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Pneumonia é o nome que damos à infecção de um ou ambos os pulmões. Para sermos mais
precisos, a pneumonia é a infecção dos tecidos pulmonares e seus alvéolos. A pneumonia é uma
infecção causada habitualmente por bactérias, mas que também pode ser provocada por vírus
ou fungos.
Neste artigo vamos explicar as seguintes questões sobre pneumonia:
O que é pneumonia.
Como se pega pneumonia.
Sintomas da pneumonia.
Diferenças entre pneumonia e tuberculose.
Diagnóstico de pneumonia.
Tratamento da pneumonia.
O que são os alvéolos?
Para entender o que é a pneumonia é preciso antes conhecer um pouquinho a anatomia do
pulmão.
Leia o texto e acompanhe a figura abaixo para entender melhor as explicações. O ar que
respiramos entra pelo nariz e/ou boca e vai para a traqueia. A traqueia, ao chegar ao nível dos
pulmões, bifurca-se, formando os brônquios principais, um para o lado esquerdo, outro para o
direito; estes brônquios também se bifurcam, formando os bronquíolos, que por fim, acabam
nos alvéolos. Cada vez que ocorre uma bifurcação, as estruturas vão se tornando
progressivamente menores.
Anatomia dos pulmões (clique para ampliar)
Os alvéolos, que ficam no ponto final da árvore respiratória, são cavidades microscópicas que
estão em contato com a corrente sanguínea. Através deles são feitas as trocas dos gases
respirados (oxigênio e gás carbônico). O alvéolo entrega o oxigênio respirado para as hemácias
(glóbulos vermelhos) no sangue e recebe delas o gás carbônico produzido pelas células do
corpo. Portanto, como todos sabemos, inspiramos oxigênio e expiramos gás carbônico.
Na pneumonia, os alvéolos ficam cheios de secreções purulentas, impedindo a entrada e saída
dos gases. Nestes alvéolos acometidos pela infecção não há troca de oxigênio por gás carbônico.
Quantos mais alvéolos acometidos pela pneumonia, mais grave é o quadro. O paciente com
pneumonia extensa pode apresentar insuficiência respiratória, precisando ser intubado e
acoplado a um respirador artificial para conseguir manter o sangue adequadamente oxigenado.
Como se pega pneumonia?
A pneumonia pode ser causada, em ordem decrescente de frequência, por: bactérias, vírus,
fungos e parasitas. Nenhum destes germes que causa pneumonia é contagioso.
A maioria das pneumonias são de origem bacteriana. As bactérias que mais habitualmente
provocam pneumonia são: Streptococcus pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella
pneumoniae, Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis e Staphylococcus aureus (leia:
STAPHYLOCOCCUS AUREUS | Quais os riscos desta bactéria).
Na verdade, pegar pneumonia não é termo mais apropriado, uma vez que este passa a ideia de
transmissão da doença entre indivíduos. A pneumonia não é uma doença contagiosa como a
gripe ou tuberculose. Você pode entrar em contato com um paciente com pneumonia, que não
haverá risco de contaminação.
Como então surge a pneumonia? Nossos pulmões são órgãos expostos constantemente a
micróbios do ar e da nossa própria flora bacteriana da boca. Nós não ficamos doentes o tempo
todo porque o pulmão tem seus próprios mecanismos de defesa, que o mantém livre de
germes. Entre estes mecanismos podemos citar o reflexo de tosse, a presença de células do
sistema imunológico ao longo de todo trato respiratório e a existência de microscópicos cílios na
árvore brônquica que "varrem" os agentes invasores para fora das vias respiratórias.
O desenvolvimento da pneumonia depende da virulência do invasor, da quantidade de
micróbios que conseguem chegar aos pulmões e das condições imunológicas do paciente. Em
geral, uma pneumonia surge quando um germe agressivo consegue penetrar o trato respiratório
e encontra o sistema de defesa comprometido.
