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Realizando uma integração eficaz Pedro Júnior.    E-mail: jcservo@hotmail.com       Fone: (99) 3641-0355       A missão da igreja não termina quando alguém aceita a Cristo, mas apenas começa, pois, a partir daí vem a fase do discipulado, continuando com a integração e o fortalecimento da fé de seus membros. Após a conversão das pessoas, deve a igreja cuidar daqueles que agora são suas novas ovelhas.       O padrão bíblico para um desempenho satisfatório da igreja na área missionária pode ser encontrado no texto de At 2. 38-47 e obedece a seguinte sequência:          (1) Pregação da palavra (At 2. 38-40; Cf. Mt 28. 19, 20; Rm 10. 13-15);          (2) Conversão dos ouvintes (At 2. 41; Cf. At 6. 7; 21. 20; 1Ts 1. 8, 9);          (3) Integração – pelo discipulado – dos novos crentes à uma conformação (associação, comunhão, familiarização) com a doutrina e a prática da igreja e de seus companheiros de fé (At 2. 42-47; Cf. Jo 21. 15-17; 1Jo 2. 12-14).      Integrar neste contexto significa incluir, adaptar, ajustar, incorporar, entrosar um novo convertido à comunidade eclesiástica, fazendo-o sentir-se bem recebido na igreja e incentivando-o a relacionar-se com seus irmãos na fé (Mc 9. 50; Rm 12. 5, 10; 15. 5, 7).
      A eficiência da igreja em cumprir o chamado missionário está proporcional à visão de seus líderes: quanto mais esta visão estiver de acordo com os padrões bíblicos, mais plenamente será desenvolvida a obra missionária, que não consiste apenas na evangelização, mas no discipulado, aconselhamento e preparo para o ministério. Esta obra ministerial da igreja resume-se em uma só palavra: Edificação.       Esta palavra no grego é oikodomhn(oikomenen), que, de acorco com Strong, é um feminino abstrato da união de duas palavras: oikov(oikos, “casa”) +dwma(doma, “construção”), daí, fala do ato de “construir uma casa”. É usado metaforicamente para designar o processo de edificação, ou seja, o ato de alguém que promove o crescimento de outro em sabedoria cristã, piedade, felicidade, santidade (1Co 14. 26; 2Co 10. 8; 12. 19; 13. 10; Gl 2. 18). Mostra-nos a Bíblia que os crentes que formam a igreja são comparados aos tijolos de uma casa que está sendo construída, ou seja, edificada (1Pe 2. 4, 5) e revela que o objetivo desta construção é de fazer com que esta “casa” (os crentes, Hb 3. 6) torne-se um santuário dedicado à Deus, uma habitação onde Deus vive através do seu Espírito (Ef 2. 19-22). Podemos dizer que o objetivo deoikodomhn(Gr. “edificação”) é fazer o crente participar da koinwnia(Gr. “comunhão”) Veja 1Jo 1. 3, 6, 7. Isto, por definição, quer dizer que o processo de discipulado vai da conversão até o batismo nas águas, que confirma o crente como alguém apto de fato a participar oficialmente de sua comunhão.
       Bíblia define “edificar” como “transmitir graça” (Ef 4. 29, RA); construir a vida sobre o alicerce que é Cristo (Ef 2. 20; Cl 2. 7); desenvolver e fortalecer a fé (1Co 14. 12; Jd 20); promover o crescimento por meio do amor (Ef 4. 16); ajudar outros cristãos na fé (Rm 14. 19; 15. 2; 1Ts 5. 11); treinar os novos crentes a desenvolverem e desempenharem seu ministério no corpo de Cristo (Ef 4. 12). Torna-se importante, portanto, ter alguém da igreja que seja separado especificamente para dar assistência espiritual aos novos crentes e que dê satisfação à secretaria correspondente. Departamento de integração espiritual       É importante ser criado na igreja um departamento (ou secretaria) específico que cuide dos novos convertidos, tendo a responsabilidade de integrá-los à convivência da igreja e que lhe ensine as doutrinas básicas da fé cristã, promovendo-lhe uma boa adaptação ao seio eclesiástico e a futura utilização de seus talentos e dons na obra ministerial. Este departamento será responsável em monitorar o desenvolvimento do trabalho desempenhado pelo discipulador e lhe dar os meios necessários para um melhor desempenho do seu trabalho.
