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ATLAS DE MICROSCOPIA
   CAFÉ TORRADO E MOÍDO
         (Coffea sp)
ATLAS DE MICROSCOPIA
   CAFÉ TORRADO E MOÍDO
         (Coffea sp)
Expediente
Fundação Ezequiel Dias
Presidente
Carlos Alberto Pereira Gomes ^
               /             â
                             ã
                             ^

Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Diretor Presidente
Dirceu Raposo de Mello


Atlas de Microscopia
Autores:
Equipe do Serviço de Microscopia de Produtos
DIVISA/DIOM/FUNED
Esmeire Cruz de Matos
Flaviane Cris na Lopes Matosinhos
Maria Eloiza Sampaio
Virginia del Carmen Troncoso Valenzuela
Wilson Aparecido Moreira
Carolina Rêlo Costa (estagiária)
Renata Pereira do Nascimento (colaboradora)


Projeto gráfico e diagramação
Rodrigo Cardoso de Araújo
Apresentação
Este ATLAS DE MICROSCOPIA, com ênfase em café torra-
do e moído, é fruto da experiência adquirida por profis-
sionais que ao longo dos anos se dedicaram ao trabalho
no Serviço de Microscopia da Fundação Ezequiel Dias,
contribuindo para a consolidação de um grupo técnico
e pesquisador de reconhecimento nacional.

A inexistência de compêndios similares no Brasil,
com produtos da agricultura nacional, torna esta
publicação um importante instrumento de consulta
e apoio técnico-cien fico necessário, tanto à Rede
Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária
como aos laboratórios direcionados ao controle de
qualidade no processo produ vo do café e poderá
auxiliar efe vamente o entendimento do tema.

Os capítulos iniciais deste ATLAS oferecem informa-
ções sobre o processo produ vo do café, desde o plan-
  o, colheita, processamento e armazenamento, como
também a morfologia e histologia do fruto do café.

A Parte III dá ênfase à iden ficação por métodos
morfoanatômicos de espécies vegetais u lizadas
como fraudes, tais como, milho, açaí, triguilho, ca-
cau, soja, feijão, cevada e arroz. Com esse intuito, o
ATLAS é ilustrado com inúmeras fotos coloridas ori-
ginais, elaboradas a par r do laminário de referên-
cia do Serviço de Microscopia de Produtos.

Em documento anexo o ATLAS apresenta a metodo-
logia analí ca para determinação de cascas e paus,
análise de matérias estranhas e observação do sedi-
mento em café torrado e moído.

Este trabalho somente foi possível pela ação conjunta
da ANVISA e FUNED demonstrando mais uma vez o
compromisso destas ins tuições com a qualificação e
confiabilidade das prá cas analí co-laboratoriais.

           Rita Maria Lopes Portocarrero Naveira
   Coordenadora da Divisão de Vigilância Sanitária/
                                      IOM/FUNED
Agradecimentos
 A construção deste Atlas é o resultado da
dedicação e empenho dos profissionais do
 Serviço de Microscopia de Produtos. Este
 trabalho não teria sido possível sem a ex-
 periência acumulada e as reflexões feitas
            pelo corpo técnico do Serviço.

 Somos muito gratos à Denise Maria Trom-
     bert do Departamento de Botânica da
 Universidade Federal de Minas Gerais, Gi-
 sélia Campos do Núcleo Global de Análise
  e Pesquisa, Flávio Silveira do SINDICAFÉ/
   MG, Gina Maria Bueno Quirino Cardozo
do CCQA/ITAL e Marize Silva de Oliveira do
  Laboratório de Micotoxinas e Micologia/
             Funed pelas valiosas revisões.

  Obrigada Almir José da Silva Filho e Este-
   la Mara Costa Arthuso, proprietários das
  fazendas Ervália e Bento, por permi rem
 o registro em fotos de toda cadeia produ-
   va do café. Ao Rodrigo Cardoso de Araú-
   jo agradecemos pela diagramação deste
                                      Atlas.

    Por fim, agradecemos à Fapemig pelo
 apoio ao projeto “Avaliação da Qualidade
do Café: microscopia, microbió ca fúngica
 e ocratoxinas” e à Anvisa pela publicação
                               deste Atlas.
SUMÁRIO

PARTE I: PROCESSO DE PRODUÇÃO DO CAFÉ .....................................................08
Plan o ................................................................................................................................................................................. 09
Colheita ............................................................................................................................................................................... 09
Pós-colheita ......................................................................................................................................................................... 10
Lavagem e separação .......................................................................................................................................................... 10
Processamento .................................................................................................................................................................... 11
Secagem ar ficial ................................................................................................................................................................ 12
Armazenamento .................................................................................................................................................................. 13
Beneficiamento ................................................................................................................................................................... 14
Referências bibliográficas .................................................................................................................................................... 14


PARTE II: O FRUTO DO CAFÉ ...................................................................................16
1. Morfologia e histologia da casca do fruto do café........................................................................................................... 17
    1.1 Pericarpo................................................................................................................................................................. 17
2. Morfologia e histologia da semente do café ................................................................................................................... 19
    2.1 Testa ........................................................................................................................................................................ 19
    2.2 Endosperma ............................................................................................................................................................ 20
Referências bibliográficas .................................................................................................................................................... 21

PARTE III: Café Torrado e Moído e fraudes ................................................................ 22
1.Fraudes do Café ................................................................................................................................................................ 24
    1.1 Cascas e Paus de Café ............................................................................................................................................. 25
    1.2 Milho....................................................................................................................................................................... 26
    1.3 Açaí ......................................................................................................................................................................... 28
    1.4 Triguilho .................................................................................................................................................................. 29
    1.5 Cacau ...................................................................................................................................................................... 30
    1.6 Soja ......................................................................................................................................................................... 31
    1.7 Feijão ...................................................................................................................................................................... 32
    1.8 Cevada .................................................................................................................................................................... 33
    1.9 Arroz ....................................................................................................................................................................... 34
    1.10 Caramelo de açúcar .............................................................................................................................................. 36
Referências bibliográficas .................................................................................................................................................... 37


ANEXO
METODOLOGIA - Determinação de cascas e paus, análise de matérias estranhas e
observação do sedimento em café torrado e moído ......................................................................... 38
1. Homogeneização da amostra .......................................................................................................................................... 39
2. Desengorduramento da amostra..................................................................................................................................... 40
3. Determinação quan ta va de cascas e paus .................................................................................................................. 43
4. Cálculo ............................................................................................................................................................................. 45
5. Análise de matérias estranhas ......................................................................................................................................... 46
6. Observação do sedimento ............................................................................................................................................... 46
Referências bibliográficas .................................................................................................................................................... 47
PARTE I
PROCESSO DE PRODUÇÃO DO CAFÉ
Café torrado e moído




                                                       O processo de produção de café contempla diversas
                                                       etapas desde sua cultura, colheita, secagem, à torre-
                                                       fação e moagem. Porém, a seguir, serão descritas as
                                                       principais etapas que foram observadas em fazendas
                                                       do interior de Minas Gerais durante o desenvolvi-
                                                       mento do projeto financiado pela Fapemig: “Avalia-
                                                       ção da Qualidade do Café: microscopia, microbió ca
                                                       fúngica e ocratoxinas” (CAG APQ-1191-3.12/07).

                     Fig.1 – Cultura de café


                                                       PLANTIO

                                                       O café pertence ao gênero Coffea da família Rubia-
                                                       ceae (Fig.1 e 2). Dentre as espécies cul vadas desta-
                                                       cam-se Coffea arabica, conhecida como café arábica,
                                                       e Coffea canephora, conhecida como café conilon ou
                                                       robusta. O café arábica é uma espécie originária das
                                                       florestas subtropicais da região serrana da E ópia
                                                       e se adequa ao clima tropical de al tude. Já o café
                                                       robusta é originário das regiões equatoriais baixas,
                                                       quentes e úmidas da bacia do Congo.
                  Fig.2 – Cafeeiro em floração



                                      Fig.3 – Estádios de maturação
COLHEITA

O café está pronto para a colheita
quando os frutos a ngem o estádio
“cereja”, no qual o fruto maduro apre-
senta-se vermelho ou amarelo confor-
me a variedade (Fig.3). A colheita pode
ser realizada por derriça manual no
pano ou mecanizada.

Na colheita do café por derriça, a área
sob as plantas é coberta com panos ou
plás cos limpos para que os frutos co-
lhidos não entrem em contato com o
solo, evitando assim, uma possível con-
taminação com fungos possivelmente
produtores de micotoxinas (Fig.4).

                                      Fig.4 – Colheita manual do café por derriça
                                                                                                               9
Atlas de Microscopia




     PÓS-COLHEITA

     Após a colheita, tanto por derriça manual no pano ou mecanizada (Fig.5), o café é subme do ao processo
     de limpeza e separação das impurezas, que pode ser feito por peneiramento manual (abanação), ven lação
     forçada ou por separadores de ar e peneira (máquinas de pré-limpeza).




                Fig.5 – Café cereja pós-colheita em diferentes estádios de maturação




     LAVAGEM e SEPARAÇÃO

     Mesmo com a retirada das impurezas (gravetos, terra,
     pedras, folhas, etc.) o café deve passar pelo lavador ou
     separador hidráulico (Fig.6) que promove a separação
     de acordo com o estádio de maturação dos frutos que
     apresentam diferentes densidades. Os frutos mais le-
     ves (bóias e secos) são separados dos pesados (cerejas
     e verdes). Frutos com diferentes graus de maturação,
     se mantidos juntos, resultam em bebida de qualidade
     inferior, por isso as duas parcelas resultantes da sepa-
     ração hidráulica (cerejas e bóias) devem ser secas e ar-
     mazenadas separadamente.


                                   Fig. 6 - Lavador e separador hidráulico




10
Café torrado e moído




PROCESSAMENTO

No processamento via seca os frutos do café,
após a pré-limpeza, lavagem e separação das
frações (cereja, verde e bóia) são encaminha-
dos para a secagem em terreiro (chão, cimen-
to, asfalto) ou para secadores ar ficiais. A seca-
gem natural dos frutos do café é realizada pela
exposição do café ao sol em terreiros (Fig.7).

                       Fig. 7 – Secagem natural dos frutos do café




                                         Fig.8 – Secagem natural dos grãos descascados


                                                     Esse po de processamento também pode ser conduzi-
                                                     do com prévio descascamento dos cafés cereja e verde,
                                                     porém mantendo-se a mucilagem que envolve o grão
                                                     (Fig.8). Os grãos descascados são então encaminhados
                                                     para secagem.




Atualmente, também se trabalha com ter-
reiros suspensos (Fig.9), de tela de sombri-
te, cobertos ( po estufa) ou não, de onde se
obtém cafés de bebidas finas. Pode-se, no
primeiro ou no segundo dia, trabalhar com
o café no terreiro comum até perder a muci-
lagem e após esse período transferir para o
terreiro suspenso.

