Este documento apresenta o plano de avaliação da Biblioteca da Escola Rodrigues de Freitas para avaliar o seu impacto na promoção da leitura e literacia (Domínio B). O plano descreve os indicadores a avaliar, como a coleção da biblioteca está adequada aos interesses dos alunos e se as atividades de promoção da leitura estão a melhorar as competências de leitura. Também explica como a avaliação será operacionalizada através de questionários, registos e observações ao longo do ano letivo para melhorar continuamente
Metodologias Operacionalização Dominio B - Leitura e Literacia - Subdominio B1 e B3
1. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: Metodologias de Operacionalização (Parte I) Plano de Avaliação da Biblioteca da EBS Rodrigues de Freitas «Sucess is remaining open to continuing feedback and adjusting the program accordingly. Evaluation gives you this continuing feedback.» Carter McNamara Introdução Seleccionei este domínio a avaliar porque o considero como o grande objectivo da Biblioteca e do Agrupamento é aumentar os níveis de leitura e de literacia, contribuindo assim para a aprendizagem e o sucesso das crianças e jovens em que se insere. Este objectivo integra-se nos objectivos anuais que constam dos grandes objectivos da Escola e das suas prioridades. Também, quando me registei na plataforma vi apenas três domínios (A, B e C), o B era um dos mais próximo de um dos meus objectivos prioritários, o outro será o do domínio D, gestão da BE, porque é fundamental para suportar todas as acções da BE. Objectivos Compreender como é que a auto-avaliação pode ser concretizada para demonstrar a contribuição da BE para o ensino e aprendizagem e a missão e objectivos da escola. Ganhar familiaridade com o processo de auto-avaliação adoptado pelo Modelo de Auto-Avaliação RBE e capacitar para a sua aplicação. Conhecer as técnicas e instrumentos propostos, o modo como se organizam e podem ser usados. Indicadores 9772651319530Tentarei não me perder na grande exaustividade de elementos a avaliar comprometendo todo o processo e o restante trabalho que a Biblioteca tem que desenvolver. È uma tarefa difícil conseguir o equilíbrio entre o óptimo/ideal e o exequível., para me orientar na melhoria e desenvolvimento de boas práticas, não esquecendo outras áreas de intervenção urgente e prioritária na minha Biblioteca como a informatização do catálogo online e o Plano de Desenvolvimento da colecção adaptado à realidade da escola. Em que consiste A BE é vista como um sistema que desenvolve vários processos/actividades, recebendo inputs, produzindo outputs e extraindo informação de avaliação que permitirá reajustar os processos/actividades iniciais, respondendo às necessidades da Escola, colaborando a atingir a sua missão e objectivos. Um processo que poderá ser visto como um continuo de melhoramentos através de reajustamentos e redefinições detectados na avaliação como não tão eficazes. Inputs:OrçamentoRecursosEquipaTecnologiasOutputs:ServiçosInstrução/ensinoAprendizagemGestão da informaçãoSistema: VáriosprocessosAuto-avaliação:Contínua revisão e reavaliação O MAABE baseia-se fundamentalmente na medição de impactos (outcomes) para conhecer o benefício para os utilizadores da utilização da BE e nomeadamente no valor atribuído pelos utilizadores a esse benefício, traduzido numa mudança de conhecimento, competências, atitudes, valores, níveis de sucesso, bem-estar, inclusão, etc. O modelo envolve toda a comunidade escolar, partindo de uma planificação, recolha de evidências, reflexão e construção de planos de melhoria, serve para reajustar o trabalho da BE e mostrar o seu valor na comunidade escolar. A informação extrapolada da aplicação do MAABE irá integrar a avaliação interna e externa da Escola, sendo divulgada a nível de todos os órgãos da Escola e permitindo ter uma perspectiva realista e até integral, porque ela não afere apenas o domínio em avaliação mas recolhe informação sobre os quatro domínios de trabalho da BE. BE: um