A IGREJA ENVOLVIDA COMO UM TODO NA EXECUÇÃO DA OBRA DE dEUS      Eis o segredo do crescimento da igreja primitiva: cada crente era cônscio de suas responsabilidades com relação à pregação do evangelho. Esta   consciência foi despertada pelas seguintes razões:     (1) Quando Cristo chamou os discípulos, convidou-lhes a serem “pescadores de homens” (Mc 1. 17), dando a entender que todos aqueles que lhe seguem têm o dever de agregar mais pessoas para o Reino de Deus. (2) No Sermão da Montanha, Jesus conclama seus discípulos a terem uma vida que reflita um caráter transformado por Deus, para que assim possam agregar mais vidas aos pés de Cristo, reconhecendo-o e glorificando-o como Senhor e Salvador por seu testemunho (Mt 5. 14-16; At 2. 46, 47). (3) Quando Pedro foi interpelado por Cristo sobre seu amor por Ele, as respostas afirmativas de Pedro tiveram a seguinte resposta: “apascenta meus cordeirinhos” (Jo 21. 15-17). Esta é uma lição a todos os crentes que estão na igreja do Senhor: Cada um tem o dever de cuidar das ovelhas do Senhor como demonstração do seu amor por Ele.
(4) Ao ressuscitar dos mortos, Cristo deu poder aos seus discípulos, a quem chamou para serem pescadores de homens, e lhes comissionou a evangelizar todas as nações (Mc 16. 15-20). Esta comissão inclui a todos os que seguem a Cristo. (5) Os crentes que evangelizavam apenas os judeus que estavam em Jerusalém foram dispersos para as regiões adjacentes, após uma perseguição generalizada que se iniciou com o martírio de Estevão (At 7. 59, 60; 8. 1-4). Isto fez  a igreja entender que a obra era de todos crentes e à todos os pecadores, não somente aos judeus. (6) O contexto bíblico da corporatividade da igreja deduz que todos os seus membros participam da mesma obra, mesmo que possuam funções diferentes, todos contribuem de alguma forma para disseminar a mensagem de salvação e edificarem-se uns aos outros (Rm 12. 4-8; 1Co 12. 12-28; Ef 5. 23, 30). (7)  Também ensina-nos a Bíblia que toda a igreja é comparada a um sacerdócio e a uma plantação. Como plantação, devemos dar frutos para Deus. Estes frutos são as vidas que se rendem a Cristo devido ao testemunho de nossas vidas transformadas por Deus (Jo 15. 16). Como sacerdócio, devemos todos nós oferecer a Deus sacrifícios de louvor. Estes sacrifícios podem ser o testemunho prático de nossa vida que não se entrega às paixões humanas (Rm 12. 1, 2), assim como o trabalho que desempenhamos para ganhar pessoas para Cristo (Fp 2. 17; 4. 18; 2Tm 4. 6).
Esta comparação da igreja como sacerdócio e como plantação aparece unificada em uma única referência bíblica, onde se diz que o melhor sacrifício que podemos oferecer a Deus é a demonstração de uma vida frutífera que testemunha e confessa o nome do senhor (Hb 13. 15).     (8) Deve-se notar também que não é apenas o Novo Testamento que incentiva a todos os servos de Deus a participarem ativamente da missão de ganhar almas. O AT contém várias referências que nos conscientizam a não ficarmos inertes diante da necessidade dos pecadores perdidos. Salomão exorta: “Livra os que estão destinados à morte e salva os que são levados para a matança, se os puderes retirar” (Pv 24. 11). Também declara que o verdadeiro justo é sábio porque teme a Deus e ganha almas, como fruto dedicado a Deus. Em outras palavras, o fruto do justo são as almas ganhas por ele (Veja Pv 11. 30). O exemplo dos leprosos (2Rs 7. 3-9) nos ensina que temos o dever de contar as boas-novas do Reino de Deus a todas as pessoas e não guardarmos o evangelho apenas conosco. É a mesma consciência de Paulo quando este exclamou “ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1Co 9. 16). Deve ser esta a mesma consciência de toda a igreja de Cristo.
