Este documento discute a importância do ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) na educação de crianças surdas. A LIBRAS é essencial para o desenvolvimento cognitivo e social de crianças surdas, mas muitas escolas não oferecem ensino adequado de LIBRAS. É importante que as escolas preparem professores para ensinar LIBRAS e adotem currículos que valorizem essa língua.
A importancia do ensino de libras na educacao fundamental
1. A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE LIBRAS NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL*
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE LIBRAS NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL*
CRISTIANE BASSANI**
DILAINE APARECIDA SBARDELOTTO ***
RESUMO
Este artigo tem por finalidade evidenciar a importância da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais),
para o desenvolvimento do surdo fazendo uma abordagem de sua origem enfatizando a
importância do estudo da mesma e do seu ensinamento das escolas, especificamente na
Escola Municipal Geraldo Caldani, situada em São Miguel do Iguaçu. Este artigo teve como
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objetivo promover a sociabilização de deficiente auditivo em uma sociedade dominante, a qual
encontram-se educadores não qualificados nesta área de ensino e ambiente inadequado para
o entendimento necessário do aluno em estudo, relevando as maiores dificuldades dos
professores e quais as influências no processo ensino - aprendizagem que envolvem os pais.
Baseando-se no princípio “igualdade de oportunidade” e “educação para todos”, é que se
questiona a escolarização aos alunos considerados portadores de necessidades especiais, e
um compromisso assumido pelo Brasil no combate a exclusão de toda e qualquer pessoa no
sistema educacional de ensino.
Obviamente enfrenta-se um desafio, tomar a escola um espaço aberto e adequado ao ensino
inclusivo. Sabe-se que muitos obstáculos são encontrados, particularmente sobre os princípios
da educação inclusiva para que atenda as especificidades de cada aluno portador de
deficiência auditiva, mas para que haja uma verdadeira inclusão, é preciso que os professores
também tenham apoio dos familiares do portador de deficiência, promovendo a acessibilidade
do mesmo em classe de ensino regular para que possa adquirir incentivos a autonomia e o
espírito critico criativo e passe a exercer a sua cidadania.
PALAVRAS – CHAVE:
Inclusão, educação, deficiente auditivo, ensino de LIBRAS.
* Artigo científico apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado.
** Acadêmica do 8º período de Geografia do Instituto de Ensino Superior (ISE), da Faculdade
de Ensino de São Miguel do Iguaçu (Uniguaçu - Faesi).
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*** Professora Orientadora do trabalho.
ABSTRACT
This article aims to highlight the importance of Libras (Brazilian Sign Language) for the
development of deaf making an approach to its origin emphasizing the importance of studying it
and its teaching in schools, specifically at the Municipal School Geraldo Caldani located in Sao
Miguel do Iguacu. This article aims to promote the socialization of hearing impaired in a
dominant society, which are not qualified educators in this area of education and inadequate
environment necessary for the understanding of the student in the study, highlighting the major
difficulties of teachers and what influences in the teaching-learning which involve parents.
Relying on the principle "equal opportunity" and "education for all" is that it questions the school
students considered handicapped, and a commitment made by Brazil in combating exclusion of
any person in the educational system of education .
Obviously it faces a challenge, making the school an open and appropriate for inclusive
education. It is known that many obstacles are encountered, particularly on the principles of
inclusive education that meets the specific to each student of the impaired hearing, but there is
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a true inclusion, requires that teachers also have support from family members of the impaired,
promoting accessibility in the same class of education so that you can acquire autonomy and
incentives for creative and critical mind to go to exercise their citizenship.
KEY WORDS:
inclusion, education, hearing impaired, education POUNDS.
INTRODUÇÃO
Na discussão sobre a educação dos surdos, devem-se relevar as necessidades e dificuldades
lingüísticas dos mesmos. Atualmente, entende-se, na educação desses alunos, a primeira
língua deve ser a de sinais, pois possibilitam a comunicação inicial na escola em que eles são
estimulados a se desenvolver, uma vez que os surdos possuem certo bloqueio para a
aquisição natural da linguagem oral.