Situações triviais podem reduzir as defesas do sistema respiratório. Por exemplo: pacientes que
fumam apresentam um irritação constante de toda árvore brônquica e disfunção dos cílios
protetores. As células de defesa pulmonar também são afetadas pelo cigarro e não funcionam
tão bem. Tudo isso favorece o aparecimento de infecções respiratórias. Outro exemplo são os
pacientes com gripe. A lesão que o vírus da gripe provoca do sistema respiratório também
favorece a invasão de bactérias, que se aproveitam da redução da capacidade do paciente de
combater os germes que chegam às partes mais interiores do sistema respiratório. Pessoas
idosas naturalmente têm seu sistema imunológico mais fraco, o que as coloca sob maior risco de
desenvolver pneumonias. Do mesmo modo, pessoas já debilitadas por outras doenças, como
insuficiência cardíaca, alcoolismo ou diabetes, também apresentam maiores riscos.
Fatores de risco para pneumonia
Os principais fatores de risco para pneumonia são:
- Idade maior que 65 anos.
- Infecções respiratórias virais, como gripe.
- Tabagismo (leia: DOENÇAS RELACIONADAS AO CIGARRO / TABAGISMO).
- Doenças imunossupressoras ( HIV, transplante, câncer...).
- DPOC (bronquite crônica e enfisema pulmonar) (leia: DPOC | ENFISEMA E BRONQUITE
CRÔNICA).
- Usuários de drogas (leia: COCAÍNA | CRACK | Efeitos e complicações).
- Doentes acamados.
- Pessoas com redução do nível de consciência.
- Hospitalizações prolongadas.
- Pacientes em ventilação mecânica (em uso de respirador artificial).
- Pacientes com outra doença pulmonar prévia (sequelas de tuberculose, bronquiectasias,
fibrose cística, etc.)
Pneumonia por aspiração
Um tipo gravíssimo de pneumonia é a pneumonia por aspiração. Ocorre em pessoas que
vomitam e logo após aspiram o seu conteúdo. É um tipo de pneumonia comum em pacientes
com nível de consciência reduzido, que perdem a capacidade de tossir ou de engolir a própria
saliva, fazendo com que as secreções da cavidade oral caiam nas vias respiratórias. A via aérea
desta pessoa fica exposta a uma quantidade imensa de micróbios, muito maior do que o
habitual, favorecendo o desenvolvimento de pneumonia. Um exemplo comum é alguém que
bebeu muito e está em coma ou pré-coma alcoólico.
Sintomas da pneumonia
Os sinais e sintomas da pneumonia incluem tosse com expectoração, febre, calafrios, falta de ar,
dor no peito quando se respira fundo, vômitos, perda de apetite, prostração e dores pelo corpo.
Pode haver presença de sangue misturado ao escarro (leia: TOSSE E ESCARRO COM SANGUE). A
febre da pneumonia é geralmente alta.
É muito comum a pneumonia surgir como complicação de uma gripe. Muitas vezes o paciente
acaba atribuindo seus sintomas de pneumonia à gripe, demorando a procurar ajuda médica. É
preciso ter atenção a quadros de gripe que não melhoram, ou até pioram progressivamente,
principalmente se o paciente for idoso.
Pacientes acima de 60 anos ou com outras doenças, como insuficiência renal, insuficiência
cardíaca, cirrose, HIV ou uso de drogas imunossupressoras, podem apresentar um quadro mais
discreto, com pouca tosse e nenhuma febre. Às vezes, a pneumonia neste grupo se apresenta
apenas com prostração e alterações mentais, como desorientação e confusão mental.
Uma das complicações possíveis da pneumonia é a formação de derrame pleural (leia:
DERRAME PLEURAL | Tratamento, sintomas e causas), que colabora para o surgimento de
cansaço e falta de ar.
Nas pneumonias extensas, quando grande parte do tecido pulmonar está acometido, o paciente
pode entrar em insuficiência respiratória, sendo necessária a entubação orotraqueal, ventilação
mecânica e internação em unidade de terapia intensiva (UTI) (leia: ENTENDA O QUE ACONTECE
COM OS PACIENTES NA UTI).
Pneumonias atípicas
Pneumonia
Existe um grupo de bactérias, entre elas Mycoplasma, Legionella e Clamídia, que causam as
chamadas pneumonias atípicas. São formas que podem ter evolução mais lenta e com quadro
não tão óbvio de pneumonia.
