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88 O Instalador Outubro 2017 www.oinstalador.com
Nos últimos tempos temos assistido a uma
série imparável de calamidades. E, embora
muitas delas sejam de natureza diferente,
têm muito em comum, quer pela sua origem,
quer pela intensidade dos fenómenos natu-
rais. Furacões sucessivos nas Caraíbas e nos
Estados Unidos da América, que bateram
recordes e deixaram um rasto de destruição
maciça; cheias na Ásia, que ‘afogaram’ mais
de um milhar de pessoas; incêndios devas-
tadores em vários países e com muitas vidas
humanas e não humanas a lamentar; ava-
lanches que engoliram povoações inteiras;
cidades irrespiráveis na China; seca severa
em muitos locais; rios moribundos, sem água
ou poluídos, são alguns exemplos que têm
assolado ultimamente o nosso planeta.
Muitos destes fenómenos, bem como a sua
dimensão, têm a sua origem direta ou indire-
tamente na sequência da atividade humana.
No final de agosto deste ano, o furacão Har-
vey causou pelo menos 71 mortos, inundou
Houston, a cidade mais populosa do Texas, e
estima-se que provocou prejuízos superiores
a 83 mil milhões de euros. Já em setembro,
surgiu o furacão Irma e os seus ‘irmãos’ Jose
e Katia. Pela primeira vez tivemos três fura-
cões ao mesmo tempo com o potencial de
atingir terra firme. Os cientistas nunca viram
nada assim! O Irma bateu muitos os recordes
como fenómeno meteorológico e em termos
humanos, deixando um rasto de destruição
por onde passou. Foi o furacão registado
com a maior energia acumulada de ciclone.
Destruiu ilhas inteiras na Caraíbas e entrou no
Estado Americano da Flórida. Vitimou cerca
de seis dezenas de pessoas e prevê-se pre-
juízos em cerca de 41 mil milhões de euros
só nos Estados Unidos. Se tivesse passado
um pouco ao lado, os prejuízos rondavam os
166 mil milhões. A recuperação das estru-
turas humanas danificadas pela passagem
do Harvey e do Irma levará décadas. Ainda
em setembro, um novo furacão matou 33
pessoas no Caribe e deixou um rasto de
destruição em Porto Rico. O Maria foi o pior
evento nesta ilha em quase 90 anos.
Não se pode dizer que foram as alterações
climáticas a causa direta dos furacões, mas
é consensual entre a comunidade científica
afirmarqueasalteraçõesclimáticastornamos
furacões mais poderosos, mais numerosos
e mais persistentes, já que as temperaturas
médias globais do ar e do oceano continuam
a subir, proporcionando maiores quantida-
des de energia, que flui através do ar quente
e húmido acima dos oceanos tropicais, que
por sua vez alimenta os furacões. O potencial
de destruição também é significativamente
maior, porque temperaturas mais elevadas
proporcionam mais humidade e o furacão
causa mais inundações. O aumento do nível
do mar local é outro problema normalmente
associado a este fenómeno, invadindo as
zonas costeiras.
Em muitos locais, como nos Estados
Unidos da América e no Sul da Europa, os
fogos mostraram-se cada vez mais severos
e incontroláveis, muito devido aos fenómenos
meteorológicos extremos, na sequência
das alterações climáticas. Mesmo em locais
improváveis, tais como algumas áreas do
Canadá e da Gronelândia, ou no nosso país
durante o inverno, surgiram inesperadamente
fogos de grande dimensão. Mas, Portugal, lo-
calizado no globo numa zona muito vulnerável
Opinião
AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS
A era das
catástrofes
antrópicas
Texto_Jorge Moreira
[Ambientalista e Investigador]
"E assim o mundo está a morrer, a morrer tanto da nossa exploração industrial, das toxinas
da nossa cultura, da perda de espécies, mas também a morrer da perda do sagrado. Esta
devastação interna e externa anda de mãos dadas no abismo que enfrentamos, mesmo
enquanto continuamos a esquecer ... Se pudermos ouvir o choro da Terra, sentir esse sofrimento
na nossa alma, então algo no nosso coração se abre. Não estamos separados da Terra, a sua
perda é a nossa perda, ela chora o nosso grito. O nosso coração torna-se a oração da Terra,
que chama e adora a resposta a essa chamada".
