SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
Baixar para ler offline
Comunicação digital:
O panorama das revistas online
Ivelise Buarque de Gusmão Freitas¹, Gustavo H. Santos¹
¹ Escola de Relações Públicas – ESURP Recife/PE
RESUMO
Fruto da necessidade da sociedade de criar uma comunicação comum para grupos específicos, as revistas
deixaram de lado seu papel convencional e ultrapassado para se integrar cada vez mais ao seu público,
buscando a auto-sobrevivência. Esta, que é uma das mídias mais antigas existentes, aprendeu a se adaptar e a
atender as necessidades do seu leitor, utilizando-se da mais nova mídia de massa: a internet. Render-se e
manter-se ativa hoje é o novo desafio destas revistas que se renderam à cibercultura, adotando novos
formatos e ferramentas comunicacionais que atendam as necessidades dos internautas.
Palavras-Chave: comunicação digital, magazines, revistas online, segmentação, mercado editorial.
1. INTRODUÇÃO
O novo milênio trouxe um avanço tecnológico tendo como fator fundamental para uma nova
evolução da sociedade mundial a disseminação da internet. Comunicar-se utilizando qualquer meio
digital se tornou uma realidade em todo o mundo, uma vez que as ferramentas disponíveis na web
diminuem os conceitos de distância física, geográfica e intima entre as pessoas. Através de e-mail,
celular, podcats, blogs, sites de notícias e de relacionamentos, a sociedade ganha uma nova forma e
transforma-se num novo tipo de nação: a do ciberespaço, como propõe (PEREIRA, 2000), que
busca informação direcionada e específica para suas necessidades imediatas. E é nesse novo
contexto que está inserida a revista, uma mídia tão antiga quanto os diários1
que ganha uma nova
perspectiva e que, fugindo das previsões anteriores dos especialistas, promete ter vida longa com as
praticidades e o inusitado da convergência digital, possibilitando novas formas de interação do
público com o meio.
Antes de traçar o panorama atual e real das revistas digitais, faz-se necessário entender um
pouco do seu processo evolutivo que nos conduz há mais de 400 anos de história e, antes de tudo,
1
Diário - corresponde a publicações que relatam os fatos do dia-a-dia, ou seja, está relacionada ao conceito de jornal.
2
de postura e de comportamento da sociedade em diversas épocas, marcadas pela evolução do
conhecimento, das ciências e da tecnologia. De meros blocos de notas informativas, as revistas
tornaram-se uma janela das atitudes de uma sociedade ansiosa por notícias, cultura, lazer e
praticidade. Um celeiro de informações que hoje são acessadas em apenas um clique do computador
com o recurso de qualquer tipo de interface acessível, especialmente na rede das redes. Conforme
diz a historiadora Eliete Pereira, doutoranda na ECA/USP: "a internet promoveu a abertura de
horizontes, contrariando o pensamento de uma grande maioria interessada em nos manter
amordaçados, trouxe-nos novos significados, sem que isso implique no abandono das nossas
tradições" (FURLANETTO, 2009).
Com o passar dos tempos, as histórias registradas nas páginas dos periódicos ganham um
formato de classificação que, em virtude de sua fórmula e objetivo no mercado editorial,
configurou-a como o primeiro meio de comunicação com características hoje fundamentais para
qualquer outra: a segmentação. Este meio de comunicação é o primeiro a marcar-se pela receita de
trabalhar um conteúdo particularmente voltado para um público específico com informações
exclusivamente relacionadas aos seus interesses, de acordo com o sexo, faixa etária e necessidades.
Posteriormente, seguiu este modelo o rádio, o cinema, a TV e, hoje, os meios de comunicação
online que se aproveitam da própria internet para se comunicar com o seu público-alvo de uma
forma particular. Por meio da segmentação, a cibercultura se enquadrou aos moldes já vigentes na
comunicação tradicional para atingir o seu target, assim como a revista se incorporou ao novo
universo buscando a auto-sobrevivência. Mas, como essa transposição foi concretizada e qual é o
perfil desta mídia atualmente ainda não foram totalmente delineadas em estudos anteriores.
2. O UNIVERSO DOS PERIÓDICOS
As revistas, ou magazines2
como eram conhecidos por volta do século XVII, surgiram em
1663 com a publicação do primeiro periódico3
da época, fundado por um poeta e teólogo de
Hamburgo: “Edificantes Discussões Mensais”, que não passava de uma reunião de notas críticas
acompanhadas por pequenos comentários (ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA, 1961). Logo em
seguida, surgiu a francesa Jornal dos Sábios (1665), que continha resumos de diversas publicações
literárias importantes da Europa e a bibliografia dos escritores. E, por aí, foi se evoluindo o formato
desta nova mídia que se tornou modelo de entretenimento em 1698 com publicações como a
2
Magazine - é uma palavra inglesa (derivada do francês e, também, de origem árabe) que corresponde à publicações
de conteúdo variado, o que em português representava revista (cf. Buitoni, 1986).
3
Periódicos - Periódico representa qualquer veículo impresso publicado, regularmente, com um determinado espaço de
tempo entre uma edição e outra.
3
London Spy4
, a Ilustrated London News5
(1842) e as revistas femininas nascidas no final do século
XIX com uma fórmula editorial dedicada aos afazeres do lar e às novidades da moda como Ladies
Home Journal (1883), Good Housekeeping (1885), Vogue (1892) e McCall’s (1897), que
continuam sendo publicadas até hoje (CORRÊA, 1986).
Para Pinto (1993), a “era de Gutemberg” chegou ao Brasil com cerca de três séculos de
atraso, sendo introduzida já na fórmula segmentada. Ela chegou no país, em 1827, no Rio de
Janeiro, sob o título de O Espelho Diamantino, considerada também como a primeira revista
brasileira dirigida ao público feminino, uma vez que os veículos voltados aos homens só foram
identificados mais tarde. No decorrer deste século, foram muitas as publicações que nasciam e
morriam algum tempo depois e o motivo era não outro do que a forma artesanal em que eram
produzidas e o excessivo cunho opinativo, que faziam com que não tivessem fôlego para sobreviver
mais do que dez anos. Mas, com crescimento da indústria brasileira no início do século XX, os
veículos da imprensa brasileira já se apresentavam como empresas capitalistas, o que lhes permitiu
a modernização tecnológica. E foi neste pungente panorama que foi surgindo os primeiros vestígios
de mercado editorial brasileiro com o surgimento da Revista da Semana (1901)6
, O Cruzeiro
(1928)7
, Grande Hotel8
, Capricho (1952), Manchete e Veja (1968).
No final dos anos 80, verifica-se uma explosão do jornalismo especializado, através do
lançamento de revistas como a Bizz (música), Vídeo News (cinema e vídeo), Set -Cinema& Vídeo ,
entre outras. As publicações já existentes, como a Capricho, adquiriram novas diagramação e linha
editorial. Ocorreu um aumento da quantidade de segmentos, neste universo. Mas, nos anos 90,
alguns periódicos sofreram novas mudanças e assumiram outros nomes. Foi o caso da Bizz,
renomeada posteriormente com o título Show Bizz. Além disso, observa-se um aumento do número
de publicações, especialmente, daquelas voltadas aos segmentos masculino adulto, feminino adulto
e adolescente feminino.
Esse avanço no mercado se dá em virtude da segmentação de público, uma fórmula mágica
percebida pelas empresas para fazer chegar o conteúdo certo ao público-alvo adequado. Mas o que é
4
Foi uma das primeiras a lançar mão de uma grande novidade aos veículos daquela época: o uso de desenhos que
reproduziam os comportamentos e costumes de Londres. Seu conteúdo era, principalmente, engraçado, vulgar ou
obsceno.
5
É considerada a primeira revista ilustrada apresentando 16 páginas de texto e 32 de gravuras feitas por artistas
conhecidos. Sua fórmula era adaptada de veículos mais populares surgidos por volta de 1830, que consistiam em
publicações com matérias leves de entretenimento e informações variadas, além de um preço de capa bem mais barato
do que as outras (CORRÊA, 1986).
6
Revistas destinada à classe média urbana marcada pela presença de recursos ilustrativos, como fotografias, desenhos
ou caricaturas e da literatura, através da colaboração de vários escritores, que começavam a abandonar os jornais.
7
Primeira publicação a ganhar ganhou circulação nacional que, nas décadas seguintes, marcada pelo impacto do
nascimento do cinema com a explosão dos ciclos mudos e influência dos cineastas europeus e estrelas como Eisenstein,
Buster Keaton, Fritz Lang, entre outros.
8
Primeira publicação no formato fotonovela publicada pela Editora Vecchi, que chegou ao Brasil, por volta dos anos
50, chegou ao Brasil, tendo como inovação o uso de fotografia substituindo os desenhos ilustrativos nas páginas das
revistas, que passaram a usar também este recurso em anúncios publicitários e matérias.
4
segmentação afinal de contas? Para Welles (1971), a segmentação é um caminho para o
amadurecimento do jornalismo através da especialização que possibilita ao repórter se aprofundar
sobre a área de conhecimento que aborda. Desta forma, um jornalista especializado é aquele que,
além de dominar as técnicas de entrevista, de apuração de informação e redação de textos claros e
objetivos, procura conhecer mais a fundo os temas de sua área de cobertura. Tentando explicar este
fenômeno, Coelho (1992: 16) diz:
“O final dos anos 80 e o início dos 90 marcaram a explosão do jornalismo
especializado. Não porque os editores se cansaram de publicar revistas de „variedades‟.
Foi o público que passou a exigir publicações de conteúdo mais direcionado a interesses
específicos”.
Dados da Distribuidora Nacional de Publicações (Dinap), empresa criada pela Abril, registra
que o segmento de revistas para públicos específicos detém 22% do mercado, com destaque para
publicações diferenciadas como a revista Raça, da Editora Símbolo, dirigida aos afrodescendentes;
Fluir, de esportes radicais; e os títulos voltados para o setor de informática. E, em virtude da
segmentação, é possível interagir melhor com seu público focalizando, assim, os investimentos
certos para o target9
certo pelas empresas e grupos corporativos.
Segundo a Aner (Associação Nacional de Editoras de Revistas), a penetração do segmento
de revistas entre a população atinge o número de 406 milhões de exemplares em circulação paga de
2008, numa média de três exemplares/ano por habitante o que favorece o mercado de revistas,
voltado à segmentação por natureza que pode comer uma fatia dos investimentos do rico mercado
publicitário. De acordo com dados do Projeto Inter-Meios da Editora Meio & Mensagem, a revista
aumentou seu share (fatia de mercado) em 2,1% em 2008 e a perspectiva é desta mídia sair da faixa
de 8,5% e atingir a casa dos 10% nos próximos três anos.
A pesquisa da Meio & Mensagem destaca que os investimentos publicitários no setor de
revistas ultrapassaram os R$ 300 milhões em 2008, contra cerca de R$ 250 milhões em 2007,
quando foram vendidas cerca de 400 milhões de exemplares, considerando-se os canais de vendas e
assinaturas, de um total de 3.833 títulos. Contudo, essas pesquisas não mensuram ainda quantas
destas publicações estão inseridas no universo online. Mas, sabe-se que o boom das revistas digitais
teve início no final do século XX, com o surgimento das primeiras revistas criadas especialmente
para a rede e voltadas para públicos específicos como a PlanetSex (1997), BugiGangue (1998) e
Cyberfam (1998). Seja voltada ao público adulto, fãs de quadrinhos, ou apaixonados por cultura,
