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Canto I

                                     as armas e os barões assInalados
                                     Que, da oCIdental praIa lusItana,
                                     por mares nunCa dantes navegados
                                     passaram aInda além da taprobana,
                                     em perIgos e guerras esforçados,
                                     maIs do Que prometIa a força humana,
                                     e entre gente remota edIfICaram
                                     novo reIno, Que tanto sublImaram;



                                     e também as memórIas glorIosas
                                     daQueles reIs Que foram dIlatando
                                     a fé, o ImpérIo, e as terras vICIosas
                                     de ÁfrICa e de ÁsIa andaram
                                     devastando,
                                     e aQueles Que por obras valerosas
                                     se vão da leI da morte lIbertando:
                                     Cantando espalhareI por toda a
                                     parte,
                                     se a tanto me ajudar o engenho e
                                     arte.




                                             luís vaz de Camões – os lusíadas




fotos.sapo.pt/76LsJhqpZvjEA7C14f7r
e também as memórIas glorIosas
daQueles reIs Que foram dIlatando
a fé, o ImpérIo, e as terras vICIosas
de ÁfrICa e de ÁsIa andaram devastando,
e aQueles Que por obras valorosas
se vão da leI da morte lIbertando;
Cantando espalhareI por toda a parte,
se a tanto me ajudar o engenho e arte .

       luís vaz de Camões – os lusíadas




                                     Olhares .aeio.pt/luis_de_camoes_foto1059537.html - 22k
fonte: http://www.dIaadIa.pr.gov.br/tvpendrIve/arQuIvos/fIle/Imagens/4portugues/897.jpg




                                                                      Cessem do sÁbIo grego e do troIano
                                                                      as navegações grandes Que fIzeram;
                                                                      Cale-se de alexandro e de trajano
                                                                      a fama das vItórIas Que tIveram;
                                                                      Que eu Canto o peIto Ilustre lusItano ,
                                                                      a Quem neptuno e marte obedeCeram.
                                                                      Cesse tudo o Que a musa antIga Canta,
                                                                      Que outro valor maIs alto se a levanta.

                                                                              luís vaz de Camões – os
                                                                      lusíadas
muItas são as
InCertezas sobre o
perCurso de vIda do
maIs    Célebre     dos
esCrItores
portugueses. Contudo,
é possível, Completar
o      seu      esboço
bIogrÁfICo reCorrendo
a vÁrIos doCumentos
esCrItos.
       Começando pelo
loCal e data do seu
nasCImento,       logo
surgem as prImeIras
dúvIdas: 1524 ou 1525?
a terra natal do
poeta     terIa    sIdo   fonte: http://www.nenetteCh.Com/dIghtonroCk/baCkgrounds/palaCIo_dos_Corte_reaIs_-150.jpg



lIsboa? CoImbra?
Quando tudo aConteCeu...

1524 ou 1525: datas provÁveIs do
nasCImento de luís vaz de Camões, talvez
em lIsboa.
1548: desterro no rIbatejo; alIsta-se no
ultramar.
1549: embarCa para Ceuta; perde o olho
dIreIto numa esCaramuça Contra os mouros.
1551: regressa a lIsboa.
1552: numa brIga, fere um funCIonÁrIo da
CavalarIça real e é preso.
1553: é lIbertado; embarCa para o orIente.
1554: parte de goa em perseguIção a navIos
merCantes mouros, sob o Comando de
fernando de meneses.
1556: é nomeado provedor-mor em maCau;
naufraga nas Costas do Camboja.
1562: é preso por dívIdas não pagas e depoIs
lIbertado pelo vICe-reI Conde de redondo, de
Quem era protegIdo.
                                               fonte: http://2.bp.blogspot.Com/_pdtk-
1567: segue para moçambIQue.                   gYeQoI/r8rtoIurQeI/aaaaaaaaanw/lCu9l
                                               k8nlus/s320/selo%2bCam%C3%b5es.jpg
1570: regressa a lIsboa na nau santa
Clara.
1572: saI a prImeIra edIção d’os lusíadas.
1579 ou 1580: morre de peste, em lIsboa.
vão as serenas Águas

                                 vão as serenas Águas
                                 do mondego desCendo
                                 mansamente, Que até o mar não param;
                                 por onde mInhas mÁgoas
                                 pouCo a pouCo CreCendo,
                                 para nunCa aCabar se Começaram.

                                 alI se ajuntaram
                                 neste lugar ameno,
                                 aonde agora mouro,
fIg. – CoImbra no séCulo xvI     testa de nove e ouro,
                                 rIso brando, suave, olhar sereno,
                                 um gesto delICado,
                                 Que sempre na alma me estarÁ pIntado.

