidade da cultura de controle e a utilidade
do planejamento e da Contabilidade Gerencial como sistema de informações dentro das
organizações.
Exercícios:
a) Como você define o momento atual em relação a Tecnologia no nosso ambiente?
b) O que você entende por Sistema de Informação Gerencial (SIG)?
c) O que você entende por Sistema de Informação Contábil (SIC)?
d) Qual a principal necessidade do Sistema de Informação Contábil (SIC)?
e) Como os Sistemas de Informações Gerenciais (SIGs), podem auxiliar o gestor nas
tomadas de decisões?
Definições da Contabilidade Gerencial
Contabilidade Gerencial 6
7. Segundo Crepaldi (2004), a Contabilidade Gerencial é uma atividade fundamental na vida
econômica. Mesmo nas economias mais simples, é necessária manter a documentação dos
ativos, das dividas e das negociações com terceiros. O papel da contabilidade torna-se
ainda mais importante nas complexas economias modernas. Uma vez que os recursos são
escassos, temos de escolher entre as melhores alternativas, e para identifica-las são
necessários os dados contábeis.
Em sentido amplo, a Contabilidade trata da coleta, apresentação e interpretação dos fatos
econômicos. Usam-se os termos Contabilidade Gerencial para descrever essa atividade
dentro da organização e Contabilidade Financeira quando a organização presta
informações a terceiros (Crepaldi, 2004).
Entendemos por Contabilidade Gerencial, como conceito básico, formador do método que
orientará o conjunto de conhecimentos contábeis organizado para observar o objeto da
ciência sob o aspecto administrativo, notadamente sob os da tomada de decisões.
A Contabilidade Gerencial é, pois uma organização de conhecimentos científicos para
conseguir efeitos práticos na direção dos empreendimentos, quer sejam eles lucrativos, quer
visem a suprir apenas idéias. Não se constrói, portanto, uma outra contabilidade; utiliza-
se da doutrina e da técnica existente para encaminhá-las na observação de uma finalidade
definida, qual seja a da correta administração do patrimônio.
A Contabilidade Gerencial, através de um sistema de informações, de métodos e
conhecimento da organização e da utilização do planejamento, fornecerá informações para
atender a necessidade de seus usuários, com relatórios que demonstram os resultados por
atividades e global da empresa, comparando-se o planejado com o realizado, para análise
da gestão empresarial e da necessidade de tomada de decisões, visando auxiliar a empresa a
atingir seus objetivos.
À medida que uma empresa cresce, suas atividades tornam-se mais complexas. Para dirigi-
la, a cúpula administrativa necessita de informações para inteirar-se dos acontecimentos
importantes nas respectivas áreas de atuação. É mediante esse fluxo de informações que ela
consegue administrar sua empresa. A tomada de decisões depende, em grande parte da
quantidade e da qualidade das informações recebidas. A tarefa de coletar dados, selecioná-
los, analisá-los e retratá-los é muito importante para que a empresa alcance seus objetivos.
Em síntese, os relatórios visam fornecer à empresa melhores condições para que possa:
• Calcular o lucro e as vantagens obtidas em relação aos planos estabelecidos;
• Melhor controlar as operações correntes e tomar decisões necessárias;
• Avaliar o desempenho por área e responsabilidade;
• Fornecer base para o planejamento futuro.
Portanto, a condição primordial de um bom relatório é a clareza. Um bom relatório indica
claramente a situação passada e a tendência futura do fenômeno observado. Uma
informação clara e objetiva permite a compreensão, a qual conduz à confiança e ao sucesso.
Contabilidade Gerencial 7
8. Em um bom relatório as informações são classificadas em função de usa relevância ; as de
pouca importância são relegadas ao final ou eliminadas. Deverá ser evitado um número
exagerado de cifras e tabelas complicadas.
Para Padoveze (2004), a Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade que tem por
objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em sua
funções.
A Contabilidade Gerencial é um processo com a finalidade de produzir informações
estratégicas, econômicas e de gestão das operações, de custos e das demais atividades
organizacionais que ocorrem na empresa, para o processo decisório e de controle, com
medidas de desempenho e lucratividade.
A Contabilidade Gerencial utiliza em suas aplicações outros campos de conhecimento,
como os conceitos da administração, da estrutura organizacional, bem como da
administração financeira. Com a utilização de procedimentos e técnicas contábeis, produz
relatórios de informações, desenvolvidos conforme as necessidades dos usuários, para
serem utilizados no processo de avaliação ou nas tomadas de decisões da empresa.
Segundo Crepaldi (2004), o ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso da
informação contábil como ferramenta para administração. È o processo de produzir
informação operacional financeira para funcionários e administradores. Deve ser
direcionado pelas necessidades informacionais dos indivíduos internos da empresa e deve
orientar suas decisões operacionais e de investimentos.
O Sistema de Informação Contábil Gerencial só poderá ser executado de forma eficiente,
através de um sistema integrado de informações contábeis que abrangem tanto os recursos
humanos quanto o tecnológico.
Exercícios:
a) O que você entende por Contabilidade Gerencial?
b) Com quais ferramentas a Contabilidade Gerencial, trabalha para auxiliar os
administradores nas tomadas de decisões?
c) Qual a importância dos relatórios gerenciais para o gestor?
d) Os relatórios gerenciais fornecem quais informações aos administradores?
e) Qual a principal característica de um “bom” relatório gerencial?
f) A Contabilidade Gerencial utiliza outros ramos do conhecimento para auxilia-la?
Quais?
Características da Contabilidade Gerencial
Para Iudícibus (1998), a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada superficialmente
como: um enfoque especial, conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já
conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise
financeira de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, um grau de detalhe mais
Contabilidade Gerencial 8
9. analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar
os gerentes das entidades em seu processo decisório. A contabilidade gerencial, num
sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente para a administração da
empresa, procurando suprir suas informações que se encaixam de maneira válida e efetiva
no modelo decisório do administrador.
Considera-se que o modelo decisório do administrador leva em conta cursos de ações
futuras, informações sobre situações passadas ou presentes que serão de valor para o
modelo decisório, a mediada que o passado e o presente sejam estimadores daquilo que
poderá acontecer no futuro.
A Contabilidade Gerencial consiste em preparar, de forma simples e objetiva, as
informações financeiras para o processo de gestão da empresa, com conhecimento e
acompanhamento amplo do contador gerencial nos processos de planejamento, execução e
controle, apurando as variações ocorridas e suas possíveis causas.
Para Crepaldi (2004), o contador gerencial é um profissional que: identifica, mede,
acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto financeiras operacionais)
para uso da administração de uma empresa, nas funções de planejamento, avaliação e
controle de suas atividades e para assegurar o uso apropriado e a responsabilidade
abrangente de seus recursos.
Na aplicação da Contabilidade Gerencial em uma empresa, regras demais poderão
atrapalhar o processo de atendimento das necessidades de informações para os usuários,
porém, não se pode deixá-la solta demais, devendo-se criar parâmetros com aplicações úteis
e confiáveis ao processo de gestão empresarial.
Exercícios:
a) Qual (s) a (s) característica (s) da Contabilidade Gerencial?
b) O que você entende por Contador Gerencial (Controller)?
Objetivos e Finalidades da Contabilidade Gerencial
Uma das funções mais importantes da contabilidade gerencial, descrita por Iudícibus
(1998), consiste em “fornecer informações hábeis para a avaliação de desempenho. Este
desempenho pode ser considerado não somente em relação à apuração de resultados por
produto ou por serviços, mas envolve uma apreciação de “quão bem” se houveram os
vários setores da empresa.
Os gestores necessitam de informações de custos e lucratividade de suas linhas de produtos,
segmentos do mercado e de cada produto e cliente. Necessitam de um sistema de controle
operacional que acentue a melhoria de custos, de qualidade e de redução de tempo de
processamento das atividades desenvolvidas por seus funcionários.
Contabilidade Gerencial 9
10. Segundo Crepaldi (2004), com relação à utilização dos dados da Contabilidade de Custos
para tomada de decisões, estes podem ser muito úteis para o administrador avaliar as
conseqüências de medidas tais como:
1. Se a capacidade de produção da fábrica é insuficiente para atender a todos os
pedidos dos clientes, qual produto ou linha de produtos deve ser cortado?