sistemaInputs:OrçamentoRecursosEquipaTecnologiasAcervoOutputs:ServiçosInstrução/ensinoAprendizagemGestão da informaçãoNº de requisições, pesquisas bibliográficas, resposta de serviços, etc.Sistema: VáriosProcessos: actividades e serviçosIMPACTOS (OUTCOMES): Auto-avaliação:Contínua revisão e reavaliaçãoConsequências visíveis/resultados práticos de actividades ou acontecimentosVALOR: importância ou percepção dos benefícios a nível das competências, níveis de sucesso, inclusão, etc. Operacionalização da Avaliação A operacionalização começa com a comunicação e divulgação do MAABE a todos os órgãos intervenientes. Prossegue com a elaboração do Plano de trabalho com a colaboração da Equipa e do PB, considerando como factor crítico de sucesso a compreensão, colaboração e motivação de toda a comunidade escolar, neste processo. O trabalho deve-se realizar em perspectiva longitudinal, para que exista tempo para que os resultados emerjam e se tornem claros, integrando todos, PB, Equipa, Direcção, utilizadores, docentes, Encarregados de Educação e outras entidades que colaborem com a BE. avaliarO quê?Quem vai?Quando?Como?A quem? O planeamento irá responder a todas estas questões operacionalizando-se no tempo. Seguem-se as tabelas com referência aos indicadores do domínio de processo e impacto, os factores críticos de sucesso, a recolha de evidências a efectuar, os intervenientes do processo em curso, a calendarização das acções a desenvolver na recolha de evidências e, por fim, as melhorias ainda possíveis a implementar. Relativamente à recolha de evidências podem ser realizadas observações, questionários, listas de verificação, registos de projectos/actividades, comentários, sugestões, opiniões, entre outros. São elementos que ajudarão e cruzamento de informações permitindo a reflexão perspectiva no trabalho articulado entre a BE e a escola e nos contributos da BE para o sucesso dos alunos. IndicadoresFactores Críticos de SucessoRecolha de evidênciasIntervenientesCalendarizaçãoAcções para melhoriaB1- Trabalho da BE ao serviço da promoção da leituraA Colecção está adequada e actualizada aos gostos e interesses dos utilizadoresBE identifica novos públicos e adequa a colecção e as práticas às necessidades desses públicos.A BE está informada relativamente às linhas de orientação e actividades propostas pelo PNL.A BE desenvolve de forma sistemática, actividades no âmbito da promoção da leitura com o objectivo de promover o gosto pela leitura e pela escrita:Hora do conto (1º ciclo das escolas agrupadas, 2º ciclo – 5º e 6º anos todas as turmas)Escrita criativa (secundário)Ler +Jornais (secundário)Ler+Revistas (2º/3º ciclo)Livros à Solta (1º ciclo, 2/3º Ciclo)Concurso de escrita férias Concurso Poesia Inter-Turmas (Convite a todos)Projecto de Animação articulado com a Almeida Garrett – Escrita colectiva (8º ano- Turma+)Noites de literatura (Ensino Nocturno, Comunidade externa)Semana da leitura:Convite a escritoresComemoração Dia Mundial Poesia – actividades promoção do texto poéticoApresentação de trabalhos alunosResultados de concursosA BE incentiva a leitura informativa, associando-se e articulando com os departamentos no desenvolvimento das actividades de ensino/aprendizagem ou projectos e actividades que incentivem a leitura informativa.Em aulas de substituição utilizar algumas das actividades de leitura como a escrita criativa e a hora do conto.A BE difunde recursos documentais que, associando-se a diferentes temáticas e projectos, suportam a acção educativa e garantem a transversalidade e o desenvolvimento de competências associadas à leitura. Desenvolve actividades no âmbito da promoção da leitura, blogs, fóruns que associam formas de leitura, de escrita ou de comunicação diferentes.A BE incentiva a leitura em ambientes digitais explorando as possibilidades facultadas pela Web, como hipertexto, o email, blogs, wikis, slideshare, youtube, … A BE apoia os alunos nas suas escolhas e conhece novidades literárias e de divulgação que melhor se adequam aos seus