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DOI: 10.4025/cienccuidsaude.v8i4.9686
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599
PROMOVENDO O AUTOCUIDADO EM DIABETES NA
EDUCAÇÃO INDIVIDUAL E EM GRUPO1
Flávia Rodrigues Lobo Pereira*
Heloísa de Carvalho Torres**
Naiara Abrantes Cândido***
Luciana Rodrigues Alexandre****
RESUMO
O presente trabalho consiste em descrever as estratégias de educação individual e em grupo na promoção do
autocuidado quanto ao diabetes Mellitus. O estudo foi realizado com 46 pessoas com diabetes tipo 2 em
seguimento no Programa Educativo do Hospital-Escola. O acompanhamento do processo educativo ocorreu por
seis meses, durante o ano de 2008. O funcionamento da educação em grupo consistia de três encontros
mensais por meio de dinâmicas lúdicas e interativas, proporcionando a troca de experiências entre os
participantes. Na consulta individual foram feitas perguntas para identificar as características biopsicossociais,
sociodemográficas e histórico-ocupacionais, permitindo conhecer a pessoa, seus hábitos de vida e suas práticas
de autocuidado. Nos grupos operativos os indivíduos compartilharam experiências com os colegas, estimulando
a maior adesão ao tratamento. A prática educativa individual e em grupo apresenta-se como uma maneira eficaz
de conscientizar o indivíduo sobre a importância do autocuidado, além de possibilitar a estes e aos profissionais
de saúde discussão das informações acerca da doença e do tratamento.
Palavras-chave: Educação do Autocuidado. Diabetes Tipo 2. Enfermagem.
INTRODUÇÃO
Os princípios deste estudo estão inseridos no
contexto da promoção e proteção da saúde, pelo
esforço organizado pela sociedade para alcançar
três objetivos: o controle, a prevenção de
doenças e a promoção da saúde. Estas
prioridades antecipam os resultados focalizados
na prática da realização do processo educativo, o
qual tem por meta desenvolver habilidades e
fortalecer as atividades educativas para o
autogerenciamento dos cuidados requeridos pelo
diabetes, de modo a promover nos indivíduos
um estado saudável(1-2)
.
A educação em diabetes tem envolvido
equipes multidisciplinares nas atividades
educativas nos centros de saúde, ambulatórios e
hospitais, reforçando os princípios da
aprendizagem para um comportamento saudável.
As informações fornecidas pelas estratégias de
educação individual e em grupo poderão levar o
sujeito a beneficiar-se com uma mudança de
comportamento e a conscientizarem-se de que
suas ações fazem a diferença no tratamento da
doença. O enfermeiro, como profissional
fundamental da equipe, assume a educação em
saúde como atividade inerente a sua atuação. As
intervenções de enfermagem com foco no
indivíduo com diabetes incluem, além do
cuidado específico, as ações educativas(3)
.
A partir da convivência com pessoas
diabéticas no atendimento individual e em
grupo, no programa de educação em diabetes do
ambulatório de especialidades do estudo,
percebemos que a maior dificuldade encontrada
no controle glicêmico é a realização das práticas
de autocuidado. A educação em diabetes é um
meio eficaz para a mudança de comportamento
dos indivíduos rumo à adesão à dieta e à pratica
de atividades físicas, o que pode conduzir a um
melhor controle glicêmico(4,7)
.
Considerando que a educação é fundamental
para o autogerenciamento dos cuidados em DM,
o serviço de endocrinologia e metabologia do
hospital estudado tem realizado programas
educativos com pacientes com diabetes tipo 2
_______________
1
Trabalho premiado no 69 º Congresso Brasileiro de Enfermagem em 2º lugar no categoria de Prêmio Vanda Horta.
*Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). E-mail: flavia_arwen@yahoo.com.br
**Enfermeira. Doutora. Professora do Departamento de Enfermagem Aplicada da Escola de Enfermagem da UFMG. Coordenadora do Projeto
Educação em Diabetes. E-mail: heloisa@enf.ufmg.br
***Acadêmica de Nutrição da UFMG. E-mail: naiarabrantes@gmail.com
****Acadêmica de Enfermagem da UFMG. E-mail: lu_ra2504@yahoo.com.br
Promovendo o autocuidado em diabetes 595
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599
desde 2001, com a finalidade de proporcionar
uma maior adesão ao tratamento para o controle
da doença.
O objetivo do presente estudo é relatar a
experiência do uso de estratégias de educação
individual e em grupo na promoção do
autocuidado em diabetes, visando ao controle
metabólico.
METODOLOGIA
O projeto foi realizado com 46 indivíduos
com diabetes Mellitus tipo 2 inseridos no
Programa Educativo desenvolvido no Serviço
Especial de Endocrinologia e Metabologia do
Hospital das Clínicas da Universidade Federal
de Minas Gerais (HC-UFMG), no ano de 2008.
As estratégias utilizadas foram a educação
individual e a educação em grupo. O programa
conta com a participação de uma equipe
multidisciplinar composta por uma enfermeira
docente e uma assistencial, terapeuta
ocupacional, fisioterapeuta, nutricionista,
bolsistas e acadêmicos de enfermagem e
nutrição.
A experiência foi registrada por meio de
observação, diário de campo, condução dos
encontros, informações fornecidas pelos
participantes e entrevista semiestruturada com
questões acerca da linguagem utilizada nos
grupos, dinâmicas, métodos educativos e
entendimento dos indivíduos, bem como abriu
espaço para sugestões para encontros
posteriores. Os dados sociodemográficos dos
indivíduos foram analisados com base nas
informações por eles fornecidas. Os achados do
diário de campo foram analisados de acordo com
as observações, e seus principais aspectos foram
destacados de forma a compará-los com os
achados na literatura.
