O documento resume quatro revoltas ocorridas no Brasil colonial entre os séculos 17 e 18: a Revolta de Beckman em 1684 no Maranhão, a Guerra dos Emboabas entre 1707-1709 em Minas Gerais, a Revolta de Felipe dos Santos em 1720 também em Minas Gerais, e a Guerra dos Mascates em 1710 em Pernambuco. As revoltas envolveram disputas locais por exploração de mão de obra indígena, disputa por terras auríferas, cobrança excessiva de impostos e aut
1. CENTRO EDUCACIONAL SESI – 404
Vera Cruz – Valinhos / SP.
Expectativas de Ensino e de Aprendizagens – 2º Ano - Ensino Médio.
Analisar criticamente as revoltas do período colonial, identificando as
diferentes versões para explicá-las e o uso político feito destas versões.
2. MOBILIZAÇÔES SOCIAIS NO BRASIL COLONIAL
Os Movimentos Nativistas: tinham caráter regional e questionavam
aspectos específicos, especialmente no que diz respeito ao Pacto Colonial.
1.1- Revolta de Beckman – MA /1684.
Participantes: Elite local; (Divergências entre Jesuítas x Fazendeiros no que
tange a exploração da mão de obra indígena)
Líderes: irmãos Beckman (Tomás e Manuel);
Motivos: descumprimento dos compromissos da Cia. de Comércio do
Maranhão na utilização de mão-de-obra indígena.
Descontentamento de elites locais (altos preços e má qualidade de
produtos).
A CIA. deveria fornecer 500 escravos por ano.
O Conflito: os rebeldes mantiveram por um mês o governo na região. Mas
a Coroa Portuguesa logo realizou uma violenta repressão e os líderes
foram enforcados. No final, foi normalizado o abastecimento de escravos
para a região e teve fim o monopólio de comércio de escravos.
3. 1.2- Guerra dos Emboabas - MG / 1707-1709.
Participantes: Bandeirantes (Paulistas) X Forasteiros (Emboabas);
Motivo: Disputa pela região aurífera;
O CONFLITO
A guerra começa com o cerco de Sabará pelos emboabas, incendiando
aldeias e matando pessoas.
Os paulistas procuram desforra em um novo conflito, mas novamente são
derrotados em uma sangrenta matança, no chamado Capão da Traição.
4. O Final da Guerra dos Emboabas foi desfavorável aos paulistas.
Com a derrota dos paulistas, alguns deles fossem para o oeste onde
descobririam novas jazidas de ouro nos atuais estados do MS, MG e GO.
Regulamentação da distribuição de lavras entre emboabas e paulistas
Regulamentação da cobrança do Quinto;
Divisão da Capitania de São Vicente: Capitania de São Paulo e Minas de
Ouro, e surgimento da Capitania do Rio de Janeiro;
São Paulo deixou de ser vila passa a ser cidade;
Acabam as guerras na região das minas, com a Metrópole assumindo o
controle administrativo da região.
Rio das Mortes / MG
5. 1.3- Revolta de Felipe dos Santos - MG / 1720.
Participantes: Elite local (mineradores, fazendeiros e comerciantes);
Motivos: cobrança excessiva de impostos e instalação das Casas de
Fundição;
O Conflito: Felipe entregou algumas reivindicações ao governador, com a
promessa de serem atendidas, mas logo depois ele é capturado e
enforcado, e com isso as Casas de Fundição se alastram pela região.
6. 1.4- Guerra dos Mascates – PE / 1710
Participantes: Senhores de Engenho de Olinda X Mascates de Recife.
Motivos: Causa básica: Recife obtém autonomia e Olinda não aceita.
Olinda: Endividamento e empobrecimento dos Senhores de Engenho de
Açúcar. (Latifundiários)
Recife: Os comerciantes reivindicavam maior participação política;
(Comerciantes Portugueses)
Início: elevação de Recife à categoria de Vila.
Resultados: com a intervenção da Coroa Portuguesa Recife foi elevada
à capital de PE.
8. Bibliografia Básica.
Resumo Básico das Rebeliões do Brasil Colonial. Disponível in:
<http://profedu.blogspot.com.br/2007/05/blog-post_28.html> Acesso em 06/02/2013.
Rebeliões e Revoltas no Brasil Colonial. Disponível in:
<http://www.colegiomondrone.com.br/images/works/12082010170705.pdf> Acesso em
06/02/2013 – Grifo Nosso.
9. Romanceiros da Inconfidência II
ou do Ouro Incansável)
Mil bateias vão rodando
sobre córregos escuros;
a terra vai sendo aberta
por intermináveis sulcos;
infinitas galerias
penetram morros profundos.
De seu calmo esconderijo,
o ouro vem, dócil e ingênuo;
torna-se pó, folha, barra,
prestígio, poder, engenho . . .
É tão claro! — e turva tudo:
honra, amor e pensamento.
10. Borda flores nos vestidos,
sobe a opulentos altares,
traça palácios e pontes,
eleva os homens audazes,
e acende paixões que alastram
sinistras rivalidades.
Pelos córregos, definham
negros a rodar bateias.
Morre-se de febre e fome
sobre a riqueza da terra:
uns querem metais luzentes,
outros, as redradas pedras
11. Ladrões e contrabandistas
estão cercando os caminhos;
cada família disputa
privilégios mais antigos;
os impostos vão crescendo
e as cadeias vão subindo.
Por ódio, cobiça, inveja,
vai sendo o inferno traçado.
Os reis querem seus tributos,
— mas não se encontram
vassalos.
Mil bateias vão rodando,
mil bateias sem cansaço.
12. Mil galerias desabam;
mil homens ficam sepultos;
mil intrigas, mil enredos
prendem culpados e justos;
já ninguém dorme tranqüilo,
que a noite é um mundo de
sustos.
Descem fantasmas dos morros,
vêm almas dos cemitérios:
todos pedem ouro e prata,
e estendem punhos severos,
mas vão sendo fabricadas
muitas algemas de ferro.
Cecília Meirelles