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O ensino de libras vem sendo reconhecido como caminho necessário para uma efetiva
mudança nas condições oferecidas pela escola no atendimento escolar desses alunos, por ser
uma língua viva, produto de interação das pessoas que se comunicam.
Essa linguagem é um elemento essencial para a comunicação e fortalecimento de uma
identidade Surda no Brasil e, dessa forma, a escola não pode ignorar no processo de ensino
aprendizagem.
A educação inclusiva se orienta pela perspectiva da diversidade, com metodologias e
estratégias diferenciadas, com responsabilidade compartilhada, cuja capacitação do professor
passa pelo conhecimento sobre a diversidade, com a família, responsabilidade para com o
exercício da profissão. As transformações acontecem na atividade principal, quando o aluno
esta dentro da sala de aula.
Este é o principal motivo de haver modificação, pois sem ela, não haverá mudança,
considerando que as relações e a constituição do ser humano acontecem nas situações mais
ocultas da vida.
Segundo Quadros (1998, pg. 64), assim como as línguas faladas às línguas de sinais não são
universais: cada país apresenta a sua própria língua. No caso do Brasil, tem - se a LIBRAS.
O ensino de dessa linguagem é uma questão preocupante no contexto da educação dos
surdos, pois o reconhecimento da importância do estudo da mesma no ensino de surdos, ainda
é deixado de lado. Portanto há uma necessidade maior de reflexão no sentido de evidenciar a
sua importância.
De acordo com FRITH (1985,1990 p. 1503):
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“A dislexia do desenvolvimento consiste numa interrupção da progressão da leitura ao longo
dos estágios logográfico, alfabético e ortográfico. Nessa dislexia, a criança tem dificuldades
para progredir do estagio logográfico ao alfabético, e em desenvolver a rota fonológica. Assim,
ela tende a fazer leitura visual de um conjunto limitado de palavras de sobrevivência de alta
freqüência que conseguiu memorizar, e comete erros visuais envolvendo a composição
grafêmica das palavras”.
A principal função da escola é possibilitar ao aluno adequar-se ao conhecimento ensinado pelo
professor. Neste processo de ensino aprendizagem, os conceitos oferecidos pela escola
interagem com os conceitos do senso comum aprendidos no cotidiano e, nessa interação é que
a escola reorganiza os ensinamentos modificando-os, que se consolidam a partir do senso
comum.
Para essas reflexões serem realizadas, as bases teóricas foram buscadas em estágios em
salas de aula, em questionários aplicados a professores especializados e em bibliografia de
outros autores como: Heloisa Maria Moreira Lima Salles, Enilde Faulstich, Orlene Lúcia
Carvalho, Ana Adelina Lopo Ramos, Carlos Skiliar, entre outros, pois desenvolvem pesquisas e
análises de suma importância apresentado no devido artigo.
A LIBRAS – Linguagem Brasileira de sinais
A libra, não é apenas uma linguagem, uma vez que prestam as mesmas funções das línguas
orais, pois ela possui todos os níveis lingüísticos e como toda língua de sinais, a LIBRAS é
uma língua de modalidade visual-gestual, não estabelecida através do canal oral, mas através
da visão e da utilização do espaço.
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Como a língua de sinais se desenvolve de forma, é lógico e aceitável que os surdos se
comuniquem naturalmente utilizando as mãos, cabeça e outras partes do corpo, por estarem
privados da audição.
Sobre isto, SALLES (2004), menciona:
“A LIBRAS é adotada de uma gramática constituída a partir de elementos Constitutivos das
palavras ou itens lexicais e de um léxico que se estruturam a partir de mecanismos fonológicos,
morfológicos, sintáticos e semânticos que apresentam também especificidades, mas seguem
também princípios básicos gerais. É adotada também de componentes pragmáticos
convencionais codificados no léxico e nas estruturas da LIBRAS e de princípios pragmáticos
que permitem a geração de implícitos sentidos metafóricos, ironias e outros significados não
literais. A LIBRAS é a língua utilizada pelos surdos que vivem em cidades do Brasil, portanto
não é uma língua universal.”