O serviço tem parceria com o projeto “A
Atuação da Equipe Multidisciplinar no Programa
Educativo em Diabetes Mellitus tipo II” e com a
disciplina optativa “Interdisciplinaridade na
Educação em Diabetes”, ambos da Escola de
Enfermagem da UFMG. O projeto foi aceito
pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP-
UFMG), mediante o Parecer n.° 403/07, e todos
os participantes assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido no momento
da consulta de enfermagem.
Estratégias educativas individual e em
grupo: o relato da experiência
- Consulta individual
No atendimento individual foram realizadas
orientações quanto ao manejo da dieta e da
atividade física, além das medidas
antropométricas (peso, altura e índice de massa
corporal), glicemia capilar e o exame de
hemoglobina glicada (HbA1c). Os atendimentos
se deram no período vespertino, duas vezes por
semana. Cada consulta tinha duração média de
uma hora.
O protocolo de atendimento utilizado
abordava as características socioeconômicas dos
participantes, dados sobre o diagnóstico e
tratamento atual do diabetes, outras doenças
associadas e seus respectivos tratamentos e
hábitos de vida, relacionados à alimentação,
prática de atividade física, atividades de lazer e
convívio social. Durante a consulta foram
aferidos sinais vitais, peso, altura, glicemia
capilar e exame de glico-hemoglobina.
A função do enfermeiro durante os
atendimentos consistiu, entre outras atividades,
no acolhimento do indivíduo, percepção da
posição deste em relação ao tratamento,
investigação das práticas de autocuidado, exame
físico dos pés, orientações quanto à prevenção
das complicações agudas e crônicas da doença e
em ajudar o cliente a decidir qual a melhor
forma de aprimorar o controle glicêmico.
- Grupos operativos
O grupo operativo era formado por 13
indivíduos, em média, que participavam de
atividades durante duas horas. Em todos eles a
enfermeira docente e a acadêmica de
enfermagem conduziam o processo, abrindo o
encontro por meio de uma dinâmica de
relaxamento com um jogo e uma conversa que
retomavam o estímulo à participação ao
programa educativo. A cada encontro
comparecia um ou mais profissionais de saúde
para falar sobre um tema, por meio de dinâmicas
interativas e lúdicas fundamentadas em jogos
educativos baseados nos conhecimentos teóricos
e práticos. Nesta etapa contou-se com a
participação de profissionais de enfermagem,
nutrição, terapia ocupacional e fisioterapia, e
ainda com alunos de graduação de enfermagem e
nutrição, frequentadores da disciplina optativa
596 Pereira FLR, Torres HC, Cândido NA, Alexandre LR
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599
“Interdisciplinaridade na Educação em Diabetes”
e os bolsistas do projeto.
Os encontros em grupo eram realizados
sempre com a mesma equipe multidisciplinar,
procurando-se modificar as metodologias de
ensino e aprendizagem. Os temas explorados na
educação em grupo foram: fisiopatologia do
diabetes, prevenção das complicações agudas e
crônicas do diabetes, importância da dieta e da
prática de atividades físicas, cuidados com os
pés. Os profissionais foram orientados quanto à
postura, linguagem e forma de comunicação. A
educação em grupo compreendeu nove (09)
encontros, com avaliação no 1.º e no 9.º
encontros, como descrito abaixo.
- Primeiro tema: “A fisiopatologia do
diabetes Mellitus”
Neste momento abordou-se a fisiopatologia do
diabetes Mellitus, além das complicações agudas
e crônicas da doença e a insulinoterapia. Para tal,
utilizou-se um manequim do corpo humano como
ilustração, técnica que chamou a atenção e
provocou curiosidade nos participantes. Para
ilustrar as diferenças entre o diabetes tipo 1 e o
tipo 2 utilizou-se a “minimaquete da
fisiopatologia”, uma atividade lúdica criada por
alunos de enfermagem da UFMG.
No segundo encontro, os moderadores, além
da utilização do manequim do corpo humano,
apresentaram um teatro interativo com os
personagens que apareciam na cartilha elaborada
por eles e distribuída aos indivíduos. Estes se
mostraram entusiasmados e interagiram
diretamente com os alunos e entre si,
representando assim uma troca de experiências
entre o grupo.
Para o terceiro encontro, os alunos da
disciplina prepararam uma discussão sobre o
tema, com base nos tópicos da cartilha
confeccionada. Os desenhos da cartilha
chamaram bastante a atenção dos usuários e o
resultado positivo alcançado pelo personagem
principal da cartilha foi apontado como o mais
atrativo (o personagem perdeu peso, após seguir
as orientações e levar uma vida saudável).
- Segundo tema: “Plano alimentar para a
pessoa com diabetes Mellitus”
A prática pedagógica utilizada nos dois
primeiros encontros sobre o tema foi o “Jogo da
Dieta”. Cada um dos participantes recebeu uma
ficha correspondente a uma refeição diária que
poderia ou não ser seguida pelo indivíduo com
diabetes. O objetivo do jogo era instruir e
averiguar o nível de conhecimento da pessoa
sobre o plano alimentar adequado. A partir dos
conhecimentos prévios demonstrados pelos
participantes, os profissionais moderadores
enfatizaram os conteúdos acerca da alimentação
saudável para o diabetes.