Llewellyn Vaughan Lee
O Instalador Outubro 2017 www.oinstalador.com 89
Opinião
AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS
às alterações climáticas, tem um exemplo
que deve ser evitado. A alteração profunda
do coberto vegetal, que passou de uma área
resiliente de floresta autóctone cuidada e de
pastorícia, para monoculturas de eucalipto e
pinheiro-bravo, muitas delas abandonadas
e altamente problemáticas na questão dos
fogos florestais, intensificou a dimensão da
catástrofe. Foi um verão seco e violento, com
vastas áreas ardidas, dezenas de vidas huma-
nas perdidas e estruturas queimadas.
Embora pouco coberto pelos media, a
Índia, o Bangladesh e o Nepal enfrentaram
recentemente as piores inundações no sul da
Ásia em décadas de registo. Mais de 1200
pessoas mortas e milhões de desalojados.
De acordo com a ONU foram afetadas pelas
inundações 41 milhões de pessoas. É ver-
dade que nesta época do ano e neste canto
do planeta, as monções são uma realidade
preocupante, mas este ano o problema agra-
vou-se substancialmente. Corinne Ambler
da Cruz Vermelha do Bangladesh, afirmou
à BBC na sequência desta catástrofe: Acho
que no resto do mundo as pessoas não
têm ideia da escala desse desastre. Esta
calamidade vem piorar a situação do Nepal,
na medida que este país ainda se encontra a
recuperar do violento sismo de 2015.
A poluição, conjuntamente com a desflores-
tação e as alterações climáticas, tem deixado
muitas cidades irrespiráveis, com ameaças
sérias à saúde e bem-estar das suas
populações. A imagem de transeuntes chi-
neses com máscaras, faz lembrar cenários
apocalípticos retratados nos filmes de ficção
científica dos anos 80 do século passado.
Em Portugal, com a seca deste verão e os
despejos criminosos de poluentes, secaram
historicamente pequenos rios e muitas
albufeiras ficaram no limiar do abastecimento
seguro de água potável. Houve casos em
que tiveram de diminuir a população de
peixes nas albufeiras para não interferir na
qualidade da água. O maior rio de Portugal
está a morrer e nem o Douro escapa. Nos
dias seguintes ao Red Bull Air Race, que
trouxe uma massa de pessoas às Ribeiras do
Porto e Gaia, ninguém conseguia suportar o
cheiro nauseabundo local que vinha do rio,
especialmente durante a maré baixa.
Tudo o que está a acontecer foi previsto pela
ciência e pelos ambientalistas. Mas políticos
comprometidos com interesses particulares
de algumas corporações negam as evidên-
cias e os cenários projetados pelos modelos
científicos. Ainda hoje, assistimos ao discur-
so do presidente de uma das mais influentes
nações do Planeta, negar as alterações
climáticas e a destruir todo um programa am-
biental orientado para minimizar o problema,
só porque condicionava a economia hege-
mónica. É preciso rever as contas e perceber
se os estragos provocados pelas alterações
climáticas ou a necessárias adaptações
climáticas não trarão maiores prejuízos para
a economia vigente.
Para além das catástrofes acima referidas,
cujo traço de origem é de fácil identificação,
existem outros eventos aos quais atribuímos
causas naturais. Ainda recentemente, o
México sofreu vários terramotos violentos.
Sabemos que geologicamente aquela
localização é naturalmente propícia a este
tipo de fenómenos, devido à proximidade
com a zona de subducção, isto é, uma área
de convergência entre placas tectónicas,
na qual uma delas desliza sob a outra. Mas
será que os eventos do México ou de outros
abalos recentes verificados em vários locais
do Planeta são tão naturais quanto isso?