Histórico da Língua Brasileira de Sinais na Educação de Surdos
Não se sabe certo onde surgiu a língua de sinais nas comunidades surdas, mas foram criadas
por homens que tentaram recuperar a comunicação através dos demais canais por terem um
impedimento auditivo. Não existem registros oficiais do surgimento da língua de sinais no
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mundo. Alguns educadores, mesmo fracassando não mediam esforços para fazer os surdos
falarem, inclusive no Brasil, já outros, criavam adaptações técnicas e metodologia especifica
para ensinar os surdos levando em consideração as suas diferenças lingüísticas. No entanto,
vários surdos sinalizavam entre si, criando um momento propício para a constituição de uma
língua de sinais.
Desenvolvimento da pessoa surda
A relação entre o homem e o mundo acontece mediada pela linguagem, porque permite ao ser
humano planejar suas ações, estruturar seu pensamento, registrar o que conhece e
comunicar-se.
A língua é o principal meio de desenvolvimento do processo cognitivo do pensamento humano.
Por isso a presença de uma língua é considerada fator indispensável ao desenvolvimento dos
processos mentais.
A disposição de um ambiente lingüístico é necessária para que a pessoa possa sintetizar e
recriar os mecanismos da língua. É através da linguagem que a criança percebe o mundo e
constrói a sua própria concepção. Com bases na pesquisa realizada a Escola Municipal
Geraldo Caldani, percebemos que os surdos possuem desenvolvimento cognitivo compatível
de aprender como qualquer ouvinte, no entanto, os surdos que não adquirem uma língua, têm
dificuldade de perceber as relações e o contexto mais amplo das atividades em que estão
inseridos, assim o seu desenvolvimento e aprendizagem ficam fragmentados.
Segundo Lúria (1986), os processos de desenvolvimento da linguagem incluem o conjunto de
interações entre a criança e o ambiente tornando-se necessário desenvolver alternativas que
possibilitem os alunos com surdez adquirir linguagem aperfeiçoando esse potencial.
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Quando uma criança surda tem acesso a sua língua natural, ou seja, a língua de sinais, ela se
desenvolve integralmente, pois tem inteligência semelhante a dos ouvintes, diferindo apenas
na forma como aprendem que é visual e não oral-auditiva. No entanto, a maioria das crianças
surdas vêm de famílias ouvintes que não dominam a língua de sinais, e por isso, é essencial a
imersão escolar na primeira língua das crianças surdas, já que essa aquisição da linguagem
permitem o desenvolvimento das funções cognitivas.
A LIBRAS no contexto do Ensino Fundamental
A escola é muito importante na formação dos sujeitos em todos os seus aspectos. É um lugar
de aprendizagem, de diferenças e de trocas de conhecimento, precisando, portanto atender a
todos sem distinção, a, fim de não promover fracassos, discriminações e exclusões.
Diferente dos ouvintes, grande parte das crianças surdas entram na escola sem o
conhecimento da língua, sendo que a maioria delas vem de famílias ouvintes que não sabem a
língua de sinais, portanto, a necessidade que a LIBRAS seja, no contexto escolar, não só
língua de instrução, mas, disciplina a ser ensinada, por isso, é imprescindível que o ensino de
LIBRAS seja incluído nas séries iniciais do ensino fundamental para que o surdo possa adquirir
uma língua e posteriormente receber informações escolares em língua de sinais.
O papel da língua de sinais na escola vai além da sua importância para o desenvolvimento do
surdo, por isso, não basta somente a escola colocar duas línguas nas classes, é preciso que
haja a adequação curricular necessária, apoio para os profissionais especializados para
favorecer surdos e ouvintes, a fim de tornar o ensino apropriado a particularidade de cada
aluno. Sobre isso Skliar menciona:
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Segundo SKLIAR (2005, p. 27): “ Usufruir da língua de sinais é um direito do surdo e não uma
concessão de alguns professores e escolas”.
A escola deve apresentar alternativas voltadas ás necessidades lingüísticas dos surdos,
promovendo estratégias que permitam a incursão e o desenvolvimento da língua de sinais
como primeira língua.