No segundo encontro, além do jogo e das
cartilhas educativas que foram distribuídas para
os participantes, os profissionais e acadêmicos
de nutrição e enfermagem, que eram os
moderadores, discutiram os aspectos sobre a
dieta que não haviam sido contemplados com os
jogos. Foi também realizada a dinâmica da
“batata-quente”, na qual, ao som de uma música,
uma caixa com perguntas sobre o plano
alimentar circulava entre os participantes, que se
encontravam em roda. No momento em que a
música parava, a pessoa que estivesse com a
caixa retirava uma pergunta e esta era lida pelo
moderador para todos os presentes. A pessoa
tentaria respondê-la e, caso não o soubesse, os
demais também eram estimulados a tentar, sendo
as dúvidas sanadas pelos moderadores. Ao final,
as cartilhas contendo as repostas para as
perguntas da dinâmica foram entregues para os
participantes.
- Terceiro tema: A atividade física para o
diabetes
No primeiro encontro utilizou-se o “jogo das
imagens”, no qual cada pessoa deveria associar
as imagens que recebeu a perguntas relacionadas
à atividade física, como: “onde?”, “como ir?”, “o
que fazer?”, dentre outras. O objetivo do jogo
era verificar o nível de conhecimento dos
participantes acerca das possíveis atividades
físicas a serem realizadas e da importância de
fazê-las da forma correta.
No segundo encontro as cartilhas foram
utilizadas como prática pedagógica. Os alunos
prosseguiram fazendo as perguntas nelas
contidas, e após a discussão do tema, realizavam
a leitura das respostas presentes na cartilha e
sanavam as dúvidas que surgiam.
No terceiro encontro utilizou-se o “jogo de
tabuleiro” para discutir os temas referentes à
atividade física. Os alunos que conduziram o
Promovendo o autocuidado em diabetes 597
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599
grupo montaram um “tabuleiro” no chão, que os
participantes deveriam percorrer após jogarem
um dado e responderem questões sobre atividade
física, como condição para continuarem no jogo.
Foi um momento de muita descontração, que
contou com grande adesão dos participantes.
Após o fim do jogo, também foram distribuídas
cartilhas (com o conteúdo apresentado no jogo),
as quais foram lidas em voz alta para os
presentes. Em todos os encontros foram
ensinados exercícios de alongamento que os
indivíduos poderiam fazer em domicílio, e este
momento contou com grande participação de
todos.
Avaliando a experiência
Foram cadastradas 97 pessoas com diabetes
Mellitus tipo 2 para participar das atividades
individual e em grupo operativo. Dessas 97
pessoas, 46 (48%) frequentaram as intervenções
educativas individuais e em grupo. Identificou-
se no projeto uma população adulta com idade
média de 55 anos, com maior frequência de
mulheres (94%, = 25); grau escolaridade até 4ª
série primária; glicose sanguínea acima de 7,5%-
HbA1c: 10%; tempo de duração do DM: 10
anos; índice de massa corporal - IMC:
29,98kg/m2
.
Dos 46 indivíduos que foram convidados e
participaram da consulta individual, apenas 23
(50%) comparecem aos encontros. Em todos os
encontros, os participantes se apresentavam e
aproveitavam o momento para falar sobre seus
sentimentos em relação à doença. Os
profissionais de saúde que conduziam os grupos
também se apresentavam. Esta foi uma forma de
estabelecer vínculo com os indivíduos e
conhecer melhor os participantes. Nesse
momento também buscou-se resgatar os
conhecimentos prévios dos indivíduos acerca do
tema, e sempre que surgiam dúvidas os
participantes eram estimulados a esclarecê-las,
caso o soubessem.
Os profissionais se mostraram interessados e
sensibilizados em relação à importância da
integração profissional/indivíduos para
promoção e educação em diabetes e o uso da
linguagem apropriada pelo profissional na
abordagem de diferentes temas. Os
participantes/indivíduos com diabetes se
mostraram interessados em participar da
educação em grupo e individual e se sentiram
descontraídos para colocar suas dúvidas sobre a
doença e o tratamento.
O atendimento individual permitiu conhecer
o cliente, seus hábitos de vida, suas práticas de
autocuidado e a melhor forma de estabelecer o
processo educativo, além de estabelecer um
vínculo entre o profissional e opaciente,
importantes facilitadores deste processo(4-6)
.
Nesse momento, também eram realizadas
orientações específicas de acordo com as
necessidades de cada indivíduo, fortalecendo a
prática educativa.
A consulta de enfermagem permite uma
relação mais próxima com o cliente, que se sente
valorizado e importante(7-10)
. Além disso,
considera-se a consulta de enfermagem uma
ocasião conveniente para a realização da prática
educativa, uma vez que os profissionais de
enfermagem são capazes de instigar a prática do
autocuidado nesses clientes utilizando
ferramentas como o processo de enfermagem(11-
12)
.
Um aspecto importante a ser observado na
prática educativa é o respeito à autonomia do
indivíduo, pois, mais do que transferir
conhecimentos, o educador deve abrir espaço
para que seu público construa suas próprias
perspectivas(5)
. Para que isso ocorra no processo
de educação em saúde, os profissionais de saúde
devem conhecer os clientes, suas perspectivas,
seus anseios, para que possam guiar o processo
de forma a satisfazer às suas necessidades(13)
.
A atividade lúdica utilizada nos grupos
operativos para trabalhar o tema sobre plano
alimentar foi considerada positiva e estimulou a
participação ativa de todos, que tiraram dúvidas
e trocaram experiências durante os encontros e
perceberam que uma alimentação saudável deve
ser seguida por todas as pessoas. Pôde-se
observar que o grupo demonstrou mais interesse
e participação nos encontros sobre plano
alimentar.