2. Como fixar o preço de venda de um produto?
3. Deve-se continuar comprando matérias-primas de terceiros ou interessa fabricá-los
na empresa?
O processo da Contabilidade Gerencial deverá ser obtido através do processamento da
coleta de dados e informações que serão armazenadas e processadas no sistema de
informações da empresa.
Para Padoveze (2004), a necessidade da informação é determinada pelos usuários finais
dessa informação, por seus consumidores. Assim, a informação deve ser construída para
atender a esses consumidores e não para atender aos contadores. O contador gerencial é
aquele que sabe perfeitamente que a informação que faz parte de seu sistema foi elaborada
para atender às necessidades de outros. O contador gerencial deve fazer um estudo básico
das necessidades de informações a partir das decisões-chaves que serão tomadas baseadas
no Sistema de Informação Contábil Gerencial.
Com a integração das informações obtidas nos vários departamentos, a Contabilidade
Gerencial, como ferramenta, proporciona aos seus administradores informações que
permitem avaliar o desempenho de atividades, de projetos e de produtos da empresa, bem
como a sua situação econômico-financeira através da apresentação de informações claras e
objetivas de acordo com a necessidade de cada usuário.
Exercícios:
a) De acordo com Iudícibus (1998), qual o principal objetivo da Contabilidade
Gerencial?
b) Qual a importância da Contabilidade de Custos segundo Crepaldi (2004), para o
auxilio na tomada de decisões do gestor?
Usuários das Informações Contábil-Gerenciais
A necessidade da informação é determinada por seus usuários finais, seus consumidores.
Assim, as informações deve ser gerada para atender a esses usuários e não aos contadores.
O contador gerencial é aquele que sabe perfeitamente que a informação que faz parte de seu
sistema foi elaborada para atender as necessidades de outras pessoas. Portanto, deve-se
fazer um estudo básico das necessidades das informações a partir de decisões que serão
tomadas. Os usuários finais da informação, deverão especificar claramente as necessidades
de informações que necessitam para atender adequadamente no processo de decisão que
deverão serem tomadas.
Contabilidade Gerencial 10
11. Para a contabilidade gerencial, o fornecimento de relatórios a usuários externos, relaciona-
se a pessoas ou empresas que não participam da organização e que possuem a necessidade
de conhece-la por motivos específicos, assim como as instituições financeiras, órgãos
governamentais, fornecedores e outros. Os usuários internos, referem-se a relatório de
informações relacionadas aos membros envolvidos no processo da empresa, desde o
empresário/administrador, até os operários que necessitam estarem envolvidos no processo
de planejamento e controle do desempenho do objetivo e meta da empresa.
A Contabilidade Gerencial gera informações destinadas ao usuário interno, portanto, deve-
se distinguir três classes de participantes, diretamente envolvidos no processo:
a) Os processadores da informação
b) O público em geral
c) Os estudiosos
Exercícios:
a) Qual a importância das informações contábil-gerenciais para os usuários?
b) Quais os tipos de usuários que usam a informação contábil útil?
c) Como podem ser os usuários internos?
Integração da Contabilidade Gerencial para Fins Decisoriais
A contabilidade gerencial, afirma IUDÍCIBUS (1998, p.22), para ser utilizada como
instrumento no processo de tomada de decisões necessita de integração com: a
contabilidade de custos, e por sua vez, com todos os procedimentos contábeis e financeiros
ligados a orçamento empresarial, a planejamento empresarial, a fornecimento de
informações contábeis e financeiras para decisão entre cursos de ação alternativos recaem,
sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade gerencial (...) que requerem informações
contábeis (além das de outras disciplinas) que não são facilmente encontradas nos registros
da contabilidade financeira. Na melhor das hipóteses, requerem um esforço extra de
classificação, agregação e refinamento para poderem ser utilizadas em tais decisões.
Assim, a contabilidade gerencial utiliza em seus procedimentos a contabilidade de custos,
dados financeiros, operacionais, objetivos e metas das empresas, objetivando a todo
momento atender às necessidades de informações aos usuários.
A contabilidade, para apresentar informações sob o enfoque gerencial na gestão e tomada
de decisões da empresa, deverá apresentar um sistema integrado, para facilitar o nível da
informação de forma clara e objetiva na apresentação do resultado da empresa, visualizado
como um todo e detalhado conforme necessidades específicas dos usuários.
Exercícios:
a) Comente a afirmação de Iudícibus (1998), sobre a integração da Contabilidade
Gerencial para fins decisoriais.
Contabilidade Gerencial 11
12. Abrangência da Contabilidade Gerencial1
Para melhor entendimento sobre a amplitude da contabilidade gerencial, evidenciou-se
algumas áreas mais importantes e que abrangem essa linha.
Quadro 1 – Contabilidade Gerencial (abrangência). Fonte: Souza (2008).
De modo particular, é muito importante o quadro de diferenças e o rol de áreas que são
utilizadas pela contabilidade gerencial. O estabelecimento de consenso mínimo em relação
à área de abrangência da Contabilidade Gerencial parece indispensável diante de sua
importância.
Métodos de Custeamento
Segundo Bruni e Famá (2004), o nascimento da Contabilidade de Custos decorreu da
necessidade de maiores e mais precisas informações, que permitissem uma tomada de
decisão correta após o advento da Revolução Industrial. Com a Revolução Industrial, as
1
Retirado da Dissertação de Mestrado de Diocésar Costa de Souza, 2008, p. 37-38.
Contabilidade Gerencial 12
13. empresas passaram a adquirir matéria-prima para transformar em novos produtos. O novo
bem criado era resultante da agregação de diferentes materiais e esforços de produção,
constituindo o que se convencionou chamar de custo de produção ou fabricação.
Atualmente as empresas enfrentam o dinamismo do mercado globalizado, as informações
são altamente divulgadas em pequenos espaço de tempo, novas ferramentas gerenciais são
desenvolvidas e as preocupações de a empresa conseguir se manter no mercado aumentam.
A necessidade da análise e do controle dos gastos empresariais acentua-se à medida que
cresce a competição entre as empresas.
A atual tendência à globalização dos mercados, que estende essa competição a um nível
internacional, enfatiza, como não poderia deixar de ser, a necessidade da adoção de técnicas
e procedimentos que permitam o adequado gerenciamento desses gastos.
A Contabilidade de Custos – que atende essa necessidade – destina-se à geração de
informações contábeis de interesse dos usuários internos da empresa, servindo de apoio
indispensável a decisões gerenciais das mais diversas naturezas.
Enquanto a Contabilidade Financeira é sintética e regida por regras bem definidas que
atendem o interesse do publico externo à empresa (ao qual se destinam às informações por
ela geradas), a Contabilidade de Custos é analítica e flexível, produzindo dados de receita,
custo e resultado por produto, por departamento, por cliente, etc.
Inicialmente desenvolvida para uma melhor avaliação dos estoques, da qual depende a
apuração do Custo dos Produtos ou Serviços Vendidos e, conseqüentemente, dos
Resultados, as funções da Contabilidade de Custos expandiram-se, à medida que
aumentava a competição dos mercados, de forma a abranger, hoje, todas as áreas e
atividades das empresas, assumindo uma posição de absoluto destaque entre as prioridades
da empresa bem administrada.
Por isso, aumenta, a cada dia, a necessidade de divulgação e aplicação das técnicas de
análise e de controle dos gastos empresariais, das quais se ocupa a Contabilidade de Custos.
Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), custos são essencialmente medidas monetárias dos
sacrifícios com os quais uma organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos.
Conseqüentemente, são parte muito importante do processo decisorial, e não é surpresa que
os contadores estejam muito envolvidos com a coleta e análise das informações de custos.
Ainda segundo Figueiredo e Caggiano (1997), as informações de custos são necessárias
para quatro propósitos principais:
• Para decisão de planejamento;
• Para decisões de controle;
• Para mensuração de lucros; e
• Para informação aos empregados.
Contabilidade Gerencial 13
14. Exercícios:
a) Conceitue Contabilidade de Custos?
b) Qual a importância da Contabilidade de Custos na tomada de decisão do gestor?
c) Diferencie Contabilidade de Custos de Contabilidade Financeira.
d) De acordo com Figueiredo e Caggiano, as informações de custos são necessárias
para quais propósitos?