observamos que o molde tradicional da mídia impressa de segmentação foi transportado para o
ciberespaço.
5
3. REVISTAS NA WEB
No Brasil, a Internet existe há mais de 10 anos e continua crescendo, progressiva e
pujantemente, atingindo a casa dos cerca de 65 milhões de usuários, segundo dados do Ibope. Nela,
a informação está disponível a todos e isso tem conquistado diversos meios e veículos de
comunicação como as revistas, que criaram novas formas de encantar e seduzir no ciberespaço,
“formado por um conjunto de elementos que lhe conferem dinâmica e possibilitam a intervenção
dos usuários. Isso através da internet, numa grande rede cujas ramificações são constantes, o que lhe
confere o direito de ser infinita ou tender ao infinito” (MAIRINS, 2009).
Por ser um canal de comunicação com inúmeras formas de entretenimento, relacionamento,
comunicação, troca de experiências, dados e conteúdos, esse espaço traz enormes possibilidades
para um meio de comunicação que, nos últimos três anos, se estagnou de acordo com dados da
ANER. Podemos dizer que essa estagnação é um dos fatores para o crescimento do meio online
para esta mídia, conforme expõe Diniz (2005):
As novas configurações que as nets propõem, no âmbito das relações na www,
implicam novas interfaces comunicacionais que determinam novas relações de
temporalidade. Como mostra Pierre Levy, “nas sociedades orais, as mensagens
discursivas são sempre recebidas no mesmo contexto em que são produzidas”. Com o
aparecimento da escrita, essas relações mudaram o texto se deslocou de seu contexto, do
lugar e época em que foi escrito, tornando possível ler um texto escrito há cinco mil
anos e a dez mil quilômetros de distância. Para que esse empecilho fosse corrigido, as
mensagens passaram a ter, então, caráter universal, a fim de que mantivessem sua
“verdade” e pudessem ser lidas em qualquer lugar e época: as religiões, as ciências, os
direitos do homem etc. Graças a essa “estaticidade”, foi possível à escrita adquirir uma
universalidade construída às custas da redução e da fixação de sentidos: um universal
totalizante. É oportuno lembrar aqui a hipótese levantada por Pierre Levy: na
cibercultura, a co-presença das mensagens retorna a um contexto de semelhança
característico das sociedades orais, tratando-se de um fato relacionado com a
simultaneidade entre a emissão e a recepção dos enunciados.
Em virtude dessa capacidade de interação imediata, as revistas encontraram no meio online
um ambiente de possibilidades para expandir seus horizontes e focar-se no essencial: seu público.
Das revistas criadas e pensadas de forma hipertextualizada, o ciberespaço cedeu lugar para a
comunicação de publicações de massa, criadas e pensadas para o papel que ganham a oportunidade
de interagir melhor com seu target, garantido sua existência que está vinculada, hoje, não somente
pelo volume de venda de exemplares, mas, antes de tudo, pelo número de anúncios fechados a cada
edição.
De acordo com pesquisa da empresa de consultoria Dellote, os anúncios em revistas
aparecem em segundo lugar em influência (57%), seguidos daqueles veiculados online (45%) e em
jornais (30%), enquanto a dos celulares aparecem na quinta posição com 19% de influência e 23%
9
Na administração e marketing, a palavra “target” é uma expressão que define público-alvo, alvo, meta ou objetivo.
6
entre jovens de 14 a 25 anos, que dão mais importância à publicidade online ao que nos jornais
(15%). Esse público também dá mais importância à publicidade online (51%), contra pessoas entre
62 a 75 anos que dá menos valor (30%). É exatamente neste target, chamados de futuro da
sociedade, que se concentra a maior taxa de intimidade com a rede, criando novos conceitos de
consumo que lançam, cada vez mais, mão do comércio e sistema financeiro online.
E o que são as ditas revistas digitais? Em grosso modo, são publicações periódicas que
trazem informações variadas sob o enfoque do público ao qual se volta, utilizando-se da interface da
rede para transmitir e criar interesse na informação ou em seu conteúdo, possibilitando assim a
constituição de um canal aberto e direto de interação com o target. Para Candelo e Hildebrand
(2007: 01), as revistas online apresentam uma significação bem mais profunda sob a luz da
semiótica:
Por sua vez, as revistas digitais on-line são signos que intentam representar os
acontecimentos, pesquisas e outras informações através do hibridismo das linguagens
que as constituem. Como em todo fenômeno observado verifica-se a presença das três
categorias supracitadas nas revistas digitais. A primeiridade presencia-se no contato
imediato do usuário com a página da revista digital. São as impressões sensoriais
advindas das cores, sons, formas e diagramação. A secundidade pertence às relações
que se farão a partir das características subjetivas observadas na primeiridade. Nesta
etapa, já são iniciadas as interpretações dos fenômenos. Na terceiridade, o geral é que
permanece, a cultura do usuário que está acessando a revista digital e a interpretação
que o mesmo obtém das qualidades que observou e sentiu, e das relações que criou.
Com as possibilidades do ambiente virtual que oferece um mundo ilimitado, as revistas
digitais traçam um novo elo entre homem e máquina em virtude das interfaces. Elas integram um
conjunto de recursos de sistemas hipermidiáticos, que congregam textos, sons e imagens já que a
estrutura da rede não tem o mesmo formato físico desta mídia. Mesmo assim isso não deixou de
atrair a atenção de um número cada vez maior de editoras de revistas que testam "edições digitais",
ou como são conhecidas hoje versões eletrônicas de suas publicações, que são uma cópia de cada
página da edição impressa, incluindo o índice, as imagens e os anúncios.
Uma das primeiras experiências foi desenvolvida pela Editora Abril que, após a chegada da
Zinio10
, em 2004, passou a trabalhar na rede das redes a mais importante publicação semanal de
informação: a Veja, que liderava na época o setor com 25,3% do mercado com uma média de 1,1
milhão de exemplares por edição. O site da Veja11
traz seções interativas com infográficos e muito
serviço para o leitor, além de disponibilizar banco de dados com acesso rápido. Para SILVA (2009),
10
Maior e mais completa solução digital para revistas e publicações periódicas que chegou ao Brasil com o site
www.zinio.com.br oferecendo ao público exemplares gratuitos de algumas das principais revistas nacionais.
11
Primeira publicação a disponibilizar na rede cerca de 40 anos de edições da revista para acesso pelos internautas-
assinantes.
7
os grupos de mídia perceberam que poderiam aproveitar a internet como um recurso a seu favor
com o surgimento da Internet comercial, uma vez que esta, enquanto mídia, concentrava opções de
informação para as grandes redes de comunicação com características e capacidade de produção
comunicacional diferentes do ambiente analógico.
Para Borges (2005), a revista online teve que se definir melhor em relação ao leitor em
função de sua configuração:
Porque, no papel, você tem aquela velha fórmula: editorial, seção de cartas, etc. – nunca
muda. Na Web, não. Na Web, a linha é cada vez mais tênue entre os colaboradores, os
leitores e os leitores-colaboradores. Eu sei, até por experiência própria, que a tentação
inicial é tratar o leitor como geralmente o tratam as publicações grandes: como débil
mental, como coadjuvante ou como mero consumidor.
Para chamar cada vez mais a atenção dos leitores como membro de sua nova família, elas
trabalham com conteúdo fechado com matérias especiais disponíveis apenas para assinantes. As
edições digitais, mesmo com alguns conteúdos exclusivos, ou seja, disponíveis geralmente apenas
para assinantes, proporcionam a praticidade de ter acesso a informação que se deseja a qualquer
momento, fazer download, ou a divulgação da mesma pela rede através de links enviados por e-
mails. Antes de qualquer coisa, isso tem ajudado a mudar a atitude de consumidores e de
anunciantes em relação às revistas, já que os leitores não precisam esperar a cópia impressa chegar
pelo correio ou buscá-la nas bancas.
Atualmente, as facilidades são ilimitadas aos leitores que podem, em alguns casos, ler a
revista eletronicamente, virando as páginas da publicação com um clique do mouse. As edições
online ainda permitem aos anunciantes mais opções de interação com o seu target, como páginas
interativas que podem incluir vídeos ou outras ferramentas multimídias. Além disso, representam
uma economia para as editoras que podem com as versões digitais reduzir os custos com papel,
impressão e logísticos para fazer o título chegar as bancas ou na casa dos assinantes. Para Pamela
Russo, diretora de marketing de internet da editora de revistas Hachette Filipachhi Media, nos EUA,
de propriedade do grupo Lagardéres, as edições digitais de revistas dão aos leitores e anunciantes
um pouco mais do que pode ser usufruído de uma página impressa. E, sendo assim, as editoras
estão reconhecendo que o público está deixando de usar cada vez mais as mídias tradicionais,
porque passaram a gostar de ler as revistas neste novo formato. Um exemplo que comprova isso é a
adesão cada vez mais crescente de outras publicações ao universo e, talvez, o maior salto tenha sido
o da revista Playboy, criada em 1953 pelo jornalista Hugh Hefner e que chegou ao Brasil em 1977,
que passou a disponibilizar suas edições a partir de outubro de 2005 em formato digital.
8
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com dados da Aner - Associação Nacional dos Editores de Revistas, percebe-se que o
mercado brasileiro de revistas que revive um momento positivo, com muitos lançamentos nacionais e
licenciamentos de diversos títulos estrangeiros, apesar, e talvez mesmo, do meio online. Nascidas há mais de
400 anos, as revistas deixaram de ser meros passatempos e cadernos de notas informativas convencionais e
passaram a ser um espelho da sociedade moderna que, com o avanço da tecnologia e o surgimento de novas
mídias, tem acesso a novas ferramentas para adquirir notícias e conteúdo geral que lhe interessa. Elas
deixaram de lado suas velhas receitas que hoje, no mundo interativo, poderiam ser consideradas jurássicas, e
ganharam uma nova postura, ousada e eficiente, que integra o leitor a um universo convergente de
informação e comunicação.
As revistas eletrônicas (ou wannabes, como intitula o ator e comunicador Marcelo Tas) furaram as
barreiras do convencional do papel e tinta e passaram a adotar um novo conceito, convencendo as pessoas a
abandonar sua preferência por virar as páginas com suas próprias mãos. Além disso, o mundo digital vem se
estruturando e especializando muito rápido, o que proporciona novas possibilidades para o leitor que busca,
cada vez mais, uma publicação que se comunique com ele no nível que deseja. E é aí que entra a
convergência digital que marca este século XXI como o século da revolução tecnológica.
As revistas digitais são um reflexo dessa revolução tecnológica que trouxe possibilidades de
comunicação, aprendizagem e negócios necessários para a sociedade trilhar novos caminhos para seu
desenvolvimento e para as relações sociais. Como resultado da nova demanda da população, a informação
precisa ser transmitida mesmo que seja no universo online e a mídia precisa se digitalizar, mesmo que os
veículos impressos não sejam extintos. Ela surgiu não só pela busca da adaptação à novas tendências,
