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CADERNODIÁRIO
26 de Novembro de 2012




                         EXTERNATO LUÍS DE
                         CAMÕES

                         N.º 4




                                             A abertura europeia ao mundo nos
                                             séculos XV e XVI
                                             Por Raul Silva

                                             Nos séculos XV e XVI, vive-se um dinamismo civilizacional notável numa Europa que se
                                             abre ao Mundo e ultrapassa as crises dos finais da Idade Média.
                                             É o tempo do Renascimento, movimento cultural iniciado em Itália, baseado na Antiguidade
                                             Clássica, faz do Homem o centro do conhecimento, da cultura e da beleza artística.
                                             No Ocidente da Europa, Lisboa e Sevilha são portas abertas para o Mundo, como ponto de
                                             partida e chegada das rotas transoceânicas que interligam para sempre a Europa, a África, a
                                             América e a Ásia.
                                             Desvendam novas terras, novos mares, novas gentes, novos astros; revelam floras e faunas
                                             desconhecidas; conduzem ao aperfeiçoamento das técnicas naúticas; repercutem-se numa
                                             nova representação cartográfica da terra.
                                             Fundados na observação e no contacto directo com as realidades, que descrevem rigorosa e
                                             pormenorizadamente, os novos conhecimentos da Natureza e do Mundo desacreditam as
                                             opiniões dos Antigos. A experiência eleva-se a autoridade e fonte de saber, conduzindo à
                                             revolução das concepções cosmológicas.
                                             O Renascimento conheceu a promoção do individualismo. Os humanistas, apaixonados pelos
                                             textos gregos e latinos, absorveram os seus valores antropocêntricos, fazendo da cultura antiga
                                             um instrumento formativo da personalidade humana. Preocupados com a construção de um
                                             mundo melhor, não deixaram de criticar as vilanias do presente, às quais contrapuseram as
                                             utopias. A paixão pelos clássicos perseguiu também os artistas, apostados na exaltação da
                                             figura humana, no equilíbrio das linhas arquitectónicas, na perfeição e na racionalidade das
                                             composições.
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O Renascimento
CADERNODIÁRIO 26 de Novembro de 2012


                                                      O Homem, medida de todas as coisas




                                                                  Criação de Adão, pormenor da pintura da abóbada da Capela
                                                                  Sistina no Vaticano, de Miguel Ângelo (Roma, 1508-1512)

                                       Que significado atribuis à pintura?

                                                                       O Homem no centro do Mundo

                                       “Disse Deus ao Homem: coloquei-te no centro do mundo, para que possas olhar à tua volta, e ver o que o
                                       mundo contém.
                                       Não te fiz celestial nem terreno, mortal nem imortal, poderás tu próprio escolher o teu caminho. Pela tua
                                       vontade poderás tornar-te um bruto irracional ou podes alcançar uma elevada perfeição, quase divina.”


                                                                                                       Picco della Mirandola, A Dignidade do Homem, 1486

                                       Qual é a figura mais importante do Mundo segundo Pico della Mirandola?
                                       Caracteriza a visão do Homem e do Mundo defendida na fonte.


                                                                                  O Homem ideal

                                       “Que o cortesão ideal seja, além de nobre, homem de bem, isto é, prudente, bom, corajoso, confiante; belo
                                       e elegante. Que a sua principal e autêntica profissão seja a das armas, que saiba todos os exercícios que
                                       convêm a um militar. Que o perfeito homem de corte seja alegre, saiba jogar e dançar, que se mostre
                                       homem de espírito e seja discreto.
                                       As letras de Deus revelou aos homens são úteis e necessárias à vida e à dignidade do Homem. Que o
                                       cortesão conheça não só o latim, mas também o grego. (…) Que ele saiba escrever em prosa,
                                       particularmente a nossa língua. Louvá-lo-ei também por saber várias línguas estrangeiras, principalmente o
                                       espanhol e francês (…). A sua cultura parecer-me-á insuficiente se não tiver conhecimentos de música (…).
                                       Há ainda um aspecto que julgo de grande importância; trata-se da arte do desenho e da pintura. (…) Que o
                                       nosso homem de corte seja um perfeito cavaleiro de toda a sela: nos torneios, nos duelos, nas corridas, no
                                       lançamento do dardo e da lança. (…) Convém também que saiba saltar e correr.”