Objetivo da Contabilidade de Custos
O objetivo básico da Contabilidade de Custos é de ser utilizado como instrumento que
possibilita à administração da empresa gerenciar suas atividades produtivas, comerciais e
financeiras, através do conhecimento dos custos dos seus produtos para avaliar estoques e
apurar o resultado das indústrias.
Necessidade da Contabilidade de Custos
A Contabilidade de Custos é de suma importância para a organização, pois através dela, o
gestor pode traçar estratégias e metas como por exemplo: adequar o preço de venda ao
valor praticado no mercado, pois, para a empresa é condição indispensável saber o valor do
custo de produção do produto para poder fazer esse cálculo. A administração necessita de
elementos e informações rápidas e exatas, tanto quanto possível, a fim de que se possa
tomar, em tempo real, as providências adequadas para manter o equilíbrio
econômico/financeiro e aumentar a eficiência da empresa. Isto não só em tempos normais,
mas, principalmente, em épocas de desequilíbrio econômico, quando existe forte
concorrência ou estão em perspectiva de novos concorrentes, ocasiões como estas é que
obrigam o gestor a fazer revisões de suas estratégias e metas nos âmbitos da política e
fixação de preços.
Importância da Contabilidade de Custos
Dentre as principais importâncias da Contabilidade de Custos, destacam-se:
• Permitir avaliar os custos unitários de produção, conseqüentemente fixar os preços
de venda;
• Permite localizar os desperdícios de material, horas máquinas/homens, aproveitar
resíduos, reduzir ou eliminar gastos;
• Permite apuração de custos por elementos, seções, departamentos, produtos,
períodos, etc;
• Oferece elementos para estudo acurado das despesas, bem como o controle e
previsão dos negócios;
• Fornece rapidamente os inventários de materiais; produtos em elaboração e
produtos acabados, facilitando o levantamento de balancetes, balanço e
demonstração de resultados parcial/total;
Contabilidade Gerencial 14
15. • Oferece elementos para comparação e interpretação dos custos ocorridos por
departamentos, fases de fabricação, produtos;
• Permite descobrir quais os produtos/serviços mais lucrativos para a empresa.
Exercício:
a) Qual o principal objetivo da Contabilidade de Custos?
b) Qual a necessidade de se usar a Contabilidade de Custos como ferramenta
gerencial?
c) Cite algumas maneiras de como a Contabilidade de Custos possa ser importante nas
decisões gerenciais.
Terminologia Contábil
O ponto inicial da exposição sobre custos está na terminologia. Infelizmente, encontramos
em todas as áreas, principalmente nas sociais (e econômicas em particular) uma profusão de
nomes para um único conceito e também conceitos diferentes para uma única palavra.
GASTOS _ Sacrifício que a entidade arca para obtenção de um bem ou serviço,
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos. O gasto se concretiza quando
os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da empresa.
Para Padoveze (2004), gastos são todas as ocorrências de pagamentos ou recebimentos de
ativos, custos ou despesas. Significa receber os serviços e produtos para consumo para
todo o processo operacional, bom como os pagamentos efetuados e recebimentos de ativos.
Como se pode verificar, gastos são ocorrências de grande abrangência e generalização.
Exemplos:
- Gasto com mão-de-obra (salários e encargos sociais) = aquisição de serviços de
mão de obra;
- Gasto com aquisição de mercadorias para revenda;
- Gasto com aquisição de matérias-primas para industrialização;
- Gasto com energia elétrica = aquisição de serviços de fornecimento de energia;
- Gasto com aluguel de edifícios;
- Gasto com reorganização administrativa (serviço).
INVESTIMENTOS _ Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de
benefícios atribuíveis a períodos futuros.
Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são
“estocados”, nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu
consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados
de investimentos (Martins, 2003).
Exemplos:
- Aquisição de móveis e utensílios;
Contabilidade Gerencial 15
16. - Aquisição de imóveis;
- Despesas pré-operacionais;
- Aquisição de marcas e patentes;
- Aquisição de matéria-prima (estoque);
- Aquisição de material de escritório.
CUSTO _ Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços:
são todos os gastos relativos à atividade de produção.
Segundo Martins (2003), o custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é,
como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a
fabricação de um produto ou execução de um serviço.
Exemplos:
- Salários do pessoal da produção (MOD);
- Matéria-prima utilizada no processo produtivo;
- Combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica;
- Alugueis e seguros do prédio da fábrica;
- Depreciação dos equipamentos da fábrica;
- Gastos com manutenção das máquinas da fábrica.
DESPESA _ Gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e
consumidos com a finalidade de obtenção de receitas.
Para Bruni e Famá (2004), despesas, correspondem a bem ou serviço consumido direta ou
indiretamente para a obtenção de receitas. Não estão associadas à produção de um produto
ou serviço. Como exemplos de despesas poder ser citados gastos com salários de
vendedores, gastos com funcionários administrativos, etc.
Exemplos:
- Salários e encargos sociais do pessoal de vendas;
- Salários e encargos sociais do pessoal administrativo;
- Energia elétrica consumida na sede administrativa;
- Gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas;
- Conta telefônica da administração e de vendas;
- Alugueis e seguros da sede administrativa.
DESEMBOLSO _ Saídas de caixa para atender a aquisição de um bem ou serviço. Pode
ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do
gasto.
PERDA _ É um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da
atividade produtiva normal da empresa. No 1º caso, são considerados da mesma natureza
que as Despesas e são jogadas diretamente contra o resultado do período.
Exemplos:
Contabilidade Gerencial 16
17. - Incêndio;
- Obsoletismo de estoques;
- Período de greve;
- Enchente;
- Furto/roubo.
No 2º caso, onde se enquadram, por exemplo, as perdas normais de matérias-primas na
produção industrial, integram o custo de produção.
Exemplo:
Uma indústria de estamparia que aproveita apenas 80% da chapa de aço e considera 20%
como perda técnica. Da mesma forma, o camiseiro que considera o preço do pano total
comprado, como custo, não se importando com os retalhos. Em alguns casos admite-se
considerar dias parados por motivo de greve como “ociosidade” e inclui-los nos gastos
gerais de fabricação para rateio na formação do custo de todos os produtos.
Diferença entre Custos e Despesas
Em termos práticos, nem sempre é fácil distinguir Custos e Despesas. Pode-se, entretanto,
propor uma regra simples do ponto de vista didático: todos os gastos realizados com o
produto até que esteja pronto, são Custos; a partir daí, são Despesas. Assim, por exemplo,
gastos com embalagens são Custos se realizados no âmbito do processo produtivo (o
produto é vendido embalado); são Despesas, se realizados após a produção (o produto pode
ser vendido com ou sem embalagem).
Todos os Custos que estão incorporados nos produtos acabados que são fabricados pela
empresa industrial são reconhecidos como Despesas no momento em que os produtos são
vendidos. A matéria-prima industrial que, no momento de sua compra, representava um
Investimento, passa a ser considerada Custo no momento de sua utilização na produção e
torna-se Despesa quando o produto fabricado é vendido. Entretanto, a matéria-prima
incorporada aos produtos acabados em estoque, pelo fato destes serem ativados, volta a ser
Investimento.
Os encargos financeiros incorridos pela empresa, mesmo aqueles decorrentes da aquisição
de insumos para a produção, são sempre considerados Despesas.
Exercícios Resolvidos
Exemplo 1:
Classifique os eventos descritos a seguir em investimentos (I), Custo ( C ), Despesa (D) ou
Perda (P):
( I ) compra de matéria-prima;
( C ) consumo de energia elétrica;
( C ) utilização de mão-de-obra;
( C ) consumo de combustível;
Contabilidade Gerencial 17
18. ( D ) gastos com pessoal do faturamento (salário);
( I ) aquisição de máquinas;
( C ) depreciação de máquinas;
( D ) remuneração do pessoal da contabilidade (salário);
( D ) pagamentos de honorários da administração;
( D ) depreciação do prédio da empresa;
( C ) utilização de matéria-prima (transformação);
( I ) aquisição de embalagens;
( P ) deterioração do estoque de matéria-prima por enchente;
( P ) remuneração do tempo de pessoal em greve;
( I ) geração de sucata no processo produtivo;
( P ) estrago acidental e imprevisível de lote de material;
( D ) imposto de circulação de mercadorias e serviços;
( D ) comissões proporcionais de vendas;
Exemplo 2:
Conforme as informações abaixo preencha os parênteses com C = Custo e D = Despesa
( D ) depreciação de máquinas e outros bens da Administração;
( C ) energia elétrica utilizada na produção;
( C ) salários de vendedores e de demonstradores de produtos;
( C ) aluguel de maquinas e equipamentos da produção;
( C ) salário do chefe do departamento de produção;
( C ) matéria-prima consumida na fábrica;
( C ) mão-de-obra indireta utilizada na produção;
( D ) pró-labore.