viabilidade de consumo e ganhos financeiros com a informação online. Antes de qualquer coisa, ela é fruto
de pesquisas e análises da mídia impressos, de produtos digitais e das vantagens que a cibercultura dispõe.
Ela chegou com diversas ferramentas disponíveis e também com grandes anseios, uma incrível fome
por novidades, e por isso deve estar sempre preparada para satisfazer essas necessidades que despertam a
atenção do leitor. Por isso mesmo, uma revista digital apresenta formato e linguagem diferenciados,
utilizando uma identidade visual jovem e moderna indispensável no uso de tecnologia e das ferramentas
adicionais para alcançar e interagir com o internauta (como sons, animação, álbum de fotos digitais, etc).
Apesar de não marcarem ainda o fim das publicações impresas com as quais estão co-existindo, as
edições online hoje confirmam apenas uma nova tendência das editoras de lançar mão das novas tecnologias
para talvez, num futuro mais próximo do que se supõe, substituir o papel. E hoje há uma busca intensa de
ampliação de conteúdo na internet, com sites de praticamente todas as publicações, um processo de
transposição de vários títulos para o meio online que ganhou a adesão, em sua maioria, de grandes e variados
grupos de mídia como a Abril, a Editora Peixes, a Alto Astral, Editora Bregantini, Globo e Três.
9
Essa transposição das edições impressas para as edições online nas revistas também são um reflexo
natural dos crescentes investimentos dos anunciantes em suportes digitais. E, por isso mesmo, sua qualidade
não deixa nada a desejar às impressas já que continuam mantendo o nível do conteúdo explorado em suas
edições, mas, sem sobra de dúvidas, tornam-se mais próximas do seu público-alvo quando abrem novos
canais para a comunicação e possibilitam a redução de censuras culturais, como fóruns, chats, comunidades
em redes sociais, etc.
BIBLIOGRAFIA
ABERJE lançou o segundo número da Revista MSG. Aberje, São Paulo, 18 de Outubro de 2008.
Diposnível em http://www.aberje.com.br/novo/acoes_noticias_aberje_mais.asp?id=1073. Acesso dia 25
de Maio de 2009.
AMARAL, Rafael. Leitores de Revistas Digitais Prestam Mais Atenção à Propaganda. Estagiaridade,
São Paulo, 03 de Setembro de 2008. Diposnível em www.estagiaridade.com/leitores-de-revistas-digitais-
prestam-mais-atencao-a-propaganda. Acesso dia 26 de Maio de 2009.
Aner discute a crise e o meio revista. Abigraf, São Paulo, 18 de Março de 2009. Diposnível em
www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=4434&Itemid=43. Acesso dia 27 de
Maio de 2009.
Aner prepara campanha para estimular o meio revista Abigraf, São Paulo, 15 de Abril de 2009.
Diposnível em www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=4530 &Itemid=43.
Acesso dia 27 de Maio de 2009.
BORGES, Julio Daio. A volta das revistas eletrônicas. In Digestivo Cultural, São Paulo, 17 de Junho de
2005. Disponível em http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp? codigo=1616. Acesso dia 26
de Maio de 2009.
CANDELLO, Heloisa Caroline de Souza Pereira; e HILDEBRAND, Hermes Renato. Metodologia
Semiótica para Análise de Revistas Digitais Online. UNICAMP, Campinas, 2006
COELHO, Marcela Montenegro. Jornalismo e Mulher na Imprensa Feminina. Monografia de
conclusão de curso de Comunicação Social/UFPE,1992,52 pg.
Consumo de mídia está mais disperso. Abigraf, São Paulo, 20 de Março de 2008. Disponível em
http://www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=4090&Itemid=43. Acesso dia 27
de Maio de 2009.
CORRÊA, Thomaz S. “A Segmentação do Mercado Editorial Brasileiro e a Atuação da Editora Abril”. In:
Cadernos de Jornalismo e Editoração. 1986. 18: 57-73.
Crise, momento de acordar para o Meio Digital. Grupo de Mídia, São Paulo, 30 de Março de 2009.
Diposnível em http://www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id
=4442&Itemid=43. Acesso dia 25 de Maio de 2009.
DINIZ, Luiz Antonio Garcia. Cibercultura e literatura: hipertexto e as novas arquiteturas textuais. São
Paulo, UNESP, Alea volume 7 número 2 julho – Dezembro 2005 p. 209-222
DITOLVO, Mariana. Brasil já tem 64,5 milhões de internautas. Abigraf, São Paulo, 02 de Dezembro
de 2008. Diposnível em http://www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content&
task=view&id=4090&Itemid=43. Acesso dia 27 de Maio de 2009.
10
ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA. The University of Chicago: R.R. Downelley & Sons Co., 1961.
Volume 7, Pgs. 512-517.
Filho, Pedro Nunes. Processos de Significação: Hipermídia, Ciberespaço e Publicações Digitais.
Espanha, 2003, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq-Brasil,
modalidade Pós-Doutorado no Exterior. Universidad Autônoma de Barcelona.
Fórum da Aner debate futuro das revistas. Master em Jornalismo em IICS (Instituto Internacional de
Ciências Sociais), São Paulo, 06 de Novembro de 2008. Diposnível em
http://www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id =4442&Itemid=43. Acesso dia 27
de Maio de 2009.
FREITAS, Ivelise Gomes de. “O Jornalismo em Revista: Uma análise das revistas de comportamento”.
1995. 77fls. TCC (Bacharelado em Comunicação Social, Habilitação em Jornalismo) – Universidade Federal
de Pernambuco/ UFPE, Recife. 1995 (Mimeo).
FOLEGO, Thais. A Arte de Fazer Revista. Faculdade Gasper Libero. São Paulo, 18 de Setembro de 2007.
Disponível em http://www.facasper.com.br/jo/notas.php?id_nota=475. Acesso dia 27 de Maio de 2009.
FUSER, Bruno. Informação e Interatividade nos meios digitais: Um estudo regional. Campinas, Revista
de Jornalismo, Unicamp, 6(1): 51-63, jan./ jun. 2003.
Inter-Meios aponta alta de 2% nas verbas em janeiro. ABTG - Associação Brasileira de Tecnologia
Gráfica, São Paulo, 01 de abril de 2009. Diposnível em
http://www.abtg.org.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=3932. Acesso dia 27 de Maio de
2009.
JUNGBLUT, Airton Luiz. A heterogenia do mundo on-line: algumas reflexões sobre virtualização,
comunicação mediada por Computador e ciberespaço. Porto Alegre, 2004, Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul – Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 10, n. 21, p. 97-121,
jan./jun. 2004.
JÚNIOR, Estevam. Pesquisa aponta preferência por jornais. São Paulo, 21 de Março de 2009. Diposnível
em www.meioemensagem.com.br/novomm/br/Conteudo.jsp?origem=rss&IDconteudo =121791. Acesso dia
27 de Maio de 2009.
King, Donald W.; e Tenopir, Carol. A publicação de revistas eletrônicas: economia da produção,
distribuição e uso. Ci. Inf., Brasília, v. 27, n. 2, p. 176-182, maio/ago. 1998.
Líder mundial em revistas digitais chega ao Brasil. Adnews, São Paulo, 21 de Novembro de 2005.
Disponível em http://www.adnews.com.br/tecnologia.php?id=22930. Acesso dia 27 de Maio de 2009.
Lima, Adriana. Revista: a mídia que fica. Revista Meio e Mídia. Uberlândia, 26 de Maio de 2009.
Disponível em http://www.revistameioemidia.com.br/revistamm.qps/IB frame?Open
FrameSet&Frame=Body&Src=%2Frevistamm.qps%2FRef%2FPAIA-738SAA%3FEdit
Document%26AutoFramed
MAIRINS, Simão Vieira de. Revistas Eletrônicas: Socialização do Conhecimento no Ciberespaço. João
Pessoa, 2009, Universidade Federal da Paraíba -UFPB. Disponível em http://www.webartigos.com/articles/
14981/1/revistas-eletronicas-socializacao-do-conhecimento-no-ciberespaco/pagina1.html
Mais de 300 revistas brasileiras aderem ao mundo digital em apenas 3 anos. Universiti – Universidade
Federal de Campina Grande. Paraíba, 03 de Abril de 2008. Disponível em
www.universiti.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id =82&Itemid=56. Acesso em 26 de
Maio de 20009.
11
MARSOLA, Cristiane. Mercado de revistas crescerá menos no ano de 2009. Jornal Propaganda &
Marketing. São Paulo, 05 de Março de 2009. Diposnível em www.propmark.com.br/publique/cgi/
cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=51397&sid=6&tpl=printerview. Acesso dia 27 de Maio de 2009.
MARQUES, José Reinaldo. Mercado brasileiro de revistas em alta. ABI – Associação Brasileira de
Imprensa, Rio de Janeiro, 01 de Agosto de 2008. Diposnível em http://www.abi.org.br/primeira
pagina.asp?id=2649. Acesso dia 27 de Maio de 2009.
MORAIS, Felipe. A Mídia online além do banner. Grupo de Mídia, São Paulo, 09 de Junho de 2009.
Diposnível em http://www.gm.org.br/novosite/artigo/artigo.asp?id=25. Acesso dia 25 de Maio de 2009.
MOREIRA, Walter. Os colégios virtuais e a nova configuração da comunicação científica. Pontifícia
Universidade Católica de Campinas – SP. Ci. Inf., Brasília, v. 34, n. 1, p.57-63, jan./abr. 2005.
Oliveira, Gisele Souza de; Bacocina, Ana Maria; Lopes, Joice Cristina; e Mendez, Rosemary Bars.
Jornalismo na web. São Paulo, 2009, Instituto Superior de Ciências Aplicadas, ISCA – Limeira/ SP.
Disponível em http://200.136.53.130:13580/cdrom/2009/intercom/ sudeste/cd/expocom/EX14-0252-
1.pdf. Acesso dia 27 de Maio de 2009.
PEREIRA, Vinícius Andrade. Ciberespaço: Um Passo da Dança Semiótica do Universo. Rio de Janeiro,
2000, ECO/UFRJ.
Publicidade online vai pular para US$ 2,6 bilhões em 2013. Adnews, São Paulo, 10 Dezembro de 2008.
Disponível em http://www.adnews.com.br/internet.php?id=81067. Acesso dia 27 de Maio de 2009.
Participação da internet cresce no faturamento das revistas. Época Negócios, Rio de Janeiro, 23 de
Janeiro de 2009. Disponível em http://epocanegocios.globo.com/ Revista/ Epocanegocios/ 0,,EDG86052-
16628,00-PARTICIPACAO+DA+INTERNET+ CRESCE+NO+FATURAMENTO
+DAS+REVISTAS.html. Acesso dia 27 de Maio de 2009.
QUADROS, Claudia Irene de. Dez anos depois do boom dos diários digitais. Revista FAMECOS. Porto
Alegre. nº 31. Dezembro de 2006. quadrimestral. 65–69.
Revistas aceleram para o digital. Meios e Publicidade, Lisboa, 26 de Janeiro de 2007. Disponível em
www.meiosepublicidade.pt/2007/01/26/Revistas_aceleram_para_o_digital/. Acesso dia 28 de Maio de 2009.
Revistas testam novos formatos digitais. Observatório, São Paulo, 26 de Setembro de 2005. Disponível em
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=348MON010. Acesso dia 26 de Maio de 2009.
SANTOS, Damião Santana de Almeida. Revista. Contribuições da Internet à Publicação Estudo de caso:
Revista Trip. Bahia, 2000, Universidade do Estado da Bahia. Disponível em
http://74.125.113.132/search?q=cache:z791Ewq7yOIJ:www.corisco.net/
img/empresa/Revista_Artigo_Trip.pdf+revistas+digitais+surgimento&cd=39&hl=pt-BR&ct=clnk &gl=br.
SANTOS, Darlene Santiago Sousa; e MATSUNAGA, Célia. Revista digital Interativa: a tecnologia
ligada em você. Brasília, 2008, Universidade de Brasília - DF
SILVA, Edvaldo Acir Lino da. Convergências e divergências entre as versões online e impressa das
revistas brasileiras. São Paulo, 2005. 30 f. Iniciação Científica. (Graduando em Publicidade e Propaganda) -
Universidade Anhembi Morumbi, Universidade Anhembi Morumbi.
WELLES, Chris. “O Esforço de Life e Look para Sobreviverem à Televisão”. In: Cadernos de
Jornalismo e Comunicação. 1971. 32-33: 6-23.
YOUNG, Chris. Adeus banners, saudações webisodes! ANER, São Paulo, 05 de Fevereiro de 2009.
Diposnível em http://www.aner.org.br/Conteudo/1/artigo125309-1.asp?o=s. Acesso dia 27 de Maio de
12
2009.
ZOCHE, Sílvia. Revistas eletrônicas. Acessa.com Mais Comunicação, Juiz de Fora, 16 de Novembro de
2005. Disponível em www.acessa.com/informatica/arquivo/narede/2005/11/16-revista/. Acesso dia 26 de
Maio de 2009.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas ARTES
Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas ARTESProjeto ler e escrever compromisso de todas as áreas ARTES
Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas ARTESAdriana Melo
 