Diferenças entre pneumonia e tuberculose
Muitos pacientes que apresentam um quadro de tosse e expectoração ficam assustados com a
possibilidade de terem tuberculose. A diferença está no tempo de evolução da doença. A
pneumonia é um quadro agudo que evolui em horas. O paciente fica mal com pouco tempo de
doença, procurando atendimento médico já nas primeiras 72 horas de doença. A tuberculose se
apresenta como um quadro mais arrastado, com os sintomas piorando gradativamente e o
paciente muitas vezes só procura atendimento médico várias semanas depois do início dos
sintomas.
Para mais informações sobre tuberculose, leia: TUBERCULOSE | Sintomas e tratamento.
Diagnóstico da pneumonia
O diagnóstico da pneumonia é feito normalmente com exame físico e uma radiografia de tórax.
Análises de sangue podem ajudar, mas não são imprescindíveis. Um bom médico é capaz de
diagnosticar uma pneumonia apenas com a história clínica e o exame físico.
RX tórax - Pneumonia no pulmão direito
A radiografia, por ser um exame barato e amplamente disponível, é normalmente solicitada
para confirmação do diagnóstico. Os alvéolos cheios de secreção aparecem como uma mancha
branca à radiografia de tórax, como se pode ver na foto ao lado
O hemograma do paciente com pneumonia apresenta uma grande elevação do número de
leucócitos, típico de infecções bacterianas (leia: ENTENDA OS RESULTADOS DO SEU
HEMOGRAMA).
Nos pacientes mais graves, que necessitam de hospitalização, normalmente tentamos identificar
qual é a bactéria responsável pela pneumonia. Podemos pesquisar a bactéria no sangue (através
da hemocultura) ou no próprio escarro do paciente. Em casos selecionados pode ser necessária
a coleta de secreções diretamente do pulmão, através da broncoscopia.
Tratamento da pneumonia
As pneumonias são divididas em comunitárias, quando adquiridas no dia-a-dia, e hospitalares,
quando surgem em pacientes hospitalizados. A pneumonia hospitalar é mais grave e mais difícil
de tratar, pois é normalmente causada por bactérias mais resistentes e acomete pacientes mais
fragilizados.
O tratamento das pneumonias bacterianas é feito com antibióticos por no mínimo oito dias. As
pneumonias comunitárias podem ser tratadas com antibióticos orais, porém, aquelas que
evoluem mal necessitam de internação hospitalar e antibióticos venosos.
As principais drogas usadas para as pneumonias comunitárias são a amoxacilina, azitromicina,
claritromicina, ceftriaxona, levofloxacino e moxifloxacino. Esperam-se sinais de melhora a partir
do terceiro dia de tratamento.
Pneumonias podem facilmente levar à sepse ( leia: O QUE É SEPSE / CHOQUE SÉPTICO ?) e
costumam ser importante causas de morte em idosos e pacientes imunossuprimidos.
Já existe vacina contra a pneumonia estreptocócica, causada pelo Streptococcus pneumoniae, o
tipo mais comum. Ela está indicada em crianças e pessoas acima dos 50 anos, mas não evita
pneumonias causadas por outros germes.
Pegar frio causa pneumonia?
A história do frio é muito difundida na população, mas apresenta apenas uma pequena parcela
de verdade. Como eu já expliquei, para se ter pneumonia é necessário uma infecção bacteriana;
não basta uma corrente de ar frio para nos infectar.
O que acontece é que no frio (no Brasil poucos lugares fazem realmente frio) o sistema de
defesa, principalmente os cílios das vias aéreas, funcionam de modo mais lentificado, o que
favorece a invasão de germes. No inverno as pessoas andam menos na rua e tendem a se
aglomerar em locais fechados, favorecendo a transmissão de vírus como o da gripe (leia:
DIFERENÇA ENTRE GRIPE E RESFRIADO). Como já referido, infecções respiratórias virais são
fatores de risco, principalmente em idosos, para o aparecimento de pneumonia.
