A história da comunicação no Brasil começou com a chegada da imprensa européia no século 18. Os primeiros jornais eram artesanais e de curta duração. A primeira revista brasileira surgiu em 1827 direcionada ao público feminino. Litografia e histórias em quadrinhos foram inovações inseridas ao longo do século 19. As publicações se modernizaram e expandiram nacionalmente no início do século 20, com a revista O Cruzeiro circulando em todo o país a partir de 1928.
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Revista Pronews 49 - Artigo sobre Revistas
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Outubro de 2003 | nº 49 | Capa: Criação 3
DOS JORNALESCOS AOS MAGAZINES: O CASO DO BRASIL
Ivelise Gomes
Com a transferência da Corte Portuguesa para a Colônia, o Brasil
começou a respirar os ares de uma imprensa, ainda com traços
europeus, mas pelo menos feita no país. Apesar da "era de
Gutemberg" nos chegar com cerca de três séculos de atraso, foi se
expandindo com muita rapidez entre as famílias abastadas. Primeiro,
surgem os jornais produzidos de forma bastante artesanal e de cunho
opinativo, que, mesmo nas mãos de ilustres pensadores, no geral, não
tinham fôlego para sobreviverem mais do que dez anos.
Até que, em 1827, surgiu a primeira revista brasileira, O Espelho
Diamantino, no Rio de Janeiro, também considerada a primeira no país
dirigida ao público feminino. Com o passar dos anos, era inserido no
meio uma importante inovação: a litografia, que abriu espaço para as
gravuras, em sua maioria, de qualidade artística incontestável. Logo
depois (em 1869), foi publicada a primeira história em quadrinhos
nacional, As
Aventuras de Nhô Quim, ou Impressões de uma viagem à Corte, de Angelo Agostini, renomado
artista da época, que deu os primeiros passos para a primeira Hq publicada para o público infantil:
Tico-Tico (1905).
Neste mesmo período, os veículos da imprensa brasileira já se apresentavam como empresas
capitalistas, que lhes permitiu modernização tecnológica como fotografias e a expansão para outras
praças, até que, em 1928, foi fundada a revista O Cruzeiro, primeira publicação a circular,
posteriormente, em todo cenário nacional. Ponto positivo para o país que anos mais tarde iria
enfrentar a II Guerra Mundial, que teve como grande
dispersor das infelicidades as fotonovelas, veículos que aportaram por
volta dos anos 50, com Grande Hotel, da Editora Vecchi.
Populares no país, elas passaram a conquistar novos mercados e
públicos como o adolescente, que, em 1952, recebeu de braços
abertos Capricho, editada pela Nova Cultural, que ainda incluía
literatura e informações utilitárias. Entretanto, a grande sensação da
época foi Manchete da Editora Bloch, a maior revista de circulação
nacional, que deu início a um novo período na história da imprensa
brasileira. Assim, nasceu, em 1968, Veja, uma revista semanal da
Nova Cultural, de informações gerais.
Com a explosão do jornalismo especializado, nos anos 80, surgem
diversos magazines voltados a assuntos específicos e públicos
distintos como a Bizz (música) e Vídeo News (cinema e vídeo),
algumas dos diversos títulos nascidos na época, que
não se mantiveram no mercado após 10 anos. Por isso, outras publicações já existentes, como
Capricho e Playboy, lançaram mão de um tipo de "repaginação", adquirindo novas diagramação e
linha editorial. E, dessa forma, conseguiram sobreviver aos anos 90, que são marcados pela retração
do mercado editorial com a falência de grupos de renome no passado como a Bloch.
Fonte: O Jornalismo em Revista - Uma Análise das Revistas de Comportamento
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