A técnica de grupos operativos permite o
compartilhamento de informações com outras
pessoas e a troca das experiências vivenciadas
com a doença. Esse intercâmbio de saberes
contribui para a maior adesão da pessoa ao
tratamento, já que possibilita o apoio mútuo dos
participantes(13-14)
.
598 Pereira FLR, Torres HC, Cândido NA, Alexandre LR
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prática educativa apresenta-se como a
melhor maneira de conscientizar a pessoa com
diabetes sobre a importância do autocuidado. É
um momento no qual indivíduo e profissionais
de saúde discutem todas as informações acerca
da doença e do tratamento.
A participação do enfermeiro na prática
educativa é de fundamental importância. Além
de ser a área de trabalho deste profissional, o
enfermeiro, por meio da consulta de
enfermagem, constrói um vínculo com os
indivíduos, tornando a abordagem mais fácil e
direta. As atividades em grupo, além de
informativas, também se apresentam como
momentos importantes de troca de experiências
e apoio, além de serem momentos de
descontração e lazer. Educar para o autocuidado
não é uma tarefa fácil, pois depende, além da
competência técnica do profissional, da vontade
e interesse do paciente. Se este não aderir à
prática educativa e ao necessário tratamento, o
autocuidado torna-se difícil e o controle
glicêmico fica prejudicado.
PROMOTING SELFCARE IN DIABETES MELLITUS INDIVIDUALLY AND IN GROUP
WORK
ABSTRACT
The purpose of the present study was to describe the strategies of individual and group education in promoting
self-care in Diabetes Mellitus. The study was conducted with 46 individuals with type 2 diabetes at follow-up of a
University Hospital Education Program. The follow-up of the educational process lasted six months during 2008.
The education group had three monthly meetings for dynamic and interactive play for the exchange of experience
between participants. In the individual session questions were asked to identify the bio-psychosocial, socio-
demographic and occupational characteristics. The meeting allowed to better know the individuals, their living
habits and self-care practices. In groups they shared experiences with colleagues, encouraging greater adhesion
to treatment. The educational practice in groups or individually is an effective way to make the individuals aware
of the importance of self-care. It is an opportunity when individuals and health professionals discuss all the
information about the disease and treatment.
Key words: Self-Care Education. Type 2 Diabetes. Nursing.
PROMOVIENDO EL AUTOCUIDADO EN DIABETES EN LA EDUCACIÓN INDIVIDUAL Y
EN GRUPO
RESUMEN
Describir las estrategias de educación individuales y en grupo en la promoción del autocuidado en Diabetes
Mellitus. El estudio fue realizado con 46 personas con diabetes tipo 2 durante el seguimiento en el Programa
Educativo del Hospital/Escuela. El seguimiento del proceso educativo ocurrió por seis meses durante el año
de2008. El funcionamiento de la educación en grupo consistía de tres reuniones mensuales por medio de
dinámicas lúdicas e interactivas, proporcionando el cambio de experiencias entre los participantes. En la consulta
individual fueron hechas preguntas para identificar las características biopsicosociales, socio-demográficas e
histórico ocupacional permitiendo conocer a la persona, sus hábitos de vida y sus prácticas de autocuidado. En
los grupos operativos los individuos comparten experiencias con colegas, estimulando la mayor adhesión al
tratamiento. La práctica educativa individual y en grupo se presenta como la mejor manera eficaz de concienciar
al individuo sobre la importancia del autocuidado, además de posibilitar a éstos y a los profesionales de salud
discusión de las informaciones sobre la enfermedad y el tratamiento.
Palabras clave: Educación del autocuidado. Diabetes tipo 2. Enfermería.
REFERÊNCIAS
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Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes
Mellitus. Brasília; 2006.
2. Cazarini RP, Zanetti ML, Ribeiro KP, Pace AE, Foss
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Ribeirão Preto. 2002; 35: 142-50.
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type 2 diabetes mellitus self-care: from compliance to
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4. Santos Filho CV, Rodrigues WHC, Santos RB. Papéis de
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Esc. Anna Nery Rev Enferm. 2008;12(1):125-9.
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Promovendo o autocuidado em diabetes 599
Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599
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O cuidado sob a ótica do paciente diabético e de seu
principal cuidador. Rev Latino-Am Enfermagem.
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O conhecimento sobre Diabetes Mellitus no processo de
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indivíduo portador de diabetes: Da hospitalização a
domicílio. Arquivos Catarinenses de Medicina. 2006;
35(3): 59-64.
13. Penna CMM., Pinho LMO. A contramão dos programas
de educação em saúde: estratégias de diabéticos. Rev. Bras.
Enferm.2002;55(1)7-12.
14. Torres HC, Hortale VA, Schall V. A experiência de
jogos em grupos operativos na educação em saúde para
diabéticos. Cad. Saúde Pública. 2003;19(4): 1039-47.
Endereço para correspondência: Heloisa de Carvalho Torres. Departamento de Enfermagem Aplicada, Escola
de Enfermagem, UFMG. Av. Alfredo Balena 190, Santa Efigênia, CEP: 30130-100, Belo Horizonte, Minas
Gerais.