Agora, ninguém pega pneumonia porque abriu a geladeira com o corpo molhado ou porque
pegou uma chuva saindo do trabalho ou do colégio. Felizmente, nosso sistema imune é
suficientemente forte para lidar com situações triviais como estas.
Pneumonia: causas, sintomas e tratamento

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Pneumonia: causas, sintomas e tratamento

  • 1. Pneumonia é o nome que damos à infecção de um ou ambos os pulmões. Para sermos mais precisos, a pneumonia é a infecção dos tecidos pulmonares e seus alvéolos. A pneumonia é uma infecção causada habitualmente por bactérias, mas que também pode ser provocada por vírus ou fungos. Neste artigo vamos explicar as seguintes questões sobre pneumonia: O que é pneumonia. Como se pega pneumonia. Sintomas da pneumonia. Diferenças entre pneumonia e tuberculose. Diagnóstico de pneumonia. Tratamento da pneumonia. O que são os alvéolos? Para entender o que é a pneumonia é preciso antes conhecer um pouquinho a anatomia do pulmão. Leia o texto e acompanhe a figura abaixo para entender melhor as explicações. O ar que respiramos entra pelo nariz e/ou boca e vai para a traqueia. A traqueia, ao chegar ao nível dos pulmões, bifurca-se, formando os brônquios principais, um para o lado esquerdo, outro para o direito; estes brônquios também se bifurcam, formando os bronquíolos, que por fim, acabam nos alvéolos. Cada vez que ocorre uma bifurcação, as estruturas vão se tornando progressivamente menores. Anatomia dos pulmões (clique para ampliar) Os alvéolos, que ficam no ponto final da árvore respiratória, são cavidades microscópicas que estão em contato com a corrente sanguínea. Através deles são feitas as trocas dos gases respirados (oxigênio e gás carbônico). O alvéolo entrega o oxigênio respirado para as hemácias (glóbulos vermelhos) no sangue e recebe delas o gás carbônico produzido pelas células do
  • 2. corpo. Portanto, como todos sabemos, inspiramos oxigênio e expiramos gás carbônico. Na pneumonia, os alvéolos ficam cheios de secreções purulentas, impedindo a entrada e saída dos gases. Nestes alvéolos acometidos pela infecção não há troca de oxigênio por gás carbônico. Quantos mais alvéolos acometidos pela pneumonia, mais grave é o quadro. O paciente com pneumonia extensa pode apresentar insuficiência respiratória, precisando ser intubado e acoplado a um respirador artificial para conseguir manter o sangue adequadamente oxigenado. Como se pega pneumonia? A pneumonia pode ser causada, em ordem decrescente de frequência, por: bactérias, vírus, fungos e parasitas. Nenhum destes germes que causa pneumonia é contagioso. A maioria das pneumonias são de origem bacteriana. As bactérias que mais habitualmente provocam pneumonia são: Streptococcus pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis e Staphylococcus aureus (leia: STAPHYLOCOCCUS AUREUS | Quais os riscos desta bactéria). Na verdade, pegar pneumonia não é termo mais apropriado, uma vez que este passa a ideia de transmissão da doença entre indivíduos. A pneumonia não é uma doença contagiosa como a gripe ou tuberculose. Você pode entrar em contato com um paciente com pneumonia, que não haverá risco de contaminação. Como então surge a pneumonia? Nossos pulmões são órgãos expostos constantemente a micróbios do ar e da nossa própria flora bacteriana da boca. Nós não ficamos doentes o tempo todo porque o pulmão tem seus próprios mecanismos de defesa, que o mantém livre de germes. Entre estes mecanismos podemos citar o reflexo de tosse, a presença de células do sistema imunológico ao longo de todo trato respiratório e a existência de microscópicos cílios na árvore brônquica que "varrem" os agentes invasores para fora das vias respiratórias. O desenvolvimento da pneumonia depende da virulência do invasor, da quantidade de micróbios que conseguem chegar aos pulmões e das condições imunológicas do paciente. Em geral, uma pneumonia surge quando um germe agressivo consegue penetrar o trato respiratório e encontra o sistema de defesa comprometido.