                                                                                         luís de Camões




                               fonte: http://ofICIna.CIenCIavIva.pt/~pw020/g7/lat2.htm
fonte: http://www.InfopedIa.pt/mostra_Imagem.jsp?reCId=20855

e vós, tÁgIdes mInhas, poIs CrIado
tendes em mI um novo engenho ardente,
se sempre, em verso humIlde, Celebrado
foI de mI vosso rIo alegremente,
daI-me agora um som alto e sublImado,
um estIlo grandíloQuo e Corrente,
por Que de vossas Águas febo ordene
Que não tenham Inveja às de hIpoCrene .

                       luís de Camões
Fonte: pt.trekearth.com/gallery/Europe/Portugal/South/Santarem/Abrantes/photo565758.htm
daI-me uma fúrIa grande e sonorosa,
e não de agreste avena ou frauta ruda ,
mas de tuba Canora e belICosa,
Que o peIto aCende e a Cor ao gesto muda.
daI-me Igual Canto aos feItos da famosa
gente vossa, Que a marte tanto ajuda;
Que se espalhe e se Cante no unIverso,
se tão sublIme preço Cabe em verso.


                                                       luís de Camões




fonte:http://www.fraternIdaderosaCruz.org/Camoes.jpg
as rImas são a prImeIra edIção da lírICa CamonIana,
feIta a partIr de CanCIoneIros manusCrItos, em 1595.




                          fonte: http://www.aCademIa.org.br/abl/medIa/bb_rhYthamas.bmp
fonte: o.CamInho.InvIsIvel.zIp.net
fonte: splIshsplashblog.blogspot.Com




                                       o.CamInho.InvIsIvel.zIp.net
fonte: www.prof2000.pt/.../modulo2/webQuest/Index.1.gIf




www.fraternidaderosacruz.org/camoes.jpg
amor é um fogo Que arde sem se ver

amor é um fogo Que arde sem se ver,
é ferIda Que dóI, e não se sente;
é um Contentamento desContente,
é dor Que desatIna sem doer.

é um não Querer maIs Que bem Querer;
é um andar solItÁrIo entre a gente;
é nunCa Contentar-se de Contente;
é um CuIdar Que ganha em se perder.

é Querer estar preso por vontade;
é servIr a Quem venCe, o venCedor;
é ter Com Quem nos mata, lealdade.

mas Como Causar pode seu favor
nos Corações humanos amIzade,
se tão ContrÁrIo a sI é o mesmo amor?

                                        fontes: www.nosCafora.be/.../Camoes.jpg
Que vençaIs no orIente tantos reIs,
                                               Que de novo nos deIs da índIa o estado,
                                               Que esCureçaIs a fama Que ganhado
                                               tInham os Que ganharam a InfIéIs;

                                               Que do tempo tenhaIs venCIdo as leIs,
                                               Que tudo, enfIm, vençaIs C’o tempo armado;
Fonte: 3.bp.blogspot.com/.../s400/camoes.bmp   maIs é venCer na pÁtrIa, desarmado,
                                               os monstros e as QuImeras Que venCeIs.

                                               e assI, sobre venCerdes tanto ImIgo,
                                               e por armas fazer Que, sem segundo,
                                               vosso nome no mundo ouvIdo seja,

                                               o Que vos dÁ maIs nome Inda no mundo
                                               é venCerdes, senhor, no reIno amIgo,
                                               tantas IngratIdões, tão grande enveja!
a d. sImão da sIlveIra, em resposta de outro seu, pelos
mesmos Consoantes, mandando-lhe perguntar Quem
fora o prImeIro poeta Que fIzera sonetos

de um tão felICe engenho, produzIdo
de outro, Que o Claro sol não vIu maIor,
é trazer Cousas altas no sentIdo,
todas dInas de espanto e de louvor.

museu foI antIQuíssImo esCrItor,
fIlósofo e poeta ConheCIdo,
dIsCípulo do músICo amador
Que C’o som teve o Inferno suspendIdo.

este pôde abalar o monte mudo,
Cantando aQuele mal, Que eu jÁ passeI,
do manCebo de abIdo mal sIsudo.

agora Contam jÁ (segundo aCheI),
                                                 fontes: http://www.aupper.pt/obras/Images/oslusIadas.jpg



tasso, e o nosso bosCão, Que dIsse tudo
dos segredos Que move o Cego reI.
ah, mInha dInamene assI deIxaste
Quem não deIxara nunCa de Querer-te!
ah, nInfa mInha, jÁ não posso ver-te,
tão asInha esta vIda desprezaste!