                                                                                                                               B. Castiglione, O Cortesão

                                       Como é que devia ser o "Homem ideal" renascentista?

               2
O Renascimento
CADERNODIÁRIO 26 de Novembro de 2012


                                                     A produção cultural
                                                                               A educação humanista

                                       “Aconselho-te, meu filho, a que aproveites a juventude para estudares e te tornares virtuoso. Estás em Paris,
                                       tens o teu preceptor (…) que por ensinamentos vivos e louváveis exemplos te pode educar. Quero que
                                       aprendas perfeitamente línguas (…).
                                       Quero que não haja história que não tenhas presente na memória para o conhecimento universal dos que a
                                       escreveram. Quando eras pequeno, tinhas cinco ou seis anos, fiz-te apreciar as artes liberais: a geometria e a
                                       música. Deves prosseguir. Deves aprender todos cânones da astronomia. Quero que saibas de cor todos os
                                       belos textos de direito civil e que os confiras com os de filosofia.
                                       Depois, cuidadosamente, volta a estudar os livros dos médicos gregos, árabes e latinos e, por frequentes
                                       operações de anatomia, quero que adquiras o perfeito conhecimento do outro mundo que é o Homem.
                                       Durante algumas horas do dia começa a trabalhar sobre as Sagradas Escrituras, primeiro em grego o Novo
                                       Testamento e a Cartas dos Apóstolos, depois em hebreu o Antigo Testamento.”

                                                                                                         Rabelais, Carta de Gargântua a seu filho Pantagruel


                                       Qual a importância da educação para o autor da fonte.


                                                                          A experiência, madre das cousas

                                       “Os mestres estão empoleirados na sua cátedra como galinhas e, com um notável ar de desprezo, dão
                                       informações sobre as coisas que jamais tocaram com as suas próprias mãos, mas que se lembram de ter
                                       lido nos livros dos outros (...). Por consequência, todo o ensino é falso: perde-se o tempo com questões
                                       absurdas e é tudo tão confuso que o aluno aprende ali menos do que se seguisse o curso de carniceiro (...).”

                                                                                                  André Vesálio, Acerca da estrutura do corpo humano, 1543

                                       Qual a crítica apontada aos mestres?


                                                                            A crítica social em Erasmo
                                       “Próximo da felicidade teólogos está a daqueles a que o vulgo chama religiosos e monges (…). Atribuem
                                       tanta importância às suas particulares cerimónias e às suas tradições humanas que lhes parece que o céu
                                       não é bastante prémio para tantos méritos. Esquecem todos que Cristo lhes perguntará somente se
                                       obedeceram à sua lei, a lei da caridade. (…)
                                       Já há algum tempo que desejava falar-vos dos reis e dos príncipes (…). Eles entregam aos deuses todos os
                                       negócios, levam uma vida de moleza e não querem ouvir senão os que lhes dizem coisas jucundas ou lhes
                                       afastam os cuidados. Julgam executar inteiramente as funções régias se vão assiduamente à caça, se tratam
                                       dos cavalos, se vendem comodamente prefeituras, se diariamente inventam novas maneiras de diminuir a
                                       riqueza dos cidadãos e de aumentar a da coroa com o fisco. (…)
                                       Que direi dos cortesãos? Nada há mais rasteiro, mais servil, do que esses homens que se querem
                                       considerar os primeiros entre todos. (…)
                                       Rivais dos príncipes, os sumos pontífices, os cardeais e os bispos quase os superam. (…) Os nossos pastores
                                       não fazem mais do que buscar pasto. (…)
                                       Se julgares o meu discurso demasiado petulante, pensai que falei em nome da loucura.”