Apostila de Fotografia (Senac)
Apostila de Fotografia (Senac)Apostila de Fotografia (Senac)
Apostila de Fotografia (Senac)Edson Sousa Jr.
 
Plano de ação da biblioteca escolar
Plano de ação da biblioteca escolarPlano de ação da biblioteca escolar
Plano de ação da biblioteca escolarMaria José Godinho
 
Rubricas de-avaliacao
Rubricas de-avaliacaoRubricas de-avaliacao
Rubricas de-avaliacaoangelicajesus
 
Projeto De Informatica InclusãO Digital
Projeto De Informatica InclusãO DigitalProjeto De Informatica InclusãO Digital
Projeto De Informatica InclusãO Digitaljoice2008
 
Projeto: Informatica Educacional
Projeto: Informatica EducacionalProjeto: Informatica Educacional
Projeto: Informatica Educacionaldiraildes
 
Projeto A Leitura É a Bola da Vez. Apresentação ppt
Projeto A Leitura É a Bola da Vez. Apresentação pptProjeto A Leitura É a Bola da Vez. Apresentação ppt
Projeto A Leitura É a Bola da Vez. Apresentação pptSilvana Morais
 
Projeto o uso da fábula e a mída no processo de ensino - aprendizagem
Projeto   o uso da fábula e a mída no processo de ensino - aprendizagemProjeto   o uso da fábula e a mída no processo de ensino - aprendizagem
Projeto o uso da fábula e a mída no processo de ensino - aprendizagemAuxiliadora Vasconcelos
 
Projeto de contação de histórias
Projeto de contação de históriasProjeto de contação de histórias
Projeto de contação de históriasAmanda Freitas
 
Educar com cinema no pré escolar
Educar com cinema no pré  escolarEducar com cinema no pré  escolar
Educar com cinema no pré escolarAntónio Pires
 
Plano de aula História em quadrinhos
Plano de aula História em quadrinhos Plano de aula História em quadrinhos
Plano de aula História em quadrinhos Miriã Cristina
 
Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014
Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014
Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014Rosemary Batista
 
Projeto comunitário: alfabetização digital
Projeto comunitário: alfabetização digitalProjeto comunitário: alfabetização digital
Projeto comunitário: alfabetização digitalLABICEDCOM
 
Roda de leitura era uma vez uma bruxa
Roda de leitura era uma vez uma bruxaRoda de leitura era uma vez uma bruxa
Roda de leitura era uma vez uma bruxaDenise Oliveira
 

Mais procurados (20)

Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas ARTES
Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas ARTESProjeto ler e escrever compromisso de todas as áreas ARTES
Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas ARTES
 
Apostila de Fotografia (Senac)
Apostila de Fotografia (Senac)Apostila de Fotografia (Senac)
Apostila de Fotografia (Senac)
 
Plano de ação da biblioteca escolar
Plano de ação da biblioteca escolarPlano de ação da biblioteca escolar
Plano de ação da biblioteca escolar
 
A arvore generosa
A arvore generosaA arvore generosa
A arvore generosa
 
Rubricas de-avaliacao
Rubricas de-avaliacaoRubricas de-avaliacao
Rubricas de-avaliacao
 
Projeto De Informatica InclusãO Digital
Projeto De Informatica InclusãO DigitalProjeto De Informatica InclusãO Digital
Projeto De Informatica InclusãO Digital
 
Projeto: Informatica Educacional
Projeto: Informatica EducacionalProjeto: Informatica Educacional
Projeto: Informatica Educacional
 
Projeto A Leitura É a Bola da Vez. Apresentação ppt
Projeto A Leitura É a Bola da Vez. Apresentação pptProjeto A Leitura É a Bola da Vez. Apresentação ppt
Projeto A Leitura É a Bola da Vez. Apresentação ppt
 
Projeto - Os gêneros textuais na EJA
Projeto - Os gêneros textuais na EJAProjeto - Os gêneros textuais na EJA
Projeto - Os gêneros textuais na EJA
 
Projeto o uso da fábula e a mída no processo de ensino - aprendizagem
Projeto   o uso da fábula e a mída no processo de ensino - aprendizagemProjeto   o uso da fábula e a mída no processo de ensino - aprendizagem
Projeto o uso da fábula e a mída no processo de ensino - aprendizagem
 
Projeto de contação de histórias
Projeto de contação de históriasProjeto de contação de histórias
Projeto de contação de histórias
 
Plano de aula pronto
Plano de aula prontoPlano de aula pronto
Plano de aula pronto
 
Projeto de leitura
Projeto de leituraProjeto de leitura
Projeto de leitura
 
Educar com cinema no pré escolar
Educar com cinema no pré  escolarEducar com cinema no pré  escolar
Educar com cinema no pré escolar
 
Plano de aula História em quadrinhos
Plano de aula História em quadrinhos Plano de aula História em quadrinhos
Plano de aula História em quadrinhos
 
Estudos Métricos da Informação
Estudos Métricos da InformaçãoEstudos Métricos da Informação
Estudos Métricos da Informação
 
Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014
Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014
Sessão de mediação e descoberta do texto élie bajard sme 2014
 
Projeto didatico teatro de leitores2
Projeto didatico  teatro de leitores2Projeto didatico  teatro de leitores2
Projeto didatico teatro de leitores2
 
Projeto comunitário: alfabetização digital
Projeto comunitário: alfabetização digitalProjeto comunitário: alfabetização digital
Projeto comunitário: alfabetização digital
 
Roda de leitura era uma vez uma bruxa
Roda de leitura era uma vez uma bruxaRoda de leitura era uma vez uma bruxa
Roda de leitura era uma vez uma bruxa
 

Semelhante a Artigo - Comunicação digital e revistas online

jornalismodemoda.pdf
jornalismodemoda.pdfjornalismodemoda.pdf
jornalismodemoda.pdfThaisa Bueno
 
Revista pronews 49 - DOS JORNALESCOS AOS MAGAZINES: O CASO DO BRASIL
Revista pronews 49 - DOS JORNALESCOS AOS MAGAZINES: O CASO DO BRASILRevista pronews 49 - DOS JORNALESCOS AOS MAGAZINES: O CASO DO BRASIL
Revista pronews 49 - DOS JORNALESCOS AOS MAGAZINES: O CASO DO BRASILGestão de Comunicação
 
Revista pronews 48 - UMA PRA MIM, UMA PRA TU: UM CASO DE SEGMENTAÇÃO
Revista pronews 48 - UMA PRA MIM, UMA PRA TU: UM CASO DE SEGMENTAÇÃORevista pronews 48 - UMA PRA MIM, UMA PRA TU: UM CASO DE SEGMENTAÇÃO
Revista pronews 48 - UMA PRA MIM, UMA PRA TU: UM CASO DE SEGMENTAÇÃOGestão de Comunicação
 
Cultura de massas .
Cultura de massas .Cultura de massas .
Cultura de massas .TavaresJoana
 
ApresentaçãO De áRea De Projecto
ApresentaçãO De áRea De ProjectoApresentaçãO De áRea De Projecto
ApresentaçãO De áRea De Projectogreat_bc
 
Seminário sobre a mídia impressa
Seminário sobre a mídia impressa Seminário sobre a mídia impressa
Seminário sobre a mídia impressa Danone
 
Jornais e revistas
Jornais e revistasJornais e revistas
Jornais e revistasElzaH
 
Desenvolvimento dos meios de comunicação de massa
Desenvolvimento dos meios de comunicação de massaDesenvolvimento dos meios de comunicação de massa
Desenvolvimento dos meios de comunicação de massaLaércio Góes
 
Entrose - revista
Entrose - revistaEntrose - revista
Entrose - revistaLuan Faria
 
História das revistas no Brasil e no Mundo
História das revistas no Brasil e no MundoHistória das revistas no Brasil e no Mundo
História das revistas no Brasil e no MundoElaine Lima
 
Revistas On-Line: Do Papel às Telinhas
Revistas On-Line: Do Papel às TelinhasRevistas On-Line: Do Papel às Telinhas
Revistas On-Line: Do Papel às TelinhasSamuel Barros
 