Data de recebimento: 05/05/2009
Data de aprovação: 16/11/2009

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Promovendo autocuidado em diabetes através de educação individual e em grupo

  • 1. DOI: 10.4025/cienccuidsaude.v8i4.9686 Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599 PROMOVENDO O AUTOCUIDADO EM DIABETES NA EDUCAÇÃO INDIVIDUAL E EM GRUPO1 Flávia Rodrigues Lobo Pereira* Heloísa de Carvalho Torres** Naiara Abrantes Cândido*** Luciana Rodrigues Alexandre**** RESUMO O presente trabalho consiste em descrever as estratégias de educação individual e em grupo na promoção do autocuidado quanto ao diabetes Mellitus. O estudo foi realizado com 46 pessoas com diabetes tipo 2 em seguimento no Programa Educativo do Hospital-Escola. O acompanhamento do processo educativo ocorreu por seis meses, durante o ano de 2008. O funcionamento da educação em grupo consistia de três encontros mensais por meio de dinâmicas lúdicas e interativas, proporcionando a troca de experiências entre os participantes. Na consulta individual foram feitas perguntas para identificar as características biopsicossociais, sociodemográficas e histórico-ocupacionais, permitindo conhecer a pessoa, seus hábitos de vida e suas práticas de autocuidado. Nos grupos operativos os indivíduos compartilharam experiências com os colegas, estimulando a maior adesão ao tratamento. A prática educativa individual e em grupo apresenta-se como uma maneira eficaz de conscientizar o indivíduo sobre a importância do autocuidado, além de possibilitar a estes e aos profissionais de saúde discussão das informações acerca da doença e do tratamento. Palavras-chave: Educação do Autocuidado. Diabetes Tipo 2. Enfermagem. INTRODUÇÃO Os princípios deste estudo estão inseridos no contexto da promoção e proteção da saúde, pelo esforço organizado pela sociedade para alcançar três objetivos: o controle, a prevenção de doenças e a promoção da saúde. Estas prioridades antecipam os resultados focalizados na prática da realização do processo educativo, o qual tem por meta desenvolver habilidades e fortalecer as atividades educativas para o autogerenciamento dos cuidados requeridos pelo diabetes, de modo a promover nos indivíduos um estado saudável(1-2) . A educação em diabetes tem envolvido equipes multidisciplinares nas atividades educativas nos centros de saúde, ambulatórios e hospitais, reforçando os princípios da aprendizagem para um comportamento saudável. As informações fornecidas pelas estratégias de educação individual e em grupo poderão levar o sujeito a beneficiar-se com uma mudança de comportamento e a conscientizarem-se de que suas ações fazem a diferença no tratamento da doença. O enfermeiro, como profissional fundamental da equipe, assume a educação em saúde como atividade inerente a sua atuação. As intervenções de enfermagem com foco no indivíduo com diabetes incluem, além do cuidado específico, as ações educativas(3) . A partir da convivência com pessoas diabéticas no atendimento individual e em grupo, no programa de educação em diabetes do ambulatório de especialidades do estudo, percebemos que a maior dificuldade encontrada no controle glicêmico é a realização das práticas de autocuidado. A educação em diabetes é um meio eficaz para a mudança de comportamento dos indivíduos rumo à adesão à dieta e à pratica de atividades físicas, o que pode conduzir a um melhor controle glicêmico(4,7) . Considerando que a educação é fundamental para o autogerenciamento dos cuidados em DM, o serviço de endocrinologia e metabologia do hospital estudado tem realizado programas educativos com pacientes com diabetes tipo 2 _______________ 1 Trabalho premiado no 69 º Congresso Brasileiro de Enfermagem em 2º lugar no categoria de Prêmio Vanda Horta. *Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). E-mail: flavia_arwen@yahoo.com.br **Enfermeira. Doutora. Professora do Departamento de Enfermagem Aplicada da Escola de Enfermagem da UFMG. Coordenadora do Projeto Educação em Diabetes. E-mail: heloisa@enf.ufmg.br ***Acadêmica de Nutrição da UFMG. E-mail: naiarabrantes@gmail.com ****Acadêmica de Enfermagem da UFMG. E-mail: lu_ra2504@yahoo.com.br
  • 2. Promovendo o autocuidado em diabetes 595 Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599 desde 2001, com a finalidade de proporcionar uma maior adesão ao tratamento para o controle da doença. O objetivo do presente estudo é relatar a experiência do uso de estratégias de educação individual e em grupo na promoção do autocuidado em diabetes, visando ao controle metabólico. METODOLOGIA O projeto foi realizado com 46 indivíduos com diabetes Mellitus tipo 2 inseridos no Programa Educativo desenvolvido no Serviço Especial de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), no ano de 2008. As estratégias utilizadas foram a educação individual e a educação em grupo. O programa conta com a participação de uma equipe multidisciplinar composta por uma enfermeira docente e uma assistencial, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, nutricionista, bolsistas e acadêmicos de enfermagem e nutrição. A experiência foi registrada por meio de observação, diário de campo, condução dos encontros, informações fornecidas pelos participantes e entrevista semiestruturada com questões acerca da linguagem utilizada nos grupos, dinâmicas, métodos educativos e entendimento dos indivíduos, bem como abriu espaço para sugestões para encontros posteriores. Os dados sociodemográficos dos indivíduos foram analisados com base nas informações por eles fornecidas. Os achados do diário de campo foram analisados de acordo com as observações, e seus principais aspectos foram destacados de forma a compará-los com os achados na literatura. O serviço tem parceria com o projeto “A Atuação da Equipe Multidisciplinar no Programa Educativo em Diabetes Mellitus tipo II” e com a disciplina optativa “Interdisciplinaridade na Educação em Diabetes”, ambos da Escola de Enfermagem da UFMG. O projeto foi aceito pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP- UFMG), mediante o Parecer n.