Exercícios:
a) O que são gastos?
b) O que são investimentos?
c) O que são custos?
d) O que são despesas?
e) Diferencie custos de despesas.
f) O que são perdas? Exemplifique.
Conforme as informações abaixo preencha os parênteses com C = Custo e D = Despesa
( ) encargos e salários do departamento de administração;
( ) manutenção de máquinas e equipamentos da produção;
( ) depreciação de móveis e utensílios do escritório;
( ) aluguel da fábrica;
( ) energia elétrica do setor de produção;
( ) material de embalagem consumido na fábrica;
( ) mão-de-obra direta utilizada na produção;
( ) encargos e salários do departamento de vendas.
Contabilidade Gerencial 18
19. Classificação de Custos
Quanto à alocação ao produto
CUSTO DIRETO _ São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos
fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação.
Exemplos:
- Matérias-primas – Normalmente a empresa sabe qual a quantidade exata de
matéria-prima que está sendo utilizada para a produção de uma unidade do
produto. Sabe-se o preço da matéria-prima, o custo daí resultante está associado
diretamente ao produto;
- Mão-de-Obra direta – Trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados
diretamente na produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no
produto e o preço da mão-de-obra, é possível apropria-la diretamente ao
produto;
- Material de embalagem;
- Depreciação de equipamento quando é utilizado para produzir apenas um tipo de
produto;
- Energia elétrica das maquinas, quando é possível saber quanto foi consumido na
produção de cada produto;
CUSTO INDIRETO _ São os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para
serem apropriados em diferentes produtos, portanto, são os custos que só são apropriados
indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de base
ou critério de rateio.
Exemplos:
- Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um
produto;
- Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção;
- Aluguel da fábrica;
- Gastos com limpeza da fábrica;
- Energia elétrica que não pode ser associada ao produto.
OBSERVAÇÕES:
a) Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos;
b) Ás vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno valor que não
compensaria o trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado como indireto.
Exemplo: gasto com verniz e cola na fabricação de móveis.
Quanto ao volume
Contabilidade Gerencial 19
20. CUSTO FIXO _ Custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o
volume e produção da empresa. È o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será
cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível de produção, inclusive no caso da
fábrica nada produzir.
Observe que os Custos Fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem
variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sobre reajuste
em determinado mês, não deixa de ser considerado um Custo Fixo, uma vez que terá o
mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. Outros exemplos: imposto predial,
depreciação dos equipamentos, salários de vigias e porteiros da fábrica, prêmios de seguro,
etc.
Segundo Sanvicente (1997), definimos como custo fixo todo aquele item de custo ou
despesas que não varia, em valor total, com o volume de atividade ou operação. Portanto, o
seu valor unitário é que varia com o volume de operação.
Para Braga (1995), são custos que permanecem constantes dentro de certo intervalo de
tempo, independentemente das variações ocorridas no volume de produção e vendas
durante esse período. O referido interalo de tempo não costuma ser superior a alguns
meses. Configurada uma retração mais prolongada nas atividades ou um ciclo de expansão
dos negócios, o valor total desses custos e despesas será ajustado para um novo patamar,
em decorrência de decisões da administração.
custo custo custo
Custo fixo
unitário
Custo fixo
unitário
Unidades produzidas Unidades produzidas Unidades produzidas
Figura 2 – Gráfico representativo dos custos fixos (CF). Fonte: FGV modificada pelo autor
CUSTO VARIÁVEL _ Custos variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do
volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver
quantidade produzida, o Custo Variável será nulo. Os Custos Variáveis aumentam à
medida em que aumenta a produção.
Segundo Sanvicente (1997), já o custo variável é aquele que se altera em relação direta com
as modificações do volume de atividade. Portanto, o custo variável total (CVT) é
perfeitamente variável, como o próprio termo indica, e o custo variável unitário pe
constante.
Contabilidade Gerencial 20
21. São aqueles cujo valor total aumenta ou diminui direta e proporcionalmente com as
flutuações ocorridas na produção e vendas (Braga, 1995).
Segundo Hoji (2004), o valor total dos custos e despesas variáveis varia proporcionalmente
à quantidade de produção. Unitariamente, os CDVs são fixos.............a proporcionalidade
dos CDVs não é exata em alguns casos, pois vários fatores (humanos, mecânicos,
ambientais etc.) influenciam o nível de produção. Por exemplo: algumas maquinas
funcionam com maior eficiência algum tempo depois de colocadas em funcionamento; no
final do dia, a produtividade dos operários diminui em função do cansaço etc. Mas, de
modo geral, pode-se considerar que os CDVs variam linearmente.
custo custo custo
Custo variável total
Custo variável
prática unitário
teória
Unidades produzidas Unidades produzidas Unidades produzidas
Figura 3 – Gráfico representativo dos custos variáveis (CV). Fonte: FGV modificada pelo autor
Segundo Martins (2003), é de grande importância notar que a classificação em Fixos e
Variáveis leva em consideração a unidade de tempo, o valor total de custo com um item
nessa unidade de tempo e o volume de atividade. Não se trata, como no caso da
classificação de Diretos e Indiretos, de um relacionamento com a unidade produzida. Por
exemplo, a matéria-prima é um Custo Variável, já que, por mês, seu valor total consumido
depende da quantidade de bens fabricados. Entretanto, por unidade elaborada a quantidade
de matéria-prima é provavelmente a mesma; mas isso não lhe tira a característica de
Variável; pelo contrario, reforça-o
CUSTO SEMI-FIXO _ Custos Semi-Fixos são custos que são fixos numa determinada
faixa de produção, mas que variam se há uma mudança nesta faixa. Considere, por
exemplo, a necessidade de supervisores de produção de uma fábrica expressa na tabela a
seguir:
Volume de Produção Quantidade Necessária de Custo em R$ (Salários +
Supervisores Encargos)
0 – 20.000 1 120.000
20.001 – 40.000 2 240.000
40.001 – 60.000 3 360.000
60.001 – 80.000 4 480.000
Contabilidade Gerencial 21
22. CUSTO SEMI-VARIÁVEL _ Custos Semi-Variáveis são custos que variam como o nível
de produção mas que, entretanto, têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja
produção. É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a
concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o
valor da conta dependa do número de quilowatts consumidos, portanto, do volume de
produção da empresa.
Outros exemplos: aluguel de uma copiadora no qual se cobra uma parcela fixa mesmo que
nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para aquecimento de uma caldeira, que
varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo que seja num valor
mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar.
Exemplo 3:
Classifique os custos a seguir em
Diretos (D) Indiretos (I)
Fixos (F) Variáveis (V)
CUSTOS Diretos / Indiretos Fixos / Variáveis
material de embalagem D V
energia elétrica da fabricação / produção D ou I F ou V
matéria-prima D V
salários e encargos da supervisão produção I F
aluguel da área fabril/fabrica/produção I F
salários e encargos do pessoal da produção D V
depreciação das máquinas da fabricação I F
consumo de água da fabricação D ou I F ou V
refeições e viagens dos supervisores da produção I F
Exercícios:
a) O que são custos diretos?
b) Conceitue custos indiretos. Exemplifique.
c) O que são custos fixos e variáveis?
Classifique os custos em Custos Fixos (F), Custos Variáveis (V), Custos Indiretos (I),
Custos Diretos (D).