A imprensa na 2ª metade do século XIX
A imprensa na 2ª metade do século XIXA imprensa na 2ª metade do século XIX
A imprensa na 2ª metade do século XIXnanasimao
 

Semelhante a Artigo - Comunicação digital e revistas online (20)

Revista pronews 47
Revista pronews 47Revista pronews 47
Revista pronews 47
 
Revista Pronews 47 - Artigo sobre a origem das revistas no mundo
Revista Pronews 47 - Artigo sobre a origem das revistas no mundo Revista Pronews 47 - Artigo sobre a origem das revistas no mundo
Revista Pronews 47 - Artigo sobre a origem das revistas no mundo
 
jornalismodemoda.pdf
jornalismodemoda.pdfjornalismodemoda.pdf
jornalismodemoda.pdf
 
Revista pronews 49 - DOS JORNALESCOS AOS MAGAZINES: O CASO DO BRASIL
Revista pronews 49 - DOS JORNALESCOS AOS MAGAZINES: O CASO DO BRASILRevista pronews 49 - DOS JORNALESCOS AOS MAGAZINES: O CASO DO BRASIL
Revista pronews 49 - DOS JORNALESCOS AOS MAGAZINES: O CASO DO BRASIL
 
Revista pronews 48 - UMA PRA MIM, UMA PRA TU: UM CASO DE SEGMENTAÇÃO
Revista pronews 48 - UMA PRA MIM, UMA PRA TU: UM CASO DE SEGMENTAÇÃORevista pronews 48 - UMA PRA MIM, UMA PRA TU: UM CASO DE SEGMENTAÇÃO
Revista pronews 48 - UMA PRA MIM, UMA PRA TU: UM CASO DE SEGMENTAÇÃO
 
Artigo tamara
Artigo tamaraArtigo tamara
Artigo tamara
 
Revista Pronews 49 - Artigo sobre Revistas
Revista Pronews 49 - Artigo sobre RevistasRevista Pronews 49 - Artigo sobre Revistas
Revista Pronews 49 - Artigo sobre Revistas
 
Revista Pronews 48 - Artigo sobre Revistas no Brasil
Revista Pronews 48 - Artigo sobre Revistas no BrasilRevista Pronews 48 - Artigo sobre Revistas no Brasil
Revista Pronews 48 - Artigo sobre Revistas no Brasil
 
Cultura de massas .
Cultura de massas .Cultura de massas .
Cultura de massas .
 
ApresentaçãO De áRea De Projecto
ApresentaçãO De áRea De ProjectoApresentaçãO De áRea De Projecto
ApresentaçãO De áRea De Projecto
 
Seminário sobre a mídia impressa
Seminário sobre a mídia impressa Seminário sobre a mídia impressa
Seminário sobre a mídia impressa
 
Jornais e revistas
Jornais e revistasJornais e revistas
Jornais e revistas
 
Pesquisa De IniciaçãO CientíFica
Pesquisa De IniciaçãO CientíFicaPesquisa De IniciaçãO CientíFica
Pesquisa De IniciaçãO CientíFica
 
Desenvolvimento dos meios de comunicação de massa
Desenvolvimento dos meios de comunicação de massaDesenvolvimento dos meios de comunicação de massa
Desenvolvimento dos meios de comunicação de massa
 
Entrose - revista
Entrose - revistaEntrose - revista
Entrose - revista
 
Jornal &Internet
Jornal &InternetJornal &Internet
Jornal &Internet
 
Jornal & Internet
Jornal & InternetJornal & Internet
Jornal & Internet
 
História das revistas no Brasil e no Mundo
História das revistas no Brasil e no MundoHistória das revistas no Brasil e no Mundo
História das revistas no Brasil e no Mundo
 
Revistas On-Line: Do Papel às Telinhas
Revistas On-Line: Do Papel às TelinhasRevistas On-Line: Do Papel às Telinhas
Revistas On-Line: Do Papel às Telinhas
 
A imprensa na 2ª metade do século XIX
A imprensa na 2ª metade do século XIXA imprensa na 2ª metade do século XIX
A imprensa na 2ª metade do século XIX
 

Mais de Gestão de Comunicação

Um mergulho na itália de sob o sol da toscana
Um mergulho na itália de sob o sol da toscanaUm mergulho na itália de sob o sol da toscana
Um mergulho na itália de sob o sol da toscanaGestão de Comunicação
 
A riqueza enogastronômica de cartas para julieta
A riqueza enogastronômica de cartas para julietaA riqueza enogastronômica de cartas para julieta
A riqueza enogastronômica de cartas para julietaGestão de Comunicação
 
A cultura vinífera do sul da frança de conto de outono
A cultura vinífera do sul da frança de conto de outonoA cultura vinífera do sul da frança de conto de outono
A cultura vinífera do sul da frança de conto de outonoGestão de Comunicação
 
Apresentação potifolio ivelise buarque (10022017) (1)
Apresentação potifolio ivelise buarque (10022017) (1)Apresentação potifolio ivelise buarque (10022017) (1)
Apresentação potifolio ivelise buarque (10022017) (1)Gestão de Comunicação
 
Artigo - Mídias corporativas no trabalho de Assessoria de Comunicação e Relaç...
Artigo - Mídias corporativas no trabalho de Assessoria de Comunicação e Relaç...Artigo - Mídias corporativas no trabalho de Assessoria de Comunicação e Relaç...
Artigo - Mídias corporativas no trabalho de Assessoria de Comunicação e Relaç...Gestão de Comunicação
 
Artigo - Comunicação digital e a contribuição
Artigo - Comunicação digital e a contribuiçãoArtigo - Comunicação digital e a contribuição
Artigo - Comunicação digital e a contribuiçãoGestão de Comunicação
 
Artigo científico sobre revistas corporativas
Artigo científico sobre revistas corporativasArtigo científico sobre revistas corporativas
Artigo científico sobre revistas corporativasGestão de Comunicação
 
Revistas corporativas: Uma nova linguagem da comunicação organizacional
Revistas corporativas: Uma nova linguagem da comunicação organizacionalRevistas corporativas: Uma nova linguagem da comunicação organizacional
Revistas corporativas: Uma nova linguagem da comunicação organizacionalGestão de Comunicação
 
Portfólio de apresentação - Ivelise Buarque (30052013)
Portfólio de apresentação - Ivelise Buarque (30052013)Portfólio de apresentação - Ivelise Buarque (30052013)
Portfólio de apresentação - Ivelise Buarque (30052013)Gestão de Comunicação
 

Mais de Gestão de Comunicação (12)

Um mergulho na itália de sob o sol da toscana
Um mergulho na itália de sob o sol da toscanaUm mergulho na itália de sob o sol da toscana
Um mergulho na itália de sob o sol da toscana
 
A riqueza enogastronômica de cartas para julieta
A riqueza enogastronômica de cartas para julietaA riqueza enogastronômica de cartas para julieta
A riqueza enogastronômica de cartas para julieta
 
A cultura vinífera do sul da frança de conto de outono
A cultura vinífera do sul da frança de conto de outonoA cultura vinífera do sul da frança de conto de outono
A cultura vinífera do sul da frança de conto de outono
 
Apresentação potifolio ivelise buarque (10022017) (1)
Apresentação potifolio ivelise buarque (10022017) (1)Apresentação potifolio ivelise buarque (10022017) (1)
Apresentação potifolio ivelise buarque (10022017) (1)
 
Artigo - Mídias corporativas no trabalho de Assessoria de Comunicação e Relaç...
Artigo - Mídias corporativas no trabalho de Assessoria de Comunicação e Relaç...Artigo - Mídias corporativas no trabalho de Assessoria de Comunicação e Relaç...
Artigo - Mídias corporativas no trabalho de Assessoria de Comunicação e Relaç...
 
Artigo - Comunicação digital e a contribuição
Artigo - Comunicação digital e a contribuiçãoArtigo - Comunicação digital e a contribuição
Artigo - Comunicação digital e a contribuição
 
Artigo científico sobre revistas corporativas
Artigo científico sobre revistas corporativasArtigo científico sobre revistas corporativas
Artigo científico sobre revistas corporativas
 
Revistas corporativas: Uma nova linguagem da comunicação organizacional
Revistas corporativas: Uma nova linguagem da comunicação organizacionalRevistas corporativas: Uma nova linguagem da comunicação organizacional
Revistas corporativas: Uma nova linguagem da comunicação organizacional
 
Humanidade+5.0
Humanidade+5.0Humanidade+5.0
Humanidade+5.0
 
Comunicacao no gerenciamento de crises
Comunicacao no gerenciamento de crisesComunicacao no gerenciamento de crises
Comunicacao no gerenciamento de crises
 
Assessoria de imprensa
Assessoria de imprensaAssessoria de imprensa
Assessoria de imprensa
 
Portfólio de apresentação - Ivelise Buarque (30052013)
Portfólio de apresentação - Ivelise Buarque (30052013)Portfólio de apresentação - Ivelise Buarque (30052013)
Portfólio de apresentação - Ivelise Buarque (30052013)
 

