O documento discute namoros no ambiente de trabalho, observando que cerca de 40% dos namoros ocorrem entre colegas de trabalho. Apesar de a lei não proibir, demonstrações públicas de afeto podem gerar demissão. O texto fornece dicas para quem deseja namorar no trabalho, como diferenciar papéis profissionais de pessoais e controlar ciúmes para manter um bom clima organizacional.
1. Namoro nas Organizações
Amor, paixão, felicidade, troca de olhares, suor na testa e aquele “frio” na
barriga, fazem parte de um conjunto de emoções e sentimentos que podem evoluir
para um possível namoro. Já dizia Camões que “amor é fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que
desatina sem doer”. Se o amor, que é fogo, acontecer em bares, casas de amigos,
casas de parentes, tudo parece muito normal e até flui com certa naturalidade.
Mas, e se o “fogo” acontecer no ambiente de trabalho? As pessoas ficam mais
tempo no trabalho do que em qualquer lugar social, trabalham horas e horas com
colegas de trabalho, almoçam juntos, se conhecem melhor a cada dia,
provavelmente têm níveis educacionais iguais e podem até gostar de coisas
parecidas, então o relacionamento no trabalho pode se tornar algo inevitável. Uma
pesquisa realizada pelo Professor do Instituto de Psicologia da USP Ailton Amélio
da Silva, mostra que “cerca de 40% dos namoros acontecem entre pessoas que já
se conhecem”, incluindo os namoros dentro da empresa.
Para compreender os sentimentos de cada indivíduo e principalmente os do
grupo que estão inseridos, precisamos prever o comportamento de cada e, saber
que cada comportamento influi na organização. Vivemos em um mundo altamente
competitivo, o ambiente de trabalho está cada vez mais “atribulado”, então, os
gestores e líderes precisam de habilidades interpessoais para gerirem um bom
ambiente de trabalho, isto inclui também saber gerir o relacionamento entre os
funcionários.
Não existe nada na lei que impeça o namoro no trabalho, basta verificarmos
o artigo 5º da Constituição Federal, inciso X, que diz explicitamente “são
invioláveis a intimidade e a vida privada das pessoas”, entretanto, beijos, abraços,
demonstrações de carinho bem mais explícitas ou relações sexuais durante o
trabalho são extremamente proibidas, podendo gerar demissão por justa causa.
Como não existe nada na lei que impeça o namoro no trabalho, as empresas não
podem proibir, nem escreverem manuais, regulamentos e etc. com tal definição. O
que grande parte faz é proibir de forma implícita, ou seja, uma conversa informal
com as partes envolvidas. Proibir é a melhor maneira? Proibir é a melhor forma de
gerir os liderados?
E pra quem já está pensando em “engatar” um namoro em seu ambiente de
trabalho? Segue algumas dicas para que tudo ocorra da melhor maneira possível e
que seja “eterno enquanto dure”:
Dentro de um relacionamento que divide o mesmo ambiente de trabalho é
essencial que os dois saibam diferenciar os papéis que exercem. Portanto,
nada de carinhos, beijos, abraços e muitas “melosidades”, nem no
ambiente de trabalho, nem na intranet ou meios semelhantes (caso exista
na organização). É importante evitar também os apelidos amorosos, como
“amor”, “ursinho”, “fofura”, “paixão”, etc.
Não leve “restos” de DRs (as famosas discussões da relação) para o
ambiente de trabalho. Mais uma vez: aprenda a diferenciar os papeis, e, é
claro, sempre manter o bom humor com todos da organização,
principalmente não descontar a possível “raiva” em ninguém. Aliás, isso
vale também para os solteiros!
2. Tente controlar os ciúmes. Lembre-se que um clima organizacional
saudável é aquele onde todos convivem bem e em harmonia.
E, para finalizar, nunca esconda nada da diretoria ou gerência da
organização. Se existe o relacionamento é melhor assumir publicamente do
que virar alvo de fofocas.
Assumindo seu relacionamento com responsabilidade, cumprindo o que determina
a lei e o regulamento interno da empresa: bom trabalho, excelente namoro e seja
feliz!
Kaká Nascimento - Mestre em Comunicação, especialista em Marketing e
Comunicação Digital, e Gestão de Projetos, docente de pós graduação e
graduação, assessora de comunicação e marketing 360º.
Maurício Valadão – Mestrando em Administração, especialista em Gestão de
Pessoas por Competência e Coaching, docente de pós graduação e graduação,
gestor de recursos humanos e consultor organizacional.