O terreiro suspenso de tela vem sendo muito
recomendado, pois sua estrutura evita o con-
tato do café com o solo, recebe maior aeração,
tanto por cima como por baixo, impede o ata-
que de microrganismos e garante um produto
com secagem uniforme e de melhor qualida-
de. O uso de cobertura com plás co translúci-
do é aconselhável nas regiões onde a colheita          Fig. 9 – Terreiro de tela suspensa

coincide com a época das chuvas (Fig.9).


                                                                                                              11
Atlas de Microscopia




     SECAGEM ARTIFICIAL

     Existem diferentes modelos de secadores comercialmente disponíveis, recomendando-se u lizar, de prefe-
     rência, secadores com fornalha de fogo indireto (Fig. 10 e 11) ou queimador de gás, para evitar que o café
     adquira odor de fumaça. Pode-se usar a própria casca do café como combus vel. O secador deve ser carrega-
     do com café apresentando teor uniforme de umidade, o que permite o mizar o processo de secagem. O café
     muito úmido, de início de colheita, com muitos frutos cerejas e verdes, deve passar por uma pré-secagem em
     terreiro ou pré-secador antes de ir para o secador.




                                                        Fig. 10 – Secador vertical com fogo indireto




             Fig. 11 – Secador horizontal


12
Café torrado e moído




                                         ARMAZENAMENTO

                                         Consiste em estocar o café em coco (fruto seco do
                                         café), após a secagem e antes do beneficiamento.
                                         São u lizadas tulhas para o acondicionamento do
                                         café a granel (Fig.12) e para o café beneficiado são
                                         u lizadas sacas de aniagem (Fig.13).



                Fig. 12 – Armazenamento do café em coco em tulha




Fig. 13 – Acondicionamento de café beneficiado em sacas de aniagem


                                                                                               13
Atlas de Microscopia




     BENEFICIAMENTO

     O beneficiamento deve ser feito, preferencialmente, pouco tempo antes
     da comercialização do produto. Isso porque o café em coco, quando ar-
     mazenado adequadamente tende a manter as suas características, como
     cor natural e graus de umidade entre 11 e 12% por muitos meses.

     De acordo com o Manual de Segurança e Qualidade para a Cultura do
     Café (2004), o beneficiamento é uma operação pós-colheita que trans-
     forma, pela eliminação das cascas e separação dos grãos, o fruto seco
     em grãos de café. Posteriormente, o grão de café é submetido à torre-
     fação (Fig.14), onde ocorrem mudanças químicas e físicas, desenvolven-
     do cor, aroma e sabor. Feito isso, o café deve ser moído pelo sistema a
     martelo ou a rolos.

     Para a avaliação da qualidade do café é utilizada a “prova de xícara”,
     realizada por degustadores treinados que classificam o café através de
     atributos sensoriais como sabor, aroma e textura oral (Fig.15 e 16). A
     classificação do café pelo teste da bebida é um dos parâmetros utiliza-
     dos para identificar padrões de qualidade e identidade do café segundo
     a Comissão Nacional de Normas e Padrões de Alimentos.

     O processo de torrefação e moagem de café é, basicamente, o mesmo em
     todas as empresas do ramo. O que diferencia, em princípio, uma unidade da
                                                                                             Fig. 15– Degusta
     outra é a automa zação do processo de envasamento - embalagem (Fig.17)
     e a cor final do produto, determinada pelo grau de torrefação.



     REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

     CHALFOUN, S.M. Glossário de Termos Utilizados na Cafeicultura. 1.
     ed. Lavras: EPAMIG-CTSM, 2008. 305 p.

     EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Manual de se-
     gurança e qualidade para a cultura do café. (Qualidade e Seguran-
     ça dos Alimentos) Projeto PAS Campo. Convênio CNI/SENAI/SEBRAE/
     EMBRAPA. Brasília: EMBRAPA/SEDE, 2004.

     CARVALHO, V. D.; CHAGAS, S. J.R.; SOUZA, CHALFOUN, S.M.. Fatores
     que afetam a qualidade do café. Informe Agropecuário. Qualidade
     do café. Belo Horizonte: EPAMIG, v. 18, n.187, p.5- 20, 1997.
                                                                                 Fig. 17 – Envasamento do pro



14
Café torrado e moído




                    Fig. 14 – Torrefação dos grãos de café




egustador de café
                                    Fig. 16 – Prova de xícara




do produto final



                                                             15
PARTE II
O FRUTO DO CAFÉ




    Fig. 1 - Frutos maduros de café.
Café torrado e moído




O fruto do café é uma drupa
carnosa de forma globosa ou
ovóide que contém, geral-
mente, duas sementes (Fig.
3). Quando maduro o café
(cereja) exibe uma cor ver-
melha, amarela ou laranja,
dependendo da espécie, com
super cie lisa e brilhante (Fig.
1). Quando seco (em coco) o
café apresenta super cie ru-
                                     Fig. 2 - Fruto do                  Fig. 3 - Fruto em corte transversal
gosa e enegrecida, com pe-                                                 com duas sementes (6.3x).
                                     café seco (6.3x).
dúnculo (Fig. 2).


                                      Fig. 5 - Mesocarpo (m) com
    Fig. 4 - Exocarpo (ex) (6.3x)
                                    feixes vasculares ( setas) (6.3x)

                                                                               1. Morfologia e
                                                                               Histologia da
                                                                               Casca do Fruto
                                                                               do Café

                 ex                                                            1.1 Pericarpo
                                                  m
                                                                               O pericarpo cons tui a casca do
                                                                               café e se separa em duas par-
                                                                               tes dis ntas: uma externa que
                                                                               é dividida em exocarpo (ex) e
                                                                               mesocarpo (m) e uma interna,
                                                                               o endocarpo (e). O exocarpo
                                                                               tem a cor pardo-escura (Fig. 4)
                                                                               e apresenta estômatos e célu-
                                                                               las poligonais (Fig. 6), enquan-
                                                                               to o mesocarpo contém feixes
                                                                               vasculares visíveis macroscopi-
                                                                               camente (Fig. 5) acompanha-
                                                                               dos por fibras e parênquima de
                                                                               células poligonais (Fig. 7).



     Fig. 6 - Exocarpo em vista
                                           Fig. 7 - Mesocarpo
       frontal apresentando
                                          dissociado e corado
     estômatos (setas). Corado
                                          com azul de astra e
       com azul de astra e sa-
                                           safranina (200x).
           franina (200x).
                                                                                                                  17
Atlas de Microscopia




     O endocarpo (e) é a camada interna do pericarpo, de aspecto pergaminoso, dura e fina, que envolve in-
     dependentemente cada semente, também é conhecido como pergaminho (Fig. 8 e 9). É cons tuído por
     fibras esclerenquimá cas alongadas com entrelaçamento pico (Fig. 10), com lúmen estreito e pontoações
     arredondadas (Fig. 11).




                                           e



               Fig. 8 - Semente do café reves-                              Fig. 9 - Fragmentos de
              tida pelo endocarpo (e) (6.3x).                                 endocarpo (6.3x).




            Fig. 10 - Fibras do endocarpo dissociado e corado com azul de astra e safranina (200x).




           Fig. 11 - Detalhe das pontoações (setas) em vista frontal, coradas com azul de astra e safranina (1000x).


18
Café torrado e moído




2. Morfologia e Histologia da Semente do Café

A semente é a forma de propagação do cafeeiro, apresenta-se plana convexa, elíp ca ou oval, sulcada longi-
tudinalmente na face plana (Fig. 12) e é cons tuída pela testa (te - a casca da semente até então denominada
espermoderma), endosperma e embrião.

   2.1 Testa

   A testa é uma película prateada, excessivamente fina e aderente à semente (Fig. 13), apresenta fibras alon-
   gadas com células de paredes espessadas (Fig. 14) e lúmen aberto com pontoações oblíquas (Fig. 15).




           Fig. 12 - Semente do café                              Fig. 13 - Aspecto da película
        revestida pela testa (te) (6.3x).                          prateada da testa (400x).




              Fig. 14 - Fibras da                              Fig. 15 - Detalhe das pontoações
                 testa (400x).                                oblíquas (seta) das fibras (1000x).

                                                                                                               19
Atlas de Microscopia




        2.2 Endosperma


            A maior parte da semente é cons tuída pelo endosperma (Fig. 16), que se apresenta microscopicame-
        ne com células poliédricas ou isodiamétricas cujas paredes celulósicas se tornam mais grossas e nodosas
        da periferia para a parte central da semente (Fig.17). No café cru estas células apresentam go culas de
        natureza lipídica que adquirem coloração pardo-avermelhada quando torrados (Fig.17).




                                  Fig. 16 – Semente após remoção da testa, retida
                                         apenas no interior da fenda (6.3x).




                                   Fig. 17 – Endosperma constituído de células
                                  poliédricas e gotículas lipídicas (setas) ( 200x).



20
Café torrado e moído




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


CHALFOUN, S.M. Glossário de Termos Utilizados na Cafeicultura. Lavras: EPAMIG-CTSM, 2008. 305 p.

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WINTON, A.L.; WINTON, K.B. The Structure and Composition of Foods, U.S.A: Braunworth & CO., INC.,
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                                                                                                         21
Atlas de Microscopia



                                  PARTE III
                            CAFÉ TORRADO E MOÍDO




22
Café torrado e moído




                                                                        O grão beneficiado é o endosperma
                                                                        do café que já foi separado das de-
                                                                        mais camadas do fruto seco (casca
                                                                        e pergaminho) e subme do a trata-
                                                                        mento térmico adequado até a n-
                                                                        gir o ponto de torra escolhido (Fig.
                                                                        18). No Brasil, as caracterís cas de
                                                                        iden dade e de qualidade para o
                                                                        café beneficiado estão con das em
                                                                        Regulamentos Técnicos, tanto do
                                                                        Ministério da Agricultura, Pecuária
                                                                        e Abastecimento, como da Agência
              Fig. 18 - Grãos de café torrados (6.3x).                  Nacional de Vigilância Sanitária.

O café torrado e moído apresenta par culas com forma e coloração variadas, que sofrem influência do po
de moagem u lizada e do processo de torrefação. Quando moído, o pó do café pode assumir dois pos de
conformação: arredondados (Fig. 19) ou irregulares (Fig. 20).




                      Fig. 19 - Pó constituído por partículas arredondadas (20x).




                        Fig. 20 - Pó constituído por partículas irregulares (20x).


                                                                                                               23
Atlas de Microscopia




                            1. Fraudes do Café

                            O café torrado e moído apresenta
                            impurezas oriundas da colheita e do
                            beneficiamento não apropriado do
                            fruto, como as cascas e paus. Po-
                            rém, partes de outras espécies ve-
                            getais, geralmente de custo inferior,
                            têm sido u lizadas intencionalmente
                            para fraudar o café. Este material es-
                            tranho ao café altera sua qualidade,
                            acarretando danos ao consumidor,
                            sejam eles de ordem econômica ou
                            até mesmo à sua saúde. No Brasil, as
                            adulterações encontradas com maior
                            frequência no café torrado e moído
                            são: milho (Zea mays), soja (Glycine
                            max), cevada (Hordeum vulgare) e
                            arroz (Oryza sa va). Porém, novas
                            espécies vegetais estão sendo intro-
                            duzidas como fraude: açaí (Euterpe
                            sp) e triguilho (Tri cum sp).

