1. CONTROLE DE TUBERCULOSE EM
HOSPITAIS, UNIDADES DE PRONTO
ATENDIMENTO, URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
JOSIMEIRE SANTIAGO FARIAS
ENFERMEIRA/ CCIH/HEGAB
14/06/2012
2. INTRODUÇÃO
A OMS declarou a Tuberculose como emergência mundial em 993:
Maior causa de morte por doença infecciosa em adultos
6,2 bilhões de pessoas(1/3 da população mundial) infectadas pelo
Micobacterium tuberculosis. No Brasil em 2011 foram notificados 69.245
casos novos.
Bahia- 3º lugar em número de casos, com 343 óbitos. Foram notificados em
2011 5.061 casos novos
...Descentralização para as UBS – diagnósticos ainda em hospitais.
...Estruturar a rede para fazer diagnósticos o mais precocemente possível
Objetivo:
Diminuir o sofrimento humano,
Reduzir os casos graves e óbitos,
Implantar as medidas de biossegurança necessárias à proteção dos
profissionais de saúde, outros pacientes e visistantes.
4. ASPECTOS HÍSTÓRICOS
Tempos pré- históricos - Múmia no Peru
Preparos exóticos, mudanças de clima
Século XIX: Sanatórios, isolamentos, montanhas
Diagnóstico :1824-estetoscópio, 1882 Robert Koch –
Mycobacterium tuberculosis( bacilo de koch)
Final século XIX, invenção do Rx
1908 Albert Calmette e Camille Guérin – isolamento da
cepa do Bacilo Calmette-Guérim (BCG)
1ª aplicação em criança:1921
1944:Invenção do 1º antibiótico estreptomicina(garganta
da galinha).
6. É uma doença grave, transmitida pelo
ar. A tuberculose pode atingir todos
os órgãos do corpo, mas atinge em
especial os pulmões.
O micro organismo causador da
doença é o bacilo de Koch,
cientificamente chamado
Mycobacterium tuberculosis.
8. Tuberculose
Dados Epidemiológicos Atuais
Casos anuais são estimados em 6,2 milhões de doentes no mundo, com 2
milhão de óbitos. A cada segundo uma pessoa é infectada
80% dos casos de tuberculose estão concentrados em 22 países. Apenas um
destes está situado na América Latina, o Brasil.
No Brasil, estima-se que mais de 63 milhões de pessoas estão infectadas pelo
bacilo da tuberculose.
Por ano são notificados aproximadamente 71 mil casos novos e de 4,6 mil
mortes em decorrência da doença.
Pessoas idosas, minorias étnicas e imigrantes estrangeiros são os mais
atingidos nos países desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento, o
predomínio é da população economicamente ativa (de 15 a 54 anos) e os
homens adoecem duas vezes mais do que as mulheres.
9. Tuberculose
EPIDEMIOLOGIA – TRANSMISSÃO
A infecção pelo bacilo da tuberculose pode ocorrer em qualquer idade.
Nem todas as pessoas expostas ao bacilo da tuberculose se tornam infectadas.
Estima-se que uma pessoas infectada, se não tratada, pode contaminar outras 15 no
espaço de um ano.
A probabilidade que a TB seja transmitida depende de alguns fatores:
Da contagiosidade do doente bacilífero fonte da infecção;
Do tipo de ambiente onde a exposição ocorreu;
Da duração da exposição.
10. Tuberculose
EPIDEMIOLOGIA - TRANSMISSÃO
10% das pessoas infectadas adoecem, metade durante os dois
primeiros anos após a infecção e a outra metade ao longo da vida.
O risco de progressão da infecção para a doença aumenta na
presença de situações que debilitem o sistema imunológico da
pessoa, como, por exemplo:
Diabetes Mellitus (DM);
Infecção pelo HIV;
Tratamento prolongado com corticosteroídes;
Terapia imunossupressora;
Doenças renais crônicas, entre outras.
12. 1º PASSO: Apesar de atingir vários
órgãos do corpo, a doença só é
transmitida por quem estiver infectado
com o bacilo nos pulmões.