      Mas alguém pode se perguntar: Mas, se todos podem fazer a obra de Deus, por que Deus chamou pastores, missionários, apóstolos etc., para fazerem a sua obra? Devemos lembrar do que Paulo disse em 1Co 12. 19: “E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?” (Veja também os vv. 29, 30). Somos um corpo com muitos membros, mas estes membros agem de comum acordo agindo interdependente para atingir um só objetivo. A obra de Deus não ficou só para os pastores e mestres, mas para todos que fazem parte do corpo de Cristo.      Vejamos a exegese de alguns textos bíblicos que apontam os dons chamados de “dons ministeriais”:       Em Ef 4. 11 e 1Co 12. 28, temos os dons chamados ministeriais, sobre os quais faremos alguns apontamentos: Os apóstolos, são os missionários pioneiros, aqueles que fundam igrejas onde não havia (Rm 15. 20, RA), são aqueles que exercem uma autoridade sobre certa parte do rebanho de Deus (Gl 2. 7). Os apóstolos não são apenas os doze, pois outros são chamados por este título, fossem verdadeiros apóstolos ou apóstolos falsos (Lc 11. 49; At 14. 14; Rm 16. 7; 1Co 12. 28, 29; 2Co 11. 13; Gl 1. 19; Ap 2. 12). Todavia este título ficou restrito apenas ao primeiro século. Os profetas como um ministério, tinham a função e exortar os crentes sobre a direção de Deus. Àgaboé um exemplo (At 11. 28; 21. 10). Os evangelistas eram os missionáriosque ganhavam almas para Cristo. Filipe é um bom exemplo (At 8. 5-39). Ospastores e mestres, são aqueles com a incumbência e a capacitação de pastorear a igreja, ministrando-lhe a Palavra às suas necessidades espirituais (Ef 4. 11, 12; 1Tm 5. 17; Hb 13. 17).

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  • 1. Realizando uma integração eficaz Pedro Júnior. E-mail: jcservo@hotmail.com Fone: (99) 3641-0355 A missão da igreja não termina quando alguém aceita a Cristo, mas apenas começa, pois, a partir daí vem a fase do discipulado, continuando com a integração e o fortalecimento da fé de seus membros. Após a conversão das pessoas, deve a igreja cuidar daqueles que agora são suas novas ovelhas. O padrão bíblico para um desempenho satisfatório da igreja na área missionária pode ser encontrado no texto de At 2. 38-47 e obedece a seguinte sequência: (1) Pregação da palavra (At 2. 38-40; Cf. Mt 28. 19, 20; Rm 10. 13-15); (2) Conversão dos ouvintes (At 2. 41; Cf. At 6. 7; 21. 20; 1Ts 1. 8, 9); (3) Integração – pelo discipulado – dos novos crentes à uma conformação (associação, comunhão, familiarização) com a doutrina e a prática da igreja e de seus companheiros de fé (At 2. 42-47; Cf. Jo 21. 15-17; 1Jo 2. 12-14). Integrar neste contexto significa incluir, adaptar, ajustar, incorporar, entrosar um novo convertido à comunidade eclesiástica, fazendo-o sentir-se bem recebido na igreja e incentivando-o a relacionar-se com seus irmãos na fé (Mc 9. 50; Rm 12. 5, 10; 15. 5, 7).