CUSTOS Diretos / Indiretos Fixos / Variáveis
Matéria-prima consumida na produção
Encargos e salários dos supervisores da produção
Luz e força consumida na produção
MOI do pessoal da produção
MOD do pessoal da produção
Depreciação de máquinas da produção
Contabilidade Gerencial 22
23. Aluguel da fábrica
Encargos e salários do gerente de produção
Material de embalagem consumido na produção
Estudo de Caso 1: Hospital Público Bom Samaritano
Inaugurado no inicio de janeiro de 1999, o Hospital Público Bom Samaritano tornou-se um
marco na realização de cirurgias toráxicas. Estima-se que, após construído, o hospital
permanecerá em operação por 20 anos. Os móveis, equipamentos e utensílios adquiridos
têm uma vida útil média estimada em 10 anos.
No primeiro ano, 130 cirurgias foram realizadas, com elevado percentual de sucesso. Esse
sucesso, aliado à boa qualidade do atendimento e ao alto nível de satisfação de pacientes e
familiares, motivou a Secretaria de Saúde a estudar os dados financeiros da instituição.
Os gastos incorridos no ano de 1999 estão apresentados na tabela seguinte:
Item Valor
Salários e encargos de médicos $ 80.000,00
Gastos com a construção do hospital $ 850.000,00
Salários e encargos de enfermeiros $ 50.000,00
Aquisição de materiais cirúrgicos (apenas 40% foram consumidos) $ 120.000,00
Compra de equipamentos hospitalares $ 300.000,00
Salários e encargos do pessoal administrativo $ 20.000,00
Gastos com a aquisição de imóveis e computadores para o Setor $ 20.000,00
Administrativo
Pergunta-se:
a) Qual o custo contábil médio por cirurgia realizada?
b) Qual o custo integral (gasto) por cirurgia realizada?
c) Outro hospital público estima que seu custo integral para realizar cirurgias similares
è igual a $ 2.300,00. O que pode ser dito em relação ao Bom Samaritano?
d) Uma empresa particular propôs realizar para o Estado as mesmas cirurgias,
cobrando a importância de $ 2.000,00 por cirurgia. Sob a óptica da gestão de custos
e considerando que, com a terceirização do serviço, o hospital poderia ser fechado,
não sendo empregado em outras atividades, quais deveriam ser os aspectos
analisados pelo Estado?
Conceitos e Práticas de Métodos de Apropriação de Custos
A Contabilidade de Custos se desenvolve oferecendo às empresas novas ferramentas que
auxiliam na tomada de decisão. A gestão de custos se torna imprescindível e a escolha de
Contabilidade Gerencial 23
24. métodos de custeio que irão auxiliar no gerenciamento da empresa deve ser estudada, para
fazer com que o projeto de implementação tenha êxito.
Dentro de um novo mercado tão globalizado e altamente competitivo, em que as
tecnologias (TI), estão cada vez mais rompendo fronteiras e maximizando as negociações
entre organizações, e até entre paises. A preocupação das empresas se voltam, então, em
ter uma gestão eficaz e eficiente, com a finalidade de obter resultados esperados, através de
desempenhos ótimos, para as organizações.
Segundo Laudon & Laudon (2004), administradores não podem ignorar os sistemas de
informação porque estes desempenham um papel fundamental nas organizações atuais. Os
sistemas de hoje afetam diretamente o modo como os administradores decidem, planejam e
gerenciam seus funcionários e cada vez mais determinam quais produtos serão produzidos e
onde, quando e como. Por conseguinte, a responsabilidade pelos sistemas não pode ser
delegada a tomadores de decisões técnicos.
Para tanto é necessário estabelecer estratégias, desenvolver novas ferramentas de análises
que auxiliem na tomada de decisão.
A Contabilidade de Custos apresenta vários sistemas de custeio sendo que determinados
métodos são aplicados apenas para fins gerenciais, pois possuem restrições impostas pela
legislação para fins contábeis. Esse evolução de métodos se deve à necessidade de as
entidades, hoje, buscarem ferramentas que proporcionem melhor visão da organização,
fazendo com que as mesmas tenham um papel importante na avaliação de desempenho de
forma que dê sustentação na tomada de decisões.
Métodos de Custeio
Existem diversos métodos de custeio, cada um com uma metodologia própria, com
vantagens e desvantagens de aplicação. Os métodos mais utilizados no Brasil são: o
Método por Absorção (atende as necessidades societárias e fiscais) e o Método de Custeio
Variável (atende as necessidades gerenciais). Entretanto, outros métodos de custeio são
utilizados para necessidades gerenciais como: Método de Custeio Pleno (RKW) e o Custeio
Baseado em Atividades (ABC).
Entende-se por Métodos, a forma de apuração de custos de um determinado produto.
Dependendo do método de custeio adotado, tem-se diferentes custos para um mesmo
produto.
Abordagem por Absorção
Custeio por Absorção é o método de apropriação de custos derivado da aplicação dos
Princípios da Contabilidade geralmente aceitos, em que consiste na alocação de todos os
custos de produção aos bens produzidos pela empresa, ou seja, todos dos gastos fabris de
produção são distribuídos para todos os produtos fabricados pela empresa. Assim todo o
esforço de fabricação medido em termos de custos é absorvido pela produção. As despesas
Contabilidade Gerencial 24
25. relativas aos gastos da administração, comercialização e financeiros são descarregados para
o resultado do exercício (DRE). Outros critérios têm surgido através do tempo, mas o
custeio por absorção é o único adotado pela contabilidade financeira, portanto válido tanto
para fins de elaboração do Balanço Patrimonial como Demonstração de Resultado.
Apesar de sofrer criticas e conter certas falhas como instrumento gerencial é o único
permitido para fins de avaliação de estoque, além de ser admitido pela legislação do
imposto de renda. Os conceitos de investimento, custo direto, custo indireto e despesas
administravas, comerciais e financeiras é de suma importância para aplicação ou
distribuição dos custos de produção aos produtos fabricados pela empresa. O método de
custeio consiste em considerar custos de produção a todos os gastos com a matéria-prima
direta e indireta consumidas, a mão-de-obra direta e indireta aplicadas e os demais custos
indiretos incorridos no processo de produção de bens destinados à venda. Nesse sentido os
custos decorrentes da obtenção ou transportes para colocar a matéria-prima em condições
de produção serão custos. As despesas com a administração da empresa, comercialização
dos produtos e os gastos financeiros decorrentes de empréstimos e, ainda, os gastos fabril
cuja produção não se destina à venda, não são tratados como custos, indo diretamente para
o resultado do período (considerados despesas do período).
Para Crepaldi (2004), o Custeio por Absorção ou Custeio Pleno consiste na apropriação de
todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris
(despesas) são excluídos. È o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais
de Contabilidade e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal.
Não é um principio contábil em si, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses
princípios. Dessa forma, o método é válido para a apresentação de demonstrações
financeiras e para o pagamento do Imposto de Renda. Segundo Padoveze (2004), é o
método de custeamento , onde, para se obter o custo dos produtos, consideram-se todos os
gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Os gastos industriais indiretos ou
comuns são atribuídos aos produtos por critérios de distribuição.
Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos princípios da contabilidade
geralmente aceitos, nascido da situação histórica mencionada. Consiste na apropriação de
todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos
relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos
(Martins, 2004). Segundo Bernardi (2004), esse sistema, como o nome sugere, direciona
todos os custos de uma fábrica, diretos e indiretos, fixos e variáveis para uma produção
dada, e finalmente aos produtos. As despesas são direcionadas para os resultados da
empresa.
Sua principal finalidade e utilidade é a avaliação de estoque, podendo ser utilizado como
parâmetro para a formação de preços. Quatro aspectos devem ser considerados na adoção
desse custeio, para avaliar o custo de um produto:
• Relacionamento a determinado volume de produção;
• Métodos de rateio dos custos indiretos e fixos que podem gerar distorções nos
custos unitários;
Contabilidade Gerencial 25
26. • Capacidade utilizada da fabrica;
• Níveis de eficiência e produtividade.
Custeio por Absorção
Empresa Industrial
Custos fixos e
Despesas Custos indiretos (rateio);
Custos variáveis e
diretos.