13. 2º PASSO: A disseminação
acontece pelo ar. O espirro de
uma pessoa infectada joga no
ar, cerca de 2 milhões de
bacilos. Pela tosse cerca de
3,5 mil partículas são
liberadas.
15. 3º PASSO: Os bacilos da tuberculose
jogados no ar permanecem em suspensão
durante horas. Quem respira em um
ambiente por onde passou um tuberculoso
pode se infectar.
18. O indivíduo que entra em contato pela
primeira vez com o bacilo de Koch
não tem, ainda, resistência natural.
Mas adquire, se o organismo não
estiver desabilitado, consegue matar o
micro-organismo antes que ele se
instale como doença.
É, também,estabelecida a proteção
contra futuras infecções pelo bacilo.
20. Após um período de 15 dias, os bacilos
passam a se multiplicar facilmente nos
pulmões, pois ainda não há proteção
natural do organismo contra a doença.
Se o sistema de defesa não conseguir
“encurralar” o bacilo, instala-se a
tuberculose primária, caracterizada por
pequenas lesões (nódulos) nos
pulmões.
22. Com o tempo e sem tratamento, o avanço
da doença começa a provocar sintomas
mais graves.
De pequenas lesões, os bacilos cavam as
chamadas cavernas tuberculosas, no
pulmão, que costuma inflamar com
frequência e sangrar.
A tosse, nesse caso, não é seca, mas com
secreção purulenta e sangue. É a
chamada Hemoptise.
24. Tipos de tuberculose
A tuberculose não é uma doença
A tuberculose não é uma doença
exclusivamente pulmonar, isto é, que
exclusivamente pulmonar, isto é, que
atinge apenas os pulmões. Ela
atinge apenas os pulmões. Ela
também se manifesta em outros
também se manifesta em outros
órgãos e, nesse caso, é chamada de
órgãos e, nesse caso, é chamada de
tuberculose extra pulmonar e pode
tuberculose extra pulmonar e pode
ocorrer nos linfonodos, no sistema
ocorrer nos linfonodos, no sistema
urogenital, nos ossos, nas
urogenital, nos ossos, nas
articulações, no fígado, no baço, no
articulações, no fígado, no baço, no
sistema nervoso central e na pele.
sistema nervoso central e na pele.
Os sinais e sintomas associados a
Os sinais e sintomas associados a
cada uma dessas localizações são
cada uma dessas localizações são
variados e dependentes do órgão
variados e dependentes do órgão
acometido e do estado imunológico do
acometido e do estado imunológico do
indivíduo.
indivíduo.
25. Tuberculose extra-pulmonar
As infecções extra-pulmonares
normalmente ocorrem anos depois da
infecção pulmonar ou mesmo da
contaminação assintomática. O quadro
em geral é de febre persistente e
emagrecimento importante sem
identificação da causa.
26. Tuberculose Tuberculose na coluna
Tuberculose
na pele
na pele
27. tuberculose do
tuberculose do
sistema nervoso
sistema nervoso
central
central
29. O tratamento interrompido
fortalece o bacilo e pode trazer
de volta a doença que causou
pavor no passado.
Pode também causar um outro tipo
de tuberculose, a Tuberculose
Resistente.
31. Como o bacilo de Koch se
reproduz e se desenvolve
rapidamente em áreas do corpo
com muito oxigênio, o pulmão é
o principal órgão atingido pela
tuberculose.
34. Atualmente, consiste na principal
preocupação mundial em relação a
doença.
O abandono do tratamento faz com que os
bacilos tornam-se resistentes aos
medicamentos e estes deixam de surtir
efeito.
A tuberculose resistente pode desencadear
uma nova onda da doença virtualmente
incurável em todo mundo.
36. Tosse crônica ( o grande marcador da
doença é a tosse durante mais de 21 dias);
Febre;
Suor noturno (que chega a molhar o
lençol),
Dor no tórax;
Perda de peso lenta e progressiva;
Anorexia (falta de apetite e magreza);
Adinamia (não tem disposição para nada).
40. Diagnóstico Epidemiológico
• A propagação da tuberculose está intimamente
ligada às condições de vida da população.
• Sua prevalência é maior nas grandes cidades.