  • 3. Situações triviais podem reduzir as defesas do sistema respiratório. Por exemplo: pacientes que fumam apresentam um irritação constante de toda árvore brônquica e disfunção dos cílios protetores. As células de defesa pulmonar também são afetadas pelo cigarro e não funcionam tão bem. Tudo isso favorece o aparecimento de infecções respiratórias. Outro exemplo são os pacientes com gripe. A lesão que o vírus da gripe provoca do sistema respiratório também favorece a invasão de bactérias, que se aproveitam da redução da capacidade do paciente de combater os germes que chegam às partes mais interiores do sistema respiratório. Pessoas idosas naturalmente têm seu sistema imunológico mais fraco, o que as coloca sob maior risco de desenvolver pneumonias. Do mesmo modo, pessoas já debilitadas por outras doenças, como insuficiência cardíaca, alcoolismo ou diabetes, também apresentam maiores riscos. Fatores de risco para pneumonia Os principais fatores de risco para pneumonia são: - Idade maior que 65 anos. - Infecções respiratórias virais, como gripe. - Tabagismo (leia: DOENÇAS RELACIONADAS AO CIGARRO / TABAGISMO). - Doenças imunossupressoras ( HIV, transplante, câncer...). - DPOC (bronquite crônica e enfisema pulmonar) (leia: DPOC | ENFISEMA E BRONQUITE CRÔNICA). - Usuários de drogas (leia: COCAÍNA | CRACK | Efeitos e complicações). - Doentes acamados. - Pessoas com redução do nível de consciência. - Hospitalizações prolongadas. - Pacientes em ventilação mecânica (em uso de respirador artificial). - Pacientes com outra doença pulmonar prévia (sequelas de tuberculose, bronquiectasias, fibrose cística, etc.) Pneumonia por aspiração
  • 4. Um tipo gravíssimo de pneumonia é a pneumonia por aspiração. Ocorre em pessoas que vomitam e logo após aspiram o seu conteúdo. É um tipo de pneumonia comum em pacientes com nível de consciência reduzido, que perdem a capacidade de tossir ou de engolir a própria saliva, fazendo com que as secreções da cavidade oral caiam nas vias respiratórias. A via aérea desta pessoa fica exposta a uma quantidade imensa de micróbios, muito maior do que o habitual, favorecendo o desenvolvimento de pneumonia. Um exemplo comum é alguém que bebeu muito e está em coma ou pré-coma alcoólico. Sintomas da pneumonia Os sinais e sintomas da pneumonia incluem tosse com expectoração, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se respira fundo, vômitos, perda de apetite, prostração e dores pelo corpo. Pode haver presença de sangue misturado ao escarro (leia: TOSSE E ESCARRO COM SANGUE). A febre da pneumonia é geralmente alta. É muito comum a pneumonia surgir como complicação de uma gripe. Muitas vezes o paciente acaba atribuindo seus sintomas de pneumonia à gripe, demorando a procurar ajuda médica. É preciso ter atenção a quadros de gripe que não melhoram, ou até pioram progressivamente, principalmente se o paciente for idoso. Pacientes acima de 60 anos ou com outras doenças, como insuficiência renal, insuficiência cardíaca, cirrose, HIV ou uso de drogas imunossupressoras, podem apresentar um quadro mais discreto, com pouca tosse e nenhuma febre. Às vezes, a pneumonia neste grupo se apresenta apenas com prostração e alterações mentais, como desorientação e confusão mental. Uma das complicações possíveis da pneumonia é a formação de derrame pleural (leia: DERRAME PLEURAL | Tratamento, sintomas e causas), que colabora para o surgimento de cansaço e falta de ar. Nas pneumonias extensas, quando grande parte do tecido pulmonar está acometido, o paciente pode entrar em insuficiência respiratória, sendo necessária a entubação orotraqueal, ventilação mecânica e internação em unidade de terapia intensiva (UTI) (leia: ENTENDA O QUE ACONTECE COM OS PACIENTES NA UTI).