Como jÁ para sempre te apartaste
de Quem tão longe estava de perder-te?
puderam estas ondas defender-te
Que não vIsses Quem tanto magoaste?

nem falar-te somente a dura morte
me deIxou, Que tão Cedo o negro manto
em teus olhos deItado ConsentIste!

ó mar! ó Céu! ó mInha esCura sorte!
Qual pena sentIreI, Que valha tanto,
Que aInda tenho por pouCo o vIver trIste?




             Fonte: www.templodeapolo.net/.../big/ninfas03.jpg
apartava-se nIse de montano,
em Cuja alma partIndo-se fICava;
Que o pastor na memórIa a debuxava,
por poder sustentar-se deste engano.

pelas praIas do índICo oCeano
sobre o Curvo Cajado se enCostava,
e os olhos pelas Águas alongava,
Que pouCo se doíam de seu dano.

«poIs Com tamanha mÁgoa e saudade
— dezIa – QuIs deIxar-me a Que eu adoro,
por testemunhas tomo Céu e estrelas.

mas se em vós, ondas, mora pIedade,
levaI também as lÁgrImas Que Choro,
poIs assI me levaIs a Causa delas!




                                           www.malhatlantica.pt
«deIxo, deuses, atrÁs a fama antIga,
                                 Que Coma gente de rômulo alCançaram,
                                 Quando Com vIrIato, na InImIga
                                 guerra romana, tanto se afamaram;
                                 também deIxo a memórIa Que os obrIga
                                 a grande nome, Quando levantaram
                                 um por seu CapItão, Que, peregrIno,
                                 fIngIu na Cerva espírIto dIvIno.




fonte: members.fortuneCItY.Com
verdes são os
      Campos


verdes são os Campos
da Cor do lImão:
assI são os olhos
do meu Coração.

Campo, Que te
estendes
Com verdura bela;
ovelhas, Que nela
vosso pasto tendes;
d’ervas vos
mantendes
Que traz o verão,
e eu das lembranças
do meu Coração.

gado, Que paCeIs,
Co Contentamento
vosso mantImento          fonte: http://3.bp.blogspot.Com/_Itd-
não o entendeIs:          lsb8Qmu/sr30h2zu37I/aaaaaaaaaem/waz2dpbtngg/s400/paIsagem_olh
                          os_verdes.jpg

Isso Que ComeIs
não são ervas, não:
são graças dos olhos
do meu Coração


     luís vaz de Camões
oh, Como se me alonga, de ano em ano

                                                                                 oh, Como se me alonga, de ano em ano,
                                                                                 a peregrInação Cansada mInha!
                                                                                 Como se enCurta, e Como ao fIm CamInha
                                                                                 este meu breve e vão dIsCurso humano!

                                                                                 vaI-se gastando a Idade e CresCe o dano;
                                                                                 perde-se-me um remédIo, Que Inda tInha;
                                                                                 se por experIênCIa se adIvInha,
                                                                                 QualQuer grande esperança é grande engano.

                                                                                 Corro após este bem Que não se alCança;
                                                                                 no meIo do CamInho me faleCe,
                                                                                 mIl vezes CaIo, e perCo a ConfIança.

                                                                                 Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança,
                                                                                 se os olhos ergo a ver se Inda pareCe,
                                                                                 da vIsta se me perde e da esperança.




fonte:http://InCondICIonalmentevasCo.fIles.wordpress.Com/2008/03/Caravela2.jpg
Que me QuereIs perpétuas
            saudades?

Que me QuereIs perpétuas saudades?
Com Que esperanças aInda me enganaIs?
Que o tempo Que se vaI não torna maIs,
e se torna, não tornam as Idades.

razão é jÁ, ó anos!, Que vos vades,
porQue estes tão lIgeIros Que passaIs,
nem todos para um gosto são IguaIs,
nem sempre são Conforme as vontades.

aQuIlo Que jÁ QuIs é tão mudado
Que Quase é outra Cousa; porQue os dIas
têm o prImeIro gosto jÁ danado.

esperanças de novas alegrIas
não mas deIxa a fortuna e o tempo errado,
Que do Contentamento são espIas.