  • 2. A eficiência da igreja em cumprir o chamado missionário está proporcional à visão de seus líderes: quanto mais esta visão estiver de acordo com os padrões bíblicos, mais plenamente será desenvolvida a obra missionária, que não consiste apenas na evangelização, mas no discipulado, aconselhamento e preparo para o ministério. Esta obra ministerial da igreja resume-se em uma só palavra: Edificação. Esta palavra no grego é oikodomhn(oikomenen), que, de acorco com Strong, é um feminino abstrato da união de duas palavras: oikov(oikos, “casa”) +dwma(doma, “construção”), daí, fala do ato de “construir uma casa”. É usado metaforicamente para designar o processo de edificação, ou seja, o ato de alguém que promove o crescimento de outro em sabedoria cristã, piedade, felicidade, santidade (1Co 14. 26; 2Co 10. 8; 12. 19; 13. 10; Gl 2. 18). Mostra-nos a Bíblia que os crentes que formam a igreja são comparados aos tijolos de uma casa que está sendo construída, ou seja, edificada (1Pe 2. 4, 5) e revela que o objetivo desta construção é de fazer com que esta “casa” (os crentes, Hb 3. 6) torne-se um santuário dedicado à Deus, uma habitação onde Deus vive através do seu Espírito (Ef 2. 19-22). Podemos dizer que o objetivo deoikodomhn(Gr. “edificação”) é fazer o crente participar da koinwnia(Gr. “comunhão”) Veja 1Jo 1. 3, 6, 7. Isto, por definição, quer dizer que o processo de discipulado vai da conversão até o batismo nas águas, que confirma o crente como alguém apto de fato a participar oficialmente de sua comunhão.
  • 3. Bíblia define “edificar” como “transmitir graça” (Ef 4. 29, RA); construir a vida sobre o alicerce que é Cristo (Ef 2. 20; Cl 2. 7); desenvolver e fortalecer a fé (1Co 14. 12; Jd 20); promover o crescimento por meio do amor (Ef 4. 16); ajudar outros cristãos na fé (Rm 14. 19; 15. 2; 1Ts 5. 11); treinar os novos crentes a desenvolverem e desempenharem seu ministério no corpo de Cristo (Ef 4. 12). Torna-se importante, portanto, ter alguém da igreja que seja separado especificamente para dar assistência espiritual aos novos crentes e que dê satisfação à secretaria correspondente. Departamento de integração espiritual É importante ser criado na igreja um departamento (ou secretaria) específico que cuide dos novos convertidos, tendo a responsabilidade de integrá-los à convivência da igreja e que lhe ensine as doutrinas básicas da fé cristã, promovendo-lhe uma boa adaptação ao seio eclesiástico e a futura utilização de seus talentos e dons na obra ministerial. Este departamento será responsável em monitorar o desenvolvimento do trabalho desempenhado pelo discipulador e lhe dar os meios necessários para um melhor desempenho do seu trabalho.
  • 4. A IGREJA ENVOLVIDA COMO UM TODO NA EXECUÇÃO DA OBRA DE dEUS Eis o segredo do crescimento da igreja primitiva: cada crente era cônscio de suas responsabilidades com relação à pregação do evangelho. Esta consciência foi despertada pelas seguintes razões: (1) Quando Cristo chamou os discípulos, convidou-lhes a serem “pescadores de homens” (Mc 1. 17), dando a entender que todos aqueles que lhe seguem têm o dever de agregar mais pessoas para o Reino de Deus. (2) No Sermão da Montanha, Jesus conclama seus discípulos a terem uma vida que reflita um caráter transformado por Deus, para que assim possam agregar mais vidas aos pés de Cristo, reconhecendo-o e glorificando-o como Senhor e Salvador por seu testemunho (Mt 5. 14-16; At 2. 46, 47). (3) Quando Pedro foi interpelado por Cristo sobre seu amor por Ele, as respostas afirmativas de Pedro tiveram a seguinte resposta: “apascenta meus cordeirinhos” (Jo 21. 15-17). Esta é uma lição a todos os crentes que estão na igreja do Senhor: Cada um tem o dever de cuidar das ovelhas do Senhor como demonstração do seu amor por Ele.
