I. O documento discute os movimentos de contestação social que ocorreram na década de 1960 e início dos anos 1970, principalmente entre os jovens. II. Duas estratégias principais de contestação foram identificadas: a "luta armada" inspirada na Revolução Cubana e a contracultura hippie defendendo "paz e amor". III. No Brasil, a contracultura se desenvolveu através do Cinema Novo, da Jovem Guarda e da Tropicália, enquanto canções também expressaram protestos contra o regime militar.
6. Proposta dos hippes: Trocar: o acúmulo de capital e de propriedades privadas, o domínio do homem pelas máquinas, armas e pela sociedade de consumo. Para: a vida simples, privilegiando a busca do prazer, a alegria, a integração com a natureza, desprezando todos os meios de dominação e controle. Trocar a força das armas pelo poder da flor. Lema: “PAZ e AMOR” http://www.youtube.com/watch?v=gM5dU-oKFes
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8. - Hino dos anos 60: Blowin’ in the wind , de Bob Dylan “ música de protesto” Before they're allowed to be free? Antes de poderem ser livres? Yes and how many times can a man turn his head, Sim e quantas vezes um homem pode virar a cabeça Pretend that he just doesn't see? Fingir que ele não vê The answer, my friend, is blowin' in the wind A resposta, meu amigo, está voando no vento The answer is blowin' in the wind. A resposta está voando no vento Yes and how many times must a man look up, Sim e quantas vezes um homem deve olhar pra cima Before he can see the sky? Antes de conseguir ver o céu? Yes and how many ears must one man have, Sim e quantos ouvidos um homem deve ter Before he can hear people cry? Pra poder conseguir ouvir as pessoas chorarem? Yes and how many deaths will it take till he knows Sim e quantas mortes serão necessárias até ele saber That too many people have died? Que pessoas demais morreram? The answer, my friend, is blowin' in the wind A resposta, meu amigo, está voando no vento The answer is blowin' in the wind A resposta está voando no vento Blowin’ in the wind Soprando o vento How many roads must a man walk down, Quantas estradas um homem deve percorrer Before you call him a man? Pra poder ser chamado de homem? How many seas must a white dove sail, Quantos oceanos uma pomba branca deve navegar Before she sleeps in the sand? Pra poder dormir na areia? Yes and how many times must cannonballs fly, Sim e quantas vezes as bolas de canhão devem voar Before they're forever banned? Antes de serem banidas pra sempre? The answer, my friend, is blowin' in the wind A resposta, meu amigo, está voando no vento The answer is blowin' in the wind A resposta está voando no vento Yes and how many years can a mountain exist, Sim e por quantos anos uma montanha pode existir Before it's washed to the seas (sea) Antes de ser lavada pelos oceanos? Yes and how many years can some people exist, Sim e por quantos anos algumas pessoas devem existir
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10. ' 'Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação. (...) Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade. (...). Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje! Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho (...).” (28 de agosto de 1963)
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18. Ela pensa em casamento E eu nunca mais fui à escola Sem lenço e sem documento, Eu vou... Eu tomo uma coca-cola Ela pensa em casamento E uma canção me consola Eu vou... Por entre fotos e nomes Sem livros e sem fuzil Sem fome, sem telefone No coração do Brasil... Ela nem sabe até pensei Em cantar na televisão O sol é tão bonito Eu vou... Sem lenço, sem documento Nada no bolso ou nas mãos Eu quero seguir vivendo, amor Eu vou... Por que não, por que não... Por que não, por que não... Por que não, por que não... Por que não, por que não... Alegria, Alegria Caetano Veloso Caminhando contra o vento Sem lenço e sem documento No sol de quase dezembro Eu vou... O sol se reparte em crimes Espaçonaves, guerrilhas Em cardinales bonitas Eu vou... Em caras de presidentes Em grandes beijos de amor Em dentes, pernas, bandeiras Bomba e Brigitte Bardot... O sol nas bancas de revista Me enche de alegria e preguiça Quem lê tanta notícia Eu vou... Por entre fotos e nomes Os olhos cheios de cores O peito cheio de amores vãos Eu vou Por que não, por que não...