                                            fonte: http://farm4.statIC.flICkr.Com/3171/2738307582_14fa89C897.jpg?v=0
a luís de Camões

                                                                   sem lÁstIma e sem Ira o tempo
                                                                   arromba
                                                                   as heróICas espadas. pobre e trIste
                                                                   Á tua pÁtrIa nostÁlgICa voltaste,
                                                                   ó CapItão, para nela morrer
                                                                   e Com ela. no magICo deserto
                                                                   tInha-se a flor de portugal perdIdo
                                                                   e o Áspero espanhol, antes venCIdo,
                                                                   ameaçava o seu Costado aberto.
                                                                   Quero saber se aQuém da rIbeIra
                                                                   últIma Compreendeste humIldemente
                                                                   Que tudo o perdIdo, o oCIdente
                                                                   e o orIente, o aço e a bandeIra,
fonte:                                                             perdurarIa (alheIo a toda a humana
http://3.bp.blogspot.Com/_rj2bl4kmmae/se0m_7CIrII/aaaaaaaad_C/Qd
lmnxvjkeg/s400/Cam%C3%b5es.bmp
                                                                   mutaçao) na tua eneIda lusItana.

                                                                                     jorge luís borges
-"ó glórIa de mandar! ó vã CobIça
desta vaIdade a Quem Chamamos fama!
ó fraudulento gosto Que se atIça
Cua aura popular Que honra se Chama!
Que CastIgo tamanho e Que justIça
fazes no peIto vão Que muIto te ama!
Que mortes, Que perIgos, Que tormentas,
Que Crueldade neles experImentas!




                                          fonte:
                                          http://purl.pt/1229/1/d-394-
                                          v_jpg/d-394-v_jpg_24-C-r0072/d-394-
                                          v_t24-C-r0072.jpg
a lamentÁvel CatÁstrofe de d. Inês de
               Castro

da trIste, bela Inês, Inda os Clamores
andas, eCo Chorosa, repetIndo;
Inda aos pIedosos Céus andas pedIndo
justIça Contra os ímpIos matadores;

ouvem-se Inda na fonte dos amores
de Quando em Quando as nÁIades CarpIndo;
e o mondego, no Caso refleCtIndo,
rompe Irado a barreIra, alaga as flores:

Inda altos hInos o unIverso entoa
a pedro, Que da morte formosura
ConvosCo, amores, ao sepulCro voa:

mIlagre da beleza e da ternura!
abre, desCe, olha, geme, abraça e C'roa
a malfadada Inês na sepultura.


                                 boCage



                                           fonte: www.mulheresddInIs.blogspot.Com
"(...) CÁ, onde o mal se afIna e o bem se dana,
e pode maIs Que a honra a tIranIa;
CÁ, onde a errada e Cega monarQuIa
CuIda Que um nome vão a deus engana;
(...) CÁ neste esCuro Caos de Confusão,
CumprIndo o Curso estou da natureza.
vê se me esQueCereI de tI, sIão!"




                                                  fonte:
                                                  http://2.bp.blogspot.Com/_w3epfneC69Y/roujump4CxI/a
                                                  aaaaaaaafe/nmtkrYwl6Cg/s200/Camoes.jpg
Cantava a bela deusa Que vIrIam
                                                                                           do tejo, pelo mar Que o gama abrIra,
                                                                                           armadas Que as rIbeIras venCerIam
                                                                                           por onde o oCeano índICo suspIra;
                                                                                           e Que os gentIos reIs Que não darIam
                                                                                           a CervIz sua ao jugo, o ferro e Ira
                                                                                           provarIam do braço duro e forte,
                                                                                           até render-se a ele ou logo à morte.




fonte:http://www.Iep.umInho.pt/aaC/lIC/te/ate04/wQpI/wQCamonIana/Images/Caravela%201.jpg
transforma-se o amador na Cousa
                amada

transforma-se o amador na Cousa amada,
por vIrtude do muIto ImagInar;
não tenho logo maIs Que desejar,
poIs em mIm tenho a parte desejada.

se nela estÁ mInha alma transformada,
Que maIs deseja o Corpo de alCançar?
em sI sómente pode desCansar,
poIs ConsIgo tal alma estÁ lIada.

mas esta lInda e pura semIdeIa,
Que, Como o aCIdente em seu sujeIto,
assIm Co'a alma mInha se Conforma,
                                           fonte:
                                           http://mCebraga.fIles.wordpress.Com/2008/03/ponte.jpg

estÁ no pensamento Como IdeIa;
[e] o vIvo e puro amor de Que sou feIto,
Como matérIa sImples busCa a forma.
oh! Que famIntos beIjos na floresta,
                                                                e Que mImoso Choro Que soava
                                                                Que afagos tão suaves, Que Ira honesta!
                                                                Que em rIsInhos alegre se tornava!
                                                                o Que maIs passam na manhã e na sesta,
                                                                Que vénus Com prazeres Inflamava,
                                                                melhor é experImentÁ-lo Que julgÁ-lo;
                                                                mas julgue-o Quem não pode experImentÁ-lo

fontes: http://mulher50a60.weblog.Com.pt/arQuIvo/bottICellI_the_bIrth_of_venus_detaIl.jpg
erros meus, mÁ fortuna, amor ardente

erros meus, mÁ fortuna, amor ardente
em mInha perdIção se Conjuraram;
os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mIm bastava amor somente.