  • 5. (4) Ao ressuscitar dos mortos, Cristo deu poder aos seus discípulos, a quem chamou para serem pescadores de homens, e lhes comissionou a evangelizar todas as nações (Mc 16. 15-20). Esta comissão inclui a todos os que seguem a Cristo. (5) Os crentes que evangelizavam apenas os judeus que estavam em Jerusalém foram dispersos para as regiões adjacentes, após uma perseguição generalizada que se iniciou com o martírio de Estevão (At 7. 59, 60; 8. 1-4). Isto fez a igreja entender que a obra era de todos crentes e à todos os pecadores, não somente aos judeus. (6) O contexto bíblico da corporatividade da igreja deduz que todos os seus membros participam da mesma obra, mesmo que possuam funções diferentes, todos contribuem de alguma forma para disseminar a mensagem de salvação e edificarem-se uns aos outros (Rm 12. 4-8; 1Co 12. 12-28; Ef 5. 23, 30). (7) Também ensina-nos a Bíblia que toda a igreja é comparada a um sacerdócio e a uma plantação. Como plantação, devemos dar frutos para Deus. Estes frutos são as vidas que se rendem a Cristo devido ao testemunho de nossas vidas transformadas por Deus (Jo 15. 16). Como sacerdócio, devemos todos nós oferecer a Deus sacrifícios de louvor. Estes sacrifícios podem ser o testemunho prático de nossa vida que não se entrega às paixões humanas (Rm 12. 1, 2), assim como o trabalho que desempenhamos para ganhar pessoas para Cristo (Fp 2. 17; 4. 18; 2Tm 4. 6).
  • 6. Esta comparação da igreja como sacerdócio e como plantação aparece unificada em uma única referência bíblica, onde se diz que o melhor sacrifício que podemos oferecer a Deus é a demonstração de uma vida frutífera que testemunha e confessa o nome do senhor (Hb 13. 15). (8) Deve-se notar também que não é apenas o Novo Testamento que incentiva a todos os servos de Deus a participarem ativamente da missão de ganhar almas. O AT contém várias referências que nos conscientizam a não ficarmos inertes diante da necessidade dos pecadores perdidos. Salomão exorta: “Livra os que estão destinados à morte e salva os que são levados para a matança, se os puderes retirar” (Pv 24. 11). Também declara que o verdadeiro justo é sábio porque teme a Deus e ganha almas, como fruto dedicado a Deus. Em outras palavras, o fruto do justo são as almas ganhas por ele (Veja Pv 11. 30). O exemplo dos leprosos (2Rs 7. 3-9) nos ensina que temos o dever de contar as boas-novas do Reino de Deus a todas as pessoas e não guardarmos o evangelho apenas conosco. É a mesma consciência de Paulo quando este exclamou “ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1Co 9. 16). Deve ser esta a mesma consciência de toda a igreja de Cristo.
  • 7. Mas alguém pode se perguntar: Mas, se todos podem fazer a obra de Deus, por que Deus chamou pastores, missionários, apóstolos etc., para fazerem a sua obra? Devemos lembrar do que Paulo disse em 1Co 12. 19: “E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?” (Veja também os vv. 29, 30). Somos um corpo com muitos membros, mas estes membros agem de comum acordo agindo interdependente para atingir um só objetivo. A obra de Deus não ficou só para os pastores e mestres, mas para todos que fazem parte do corpo de Cristo. Vejamos a exegese de alguns textos bíblicos que apontam os dons chamados de “dons ministeriais”: Em Ef 4. 11 e 1Co 12. 28, temos os dons chamados ministeriais, sobre os quais faremos alguns apontamentos: Os apóstolos, são os missionários pioneiros, aqueles que fundam igrejas onde não havia (Rm 15. 20, RA), são aqueles que exercem uma autoridade sobre certa parte do rebanho de Deus (Gl 2. 7). Os apóstolos não são apenas os doze, pois outros são chamados por este título, fossem verdadeiros apóstolos ou apóstolos falsos (Lc 11. 49; At 14. 14; Rm 16. 7; 1Co 12. 28, 29; 2Co 11. 13; Gl 1. 19; Ap 2. 12). Todavia este título ficou restrito apenas ao primeiro século. Os profetas como um ministério, tinham a função e exortar os crentes sobre a direção de Deus. Àgaboé um exemplo (At 11. 28; 21. 10). Os evangelistas eram os missionáriosque ganhavam almas para Cristo. Filipe é um bom exemplo (At 8. 5-39). Ospastores e mestres, são aqueles com a incumbência e a capacitação de pastorear a igreja, ministrando-lhe a Palavra às suas necessidades espirituais (Ef 4. 11, 12; 1Tm 5. 17; Hb 13. 17).