Dificilmente saberemos a verdade, mas não
podemos excluir que muitos fenómenos
extremos, aparentemente naturais, não
tenham sido originados ou potenciados pela
atividade humana. A Mineração, as expe-
riências com material bélico e a exploração
90 O Instalador Outubro 2017 www.oinstalador.com
de hidrocarbonetos podem originar sismos,
deslizamentos de depósitos e erupções vul-
cânicas. Por exemplo, a revista Nature Geos-
cience, relacionou diretamente a perfuração
hidráulica de uma empresa petrolífera com o
desencadeamento da maior erupção de um
vulcão de lama, que ocorreu em 2006, na
Indonésia, e que destruiu uma área habitada
por cerca de 40.000 pessoas. Como quase
sempre, as empresas envolvidas apontaram
causas naturais para o desastre, embora
as investigações científicas tenham dito o
contrário. Da mesma forma, e como tudo
está relacionado, não podemos descartar
tsunamis com terramotos, nem estes com
a atividade humana sobre o planeta. A Terra
está viva, pelo menos comporta-se como um
organismo vivo que se autorregula, diz-nos a
Teoria de Gaia, baseada na ciência exobioló-
gica. E quando perguntaram ao monge zen
Thich Nhat Hanh: O que é preciso fazer para
salvar o nosso mundo? Ele respondeu: O que
mais precisamos de fazer é ouvir dentro de
nós o som da Terra a chorar.
Não ouvimos o choro da
Terra, será que vamos ouvir
os seus avisos?
Mesmo quando a Terra avisa a humanidade,
há uma indústria que continua a saquear as
suas entranhas. Em agosto passado, uma
tribo isolada da Amazónia foi dizimada e tudo
aponta que tenham sido os mineiros com
interesses na região. O genocídio em muitos
locais no continente africano também está
relacionado com a gestão dos recursos natu-
rais. A busca por um crescimento económico
infinito tornou-se uma máquina infernal que
esmaga a vida. Os Parques Nacionais e
Naturais encontram-se sob ameaça e são
muitas vezes as populações que se insurgem
contra os governos corrompidos na defesa
dos povos e da natureza local. No Brasil, ato-
res e músicos uniram-se e mostraram a sua
indignação contra o Presidente Michel Temer,
que autorizou a extinção de uma reserva
natural de mais de 4 milhões de hectares
na Amazónia, só para permitir a atividade
mineira na área da reserva.
Há muito que sabíamos que o impacto brutal
que a humanidade está a realizar sobre os
Opinião
AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS
Foto_Matt McClain [AP]
Foto_NOAA
Foto_Richard Carson [Reuters]
O Instalador Outubro 2017 www.oinstalador.com 91
sistemas naturais traria consequências
desastrosas. A transformação antropogé-
nica da superfície do planeta foi tão vasta
e abrupta, que se tornou num fenómeno
geológico global, designado Antropoceno.
Os investigadores do International Geosphe-
re-Biosphere Programme e do Stockholm
Resilience Centre, mencionam ainda a gran-
de aceleração, que ocorreu a partir de 1950,
responsabilizando o sistema económico glo-
balizado pelas transformações dramáticas
ocorridas na biosfera. Um sistema económi-
co deplorável, que escraviza vidas humanas,
mata vidas não humanas e rouba a vida do
Planeta. Não há vida para ele, só recursos
a explorar e números que crescem num
infinito de ganância, poluição e destruição.
Mas o ciclo está a fechar-se e o Antropoceno
ficará associado a mais uma extinção em
massa, não só através da desflorestação, da
poluição ou da emissão de gases com efeito
de estufa, mas pelo conjunto dos processos
que geram catástrofes antrópicas. Isto é ine-
vitável, mas vamos ainda a tempo de minorar
o problema, basta para isso ouvirmos dentro
de nós o choro da Terra e os avisos que nos
chegam de fora.