Estoque de
produtos
Demonstração de Resultados
Receita Líquida
Venda CPV
Lucro Bruto
Despesas Operacionais
Lucro Líquido
Figura 4 – Gráfico do sistema de custeio por absorção. Fonte: Martins (2003) modificada
pelo Autor
Padoveze (2003, p. 175-6) citado por Barbosa (2004, p. 21), destaca as seguintes
características do Custeio por Absorção:
a) Utiliza os custos diretos industriais;
b) Utiliza os custos indiretos industriais, por meio de critérios de apropriação ou rateio;
c) Não utiliza os gastos administrativos;
d) Não utiliza os gastos comerciais, sejam diretos ou indiretos;
e) O somatório dos produtos e serviços vendidos no período da origem à rubrica custos
dos produtos e serviços, na demonstração de resultados do período;
f) O somatório do custo dos produtos e serviços ainda não vendidos dá origem ao
valor dos estoques industriais no balanço patrimonial do fim do período (estoques
em processo e estoque de produtos acabados).
Segundo Crepaldi (2004), o custeio por absorção segue os seguintes passos:
a) separação dos gastos do período em custos e despesas;
b) classificação dos custos em diretos e indiretos;
c) apropriação dos custos diretos aos produtos;
d) apropriação, por rateio, dos custos indiretos de fabricação.
Contabilidade Gerencial 26
27. Exercício Resolvido:
Exemplo:
Gastos $ mil
Salários da fábrica (MOD + MOI) 100
Matéria-prima 120
Comissões sobre vendas 10
Depreciação de maquinas e equipamentos 5
Energia elétrica da fabrica 8
Manutenção de maquinas e equipamentos 3
Seguros da fábrica 7
Salários da administração 10
Material de expediente 5
268
Custos $ mil
Salários da fábrica (MOD + MOI) 100
Matéria-prima 120
Depreciação de maquinas e equipamentos 5
Energia elétrica da fabrica 8
Manutenção de maquinas e equipamentos 3
Seguros da fábrica 7
243
Total dos Custos do Período é de: $ 243.000,00
Gastos $ mil
Comissões sobre vendas 10
Salários da administração 10
Material de expediente 5
25
Total das Despesas do Período é de: $ 25.000,00
Os gastos, no valor de $ 268.000,00, ficaram assim distribuídos:
Gastos $ mil
Custo de produção 243
Despesas do período 25
268
Como já sabemos, as despesas não compõem o custo dos produtos e, como conseqüência,
serão lançados diretamente no resultado do exercício.
Contabilidade Gerencial 27
28. Assim sendo, suponhamos que a empresa trabalhe na produção de dois produtos: A e B,
devemos, então, fazer a apropriação dos custos diretos.
Verificamos que para o consumo da matéria-prima, a empresa possui um sistema de
controle dos materiais, que lhes proporciona a condição de identificar quanto matéria-
prima, cada produto consumiu. Assim sendo, temos:
Custo Direto $ mil
Produto A 80
Produto B 40
120
Com relação aos salários da fábrica, existe a necessidade de se separar a mão-de-obra direta
e a indireta.
Com isso a empresa mantém cálculos que permitem a apuração das horas gastas em cada
produto e as horas de mão-de-obra indireta.
Custo Direto $ mil
Mão-de-obra: Produto A 50
Mão-de-obra: Produto B 30
Total da MOD 80
Mão-de-obra indireta (MOI) 20
100
Dessa forma, os $ 80.000 são apropriados diretamente aos produtos A e B, enquanto $
20.000, serão incorporados aos gastos gerais de fabricação para posterior distribuição:
Diretos
Custos A B Indiretos Total
MOD 50.000 30.000 80.000
Matéria-prima 80.000 40.000 120.000
Depreciação 5.000 5.000
Enérgia 8.000 8.000
Manutenção 3.000 3.000
Seguros da fábrica 7.000 7.000
MOI 20.000 20.000
Total 130.000 70.000 43.000 243.000
Contabilidade Gerencial 28
29. Como podemos constatar, do total de custos, $ 200.000 já estão apropriados aos produtos
A e B, e os gastos gerais de fabricação, ou custos indiretos de fabricação, no montante de $
43.000, precisam, por algum critério, ser rateados aos produtos A e B.
A seguir, mostraremos algumas formas de alocação desses custos indiretos aos dois
produtos.
Produtos Diretos proporção Indiretos Total
A 130.000 65% 27.950 157.950
B 70.000 35% 15.050 85.050
Total 200.000 100% 43.000 243.000
A ultima coluna indica-nos o custo total de cada produto e a penúltima o montante de
custos indiretos de fabricação distribuídos segundo os custos diretos de cada produto.
Outras alternativas de rateio,
Produtos Matéria-prima proporção Indiretos sub-total MOD Total
A 80.000 67% 28.667 108.667 50.000 158.667
B 40.000 33% 14.333 54.333 30.000 84.333
Total 120.000 100% 43.000 163.000 80.000 243.000
Produtos MOD proporção Indiretos sub-total Matéria-prima Total
A 50.000 63% 26.875 76.875 80.000 156.875
B 30.000 38% 16.125 46.125 40.000 86.125
Total 80.000 100% 43.000 123.000 120.000 243.000
Para Crepaldi (2004), existem vários critérios de rateio, alguns descendo a detalhes como
distribuição do aluguel (ou depreciação do prédio, se for próprio), por metros quadrados,
materiais auxiliares de acordo com o consumo de matéria-prima, depreciação de maquinas
de acordo com horas trabalhadas etc. O nível de detalhamento a ser usado depende de
relevância dos valores envolvidos e do bom-senso de cada um, visando eliminar as
arbitrariedades. É impossível determinar uma regra de rateio.
Exercícios:
a) Quais os métodos de custeio usados na contabilidade?
b) O que você entende por Custeio por Absorção?
Contabilidade Gerencial 29
30. c) Segundo Crepaldi (2004), quais são os passos que o Custeio por Absorção segue
para calculo do mesmo?
Exercício 1
A empresa Fabricante S.A produz os itens Alfa, Beta e Delta. O custo a ratear entre
os três produtos totaliza $ 36.000,00. O rateio é baseado nas horas/máquina (h/m)
trabalhadas para cada um deles.
Com o consumo de 120, 240 e 360 h/m para cada tipo de produto, respectivamente, foi
concluída a produção de 300 unidades, em quantidades rigorosamente iguais de Alfa, Beta
e Delta.
O custo direto unitários também foi o mesmo para cada tipo de produto, ou seja, $ 250,00.
Com base nessas informações, pode-se afirmar que:
a) ( ) O custo unitário de Alfa foi de $ 250,00;
b) ( ) O custo unitário de Delta foi de $ 310,00;
c) ( ) O custo unitário de cada um dos três produtos foi de $ 370,00;
d) ( ) O custo unitário de Beta foi de $ 430,00;
e) ( ) O custo total do período foi de $ 36.000,00.
Exercício 2
A Canecão S.A fabrica canecas decoradas com personagens famosos de desenhos
animados. No ultimo ano 200.000 canecas foram fabricadas e 207.000 foram vendidas a $
5,00 cada uma. O custo unitário real para uma caneca é o seguinte:
Materiais diretos $ 0,50
MOD $ 1,20
CIF variáveis $ 0,75
CIF fixos $ 1,60
Total do custo unitário $ 4,05
As despesas de vendas consistiam de uma comissão de $ 0,25 por unidade vendida e os
pagamentos de propaganda totalizando $ 25.000. As despesas administrativas, todas fixas,
totalizaram $ 50.000. Não havia estoques iniciais ou finais de produtos em processo. O
estoque inicial de produtos acabados era de $ 40,500 por 10.000 canecas.
Pede-se:
a) Calcule o número de canecas e o valor do estoque final de produtos acabados;
b) Prepare uma demonstração do custo de produtos vendidos;
c) Prepare uma demonstração de resultado de custeio por absorção.
Exercício 3
Contabilidade Gerencial 30
31. A indústria Ceras do Nordeste S.A produz cera em pó e cera em barra, ambas usadas para
diversos fins. Em determinado período produziu 80.000 kg de cera em pó e 70.000 kg de
cera em barra, incorrendo nos seguintes gastos:
em Pó em Barra
Matéria-prima $ 2/kg 12.000 kg 8.500 kg
MOD $ 6/hora 6.700 h 4.000 h
Material de embalagem $ 0,5/kg 12.000 kg 8.500 kg
Custos Indiretos de Fabricação _ CIF
Supervisores da produção 5.000,00
Depreciação de móveis e utensílios (produção) 9.000,00
Depreciação de máquinas e equipamentos (produção) 9.500,00
Seguro da Fábrica 3.000,00
Energia elétrica consumida na produção 8.500,00
A matéria-prima consumida, a MOD e o material de embalagem são comuns aos dois
produtos.