tudo passeI; mas tenho tão presente
a grande dor das Cousas Que passaram,
Que as magoadas Iras me ensInaram
a não Querer jÁ nunCa ser Contente.

erreI todo o dIsCurso de meus anos;
                                         fonte:
deI Causa [a] Que a fortuna CastIgasse   http://3.bp.blogspot.Com/_IIrQw6elhdw/rtjenh9kopI/aaaaaaaaaIs/Ix
                                         astflzduo/s1600-h/thoughts.bmp

as mInhas mal fundadas esperanças.

de amor não vI senão breves enganos.
oh! Quem tanto pudesse, Que fartasse
este meu duro génIo de vInganças!

                       luís de Camões
                                               trabalho realIzado por
                                             sIdónIo vIeIra , Curso efa - b3
                                                      (2008/2009)

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Camões

  • 1. Canto I as armas e os barões assInalados Que, da oCIdental praIa lusItana, por mares nunCa dantes navegados passaram aInda além da taprobana, em perIgos e guerras esforçados, maIs do Que prometIa a força humana, e entre gente remota edIfICaram novo reIno, Que tanto sublImaram; e também as memórIas glorIosas daQueles reIs Que foram dIlatando a fé, o ImpérIo, e as terras vICIosas de ÁfrICa e de ÁsIa andaram devastando, e aQueles Que por obras valerosas se vão da leI da morte lIbertando: Cantando espalhareI por toda a parte, se a tanto me ajudar o engenho e arte. luís vaz de Camões – os lusíadas fotos.sapo.pt/76LsJhqpZvjEA7C14f7r
  • 2. e também as memórIas glorIosas daQueles reIs Que foram dIlatando a fé, o ImpérIo, e as terras vICIosas de ÁfrICa e de ÁsIa andaram devastando, e aQueles Que por obras valorosas se vão da leI da morte lIbertando; Cantando espalhareI por toda a parte, se a tanto me ajudar o engenho e arte . luís vaz de Camões – os lusíadas Olhares .aeio.pt/luis_de_camoes_foto1059537.html - 22k
  • 3. fonte: http://www.dIaadIa.pr.gov.br/tvpendrIve/arQuIvos/fIle/Imagens/4portugues/897.jpg Cessem do sÁbIo grego e do troIano as navegações grandes Que fIzeram; Cale-se de alexandro e de trajano a fama das vItórIas Que tIveram; Que eu Canto o peIto Ilustre lusItano , a Quem neptuno e marte obedeCeram. Cesse tudo o Que a musa antIga Canta, Que outro valor maIs alto se a levanta. luís vaz de Camões – os lusíadas
  • 4. muItas são as InCertezas sobre o perCurso de vIda do maIs Célebre dos esCrItores portugueses. Contudo, é possível, Completar o seu esboço bIogrÁfICo reCorrendo a vÁrIos doCumentos esCrItos. Começando pelo loCal e data do seu nasCImento, logo surgem as prImeIras dúvIdas: 1524 ou 1525? a terra natal do poeta terIa sIdo fonte: http://www.nenetteCh.Com/dIghtonroCk/baCkgrounds/palaCIo_dos_Corte_reaIs_-150.jpg lIsboa? CoImbra?
  • 5. Quando tudo aConteCeu... 1524 ou 1525: datas provÁveIs do nasCImento de luís vaz de Camões, talvez em lIsboa. 1548: desterro no rIbatejo; alIsta-se no ultramar. 1549: embarCa para Ceuta; perde o olho dIreIto numa esCaramuça Contra os mouros. 1551: regressa a lIsboa. 1552: numa brIga, fere um funCIonÁrIo da CavalarIça real e é preso. 1553: é lIbertado; embarCa para o orIente. 1554: parte de goa em perseguIção a navIos merCantes mouros, sob o Comando de fernando de meneses. 1556: é nomeado provedor-mor em maCau; naufraga nas Costas do Camboja. 1562: é preso por dívIdas não pagas e depoIs lIbertado pelo vICe-reI Conde de redondo, de Quem era protegIdo. fonte: http://2.bp.blogspot.Com/_pdtk- 1567: segue para moçambIQue. gYeQoI/r8rtoIurQeI/aaaaaaaaanw/lCu9l k8nlus/s320/selo%2bCam%C3%b5es.jpg 1570: regressa a lIsboa na nau santa Clara. 1572: saI a prImeIra edIção d’os lusíadas. 1579 ou 1580: morre de peste, em lIsboa.