° 403/07, e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido no momento da consulta de enfermagem. Estratégias educativas individual e em grupo: o relato da experiência - Consulta individual No atendimento individual foram realizadas orientações quanto ao manejo da dieta e da atividade física, além das medidas antropométricas (peso, altura e índice de massa corporal), glicemia capilar e o exame de hemoglobina glicada (HbA1c). Os atendimentos se deram no período vespertino, duas vezes por semana. Cada consulta tinha duração média de uma hora. O protocolo de atendimento utilizado abordava as características socioeconômicas dos participantes, dados sobre o diagnóstico e tratamento atual do diabetes, outras doenças associadas e seus respectivos tratamentos e hábitos de vida, relacionados à alimentação, prática de atividade física, atividades de lazer e convívio social. Durante a consulta foram aferidos sinais vitais, peso, altura, glicemia capilar e exame de glico-hemoglobina. A função do enfermeiro durante os atendimentos consistiu, entre outras atividades, no acolhimento do indivíduo, percepção da posição deste em relação ao tratamento, investigação das práticas de autocuidado, exame físico dos pés, orientações quanto à prevenção das complicações agudas e crônicas da doença e em ajudar o cliente a decidir qual a melhor forma de aprimorar o controle glicêmico. - Grupos operativos O grupo operativo era formado por 13 indivíduos, em média, que participavam de atividades durante duas horas. Em todos eles a enfermeira docente e a acadêmica de enfermagem conduziam o processo, abrindo o encontro por meio de uma dinâmica de relaxamento com um jogo e uma conversa que retomavam o estímulo à participação ao programa educativo. A cada encontro comparecia um ou mais profissionais de saúde para falar sobre um tema, por meio de dinâmicas interativas e lúdicas fundamentadas em jogos educativos baseados nos conhecimentos teóricos e práticos. Nesta etapa contou-se com a participação de profissionais de enfermagem, nutrição, terapia ocupacional e fisioterapia, e ainda com alunos de graduação de enfermagem e nutrição, frequentadores da disciplina optativa
  • 3. 596 Pereira FLR, Torres HC, Cândido NA, Alexandre LR Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599 “Interdisciplinaridade na Educação em Diabetes” e os bolsistas do projeto. Os encontros em grupo eram realizados sempre com a mesma equipe multidisciplinar, procurando-se modificar as metodologias de ensino e aprendizagem. Os temas explorados na educação em grupo foram: fisiopatologia do diabetes, prevenção das complicações agudas e crônicas do diabetes, importância da dieta e da prática de atividades físicas, cuidados com os pés. Os profissionais foram orientados quanto à postura, linguagem e forma de comunicação. A educação em grupo compreendeu nove (09) encontros, com avaliação no 1.º e no 9.º encontros, como descrito abaixo. - Primeiro tema: “A fisiopatologia do diabetes Mellitus” Neste momento abordou-se a fisiopatologia do diabetes Mellitus, além das complicações agudas e crônicas da doença e a insulinoterapia. Para tal, utilizou-se um manequim do corpo humano como ilustração, técnica que chamou a atenção e provocou curiosidade nos participantes. Para ilustrar as diferenças entre o diabetes tipo 1 e o tipo 2 utilizou-se a “minimaquete da fisiopatologia”, uma atividade lúdica criada por alunos de enfermagem da UFMG. No segundo encontro, os moderadores, além da utilização do manequim do corpo humano, apresentaram um teatro interativo com os personagens que apareciam na cartilha elaborada por eles e distribuída aos indivíduos. Estes se mostraram entusiasmados e interagiram diretamente com os alunos e entre si, representando assim uma troca de experiências entre o grupo. Para o terceiro encontro, os alunos da disciplina prepararam uma discussão sobre o tema, com base nos tópicos da cartilha confeccionada. Os desenhos da cartilha chamaram bastante a atenção dos usuários e o resultado positivo alcançado pelo personagem principal da cartilha foi apontado como o mais atrativo (o personagem perdeu peso, após seguir as orientações e levar uma vida saudável). - Segundo tema: “Plano alimentar para a pessoa com diabetes Mellitus” A prática pedagógica utilizada nos dois primeiros encontros sobre o tema foi o “Jogo da Dieta”. Cada um dos participantes recebeu uma ficha correspondente a uma refeição diária que poderia ou não ser seguida pelo indivíduo com diabetes. O objetivo do jogo era instruir e averiguar o nível de conhecimento da pessoa sobre o plano alimentar adequado. A partir dos conhecimentos prévios demonstrados pelos participantes, os profissionais moderadores enfatizaram os conteúdos acerca da alimentação saudável para o diabetes. No segundo encontro, além do jogo e das cartilhas educativas que foram distribuídas para os participantes, os profissionais e acadêmicos de nutrição e enfermagem, que eram os moderadores, discutiram os aspectos sobre a dieta que não haviam sido contemplados com os jogos. Foi também realizada a dinâmica da “batata-quente”, na qual, ao som de uma música, uma caixa