A empresa não possui medidores de energia, assim sendo, todo o gasto com energia elétrica
é fixo.
Os CIF são incorporados aos produtos de acordo com o tempo usado na produção, sabendo-
se que são necessários 10 minutos para produzir um kg de cera em pó e 8 minutos para
produzir um kg de cera em barra.
Pede-se:
a) elaborar um quadro de apropriação de custos aos produtos;
b) calcular o custo unitário de cada produto.
Exercício 4
Devem ser classificados como custos de produção os itens:
a) Matéria-prima, MOD, honorários da diretoria;
b) Pro labore, seguros da Fábrica, MOD;
c) Aluguel de galpão (produção), fretes de venda, matéria-prima;
d) Salários da Administração, MOD, matéria-prima;
e) Energia elétrica direta, MOD, insumos de acabamento.
Exercício 5
A empresa Diamante produz dois produtos, A e B, cujo volume de produção é de 20.000
unidades do produto A e 16.000 unidades do produto B por período. As vendas em média
Contabilidade Gerencial 31
32. são: 90% e 95% dos produtos A e B respectivamente. Sabe-se que os CIF totalizam $
500.000,00 por período.
Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade ($):
A B
Material-direto 20 25
Mão-de-obra direta 15 8
Pede-se calcular o valor dos CIF de cada produto utilizando o custos de MOD como base
de rateio.
Abordagem do Custeio Variável
Em oposição ao método por absorção, o custeio variável ou direto toma em consideração,
somente os gastos variáveis, para alocação dos custos aos produtos da empresa. Assim
sendo, não há necessidade de rateios, pois trabalharemos apenas com os gastos variáveis,
ou seja, poderão ser apropriados diretamente aos produtos, fazendo com que as distorções
que ocorrem no método por absorção (em referencia aos rateios), não existam.
Assim sendo, essa modalidade de custeio apresenta, sobre o método anterior (custeio por
absorção), algumas vantagens no que tange à apuração dos resultados financeiros gerados
pelos diferentes produtos da empresa e conseqüentemente as decisões gerenciais.
Entretanto, a grande falha deste sistema, é que não é aceito pela Legislação do Imposto de
Renda. Portanto a empresa que desejar adota-lo, deverá fazê-lo mediante controles e
relatórios distintos, em complemento á informação contábil. Método de custeio que atribui
apenas custos de manufatura variáveis aos produtos, estes custos incluem materiais diretos,
mão-de-obra e CIF variáveis. Os CIF fixos são tratados como um custo do período e são
alocados no resultado no período incorrido (Iudícibus, 2001).
É um tipo de custeamento que consiste em considerar como custo de produção do período
apenas os custos variáveis incorridos: os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que
não haja produção, não são considerados como custos de produção e sim como despesas,
sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. Desse modo, o custo dos
produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração e acabados só conterão
custos variáveis (Viceconti, 2000). O sistema de custeio direto ou variável prevê uma
apropriação de caráter gerencial, considerando apenas os custos variáveis aos produtos
vendidos; os custos fixos ficam separados e considerados como despesas do período, indo
diretamente para os resultados; dessa forma, possibilita a apuração da margem de
contribuição, quando confrontados os custos variáveis aos valores de receita liquida ao
período objeto de analise (CFC, p. 37, 1995).
Para Crepaldi (2004), custeio variável (também conhecido como Custeio Direto) é um tipo
de custeamento que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os
Custos Variáveis incorridos. Os Custos Fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja
produção, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo
encerrados diretamente contra o resultado do período. Assim sendo, o Custeio Variável é
um método que trabalha na separação dos gastos em custos variáveis e custos fixos, em
Contabilidade Gerencial 32
33. suma, com os gastos que oscilam proporcionalmente ao volume de produção/venda e os
gastos que mantêm sua estabilidade (estáveis) perante as produções e vendas dentro de
certos limites de produção.
Exercício Resolvido:
Exemplo:
Para deixar claro o método de custeio variável, vamos exemplificar, fazendo com que os
produtos fabricados sejam incorporados a eles, somente os gastos variáveis do período.
Estoques
Meses / ano Produção Vendas Final
jan/06 10.000 7.000 3.000
fev/06 10.000 8.000 5.000
mar/06 13.000 10.000 8.000
abr/06 3.000 11.000 0
Custos variáveis por mês:
Custo Unitário por mês
Mês / ano Material Direto MOD Embalagens TOTAL
Jan/06 R$ 10,00 R$ 8,00 R$ 6,00 R$ 24,00
Fev/06 R$ 11,00 R$ 10,00 R$ 7,00 R$ 28,00
Mar/06 R$ 12,00 R$ 7,00 R$ 6,00 R$ 25,00
Abr/06 R$ 13,00 R$ 8,00 R$ 8,00 R$ 29,00
Preço de Venda = R$ 65,00 / unidade
Custos Fixos
Aluguel da fabrica = R$ 50.000,00
Energia = R$ 60.000,00
MOI = R$ 30.000,00
Manutenção = R$ 5.000,00
Depreciação = R$ 5.000,00
Total = R$ 150.000,00
Pede-se:
a) Aproprie os custos variáveis as quantidades vendidas por período;
b) Faça a DRE, confrontando as vendas com os custos e despesas.
Resolução:
janeiro fevereiro março abril Total
(+)Vendas Líquidas =7000*65 =8000*65 =10000*65 =11000*65 =455000+520000+650000+715000
Contabilidade Gerencial 33
34. (-) CPV – custos variáveis =7000*24 =8000*28 =10000*25 =11000*29 =168000+224000+250000+319000
(=) Margem de Contribuição - MC =455000-168000 =520000-224000 =650000-250000 =715000-319000 =2340000-961000
(-) Custos Fixos - CF =150000 =150000 =150000 =150000 =150000*4
(=) Lucro Líquido =287000-150000 =296000-150000 =400000-150000 =396000-150000 =1379000-600000
jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 Total
(+)Vendas Líquidas 455.000 520.000 650.000 715.000 2.340.000
(-) CPV - custos variáveis 168.000 224.000 250.000 319.000 961.000
(=) Margem de Contribuição – MC 287.000 296.000 400.000 396.000 1.379.000
(-) Custos Fixos – CF 150.000 150.000 150.000 150.000 600.000
(=) Lucro Líquido 137.000 146.000 250.000 246.000 779.000
Para Crepaldi (2004), o sistema de custeio variável ou direto é útil para a tomada de
decisões administrativas ligadas a fixação de preços, decisão do compra ou fabricação,
determinação do mix de produtos, e ainda, para possibilitar a determinação imediata do
comportamento dos lucros em face das oscilações de vendas.
Custeio Variável
Empresa Industrial
CUSTOS
Despesas Custos Variáveis Custos Fixos
Estoque de
produtos
Demonstração de Resultados
Receita Líquida
Venda CPV
Lucro Bruto
Despesas Operacionais
Lucro Líquido
Figura 5 – Gráfico do sistema de custeio variável. Fonte: Martins (2003) modificado pelo Autor
Exercícios:
Contabilidade Gerencial 34
35. a) Conceitue Custeio Variável.
De acordo com os dados abaixo, calcule usando o critério do Custeio Variável.
Estoques
Meses / ano produção Vendas Final
jan/06 20.000 17.000 3.000
fev/06 5.000 4.000 4.000
mar/06 15.000 9.000 10.000
abr/06 3.000 13.000 0
Custos variáveis por mês:
Custo Unitário por mês
Mês / ano Material Direto MOD Embalagens TOTAL
jan/06 R$ 11,00 R$ 7,00 R$ 2,00 R$ 20,00
fev/06 R$ 12,00 R$ 8,00 R$ 1,00 R$ 21,00
mar/06 R$ 13,00 R$ 7,00 R$ 2,00 R$ 22,00
abr/06 R$ 13,00 R$ 6,00 R$ 4,00 R$ 23,00
Preço de Venda = R$ 70,00 / unidade
Custos Fixos
Aluguel da fabrica = R$ 30.000,00
Energia = R$ 40.000,00
MOI = R$ 20.000,00
Manutenção = R$ 10.000,00
Depreciação = R$ 10.000,00
Total = R$ 110.000,00
Pede-se:
a) Aproprie os custos variáveis as quantidades vendidas por período;
b) Faça a DRE, confrontando as vendas com os custos e despesas.