                            A detecção de fraudes em café torra-
                            do e moído é realizada por microsco-
                            pia óp ca, que permite a visualização
                            histológica caracterís ca de cada es-
                            pécie vegetal presente no produto,
                            permi ndo avaliar o grau de pureza
                            do café. Entretanto, as impurezas e
                            as substâncias u lizadas nas fraudes
                            são impercep veis a olho nu, devido
                            à cor castanho-escura do café torra-
                            do e moído, sendo necessário que
                            a amostra receba um desengordu-
                            ramento prévio feito com solvente
                            orgânico de peso específico alto (clo-
                            rofórmio), para que tais substâncias
                            tornem-se visíveis ao exame à lupa.




24
Café torrado e moído




1.1 Cascas e Paus de
Café

No Brasil, a principal fraude do
café em pó está ligada ao apro-
veitamento da casca do pró-
prio café (Fig. 21 - 23). Sabe-se
que os contaminantes usados
para fraudar o café torrado e
moído devem possuir algumas
caracterís cas específicas, sen-
do elas, baixo valor econômico
(em relação ao café), disponi-
bilidade no mercado, e simila-
ridade ao café após a torração        Fig. 21 - Café com cascas e paus (12.5x).
e moagem. A casca do café pre-
enche todas estas condições.

Vários meios têm sido empre-
gados para encobrir ou mas-
carar a presença da casca no
pó: torração elevada, moagem
fina, emprego somente do per-
gaminho (endocarpo), prove-
niente de cafés despolpados.
Este úl mo caso talvez tenha
sido u lizado com o intuito de
estabelecer dúvidas na análise
e condenação pelo analista,
possibilitando confusão entre       Fig. 22 - Fibras das cascas (seta) do café (40x).

o endocarpo (Fig. 8 -11) e a tes-
ta (Fig. 12 -15), uma vez que
a presença da testa no café em
pó é permi da, ao contrário do
endocarpo. Porém, estas duas
estruturas apresentam ele-
mentos histológicos dis ntos.




                                            Fig. 23 - Paus provenientes do
                                          pedúnculo do fruto do café (20x).

                                                                                            25
Atlas de Microscopia




        1.2 Milho

        O milho, Zea mays L., pertence à família das gramíneas (Poaceae), e é originário do México. O milho é o adul-
        terante preferido por certos torradores para fraudar o café em pó. É cul vado em grande escala em nosso
        país e seu preço rela vamente baixo, torna-o escolhido entre as demais substâncias visadas para esse fim.

            No estereomicroscópio, o milho (um fruto po cariopse) sem a casca pode ser encontrado com co-
        loração âmbar, quando pouco torrado, ou escuro e com brilho vítreo, se muito torrado (Fig.24 e 25). No
        microscópico óp co observam-se os amidos que o caracterizam (Fig. 26 e 27). A confirmação da presença
        de amido é realizada com teste histoquímico usando lugol. Quase sempre o milho vem acompanhado
        de sua casca (pericarpo) na adulteração do café. As células do exocarpo, camada externa do pericarpo,
        apresentam-se alongadas, retangulares, paredes espessadas com pontoações conspícuas e desprovidas
        de tricomas (Fig. 28 e 29).




                                                             Fig. 24 - Café com fragmentos de milho (25x).




                                                                        Fig. 25 - Fragmentos de milho de
                                                                         aspecto vítreo brilhante (40x).




26
Café torrado e moído




 Fig. 26 - Grãos de amido
     do milho (400x).




                                      Fig. 27 - Células
                                     amilíferas (400x).




   Fig. 28 - Café com
fragmentos da casca do
  milho torrada (10x).




                            Fig. 29 - Detalhe das pontoa-
                             ções (setas) das células do
                             exocarpo do milho (400x).




                                                            27
Atlas de Microscopia




        1.3 Açaí

        As espécies Euterpe precatoria
        Mart. e Euterpe oleracea Mart,
        conhecidas como açaí, são es-
        pécies na vas das várzeas da re-
        gião Amazônica. São u lizadas na
        produção de suco, rico em ferro
        e antocianinas, consideradas um             Fig. 30 - Café com partículas
        produto de grande valor alimen-             da semente de açaí torrada
                                                           e moída (20x).
         cio e nutricional para os povos
        amazônicos e de outras partes
        do Brasil. A semente representa
        o mecanismo de propagação das
        palmeiras, sendo também larga-
        mente u lizada para artesana-
        to. Quando descartadas, servem
        como adubo orgânico para plan-
        tas e recentemente foram detec-
        tadas como fraudes no café torra-             Fig. 31 - Partícula da se-
                                                     mente de açaí de aspecto
        do e moído.                                  brilhante e estriado (40x).

        A semente de açaí quando mistu-
        rada ao café, pode ser iden fica-
        da pelo seu aspecto duro, brilhan-
        te e estriado (Fig. 30 e 31), a qual
        corresponde ao endosperma que
        se apresenta volumoso, homogê-
        neo e sólido. Microscopicamente
        observam-se células de paredes
        espessadas, com número variado          Fig. 32 - Corte longitudinal do
                                               endosperma exibindo células com
        de plasmodesmas e pontoações             plasmodesmas (seta) (200x).
        caracterís cas (Fig. 32 e 33).




                                                Fig. 33 - Corte transversal do en-
                                               dosperma exibindo espessamento
                                                da parede celular (setas) (400x).

28
Café torrado e moído




                                                                 1.4 Triguilho

                                                                 O triguilho é o subproduto ob do
                                                                 da classificação do trigo, uma Poa-
                                                                 ceae do gênero Tri cum. Consiste
                                                                 de grãos fragmentados e chochos
                                                                 com pequena percentagem de
                                                                 casca e impróprio para consumo
                                                                 humano, resultantes da limpeza
                                                                 do cereal antes da moagem. São
                                                                 os grãos que vazam através da
                                                                 peneira de crivo oblongo de 1,75
                                                                 mm x 20,00 mm.
Fig. 34 - Café com triguilho (40x).
                                                                 O triguilho, quando misturado
                                                                 ao café, apresenta-se como frag-
                                                                 mentos com tricomas alongados
                                                                 e retos, que correspondem à epi-
                                                                 derme que faz parte do pericar-
                                                                 po, camada que recobre toda a
                                                                 semente (Fig. 34 e 35). Também
                                                                 podem ser visualizados fragmen-
                                                                 tos de aparência porosa, brilhante
                                                                 que correspondem à camada su-
                                                                 perficial de aleurona, que é parte
                                                                 do endosperma, mas no processo
                                                                 de moagem ela fica aderida à cas-
                                                                 ca (Fig. 34 e 36). É di cil encontrar
 Fig. 35 - Tricomas da epiderme do pericarpo (200x).
                                                                 diferenças morfológicas entre o
                                                                 triguilho e o centeio (Secale cere-
                                                                 ale). Mesmo sendo espécies dife-
                                                                 rentes, ambas são cereais e suas
                                                                 sementes apresentam estruturas
                                                                 histológicas semelhantes.




  Fig. 36 - Células da camada aleurônica, após processo de torrefação (400x).

                                                                                                         29
Atlas de Microscopia




                                                                              1.5 Cacau

                                                                              O cacau, Theobroma cacao L.,
                                                                              pertence à família Malvaceae, e é
                                                                              natural da América Central-Ama-
                                                                              zônia. Parte do fruto do cacau é
                                                                              usada na fraude do café em pó,
                                                                              com o fim de dar melhor sabor e
                                                                              aroma. Atualmente é muito raro
                                                                              encontrar café fraudado com ca-
                                                                              cau.

                                                                              O cacau quando misturado ao
                                Fig. 37 - Café com cacau (20x).               café, pode ser iden ficado pela
                                                                              sua cor esbranquiçada com es-
                                                                              trias onduladas (Fig. 37). Mi-
                                                                              croscopicamente, podem ser
                                                                              observados feixes vasculares
                                                                              acompanhados de fibras de lú-
                                                                              men aberto, paredes espessadas
                                                                              e pontoações conspícuas (Fig.
                                                                              38). Dentre outros elementos
                                                                              histológicos caracterís cos da se-
                                                                              mente do cacau estão restos do
                                                                              endocarpo aderidos à epiderme
                                                                              da testa (Fig. 39).


                Fig. 38 - Fbras de paredes espessadas (400x).




            Fig. 39 - Em vista frontal, endocarpo aderido à epiderme da testa (400x)

30
Café torrado e moído




1.6 Soja

A soja, Glycine max L., pertence à família das Fabaceae (Faboideae). É originária da Ásia sendo a primeira
planta a ser domes cada no Extremo Oriente, mencionada na literatura chinesa há mais de 1000 a.C.
A par r das sementes são preparados diversos alimentos, como leite, óleo, queijos, etc. e muitas varieda-
des de soja não possuem amido podendo ser usado o seu leite para diabé cos. Assim como o feijão, não
é tradicionalmente muito u lizada na fraude do café em pó, mas pode ser encontrada eventualmente.

A soja quando misturada ao café torrado e moído pode ser iden ficada pela sua super cie brilhante, côn-
cava e porosa (Fig. 40 e 41). A super cie porosa corresponde à camada paliçádica da testa, em vista frontal
(Fig. 42) e quando dissociadas suas células apresentam paredes espessadas com lúmen estreito (Fig.43). A
camada colunar localizada abaixo da camada paliçádica apresenta formato de ampulheta (Fig.43).




  Fig. 40 - Café com soja (20x).                            Fig.41 - Detalhe da superfície externa
                                                              porosa da semente de soja (40x).




                                                                        c
                                                                               p



    Fig. 42 - Poros da camada paliçádica                    Fig 43 - Células da camada paliçádica (p)
           em vista frontal (200x).                         e da camada colunar com células em am-
                                                            pulheta (c) com grupo de células em vista
                                                                       frontal (seta) (400x).

                                                                                                              31
Atlas de Microscopia




        1.7 Feijão

        O feijão, Phaseolus vulgaris L., pertencente à família Fabaceae (Faboideae), de origem americana, também
        é pouco u lizado na fraude do café. Quando torrado e moído, adquire cheiro e sabor desagradáveis, o que
        não o recomenda na prá ca de fraude. Tem sido encontrado em análises microscópicas de café proceden-
        te de contaminação de origens diversas (Fig.44 e 45).

        O feijão pode ser detectado pela iden ficação do amido, o qual se apresenta ao microscópio na forma
        de grãos reniformes, ovóides, irregularmente cilíndricos ou quase esféricos. O hilo é bem marcado, linear,
        ocupando quase todo o comprimento do grão (Fig. 46).




                Fig. 44 - Café com feijão (13x).               Fig. 45 – Fragmento do feijão em detalhe (40x).




                                        Fig. 46 – Grãos de amido do feijão (400x).


