O documento discute a ideologia e a ciência. A primeira parte resume os principais pontos de A Ideologia Alemã de Marx e Engels, incluindo suas críticas aos jovens hegelianos e a introdução do materialismo histórico. A segunda parte aborda a metodologia científica em ciências sociais, discutindo neutralidade científica, juízo de valor e a relação entre teoria e prática.
1. Grupo 02
ideologia e Ciência
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. A Ideologia
alemã. Várias edições.
DEMO, Pedro. Metodologia científica em
ciências sociais. São Paulo: Atlas, 1995, Capítulos
3 e 4.
3. A – A ideologia em geral e particularmente a
alemã
Crítica aos jovens-hegelianos (Ludwig
Feuerbach, Bruno Bauer e Max Stirner)
Não são as idéias que criam a realidade, mas a
existência material do homem que cria as idéias;
Pensamento idealista: as transformações propostas
pelos jovens-hegelianos se limitavam ao plano do
pensamento e jamais atingiriam o plano da
realidade:
"O principal defeito de todo materialismo anterior é que
as coisas, a realidade, o sensório, são concebidas apenas
sob a forma de objeto ou de contemplação, mas não como
uma atividade, uma prática sensorial humana".
4. Pensamento materialista: surgimento da “percepção
de mundo” de Marx, ou seja, sua ideologia -
materialismo histórico: o importante não é
interpretar o mundo sob determinados pontos de
vista, mas sim transformá-lo;
Primeira exposição do materialismo
histórico:
Explicação da história das sociedades humanas
através de fatos econômicos e técnicos;
Práxis como finalidade do pensamento marxista;
5. O indivíduo só faz história se passar para o plano da ação;
O homem não é o que ele crê ou o que a religião determina,
mas a história do homem se faz através do seu envolvimento
no processo de produção;
Utopia x ideologia manutenção/transformação da ordem
(não colocar essa parte)
Ideologia: forma de manipulação (rev. Francesa); para Marx e
Engels seus oponentes eram ideólogos; apenas seus pontos de
vista eram científicos.
A essência humana não é estática e a-histórica, mas sim
construída por meio das relações entre os seres humanos e a
natureza
6. B – A base real da ideologia –
Intercâmbio [Verkehr] e força produtiva
Divisão entre trabalho material x espiritual
Cidade-campo
Barbárie -> civilização
Organização tribal -> Estado
Província -> nação
Divisão da população em duas grandes classes
Cidades: concentração de população, de prazeres, de
instrumentos de produção
Campo: isolamento, dispersão
7. Trabalhadores jornaleiros x corporativismo
Plebe desorganizada x organização
Cidades: capital natural
Criação da classe burguesa a partir das burguesias locais
de cada cidade
Eliminação da propriedade e do trabalho – acaba com a
subordinação do indivíduo à sua classe
Burgueses se dissociaram do feudalismo
Divisão do trabalho – início das manufaturas
Expansionismo comercial e manufatureiro = maior
acumulação do capital móvel
8. Tecelagem = refúgio para quem resistia à corporação
(excluíam ou pagavam mal)
Grande indústria
Utilização das forças da natureza para fins industriais, a
maquinaria e a divisão mais desenvolvida do trabalho
Concorrência = obrigou os países a defenderem suas
manufaturas
9. Grande Indústria
Tornou universal a concorrência
Transformou todo capital em industrial
Destruiu a religião, a ideologia, a moral etc.
Subordinou a ciência da natureza ao capital
Retirou do trabalho sua Naturwüchsigkeit (aparência natural)
Criou as grandes cidades que surgiram da noite para o dia
Destruiu o artesanato
Sistema automático – pressuposto inicial
Criou por todo lugar as mesmas relações entre as classes da sociedade,
destruindo o caráter das diferentes nacionalidades
Luta de classes – quebra o isolamento e toda força organizada
10. 1. Instrumentos de produção e formas
de propriedade
Instrumentos de produção naturais: terra, água, etc
Indivíduos subordinados à natureza
Propriedade (terra) como domínio natural direto
Indivíduos ligados por vínculos (família, tribo, própria
terra, etc)
Troca entre os homens e a natureza
Ligação entre atividade manual e intelectual
Domínio dos proprietários sobre os não-proprietários
pautado em relações pessoais (espécie de comunidade)
- pequena indústria subordinada à utilização do
instrumento de produção natural ausência de
repartição do trabalho
11. Instrumentos criados pela civilização
Os indivíduos se subordinam a um produto do
trabalho
Propriedade como domínio do capital (trabalho
acumulado)
Indivíduos independentes, ligados apenas pela troca
(entre si)
Divisão entre trabalho manual e intelectual
Domínio dos proprietários sobre os não-
proprietários pautado no dinheiro
Indústria existe na/pela divisão do trabalho
12. 1.1. Relação do Estado de direito com a
propriedade
Primeira forma de propriedade: propriedade tribal
Entre os povos antigos surge como propriedade do
Estado
A verdadeira propriedade privada começa com a
propriedade móvel
Desenvolvimento da propriedade tribal na Idade
Média até o capital moderno:
Propriedade fundiária feudal propriedade móvel
corporativa capital manufatureiro
Propriedade privada pura: não tem mais a aparência
de comunidade, exclusão da intervenção do Estado
13. “Compra” do Estado moderno pelos proprietários
privados
“mas ele nada mais é do que a forma de organização
que os burgueses se dão, tanto externa como
internamente, para garantia mútua da sua
propriedade e dos seus interesses.”