Abordagem do Custeio ABC ou Custeamento por Atividades
O custeio ABC ( Activity-Based Costing ), ou Custeio Baseado em Atividades, é um
método que procura minimizar as distorções acarretadas pelos critérios de rateio dos custos
indiretos. Assim sendo, o custeio ABC, se torna uma poderosa ferramenta a ser utilizada
nas estratégias da gestão de custos.
Custeamento Baseado em Atividades – método de aplicar os CIF aos produtos que
consideram atividades não relacionadas ao volume que criam CIF, assim como as
Contabilidade Gerencial 35
36. atividades relacionadas ao volume. Atribui custos para o objeto de custos ao primeiramente
rastrear os custos para as atividades e depois rastrear os custos para os objetos de custos.
Método de custeio voltado para as atividades como objetos fundamentais de custos.
Emprega o custo dessas atividades como base de apropriação de custos a outros objetos de
custos, como produtos, serviços e clientes. Sistema de custeio de produtos e serviços que
procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário aos custos
indiretos (Iudícibus, 2001).
O ABC é uma ferramenta de custeio mais voltada à gestão de negócios, uma vez que, a
partir do histórico de custos ou orçamento de determinado período, proporciona uma visão
diferenciada do consumo de recursos das organizações (CFC, p.17, 1995).
Segundo Atkinson (2000), evitam alocações arbitrárias e distorções subseqüentes nos
custos por atribuir primeiro os custos dos recursos às atividades que os utilizam. A seguir,
os custos das atividades são atribuídos aos produtos, serviços e clientes que criaram
demanda pelas atividades executadas ou foram por elas beneficiadas. Isso significa que os
custos das compras é atribuídos aos itens comprados; os custos de projetar produto são
atribuídos aos novos produtos projetados; e o custo do atendimento do cliente é atribuído a
cada um deles.
Vantagens do Sistema de Custeio ABC
O CFC enumera os benefícios que a utilização do ABC pode trazer para a organização:
1. Identifica as reais fontes geradoras de custos em função dos geradores de custos,
podendo, desta forma, identificar exatamente quais e onde os recursos vêm sendo
consumidos;
2. Identifica o grau de valor agregado que cada atividade atribui ao negocio;
3. Identifica o custo efetivo dos produtos e processos em função da eliminação das
distorções propiciadas pelos atuais sistemas de rateio, atribuindo aos objetos de
custeio os custos efetivamente incorridos;
4. Permite a gestão do portifólio de produtos, analisando a rentabilidade individual de
cada produto e sua contribuição para o negócio. É a base de remuneração, preços e
tarifas;
5. Incentiva a integração entre as áreas envolvidas nos processos e atividades,
maximizando os esforços para a resolução de problemas e aumento de qualidade;
6. Permite realizar benchmarking com outras empresas do mesmo setor, comparando
os custos unitários dos geradores de custos, permitindo uma análise comparativa
com as melhores práticas do mercado;
7. Permite estabelecimento de cost target (custo meta) para cada atividade,
possibilitando a gestão desses custos na fonte, eliminando arbitrariedade nos
processos de redução de custos;
Para Crepaldi (2004), no Sistema ABC, as atividades são o foco do processo de custeio. Os
custos são investigados, relacionando-se as atividades aos produtos, com base na demanda
por tais atividades pelo produto durante o processo de produção. Portanto, as bases de
Contabilidade Gerencial 36
37. alocação usadas no custeio baseado na atividade são medições das atividades executadas
que podem incluir horas do tempo de ajuste de máquina ou número de vezes em que isso
foi feito.
Ainda segundo Crepaldi (2004), é o método que mede o custo e o desempenho de processos
e produtos. Mais especificamente, que:
• Atribui custos às atividades combase no consumo de recursos;
• Atribui custos a produtos ou serviços com base no consumo de atividades;
• Reconhece os fatores que determinam (explicam) os custos das atividades, e o
consumo destas pelos produtos ou outras atividades.
CLIENTES
demandam
PRODUTOS
demandam
ATIVIDADES
demandam
RECURSOS
demandam
GASTOS
demandam
CUSTOS
Figura 6 - Custeio ABC. Fonte: Crepaldi (2004)
Contabilidade Gerencial 37
38. Figura 7 - Diferença entre os métodos de Custeio Tradicional e o ABC. Fonte: Ostrenga (1994) citado por
Barbosa (2004, p. 26).
Exercícios:
Contabilidade Gerencial 38
39. a) Conceitue Custeio por Atividades (ABC).
b) Cite algumas vantagens no uso do Custeio ABC.
Exercício 1
A empresa Enchuta produz dois produtos, A e B cujos preços de venda líquidos de tributos
são, em média, $ 80 e $ 95, respectivamente, e o volume de produção e de vendas é de
12.000 unidades do produto A e 4.490 unidades do produto B, por período.
Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $):
Produto A Produto B
Material Direto 20 27,95
Mão-de-obra Direta 10 5
Os custos indiretos de Produção (CIP) totalizam $ 500.000 no referido período.
Por meio de entrevistas, análise de dados na contabilidade etc., verificou-se que esses
custos indiretos referem-se às seguintes atividades mais relevantes:
Atividade $
Inspecionar material 60.000
Armazenar material 50.000
Controlar estoques 40.000
Processar produtos (máquinas) 150.000
Controlar processos (Engenharia) 200.000
Total 500.000
Uma análise de regressão e de correlação identificou os direcionadores de custos dessas e
de outras atividades, e sua distribuição entre os produtos, a saber:
Produto A Produto B
Número de lotes inspecionados e armazenados 3 7
Numero de horas-máquina de processamento de produtos 4.000 6.000
Dedicação do tempo dos engenheiros 25% 75%
Pede-se para calcular:
a) O valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada produto, utilizando o
custos de MOD como base de rateio;
b) Idem, rateando com base no custo de material direto;
c) Idem, pelo Custeio Baseado em Atividades (ABC); e
d) O valor e o percentual de lucro bruto de cada produto, segundo cada uma das
três abordagens.
Exercício 2
Contabilidade Gerencial 39
40. A empresa Pharma, produtora de laticínios da cidade de Parma, dedica-se à produção de
dois produtos: Requeijão Cremoso (unidades) e Queijo Parmesão (unidades).
Em determinado período, foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $):
Requeijão Queijo
Matéria-prima 12 18
Mão-de-obra 6 3
Os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) totalizaram $ 54.000,00 no referido período. Por
meio de entrevistas, análises de dados na contabilidade etc., verificou-se que esses custos
referiam-se às seguintes atividades mais relevantes:
Atividade $
Inspecionar matéria-prima 8.000
Armazenar matéria-prima 6.000
Controlar estoques 5.000
Processar produtos (máquinas) 15.000
Controlar processos (Engenharia) 20.000
Total 54.000
Uma análise de regressão e de correlação identificou os direcionadores de custos dessas e
de outras atividades e sua distribuição entre os produtos, a saber:
Requeijão Queijo
Número de lotes inspecionados e armazenados 15 60
Numero de pedidos de entrega de produtos aos clientes 120 140
Número de horas-máquina de processamento de produtos 4.000 6.000
Numero de horas de transporte 210 295
Dedicação do tempo dos engenheiros (em horas) 50 150
Os dados relativos à produção e vendas do período são:
Requeijão Queijo
Quantidade produzida e vendida 6.000 3.000
Preço médio de venda unitário (liquido) $ 30 $ 41
Pede-se:
a) O valor dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF) de cada produto, utilizando o
custo de mão-de-obra direta como base de rateio;
b) Idem, rateando com base no custo de matéria-prima;
c) Idem, pelo Custeio Baseado em Atividades (ABC);
d) O valor e o percentual de lucro bruto de cada produto, em relação à receita,
segundo cada uma das três abordagens.
Contabilidade Gerencial 40