Artigo - Comunicação digital e revistas online

  • 1. Comunicação digital: O panorama das revistas online Ivelise Buarque de Gusmão Freitas¹, Gustavo H. Santos¹ ¹ Escola de Relações Públicas – ESURP Recife/PE RESUMO Fruto da necessidade da sociedade de criar uma comunicação comum para grupos específicos, as revistas deixaram de lado seu papel convencional e ultrapassado para se integrar cada vez mais ao seu público, buscando a auto-sobrevivência. Esta, que é uma das mídias mais antigas existentes, aprendeu a se adaptar e a atender as necessidades do seu leitor, utilizando-se da mais nova mídia de massa: a internet. Render-se e manter-se ativa hoje é o novo desafio destas revistas que se renderam à cibercultura, adotando novos formatos e ferramentas comunicacionais que atendam as necessidades dos internautas. Palavras-Chave: comunicação digital, magazines, revistas online, segmentação, mercado editorial. 1. INTRODUÇÃO O novo milênio trouxe um avanço tecnológico tendo como fator fundamental para uma nova evolução da sociedade mundial a disseminação da internet. Comunicar-se utilizando qualquer meio digital se tornou uma realidade em todo o mundo, uma vez que as ferramentas disponíveis na web diminuem os conceitos de distância física, geográfica e intima entre as pessoas. Através de e-mail, celular, podcats, blogs, sites de notícias e de relacionamentos, a sociedade ganha uma nova forma e transforma-se num novo tipo de nação: a do ciberespaço, como propõe (PEREIRA, 2000), que busca informação direcionada e específica para suas necessidades imediatas. E é nesse novo contexto que está inserida a revista, uma mídia tão antiga quanto os diários1 que ganha uma nova perspectiva e que, fugindo das previsões anteriores dos especialistas, promete ter vida longa com as praticidades e o inusitado da convergência digital, possibilitando novas formas de interação do público com o meio. Antes de traçar o panorama atual e real das revistas digitais, faz-se necessário entender um pouco do seu processo evolutivo que nos conduz há mais de 400 anos de história e, antes de tudo, 1 Diário - corresponde a publicações que relatam os fatos do dia-a-dia, ou seja, está relacionada ao conceito de jornal.
  • 2. 2 de postura e de comportamento da sociedade em diversas épocas, marcadas pela evolução do conhecimento, das ciências e da tecnologia. De meros blocos de notas informativas, as revistas tornaram-se uma janela das atitudes de uma sociedade ansiosa por notícias, cultura, lazer e praticidade. Um celeiro de informações que hoje são acessadas em apenas um clique do computador com o recurso de qualquer tipo de interface acessível, especialmente na rede das redes. Conforme diz a historiadora Eliete Pereira, doutoranda na ECA/USP: "a internet promoveu a abertura de horizontes, contrariando o pensamento de uma grande maioria interessada em nos manter amordaçados, trouxe-nos novos significados, sem que isso implique no abandono das nossas tradições" (FURLANETTO, 2009). Com o passar dos tempos, as histórias registradas nas páginas dos periódicos ganham um formato de classificação que, em virtude de sua fórmula e objetivo no mercado editorial, configurou-a como o primeiro meio de comunicação com características hoje fundamentais para qualquer outra: a segmentação. Este meio de comunicação é o primeiro a marcar-se pela receita de trabalhar um conteúdo particularmente voltado para um público específico com informações exclusivamente relacionadas aos seus interesses, de acordo com o sexo, faixa etária e necessidades. Posteriormente, seguiu este modelo o rádio, o cinema, a TV e, hoje, os meios de comunicação online que se aproveitam da própria internet para se comunicar com o seu público-alvo de uma forma particular. Por meio da segmentação, a cibercultura se enquadrou aos moldes já vigentes na comunicação tradicional para atingir o seu target, assim como a revista se incorporou ao novo universo buscando a auto-sobrevivência. Mas, como essa transposição foi concretizada e qual é o perfil desta mídia atualmente ainda não foram totalmente delineadas em estudos anteriores. 2. O UNIVERSO DOS PERIÓDICOS As revistas, ou magazines2 como eram conhecidos por volta do século XVII, surgiram em 1663 com a publicação do primeiro periódico3 da época, fundado por um poeta e teólogo de Hamburgo: “Edificantes Discussões Mensais”, que não passava de uma reunião de notas críticas acompanhadas por pequenos comentários (ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA, 1961). Logo em seguida, surgiu a francesa Jornal dos Sábios (1665), que continha resumos de diversas publicações literárias importantes da Europa e a bibliografia dos escritores. E, por aí, foi se evoluindo o formato desta nova mídia que se tornou modelo de entretenimento em 1698 com publicações como a 2 Magazine - é uma palavra inglesa (derivada do francês e, também, de origem árabe) que corresponde à publicações de conteúdo variado, o que em português representava revista (cf. Buitoni, 1986). 3 Periódicos - Periódico representa qualquer veículo impresso publicado, regularmente, com um determinado espaço de tempo entre uma edição e outra.
  • 3. 3 London Spy4 , a Ilustrated London News5 (1842) e as revistas femininas nascidas no final do século XIX com uma fórmula editorial dedicada aos afazeres do lar e às novidades da moda como Ladies Home Journal (1883), Good Housekeeping (1885), Vogue (1892) e McCall’s (1897), que continuam sendo publicadas até hoje (CORRÊA, 1986). Para Pinto (1993), a “era de Gutemberg” chegou ao Brasil com cerca de três séculos de atraso, sendo introduzida já na fórmula segmentada. Ela chegou no país, em 1827, no Rio de Janeiro, sob o título de O Espelho Diamantino, considerada também como a primeira revista brasileira dirigida ao público feminino, uma vez que os veículos voltados aos homens só foram identificados mais tarde. No decorrer deste século, foram muitas as publicações que nasciam e morriam algum tempo depois e o motivo era não outro do que a forma artesanal em que eram produzidas e o excessivo cunho opinativo, que faziam com que não tivessem fôlego para sobreviver mais do que dez anos. Mas, com crescimento da indústria brasileira no início do século XX, os veículos da imprensa brasileira já se apresentavam como empresas capitalistas, o que lhes permitiu a modernização tecnológica. E foi neste pungente panorama que foi surgindo os primeiros vestígios de mercado editorial brasileiro com o surgimento da Revista da Semana (1901)6 , O Cruzeiro (1928)7 , Grande Hotel8 , Capricho (1952), Manchete e Veja (1968). No final dos anos 80, verifica-se uma explosão do jornalismo especializado, através do lançamento de revistas como a Bizz (música), Vídeo News (cinema e vídeo), Set -Cinema& Vídeo , entre outras. As publicações já existentes, como a Capricho, adquiriram novas diagramação e linha editorial. Ocorreu um aumento da quantidade de segmentos, neste universo. Mas, nos anos 90, alguns periódicos sofreram novas mudanças e assumiram outros nomes. Foi o caso da Bizz, renomeada posteriormente com o título Show Bizz. Além disso, observa-se um aumento do número de publicações, especialmente, daquelas voltadas aos segmentos masculino adulto, feminino adulto e adolescente feminino. Esse avanço no mercado se dá em virtude da segmentação de público, uma fórmula mágica percebida pelas empresas para fazer chegar o conteúdo certo ao público-alvo adequado. Mas o que é 4 Foi uma das primeiras a lançar mão de uma grande novidade aos veículos daquela época: o uso de desenhos que reproduziam os comportamentos e costumes de Londres. Seu conteúdo era, principalmente, engraçado, vulgar ou obsceno. 5 É considerada a primeira revista ilustrada apresentando 16 páginas de texto e 32 de gravuras feitas por artistas conhecidos. Sua fórmula era adaptada de veículos mais populares surgidos por volta de 1830, que consistiam em publicações com matérias leves de entretenimento e informações variadas, além de um preço de capa bem mais barato do que as outras (CORRÊA, 1986). 6 Revistas destinada à classe média urbana marcada pela presença de recursos ilustrativos, como fotografias, desenhos ou caricaturas e da literatura, através da colaboração de vários escritores, que começavam a abandonar os jornais. 7 Primeira publicação a ganhar ganhou circulação nacional que, nas décadas seguintes, marcada pelo impacto do nascimento do cinema com a explosão dos ciclos mudos e influência dos cineastas europeus e estrelas como Eisenstein, Buster Keaton, Fritz Lang, entre outros. 8 Primeira publicação no formato fotonovela publicada pela Editora Vecchi, que chegou ao Brasil, por volta dos anos 50, chegou ao Brasil, tendo como inovação o uso de fotografia substituindo os desenhos ilustrativos nas páginas das revistas, que passaram a usar também este recurso em anúncios publicitários e matérias.
  • 4. 4 segmentação afinal de contas? Para Welles (1971), a segmentação é um caminho para o amadurecimento do jornalismo através da especialização que possibilita ao repórter se aprofundar sobre a área de conhecimento que aborda. Desta forma, um jornalista especializado é aquele que, além de dominar as técnicas de entrevista, de apuração de informação e redação de textos claros e objetivos, procura conhecer mais a fundo os temas de sua área de cobertura. Tentando explicar este fenômeno, Coelho (1992: 16) diz: “O final dos anos 80 e o início dos 90 marcaram a explosão do jornalismo especializado. Não porque os editores se cansaram de publicar revistas de „variedades‟. Foi o público que passou a exigir publicações de conteúdo mais direcionado a interesses específicos”. Dados da Distribuidora Nacional de Publicações (Dinap), empresa criada pela Abril, registra que o segmento de revistas para públicos específicos detém 22% do mercado, com destaque para publicações diferenciadas como a revista Raça, da Editora Símbolo, dirigida aos afrodescendentes; Fluir, de esportes radicais; e os títulos voltados para o setor de informática. E, em virtude da segmentação, é possível interagir melhor com seu público focalizando, assim, os investimentos certos para o target9 certo pelas empresas e grupos corporativos. Segundo a Aner (Associação Nacional de Editoras de Revistas), a penetração do segmento de revistas entre a população atinge o número de 406 milhões de exemplares em circulação paga de 2008, numa média de três exemplares/ano por habitante o que favorece o mercado de revistas, voltado à segmentação por natureza que pode comer uma fatia dos investimentos do rico mercado publicitário. De acordo com dados do Projeto Inter-Meios da Editora Meio & Mensagem, a revista aumentou seu share (fatia de mercado) em 2,1% em 2008 e a perspectiva é desta mídia sair da faixa de 8,5% e atingir a casa dos 10% nos próximos três anos. A pesquisa da Meio & Mensagem destaca que os investimentos publicitários no setor de revistas ultrapassaram os R$ 300 milhões em 2008, contra cerca de R$ 250 milhões em 2007, quando foram vendidas cerca de 400 milhões de exemplares, considerando-se os canais de vendas e assinaturas, de um total de 3.833 títulos. Contudo, essas pesquisas não mensuram ainda quantas destas publicações estão inseridas no universo online. Mas, sabe-se que o boom das revistas digitais teve início no final do século XX, com o surgimento das primeiras revistas criadas especialmente para a rede e voltadas para públicos específicos como a PlanetSex (1997), BugiGangue (1998) e Cyberfam (1998). Seja voltada ao público adulto, fãs de quadrinhos, ou apaixonados por cultura, observamos que o molde tradicional da mídia impressa de segmentação foi transportado para o ciberespaço.