                                                                                                                 Erasmo de Roterdão, Elogio da Loucura


                                       A quem são dirigidas as críticas formuladas por Erasmo? Porquê?
               3
A reinvenção das formas artísticas
CADERNODIÁRIO 26 de Novembro de 2012


                                             A pintura, escultura, arquitectura




                                                             Biblioteca de S. Marcos, em Veneza

                                           Caracteriza a arquitectura renascentista a partir do documento.




                                                                   Gioconda, Leonardo da Vinci
                                       Refere as características da pintura renascentista presentes no documento.

                                                               !




                                                                      David, Miguel Ângelo
                                           Explica por que razão o documento é uma escultura renascentista.




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A Abertura da Europa ao Mundo nos Séculos XV e XVI

  • 1. CADERNODIÁRIO 26 de Novembro de 2012 EXTERNATO LUÍS DE CAMÕES N.º 4 A abertura europeia ao mundo nos séculos XV e XVI Por Raul Silva Nos séculos XV e XVI, vive-se um dinamismo civilizacional notável numa Europa que se abre ao Mundo e ultrapassa as crises dos finais da Idade Média. É o tempo do Renascimento, movimento cultural iniciado em Itália, baseado na Antiguidade Clássica, faz do Homem o centro do conhecimento, da cultura e da beleza artística. No Ocidente da Europa, Lisboa e Sevilha são portas abertas para o Mundo, como ponto de partida e chegada das rotas transoceânicas que interligam para sempre a Europa, a África, a América e a Ásia. Desvendam novas terras, novos mares, novas gentes, novos astros; revelam floras e faunas desconhecidas; conduzem ao aperfeiçoamento das técnicas naúticas; repercutem-se numa nova representação cartográfica da terra. Fundados na observação e no contacto directo com as realidades, que descrevem rigorosa e pormenorizadamente, os novos conhecimentos da Natureza e do Mundo desacreditam as opiniões dos Antigos. A experiência eleva-se a autoridade e fonte de saber, conduzindo à revolução das concepções cosmológicas. O Renascimento conheceu a promoção do individualismo. Os humanistas, apaixonados pelos textos gregos e latinos, absorveram os seus valores antropocêntricos, fazendo da cultura antiga um instrumento formativo da personalidade humana. Preocupados com a construção de um mundo melhor, não deixaram de criticar as vilanias do presente, às quais contrapuseram as utopias. A paixão pelos clássicos perseguiu também os artistas, apostados na exaltação da figura humana, no equilíbrio das linhas arquitectónicas, na perfeição e na racionalidade das composições. 1
  • 2. O Renascimento CADERNODIÁRIO 26 de Novembro de 2012 O Homem, medida de todas as coisas Criação de Adão, pormenor da pintura da abóbada da Capela Sistina no Vaticano, de Miguel Ângelo (Roma, 1508-1512) Que significado atribuis à pintura? O Homem no centro do Mundo “Disse Deus ao Homem: coloquei-te no centro do mundo, para que possas olhar à tua volta, e ver o que o mundo contém. Não te fiz celestial nem terreno, mortal nem imortal, poderás tu próprio escolher o teu caminho. Pela tua vontade poderás tornar-te um bruto irracional ou podes alcançar uma elevada perfeição, quase divina.” Picco della Mirandola, A Dignidade do Homem, 1486 Qual é a figura mais importante do Mundo segundo Pico della Mirandola? Caracteriza a visão do Homem e do Mundo defendida na fonte. O Homem ideal “Que o cortesão ideal seja, além de nobre, homem de bem, isto é, prudente, bom, corajoso, confiante; belo e elegante. Que a sua principal e autêntica profissão seja a das armas, que saiba todos os exercícios que convêm a um militar. Que o perfeito homem de corte seja alegre, saiba jogar e dançar, que se mostre homem de espírito e seja discreto. As letras de Deus revelou aos homens são úteis e necessárias à vida e à dignidade