As diferentes formas de proporcionar uma educação à criança de uma escola, dependem das
decisões político-pedagógicas adotadas pela escola. Ao optar por essa educação, o
estabelecimento de ensino assume uma política em que duas línguas passarão a ser
exercitadas no espaço escolar.
Preparação dos profissionais
Deve-se pensar em uma preparação para os profissionais para incluir crianças
com necessidades especiais no ensino fundamental, pois nesse processo, o educador irá estar
diretamente interligado com esses alunos favorecendo o desenvolvimento das habilidades para
a prática pedagógica, com o auxílio de um programa assistencial infantil, que atende essas
crianças, que obrigatoriamente deve estar presente na escola.
Quando ocorre o preconceito da sociedade quanto ao deficiente auditivo, é preciso que
haja educadores qualificados e ambiente adequado para o atendimento aos alunos
amenizando essa problemática, dando importância à perspectiva de atender as exigências da
sociedade que só alcançará seu objetivo quando todas as pessoas tiverem acesso à
informação e conhecimento necessário para a formação de sua cidadania.
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Em meio a discussões sobre os questionários aplicados a profissionais na escola Geraldo
Caldani, releva que para o desempenho das atividades pedagógicas em relação às crianças
com deficiência auditiva, devem receber assessoramento da equipe pedagógica e de
intérpretes que atendem as necessidades dos alunos surdos inclusos no ensino regular.
A inclusão do deficiente auditivo deve ser integral, acima de tudo, digna de respeito e
direito a educação com qualidade atendendo aos interesses individuais e nos grupos sociais.
A educação especial passa por uma transformação em termos da sua concepção e
diretrizes legais. É preciso estabelecer um plano de ação político-pedagógico que envolva a
inclusão das pessoas portadoras de necessidades especiais. Faz-se necessário lembrar que a
Educação Especial delineia um processo de construção e compreensão de posicionamentos
quanto às orientações e diretrizes atuais.
Com o processo de inclusão dos portadores de necessidades educativas especiais no
ensino fundamental, devemos levar em consideração que as mudanças são freqüentes,
principalmente quando consideramos que toda a nossa tradição histórica tem sido
preconceituosa e discriminativa. Quanto a isso, os profissionais sabem que existe uma grande
preocupação no rendimento escolar, por isso, o educador deve estar preparado para lidar com
situações constrangedoras, pois terá contato com diferentes tipos de alunos.
Há ainda, uma grande preocupação quanto a participação dos pais na escola, pois são
poucos os que são presente na educação escolar. Os mesmos, muitas vezes desconhecem a
LIBRAS, pois utilizam gestos que são reproduzidos naturalmente.
No processo de inclusão no âmbito escolar, deverá ser feito um trabalho de
conscientização que é um trabalho essencial para a construção de uma sociedade justa e
igualitária, na qual as diferenças sejam consideradas e respeitadas.
As diferenças humanas
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Os ouvintes são acometidos pela crença de que ser ouvinte é melhor do que ser surdo,
pois, na ótica do ouvinte, ser surdo é o resultado da perda de uma habilidade disponível para a
maioria dos seres humanos. No entanto, essa parece ser uma questão de mero ponto de vista.
“Um órgão a mais ou a menos em nossa máquina teria feito de nós outra inteligência” (
FAULSTICH, 2004 p.36 ).
Se não há limite entre a grandeza e a pequenez podemos concluir que ser surdo não é
melhor nem pior de ser ouvinte, mas diferente. Esta é uma questão que merece ser
amplamente discutida, pois, estão limitadas as considerações das pessoas com necessidades
especiais.
Segundo Skliar (2005) explica que falar em Cultura Surda como um grupo de pessoas
localizados no tempo e no espaço é fácil, mas refletir sobre o fato de que nessa comunidade
surgem processos culturais específicos é uma visão rejeitada por muitos, sobre o argumento
da concepção da cultura universal.
Quanto à Língua de sinais, cabe ressaltar a forma como os indivíduos são nela nomeados,
atribuindo-se aos sujeitos características físicas, psicológicas, associadas ou não a
comportamentos particulares, os mais variados, os quais personificam os indivíduos. É uma
língua adquirida efetivamente no contato com seus falantes. Esse contato acontece com a
participação da família, onde a cultura esta em plena transformação e ao mesmo tempo
diversifica seus hábitos e costumes que refletem nessa cultura.