  • 5. Pneumonias atípicas Pneumonia Existe um grupo de bactérias, entre elas Mycoplasma, Legionella e Clamídia, que causam as chamadas pneumonias atípicas. São formas que podem ter evolução mais lenta e com quadro não tão óbvio de pneumonia. Diferenças entre pneumonia e tuberculose Muitos pacientes que apresentam um quadro de tosse e expectoração ficam assustados com a possibilidade de terem tuberculose. A diferença está no tempo de evolução da doença. A pneumonia é um quadro agudo que evolui em horas. O paciente fica mal com pouco tempo de doença, procurando atendimento médico já nas primeiras 72 horas de doença. A tuberculose se apresenta como um quadro mais arrastado, com os sintomas piorando gradativamente e o paciente muitas vezes só procura atendimento médico várias semanas depois do início dos sintomas. Para mais informações sobre tuberculose, leia: TUBERCULOSE | Sintomas e tratamento. Diagnóstico da pneumonia O diagnóstico da pneumonia é feito normalmente com exame físico e uma radiografia de tórax. Análises de sangue podem ajudar, mas não são imprescindíveis. Um bom médico é capaz de diagnosticar uma pneumonia apenas com a história clínica e o exame físico. RX tórax - Pneumonia no pulmão direito A radiografia, por ser um exame barato e amplamente disponível, é normalmente solicitada para confirmação do diagnóstico. Os alvéolos cheios de secreção aparecem como uma mancha branca à radiografia de tórax, como se pode ver na foto ao lado O hemograma do paciente com pneumonia apresenta uma grande elevação do número de leucócitos, típico de infecções bacterianas (leia: ENTENDA OS RESULTADOS DO SEU HEMOGRAMA). Nos pacientes mais graves, que necessitam de hospitalização, normalmente tentamos identificar qual é a bactéria responsável pela pneumonia. Podemos pesquisar a bactéria no sangue (através da hemocultura) ou no próprio escarro do paciente. Em casos selecionados pode ser necessária a coleta de secreções diretamente do pulmão, através da broncoscopia.
  • 6. Tratamento da pneumonia As pneumonias são divididas em comunitárias, quando adquiridas no dia-a-dia, e hospitalares, quando surgem em pacientes hospitalizados. A pneumonia hospitalar é mais grave e mais difícil de tratar, pois é normalmente causada por bactérias mais resistentes e acomete pacientes mais fragilizados. O tratamento das pneumonias bacterianas é feito com antibióticos por no mínimo oito dias. As pneumonias comunitárias podem ser tratadas com antibióticos orais, porém, aquelas que evoluem mal necessitam de internação hospitalar e antibióticos venosos. As principais drogas usadas para as pneumonias comunitárias são a amoxacilina, azitromicina, claritromicina, ceftriaxona, levofloxacino e moxifloxacino. Esperam-se sinais de melhora a partir do terceiro dia de tratamento. Pneumonias podem facilmente levar à sepse ( leia: O QUE É SEPSE / CHOQUE SÉPTICO ?) e costumam ser importante causas de morte em idosos e pacientes imunossuprimidos. Já existe vacina contra a pneumonia estreptocócica, causada pelo Streptococcus pneumoniae, o tipo mais comum. Ela está indicada em crianças e pessoas acima dos 50 anos, mas não evita pneumonias causadas por outros germes. Pegar frio causa pneumonia? A história do frio é muito difundida na população, mas apresenta apenas uma pequena parcela de verdade. Como eu já expliquei, para se ter pneumonia é necessário uma infecção bacteriana; não basta uma corrente de ar frio para nos infectar. O que acontece é que no frio (no Brasil poucos lugares fazem realmente frio) o sistema de defesa, principalmente os cílios das vias aéreas, funcionam de modo mais lentificado, o que favorece a invasão de germes. No inverno as pessoas andam menos na rua e tendem a se aglomerar em locais fechados, favorecendo a transmissão de vírus como o da gripe (leia: DIFERENÇA ENTRE GRIPE E RESFRIADO). Como já referido, infecções respiratórias virais são fatores de risco, principalmente em idosos, para o aparecimento de pneumonia. Agora, ninguém pega pneumonia porque abriu a geladeira com o corpo molhado ou porque pegou uma chuva saindo do trabalho ou do colégio. Felizmente, nosso sistema imune é suficientemente forte para lidar com situações triviais como estas.