32
Café torrado e moído




                                               1.8 Cevada

                                               A cevada, Hodeum vulgare L.,
                                               pertence à família Poaceae, e
                                               é possivelmente o cereal mais
                                               an go em cul vo. É originária
                                               do oriente. A cevada é um su-
                                               cedâneo do café. O aspecto
                                               de seu pó torrado é bem se-
                                               melhante ao do café finamen-
          Fig. 47 - Café com cevada (12.5x).
                                               te moído. Seu aroma e sabor,
                                               todavia, são diversos, mas não
                                               são desagradáveis como os
                                               do feijão torrado e de outras
                                               sementes, frutos e raízes. As
                                               fraudes de cevada misturadas
                                               ao café não são muito fre-
                                               quentes.

                                               Em análises microscópicas de
                                               café torrado e moído com ce-
Fig. 48 - Glumas da cevada em detalhe (25x).
                                               vada é observada a presença
                                               caracterís ca das glumas da
                                               cevada que possuem forma-
                                               to de setas (Fig. 47 e 48). A
                                               epiderme externa das glumas
                                               apresenta células de paredes
                                               onduladas, alongadas, interca-
                                               ladas por células ovaladas ou
                                               arredondadas (Fig. 49). Outro
                                               elemento histológico caracte-
Fig. 49 - Epiderme externa da gluma da ce-
vada com células ovaladas (setas) (400x).      rís co da cevada é o amido de
                                               forma discóide, semelhante ao
                                               do trigo, porém de contorno
                                               menos regular, com hilo visível
                                               e estrias concêntricas (Fig.50).




 Fig. 50 - Grãos de amido da cevada (400x).

                                                                                  33
Atlas de Microscopia




        1.9 Arroz

        O arroz, Oriza sa va L., pertence à família Poaceae e é originário da Índia. A fraude do café em pó por adi-
        ção de arroz (Fig 51 e 52) é pouco comum de ser encontrada, e que pode ser resultante da contaminação,
        decorrente do armazenamento conjunto dos dois grãos.

        O arroz pode ser detectado pela iden ficação do amido, o qual se apresenta ao microscópio em pequenos
        blocos ou agregados, irregulares e poligonais (Fig.53). Quando a casca (pálea) do arroz é u lizada na adul-
        teração, seus elementos histológicos caracterís cos são facilmente detectáveis, como a epiderme com
        células acentuadamente sinuosas, de paredes grossas, formando fileiras longitudinais (Fig. 54) e tricomas
        retos de lúmen aberto (Fig. 55).




                                                                    Fig. 51 - Café com arroz (12.5x).




                                                      Fig. 52 - Detalhe de fragmentos de arroz (40x).




34
Café torrado e moído




                 Fig. 53 - Grãos de amido agregados do arroz (400x).




Fig. 54 - Epiderme da pálea                            Fig. 55 - Tricoma na pálea
      do arroz (200x).                                      do arroz (400x).




                                                                                               35
Atlas de Microscopia




        1.10 Caramelo de açúcar

        O caramelo após resfriamento é triturado e adicionado ao café torrado e moído com intuito de fraude.
        Ao estereomicroscópio nas misturas de café moído com caramelo abaixo de 40% este se apresenta como
        corpúsculos brilhantes, translúcidos e mais ou menos arredondados, que se desmancham sob pressão
        de es lete. Quando a mistura excede os 40% e ultrapassa o período de validade do café a tendência do
        caramelo é melar, transformando o pó em bloco pastoso e duro (fig. 56 e 57).




                                                            Fig. 56 - Café com caramelo (12.5x).




                              Fig. 57 - Detalhe do caramelo aderido às partículas do café (40x).

36
Café torrado e moído




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, M.O.; MENDONÇA, M.S.; Morfo-anatomia da semente de Euterpe precatoria Mart. (Palmae).
Revista Brasileira de Sementes, Pelotas, v. 25, n. 1, p.37-42, 2003.

CHALFOUN, S.M. Glossário de Termos Utilizados na Cafeicultura. Lavras: EPAMIG-CTSM, 2008. 305 p.

INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS. Microscopia em Alimentos: Identificação Histológica e Ma-
terial Estranho. Campinas: CIAL/ITAL, 2001.151p.

LOPEZ, F.C. Determinação quantitativa das principais substâncias utilizadas para fraudar o café torrado e
moído. Revista Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 43, n 1/2, p. 3-8, 1983.

MENEZES JR, J.B.F. Fraudes no café. Revista Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 12, número único,
p. 111-144, 1952.

MENEZES JR, J.B.F.; BICUDO, B.A.A. Sobre um método microscópico para contagem de cascas no café
em pó. Revista Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 11, p. 13-47, 1958.

OLIVEIRA, F.; AKISUE, G.; AKISUE, M.K. Farmacognosia. São Paulo: Atheneu, 1998.412p.

PAULA, J.E. Anatomia de Euterpe oleracea Mart. (Palmae da Amazônia). Acta Amazonica, Manaus, v. 5,
n. 3, p. 265-278, 1975.

WINTON, A.L.; WINTON, K.B. The Structure and Composition of Foods. U.S.A: Braunworth & CO., INC.,
1939, v. I, p. I,II,IV




                                                                                                            37
ANEXO
                METODOLOGIA
 Determinação de cascas e paus, análise de ma-
térias estranhas e observação do sedimento em
                           café torrado e moído


               Este anexo tem como objetivo apresentar
               a metodologia adotada para o ensaio de
               determinação da pureza do café, método
               desenvolvido pelo Instituto Adolfo Lutz
               (LOPES, 1974). Recomenda-se que para o
               desenvolvimento da metodologia sejam
               aplicados requisitos de normas de reco-
               nhecimento da competência de laborató-
               rios, a exemplo de:

               1. Os equipamentos devem ser capazes de
               de alcançar a exatidão requerida para o
               ensaio, e principalmente aqueles que tive-
               rem efeito significativo sobre os resultados.
               Sendo assim, a balança utilizada neste
               procedimento deve ser calibrada e verifi-
               cada periodicamente.

               2. Normas de Biossegurança também
               devem ser atendidas durante os ensaios.
               É necessário o uso de equipamentos de
               proteção individual como luvas e jaleco,
               como os de proteção coletiva, como a
               capela de exaustão na etapa de desengor-
               duramento do café.
Café torrado e moído




O procedimento analí co é realizado em amostras de café torrado e moído em suas embalagens originais, lacra-
das com conteúdo variando de 100 a 500g.


1. Homogeneização da amostra por quarteamento


    1.1 Colocar a amostra em um ta-
    buleiro, espalhar e misturar bem
    com a espátula.




    1.2 Homogeneizar dividindo a
    amostra em 4 partes.




    1.3 Misturar os quadrantes
    opostos. Repetir o quarteamen-
    to e misturar os quadrantes no-
    vamente.




    1.4 Espalhar uniformemente a
    amostra no tabuleiro




                                                                                                               39
Atlas de Microscopia




     2. Desengorduramento da amostra


                2.1 Retirar porções aleatórias da amostra e pesar em béquer
                2 gramas, em balança analítica.




                                                   2.2 Em um cálice cônico,
                                                   colocar 60 ml de clorofórmio.




        2.3 Espalhar levemente
        a amostra sobre a super-
        fície do clorofórmio sem
        deixar romper a tensão
        superficial.




40
Café torrado e moído




2.4 Revolver, vagarosamente, a
camada do pó de café com um
bastão de vidro e observar se há
precipitação de sedimento.




                                   2.5 Agitar com um bastão de
                                   vidro o conteúdo do cálice e
                                   deixar em repouso por 20 mi-
                                   nutos.


2.6 Filtrar em papel de filtro
qualitativo recolhendo o filtra-
do em erlenmeyer de 250 ml.




                                   2.7 Deixar o resíduo secar em
                                   capela de exaustão.


                                                                       41
Atlas de Microscopia




        2.8 Transferir para tamis núme-
        ro 80, o conteúdo do papel de fil-
        tro, o do bastão e o pó do café
        aderido à parede do cálice.




          2.9 Tamizar com auxílio de
          pincel nº 16, até que não seja
          perceptível a passagem do pó
          ao bater o tamis sobre uma fo-
          lha de papel branca.




          2.10 Colocar em placa de Petri
          o resíduo retido no tamis.




42
Café torrado e moído




  2.11 Avaliar a amostra ao es-
  tereomicroscópio quanto a
  presença de matérias estra-
  nhas, quantificar as impurezas
  (cascas e paus), se necessário,
  ou finalizar o ensaio.




3. Determinação quantitativa de cascas e paus.



  3.1 Pesar todo o resíduo reti-
                                      3.2 Deste resíduo (R), pesar
  do no tamis (observado ao es-
                                      0,1g ou 0,2g em balança ana-
  tereomicroscópio), em balan-
                                      lítica usando outra placa de
  ça analítica usando placa de
                                      Petri e anotar o valor (P).
  Petri e anotar o valor (R).




                                                                            43
Atlas de Microscopia




        3.3 Colocar uma gota de água
        destilada sobre uma lâmina
        de vidro.




                                                  3.4 Com o auxílio de um estile-
                                                  te umedecido e estereomicros-
                                                  cópio, separar todas as cascas
                                                  e paus do resíduo transferin-
                                                  do-as para a lâmina com água.




         3.5 Transferir as cascas e paus da lâ-
         mina para um pesa filtro com tampa,
         previamente aquecido por 1 hora
         em estufa a 105°C (± 5ºC), esfriado
         em dessecador e pesado.




                                                  3.6 Levar o pesa-filtro semi-
                                                  aberto à estufa a 105ºC (± 5ºC)
                                                  por uma hora.




44
Café torrado e moído




  3.7 Retirar o pesa filtro tampa-
  do com auxílio de pinça ade-
  quada, esfriar em dessecador
  por 30 minutos e pesar.




                                          3.8 Repetir as pesagens até
                                          peso constante (Pfc) e proce-
                                          der conforme cálculo abaixo.




4. Cálculo
                                     Onde:

       Ptc = Pfc – Pfv               Pfc = Peso do pesa filtro + cascas e paus
                                     Pfv = Peso do pesa filtro vazio
                                     Ptc = Peso total de cascas e paus
                                     P = Peso do resíduo para catação (0,1 a 0,2g)
  Ptc x R x 50 = x % cascas e paus
                                     R = Peso do resíduo retido no tamis
      P



                                                                                     45
Atlas de Microscopia




     5. Análise de matérias estranhas

          5.1 Método de identificação histológica
          Trata-se de um método que detecta detritos vegetais não oriundos do cafeeiro, grãos e sementes de
          outras espécies. Essas matérias estranhas se apresentam moídas e geralmente torradas junto ao café,
          portanto a iden ficação do material ao microscópio óp co deve considerar as alterações ocorridas nos
          tecidos vegetais após tratamento térmico e químico.
          Sendo detectado matéria estranha conforme o item 3.11, realizar o procedimento a seguir:
          •   Com o auxílio do estereomicroscópio, es lete e/ou pinças re rar amostras do material estranho da
              placa contendo o resíduo de café (R);
          •   Colocá-lo em vidro de relógio com hipoclorito de sódio 10% ou hidróxido de sódio 3%, aquecido ou
              frio;
          •   Deixar em contato até o clareamento do material;
          •   Lavar as amostras com água des lada e montar lâminas desse material u lizando água des lada ou
              água glicerinada 2%;
          •   Se necessário, preparar lâminas u lizando lugol ou u lizar luz polarizada para auxiliar na iden ficação
              de amidos;
          •   Analisar as lâminas em microscópio óp co e iden ficar os elementos histológicos, pesquisar e iden -
              ficar as matérias estranhas ou as fraudes;
          •   U lizar para comparação atlas, material de referência, banco de imagens, bibliografias e coleções fo-
              tográficas.