Nesse sentido, é fundamental o contato da criança surda com os adultos surdos e outras
crianças com as mesmas necessidades para que haja a interação lingüística favorável que
possibilite um ambiente de interação, quando se trata de língua de sinais.
O processo de alfabetização de surdos tem duas enquetes a serem ressaltadas: o
relato de estórias por parte da comunidade e a produção de literatura infantil em sinais (não
sistemas de comunicação artificial, portuguesa sinalizado, ou qualquer outra coisa que não seja
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a Língua de Sinais Brasileira (LSB)). Recuperar a produção literária da comunidade surda é
necessário para tornar produtivo o processo de alfabetização.
Segundo Quadros, o papel do surdo adulto na educação se torna fundamental para o
desenvolvimento da pessoa surda. É preciso produzir estórias utilizando-se configurações de
mãos específicas, produzirem estórias em primeira pessoa sobre pessoas surdas, sobre
pessoas ouvintes, produzir vídeo de produções literárias de adultos surdos.
“A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (Constituição da
República Federativa do Brasil, III, Art. 205).
A educação de surdos e a educação especial
A educação especial para surdos parece não ser o marco adequado para uma discussão
significativa sobre a educação dos surdos. Mas, ela é o espaço habitual onde se produzem e
se reproduzem táticas e estratégias de naturalização dos surdos em ouvintes, e o local onde a
surdez é disfarçada. De acordo com SALLES (2004, p.12):
“Os processos para as crianças surdas são produzidos dentro de uma subclasse de educação
chamada ‘especial’. No caso da educação especial, significa algo adicional ao comum; na
verdade é uma subdivisão ou uma porção que daí se limita. Pressuposições são feitas a partir
de ‘capacidade de absorção’ de tais crianças marcadas, a respeito das possíveis limitações de
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seus potenciais cognitivos, ao invés de questionar se ‘canais de absorção’ alternativos
poderiam ser-lhes disponíveis. Ironicamente, todos os esforços de instrução e reabilitação
focalizam-se, muitas vezes exclusivamente, do canal ‘perdido’ que falta como a única
característica ao redor da qual todo o ensino deveria girar. Esta retração irônica pela educação
especial produz um mundo limitado de aprendizado de interação social. Embora esta obsessão
por ouvir possa ser traçada, a combinação da fala com a linguagem, o resultado imediato é
uma opressão direta das crianças surdas e uma negação das identidades sociais que lhes
podem estar disponíveis como adultos surdos”.
A necessidade de construir um território mais significativo para a educação dos surdos
nos conduz a um conjunto de inquietações acerca de como narramos aos outros, de como os
outros se narram a si mesmos, e de como essas narrações são colocadas de um modo
estático nas políticas e nas praticas pedagógicas.
A tensão e a ruptura com a educação especial só podem ser entendidas como
estratégias para deslocar representações e não no seu sentido linear, literal. O movimento de
aproximação com outras linhas de estudo em educação também é uma provocação para o
descentramento.
Reflexão sobre o fracasso educacional dos surdos
A falta de compreensão e de produção dos significados da língua oral e o analfabetismo na
escola antiga, a mínima proporção dos surdos tinham acesso a estudos de ensino superior,
pois estava escassa a qualificação profissional para o trabalho, e estes são motivos para várias
justificações impróprias sobre o fracasso na educação dos surdos. Uma delas, está a
culpabilizacao aos professores ouvintes por esse fracasso e a localização do fracasso nos
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processos dos métodos de ensino – o que esforça a necessidade de sistematizá-los ainda
mais, de torná-los mais rigorosos e impiedosos com relação aos surdos.
Nesses tipos de justificações, evita-se a denuncia do fracasso da escola, da educação e do
compromisso da responsabilidade do Estado.
Os que fracassam em relação aos surdos são os direitos lingüísticos e de cidadania quanto, as
teorias de aprendizagem que refletem as condições cognitivas dos surdos.