  • 6. vão as serenas Águas vão as serenas Águas do mondego desCendo mansamente, Que até o mar não param; por onde mInhas mÁgoas pouCo a pouCo CreCendo, para nunCa aCabar se Começaram. alI se ajuntaram neste lugar ameno, aonde agora mouro, fIg. – CoImbra no séCulo xvI testa de nove e ouro, rIso brando, suave, olhar sereno, um gesto delICado, Que sempre na alma me estarÁ pIntado. luís de Camões fonte: http://ofICIna.CIenCIavIva.pt/~pw020/g7/lat2.htm
  • 7. fonte: http://www.InfopedIa.pt/mostra_Imagem.jsp?reCId=20855 e vós, tÁgIdes mInhas, poIs CrIado tendes em mI um novo engenho ardente, se sempre, em verso humIlde, Celebrado foI de mI vosso rIo alegremente, daI-me agora um som alto e sublImado, um estIlo grandíloQuo e Corrente, por Que de vossas Águas febo ordene Que não tenham Inveja às de hIpoCrene . luís de Camões
  • 9. daI-me uma fúrIa grande e sonorosa, e não de agreste avena ou frauta ruda , mas de tuba Canora e belICosa, Que o peIto aCende e a Cor ao gesto muda. daI-me Igual Canto aos feItos da famosa gente vossa, Que a marte tanto ajuda; Que se espalhe e se Cante no unIverso, se tão sublIme preço Cabe em verso. luís de Camões fonte:http://www.fraternIdaderosaCruz.org/Camoes.jpg
  • 10. as rImas são a prImeIra edIção da lírICa CamonIana, feIta a partIr de CanCIoneIros manusCrItos, em 1595. fonte: http://www.aCademIa.org.br/abl/medIa/bb_rhYthamas.bmp
  • 12. fonte: splIshsplashblog.blogspot.Com o.CamInho.InvIsIvel.zIp.net
  • 14. amor é um fogo Que arde sem se ver amor é um fogo Que arde sem se ver, é ferIda Que dóI, e não se sente; é um Contentamento desContente, é dor Que desatIna sem doer. é um não Querer maIs Que bem Querer; é um andar solItÁrIo entre a gente; é nunCa Contentar-se de Contente; é um CuIdar Que ganha em se perder. é Querer estar preso por vontade; é servIr a Quem venCe, o venCedor; é ter Com Quem nos mata, lealdade. mas Como Causar pode seu favor nos Corações humanos amIzade, se tão ContrÁrIo a sI é o mesmo amor? fontes: www.nosCafora.be/.../Camoes.jpg
  • 15. Que vençaIs no orIente tantos reIs, Que de novo nos deIs da índIa o estado, Que esCureçaIs a fama Que ganhado tInham os Que ganharam a InfIéIs; Que do tempo tenhaIs venCIdo as leIs, Que tudo, enfIm, vençaIs C’o tempo armado; Fonte: 3.bp.blogspot.com/.../s400/camoes.bmp maIs é venCer na pÁtrIa, desarmado, os monstros e as QuImeras Que venCeIs. e assI, sobre venCerdes tanto ImIgo, e por armas fazer Que, sem segundo, vosso nome no mundo ouvIdo seja, o Que vos dÁ maIs nome Inda no mundo é venCerdes, senhor, no reIno amIgo, tantas IngratIdões, tão grande enveja!
  • 16. a d. sImão da sIlveIra, em resposta de outro seu, pelos mesmos Consoantes, mandando-lhe perguntar Quem fora o prImeIro poeta Que fIzera sonetos de um tão felICe engenho, produzIdo de outro, Que o Claro sol não vIu maIor, é trazer Cousas altas no sentIdo, todas dInas de espanto e de louvor. museu foI antIQuíssImo esCrItor, fIlósofo e poeta ConheCIdo, dIsCípulo do músICo amador Que C’o som teve o Inferno suspendIdo. este pôde abalar o monte mudo, Cantando aQuele mal, Que eu jÁ passeI, do manCebo de abIdo mal sIsudo. agora Contam jÁ (segundo aCheI), fontes: http://www.aupper.pt/obras/Images/oslusIadas.jpg tasso, e o nosso bosCão, Que dIsse tudo dos segredos Que move o Cego reI.