  • 5. 5 3. REVISTAS NA WEB No Brasil, a Internet existe há mais de 10 anos e continua crescendo, progressiva e pujantemente, atingindo a casa dos cerca de 65 milhões de usuários, segundo dados do Ibope. Nela, a informação está disponível a todos e isso tem conquistado diversos meios e veículos de comunicação como as revistas, que criaram novas formas de encantar e seduzir no ciberespaço, “formado por um conjunto de elementos que lhe conferem dinâmica e possibilitam a intervenção dos usuários. Isso através da internet, numa grande rede cujas ramificações são constantes, o que lhe confere o direito de ser infinita ou tender ao infinito” (MAIRINS, 2009). Por ser um canal de comunicação com inúmeras formas de entretenimento, relacionamento, comunicação, troca de experiências, dados e conteúdos, esse espaço traz enormes possibilidades para um meio de comunicação que, nos últimos três anos, se estagnou de acordo com dados da ANER. Podemos dizer que essa estagnação é um dos fatores para o crescimento do meio online para esta mídia, conforme expõe Diniz (2005): As novas configurações que as nets propõem, no âmbito das relações na www, implicam novas interfaces comunicacionais que determinam novas relações de temporalidade. Como mostra Pierre Levy, “nas sociedades orais, as mensagens discursivas são sempre recebidas no mesmo contexto em que são produzidas”. Com o aparecimento da escrita, essas relações mudaram o texto se deslocou de seu contexto, do lugar e época em que foi escrito, tornando possível ler um texto escrito há cinco mil anos e a dez mil quilômetros de distância. Para que esse empecilho fosse corrigido, as mensagens passaram a ter, então, caráter universal, a fim de que mantivessem sua “verdade” e pudessem ser lidas em qualquer lugar e época: as religiões, as ciências, os direitos do homem etc. Graças a essa “estaticidade”, foi possível à escrita adquirir uma universalidade construída às custas da redução e da fixação de sentidos: um universal totalizante. É oportuno lembrar aqui a hipótese levantada por Pierre Levy: na cibercultura, a co-presença das mensagens retorna a um contexto de semelhança característico das sociedades orais, tratando-se de um fato relacionado com a simultaneidade entre a emissão e a recepção dos enunciados. Em virtude dessa capacidade de interação imediata, as revistas encontraram no meio online um ambiente de possibilidades para expandir seus horizontes e focar-se no essencial: seu público. Das revistas criadas e pensadas de forma hipertextualizada, o ciberespaço cedeu lugar para a comunicação de publicações de massa, criadas e pensadas para o papel que ganham a oportunidade de interagir melhor com seu target, garantido sua existência que está vinculada, hoje, não somente pelo volume de venda de exemplares, mas, antes de tudo, pelo número de anúncios fechados a cada edição. De acordo com pesquisa da empresa de consultoria Dellote, os anúncios em revistas aparecem em segundo lugar em influência (57%), seguidos daqueles veiculados online (45%) e em jornais (30%), enquanto a dos celulares aparecem na quinta posição com 19% de influência e 23% 9 Na administração e marketing, a palavra “target” é uma expressão que define público-alvo, alvo, meta ou objetivo.
  • 6. 6 entre jovens de 14 a 25 anos, que dão mais importância à publicidade online ao que nos jornais (15%). Esse público também dá mais importância à publicidade online (51%), contra pessoas entre 62 a 75 anos que dá menos valor (30%). É exatamente neste target, chamados de futuro da sociedade, que se concentra a maior taxa de intimidade com a rede, criando novos conceitos de consumo que lançam, cada vez mais, mão do comércio e sistema financeiro online. E o que são as ditas revistas digitais? Em grosso modo, são publicações periódicas que trazem informações variadas sob o enfoque do público ao qual se volta, utilizando-se da interface da rede para transmitir e criar interesse na informação ou em seu conteúdo, possibilitando assim a constituição de um canal aberto e direto de interação com o target. Para Candelo e Hildebrand (2007: 01), as revistas online apresentam uma significação bem mais profunda sob a luz da semiótica: Por sua vez, as revistas digitais on-line são signos que intentam representar os acontecimentos, pesquisas e outras informações através do hibridismo das linguagens que as constituem. Como em todo fenômeno observado verifica-se a presença das três categorias supracitadas nas revistas digitais. A primeiridade presencia-se no contato imediato do usuário com a página da revista digital. São as impressões sensoriais advindas das cores, sons, formas e diagramação. A secundidade pertence às relações que se farão a partir das características subjetivas observadas na primeiridade. Nesta etapa, já são iniciadas as interpretações dos fenômenos. Na terceiridade, o geral é que permanece, a cultura do usuário que está acessando a revista digital e a interpretação que o mesmo obtém das qualidades que observou e sentiu, e das relações que criou. Com as possibilidades do ambiente virtual que oferece um mundo ilimitado, as revistas digitais traçam um novo elo entre homem e máquina em virtude das interfaces. Elas integram um conjunto de recursos de sistemas hipermidiáticos, que congregam textos, sons e imagens já que a estrutura da rede não tem o mesmo formato físico desta mídia. Mesmo assim isso não deixou de atrair a atenção de um número cada vez maior de editoras de revistas que testam "edições digitais", ou como são conhecidas hoje versões eletrônicas de suas publicações, que são uma cópia de cada página da edição impressa, incluindo o índice, as imagens e os anúncios. Uma das primeiras experiências foi desenvolvida pela Editora Abril que, após a chegada da Zinio10 , em 2004, passou a trabalhar na rede das redes a mais importante publicação semanal de informação: a Veja, que liderava na época o setor com 25,3% do mercado com uma média de 1,1 milhão de exemplares por edição. O site da Veja11 traz seções interativas com infográficos e muito serviço para o leitor, além de disponibilizar banco de dados com acesso rápido. Para SILVA (2009), 10 Maior e mais completa solução digital para revistas e publicações periódicas que chegou ao Brasil com o site www.zinio.com.br oferecendo ao público exemplares gratuitos de algumas das principais revistas nacionais. 11 Primeira publicação a disponibilizar na rede cerca de 40 anos de edições da revista para acesso pelos internautas- assinantes.
  • 7. 7 os grupos de mídia perceberam que poderiam aproveitar a internet como um recurso a seu favor com o surgimento da Internet comercial, uma vez que esta, enquanto mídia, concentrava opções de informação para as grandes redes de comunicação com características e capacidade de produção comunicacional diferentes do ambiente analógico. Para Borges (2005), a revista online teve que se definir melhor em relação ao leitor em função de sua configuração: Porque, no papel, você tem aquela velha fórmula: editorial, seção de cartas, etc. – nunca muda. Na Web, não. Na Web, a linha é cada vez mais tênue entre os colaboradores, os leitores e os leitores-colaboradores. Eu sei, até por experiência própria, que a tentação inicial é tratar o leitor como geralmente o tratam as publicações grandes: como débil mental, como coadjuvante ou como mero consumidor. Para chamar cada vez mais a atenção dos leitores como membro de sua nova família, elas trabalham com conteúdo fechado com matérias especiais disponíveis apenas para assinantes. As edições digitais, mesmo com alguns conteúdos exclusivos, ou seja, disponíveis geralmente apenas para assinantes, proporcionam a praticidade de ter acesso a informação que se deseja a qualquer momento, fazer download, ou a divulgação da mesma pela rede através de links enviados por e- mails. Antes de qualquer coisa, isso tem ajudado a mudar a atitude de consumidores e de anunciantes em relação às revistas, já que os leitores não precisam esperar a cópia impressa chegar pelo correio ou buscá-la nas bancas. Atualmente, as facilidades são ilimitadas aos leitores que podem, em alguns casos, ler a revista eletronicamente, virando as páginas da publicação com um clique do mouse. As edições online ainda permitem aos anunciantes mais opções de interação com o seu target, como páginas interativas que podem incluir vídeos ou outras ferramentas multimídias. Além disso, representam uma economia para as editoras que podem com as versões digitais reduzir os custos com papel, impressão e logísticos para fazer o título chegar as bancas ou na casa dos assinantes. Para Pamela Russo, diretora de marketing de internet da editora de revistas Hachette Filipachhi Media, nos EUA, de propriedade do grupo Lagardéres, as edições digitais de revistas dão aos leitores e anunciantes um pouco mais do que pode ser usufruído de uma página impressa. E, sendo assim, as editoras estão reconhecendo que o público está deixando de usar cada vez mais as mídias tradicionais, porque passaram a gostar de ler as revistas neste novo formato. Um exemplo que comprova isso é a adesão cada vez mais crescente de outras publicações ao universo e, talvez, o maior salto tenha sido o da revista Playboy, criada em 1953 pelo jornalista Hugh Hefner e que chegou ao Brasil em 1977, que passou a disponibilizar suas edições a partir de outubro de 2005 em formato digital.
  • 8. 8 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com dados da Aner - Associação Nacional dos Editores de Revistas, percebe-se que o mercado brasileiro de revistas que revive um momento positivo, com muitos lançamentos nacionais e licenciamentos de diversos títulos estrangeiros, apesar, e talvez mesmo, do meio online. Nascidas há mais de 400 anos, as revistas deixaram de ser meros passatempos e cadernos de notas informativas convencionais e passaram a ser um espelho da sociedade moderna que, com o avanço da tecnologia e o surgimento de novas mídias, tem acesso a novas ferramentas para adquirir notícias e conteúdo geral que lhe interessa. Elas deixaram de lado suas velhas receitas que hoje, no mundo interativo, poderiam ser consideradas jurássicas, e ganharam uma nova postura, ousada e eficiente, que integra o leitor a um universo convergente de informação e comunicação. As revistas eletrônicas (ou wannabes, como intitula o ator e comunicador Marcelo Tas) furaram as barreiras do convencional do papel e tinta e passaram a adotar um novo conceito, convencendo as pessoas a abandonar sua preferência por virar as páginas com suas próprias mãos. Além disso, o mundo digital vem se estruturando e especializando muito rápido, o que proporciona novas possibilidades para o leitor que busca, cada vez mais, uma publicação que se comunique com ele no nível que deseja. E é aí que entra a convergência digital que marca este século XXI como o século da revolução tecnológica. As revistas digitais são um reflexo dessa revolução tecnológica que trouxe possibilidades de comunicação, aprendizagem e negócios necessários para a sociedade trilhar novos caminhos para seu desenvolvimento e para as relações sociais. Como resultado da nova demanda da população, a informação precisa ser transmitida mesmo que seja no universo online e a mídia precisa se digitalizar, mesmo que os veículos impressos não sejam extintos. Ela surgiu não só pela busca da adaptação à novas tendências, viabilidade de consumo e ganhos financeiros com a informação online. Antes de qualquer coisa, ela é fruto de pesquisas e análises da mídia impressos, de produtos digitais e das vantagens que a cibercultura dispõe. Ela chegou com diversas ferramentas disponíveis e também com grandes anseios, uma incrível fome por novidades, e por isso deve estar sempre preparada para satisfazer essas necessidades que despertam a atenção do leitor. Por isso mesmo, uma revista digital apresenta formato e linguagem diferenciados, utilizando uma identidade visual jovem e moderna indispensável no uso de tecnologia e das ferramentas adicionais para alcançar e interagir com o internauta (como sons, animação, álbum de fotos digitais, etc). Apesar de não marcarem ainda o fim das publicações impresas com as quais estão co-existindo, as edições online hoje confirmam apenas uma nova tendência das editoras de lançar mão das novas tecnologias para talvez, num futuro mais próximo do que se supõe, substituir o papel. E hoje há uma busca intensa de ampliação de conteúdo na internet, com sites de praticamente todas as publicações, um processo de transposição de vários títulos para o meio online que ganhou a adesão, em sua maioria, de grandes e variados grupos de mídia como a Abril, a Editora Peixes, a Alto Astral, Editora Bregantini, Globo e Três.