41. Diagnóstico Epidemiológico
– História de contato, intradomiciliar ou não, com uma
pessoa com tuberculose;
– Indivíduo oriundo de população que vive em
comunidade fechada (manicômios, presídios, abrigos,
asilos, e outros);
– Trabalhadores da área de saúde (principalmente
aqueles que trabalham com tuberculose e/ou AIDS);
– Populações de rua.
42. Diagnóstico Laboratorial - Baciloscopia
Baciloscopia do Escarro:
– Principal exame diagnóstico para TB pulmonar;
– Informação acerca da transmissibilidade
(pacientes bacilíferos são os
epidemiologicamente importantes)
– Detecta até 80% dos casos de TB pulmonar.
43. Diagnóstico Laboratorial - Baciloscopia
A baciloscopia direta do escarro deve ser solicitada para:
– Tosse por três ou mais semanas;
– Alterações pulmonares na radiografia de tórax;
– Contatos de casos de TB pulmonar bacilíferos.
44. E como saber se você é portador
assintomático da bactéria da tuberculose?
Existeum teste chamado de PPD ou teste
da tuberculina que é feito através da
inoculação subcutânea de proteínas do
bacilo de Koch morto. Após 48-72h é feita
a avaliação do grau de reação do corpo
ao material inoculado. O teste de PPD só
fica positivo após 12 semanas da
exposição a pessoas infectadas.
46. Em pessoas saudáveis, uma inflamação com o
centro eldorado maior que 15mm (1,5 cm) é
considerado positivo.
Em diabéticos e renais crônicos ou em
profissionais de saúde expostos
freqüentemente a pessoas infectadas, um
resultado maior que 10mm (1 cm) também é
considerado positivo. Em pessoas com SIDA
(AIDS) ou outra causa de imunossupressão 5
mm(0,5cm) já é considerado positivo.
Doentes com o PPD positivo são candidatos
ao tratamento contra tuberculose latente,
objetivando impedir uma futura reativação do
bacilo.
47. IMPORTANTE!!
Ospacientes deixam de transmitir
tuberculose após aproximadamente 15
dias de tratamento. Porém, podem voltar
a ser bacilíferos (transmissores do bacilo)
se não completarem o curso de 6 meses
de antibióticos.
A tuberculose não tratada leva a sepse
grave e morte.
49. Quadro 1. Esquema básico para adultos e
adolescentes – 2RHZE/4RH
Regime Fármacos e Faixa de Unidades/dose
doses em mg peso Meses
2RHZE RHZE 20 a 35kg 2 comprimidos
Fase 150/75/400/275 36 a 50kg 3 comprimidos 2
intensiva >50kg 4 comprimidos
4RH RH 20 a 35kg 1 cápsula 300/200
Fase de 300/200 ou 36 a 50kg 1 cápsula 300/200 + 1 cápsula 4
manutenção 150/100 150/100
>50kg 2 cápsulas 300/200
50. O tratamento dura em torno de 6
meses. Se o tuberculoso tomar as
medicações corretamente, as chances
de cura chegam a 95%.
É fundamental não interromper o
tratamento, mesmo que os sintomas
desapareçam.
O tratamento das formas latentes descrito
anteriormente é feito apenas com a
Isoniazida, também por 6 meses.
52. PROFILAXIA E CONTROLE
•
• Vacina BCG – 1º mês de vida
• Identificação precoce dos doentes e tratamento
• Programa de Tratamento Supervisionado para evitar
abandono
53. ESTRATÉGIAS ESPECIAIS DE BUSCA
ATIVA DE CASOS SUSPEITOS DE TB
Interromper a cadeia de transmissão-
descoberta precoce dos pacientes
bacilíferos(...), q são a única fonte de
infecção da doença.
Estratégia prioritária:
Busca ativa de SINTOMÁTICOS
RESPIRATÓRIOS – diagnóstico precoce/
interromper cadeia de transmissão
54. ESTRATÉGIAS ESPECIAIS DE BUSCA
ATIVA DE CASOS SUSPEITOS DE TB
Nos Hospitais gerais, clínicas e Emergência:
Interrogatório de todos os pacientes sobre a
presença e duração de tosse antes do
atendimento,
Os casos suspeitos devem ser isolados até o
resultado da baciloscopia, (fluxo)
Casos descobertos em hospitais: desfecho
desfavorável↔ gravidade do caso,
descontinuidade de tratamento pós alta.