Aldo Leopold aponta um caminho. Ele diz
que abusamos da terra porque a vemos
como um bem que nos pertence. Quando
vemos a terra como uma comunidade à qual
pertencemos, podemos começar a usá-la
com amor e respeito [...] É para mim incon-
cebível que uma relação ética com a terra
possa existir sem amor, respeito e admiração
por ela... Se a Terra é a nossa mãe, berço,
casa, alimento, ensino, cultura, bem-estar
e alegria, como podemos Vê-la como um
recurso a explorar sem qualquer cuidado
ou respeito? Se nós somos matéria da Terra
e para a Terra regressamos, se respiramos
o ar da Terra, bebemos a água da Terra e
alimentamo-nos do fruto que vem da Terra,
porque temos a falsa ideia de que não somos
a Terra e envenenámo-La? Não estamos a
envenenarmo-nos a nós próprios? Somos
uma civilização baseada na ciência e na
tecnologia, mas temos um enorme défice de
perceção da realidade acerca da Natureza
que precisa de ser urgentemente corrigida.
Muitas civilizações antigas e alguns povos
indígenas conseguiram ter uma cosmovisão
mais holística, em consonância com a rea-
lidade do mundo natural. A Terra e os seus
elementos eram considerados sagrados,
tendo a humanidade um papel de guardião
do Planeta. Como seria tão diferente se a
nossa civilização fosse como jardineiros que
cuidam da Obra da criação!
Opinião
AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS
Se tudo continuar na mesma, esperam-nos
momentos duros. Precisamos de nos adaptar
às alterações que causamos. Mudar o nosso
paradigma de ser e estar, neste ainda lindo e
maravilhoso Planeta, que estamos a destruir.
Com a sua destruição, a nossa destruição
é inevitável. Nós somos também o Planeta.
Precisamos de avivar a chama da esperança
e oferecê-la aos nossos filhos e netos. Mas
não só. Precisamos de oferecê-la também às
árvores, às flores, aos pássaros, aos peixes
e restantes animais. A toda a vida e também
às montanhas, florestas, rios, lagos e mares.
Precisamos de voltar a cuidar da Terra, deixar
de perseguir o sonho da riqueza material a
todo o custo e da sua felicidade fugaz, para
uma riqueza interior, alicerçada na perceção
de um mundo interconectado e numa sábia
e cuidada ação no mundo. Isto permite-nos
um preenchimento interior que alimenta uma
alegria perene. Precisamos de voltar a viver
em harmonia com a Natureza, de nos apaixo-
narmos por Ela, abandonar o egoísmo e o an-
tropocentrismo e transitar para uma economia
mais real, solidária e ecológica. Precisamos de
criar um forte movimento social fraterno, uma
nova educação holística, que repõe a sacrali-
dade na vida e de trabalhar dentro de cada um
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As catástrofes climáticas e a era das calamidades antrópicas

  • 1. 88 O Instalador Outubro 2017 www.oinstalador.com Nos últimos tempos temos assistido a uma série imparável de calamidades. E, embora muitas delas sejam de natureza diferente, têm muito em comum, quer pela sua origem, quer pela intensidade dos fenómenos natu- rais. Furacões sucessivos nas Caraíbas e nos Estados Unidos da América, que bateram recordes e deixaram um rasto de destruição maciça; cheias na Ásia, que ‘afogaram’ mais de um milhar de pessoas; incêndios devas- tadores em vários países e com muitas vidas humanas e não humanas a lamentar; ava- lanches que engoliram povoações inteiras; cidades irrespiráveis na China; seca severa em muitos locais; rios moribundos, sem água ou poluídos, são alguns exemplos que têm assolado ultimamente o nosso planeta. Muitos destes fenómenos, bem como a sua dimensão, têm a sua origem direta ou indire- tamente na sequência da atividade humana. No final de agosto deste ano, o furacão Har- vey causou pelo menos 71 mortos, inundou Houston, a cidade mais populosa do Texas, e estima-se que provocou prejuízos superiores a 83 mil milhões de euros. Já em setembro, surgiu o furacão Irma e os seus ‘irmãos’ Jose e Katia. Pela primeira vez tivemos três fura- cões ao mesmo tempo com o potencial de atingir terra firme. Os cientistas nunca viram nada assim! O Irma bateu muitos os recordes como fenómeno meteorológico e em termos humanos, deixando um rasto de destruição