com perguntas sobre o plano alimentar circulava entre os participantes, que se encontravam em roda. No momento em que a música parava, a pessoa que estivesse com a caixa retirava uma pergunta e esta era lida pelo moderador para todos os presentes. A pessoa tentaria respondê-la e, caso não o soubesse, os demais também eram estimulados a tentar, sendo as dúvidas sanadas pelos moderadores. Ao final, as cartilhas contendo as repostas para as perguntas da dinâmica foram entregues para os participantes. - Terceiro tema: A atividade física para o diabetes No primeiro encontro utilizou-se o “jogo das imagens”, no qual cada pessoa deveria associar as imagens que recebeu a perguntas relacionadas à atividade física, como: “onde?”, “como ir?”, “o que fazer?”, dentre outras. O objetivo do jogo era verificar o nível de conhecimento dos participantes acerca das possíveis atividades físicas a serem realizadas e da importância de fazê-las da forma correta. No segundo encontro as cartilhas foram utilizadas como prática pedagógica. Os alunos prosseguiram fazendo as perguntas nelas contidas, e após a discussão do tema, realizavam a leitura das respostas presentes na cartilha e sanavam as dúvidas que surgiam. No terceiro encontro utilizou-se o “jogo de tabuleiro” para discutir os temas referentes à atividade física. Os alunos que conduziram o
  • 4. Promovendo o autocuidado em diabetes 597 Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599 grupo montaram um “tabuleiro” no chão, que os participantes deveriam percorrer após jogarem um dado e responderem questões sobre atividade física, como condição para continuarem no jogo. Foi um momento de muita descontração, que contou com grande adesão dos participantes. Após o fim do jogo, também foram distribuídas cartilhas (com o conteúdo apresentado no jogo), as quais foram lidas em voz alta para os presentes. Em todos os encontros foram ensinados exercícios de alongamento que os indivíduos poderiam fazer em domicílio, e este momento contou com grande participação de todos. Avaliando a experiência Foram cadastradas 97 pessoas com diabetes Mellitus tipo 2 para participar das atividades individual e em grupo operativo. Dessas 97 pessoas, 46 (48%) frequentaram as intervenções educativas individuais e em grupo. Identificou- se no projeto uma população adulta com idade média de 55 anos, com maior frequência de mulheres (94%, = 25); grau escolaridade até 4ª série primária; glicose sanguínea acima de 7,5%- HbA1c: 10%; tempo de duração do DM: 10 anos; índice de massa corporal - IMC: 29,98kg/m2 . Dos 46 indivíduos que foram convidados e participaram da consulta individual, apenas 23 (50%) comparecem aos encontros. Em todos os encontros, os participantes se apresentavam e aproveitavam o momento para falar sobre seus sentimentos em relação à doença. Os profissionais de saúde que conduziam os grupos também se apresentavam. Esta foi uma forma de estabelecer vínculo com os indivíduos e conhecer melhor os participantes. Nesse momento também buscou-se resgatar os conhecimentos prévios dos indivíduos acerca do tema, e sempre que surgiam dúvidas os participantes eram estimulados a esclarecê-las, caso o soubessem. Os profissionais se mostraram interessados e sensibilizados em relação à importância da integração profissional/indivíduos para promoção e educação em diabetes e o uso da linguagem apropriada pelo profissional na abordagem de diferentes temas. Os participantes/indivíduos com diabetes se mostraram interessados em participar da educação em grupo e individual e se sentiram descontraídos para colocar suas dúvidas sobre a doença e o tratamento. O atendimento individual permitiu conhecer o cliente, seus hábitos de vida, suas práticas de autocuidado e a melhor forma de estabelecer o processo educativo, além de estabelecer um vínculo entre o profissional e opaciente, importantes facilitadores deste processo(4-6) . Nesse momento, também eram realizadas orientações específicas de acordo com as necessidades de cada indivíduo, fortalecendo a prática educativa. A consulta de enfermagem permite uma relação mais próxima com o cliente, que se sente valorizado e importante(7-10) . Além disso, considera-se a consulta de enfermagem uma ocasião conveniente para a realização da prática educativa, uma vez que os profissionais de enfermagem são capazes de instigar a prática do autocuidado nesses clientes utilizando ferramentas como o processo de enfermagem(11- 12) . Um aspecto importante a ser observado na prática educativa é o respeito à autonomia do indivíduo, pois, mais do que transferir conhecimentos, o educador deve abrir espaço para que seu público construa suas próprias perspectivas(5) . Para que isso ocorra no processo de educação em saúde, os profissionais de saúde devem conhecer os clientes, suas perspectivas, seus anseios, para que possam guiar o processo de forma a satisfazer às suas necessidades(13) . A atividade lúdica utilizada nos grupos operativos para trabalhar o tema sobre plano alimentar foi considerada positiva e estimulou a participação ativa de todos, que tiraram dúvidas e trocaram experiências durante os encontros e perceberam que uma alimentação saudável deve ser seguida por todas as pessoas. Pôde-se observar que o grupo demonstrou mais interesse e participação nos encontros sobre plano alimentar. A técnica de grupos operativos permite o compartilhamento de informações com outras pessoas e a troca das experiências vivenciadas com a doença. Esse intercâmbio de saberes contribui para a maior adesão da pessoa ao tratamento, já que possibilita o apoio mútuo dos participantes(13-14) .