55. ESTRATÉGIAS ESPECIAIS DE BUSCA
ATIVA DE CASOS SUSPEITOS DE TB
Os funcionários devem ser capacitados p
busca ativa e manejo adequado dos
casos
A transferência do paciente p/ outros
hospitais deve ser com Ficha de
Referência/Contra-Referência
Solicitar previamente a vaga,
Proceder Isolamento Respiratório após
diagnóstico de Tb positivo
56. MEDIDAS DE CONTROLE DA TUBERCULOSE
EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE-
BIOSSEGURANÇA
MEDIDAS ADMINISTRATIVAS:
Identificar imediatamente os SR
Munir os SR de máscaras cirúrgicas, priorizar atendimento e
promover isolamento,
Assegurar de imediato exames diagnóstico e iniciar tratamento dos
casos detectados,
Só internar pacientes c/ Tb se tiver indicação clínica, permanecer
em isolamento respiratório. Os demais encaminhar p tratamento na
Atenção Básica,
Evitar atendimento de pacientes suspeitos de tb em salas próximas
às pessoas, crianças ˂5anos, idosos e imunodeprimidos,
Evitar permanência ou internações desnecessárias na instituição.
Suspender isolamento em caso de 2 baciloscopias negativas...
57. MEDIDAS DE CONTROLE DA TUBERCULOSE
EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE-
BIOSSEGURANÇA
MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL:
Utilizar salas de espera bem ventiladas
Local adequado p/ coleta de escarro(privacidade do pcte)
Promover quartos/ enfermarias de isolameto de acordo c/ a
necessidade da instituição.
MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL:
Máscara N95 ou PFF2 é o EPI indicado. Deve ser usado nos casos:
- Profissionais de saúde nas áreas críticas(quarto de isolamento
resp. ambulatório de referência p/ SR, pacientes bacilíferos.
-Pessoas que entrem no isolamento( visitantes, profissionais de
saúde da unidade e do laboratório),
-Profissionais q transportam suspeitos de tb ou bacilíferos em
ambulâncias
58. ORIENTAÇÕES SOBRE PROCEDIMENTOS
LABORATORIAIS
colher pelo menos duas amostras de baciloscopia de todos os SR,
uma no 1º dia do atendimento outra no 2º dia em jejum
Assegurar que seja colhido das vias aéreas inferior(catarro)
Acondicionar adequadamente e encaminhar imediatamente ao Lab.
Registrar todas as baciloscopias no livro de registro adequado (...).
Solicitar a Cultura nos casos definidos pelo MS e encaminhar pa/ o
LACEM sob refrigeração em até 48 hs.
Fazer tese de sensibilidade (PPD) nos casos indicados( tb.
resistente, antecedentes de tratamento prévio de tb. Baciloscopia
positiva no 2º mês de tratamento, falência de tratamento e em
investigação em populações de risco.
59. ACESSO AOS MEDICAMENTOS DE P/
TRATAMENTO DE TB NOS HOSPITAIS E UPAS
Enviar solicitação do esquema indicado à Vigilãncia
Epidemiológica do Município.
ALTA HOSPITALAR: Observar as seguintes instruções:
Encaminhar o paciente à UBS c/ Ficha de Transferência, contendo
resultados de exames laboratoriais e tratamento realizado durante o
internamento.
Informar ao paciente sobre a continuidade do tratamento e em qual
unidade fará,
Pacientes com reação ao tratamento encaminhar para às Unidades
de Referência Secundária,
Fornecer ao paciente medicação para no mínimo 10 dias de
tratamento.
Entrar em contato c a UBS para saber se a paciente compareceu
lá.
Existe um teste chamado de PPD ou teste da tuberculina que é feito através da inoculação subcutânea de proteínas do bacilo de Koch morto. Após 48-72h é feita a avaliação do grau de reação do corpo ao material inoculado. O teste de PPD só fica positivo após 12 semanas da exposição a pessoas infectadas.