por onde passou. Foi o furacão registado com a maior energia acumulada de ciclone. Destruiu ilhas inteiras na Caraíbas e entrou no Estado Americano da Flórida. Vitimou cerca de seis dezenas de pessoas e prevê-se pre- juízos em cerca de 41 mil milhões de euros só nos Estados Unidos. Se tivesse passado um pouco ao lado, os prejuízos rondavam os 166 mil milhões. A recuperação das estru- turas humanas danificadas pela passagem do Harvey e do Irma levará décadas. Ainda em setembro, um novo furacão matou 33 pessoas no Caribe e deixou um rasto de destruição em Porto Rico. O Maria foi o pior evento nesta ilha em quase 90 anos. Não se pode dizer que foram as alterações climáticas a causa direta dos furacões, mas é consensual entre a comunidade científica afirmarqueasalteraçõesclimáticastornamos furacões mais poderosos, mais numerosos e mais persistentes, já que as temperaturas médias globais do ar e do oceano continuam a subir, proporcionando maiores quantida- des de energia, que flui através do ar quente e húmido acima dos oceanos tropicais, que por sua vez alimenta os furacões. O potencial de destruição também é significativamente maior, porque temperaturas mais elevadas proporcionam mais humidade e o furacão causa mais inundações. O aumento do nível do mar local é outro problema normalmente associado a este fenómeno, invadindo as zonas costeiras. Em muitos locais, como nos Estados Unidos da América e no Sul da Europa, os fogos mostraram-se cada vez mais severos e incontroláveis, muito devido aos fenómenos meteorológicos extremos, na sequência das alterações climáticas. Mesmo em locais improváveis, tais como algumas áreas do Canadá e da Gronelândia, ou no nosso país durante o inverno, surgiram inesperadamente fogos de grande dimensão. Mas, Portugal, lo- calizado no globo numa zona muito vulnerável Opinião AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS A era das catástrofes antrópicas Texto_Jorge Moreira [Ambientalista e Investigador] "E assim o mundo está a morrer, a morrer tanto da nossa exploração industrial, das toxinas da nossa cultura, da perda de espécies, mas também a morrer da perda do sagrado. Esta devastação interna e externa anda de mãos dadas no abismo que enfrentamos, mesmo enquanto continuamos a esquecer ... Se pudermos ouvir o choro da Terra, sentir esse sofrimento na nossa alma, então algo no nosso coração se abre. Não estamos separados da Terra, a sua perda é a nossa perda, ela chora o nosso grito. O nosso coração torna-se a oração da Terra, que chama e adora a resposta a essa chamada". Llewellyn Vaughan Lee
  • 2. O Instalador Outubro 2017 www.oinstalador.com 89 Opinião AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS às alterações climáticas, tem um exemplo que deve ser evitado. A alteração profunda do coberto vegetal, que passou de uma área resiliente de floresta autóctone cuidada e de pastorícia, para monoculturas de eucalipto e pinheiro-bravo, muitas delas abandonadas e altamente problemáticas na questão dos fogos florestais, intensificou a dimensão da catástrofe. Foi um verão seco e violento, com vastas áreas ardidas, dezenas de vidas huma- nas perdidas e estruturas queimadas. Embora pouco coberto pelos media, a Índia, o Bangladesh e o Nepal enfrentaram recentemente as piores inundações no sul da Ásia em décadas de registo. Mais de 1200 pessoas mortas e milhões de desalojados. De acordo com a ONU foram afetadas pelas inundações 41 milhões de pessoas. É ver- dade que nesta época do ano e neste canto do planeta, as monções são uma realidade preocupante, mas este ano o problema agra- vou-se substancialmente. Corinne Ambler da Cruz Vermelha do Bangladesh, afirmou à BBC na sequência desta catástrofe: Acho que no resto do mundo as pessoas não têm ideia da escala desse desastre. Esta calamidade vem piorar a situação do Nepal, na medida que este país ainda se encontra a recuperar do violento sismo de 2015. A poluição, conjuntamente com a desflores- tação e as alterações climáticas, tem deixado muitas cidades irrespiráveis, com ameaças sérias à saúde e bem-estar das suas populações. A imagem de transeuntes chi- neses com máscaras, faz