do Homem. Que o cortesão conheça não só o latim, mas também o grego. (…) Que ele saiba escrever em prosa, particularmente a nossa língua. Louvá-lo-ei também por saber várias línguas estrangeiras, principalmente o espanhol e francês (…). A sua cultura parecer-me-á insuficiente se não tiver conhecimentos de música (…). Há ainda um aspecto que julgo de grande importância; trata-se da arte do desenho e da pintura. (…) Que o nosso homem de corte seja um perfeito cavaleiro de toda a sela: nos torneios, nos duelos, nas corridas, no lançamento do dardo e da lança. (…) Convém também que saiba saltar e correr.” B. Castiglione, O Cortesão Como é que devia ser o "Homem ideal" renascentista? 2
  • 3. O Renascimento CADERNODIÁRIO 26 de Novembro de 2012 A produção cultural A educação humanista “Aconselho-te, meu filho, a que aproveites a juventude para estudares e te tornares virtuoso. Estás em Paris, tens o teu preceptor (…) que por ensinamentos vivos e louváveis exemplos te pode educar. Quero que aprendas perfeitamente línguas (…). Quero que não haja história que não tenhas presente na memória para o conhecimento universal dos que a escreveram. Quando eras pequeno, tinhas cinco ou seis anos, fiz-te apreciar as artes liberais: a geometria e a música. Deves prosseguir. Deves aprender todos cânones da astronomia. Quero que saibas de cor todos os belos textos de direito civil e que os confiras com os de filosofia. Depois, cuidadosamente, volta a estudar os livros dos médicos gregos, árabes e latinos e, por frequentes operações de anatomia, quero que adquiras o perfeito conhecimento do outro mundo que é o Homem. Durante algumas horas do dia começa a trabalhar sobre as Sagradas Escrituras, primeiro em grego o Novo Testamento e a Cartas dos Apóstolos, depois em hebreu o Antigo Testamento.” Rabelais, Carta de Gargântua a seu filho Pantagruel Qual a importância da educação para o autor da fonte. A experiência, madre das cousas “Os mestres estão empoleirados na sua cátedra como galinhas e, com um notável ar de desprezo, dão informações sobre as coisas que jamais tocaram com as suas próprias mãos, mas que se lembram de ter lido nos livros dos outros (...). Por consequência, todo o ensino é falso: perde-se o tempo com questões absurdas e é tudo tão confuso que o aluno aprende ali menos do que se seguisse o curso de carniceiro (...).” André Vesálio, Acerca da estrutura do corpo humano, 1543 Qual a crítica apontada aos mestres? A crítica social em Erasmo “Próximo da felicidade teólogos está a daqueles a que o vulgo chama religiosos e monges (…). Atribuem tanta importância às suas particulares cerimónias e às suas tradições humanas que lhes parece que o céu não é bastante prémio para tantos méritos. Esquecem todos que Cristo lhes perguntará somente se obedeceram à sua lei, a lei da caridade. (…) Já há algum tempo que desejava falar-vos dos reis e dos príncipes (…). Eles entregam aos deuses todos os negócios, levam uma vida de moleza e não querem ouvir senão os que lhes dizem coisas jucundas ou lhes afastam os cuidados. Julgam executar inteiramente as funções régias se vão assiduamente à caça, se tratam dos cavalos, se vendem comodamente prefeituras, se diariamente inventam novas maneiras de diminuir a riqueza dos cidadãos e de aumentar a da coroa com o fisco. (…) Que direi dos cortesãos? Nada há mais rasteiro, mais servil, do que esses homens que se querem considerar os primeiros entre todos. (…) Rivais dos príncipes, os sumos pontífices, os cardeais e os bispos quase os superam. (…) Os nossos pastores não fazem mais do que buscar pasto. (…) Se julgares o meu discurso demasiado petulante, pensai que falei em nome da loucura.” Erasmo de Roterdão, Elogio da Loucura A quem são dirigidas as críticas formuladas por Erasmo? Porquê? 3
  • 4. A reinvenção das formas artísticas CADERNODIÁRIO 26 de Novembro de 2012 A pintura, escultura, arquitectura Biblioteca de S. Marcos, em Veneza Caracteriza a arquitectura renascentista a partir do documento. Gioconda, Leonardo da Vinci Refere as características da pintura renascentista presentes no documento. ! David, Miguel Ângelo Explica por que razão o documento é uma escultura renascentista. 4