     5.2 Registro dos resultados
          •   Especificar todos os elementos histológicos e amidos caracterís cos dos vegetais iden ficados, u li-
              zando o nome comum seguido do nome cien fico, entre parênteses, de acordo com as normas inter-
              nacionais;
          •   Expressar também no resultado os elementos histológicos não caracterís cos do produto e outras
              estruturas não iden ficadas;
          •   Se possível, realizar a captura de imagens para acompanhar o resultado da análise.



     6.       Observação do sedimento
          Caso haja precipitação de sedimento conforme item 2.4, proceder com metodologia específica para sedi-
          mentos (LOPEZ, 1974).




46
Café torrado e moído




REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS (SP). Microscopia em Alimentos: Iden ficação Histológica e Ma-
terial Estranho. Campinas: CIAL/ITAL, 2001. 151p

LOPEZ, F.C. Determinação do sedimento, cascas e paus no café torrado e moído. Revista Ins tuto Adolfo Lutz,
São Paulo, v. 34, p. 29-34, 1974.

BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Instrução norma va n°16, de 24 de
maio de 2010. Estabelece o Regulamento Técnico para o Café Torrado em Grão e para o Café Torrado e Moído.
Disponível em: <h p://www.agricultura.gov.br>. Acesso em: 10 fev. 2011

OLIVEIRA, F. de; AKISUE, G.; AKISUE, M.K. Farmacognosia. 1. ed. São Paulo: Atheneu, 1998. 426p.




                                                                                                              47
Fundação Ezequiel Dias
  Rua Conde Pereira Carneiro nº 80 Gameleira
     Belo Horizonte - MG / CEP 30510-010
              sac 0800 283 1980
            www.funed.mg.gov.br

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Atlas de Microscopia - café torrado e moído