O que se faz necessário quanto à presença do fracasso, é o surgimento de novas teorias e
variadas perspectivas. Chegamos à conclusão que a educação dos surdos não fracassou, ela
apenas conseguiu os resultados previstos em função dos mecanismos e das relações de
poderes e de saberes atuais.
Em relação a isso foram questionadas as formas de processo de ensino aprendizagem e quais
são os processos e as metodologias utilizadas na Escola Municipal Geraldo Caldani.
Os professores têm o auxílio necessário da equipe pedagógica e freqüentam cursos de
LIBRAS semanalmente, utilizando sempre o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola que é
adequado para proporcionar uma metodologia diversificada e eficiente para que haja interação
entre professores e alunos em sala de aula para se obter resultados significativos.
Também são usados recursos visuais diferenciados com o objetivo de proporcionar melhor
entendimento dos conteúdos explanados no decorrer das aulas tanto no espaço como nos
recursos usados em sala de aula na qual possui laboratório de informática com acesso a
internet e vídeos diversificados adaptados em libras e coleção do dicionário enciclopédico
ilustrado trilíngue da LÍNGUA de Sinais Brasileira.
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Reflexão sobre as potencialidades educacionais dos surdos
A educação dos surdos pode muito bem ser definida como uma história de impossibilidades. A
reflexão sobre o consenso das potencialidades educacionais dos surdos não deve ser
apressadamente interpretada sobre o modo como os surdos podem ser educados e como uma
conseqüência de objetivos pedagógicos a serem desenvolvidos em termos de uma preposição
metodológica.
Os Estudos Surdos em Educação podem ser pensados como um território de investigação
educacional e de preposições políticas que, através de um conjunto de concepções lingüísticas
definem uma particular aproximação com o conhecimento e com os discursos sobre a surdez e
sobre o mundo dos surdos.
A escola de surdos e o trabalho
As escolas de surdos vêm atuando de forma direta no que se refere na formação
de surdos trabalhadores. Essa formação atua diretamente no que se refere à na disciplina do
sujeito para uma melhor adequação às necessidades do mundo do trabalho. O sentido de
aprendizagem possibilita ao aluno surdo uma atividade que evita que o aluno
seja no futuro uma “carga” para a família.
Fica evidenciado que os jovens alunos surdos vinham sendo disciplinados a uma rotina que
atendia ao ritmo das antigas fábricas que surgiram na época.
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O sentido de reabilitação pode ser facilmente encontrado em diferentes projetos direcionados
às questões do trabalho nas escolas de surdos. É importante ressaltar que se a escola de
surdos atende a criança e jovens que ainda não foram inseridos no mercado de trabalho, é
equivocado falar em reabilitação, como se fosse necessário reparar algo ou alguém que já
falhou.
Essas escolhas de atividades profissionais são motivadas pela crença de muitos pais e
educadores de que a informática é a atividade ideal para os surdos. Outros projetos privilegiam
ofícios que não exigem escolaridade mais avançada, mas que possibilitam um trabalho mais
individual, sem a necessidade de contato freqüente com o público.
O compromisso assumido pelas escolas em garantir ao seu aluno surdo uma formação
para um emprego, comprovando a eficiência do processo educacional, leva as mesmas a se
constituírem em agência de emprego. Alunos surdos e seus familiares vão até esses
profissionais na certeza de que eles irão atender seus anseios por um emprego e pela possível
independência financeira.
Segundo CARVALHO, (2004) argumenta que surdez e problema se conectam de forma
muito imediata. As dificuldades ligadas à falta de emprego resultam em um difícil acesso a
informação adequada e aos processos de tomada de decisão, fazendo com que os alunos
surdos e familiares procurem na escola apoio e auxilio.
A visão da escola
A escola tem sido objeto para muitos estudos e projetos educativos e sociais que
determina a participação de diferentes grupos culturais. Na Escola Geraldo Caldani, sempre
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ouve a preocupação com o perfil da escola, com o disciplinamento e com a educação de
excluídos oriundos das classes populares e de grupos culturais, pois em todos os sentidos
sempre houve preconceitos.