gostos.Estatísticas de requisição/uso de recursos de informação relacionados com a leitura.Recolha de pedidos não satisfeitos ou propostos pelos professores, alunos, EEs, outros elementos/órgãos.Tentar (devido à dimensão) aferir os fundos existentes na BE, nas diferentes classes da CDU, integrado no PDC – Plano de Desenvolvimento da Colecção.Questionários aos professores QP2.Questionários aos alunos – QA2Verifica-se pouca adesão às propostas do PNLRelatórios dos colegas em desenvolvimento destas actividades. Reflexão no fim do ano.Trabalhos dos alunosEstatísticas de utilização da BE para actividades de apoio a Área de projectos, Formação Cívica e outras disciplinas do currículo dos alunos.Estabelecimento de colaborações.Trabalhos dos alunos.Construção do catálogo informatizado.Construção do blog do Agrupamento de Bibliotecas, participação no jornal da Escola etc.Trabalhos dos alunos.Divulgação do jornal, blog, página Web, material digital que existir.Trabalhos dos alunos.Recolha de pedidos não satisfeitos ou propostos pelos professores, alunos, EEs, outros elementos/órgãos.Recolha de sugestões na Caixa de Sugestões.Equipa BEAssistente operacionalProfessoresUtilizadoresDirecçãoComunidade externaInquéritos a:10% alunos20% professoresProfessores do grupo 300Grupo 300Equipa da BEPBEquipa da BEProfessoresPBEquipa da BEProfessoresPBAlunosEquipa da BEProfessoresPBAlunosEquipa da BEProfessoresPBAlunosAo longo do ano- sistematização por períodoAo longo do anoInício 1º período, término 2º período3º período1º períodoFim de ano3ª semana de MarçoAo longo do anoAo longo do anoAo longo do anoAo longo do anoEfectuar pedidos com as novas aquisições no sentido adequar a colecção às necessidades dos utilizadores, junto da Direcção.Tentativa de angariação de patrocínios/ donativos junto de editoras e outras entidades.Recolha de sugestões na Caixa de sugestões.Continuar a divulgar e motivar para as propostas do PNL. Lançar o Concurso «O melhor leitor», com base no número de livros lidos e respectivo resumo apresentado.Promover a leitura em ambientes digitais e utilização de outros suportes diferentes para construção /disponibilização do livro, grupo NEE (Pensar a Biblioteca Digital)Divulgação de actividades e resultados, no jornal da escola, página Web, blog das bibliotecas do Agrupamento.Consolidar que em aulas de substituição se utilizem algumas das actividades de leitura como a escrita criativa e a hora do conto. Propor a utilização dos webquest, como Planos de aula.Continuar a sensibilizar os Coordenadores de Directores de Turma e os professores para convidarem os Encarregados de Educação a participar nas actividades de leitura da BE e até a colaborar em regime de voluntariado.Proposta aos docentes de elaboração de webquest de apoio ao currículo, disponibilizados a partir do servidor da BE.Formação em tratamento técnico.Formação no OPAC (a pedido e com marcação).Formação em pesquisa avançada na Web (a pedido e com marcação.Recolha/Incentivo a produção de materiais para apoio às aulas, disponibilizados pelos professores, para constar na BE.Tentar angariar ajuda em regime de voluntariado.Materiais para elevar os níveis de literacia e melhorar as aprendizagens dos alunos com a proposta aos docentes de elaboração de webquest de apoio ao currículo, disponibilizados a partir do servidor da BE. Livros digitais.Formação no OPAC, email, slideshare, wikis, blogs,… (a pedido e com marcação)Formação em pesquisa avançada na Web (a pedido e com marcação).Recolha de proposta de actualização de fundos de acordo com os currículos, nos departamentos e grupos.Contacto com Editoras/Fnac/Jornais para conhecer as novidades editoriais. IndicadoresFactores Críticos de SucessoRecolha de evidênciasIntervenientesCalendarizaçãoAcções para melhoriaB3- Impacto do trabalho da BE nas competências dos alunos, no âmbito da leitura e literaciaOs alunos usam o livro e a BE para ler de forma recreativa, para se informar ou para realizar trabalhos escolares.Os alunos, de acordo com o seu ano/ciclo