  • 1. ATLAS DE MICROSCOPIA CAFÉ TORRADO E MOÍDO (Coffea sp)
  • 2.
  • 3. ATLAS DE MICROSCOPIA CAFÉ TORRADO E MOÍDO (Coffea sp)
  • 4. Expediente Fundação Ezequiel Dias Presidente Carlos Alberto Pereira Gomes ^ / â ã ^ Agência Nacional de Vigilância Sanitária Diretor Presidente Dirceu Raposo de Mello Atlas de Microscopia Autores: Equipe do Serviço de Microscopia de Produtos DIVISA/DIOM/FUNED Esmeire Cruz de Matos Flaviane Cris na Lopes Matosinhos Maria Eloiza Sampaio Virginia del Carmen Troncoso Valenzuela Wilson Aparecido Moreira Carolina Rêlo Costa (estagiária) Renata Pereira do Nascimento (colaboradora) Projeto gráfico e diagramação Rodrigo Cardoso de Araújo
  • 5. Apresentação Este ATLAS DE MICROSCOPIA, com ênfase em café torra- do e moído, é fruto da experiência adquirida por profis- sionais que ao longo dos anos se dedicaram ao trabalho no Serviço de Microscopia da Fundação Ezequiel Dias, contribuindo para a consolidação de um grupo técnico e pesquisador de reconhecimento nacional. A inexistência de compêndios similares no Brasil, com produtos da agricultura nacional, torna esta publicação um importante instrumento de consulta e apoio técnico-cien fico necessário, tanto à Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária como aos laboratórios direcionados ao controle de qualidade no processo produ vo do café e poderá auxiliar efe vamente o entendimento do tema. Os capítulos iniciais deste ATLAS oferecem informa- ções sobre o processo produ vo do café, desde o plan- o, colheita, processamento e armazenamento, como também a morfologia e histologia do fruto do café. A Parte III dá ênfase à iden ficação por métodos morfoanatômicos de espécies vegetais u lizadas como fraudes, tais como, milho, açaí, triguilho, ca- cau, soja, feijão, cevada e arroz. Com esse intuito, o ATLAS é ilustrado com inúmeras fotos coloridas ori- ginais, elaboradas a par r do laminário de referên- cia do Serviço de Microscopia de Produtos. Em documento anexo o ATLAS apresenta a metodo- logia analí ca para determinação de cascas e paus, análise de matérias estranhas e observação do sedi- mento em café torrado e moído. Este trabalho somente foi possível pela ação conjunta da ANVISA e FUNED demonstrando mais uma vez o compromisso destas ins tuições com a qualificação e confiabilidade das prá cas analí co-laboratoriais. Rita Maria Lopes Portocarrero Naveira Coordenadora da Divisão de Vigilância Sanitária/ IOM/FUNED
  • 6. Agradecimentos A construção deste Atlas é o resultado da dedicação e empenho dos profissionais do Serviço de Microscopia de Produtos. Este trabalho não teria sido possível sem a ex- periência acumulada e as reflexões feitas pelo corpo técnico do Serviço. Somos muito gratos à Denise Maria Trom- bert do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Minas Gerais, Gi- sélia Campos do Núcleo Global de Análise e Pesquisa, Flávio Silveira do SINDICAFÉ/ MG, Gina Maria Bueno Quirino Cardozo do CCQA/ITAL e Marize Silva de Oliveira do Laboratório de Micotoxinas e Micologia/ Funed pelas valiosas revisões. Obrigada Almir José da Silva Filho e Este- la Mara Costa Arthuso, proprietários das fazendas Ervália e Bento, por permi rem o registro em fotos de toda cadeia produ- va do café. Ao Rodrigo Cardoso de Araú- jo agradecemos pela diagramação deste Atlas. Por fim, agradecemos à Fapemig pelo apoio ao projeto “Avaliação da Qualidade do Café: microscopia, microbió ca fúngica e ocratoxinas” e à Anvisa pela publicação deste Atlas.
  • 7. SUMÁRIO PARTE I: PROCESSO DE PRODUÇÃO DO CAFÉ .....................................................08 Plan o ................................................................................................................................................................................. 09 Colheita ............................................................................................................................................................................... 09 Pós-colheita ......................................................................................................................................................................... 10 Lavagem e separação .......................................................................................................................................................... 10 Processamento .................................................................................................................................................................... 11 Secagem ar ficial ................................................................................................................................................................ 12 Armazenamento .................................................................................................................................................................. 13 Beneficiamento ................................................................................................................................................................... 14 Referências bibliográficas .................................................................................................................................................... 14 PARTE II: O FRUTO DO CAFÉ ...................................................................................16 1. Morfologia e histologia da casca do fruto do café........................................................................................................... 17 1.1 Pericarpo................................................................................................................................................................. 17 2. Morfologia e histologia da semente do café ................................................................................................................... 19 2.1 Testa ........................................................................................................................................................................ 19 2.2 Endosperma ............................................................................................................................................................ 20 Referências bibliográficas .................................................................................................................................................... 21 PARTE III: Café Torrado e Moído e fraudes ................................................................ 22 1.Fraudes do Café ................................................................................................................................................................ 24 1.1 Cascas e Paus de Café ............................................................................................................................................. 25 1.2 Milho....................................................................................................................................................................... 26 1.3 Açaí ......................................................................................................................................................................... 28 1.4 Triguilho .................................................................................................................................................................. 29 1.5 Cacau ...................................................................................................................................................................... 30 1.6 Soja ......................................................................................................................................................................... 31 1.7 Feijão ...................................................................................................................................................................... 32 1.8 Cevada .................................................................................................................................................................... 33 1.9 Arroz ....................................................................................................................................................................... 34 1.10 Caramelo de açúcar .............................................................................................................................................. 36 Referências bibliográficas .................................................................................................................................................... 37 ANEXO METODOLOGIA - Determinação de cascas e paus, análise de matérias estranhas e observação do sedimento em café torrado e moído ......................................................................... 38 1. Homogeneização da amostra .......................................................................................................................................... 39 2. Desengorduramento da amostra..................................................................................................................................... 40 3. Determinação quan ta va de cascas e paus .................................................................................................................. 43 4. Cálculo ............................................................................................................................................................................. 45 5. Análise de matérias estranhas ......................................................................................................................................... 46 6. Observação do sedimento ............................................................................................................................................... 46 Referências bibliográficas .................................................................................................................................................... 47
  • 8. PARTE I PROCESSO DE PRODUÇÃO DO CAFÉ
  • 9. Café torrado e moído O processo de produção de café contempla diversas etapas desde sua cultura, colheita, secagem, à torre- fação e moagem. Porém, a seguir, serão descritas as principais etapas que foram observadas em fazendas do interior de Minas Gerais durante o desenvolvi- mento do projeto financiado pela Fapemig: “Avalia- ção da Qualidade do Café: microscopia, microbió ca fúngica e ocratoxinas” (CAG APQ-1191-3.12/07). Fig.1 – Cultura de café PLANTIO O café pertence ao gênero Coffea da família Rubia- ceae (Fig.1 e 2). Dentre as espécies cul vadas desta- cam-se Coffea arabica, conhecida como café arábica, e Coffea canephora, conhecida como café conilon ou robusta. O café arábica é uma espécie originária das florestas subtropicais da região serrana da E ópia e se adequa ao clima tropical de al tude. Já o café robusta é originário das regiões equatoriais baixas, quentes e úmidas da bacia do Congo. Fig.2 – Cafeeiro em floração Fig.3 – Estádios de maturação COLHEITA O café está pronto para a colheita quando os frutos a ngem o estádio “cereja”, no qual o fruto maduro apre- senta-se vermelho ou amarelo confor- me a variedade (Fig.3). A colheita pode ser realizada por derriça manual no pano ou mecanizada. Na colheita do café por derriça, a área sob as plantas é coberta com panos ou plás cos limpos para que os frutos co- lhidos não entrem em contato com o solo, evitando assim, uma possível con- taminação com fungos possivelmente produtores de micotoxinas (Fig.4). Fig.4 – Colheita manual do café por derriça 9
  • 10. Atlas de Microscopia PÓS-COLHEITA Após a colheita, tanto por derriça manual no pano ou mecanizada (Fig.5), o café é subme do ao processo de limpeza e separação das impurezas, que pode ser feito por peneiramento manual (abanação), ven lação forçada ou por separadores de ar e peneira (máquinas de pré-limpeza). Fig.5 – Café cereja pós-colheita em diferentes estádios de maturação LAVAGEM e SEPARAÇÃO Mesmo com a retirada das impurezas (gravetos, terra, pedras, folhas, etc.) o café deve passar pelo lavador ou separador hidráulico (Fig.6) que promove a separação de acordo com o estádio de maturação dos frutos que apresentam diferentes densidades. Os frutos mais le- ves (bóias e secos) são separados dos pesados (cerejas e verdes). Frutos com diferentes graus de maturação, se mantidos juntos, resultam em bebida de qualidade inferior, por isso as duas parcelas resultantes da sepa- ração hidráulica (cerejas e bóias) devem ser secas e ar- mazenadas separadamente. Fig. 6 - Lavador e separador hidráulico 10
  • 11. Café torrado e moído PROCESSAMENTO No processamento via seca os frutos do café, após a pré-limpeza, lavagem e separação das frações (cereja, verde e bóia) são encaminha- dos para a secagem em terreiro (chão, cimen- to, asfalto) ou para secadores ar ficiais. A seca- gem natural dos frutos do café é realizada pela exposição do café ao sol em terreiros (Fig.7). Fig. 7 – Secagem natural dos frutos do café Fig.8 – Secagem natural dos grãos descascados Esse po de processamento também pode ser conduzi- do com prévio descascamento dos cafés cereja e verde, porém mantendo-se a mucilagem que envolve o grão (Fig.8). Os grãos descascados são então encaminhados para secagem. Atualmente, também se trabalha com ter- reiros suspensos (Fig.9), de tela de sombri- te, cobertos ( po estufa) ou não, de onde se obtém cafés de bebidas finas. Pode-se, no primeiro ou no segundo dia, trabalhar com o café no terreiro comum até perder a muci- lagem e após esse período transferir para o terreiro suspenso. O terreiro suspenso de tela vem sendo muito recomendado, pois sua estrutura evita o con- tato do café com o solo, recebe maior aeração, tanto por cima como por baixo, impede o ata- que de microrganismos e garante um produto com secagem uniforme e de melhor qualida- de. O uso de cobertura com plás co translúci- do é aconselhável nas regiões onde a colheita Fig. 9 – Terreiro de tela suspensa coincide com a época das chuvas (Fig.9). 11