Autonomia do Estado apenas em países em que não
houve um desenvolvimento completo de classes
14. Estado: concretização dos interesses de uma classe
dominante
Direito privado x propriedade privada
Surge a partir da dissolução da comunidade natural
Caso romano e caso moderno
União entre príncipes e burguesia x nobreza feudal =
desenvolvimento do direito
“jus utendi et abutendi” propriedade torna-se
independente da comunidade
Necessidade de capital para o cultivo do solo
Direito como modo de aquisição de propriedade
16. Comunismo
É um movimento distinto por:
Mudar as bases das relações de produção
Tratar as condições naturais prévias como
criações dos homens e não naturais. Submete-
as ao poder dos indivíduos reunidos
Por isso, comunismo é a criação material das
condições.
17. Produção de cada indivíduo corresponde à sua
limitação efetiva em cada geração
Esse caráter limitado passa a parecer como uma
contradição para a geração posterior
Atribui-se à época anterior a condição de que ela era
um entrave
18. Toda evolução histórica consiste no fato de substituir
a forma de trocas anterior por uma nova forma que
corresponde às forças produtivas mais desenvolvidas
e, por isso mesmo, ao modo mais aperfeiçoado da
atividade do indivíduo.
Todos os conflitos da história têm sua origem na
contradição entre as forças produtivas e o modo de
trocas. Observando a história, sempre que ocorre
essa contradição provoca-se uma revolução.
19. Abolição da divisão do trabalho Liberdade pessoal
Membros participarão da comunidade como indivíduos
A subsunção de indivíduos à determinadas classes só
será abolida quando se formar uma classe que queira
fazer prevalecer um interesse de classe particular contra
a classe dominante.
Idéia Burguesia, indivíduos mais livres, entretanto,
realidade é que indivíduos se tornaram menos livres
As condições de vida que lhe são impostas, o trabalho,
fazem do proletariado não ter a oportunidade de chegar a
um momento que poderá passar para outra classe.
20. Revolução
“ (...) os proletários, se quiserem afirmar-se
enquanto pessoa, devem abolir sua própria
condição de existência anterior, que é ao mesmo
tempo, a de toda a sociedade até hoje, quer dizer,
abolir o trabalho.”
Isso se dá em oposição direta ao que se tem até
agora como expressão do conjunto, ou seja, se dá
em oposição ao Estado, sendo necessário derrubar
esse Estado para poderem realizar sua
personalidade
22. Metodologia como pesquisa
A Criatividade Socializada
Antimetodologia
Cap. 3
Pesquisa Metodológica:
Potencialidades e Limites
23. Metodologia como pesquisa:
Questionamento da cientificidade da produção
Questionamento da construção do objeto científico
Estudo das abordagens metodológicas
Aferições Metodológicas
25. Aferições Metodológicas
Aplicação de Critérios de Cientificidade
Modo Peculiar de Argumentação
Ideologia Latente ou Manifesta
A que escola metodológica se filia
Balanço entre teoria e empiria
Originalidade
Capacidade crítica
26. A Criatividade Socializada
Metodologia contém a idéia de caminho a ser seguido
Sociedade como norma
Ciência também é uma norma
Domesticação do candidato
Concepção nomotética da ciência
Ciência racional
27. Antimetodologia
Antimetodologia também é metodologia
Uma crítica auto-crítica da metodologia
Antimetodologia tocada pela história
Antimetodologia X Petrificações do Método
Anarquismo Político X Anarquismo Epistemológico
28. Cap. 4
Neutralidade Científica
Neutralidade Científica
Neutralidade científica é um tema polêmico;
A objetividade, utopia da ciência, encontra
correspondência na neutralidade.
Ruptura nas Ciências Sociais
Engajados;
Neutros.
29. Caso da Alemanha
Problemas gerais:
na separação entre meios e fins;
o juízo de valor como objeto de estudo
Conclusão: a isenção da valores é necessária,
porém o juízo de valor pode entrar na argumentação
de um cientista.
30. Deveres do cientista social que inclui
juízo de valor em sua argumentação:
Deixar claro de que pontos da realidade seu juízo de
valor se baseia;
Deixar claro ao leitor ao leitor o que e onde o autor
expressa sua opinião, e explicitar onde existem fatos
e onde existem opiniões.
31. Três questões sobre a presença do juízo
de valor na ciência:
Até que ponto a visão do cientista social pode ser
isenta de juízo de valor;
Até que ponto é possível ter um valor como objeto de
pesquisa sem participar dele;
Até que ponto o estudo científico pode conter um
juízo de valor.
32. Seis pontos de contato entre a atividade
científica e o juízo de valor:
Escolha do tema: escolhe-se por algum motivo
inerente ao autor;
Seletividade da abordagem: aborda-se pelo ponto
que sente mais segurança e que melhor domina;
Valores como objetivo: a escolha de valores como
objeto de estudo, sem, contudo, mostra-se a favor ou
contra;
33. Desfiguração ideológica: fazer um juízo de valor
passar por fato científico;
Aplicação da ciência à prática: com a teoria pode-se
ignorar a prática;
Função social do sociólogo: não é natural a
diferenciação entre a sociologia e o sociólogo, assim
como entre a teoria e a prática.
34. Algumas distinções:
Fato X valor:
distinguem-se – de um fato não se segue um valor e vice-
versa;
na prática, porém, aparecem mesclados.
Meio X fim:
meio: objeto de estudo – o problema em si;
fim: juízo de valor.
35. Ideologia X realidade:
ideologia: posição a serviço de algum interesse;
realidade: aquilo que se pretende mudar ao final de um
processo de conhecimento.
Neutralidade esperta ou ingênua
Ativismos baratos