lembrar cenários apocalípticos retratados nos filmes de ficção científica dos anos 80 do século passado. Em Portugal, com a seca deste verão e os despejos criminosos de poluentes, secaram historicamente pequenos rios e muitas albufeiras ficaram no limiar do abastecimento seguro de água potável. Houve casos em que tiveram de diminuir a população de peixes nas albufeiras para não interferir na qualidade da água. O maior rio de Portugal está a morrer e nem o Douro escapa. Nos dias seguintes ao Red Bull Air Race, que trouxe uma massa de pessoas às Ribeiras do Porto e Gaia, ninguém conseguia suportar o cheiro nauseabundo local que vinha do rio, especialmente durante a maré baixa. Tudo o que está a acontecer foi previsto pela ciência e pelos ambientalistas. Mas políticos comprometidos com interesses particulares de algumas corporações negam as evidên- cias e os cenários projetados pelos modelos científicos. Ainda hoje, assistimos ao discur- so do presidente de uma das mais influentes nações do Planeta, negar as alterações climáticas e a destruir todo um programa am- biental orientado para minimizar o problema, só porque condicionava a economia hege- mónica. É preciso rever as contas e perceber se os estragos provocados pelas alterações climáticas ou a necessárias adaptações climáticas não trarão maiores prejuízos para a economia vigente. Para além das catástrofes acima referidas, cujo traço de origem é de fácil identificação, existem outros eventos aos quais atribuímos causas naturais. Ainda recentemente, o México sofreu vários terramotos violentos. Sabemos que geologicamente aquela localização é naturalmente propícia a este tipo de fenómenos, devido à proximidade com a zona de subducção, isto é, uma área de convergência entre placas tectónicas, na qual uma delas desliza sob a outra. Mas será que os eventos do México ou de outros abalos recentes verificados em vários locais do Planeta são tão naturais quanto isso? Dificilmente saberemos a verdade, mas não podemos excluir que muitos fenómenos extremos, aparentemente naturais, não tenham sido originados ou potenciados pela atividade humana. A Mineração, as expe- riências com material bélico e a exploração
  • 3. 90 O Instalador Outubro 2017 www.oinstalador.com de hidrocarbonetos podem originar sismos, deslizamentos de depósitos e erupções vul- cânicas. Por exemplo, a revista Nature Geos- cience, relacionou diretamente a perfuração hidráulica de uma empresa petrolífera com o desencadeamento da maior erupção de um vulcão de lama, que ocorreu em 2006, na Indonésia, e que destruiu uma área habitada por cerca de 40.000 pessoas. Como quase sempre, as empresas envolvidas apontaram causas naturais para o desastre, embora as investigações científicas tenham dito o contrário. Da mesma forma, e como tudo está relacionado, não podemos descartar tsunamis com terramotos, nem estes com a atividade humana sobre o planeta. A Terra está viva, pelo menos comporta-se como um organismo vivo que se autorregula, diz-nos a Teoria de Gaia, baseada na ciência exobioló- gica. E quando perguntaram ao monge zen Thich Nhat Hanh: O que é preciso fazer para salvar o nosso mundo? Ele respondeu: O que mais precisamos de fazer é ouvir dentro de nós o som da Terra a chorar. Não ouvimos o choro da Terra, será que vamos ouvir os seus avisos? Mesmo quando a Terra avisa a humanidade, há uma indústria que continua a saquear as suas entranhas. Em agosto passado, uma tribo isolada da Amazónia foi dizimada e tudo aponta que tenham sido os mineiros com interesses na região. O genocídio em muitos locais no continente africano também está relacionado com a gestão dos recursos natu- rais. A busca por um crescimento económico infinito tornou-se uma máquina infernal que esmaga a vida. Os Parques Nacionais e Naturais encontram-se sob ameaça e são muitas vezes as populações que se insurgem contra os governos corrompidos na defesa dos povos e da natureza local. No Brasil, ato- res e músicos uniram-se e mostraram a sua indignação contra o Presidente Michel Temer, que autorizou a extinção de uma reserva natural de mais de 4 milhões de hectares na Amazónia, só para permitir a atividade mineira na área da reserva. Há muito que sabíamos que o impacto brutal que a humanidade está a realizar sobre os Opinião AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS Foto_Matt McClain [AP] Foto_NOAA Foto_Richard Carson [Reuters]