  • 12. Atlas de Microscopia SECAGEM ARTIFICIAL Existem diferentes modelos de secadores comercialmente disponíveis, recomendando-se u lizar, de prefe- rência, secadores com fornalha de fogo indireto (Fig. 10 e 11) ou queimador de gás, para evitar que o café adquira odor de fumaça. Pode-se usar a própria casca do café como combus vel. O secador deve ser carrega- do com café apresentando teor uniforme de umidade, o que permite o mizar o processo de secagem. O café muito úmido, de início de colheita, com muitos frutos cerejas e verdes, deve passar por uma pré-secagem em terreiro ou pré-secador antes de ir para o secador. Fig. 10 – Secador vertical com fogo indireto Fig. 11 – Secador horizontal 12
  • 13. Café torrado e moído ARMAZENAMENTO Consiste em estocar o café em coco (fruto seco do café), após a secagem e antes do beneficiamento. São u lizadas tulhas para o acondicionamento do café a granel (Fig.12) e para o café beneficiado são u lizadas sacas de aniagem (Fig.13). Fig. 12 – Armazenamento do café em coco em tulha Fig. 13 – Acondicionamento de café beneficiado em sacas de aniagem 13
  • 14. Atlas de Microscopia BENEFICIAMENTO O beneficiamento deve ser feito, preferencialmente, pouco tempo antes da comercialização do produto. Isso porque o café em coco, quando ar- mazenado adequadamente tende a manter as suas características, como cor natural e graus de umidade entre 11 e 12% por muitos meses. De acordo com o Manual de Segurança e Qualidade para a Cultura do Café (2004), o beneficiamento é uma operação pós-colheita que trans- forma, pela eliminação das cascas e separação dos grãos, o fruto seco em grãos de café. Posteriormente, o grão de café é submetido à torre- fação (Fig.14), onde ocorrem mudanças químicas e físicas, desenvolven- do cor, aroma e sabor. Feito isso, o café deve ser moído pelo sistema a martelo ou a rolos. Para a avaliação da qualidade do café é utilizada a “prova de xícara”, realizada por degustadores treinados que classificam o café através de atributos sensoriais como sabor, aroma e textura oral (Fig.15 e 16). A classificação do café pelo teste da bebida é um dos parâmetros utiliza- dos para identificar padrões de qualidade e identidade do café segundo a Comissão Nacional de Normas e Padrões de Alimentos. O processo de torrefação e moagem de café é, basicamente, o mesmo em todas as empresas do ramo. O que diferencia, em princípio, uma unidade da Fig. 15– Degusta outra é a automa zação do processo de envasamento - embalagem (Fig.17) e a cor final do produto, determinada pelo grau de torrefação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHALFOUN, S.M. Glossário de Termos Utilizados na Cafeicultura. 1. ed. Lavras: EPAMIG-CTSM, 2008. 305 p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Manual de se- gurança e qualidade para a cultura do café. (Qualidade e Seguran- ça dos Alimentos) Projeto PAS Campo. Convênio CNI/SENAI/SEBRAE/ EMBRAPA. Brasília: EMBRAPA/SEDE, 2004. CARVALHO, V. D.; CHAGAS, S. J.R.; SOUZA, CHALFOUN, S.M.. Fatores que afetam a qualidade do café. Informe Agropecuário. Qualidade do café. Belo Horizonte: EPAMIG, v. 18, n.187, p.5- 20, 1997. Fig. 17 – Envasamento do pro 14
  • 15. Café torrado e moído Fig. 14 – Torrefação dos grãos de café egustador de café Fig. 16 – Prova de xícara do produto final 15
  • 16. PARTE II O FRUTO DO CAFÉ Fig. 1 - Frutos maduros de café.
  • 17. Café torrado e moído O fruto do café é uma drupa carnosa de forma globosa ou ovóide que contém, geral- mente, duas sementes (Fig. 3). Quando maduro o café (cereja) exibe uma cor ver- melha, amarela ou laranja, dependendo da espécie, com super cie lisa e brilhante (Fig. 1). Quando seco (em coco) o café apresenta super cie ru- Fig. 2 - Fruto do Fig. 3 - Fruto em corte transversal gosa e enegrecida, com pe- com duas sementes (6.3x). café seco (6.3x). dúnculo (Fig. 2). Fig. 5 - Mesocarpo (m) com Fig. 4 - Exocarpo (ex) (6.3x) feixes vasculares ( setas) (6.3x) 1. Morfologia e Histologia da Casca do Fruto do Café ex 1.1 Pericarpo m O pericarpo cons tui a casca do café e se separa em duas par- tes dis ntas: uma externa que é dividida em exocarpo (ex) e mesocarpo (m) e uma interna, o endocarpo (e). O exocarpo tem a cor pardo-escura (Fig. 4) e apresenta estômatos e célu- las poligonais (Fig. 6), enquan- to o mesocarpo contém feixes vasculares visíveis macroscopi- camente (Fig. 5) acompanha- dos por fibras e parênquima de células poligonais (Fig. 7). Fig. 6 - Exocarpo em vista Fig. 7 - Mesocarpo frontal apresentando dissociado e corado estômatos (setas). Corado com azul de astra e com azul de astra e sa- safranina (200x). franina (200x). 17
  • 18. Atlas de Microscopia O endocarpo (e) é a camada interna do pericarpo, de aspecto pergaminoso, dura e fina, que envolve in- dependentemente cada semente, também é conhecido como pergaminho (Fig. 8 e 9). É cons tuído por fibras esclerenquimá cas alongadas com entrelaçamento pico (Fig. 10), com lúmen estreito e pontoações arredondadas (Fig. 11). e Fig. 8 - Semente do café reves- Fig. 9 - Fragmentos de tida pelo endocarpo (e) (6.3x). endocarpo (6.3x). Fig. 10 - Fibras do endocarpo dissociado e corado com azul de astra e safranina (200x). Fig. 11 - Detalhe das pontoações (setas) em vista frontal, coradas com azul de astra e safranina (1000x). 18
  • 19. Café torrado e moído 2. Morfologia e Histologia da Semente do Café A semente é a forma de propagação do cafeeiro, apresenta-se plana convexa, elíp ca ou oval, sulcada longi- tudinalmente na face plana (Fig. 12) e é cons tuída pela testa (te - a casca da semente até então denominada espermoderma), endosperma e embrião. 2.1 Testa A testa é uma película prateada, excessivamente fina e aderente à semente (Fig. 13), apresenta fibras alon- gadas com células de paredes espessadas (Fig. 14) e lúmen aberto com pontoações oblíquas (Fig. 15). Fig. 12 - Semente do café Fig. 13 - Aspecto da película revestida pela testa (te) (6.3x). prateada da testa (400x). Fig. 14 - Fibras da Fig. 15 - Detalhe das pontoações testa (400x). oblíquas (seta) das fibras (1000x). 19
  • 20. Atlas de Microscopia 2.2 Endosperma A maior parte da semente é cons tuída pelo endosperma (Fig. 16), que se apresenta microscopicame- ne com células poliédricas ou isodiamétricas cujas paredes celulósicas se tornam mais grossas e nodosas da periferia para a parte central da semente (Fig.17). No café cru estas células apresentam go culas de natureza lipídica que adquirem coloração pardo-avermelhada quando torrados (Fig.17). Fig. 16 – Semente após remoção da testa, retida apenas no interior da fenda (6.3x). Fig. 17 – Endosperma constituído de células poliédricas e gotículas lipídicas (setas) ( 200x). 20
  • 21. Café torrado e moído REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHALFOUN, S.M. Glossário de Termos Utilizados na Cafeicultura. Lavras: EPAMIG-CTSM, 2008. 305 p. CORNER, E.J.H. The seeds of dicotyledons. v.1. Cambridge: Cambridge University Press, 1976. 311p. INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS. Microscopia em Alimentos: Identificação Histológica e Ma- terial Estranho. Campinas: CIAL/ITAL, 2001.151p. MENEZES JR, J.B.F. Fraudes no café. Revista Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 34, p. 29-34, 1974. MENEZES JR, J.B.F.; BICUDO, B.A.A. Sobre um método microscópico para contagem de cascas no café em pó. Revista Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 11, p. 13-47, 1958. SALAZAR-G, M.B.; RIAÑO-HERRERA, N.M.; ARCILA-PULGARIN, J.; PONCE, C.A. Estudio Morfologico Ana- tomico y ultraestructural del fruto de café Coffea arabica L. Cenicafé, v. 45, n. 3, p. 93-105, 1994. WINTON, A.L.; WINTON, K.B. The Structure and Composition of Foods, U.S.A: Braunworth & CO., INC., 1939, v. I, p. I, II, IV 21
  • 22. Atlas de Microscopia PARTE III CAFÉ TORRADO E MOÍDO 22
  • 23. Café torrado e moído O grão beneficiado é o endosperma do café que já foi separado das de- mais camadas do fruto seco (casca e pergaminho) e subme do a trata- mento térmico adequado até a n- gir o ponto de torra escolhido (Fig. 18). No Brasil, as caracterís cas de iden dade e de qualidade para o café beneficiado estão con das em Regulamentos Técnicos, tanto do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como da Agência Fig. 18 - Grãos de café torrados (6.3x). Nacional de Vigilância Sanitária. O café torrado e moído apresenta par culas com forma e coloração variadas, que sofrem influência do po de moagem u lizada e do processo de torrefação. Quando moído, o pó do café pode assumir dois pos de conformação: arredondados (Fig. 19) ou irregulares (Fig. 20). Fig. 19 - Pó constituído por partículas arredondadas (20x). Fig. 20 - Pó constituído por partículas irregulares (20x). 23
  • 24. Atlas de Microscopia 1. Fraudes do Café O café torrado e moído apresenta impurezas oriundas da colheita e do beneficiamento não apropriado do fruto, como as cascas e paus. Po- rém, partes de outras espécies ve- getais, geralmente de custo inferior, têm sido u lizadas intencionalmente para fraudar o café. Este material es- tranho ao café altera sua qualidade, acarretando danos ao consumidor, sejam eles de ordem econômica ou até mesmo à sua saúde. No Brasil, as adulterações encontradas com maior frequência no café torrado e moído são: milho (Zea mays), soja (Glycine max), cevada (Hordeum vulgare) e arroz (Oryza sa va). Porém, novas espécies vegetais estão sendo intro- duzidas como fraude: açaí (Euterpe sp) e triguilho (Tri cum sp). A detecção de fraudes em café torra- do e moído é realizada por microsco- pia óp ca, que permite a visualização histológica caracterís ca de cada es- pécie vegetal presente no produto, permi ndo avaliar o grau de pureza do café. Entretanto, as impurezas e as substâncias u lizadas nas fraudes são impercep veis a olho nu, devido à cor castanho-escura do café torra- do e moído, sendo necessário que a amostra receba um desengordu- ramento prévio feito com solvente orgânico de peso específico alto (clo- rofórmio), para que tais substâncias tornem-se visíveis ao exame à lupa. 24
  • 25. Café torrado e moído 1.1 Cascas e Paus de Café No Brasil, a principal fraude do café em pó está ligada ao apro- veitamento da casca do pró- prio café (Fig. 21 - 23). Sabe-se que os contaminantes usados para fraudar o café torrado e moído devem possuir algumas caracterís cas específicas, sen- do elas, baixo valor econômico (em relação ao café), disponi- bilidade no mercado, e simila- ridade ao café após a torração Fig. 21 - Café com cascas e paus (12.5x). e moagem. A casca do café pre- enche todas estas condições. Vários meios têm sido empre- gados para encobrir ou mas- carar a presença da casca no pó: torração elevada, moagem fina, emprego somente do per- gaminho (endocarpo), prove- niente de cafés despolpados. Este úl mo caso talvez tenha sido u lizado com o intuito de estabelecer dúvidas na análise e condenação pelo analista, possibilitando confusão entre Fig. 22 - Fibras das cascas (seta) do café (40x). o endocarpo (Fig. 8 -11) e a tes- ta (Fig. 12 -15), uma vez que a presença da testa no café em pó é permi da, ao contrário do endocarpo. Porém, estas duas estruturas apresentam ele- mentos histológicos dis ntos. Fig. 23 - Paus provenientes do pedúnculo do fruto do café (20x). 25
  • 26. Atlas de Microscopia 1.2 Milho O milho, Zea mays L., pertence à família das gramíneas (Poaceae), e é originário do México. O milho é o adul- terante preferido por certos torradores para fraudar o café em pó. É cul vado em grande escala em nosso país e seu preço rela vamente baixo, torna-o escolhido entre as demais substâncias visadas para esse fim. No estereomicroscópio, o milho (um fruto po cariopse) sem a casca pode ser encontrado com co- loração âmbar, quando pouco torrado, ou escuro e com brilho vítreo, se muito torrado (Fig.24 e 25). No microscópico óp co observam-se os amidos que o caracterizam (Fig. 26 e 27). A confirmação da presença de amido é realizada com teste histoquímico usando lugol. Quase sempre o milho vem acompanhado de sua casca (pericarpo) na adulteração do café. As células do exocarpo, camada externa do pericarpo, apresentam-se alongadas, retangulares, paredes espessadas com pontoações conspícuas e desprovidas de tricomas (Fig. 28 e 29). Fig. 24 - Café com fragmentos de milho (25x). Fig. 25 - Fragmentos de milho de aspecto vítreo brilhante (40x). 26
  • 27. Café torrado e moído Fig. 26 - Grãos de amido do milho (400x). Fig. 27 - Células amilíferas (400x). Fig. 28 - Café com fragmentos da casca do milho torrada (10x). Fig. 29 - Detalhe das pontoa- ções (setas) das células do exocarpo do milho (400x). 27
  • 28. Atlas de Microscopia 1.3 Açaí As espécies Euterpe precatoria Mart. e Euterpe oleracea Mart, conhecidas como açaí, são es- pécies na vas das várzeas da re- gião Amazônica. São u lizadas na produção de suco, rico em ferro e antocianinas, consideradas um Fig. 30 - Café com partículas produto de grande valor alimen- da semente de açaí torrada e moída (20x). cio e nutricional para os povos amazônicos e de outras partes do Brasil. A semente representa o mecanismo de propagação das palmeiras, sendo também larga- mente u lizada para artesana- to. Quando descartadas, servem como adubo orgânico para plan- tas e recentemente foram detec- tadas como fraudes no café torra- Fig. 31 - Partícula da se- mente de açaí de aspecto do e moído. brilhante e estriado (40x). A semente de açaí quando mistu- rada ao café, pode ser iden fica- da pelo seu aspecto duro, brilhan- te e estriado (Fig. 30 e 31), a qual corresponde ao endosperma que se apresenta volumoso, homogê- neo e sólido. Microscopicamente observam-se células de paredes espessadas, com número variado Fig. 32 - Corte longitudinal do endosperma exibindo células com de plasmodesmas e pontoações plasmodesmas (seta) (200x). caracterís cas (Fig. 32 e 33). Fig. 33 - Corte transversal do en- dosperma exibindo espessamento da parede celular (setas) (400x). 28
  • 29. Café torrado e moído 1.4 Triguilho O triguilho é o subproduto ob do da classificação do trigo, uma Poa- ceae do gênero Tri cum. Consiste de grãos fragmentados e chochos com pequena percentagem de casca e impróprio para consumo humano, resultantes da limpeza do cereal antes da moagem. São os grãos que vazam através da peneira de crivo oblongo de 1,75 mm x 20,00 mm. Fig. 34 - Café com triguilho (40x). O triguilho, quando misturado ao café, apresenta-se como frag- mentos com tricomas alongados e retos, que correspondem à epi- derme que faz parte do pericar- po, camada que recobre toda a semente (Fig. 34 e 35). Também podem ser visualizados fragmen- tos de aparência porosa, brilhante que correspondem à camada su- perficial de aleurona, que é parte do endosperma, mas no processo de moagem ela fica aderida à cas- ca (Fig. 34 e 36). É di cil encontrar Fig. 35 - Tricomas da epiderme do pericarpo (200x). diferenças morfológicas entre o triguilho e o centeio (Secale cere- ale). Mesmo sendo espécies dife- rentes, ambas são cereais e suas sementes apresentam estruturas histológicas semelhantes. Fig. 36 - Células da camada aleurônica, após processo de torrefação (400x). 29