  • 9. 9 Essa transposição das edições impressas para as edições online nas revistas também são um reflexo natural dos crescentes investimentos dos anunciantes em suportes digitais. E, por isso mesmo, sua qualidade não deixa nada a desejar às impressas já que continuam mantendo o nível do conteúdo explorado em suas edições, mas, sem sobra de dúvidas, tornam-se mais próximas do seu público-alvo quando abrem novos canais para a comunicação e possibilitam a redução de censuras culturais, como fóruns, chats, comunidades em redes sociais, etc. BIBLIOGRAFIA ABERJE lançou o segundo número da Revista MSG. Aberje, São Paulo, 18 de Outubro de 2008. Diposnível em http://www.aberje.com.br/novo/acoes_noticias_aberje_mais.asp?id=1073. Acesso dia 25 de Maio de 2009. AMARAL, Rafael. Leitores de Revistas Digitais Prestam Mais Atenção à Propaganda. Estagiaridade, São Paulo, 03 de Setembro de 2008. Diposnível em www.estagiaridade.com/leitores-de-revistas-digitais- prestam-mais-atencao-a-propaganda. Acesso dia 26 de Maio de 2009. Aner discute a crise e o meio revista. Abigraf, São Paulo, 18 de Março de 2009. Diposnível em www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=4434&Itemid=43. Acesso dia 27 de Maio de 2009. Aner prepara campanha para estimular o meio revista Abigraf, São Paulo, 15 de Abril de 2009. Diposnível em www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=4530 &Itemid=43. Acesso dia 27 de Maio de 2009. BORGES, Julio Daio. A volta das revistas eletrônicas. In Digestivo Cultural, São Paulo, 17 de Junho de 2005. Disponível em http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp? codigo=1616. Acesso dia 26 de Maio de 2009. CANDELLO, Heloisa Caroline de Souza Pereira; e HILDEBRAND, Hermes Renato. Metodologia Semiótica para Análise de Revistas Digitais Online. UNICAMP, Campinas, 2006 COELHO, Marcela Montenegro. Jornalismo e Mulher na Imprensa Feminina. Monografia de conclusão de curso de Comunicação Social/UFPE,1992,52 pg. Consumo de mídia está mais disperso. Abigraf, São Paulo, 20 de Março de 2008. Disponível em http://www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=4090&Itemid=43. Acesso dia 27 de Maio de 2009. CORRÊA, Thomaz S. “A Segmentação do Mercado Editorial Brasileiro e a Atuação da Editora Abril”. In: Cadernos de Jornalismo e Editoração. 1986. 18: 57-73. Crise, momento de acordar para o Meio Digital. Grupo de Mídia, São Paulo, 30 de Março de 2009. Diposnível em http://www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id =4442&Itemid=43. Acesso dia 25 de Maio de 2009. DINIZ, Luiz Antonio Garcia. Cibercultura e literatura: hipertexto e as novas arquiteturas textuais. São Paulo, UNESP, Alea volume 7 número 2 julho – Dezembro 2005 p. 209-222 DITOLVO, Mariana. Brasil já tem 64,5 milhões de internautas. Abigraf, São Paulo, 02 de Dezembro de 2008. Diposnível em http://www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content& task=view&id=4090&Itemid=43. Acesso dia 27 de Maio de 2009.
  • 10. 10 ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA. The University of Chicago: R.R. Downelley & Sons Co., 1961. Volume 7, Pgs. 512-517. Filho, Pedro Nunes. Processos de Significação: Hipermídia, Ciberespaço e Publicações Digitais. Espanha, 2003, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq-Brasil, modalidade Pós-Doutorado no Exterior. Universidad Autônoma de Barcelona. Fórum da Aner debate futuro das revistas. Master em Jornalismo em IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais), São Paulo, 06 de Novembro de 2008. Diposnível em http://www.abigraf.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id =4442&Itemid=43. Acesso dia 27 de Maio de 2009. FREITAS, Ivelise Gomes de. “O Jornalismo em Revista: Uma análise das revistas de comportamento”. 1995. 77fls. TCC (Bacharelado em Comunicação Social, Habilitação em Jornalismo) – Universidade Federal de Pernambuco/ UFPE, Recife. 1995 (Mimeo). FOLEGO, Thais. A Arte de Fazer Revista. Faculdade Gasper Libero. São Paulo, 18 de Setembro de 2007. Disponível em http://www.facasper.com.br/jo/notas.php?id_nota=475. Acesso dia 27 de Maio de 2009. FUSER, Bruno. Informação e Interatividade nos meios digitais: Um estudo regional. Campinas, Revista de Jornalismo, Unicamp, 6(1): 51-63, jan./ jun. 2003. Inter-Meios aponta alta de 2% nas verbas em janeiro. ABTG - Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica, São Paulo, 01 de abril de 2009. Diposnível em http://www.abtg.org.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=3932. Acesso dia 27 de Maio de 2009. JUNGBLUT, Airton Luiz. A heterogenia do mundo on-line: algumas reflexões sobre virtualização, comunicação mediada por Computador e ciberespaço. Porto Alegre, 2004, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 10, n. 21, p. 97-121, jan./jun. 2004. JÚNIOR, Estevam. Pesquisa aponta preferência por jornais. São Paulo, 21 de Março de 2009. Diposnível em www.meioemensagem.com.br/novomm/br/Conteudo.jsp?origem=rss&IDconteudo =121791. Acesso dia 27 de Maio de 2009. King, Donald W.; e Tenopir, Carol. A publicação de revistas eletrônicas: economia da produção, distribuição e uso. Ci. Inf., Brasília, v. 27, n. 2, p. 176-182, maio/ago. 1998. Líder mundial em revistas digitais chega ao Brasil. Adnews, São Paulo, 21 de Novembro de 2005. Disponível em http://www.adnews.com.br/tecnologia.php?id=22930. Acesso dia 27 de Maio de 2009. Lima, Adriana. Revista: a mídia que fica. Revista Meio e Mídia. Uberlândia, 26 de Maio de 2009. Disponível em http://www.revistameioemidia.com.br/revistamm.qps/IB frame?Open FrameSet&Frame=Body&Src=%2Frevistamm.qps%2FRef%2FPAIA-738SAA%3FEdit Document%26AutoFramed MAIRINS, Simão Vieira de. Revistas Eletrônicas: Socialização do Conhecimento no Ciberespaço. João Pessoa, 2009, Universidade Federal da Paraíba -UFPB. Disponível em http://www.webartigos.com/articles/ 14981/1/revistas-eletronicas-socializacao-do-conhecimento-no-ciberespaco/pagina1.html Mais de 300 revistas brasileiras aderem ao mundo digital em apenas 3 anos. Universiti – Universidade Federal de Campina Grande. Paraíba, 03 de Abril de 2008. Disponível em www.universiti.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id =82&Itemid=56. Acesso em 26 de Maio de 20009.
  • 11. 11 MARSOLA, Cristiane. Mercado de revistas crescerá menos no ano de 2009. Jornal Propaganda & Marketing. São Paulo, 05 de Março de 2009. Diposnível em www.propmark.com.br/publique/cgi/ cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=51397&sid=6&tpl=printerview. Acesso dia 27 de Maio de 2009. MARQUES, José Reinaldo. Mercado brasileiro de revistas em alta. ABI – Associação Brasileira de Imprensa, Rio de Janeiro, 01 de Agosto de 2008. Diposnível em http://www.abi.org.br/primeira pagina.asp?id=2649. Acesso dia 27 de Maio de 2009. MORAIS, Felipe. A Mídia online além do banner. Grupo de Mídia, São Paulo, 09 de Junho de 2009. Diposnível em http://www.gm.org.br/novosite/artigo/artigo.asp?id=25. Acesso dia 25 de Maio de 2009. MOREIRA, Walter. Os colégios virtuais e a nova configuração da comunicação científica. Pontifícia Universidade Católica de Campinas – SP. Ci. Inf., Brasília, v. 34, n. 1, p.57-63, jan./abr. 2005. Oliveira, Gisele Souza de; Bacocina, Ana Maria; Lopes, Joice Cristina; e Mendez, Rosemary Bars. Jornalismo na web. São Paulo, 2009, Instituto Superior de Ciências Aplicadas, ISCA – Limeira/ SP. Disponível em http://200.136.53.130:13580/cdrom/2009/intercom/ sudeste/cd/expocom/EX14-0252- 1.pdf. Acesso dia 27 de Maio de 2009. PEREIRA, Vinícius Andrade. Ciberespaço: Um Passo da Dança Semiótica do Universo. Rio de Janeiro, 2000, ECO/UFRJ. Publicidade online vai pular para US$ 2,6 bilhões em 2013. Adnews, São Paulo, 10 Dezembro de 2008. Disponível em http://www.adnews.com.br/internet.php?id=81067. Acesso dia 27 de Maio de 2009. Participação da internet cresce no faturamento das revistas. Época Negócios, Rio de Janeiro, 23 de Janeiro de 2009. Disponível em http://epocanegocios.globo.com/ Revista/ Epocanegocios/ 0,,EDG86052- 16628,00-PARTICIPACAO+DA+INTERNET+ CRESCE+NO+FATURAMENTO +DAS+REVISTAS.html. Acesso dia 27 de Maio de 2009. QUADROS, Claudia Irene de. Dez anos depois do boom dos diários digitais. Revista FAMECOS. Porto Alegre. nº 31. Dezembro de 2006. quadrimestral. 65–69. Revistas aceleram para o digital. Meios e Publicidade, Lisboa, 26 de Janeiro de 2007. Disponível em www.meiosepublicidade.pt/2007/01/26/Revistas_aceleram_para_o_digital/. Acesso dia 28 de Maio de 2009. Revistas testam novos formatos digitais. Observatório, São Paulo, 26 de Setembro de 2005. Disponível em http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=348MON010. Acesso dia 26 de Maio de 2009. SANTOS, Damião Santana de Almeida. Revista. Contribuições da Internet à Publicação Estudo de caso: Revista Trip. Bahia, 2000, Universidade do Estado da Bahia. Disponível em http://74.125.113.132/search?q=cache:z791Ewq7yOIJ:www.corisco.net/ img/empresa/Revista_Artigo_Trip.pdf+revistas+digitais+surgimento&cd=39&hl=pt-BR&ct=clnk &gl=br. SANTOS, Darlene Santiago Sousa; e MATSUNAGA, Célia. Revista digital Interativa: a tecnologia ligada em você. Brasília, 2008, Universidade de Brasília - DF SILVA, Edvaldo Acir Lino da. Convergências e divergências entre as versões online e impressa das revistas brasileiras. São Paulo, 2005. 30 f. Iniciação Científica. (Graduando em Publicidade e Propaganda) - Universidade Anhembi Morumbi, Universidade Anhembi Morumbi. WELLES, Chris. “O Esforço de Life e Look para Sobreviverem à Televisão”. In: Cadernos de Jornalismo e Comunicação. 1971. 32-33: 6-23. YOUNG, Chris. Adeus banners, saudações webisodes! ANER, São Paulo, 05 de Fevereiro de 2009. Diposnível em http://www.aner.org.br/Conteudo/1/artigo125309-1.asp?o=s. Acesso dia 27 de Maio de
  • 12. 12 2009. ZOCHE, Sílvia. Revistas eletrônicas. Acessa.com Mais Comunicação, Juiz de Fora, 16 de Novembro de 2005. Disponível em www.acessa.com/informatica/arquivo/narede/2005/11/16-revista/. Acesso dia 26 de Maio de 2009.