As diferenças existentes entre grupos culturais estão presentes na escola moderna,
porém, não sabe como trabalhar e pensar as mesmas. A escola esta preparada para
uniformizar os sujeitos que devem ser “livres”, educados e servis. Esta dificuldade em trabalhar
com essas diferenças não se observa só na escola, mas em todas as instituições que se
deparam com o crescimento material gerado pela ciência e tecnologia.
Segundo GÓES(1999) diz que a escola esta entre posições de direita e esquerda e que esta
vem colaborando para diminuir as diferenças.
Por um lado é vista como capaz de promover o uso da razão e da formação de alunos livres, e
por outro, é vista como incompetente por não conseguir formar cidadãos e por estar produzindo
divisões entre ricos e pobres. CARVALHO (2004) diz:
“A pesquisa educacional vem desenvolvendo, nas ultimas décadas, um imenso arsenal de
teorias, interpretações, recomendações, prescrições, etc. que se ocupam com a crise
educacional. Com isso essas teorias tentam descrever, analisar, compreender e até modificar a
educação especial moderna. E, para isso, trazem o aporte da Psicologia, da Filosofia, da
Sociologia, da Politicologia, etc.”
Pensar a escola possibilitará os profissionais estudar várias outra formas sociais -
pedagógicas para que o pensamento da escola passe a ver o sujeito como um ser de produção
de sentidos, valores e identidades. Precisamos questionar o papel que a escola desempenha,
e principalmente, uniformizar sujeitos para a redução de suas vidas em “reproduzir” a realidade
de outros.
Muitas são as diferenças existentes na escola, assim como, muitas são as formas como
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podemos vê-las e pensá-las, isto dependerá do interesse e posição de quem a estuda. As
diferenças culturais ou na cultura devem ser vistas e pensadas como diferenças políticas que
devem sobressair aos limites lingüísticos, de cor, raça e de gênero.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das variáveis observadas nesta experiência no estudo sobre o ensino de libras na
educação fundamental na Escola Municipal Geraldo Caldani, foi possível observar que a
inclusão escolar e a educação dos alunos surdos, promovem algumas modificações que
devem ocorrer anterior à sua presença na escola, como as modificações que ocorrem à
medida que as especificidades são identificadas, bem como a capacitação dos profissionais
que irão trabalhar diretamente com eles.
Desta maneira, este artigo reafirma que a inclusão de alunos surdos na sala de aula do ensino
comum é uma proposta não relacionada somente com as questões da surdez, mas com
questões que envolvem uma diferença diversificada num sentido de que outros caminhos
pedagógicos devem ser trilhados para que estes alunos possam vir a constituir-se como um
sujeito surdo pertencente a uma sociedade cuja maioria é de ouvintes. Dentre estes ouvintes,
outras diferenças também existem, pois vivemos em uma sociedade que também não
reconhece as necessidades dos ouvintes, não tem um olhar para suas particularidades.
Esses aspectos crítico - pedagógicos que envolvem o ensino de libras para as séries iniciais
sempre estarão sujeito a mudanças. Estas, não ocorrem de modo rápido e também não são de
fácil elaboração, pois os conceitos sobre a educação e língua de sinais, necessitam ser
reformulados e ao mesmo tempo esses novos conceitos que circulam no interior escolar,
devem ser aceitos por todos na área da educação, sabendo que conflitarão com aqueles já
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existentes.
Há muito que se fazer ainda no que se diz respeito sobre a educação especial. As instituições
de ensino precisam proporcionar mais recursos lingüísticos para os deficientes auditivos para
que eles possam se desenvolver de forma autônoma, preparando - se para os desafios do
cotidiano fazendo a diferença.
Desta forma, será no cotidiano da inclusão escolar, através das experiências e reflexões das
mesmas, que se estabelecerá no processo social, as maneiras para a inclusão e quais serão
as propostas pedagógicas utilizadas para o ensino das crianças com necessidades educativas
especiais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GÓES, Maria Cecília Rafael; LACERDA, Cristina Broglia Feitosa. Surdes, Processo Educativo
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