  • 5. 598 Pereira FLR, Torres HC, Cândido NA, Alexandre LR Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599 CONSIDERAÇÕES FINAIS A prática educativa apresenta-se como a melhor maneira de conscientizar a pessoa com diabetes sobre a importância do autocuidado. É um momento no qual indivíduo e profissionais de saúde discutem todas as informações acerca da doença e do tratamento. A participação do enfermeiro na prática educativa é de fundamental importância. Além de ser a área de trabalho deste profissional, o enfermeiro, por meio da consulta de enfermagem, constrói um vínculo com os indivíduos, tornando a abordagem mais fácil e direta. As atividades em grupo, além de informativas, também se apresentam como momentos importantes de troca de experiências e apoio, além de serem momentos de descontração e lazer. Educar para o autocuidado não é uma tarefa fácil, pois depende, além da competência técnica do profissional, da vontade e interesse do paciente. Se este não aderir à prática educativa e ao necessário tratamento, o autocuidado torna-se difícil e o controle glicêmico fica prejudicado. PROMOTING SELFCARE IN DIABETES MELLITUS INDIVIDUALLY AND IN GROUP WORK ABSTRACT The purpose of the present study was to describe the strategies of individual and group education in promoting self-care in Diabetes Mellitus. The study was conducted with 46 individuals with type 2 diabetes at follow-up of a University Hospital Education Program. The follow-up of the educational process lasted six months during 2008. The education group had three monthly meetings for dynamic and interactive play for the exchange of experience between participants. In the individual session questions were asked to identify the bio-psychosocial, socio- demographic and occupational characteristics. The meeting allowed to better know the individuals, their living habits and self-care practices. In groups they shared experiences with colleagues, encouraging greater adhesion to treatment. The educational practice in groups or individually is an effective way to make the individuals aware of the importance of self-care. It is an opportunity when individuals and health professionals discuss all the information about the disease and treatment. Key words: Self-Care Education. Type 2 Diabetes. Nursing. PROMOVIENDO EL AUTOCUIDADO EN DIABETES EN LA EDUCACIÓN INDIVIDUAL Y EN GRUPO RESUMEN Describir las estrategias de educación individuales y en grupo en la promoción del autocuidado en Diabetes Mellitus. El estudio fue realizado con 46 personas con diabetes tipo 2 durante el seguimiento en el Programa Educativo del Hospital/Escuela. El seguimiento del proceso educativo ocurrió por seis meses durante el año de2008. El funcionamiento de la educación en grupo consistía de tres reuniones mensuales por medio de dinámicas lúdicas e interactivas, proporcionando el cambio de experiencias entre los participantes. En la consulta individual fueron hechas preguntas para identificar las características biopsicosociales, socio-demográficas e histórico ocupacional permitiendo conocer a la persona, sus hábitos de vida y sus prácticas de autocuidado. En los grupos operativos los individuos comparten experiencias con colegas, estimulando la mayor adhesión al tratamiento. La práctica educativa individual y en grupo se presenta como la mejor manera eficaz de concienciar al individuo sobre la importancia del autocuidado, además de posibilitar a éstos y a los profesionales de salud discusión de las informaciones sobre la enfermedad y el tratamiento. Palabras clave: Educación del autocuidado. Diabetes tipo 2. Enfermería. REFERÊNCIAS 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus. Brasília; 2006. 2. Cazarini RP, Zanetti ML, Ribeiro KP, Pace AE, Foss MC. Adesão a um grupo educativo de pessoas portadoras de Diabetes Mellitus – porcentagem e causas. Medicina, Ribeirão Preto. 2002; 35: 142-50. 3. Cyrino AP, Schraiber LB, Teixeira RR. Education for type 2 diabetes mellitus self-care: from compliance to empowerment. Interface. Comunicação, Saúde e Educação.2009;13(30):93-106. 4. Santos Filho CV, Rodrigues WHC, Santos RB. Papéis de autocuidado – subsídios para enfermagem diante das reações emocionais dos portadores de Diabetes Mellitus. Esc. Anna Nery Rev Enferm. 2008;12(1):125-9. 5. Freire P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra; 1996.
  • 6. Promovendo o autocuidado em diabetes 599 Cienc Cuid Saude 2009 Out/Dez; 8(4):594-599 6. Zanetti ML, Otero LM, Peres DS, Santos MA, Guimarães FPM, Freitas MCF. Evolução do tratamento de pacientes diabéticos utilizando o protocolo staged diabetes management. Acta Paul. Enferm. 2007; 20(3):338-44. 7. Coelho MS, Silva DMGV. Grupo educação- apoio:visualizando o autocuidado com os pés de pessoas com diabetes mellitus. Ciência Cuid e Saúde. 2006;5(1):11- 15. 8. Santos ECB dos, Zanetti ML, Otero LM, Santos MA dos. O cuidado sob a ótica do paciente diabético e de seu principal cuidador. Rev Latino-Am Enfermagem. 2005;13(3):397-406. 9. Rêgo MAB, Nakatani AYK, Bachion MM. Educação para a saúde como estratégia de intervenção de enfermagem às pessoas portadoras de diabetes. Rev Gaúcha Enferm. 2006;27(1): 60-70. 10. Pace AE, Ochoa-Vigo K, Caliri MML, Fernandes APM. O conhecimento sobre Diabetes Mellitus no processo de autocuidado. Rev Latino-Am Enfermagem. 2006; 14(5):142-9. 11. Silva MG. A consulta de enfermagem no contexto da comunicação interpessoal – a percepção do cliente. Rev. Latino-Am.enfermagem.1998; 6(1):27-31. 12. Comiotto G, Martins JJ. Promovendo o autocuidado ao indivíduo portador de diabetes: Da hospitalização a domicílio. Arquivos Catarinenses de Medicina. 2006; 35(3): 59-64. 13. Penna CMM., Pinho LMO. A contramão dos programas de educação em saúde: estratégias de diabéticos. Rev. Bras. Enferm.2002;55(1)7-12. 14. Torres HC, Hortale VA, Schall V. A experiência de jogos em grupos operativos na educação em saúde para diabéticos. Cad. Saúde Pública. 2003;19(4): 1039-47. Endereço para correspondência: Heloisa de Carvalho Torres. Departamento de Enfermagem Aplicada, Escola de Enfermagem, UFMG. Av. Alfredo Balena 190, Santa Efigênia, CEP: 30130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais. Data de recebimento: 05/05/2009 Data de aprovação: 16/11/2009