  • 17. ah, mInha dInamene assI deIxaste Quem não deIxara nunCa de Querer-te! ah, nInfa mInha, jÁ não posso ver-te, tão asInha esta vIda desprezaste! Como jÁ para sempre te apartaste de Quem tão longe estava de perder-te? puderam estas ondas defender-te Que não vIsses Quem tanto magoaste? nem falar-te somente a dura morte me deIxou, Que tão Cedo o negro manto em teus olhos deItado ConsentIste! ó mar! ó Céu! ó mInha esCura sorte! Qual pena sentIreI, Que valha tanto, Que aInda tenho por pouCo o vIver trIste? Fonte: www.templodeapolo.net/.../big/ninfas03.jpg
  • 18. apartava-se nIse de montano, em Cuja alma partIndo-se fICava; Que o pastor na memórIa a debuxava, por poder sustentar-se deste engano. pelas praIas do índICo oCeano sobre o Curvo Cajado se enCostava, e os olhos pelas Águas alongava, Que pouCo se doíam de seu dano. «poIs Com tamanha mÁgoa e saudade — dezIa – QuIs deIxar-me a Que eu adoro, por testemunhas tomo Céu e estrelas. mas se em vós, ondas, mora pIedade, levaI também as lÁgrImas Que Choro, poIs assI me levaIs a Causa delas! www.malhatlantica.pt
  • 19. «deIxo, deuses, atrÁs a fama antIga, Que Coma gente de rômulo alCançaram, Quando Com vIrIato, na InImIga guerra romana, tanto se afamaram; também deIxo a memórIa Que os obrIga a grande nome, Quando levantaram um por seu CapItão, Que, peregrIno, fIngIu na Cerva espírIto dIvIno. fonte: members.fortuneCItY.Com
  • 20. verdes são os Campos verdes são os Campos da Cor do lImão: assI são os olhos do meu Coração. Campo, Que te estendes Com verdura bela; ovelhas, Que nela vosso pasto tendes; d’ervas vos mantendes Que traz o verão, e eu das lembranças do meu Coração. gado, Que paCeIs, Co Contentamento vosso mantImento fonte: http://3.bp.blogspot.Com/_Itd- não o entendeIs: lsb8Qmu/sr30h2zu37I/aaaaaaaaaem/waz2dpbtngg/s400/paIsagem_olh os_verdes.jpg Isso Que ComeIs não são ervas, não: são graças dos olhos do meu Coração luís vaz de Camões
  • 21. oh, Como se me alonga, de ano em ano oh, Como se me alonga, de ano em ano, a peregrInação Cansada mInha! Como se enCurta, e Como ao fIm CamInha este meu breve e vão dIsCurso humano! vaI-se gastando a Idade e CresCe o dano; perde-se-me um remédIo, Que Inda tInha; se por experIênCIa se adIvInha, QualQuer grande esperança é grande engano. Corro após este bem Que não se alCança; no meIo do CamInho me faleCe, mIl vezes CaIo, e perCo a ConfIança. Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança, se os olhos ergo a ver se Inda pareCe, da vIsta se me perde e da esperança. fonte:http://InCondICIonalmentevasCo.fIles.wordpress.Com/2008/03/Caravela2.jpg
  • 22. Que me QuereIs perpétuas saudades? Que me QuereIs perpétuas saudades? Com Que esperanças aInda me enganaIs? Que o tempo Que se vaI não torna maIs, e se torna, não tornam as Idades. razão é jÁ, ó anos!, Que vos vades, porQue estes tão lIgeIros Que passaIs, nem todos para um gosto são IguaIs, nem sempre são Conforme as vontades. aQuIlo Que jÁ QuIs é tão mudado Que Quase é outra Cousa; porQue os dIas têm o prImeIro gosto jÁ danado. esperanças de novas alegrIas não mas deIxa a fortuna e o tempo errado, Que do Contentamento são espIas. fonte: http://farm4.statIC.flICkr.Com/3171/2738307582_14fa89C897.jpg?v=0
  • 23. a luís de Camões sem lÁstIma e sem Ira o tempo arromba as heróICas espadas. pobre e trIste Á tua pÁtrIa nostÁlgICa voltaste, ó CapItão, para nela morrer e Com ela. no magICo deserto tInha-se a flor de portugal perdIdo e o Áspero espanhol, antes venCIdo, ameaçava o seu Costado aberto. Quero saber se aQuém da rIbeIra últIma Compreendeste humIldemente Que tudo o perdIdo, o oCIdente e o orIente, o aço e a bandeIra, fonte: perdurarIa (alheIo a toda a humana http://3.bp.blogspot.Com/_rj2bl4kmmae/se0m_7CIrII/aaaaaaaad_C/Qd lmnxvjkeg/s400/Cam%C3%b5es.bmp mutaçao) na tua eneIda lusItana. jorge luís borges