19. Músicas de protesto: - cantadas principalmente nos Festivais. - grande engajamento político. http://www.youtube.com/watch?v=D_cQz6IElgc Pra não dizer que não falei de Flores Geraldo Vandré Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não Nas escolas, nas ruas Campos, construções Caminhando e cantando E seguindo a canção... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(2x) Pelos campos há fome Em grandes plantações Pelas ruas marchando Indecisos cordões Ainda fazem da flor Seu mais forte refrão E acreditam nas flores Vencendo o canhão... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(2x) Há soldados armados Amados ou não Quase todos perdidos De armas na mão Nos quartéis lhes ensinam Uma antiga lição: De morrer pela pátria E viver sem razão... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(2x) Nas escolas, nas ruas Campos, construções Somos todos soldados Armados ou não Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não... Os amores na mente As flores no chão A certeza na frente A história na mão Caminhando e cantando E seguindo a canção Aprendendo e ensinando Uma nova lição... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(4x)
20. Metáforas para driblar a Ditadura Militar: - muitos artistas utilizaram pseudônimos e metáforas em suas letras para enganar a censura. Exemplo: Chico Buarque vira Julinho de Adelaide Cálice Chico Buarque Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue...(2x) Como beber Dessa bebida amarga Tragar a dor Engolir a labuta Mesmo calada a boca Resta o peito Silêncio na cidade Não se escuta De que me vale Ser filho da santa Melhor seria Ser filho da outra Outra realidade Menos morta Tanta mentira Tanta força bruta... Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... Como é difícil Acordar calado Se na calada da noite Eu me dano Quero lançar Um grito desumano Que é uma maneira De ser escutado Esse silêncio todo Me atordoa Atordoado Eu permaneço atento Na arquibancada Prá a qualquer momento Ver emergir O monstro da lagoa... Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... De muito gorda A porca já não anda (Cálice!) De muito usada A faca já não corta Como é difícil Pai, abrir a porta (Cálice!) Essa palavra Presa na garganta Esse pileque Homérico no mundo De que adianta Ter boa vontade Mesmo calado o peito Resta a cuca Dos bêbados Do centro da cidade... Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... Talvez o mundo Não seja pequeno (Cálice!) Nem seja a vida Um fato consumado (Cálice!) Quero inventar O meu próprio pecado (Cálice!) Quero morrer Do meu próprio veneno (Pai! Cálice!) Quero perder de vez Tua cabeça (Cálice!) Minha cabeça Perder teu juízo (Cálice!) Quero cheirar fumaça De óleo diesel (Cálice!) Me embriagar Até que alguém me esqueça (Cálice!)
21. Acorda Amor Chico Buarque Acorda amor Eu tive um pesadelo agora Sonhei que tinha gente lá fora Batendo no portão, que aflição Era a dura, numa muito escura viatura Minha nossa santa criatura Chame, chame, chame lá Chame, chame o ladrão, chame o ladrão Acorda amor Não é mais pesadelo nada Tem gente já no vão de escada Fazendo confusão, que aflição São os homens E eu aqui parado de pijama Eu não gosto de passar vexame Chame, chame, chame Chame o ladrão, chame o ladrão Se eu demorar uns meses Convém, às vezes, você sofrer Mas depois de um ano eu não vindo Ponha a roupa de domingo E pode me esquecer Acorda amor Que o bicho é brabo e não sossega Se você corre o bicho pega Se fica não sei não Atenção Não demora Dia desses chega a sua hora Não discuta à toa não reclame Clame, chame lá, chame, chame Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão (Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)
22. “ Eu acredito muito nas formas culturais de educação política. Imagino que muitas vezes uma música educa muito mais do que trinta aulas de história, quarenta discursos, dez passeatas.” (Hebert de Souza, sociólogo)
23. IV- A aldeia global: Anos 60: popularização da TV no Brasil. Conseqüências: - mudanças de hábitos entre os brasileiros. - difusão do estilo de vida paulista e carioca (sede das transmissoras de TV). - impressionante crescimento da Rede Globo, uma das aliadas da Ditadura.