  • 30. Atlas de Microscopia 1.5 Cacau O cacau, Theobroma cacao L., pertence à família Malvaceae, e é natural da América Central-Ama- zônia. Parte do fruto do cacau é usada na fraude do café em pó, com o fim de dar melhor sabor e aroma. Atualmente é muito raro encontrar café fraudado com ca- cau. O cacau quando misturado ao Fig. 37 - Café com cacau (20x). café, pode ser iden ficado pela sua cor esbranquiçada com es- trias onduladas (Fig. 37). Mi- croscopicamente, podem ser observados feixes vasculares acompanhados de fibras de lú- men aberto, paredes espessadas e pontoações conspícuas (Fig. 38). Dentre outros elementos histológicos caracterís cos da se- mente do cacau estão restos do endocarpo aderidos à epiderme da testa (Fig. 39). Fig. 38 - Fbras de paredes espessadas (400x). Fig. 39 - Em vista frontal, endocarpo aderido à epiderme da testa (400x) 30
  • 31. Café torrado e moído 1.6 Soja A soja, Glycine max L., pertence à família das Fabaceae (Faboideae). É originária da Ásia sendo a primeira planta a ser domes cada no Extremo Oriente, mencionada na literatura chinesa há mais de 1000 a.C. A par r das sementes são preparados diversos alimentos, como leite, óleo, queijos, etc. e muitas varieda- des de soja não possuem amido podendo ser usado o seu leite para diabé cos. Assim como o feijão, não é tradicionalmente muito u lizada na fraude do café em pó, mas pode ser encontrada eventualmente. A soja quando misturada ao café torrado e moído pode ser iden ficada pela sua super cie brilhante, côn- cava e porosa (Fig. 40 e 41). A super cie porosa corresponde à camada paliçádica da testa, em vista frontal (Fig. 42) e quando dissociadas suas células apresentam paredes espessadas com lúmen estreito (Fig.43). A camada colunar localizada abaixo da camada paliçádica apresenta formato de ampulheta (Fig.43). Fig. 40 - Café com soja (20x). Fig.41 - Detalhe da superfície externa porosa da semente de soja (40x). c p Fig. 42 - Poros da camada paliçádica Fig 43 - Células da camada paliçádica (p) em vista frontal (200x). e da camada colunar com células em am- pulheta (c) com grupo de células em vista frontal (seta) (400x). 31
  • 32. Atlas de Microscopia 1.7 Feijão O feijão, Phaseolus vulgaris L., pertencente à família Fabaceae (Faboideae), de origem americana, também é pouco u lizado na fraude do café. Quando torrado e moído, adquire cheiro e sabor desagradáveis, o que não o recomenda na prá ca de fraude. Tem sido encontrado em análises microscópicas de café proceden- te de contaminação de origens diversas (Fig.44 e 45). O feijão pode ser detectado pela iden ficação do amido, o qual se apresenta ao microscópio na forma de grãos reniformes, ovóides, irregularmente cilíndricos ou quase esféricos. O hilo é bem marcado, linear, ocupando quase todo o comprimento do grão (Fig. 46). Fig. 44 - Café com feijão (13x). Fig. 45 – Fragmento do feijão em detalhe (40x). Fig. 46 – Grãos de amido do feijão (400x). 32
  • 33. Café torrado e moído 1.8 Cevada A cevada, Hodeum vulgare L., pertence à família Poaceae, e é possivelmente o cereal mais an go em cul vo. É originária do oriente. A cevada é um su- cedâneo do café. O aspecto de seu pó torrado é bem se- melhante ao do café finamen- Fig. 47 - Café com cevada (12.5x). te moído. Seu aroma e sabor, todavia, são diversos, mas não são desagradáveis como os do feijão torrado e de outras sementes, frutos e raízes. As fraudes de cevada misturadas ao café não são muito fre- quentes. Em análises microscópicas de café torrado e moído com ce- Fig. 48 - Glumas da cevada em detalhe (25x). vada é observada a presença caracterís ca das glumas da cevada que possuem forma- to de setas (Fig. 47 e 48). A epiderme externa das glumas apresenta células de paredes onduladas, alongadas, interca- ladas por células ovaladas ou arredondadas (Fig. 49). Outro elemento histológico caracte- Fig. 49 - Epiderme externa da gluma da ce- vada com células ovaladas (setas) (400x). rís co da cevada é o amido de forma discóide, semelhante ao do trigo, porém de contorno menos regular, com hilo visível e estrias concêntricas (Fig.50). Fig. 50 - Grãos de amido da cevada (400x). 33
  • 34. Atlas de Microscopia 1.9 Arroz O arroz, Oriza sa va L., pertence à família Poaceae e é originário da Índia. A fraude do café em pó por adi- ção de arroz (Fig 51 e 52) é pouco comum de ser encontrada, e que pode ser resultante da contaminação, decorrente do armazenamento conjunto dos dois grãos. O arroz pode ser detectado pela iden ficação do amido, o qual se apresenta ao microscópio em pequenos blocos ou agregados, irregulares e poligonais (Fig.53). Quando a casca (pálea) do arroz é u lizada na adul- teração, seus elementos histológicos caracterís cos são facilmente detectáveis, como a epiderme com células acentuadamente sinuosas, de paredes grossas, formando fileiras longitudinais (Fig. 54) e tricomas retos de lúmen aberto (Fig. 55). Fig. 51 - Café com arroz (12.5x). Fig. 52 - Detalhe de fragmentos de arroz (40x). 34
  • 35. Café torrado e moído Fig. 53 - Grãos de amido agregados do arroz (400x). Fig. 54 - Epiderme da pálea Fig. 55 - Tricoma na pálea do arroz (200x). do arroz (400x). 35
  • 36. Atlas de Microscopia 1.10 Caramelo de açúcar O caramelo após resfriamento é triturado e adicionado ao café torrado e moído com intuito de fraude. Ao estereomicroscópio nas misturas de café moído com caramelo abaixo de 40% este se apresenta como corpúsculos brilhantes, translúcidos e mais ou menos arredondados, que se desmancham sob pressão de es lete. Quando a mistura excede os 40% e ultrapassa o período de validade do café a tendência do caramelo é melar, transformando o pó em bloco pastoso e duro (fig. 56 e 57). Fig. 56 - Café com caramelo (12.5x). Fig. 57 - Detalhe do caramelo aderido às partículas do café (40x). 36
  • 37. Café torrado e moído REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, M.O.; MENDONÇA, M.S.; Morfo-anatomia da semente de Euterpe precatoria Mart. (Palmae). Revista Brasileira de Sementes, Pelotas, v. 25, n. 1, p.37-42, 2003. CHALFOUN, S.M. Glossário de Termos Utilizados na Cafeicultura. Lavras: EPAMIG-CTSM, 2008. 305 p. INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS. Microscopia em Alimentos: Identificação Histológica e Ma- terial Estranho. Campinas: CIAL/ITAL, 2001.151p. LOPEZ, F.C. Determinação quantitativa das principais substâncias utilizadas para fraudar o café torrado e moído. Revista Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 43, n 1/2, p. 3-8, 1983. MENEZES JR, J.B.F. Fraudes no café. Revista Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 12, número único, p. 111-144, 1952. MENEZES JR, J.B.F.; BICUDO, B.A.A. Sobre um método microscópico para contagem de cascas no café em pó. Revista Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 11, p. 13-47, 1958. OLIVEIRA, F.; AKISUE, G.; AKISUE, M.K. Farmacognosia. São Paulo: Atheneu, 1998.412p. PAULA, J.E. Anatomia de Euterpe oleracea Mart. (Palmae da Amazônia). Acta Amazonica, Manaus, v. 5, n. 3, p. 265-278, 1975. WINTON, A.L.; WINTON, K.B. The Structure and Composition of Foods. U.S.A: Braunworth & CO., INC., 1939, v. I, p. I,II,IV 37
  • 38. ANEXO METODOLOGIA Determinação de cascas e paus, análise de ma- térias estranhas e observação do sedimento em café torrado e moído Este anexo tem como objetivo apresentar a metodologia adotada para o ensaio de determinação da pureza do café, método desenvolvido pelo Instituto Adolfo Lutz (LOPES, 1974). Recomenda-se que para o desenvolvimento da metodologia sejam aplicados requisitos de normas de reco- nhecimento da competência de laborató- rios, a exemplo de: 1. Os equipamentos devem ser capazes de de alcançar a exatidão requerida para o ensaio, e principalmente aqueles que tive- rem efeito significativo sobre os resultados. Sendo assim, a balança utilizada neste procedimento deve ser calibrada e verifi- cada periodicamente. 2. Normas de Biossegurança também devem ser atendidas durante os ensaios. É necessário o uso de equipamentos de proteção individual como luvas e jaleco, como os de proteção coletiva, como a capela de exaustão na etapa de desengor- duramento do café.
  • 39. Café torrado e moído O procedimento analí co é realizado em amostras de café torrado e moído em suas embalagens originais, lacra- das com conteúdo variando de 100 a 500g. 1. Homogeneização da amostra por quarteamento 1.1 Colocar a amostra em um ta- buleiro, espalhar e misturar bem com a espátula. 1.2 Homogeneizar dividindo a amostra em 4 partes. 1.3 Misturar os quadrantes opostos. Repetir o quarteamen- to e misturar os quadrantes no- vamente. 1.4 Espalhar uniformemente a amostra no tabuleiro 39
  • 40. Atlas de Microscopia 2. Desengorduramento da amostra 2.1 Retirar porções aleatórias da amostra e pesar em béquer 2 gramas, em balança analítica. 2.2 Em um cálice cônico, colocar 60 ml de clorofórmio. 2.3 Espalhar levemente a amostra sobre a super- fície do clorofórmio sem deixar romper a tensão superficial. 40
  • 41. Café torrado e moído 2.4 Revolver, vagarosamente, a camada do pó de café com um bastão de vidro e observar se há precipitação de sedimento. 2.5 Agitar com um bastão de vidro o conteúdo do cálice e deixar em repouso por 20 mi- nutos. 2.6 Filtrar em papel de filtro qualitativo recolhendo o filtra- do em erlenmeyer de 250 ml. 2.7 Deixar o resíduo secar em capela de exaustão. 41
  • 42. Atlas de Microscopia 2.8 Transferir para tamis núme- ro 80, o conteúdo do papel de fil- tro, o do bastão e o pó do café aderido à parede do cálice. 2.9 Tamizar com auxílio de pincel nº 16, até que não seja perceptível a passagem do pó ao bater o tamis sobre uma fo- lha de papel branca. 2.10 Colocar em placa de Petri o resíduo retido no tamis. 42
  • 43. Café torrado e moído 2.11 Avaliar a amostra ao es- tereomicroscópio quanto a presença de matérias estra- nhas, quantificar as impurezas (cascas e paus), se necessário, ou finalizar o ensaio. 3. Determinação quantitativa de cascas e paus. 3.1 Pesar todo o resíduo reti- 3.2 Deste resíduo (R), pesar do no tamis (observado ao es- 0,1g ou 0,2g em balança ana- tereomicroscópio), em balan- lítica usando outra placa de ça analítica usando placa de Petri e anotar o valor (P). Petri e anotar o valor (R). 43
  • 44. Atlas de Microscopia 3.3 Colocar uma gota de água destilada sobre uma lâmina de vidro. 3.4 Com o auxílio de um estile- te umedecido e estereomicros- cópio, separar todas as cascas e paus do resíduo transferin- do-as para a lâmina com água. 3.5 Transferir as cascas e paus da lâ- mina para um pesa filtro com tampa, previamente aquecido por 1 hora em estufa a 105°C (± 5ºC), esfriado em dessecador e pesado. 3.6 Levar o pesa-filtro semi- aberto à estufa a 105ºC (± 5ºC) por uma hora. 44
  • 45. Café torrado e moído 3.7 Retirar o pesa filtro tampa- do com auxílio de pinça ade- quada, esfriar em dessecador por 30 minutos e pesar. 3.8 Repetir as pesagens até peso constante (Pfc) e proce- der conforme cálculo abaixo. 4. Cálculo Onde: Ptc = Pfc – Pfv Pfc = Peso do pesa filtro + cascas e paus Pfv = Peso do pesa filtro vazio Ptc = Peso total de cascas e paus P = Peso do resíduo para catação (0,1 a 0,2g) Ptc x R x 50 = x % cascas e paus R = Peso do resíduo retido no tamis P 45
  • 46. Atlas de Microscopia 5. Análise de matérias estranhas 5.1 Método de identificação histológica Trata-se de um método que detecta detritos vegetais não oriundos do cafeeiro, grãos e sementes de outras espécies. Essas matérias estranhas se apresentam moídas e geralmente torradas junto ao café, portanto a iden ficação do material ao microscópio óp co deve considerar as alterações ocorridas nos tecidos vegetais após tratamento térmico e químico. Sendo detectado matéria estranha conforme o item 3.11, realizar o procedimento a seguir: • Com o auxílio do estereomicroscópio, es lete e/ou pinças re rar amostras do material estranho da placa contendo o resíduo de café (R); • Colocá-lo em vidro de relógio com hipoclorito de sódio 10% ou hidróxido de sódio 3%, aquecido ou frio; • Deixar em contato até o clareamento do material; • Lavar as amostras com água des lada e montar lâminas desse material u lizando água des lada ou água glicerinada 2%; • Se necessário, preparar lâminas u lizando lugol ou u lizar luz polarizada para auxiliar na iden ficação de amidos; • Analisar as lâminas em microscópio óp co e iden ficar os elementos histológicos, pesquisar e iden - ficar as matérias estranhas ou as fraudes; • U lizar para comparação atlas, material de referência, banco de imagens, bibliografias e coleções fo- tográficas. 5.2 Registro dos resultados • Especificar todos os elementos histológicos e amidos caracterís cos dos vegetais iden ficados, u li- zando o nome comum seguido do nome cien fico, entre parênteses, de acordo com as normas inter- nacionais; • Expressar também no resultado os elementos histológicos não caracterís cos do produto e outras estruturas não iden ficadas; • Se possível, realizar a captura de imagens para acompanhar o resultado da análise. 6. Observação do sedimento Caso haja precipitação de sedimento conforme item 2.4, proceder com metodologia específica para sedi- mentos (LOPEZ, 1974). 46
  • 47. Café torrado e moído REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS (SP). Microscopia em Alimentos: Iden ficação Histológica e Ma- terial Estranho. Campinas: CIAL/ITAL, 2001. 151p LOPEZ, F.C. Determinação do sedimento, cascas e paus no café torrado e moído. Revista Ins tuto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 34, p. 29-34, 1974. BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Instrução norma va n°16, de 24 de maio de 2010. Estabelece o Regulamento Técnico para o Café Torrado em Grão e para o Café Torrado e Moído. Disponível em: <h p://www.agricultura.gov.br>. Acesso em: 10 fev. 2011 OLIVEIRA, F. de; AKISUE, G.; AKISUE, M.K. Farmacognosia. 1. ed. São Paulo: Atheneu, 1998. 426p. 47
  • 48. Fundação Ezequiel Dias Rua Conde Pereira Carneiro nº 80 Gameleira Belo Horizonte - MG / CEP 30510-010 sac 0800 283 1980 www.funed.mg.gov.br