  • 24. -"ó glórIa de mandar! ó vã CobIça desta vaIdade a Quem Chamamos fama! ó fraudulento gosto Que se atIça Cua aura popular Que honra se Chama! Que CastIgo tamanho e Que justIça fazes no peIto vão Que muIto te ama! Que mortes, Que perIgos, Que tormentas, Que Crueldade neles experImentas! fonte: http://purl.pt/1229/1/d-394- v_jpg/d-394-v_jpg_24-C-r0072/d-394- v_t24-C-r0072.jpg
  • 25. a lamentÁvel CatÁstrofe de d. Inês de Castro da trIste, bela Inês, Inda os Clamores andas, eCo Chorosa, repetIndo; Inda aos pIedosos Céus andas pedIndo justIça Contra os ímpIos matadores; ouvem-se Inda na fonte dos amores de Quando em Quando as nÁIades CarpIndo; e o mondego, no Caso refleCtIndo, rompe Irado a barreIra, alaga as flores: Inda altos hInos o unIverso entoa a pedro, Que da morte formosura ConvosCo, amores, ao sepulCro voa: mIlagre da beleza e da ternura! abre, desCe, olha, geme, abraça e C'roa a malfadada Inês na sepultura. boCage fonte: www.mulheresddInIs.blogspot.Com
  • 26. "(...) CÁ, onde o mal se afIna e o bem se dana, e pode maIs Que a honra a tIranIa; CÁ, onde a errada e Cega monarQuIa CuIda Que um nome vão a deus engana; (...) CÁ neste esCuro Caos de Confusão, CumprIndo o Curso estou da natureza. vê se me esQueCereI de tI, sIão!" fonte: http://2.bp.blogspot.Com/_w3epfneC69Y/roujump4CxI/a aaaaaaaafe/nmtkrYwl6Cg/s200/Camoes.jpg
  • 27. Cantava a bela deusa Que vIrIam do tejo, pelo mar Que o gama abrIra, armadas Que as rIbeIras venCerIam por onde o oCeano índICo suspIra; e Que os gentIos reIs Que não darIam a CervIz sua ao jugo, o ferro e Ira provarIam do braço duro e forte, até render-se a ele ou logo à morte. fonte:http://www.Iep.umInho.pt/aaC/lIC/te/ate04/wQpI/wQCamonIana/Images/Caravela%201.jpg
  • 28. transforma-se o amador na Cousa amada transforma-se o amador na Cousa amada, por vIrtude do muIto ImagInar; não tenho logo maIs Que desejar, poIs em mIm tenho a parte desejada. se nela estÁ mInha alma transformada, Que maIs deseja o Corpo de alCançar? em sI sómente pode desCansar, poIs ConsIgo tal alma estÁ lIada. mas esta lInda e pura semIdeIa, Que, Como o aCIdente em seu sujeIto, assIm Co'a alma mInha se Conforma, fonte: http://mCebraga.fIles.wordpress.Com/2008/03/ponte.jpg estÁ no pensamento Como IdeIa; [e] o vIvo e puro amor de Que sou feIto, Como matérIa sImples busCa a forma.
  • 29. oh! Que famIntos beIjos na floresta, e Que mImoso Choro Que soava Que afagos tão suaves, Que Ira honesta! Que em rIsInhos alegre se tornava! o Que maIs passam na manhã e na sesta, Que vénus Com prazeres Inflamava, melhor é experImentÁ-lo Que julgÁ-lo; mas julgue-o Quem não pode experImentÁ-lo fontes: http://mulher50a60.weblog.Com.pt/arQuIvo/bottICellI_the_bIrth_of_venus_detaIl.jpg
  • 30. erros meus, mÁ fortuna, amor ardente erros meus, mÁ fortuna, amor ardente em mInha perdIção se Conjuraram; os erros e a fortuna sobejaram, Que pera mIm bastava amor somente. tudo passeI; mas tenho tão presente a grande dor das Cousas Que passaram, Que as magoadas Iras me ensInaram a não Querer jÁ nunCa ser Contente. erreI todo o dIsCurso de meus anos; fonte: deI Causa [a] Que a fortuna CastIgasse http://3.bp.blogspot.Com/_IIrQw6elhdw/rtjenh9kopI/aaaaaaaaaIs/Ix astflzduo/s1600-h/thoughts.bmp as mInhas mal fundadas esperanças. de amor não vI senão breves enganos. oh! Quem tanto pudesse, Que fartasse este meu duro génIo de vInganças! luís de Camões trabalho realIzado por sIdónIo vIeIra , Curso efa - b3 (2008/2009)