  • 4. O Instalador Outubro 2017 www.oinstalador.com 91 sistemas naturais traria consequências desastrosas. A transformação antropogé- nica da superfície do planeta foi tão vasta e abrupta, que se tornou num fenómeno geológico global, designado Antropoceno. Os investigadores do International Geosphe- re-Biosphere Programme e do Stockholm Resilience Centre, mencionam ainda a gran- de aceleração, que ocorreu a partir de 1950, responsabilizando o sistema económico glo- balizado pelas transformações dramáticas ocorridas na biosfera. Um sistema económi- co deplorável, que escraviza vidas humanas, mata vidas não humanas e rouba a vida do Planeta. Não há vida para ele, só recursos a explorar e números que crescem num infinito de ganância, poluição e destruição. Mas o ciclo está a fechar-se e o Antropoceno ficará associado a mais uma extinção em massa, não só através da desflorestação, da poluição ou da emissão de gases com efeito de estufa, mas pelo conjunto dos processos que geram catástrofes antrópicas. Isto é ine- vitável, mas vamos ainda a tempo de minorar o problema, basta para isso ouvirmos dentro de nós o choro da Terra e os avisos que nos chegam de fora. Aldo Leopold aponta um caminho. Ele diz que abusamos da terra porque a vemos como um bem que nos pertence. Quando vemos a terra como uma comunidade à qual pertencemos, podemos começar a usá-la com amor e respeito [...] É para mim incon- cebível que uma relação ética com a terra possa existir sem amor, respeito e admiração por ela... Se a Terra é a nossa mãe, berço, casa, alimento, ensino, cultura, bem-estar e alegria, como podemos Vê-la como um recurso a explorar sem qualquer cuidado ou respeito? Se nós somos matéria da Terra e para a Terra regressamos, se respiramos o ar da Terra, bebemos a água da Terra e alimentamo-nos do fruto que vem da Terra, porque temos a falsa ideia de que não somos a Terra e envenenámo-La? Não estamos a envenenarmo-nos a nós próprios? Somos uma civilização baseada na ciência e na tecnologia, mas temos um enorme défice de perceção da realidade acerca da Natureza que precisa de ser urgentemente corrigida. Muitas civilizações antigas e alguns povos indígenas conseguiram ter uma cosmovisão mais holística, em consonância com a rea- lidade do mundo natural. A Terra e os seus elementos eram considerados sagrados, tendo a humanidade um papel de guardião do Planeta. Como seria tão diferente se a nossa civilização fosse como jardineiros que cuidam da Obra da criação! Opinião AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS Se tudo continuar na mesma, esperam-nos momentos duros. Precisamos de nos adaptar às alterações que causamos. Mudar o nosso paradigma de ser e estar, neste ainda lindo e maravilhoso Planeta, que estamos a destruir. Com a sua destruição, a nossa destruição é inevitável. Nós somos também o Planeta. Precisamos de avivar a chama da esperança e oferecê-la aos nossos filhos e netos. Mas não só. Precisamos de oferecê-la também às árvores, às flores, aos pássaros, aos peixes e restantes animais. A toda a vida e também às montanhas, florestas, rios, lagos e mares. Precisamos de voltar a cuidar da Terra, deixar de perseguir o sonho da riqueza material a todo o custo e da sua felicidade fugaz, para uma riqueza interior, alicerçada na perceção de um mundo interconectado e numa sábia e cuidada ação no mundo. Isto permite-nos um preenchimento interior que alimenta uma alegria perene. Precisamos de voltar a viver em harmonia com a Natureza, de nos apaixo- narmos por Ela, abandonar o egoísmo e o an- tropocentrismo e transitar para uma economia mais real, solidária e ecológica. Precisamos de criar um forte movimento social fraterno, uma nova educação holística, que repõe a sacrali- dade na vida e de trabalhar dentro de cada um de nós no despertar espiritual – sentir e ser a expressão da unidade da vida. Foto_Gary Lloyd [AP]