de escolaridade manifestam progressos nas competências de leitura, lendo mais e com maior profundidade.Os alunos desenvolvem trabalhos onde interagem com equipamentos e ambientes informacionais variados, manifestando progressos nas suas competências no âmbito da leitura e literacia.Os alunos participam activamente em diferentes actividades associadas à promoção da leitura: jornais, blogs, outrosEstatísticas da utilização da BE para actividades de leitura.Recolha de pedidos não satisfeitos.Recolha de sugestões/pedidos na Caixa de sugestões.Estatísticas de requisição domiciliária.Trabalhos dos alunos.Observação da utilização da BE (O3, O4).Trabalhos realizados pelos alunos.Relatórios elaborados pelos colegas a desenvolver actividades de animação.Questionário aos docentes (QD2).Questionários aos alunos (QA2)Trabalhos dos alunos.Equipa BE, PB e utilizadoresEquipa BE, PBEquipa BE, PB.Equipa BE, PB.Equipa da BE, professores e PB.Inquéritos a:20% professores10% alunosEquipa BE, PB, Professores.Equipa BE, PB, alunosAo longo do ano – balanço fim de cada período.No fim de cada períodoNo fim do ano3º períodoMelhorar os recursos da colecção, torná-los mais atractivos e mais adequados às faixas etárias que a escola tem.Aferir em diálogo com os alunos quais os seus interesses e necessidades na área da leitura e literacias. Registar.Divulgar e motivar a participação dos jovens em actividades livres no âmbito da leitura, tais como, jornais, blog, … Amostra A amostra será de cerca de 10% dos alunos da escola onde a BE implementa o seu trabalho - a EBS Rodrigues de Freitas - sempre que se articule com as outras Bibliotecas/escolas do agrupamento considerará 10% do universo de alunos dessas escolas. Tendo o cuidado de abranger alunos de diferentes sexos, etnias, com NEE, os diferentes anos e ciclos de escolaridade. Relativamente aos professores utilizará uma amostra de 20% dos professores da EBS Rodrigues de Freitas e sempre que se dirigir em actividades entre ciclos com as escolas Agrupadas, considerará 20% dos professores de cada uma das escolas. Constrangimentos O maior constrangimento à implementação e sucesso deste Plano de avaliação do Domínio B – Leitura e Literacia – são as pessoas envolvidas e, nomeadamente a resistência que sentem, desmotivação, falta de colaboração, receios, delegação, não reconhecimento nem compreensão do valor da aplicação do MAABE. Este é um efeito que pode começar pela Direcção, prosseguindo facilmente na equipa de trabalho da BE, transmitindo-se assim em cadeia aos outros docentes e até alunos., num efeito de dominó. Considero que o maior desafio deste projecto, de aplicação de um modelo de Auto-Avaliação se encontra no factor humano da escola. É difícil mudar mentalidades, hábitos arreigados, formar em ferramentas novas no âmbito das TICS, mostrar o real valor de BE inovando. Motivar e envolver na aplicação de ferramentas tão inovadores e tão exaustivas, principalmente se a população docente já não for maioritariamente jovem, não é tarefa fácil. Relatório O relatório final resultante da organização sistematizada e reflectida da informação recolhida conterá uma enumeração dos pontos fortes e das áreas que precisam de ser melhoradas, permitirá a elaboração do Plano de Melhoria a implementar no próximo ano lectivo e será comunicado as conclusões aos órgãos da Direcção do agrupamento, IGE, RBE, à equipa da BE, aos docentes, aos Encarregados de Educação e a outros parceiros da actividade da BE. Conclusão É preciso ser um pouco sonhador … como diz Sebastião da Gama: «Pelo sonho é que vamos, comovidos e mudos. Chegamos? não chegamos? Haja ou não haja frutos, pelo sonho é que vamos. Basta a fé no que temos. Basta a esperança naquilo que talvez não teremos. Basta que a alma demos, com a mesma alegria, ao que desconhecemos e ao que é do dia a dia. Chegamos? não chegamos? Partimos. Vamos. Somos.» Com esta esperança continuaremos empenhados e a fazer a diferença. Os resultados falarão por si. Maia, 29 de Novembro de 2009 Luísa Lamas